Semapa baixa lucros em 5% para 233 milhões de euros. Dividendo estável em 62,6 cêntimos

A holding vai distribuir 50 milhões de euros pelos acionistas, o mesmo valor do ano passado, reforçando o seu compromisso com a política de dividendos da empresa. Vendas e EBITDA subiram.

A Semapa fechou 2024 com um resultado líquido de 232,7 milhões de euros, 4,8% abaixo dos 244,5 milhões registados no ano anterior, com o crescimento no segmento do negócio da pasta e papel e no cimento a não conseguirem compensar a descida registada noutros negócios, nomeadamente a dotação de 10 milhões para a Fundação Pedro Queiroz Pereira. O conselho de administração vai propor a manutenção do dividendo de 0,626 euros.

A holding da família Queiroz Pereira fechou o ano com um volume de negócios de 2.849,4 milhões de euros, o que representa um aumento de 5,3% face ao período homólogo, com o negócio da pasta e do papel a ser responsável pela maior parcela deste valor: a Navigator gerou receitas de 2.088,3 milhões de euros; a Secil (cimento) 701,8 milhões de euros; e outros negócios 60,5 milhões.

Mais de 75% das receitas do grupo foram geradas no exterior, com as exportações e vendas no exterior a ascenderem a 2.144,7 milhões de euros.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) também registou uma evolução positiva, ao atingir 702,7 milhões de euros, mais 4,6% que o valor alcançado no ano anterior. Trata-se do segundo maior EBITDA de sempre do Grupo Semapa.

A Semapa justifica a descida do resultado líquido com vários fatores, nomeadamente os 10 milhões encaminhados para a nova Fundação Pedro Queiroz Pereira, para financiar as suas atividades por um período de pelo menos três anos.

O valor negativo do EBITDA das Holdings reflete a atribuição do donativo, correspondente à constituição da Fundação Semapa – Pedro Queiroz Pereira no valor de 10 milhões de euros“, refere o relatório.

Os lucros foram ainda penalizados pelo agravamento de 37,5 milhões de euros nas depreciações, amortizações e perdas por imparidade; ou o reconhecimento de uma imparidade no Líbano.

O Conselho de Administração vai propor remunerar os acionistas com um dividendo de 0,626 euros por ação, a que correspondente a um valor total de aproximadamente 50 milhões de euros, o mesmo valor distribuído relativamente a 2023.

A empresa adianta ainda que manteve “a sua forte ambição” e investiu, em 2024, 541 milhões de euros, dos quais 190 milhões de euros em investimentos em participações financeiras, prosseguindo a execução dos planos estratégicos das diferentes subsidiárias.

O último ano ficou ainda marcado pela conclusão da aquisição da britânica Accrol Group Holdings pela Navigator, em maio do ano passado.

A dívida líquida remunerada consolidada atingiu 1.091,7 milhões de euros no final de 2024, um aumento de 79,7 milhões de euros face ao final de 2023, “o que demonstra a forte geração de caixa do Grupo, tendo em conta o período recente de forte investimento”.

“O cenário macroeconómico e de geopolítica global para 2025 revela todo um novo quadro após as eleições norte-americanas e a tomada de posse do novo presidente em janeiro de 2025. Um maior protecionismo da economia americana, com o aumento das tarifas nas relações comerciais entre Estados Unidos e o resto do mundo poderá levar-nos para um cenário repleto de desafios e oportunidades“, realça a empresa.

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Montenegro omite nomes de clientes e negócios em assessoria jurídica

O primeiro-ministro referiu que a empresa da sua família tem atividade na área proteção de dados e marketing mas não divulgou a lista dos clientes. Ficou por responder se prestou assessoria jurídica.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, não quis divulgar os nomes dos clientes da sua empresa familiar Spinumviva nem esclareceu se prestou assessoria jurídica, durante o debate parlamentar desta sexta-feira sobre a moção de censura apresentada pelo Chega, que acabou rejeitada.

No entanto, negou qualquer atividade no ramo do imobiliário, afastando, assim, um eventual conflito de interesses com a nova lei dos solos, que vai permitir que prédios rústicos sejam transformados em urbanizáveis, facilitando a construção. A proposta de lei ainda está em discussão na Assembleia da República.

Luís Montenegro preferiu não mencionar os nomes dos clientes em nome do sigilo contratual e da “relação de amizade” que tem com os acionistas. Mas, ao Correio da Manhã, já tinha adiantado que tinha prestado serviços ao grupo de comunicação social que detém aquele título e acabou por anuir com cabeça, em resposta ao PS, que celebrou contratos com o grupo Solverde, com sede em Espinho, terra natural do chefe do Executivo.

E listou as atividades que têm sido desempenhadas pela empresa, que criou quando estava fora da política: “Definição e implementação de boas práticas no tratamento de dados, regras de recolha e conservação de dados, códigos de conduta, ações de formação, atividade de marketing, controlo na área de recursos humano, da segurança e higiene no trabalho, e seguros de saúde”.

“É despropositado chamar a isto uma empresa imobiliária, é um tiro ao lado. Deter direta ou indiretamente gera conflito de interesses? É um absurdo. A sociedade não tem qualquer imóvel, os imóveis que eu tenho não têm enquadramento nas alterações legais da lei dos solos”, defendeu.

A este respeito referiu ainda que “a detenção de participações em sociedades imobiliárias não tem relação direta com a lei dos solos”. “O que é que esta sociedade pode fazer? Pode comprar e vender que é o que todos os deputados podem fazer”, atirou.

Para além disso, anotou que a lei dos solos, cuja alteração está em apreciação no Parlamento, “diz que, para os terrenos passarem de rústicos a urbanos, é preciso haver decisão municipal e tem de haver contiguidade com o edificado”.

“Onde tenho os terrenos em Rabal [em Bragança] ou Barrô [em Águeda] é impossível aplicar a lei dos solos”, vincou.

Montenegro elencou os resultados brutos e líquidos da Spinumviva desde a sua criação: “Em 2021, teve 67 mil euros brutos e 18 mil euros líquidos; em 2022, teve 415 mil brutos e 240 mil líquidos; em 2023, faturou 235 mil euros brutos e 85 mil euros líquidos; e as estimativas para 2024 são de 179 mil euros brutos e 23 mil euros líquidos”.

O pico de faturação em 2022 e 2023 “explica-se pela conjugação de dois fatores”, referiu. Assim, “em 2022, ainda antes da presidência do PSD”, Montenegro revelou que fechou e apresentou “a conta final do valor devido pela prestação de serviços de reestruturação de uma empresa familiar de comércio combustíveis que envolveu consultadoria de gestão, planeamento estratégico, apoio e formalização das respetivas operações de arrendamento e fornecimento de combustíveis”.

“Este trabalho”, acrescentou, “demorou mais de dois anos e foi responsável por sensivelmente metade do volume de negócios de 2022”.

O chefe do Executivo esclareceu que 2022 e 2023 “foram também os anos com maior incidência de auditorias na área de proteção de dados a clientes pontuais que se queriam adaptar ao Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados adaptar (RGPD)”, como foi “o caso de um grupo de comunicação social, uma fábrica de equipamentos industriais e uma empresa de transporte de mercadorias”.

O grupo de comunicação social é Cofina, agora designado de Media Livre, que detém o Correio da Manhã, tal como já tinha adiantado ao mesmo jornal.

Já em relação às “empresas âncora e com necessidade de acompanhamento permanente” por parte da Spinumviva, o primeiro-ministro elencou os seguintes clientes, mas sem mencionar nomes: “Uma empresa de retalho com 2.000 funcionários com lojas físicas e online; uma empresa que gere unidades hoteleiras e um negocio físico e online com cerca de 500 mil clientes e 1.200 funcionários; um estabelecimento de ensino privado sem contrato com o Estado com mais de 1.200 alunos; um grupo de farmácias; um grupo industrial no ramo do aço com centenas de fornecedores e cliente”.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, questionou o primeiro-ministro se a sociedade prestou serviços ao grupo Solverde de hotéis e casinos, com sede Espinho, do distrito de Aveiro, conselho donde é natural Luís Montenegro, e o chefe do Executivo consentiu com a cabeça.

No entanto, aquando da resposta às questões, o primeiro-ministro explicou porque não pode e não deve divulgar o nome do cliente: “Sou amigo pessoal dos acionistas dessa empresa, impondo-me a mim mesmo restrições e assim farei”.

Quanto ao destino dos lucros, que não têm sido distribuídos, “por decisão do fundador da empresa”, ou seja, do próprio Montenegro, e “não havendo necessidades financeiras dos sócios” – filhos e mulher –, “os lucros estão totalmente destinados ao investimento”.

“E temos dois objetivos: a eventual construção de uma adega e unidade turística no Douro e um investimento numa startup tecnológica”, indicou.

Sobre a transmissão da sua quota à mulher, Montenegro afirmou que “é perfeitamente legal”. De salientar que, aos olhos da lei, o primeiro-ministro continua a ser dono da sociedade uma vez que é casado em regime de comunhão de bens. Sobre esta matéria, o chefe do Executivo foi taxativo: “Nada me impede de deter participações sociais. Na minha declaração à Entidade para a Transparência dou conta da cotitularidade por força do nosso regime de casamento”, sublinha.

Questionado pelo líder e deputado do Chega, André Ventura, sobre a razão de ainda constar o telefone do primeiro-ministro nos dados da Spinumviva, Montenegro atirou: “O telefone é o meu porque é o que consta do registo inicial”.

Três perguntas do PS que ficaram por responder

Por responder ficaram dúvidas, lançadas pela líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, sobre se a Spinumviva prestou “serviços jurídicos de consultoria em matéria de proteção de dados por uma sociedade que não tem esse objeto, ao arrepio da lei dos atos próprios dos advogados vigente à data da prática dos atos”.

Leitão questionou, já perto do final do debate, se Montenegro estava “em condições de esclarecer sobre o cumprimento das obrigações declarativas, que aprovou o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, que determina que ‘a declaração também deve incluir os atos e atividades suscetíveis de gerar incompatibilidades e impedimentos, que compreende a identificação dos atos que geram, direta ou indiretamente, pagamentos, incluindo identificação das pessoas coletivas públicas e privadas a quem foram prestados os serviços'”.

Por fim, o PS perguntou se primeiro-ministro podia afirmar que cumpriu com as obrigações declarativas, “designadamente no quadro do regime jurídico de transparência fiscal que se aplica às sociedades profissionais de advogados, tendo em conta que que há sinais de ter ocorrido a prática de atos de consultoria jurídica”.

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Novo estádio municipal de Famalicão vai ser construído por privados

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2025

O estádio, com lotação de cerca de 10 mil lugares, vai ter um período de concessão de 53 anos (três no máximo para a construção e 50 para a exploração).

A construção do novo Estádio Municipal de Vila Nova de Famalicão será assegurada por privados, sem envolver qualquer financiamento camarário. Em comunicado, esta sexta-feira, a câmara do distrito de Braga refere que nos próximos dias será aberto o concurso público internacional para a conceção, construção e exploração do futuro Estádio Municipal de Famalicão – Complexo Desportivo e Empresarial.

O município sublinha que a estratégia é concessionar os terrenos e a edificação, “desafiando promotores privados a olharem para a área onde estão implantados o [atual] Estádio Municipal e o campo de treinos e a desenvolverem uma proposta que inclua, obrigatoriamente, a construção do novo estádio”.

Para o executivo liderado pelo social-democrata Mário Passos, aquela estratégia é a “que está em melhores condições de colocar a obra no terreno, sem envolver financiamento municipal e sem hipotecar o futuro das gerações vindouras”.

Os investidores e promotores interessados disporão de um terreno com uma área total máxima de construção de cerca de 85 mil metros quadrados, onde deverá ser obrigatoriamente construído o estádio municipal, um parque de estacionamento e uma área reservada para a construção de um espaço multifuncional.

Segundo o projeto, apresentado esta sexta, o estádio, que contará com quatro bancadas cobertas, deverá ter uma área mínima de construção de 19.900 metros quadrados e uma lotação de cerca de 10 mil lugares. Esta área de construção obrigatória poderá ser complementada por um conjunto de construções facultativas, nomeadamente a criação de um complexo empresarial para comércio ou serviços e de uma outra área destinada a estacionamento.

Mário Passos adiantou ainda que em causa está um período de concessão de 53 anos (três no máximo para a construção e 50 para a exploração). Citado no comunicado, o presidente da SAD do FC Famalicão, Miguel Ribeiro, disse acreditar que este “é um projeto que poderá ser de referência e replicado pelo mundo fora, porque não representa apenas um estádio para se jogar de 15 em 15 dias”.

“Pelo que aqui foi apresentado, o estádio e tudo o que o rodeia poderá ser criador de uma nova centralidade para Famalicão, porque o que se pretende é que toda a sua envolvência tenha a capacidade de ser usufruída sete dias por semana”, referiu.

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Parlamento chumba (sem surpresa) moção de censura ao Governo

Todos os partidos votaram contra a moção à exceção do Chega e do deputado não inscrito Miguel Arruda, que votaram a favor, bem como do PCP, que se absteve.

A moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega foi chumbada esta sexta-feira, com os votos contra de todos os partidos à exceção do proponente e do deputado não inscrito Miguel Arruda, que votaram favoravelmente, e do PCP, que se absteve.

Intitulada “Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave”, a moção não vingou, tal como os partidos já tinham sinalizado.

A primeira moção ao Governo de Montenegro foi justificada pelo Chega pelas notícias de que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, foi sócio da empresa Spinumviva até junho de 2022 e que pertence agora à mulher e aos filhos. O Chega levantou questões sobre eventuais negócios imobiliários da empresa e potenciais conflitos de interesses com a nova lei dos solos, que ainda está em tramitação no Parlamento.

Num primeiro momento, Montenegro afastou qualquer conflito de interesses, alegando que tinha vendido a sua quota à mulher e aos filhos em 2022, quando assumiu a liderança do PSD. Mas uma notícia posterior do Correio da Manhã veio dar conta que essa transição é considerada nula aos olhos da lei, uma vez que o primeiro-ministro é casado em comunhão de adquiridos com a mulher.

Durante a cimeira no Brasil, que terminou esta quinta-feira, o chefe do Executivo indicou que iria esclarecer tudo durante o debate da moção de censura apresentada pelo Chega.

Luís Montenegro garantiu esta sexta-feira que todos os negócios da Spinumviva estão fora do ramo imobiliário e afastou qualquer potencial conflito de interesses com a nova lei dos solos. O chefe do Executivo confirmou que a sociedade prestou serviços ao grupo de comunicação social Cofina, que detinha o Correio da Manhã, – como já tinha adiantado a este jornal – e depois admitiu também uma relação com o grupo de hotéis e casino Solverde, com sede em Espinho, terra natal de Montenegro.

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Já estão disponíveis os formulários para novos residentes se inscreverem no regime fiscal

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2025

As inscrições podem ser feitas, excecionalmente em 2025, até 15 de março no Portal das Finanças,

Os formulários que permitem aos trabalhadores estrangeiros ou não residentes em Portugal nos últimos cinco anos beneficiar do novo incentivo fiscal à investigação científica e inovação (IFICI) já estão disponíveis, podendo a inscrição ser feita no Portal das Finanças.

O despacho com o modelo e as instruções de preenchimento dos formulários consta de um despacho do Ministério das Finanças, agora publicado em Diário da República, podendo as inscrições ser feitas, excecionalmente em 2025, até 15 de março.

“Os sujeitos passivos registados na AT como residentes em território português devem solicitar a sua inscrição para efeitos do IFICI até 15 de janeiro do ano seguinte àquele em que se torne fiscalmente residente em Portugal. Excecionalmente, em 2025, aquele prazo é até 15 de março”, lê-se no diploma.

Os pedidos de inscrição são feitos no Portal das Finanças, sendo a verificação do cumprimento dos requisitos efetuada pela AT, Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Agência Nacional de Inovação ou Startup Portugal, em função dos requisitos relativos ao requerente e à sua atividade.

É necessário não ter sido residente fiscal em Portugal nos cinco anos anteriores à inscrição no IFICI para se poder beneficiar deste regime, pelo que, tal como sucedia com o RNH, os emigrantes que tenham saído de Portugal (e mudado a residência fiscal) há mais de cinco anos, são elegíveis.

O regime fiscal do IFICI permite aos profissionais abrangidos pagarem uma taxa de IRS de 20% sobre rendimentos de trabalho dependente e independente (categorias A e B), contemplando isenções em outros rendimentos como mais-valias, por exemplo.

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Lítio: Associação sem informação do tribunal para reinício da prospeção em Boticas

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2025

O presidente da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso frisou que quem "decide é a juíza" e não o "Estado ou a empresa", depois da Savannah anunciou que pode retomar de imediato a prospeção.

O presidente da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB) disse esta sexta-feira desconhecer qualquer decisão por parte do tribunal, depois de a Savannah anunciar que pode retomar a prospeção de lítio em Boticas.

A Savannah Resources anunciou que pode retomar de imediato a prospeção de lítio na zona de Covas do Barroso, concelho de Boticas, distrito de Vila Real, depois de uma providência cautelar ter suspendido os trabalhos durante duas semanas. “Neste momento não temos conhecimento de nada. Estamos tranquilos e serenos a aguardar que nos seja comunicada uma decisão do tribunal, mas até ao momento não temos qualquer notificação, nem do tribunal nem de ninguém”, afirmou Nelson Gomes à agência Lusa.

Relativamente ao reinício dos trabalhos, o responsável frisou que quem “decide é a juíza” e não o “Estado ou a empresa”. A providência cautelar foi interposta por proprietários de terrenos contra a servidão administrativa emitida pelo Ministério do Ambiente e deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela.

A Savannah explicou que os trabalhos podem ser reiniciados depois da emissão de uma “resolução fundamentada” pelo Estado português em resposta à providência cautelar. Segundo a empresa, na argumentação apresentada, o Estado considera “que qualquer adiamento da execução do ato administrativo impugnado judicialmente é mais oneroso e gravemente prejudicial ao interesse público, devendo ser mantida a sua plena eficácia”.

A Savannah referiu que a decisão tem efeito imediato e que planeia voltar aos trabalhos no terreno nos próximos dias. “A emissão desta resolução fundamentada é algo que já esperávamos por ser a sequência lógica definida na lei. Sabemos que todo o nosso trabalho, que tem sido feito sob elevado escrutínio, está a ser bem feito”, afirmou, citado num comunicado enviado à imprensa, Emanuel Proença, presidente executivo (CEO) da Savannah.

A Savannah disse que “a resolução fundamentada reitera a confiança do Estado português no projeto lítio do Barroso” e citou um documento assinado pela ministra Maria da Graça Carvalho: “A suspensão acarreta[ria] um atraso que resulta[ria] numa dilação na implementação do projeto e compromete[ria] no aprovisionamento seguro e sustentável desta matéria-prima estratégica para a transição energética e no contributo que toda a cadeia de valor das baterias, incluindo a reciclagem, terá para o desenvolvimento económico regional e nacional”.

Em resposta a um pedido de esclarecimentos da agência Lusa, o ministério apenas respondeu “trata-se de um procedimento habitual, no âmbito de providências cautelares relativas a atos administrativos do Ministério do Ambiente e Energia”.

A secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, entretanto exonerada, emitiu um despacho, publicado a 06 de dezembro em Diário da República, que autoriza a constituição de servidão administrativa, pelo prazo de um ano, o que permite à empresa Savannah aceder a terrenos privados para a prospeção de lítio.

Esta decisão foi contestada por proprietários afetados e autarcas. Após o anúncio da servidão administrativa, em dezembro, a empresa Savannah Resources anunciou poder “retomar o trabalho de campo e as perfurações necessárias” para o estudo definitivo (DFS) e o processo de conformidade ambiental do projeto lítio do Barroso, prevendo concluir estas etapas em 2025.

A empresa prevê iniciar a produção em 2027. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em maio de 2023.

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Guia Michelin lança podcast “Oui, Cheffes!” para celebrar o talento feminino

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 21 Fevereiro 2025

O Guia MICHELIN deu mais um passo na promoção da diversidade e da igualdade no setor gastronómico e hoteleiro com o lançamento do seu primeiro podcast, "Oui, Cheffes!".

Este novo podcast vem prestar homenagem às mulheres que marcam a diferença na alta cozinha e na hotelaria, proporcionando-lhes uma plataforma para partilharem as suas experiências e desafios profissionais.

Diante dos desafios persistentes em torno da representatividade feminina neste universo, o Guia MICHELIN reforça o seu compromisso em impulsionar a mudança. Segundo Gwendal Poullennec, Diretor Internacional do Guia MICHELIN, “conscientes da nossa responsabilidade, esperamos que este primeiro podcast faça incidir a luz sobre o talento feminino na gastronomia e na hotelaria. Ainda que possa tratar-se de uma iniciativa modesta, o nosso objetivo é inspirar a próxima geração, encorajar novos rumos profissionais e desafiar os estereótipos de género que continuam a prevalecer na indústria”.

Cinco episódios, cinco histórias inspiradoras
A primeira temporada de “Oui, Cheffes!” contará com cinco episódios, cada um com 10 a 15 minutos de duração, onde se destacam os percursos de cinco mulheres influentes na gastronomia e na hotelaria:

Anne-Sophie Pic (Maison Pic, Valence) – A única chef francesa a liderar um restaurante com três Estrelas MICHELIN e uma das mais influentes no panorama da alta gastronomia mundial.
Nadia Sammut (Auberge La Fenière) – Chef e empresária que defende uma gastronomia inclusiva e sustentável.
Blanche Loiseau (Restaurante Bernard Loiseau) – Responsável pelo desenvolvimento do Grupo Bernard Loiseau, dando continuidade ao legado familiar.
Georgiana Viou (Rouge, Nîmes) – Chef autodidata cujas influências multiculturais se refletem na sua abordagem única à cozinha.
Sarah Benahmed (La Table du Lausanne Palace) – Diretora de sala galardoada duas vezes com o Prémio MICHELIN para o Serviço, referência na excelência da hospitalidade.

Uma voz ativa na mudança do setor
Com mais de seis milhões de seguidores nas redes sociais e 70 milhões de visitantes únicos no seu site, o Guia MICHELIN não só continua a reconhecer a excelência gastronómica, mas também se afirma como uma voz ativa na transformação do setor. O lançamento de “Oui, Cheffes!” insere-se nesse compromisso, ampliando a visibilidade de mulheres que, com talento e determinação, moldam o futuro da gastronomia e da hotelaria, não apenas em França, mas além-fronteiras. Os episódios serão lançados quinzenalmente, a cada duas sextas-feiras, e estarão disponíveis em diversas plataformas de streaming, incluindo Spotify, Apple Podcasts, Deezer, Amazon Music e Castbox, além do site oficial do Guia MICHELIN. O podcast será transmitido em francês, mantendo a identidade cultural do projeto.

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Lipor alerta que “país está a perder uma grande oportunidade de reindustrializar-se”

Vários especialistas participaram na conferência ECO Cidade, em Matosinhos, onde defenderam que os resíduos podem ser reaproveitados para a indústria e gerar valor acrescentado.

Atualmente, 57% dos resíduos urbanos produzidos em território continental português acabam em aterros. O CEO da Lipor considera que “Portugal está a perder uma grande oportunidade de se reindustrializar” e que o país “deve olhar para os resíduos como uma matéria-prima”.

“Portugal está a perder, nesses 60% de resíduos que coloca em aterro, uma grande oportunidade de se reindustrializar e de se tornar um país onde a indústria regresse para criar emprego e valor”, afirma Fernando Leite, CEO da Associação de Municípios para a Gestão Sustentável de Resíduos do Grande Porto (Lipor).

O líder da Lipor não tem dúvidas que o “resíduo já é um recurso” e que “pode ser uma matéria-prima para ser utilizada pela indústria como substituto de matérias-primas naturais”, refere durante a segunda conferência ECO Cidade que aconteceu esta sexta-feira, em Matosinhos.

Portugal está a perder, nesses 60% de resíduos que coloca em aterro, uma grande oportunidade de se reindustrializar.

Fernando Leite

CEO da Associação de Municípios para a Gestão Sustentável de Resíduos do Grande Porto (Lipor)

O líder da Lipor recorda que a taxa de circularidade de materiais reciclagens entre os países da União Europeia é de 11,7%, enquanto em Portugal esse valor é de apenas 2,6%. “Os materiais da reciclagem têm que ganhar valor quando é reutilizado pela indústria e usado como matéria-prima”.

Resíduos devem ser valorizados

Miguel Pinto, vice-presidente da Associação Empresarial de Portugal e diretor-geral da Continental Advanced Antenna, corrobora a ideia do CEO da Lipor e realça que “a gestão de resíduos pode ter uma valorização positiva”.

O líder da Continental Advanced Antenna Portugal exemplifica que a empresa “recebe dinheiro pelos resíduos que entrega”. No entanto, apesar de considerar que o tecido empresarial “está fazer o caminho”, reconhece que “há necessidade de investimento”. “A transição climática tem que ser feita em parceria com as empresas”, conclui o gestor.

Emídio Sousa, secretário de Estado do Ambiente, recorda que as regras da União Europeia tornaram obrigatória a recolha de resíduos seletivos e limitam a deposição em aterro a 10% do total de resíduos urbanos produzidos”. Neste momento, em Portugal “vão para aterro 56%” e “temos que chegar aos 10% até 2035”.

Ana Isabel Trigo Morais (CEO da Sociedade Ponto Verde), Fernando Leite (CEO da Lipor), Maria Manuela de Carvalho Álvares (vereadora da Câmara Municipal de Matosinhos), Miguel Pinto (vice-presidente da Associação Empresarial de Portugal) e Luísa Magalhães (diretora executiva da SmartWaste) durante a conferência ECO Cidade.Ricardo Castelo

Perante os números, o secretário de Estado do Ambiente afirma que urge “mudar o comportamento dos cidadãos e das entidades responsáveis pela gestão dos resíduos”.

Para além dessa mudança comportamental, Emídio Sousa, antigo autarca de Santa Maria da Feira, defende que “quando um produto chega ao fim do ciclo de vida não deve ir parar ao aterro, mas sim decomposto de forma a tirar o máximo proveito possível desses materiais que podem ter uma nova vida”.

Fernando Leite sublinha ainda que os resíduos têxteis são um problema”. No entanto, salvaguarda que o país deve olhar para os resíduos de uma das indústrias mais poluidores “não só como uma despesa, mas também com uma fonte de receita”.

A CEO da Sociedade Ponto Verde recorda que “Portugal está a enterrar 35 milhões de euros em embalagens que não vão para a reciclagem”. Ana Isabel Trigo Morais considera que “os municípios são imprescindíveis para incentivar a reciclagem de embalagens”.

De acordo com os objetivos definidos pela União Europeia, os estados-membros devem reciclar cerca de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado até ao final deste ano. A líder da Sociedade Ponto Verde constata que “Portugal está aquém dessa meta”.

O Governo previu inicialmente que, até 2030, exista uma necessidade de investimento total no setor dos resíduos de cerca de 475 milhões de euros, que se destina sobretudo a aumentar a capacidade de tratamento e a fazer a reconversão de instalações.

Para a vereadora da Câmara Municipal de Matosinhos este valor é “uma gota de água no oceano no financiamento que precisamos”. No entanto, Maria Manuela de Carvalho Álvares ressalvou que o Ministro da Coesão já reconheceu que o valor é insuficiente e estimou investimentos necessários em 3,7 mil milhões de euros.

Em entrevista ao ECO, presidente da Câmara de Matosinhos referiu que “há municípios que não têm condições para aplicar o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030″. Luísa Salgueiro entende que o Governo deve financiar os municípios para que possam cumprir a diretiva europeia que, desde 1 de janeiro deste ano, os obriga à recolha seletiva de resíduos perigosos, têxteis, mobiliário e objetos volumosos.

Carlos Mouta, vice presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e vereador da mobilidade, realça que tem sido “alocada uma verba cada vez maior à gestão de resíduos“, mas que a crise “climática é um problema que toca a todos”.

Inteligência artificial pode ser um aliado na gestão de resíduos

A diretora executiva da Smart Waste Portugal considera que a digitalização dos dados e inteligência artificial podem ser ferramentas cruciais na gestão de resíduos. Luísa Magalhães considera que a digitalização é uma “forma de evitar que alguns resíduos vão parar aos aterros”.

Luísa Magalhães, Diretora Executiva da SmartWasteRicardo Castelo

Fundada em 2015, a Smart Waste Portugal tem um marketplace online para resíduos e subprodutos, uma forma de promover a aceleração das taxas de reutilização e reciclagem dos diferentes fluxos de materiais.

A legislação europeia é muito dispersa. Espero que em 2030 a questão dos resíduos seja mais desburocratizada.

Luísa Magalhães

Diretora executiva da SmartWaste

A diretora executiva da Smart Waste considera que a “legislação europeia muito dispersa” é outro dos problemas que o setor enfrenta, esperando que em “2030 a questão dos resíduos seja mais desburocratizada”.

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O Tsunami de Lesões; Sporting e Benfica afetados no meio-campo

Já o FC Porto vai medir forças esta segunda-feira com o Vitória SC no Dragão. Os leões não têm disponível qualquer médio de raiz da equipa principal para enfrentar o AVS SAD.

Normalmente os tsunamis aparecem depois de sismos. Contudo, antes do tremor de terra esta semana em Lisboa, já o Benfica e o Sporting haviam sido invadidos por uma grande onda de lesões. A situação atingiu tais níveis que os leões não têm disponível qualquer médio de raiz da equipa principal para enfrentar o AVS SAD e o Benfica também sente efeitos nessa área, a pensar no Boavista.

Já o FC Porto vai medir forças esta segunda-feira com o Vitória SC no Dragão, após ter sido eliminado da Europa League. A Primeira Liga é agora a única competição no horizonte dos azuis e brancos.

Quanto à última jornada, os principais destaques foram: a vitória do Benfica sobre o Santa Clara nos Açores graças a golo de Bruma (1-0); o empate do Sporting com o Arouca em Alvalade (2-2) e o triunfo do FC Porto ao Farense (1-0).

Já o Vitória SC e o Braga jogaram mais um Dérbi do Minho, numa partida sem golos. O Gil Vicente perdeu 2-0 com o Famalicão e Bruno Pinheiro deixou o comando técnico. Fora das quatro linhas, também há que destacar a morte de Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto.

Benfica x Boavista: Dois lados diferente da mesma moeda

Uma das maiores preocupações do Benfica é o meio-campo. Frente ao Boavista, Bruno Lage não vai pode contar com Florentino Luís, Manu Silva, Renato Sanches (lesões) e Leandro Barreiro (castigado). Orkun Kokçu está disponível depois de ter saído com queixas físicas no último jogo e Fredrik Aursnes será reavaliado, dado também o regresso de lesão e os muitos minutos nas pernas.

A confirmação foi dada pelo técnico das águias. Posto isto, espera-se um 11 inicial de maior rotação, face também às opções disponíveis.

No geral, o Benfica e o Boavista são dois lados diferentes da mesma moeda Primeira Liga: um com três vitórias consecutivas no 2.º lugar a lutar pelo título e o outro com sete derrotas seguidas no último lugar, não vencendo desde o dia 2 de novembro.

Depois de na primeira metade da época Cristiano Bacci tentar o seu máximo com um plantel super limitado, o técnico italiano colocou o lugar à disposição e veio agora Lito Vidigal e 10 reforços. Alguns deles, nomes sonantes.

Tomas Vaclik, Steven Vitória, Layvin Kurzawa, Osman Kakay, Sidoine Fogning, Vitalii Lystov, Marco van Ginkel, Moussa Koné, Gboly Ariybi e Abdoulay Diaby são os reforços do Boavista. Na estreia de Lito Vidigal e os “Vingadores”, Sidoine Fogning, Marco van Ginkel, Kurzawa e Steven Vitória foram os únicos utilizados e o Boavista perdeu com o Estrela Amadora por 1-0. Falta ainda haver várias estreias e pode acontecer no Estádio da Luz diante o Benfica.

Nesta fase do campeonato, as águias só pensam na vitória, ainda mais a dois pontos do líder Sporting que escorregou com o Arouca na última jornada.

AVS SAD x Sporting: Contrata-se médios

O Sporting parece estar amaldiçoado, não há explicação. Nos últimos 5 jogos, os leões tiveram 6 lesões na primeira parte: João Simões e Hjulmand (Dortmund), Daniel Bragança e St. Juste (Arouca), João Simões novamente (FC Porto) e Geny Catamo (Farense). De acordo com a imprensa nacional, Morten Hjulmand tem uma suspeita de entorse no tornozelo esquerdo após magoar-se sozinho aos 15 minutos e João Simões pode falhar o resto da temporada. Sem também estes dois, o Sporting não tem qualquer médio de raiz da equipa principal para jogar com o AVS SAD. A aposta terá de passar por Zeno Debast a médio – algo já visto várias vezes com Rui Borges – e/ou elementos da formação.

No universo AVS SAD, o treinador Daniel Ramos não resistiu à crise de resultados: levavam apenas uma vitória nos últimos 11 jogos. No seu período, o técnico estreou-se ao ser eliminado da Taça de Portugal pelo Lusitano Évora, perdeu com o Braga na Primeira Liga e depois empatou cinco jogos seguidos, incluindo com o Benfica e Casa Pia.

Após essa série, foi derrotado pelo Nacional, ganhou o seu único jogo (nesse período) ao Gil Vicente e perdeu mais dois com o Vitória SC e Santa Clara. Rui Ferreira é o novo treinador do AVS SAD e estreou-se com empate fora com o Rio Ave (1-1).

FC Porto x Vitória SC: Dragão foca na Primeira Liga

O FC Porto sofreu a 10.ª derrota da temporada frente à AS Roma no jogo 37 e é o pior registo desde 2001/2002 (10D em 35J). Apesar disso, foi a primeira vez que Martín Anselmi perdeu no comando técnico dos dragões. Tirando este resultado, o argentino ganhou dois jogos (Farense e Maccabi Tel Aviv) e empatou três (Rio Ave; Sporting e AS Roma no Dragão).

No fundo, o plantel é curto e limitado, quer na segurança defensiva, construção ofensiva e soluções a partir do banco. Martín Anselmi terá de fazer limonada sem quase ter limões e é preciso reconhecer as dificuldades, procurando ainda assim o melhor possível. Sem a Europa League, os dragões podem agora focar-se apenas e somente na Primeira Liga.

Em relação ao Vitória SC, o conjunto de Guimarães está muito longe do nível apresentado no início da temporada. Desde que saiu Rui Borges no final de dezembro, o Vitória SC teve dois treinadores (Daniel Sousa e agora Luís Freire) e apenas venceu um jogo, tendo ainda sido eliminado na Taça de Portugal.

Com Luís Freire no comando, os vitorianos ganharam o tal desafio (2-0 ao AVS SAD) e levam agora dois empates consecutivos – o último frente ao Braga em mais um dérbi do Minho. O próximo desafio é no Dragão, contra o FC Porto.

O Vitória SC soube também esta sexta-feira que vai enfrentar o Real Betis nos oitavos-de-final da Conference League, após ter terminado a fase de liga da prova sem qualquer derrota no 2.º lugar com 14 pontos. À frente, apenas ficou o Chelsea.

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BCE vai ser mais rigoroso na aceitação de ativos como garantia de empréstimos

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2025

O BCE disse que vai alterar a utilização das notações de crédito de agências externas e utilizar a segunda melhor notação de crédito em vez da primeira para aceitar os ativos do setor privado.

O Banco Central Europeu (BCE) irá ser mais rigoroso na aceitação de ativos do setor privado como garantia para empréstimos aos bancos, tendo decidido acolher mais agências de notação de crédito, anunciou esta sexta-feira.

O BCE disse que vai alterar a utilização das notações de crédito de agências externas e utilizar a segunda melhor notação de crédito em vez da primeira para aceitar os ativos do setor privado que os bancos apresentam como garantia para empréstimos.

Em caso de diferenças nas notações de crédito de um ativo, o BCE tem aceitado até agora a melhor notação, mas pretende começar a acolher a segunda melhor, pelo que os critérios são mais rigorosos, segundo a agência Efe. O BCE tomou esta decisão porque passou a aceitar as avaliações de mais agências de medição do risco.

A alteração não entrará em vigor antes de 18 meses a partir desta sexta, para permitir a implementação técnica. No que respeita aos ativos emitidos ou garantidos pelo setor público da zona euro, o BCE continuará a aceitar a primeira melhor notação.

Os bancos apresentam geralmente como garantia ativos do setor privado, tais como obrigações bancárias sem garantia, obrigações bancárias com garantia e ativos emitidos por empresas. A alteração será também aplicável a ativos do setor público não pertencentes à zona euro.

O BCE aplicará uma descida de um nível na notação de um ativo se este for avaliado apenas por uma agência, não podendo ser aplicada a escolha da segunda melhor notação.

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Há três grandes aviões abandonados nos aeroportos portugueses

No Porto e em Faro estão um Boeing e dois Airbus abandonados pelos proprietários. Legislação vai facilitar a sua remoção.

Nos aeroportos portugueses estão abandonadas três aeronaves de grandes dimensões: um Boeing 727, que pertenceu ao antigo vice-presidente da República Democrática do Congo, e dois Airbus A319, que chegaram a ser operados pela White Airways.

A informação do número de aviões foi confirmada ao ECO pela ANA, que não quis, no entanto, avançar mais informação sobre os detentores das aeronaves.

O caso do Boeing 727 estacionado desde 2007 no aeroporto de Faro é há muito conhecido. A aeronave, que entrou em operação em 1965 ao serviço da Lufthansa, pertenceu a Jean-Pierre Bemba, antigo vice-presidente da República Democrática do Congo, tendo sido apreendido a pedido do procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, que o acusou de crimes de guerra. Além do avião, foram apreendidas uma casa na Quinta do Lago, dois carros topo de gama e um iate, segundo noticiou na altura o Público.

O Boeing 727 que pertenceu ao antigo vice-presidente da República Democrática do Congo, Jean-Pierre Bemba, está estacionado no aeroporto de Faro desde 2007.

Bemba foi detido em 2008 e esteve preso durante dez anos. Após ser libertado voltou à República Democrática do Congo, tendo sido nomeado em 2023 como vice-primeiro-ministro pelo Presidente Félix Tshisekedi. É atualmente ministro dos Transportes.

Os dois Airbus A319 estão estacionados no aeroporto Francisco Sá Carneiro e são mais recentes. Segundo apurou o ECO, chegaram a ser operados pela companhia de voos charter portuguesa White Airways em regime de ACMI, um contrato de locação que além da aeronave inclui tripulação, manutenção e seguros.

A concessionária fez chegar ao Governo a sua preocupação com este tipo de casos, que além de ocuparem espaço na pista representam um problema ambiental. Segundo noticiaram esta sexta o Jornal de Negócios e o Público, o Executivo pretende avançar com uma alteração ao quadro jurídico da concessão de serviço público aeroportuário à ANA, que dará a possibilidade à concessionária de remover os aviões.

Uma aeronave que esteja parada “ininterruptamente” durante mais de 90 dias além do que estava estipulado ou tenha em dívida “uma taxa correspondente a 30 dias de utilização” poderá ser considerada como estando estacionada indevidamente. O responsável pelo avião tem 60 dias para o remover.

Se isso não acontecer, a aeronave pode ser considerada abandonada e a ANA “decide provisoriamente pela suscetibilidade de perda a favor do Estado”, mais concretamente para a Autoridade Tributária.

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Presidente da câmara de Amarante renuncia ao cargo para liderar Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa

A poucos meses das eleições autárquicas, o presidente da câmara de Amarante renuncia ao cargo para assumir a presidência da Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa.

O presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar, anunciou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, a renúncia ao mandato para assumir, a partir de segunda-feira, a liderança da Unidade Local de Saúde (ULS) do Tâmega e Sousa, a convite do Governo. Ficará o seu número dois, Jorge Ricardo, a assumir a liderança do município até às eleições autárquicas, que acontecem entre setembro e outubro deste ano.

A decisão, que o autarca admite ter sido “difícil” de tomar, será formalizada na reunião extraordinária do Executivo municipal que está convocada para o próximo domingo. “Convoquei, com caráter de urgência, para o próximo domingo, dia 23 de fevereiro, uma reunião extraordinária do Executivo, onde irei apresentar a renúncia ao mandato de Presidente da Câmara Municipal de Amarante”, avançou aos jornalistas.

Aceitei [o convite do Governo] muito motivado, porque acredito que poderei resolver alguns problemas que poderão haver.

José Luís Gaspar

Presidente da Câmara Municipal de Amarante

José Luís Gaspar foi nomeado, esta quinta-feira, pelo Conselho de Ministros para a presidência do Conselho de Administração da ULS de Saúde do Tâmega e Sousa, por um mandato de três anos. Tem como vogais Carmen Filipa Ribeiro Dias Carneiro, Sónia Manuela Rodrigues Moreira, Jorge Luciano Leite Monteiro, Valentina Alexandra Maia Borges e Pedro Dinis Silva Mendes.

Aceitei [o convite do Governo] muito motivado, porque acredito que poderei resolver alguns problemas que poderão haver“, assinalou o ainda autarca, escusando-se a adiantar mais pormenores.

“A partir de segunda-feira haverá um novo Conselho de Administração que terei o orgulho de presidir”, frisou, notando: “Entendo que é hora de olhar para uma ULS que tem muito potencial num território grande com muitas pessoas e convém estar focado na resolução de problemas.” O autarca referia-se à necessidade de otimizar a qualidade dos serviços de saúde prestados aos utentes.

Presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar

“Com uma militância de mais de 30 anos [no PSD] e uma experiência executiva na área da saúde”, José Luís Gaspar acredita que poderá “fazer a diferença”. Mas mais do que falar sobre o grande desafio que vai assumir segunda-feira, o ainda autarca aproveitou a oportunidade para fazer um balanço dos últimos 12 anos à frente do município.

Admitiu, contudo, que “ainda falta fazer muita coisa” pelos amarantinos e que estão em cima da mesa projetos para captar investimento privado e fixar mais população, atraindo talento.

“Quando iniciámos este caminho, em 2013, comprometemo-nos com um projeto de desenvolvimento para Amarante, e hoje podemos olhar para trás com orgulho pelo trabalho realizado”, sublinhou. Entre os seus principais feitos, José Luís Gaspar elencou a melhoria das acessibilidades, a requalificação de várias infraestruturas e o desenvolvimento de projetos ambientais e culturais.

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