PS quer explicações sobre Spinumviva até às eleições. E deixa em aberto nova CPI

"Já sei o suficiente para fazer um juízo negativo sobre o primeiro-ministro", afirmou Pedro Nuno Santos. Em reação, Rui Rocha considera "indesculpável" este volte-face que teria poupado uma crise.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, já admite deixar cair um novo pedido de comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso Spinumviva, da empresa da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro, iniciativa que motivou precisamente a moção de confiança apresentada pelo Governo que levou à sua queda com o chumbo dos socialistas. “Espero não ser necessário. Tenho a expectativa que, até ao final da campanha, consigamos esclarecer o que falta esclarecer”, afirmou esta terça-feira o secretário-geral socialista, durante a 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa. Em reação, o líder da IL, Rui Rocha, considerou “indesculpável” o volte-face do PS face a uma exigência que desencadeou uma crise política.

“Espero não ser necessário. Tenho a expectativa que, até ao final da campanha, consigamos esclarecer o que falta”, sublinhou Pedro Nuno Santos, indicando que, neste momento, já tem a informação necessária para “retirar conclusões”.

“Já sei o suficiente para fazer um juízo negativo sobre a seriedade do primeiro-ministro. Já sabemos o suficiente. Os portugueses já sabem. E, por isso, tudo o resto que ainda se pode vir a saber ou a esclarecer, será importante para fazermos uma avaliação mais completa”, continuou.

O pedido de uma CPI à exclusividade de funções do primeiro-ministro e ao cumprimento das obrigações declarativas de Luís Montenegro foi o que espoletou a moção de confiança do Governo que acabou por ser chumbada pelo PS. Durante o debate da moção, os socialistas insistiram que iriam voltar a solicitar uma comissão parlamentar de inquérito na próxima legislatura, saída eleições de 18 de maio. Mas, agora, Pedro Nuno Santos decidiu recuar.

“Afinal já não é preciso uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) com os mesmos dados que tínhamos ate agora?”, reagiu o líder da IL, Rui Rocha, no encerramento da 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa. De lembrar que os Liberais foram os únicos que votaram ao lado da AD a favor da moção de confiança.

E continuou: “A CPI , que era a o alfa e ómega da descoberta de toda a verdade, agora já não é? O que é que esta gente anda a fazer ao país? Alguém que insiste numa CPI e agora diz que afinal já está absolutamente esclarecido? Isso é indesculpável “.

E depois disparou contra Montenegro por confiar ao PS a continuidade da sua governação: “Como fazer uma moção de confiança que sabe que vai ser chumbada? Quem confia em irresponsáveis é também irresponsável”.

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Tarifas? “Aquilo que temos de fazer depende de nós”, diz administrador do Novobanco

O aumento das tarifas americanas representa uma "dificuldade" para as empresas, mas Portugal deve pensar nas variáveis que consegue controlar.

As tarifas anunciadas por Donald Trump representam uma “dificuldade”, mas Portugal deve concentrar-se nas “variáveis que consegue controlar” para ultrapassar a situação de maior incerteza em relação à economia global, admitiram o presidente da CIP, Armindo Monteiro, e o administrador do Novobanco, Luís Ribeiro.

“Temos uma tendência para sobrevalorizar as variáveis que não controlamos em vez de pensar nas variáveis que conseguimos controlar”, começou por referir Armindo Monteiro na 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa.

“Não desvalorizo a importância do mercado americano, mas não podemos concentrar nos EUA e a política errática todos os nossos problemas”, frisou logo a seguir no painel dedicado ao ‘Financiamento das Empresas.

Para o presidente da CIP, o aumento das tarifas é uma “dificuldade óbvia”, mas o país confronta-se com muitos mais obstáculos. “Temos impostos, legislação, licenciamento, uma administração pública que não está a o serviço das empresas e famílias”, referiu.

Ao seu lado, Luís Ribeiro seguiu a mesma bitola. Admitiu que há empresas que vão ser mais impactadas pelo aumento das tarifas, mas “há um outro mundo” para onde Portugal se deve virar. “Aquilo que temos de fazer depende de nós, perceber onde somos competitivos, manter uma economia aberta e aumentar o peso das exportações”, frisou.

Nesse sentido, destacou o papel dos bancos no apoio às empresas através de linhas de financiamento, operações de trade finance e apoio de tesouraria para ajudá-las a superar o atual momento de maior incerteza.

“Quase pedimos desculpa por falar em criar riqueza”

Armindo Monteiro instou ainda a uma mudança de mentalidade. “Quase pedimos desculpa por falar em empresas e criar riqueza. Falar na palavra lucro, margem, prosperidade é quase uma vergonha”, atirou o presidente da CIP

Sobre o dia a seguir às eleições, elencou três ideias principais – isto depois de criticar programas eleitorais com 300 páginas e que mais se parecem com “listas telefónicas”: “Criar condições para valorizar o salário. Mas isso não é possível sem fazer crescer a economia. E é preciso simplificar o Estado, que muitas vezes serve a sua própria função”, explanou.

O administrador do Novobanco lembrou que os bancos criam valor “não apenas nos juros que pagam nos depósitos”, isto em resposta a uma crítica do líder do PS, que na abertura da conferência questionou se os bancos iriam melhorar a remuneração aos depositantes com a baixa do IRC.

“A qualidade da banca portuguesa assegura o papel que tem no apoio aos portugueses nos seus projetos. Isso cria valor, não apenas nos juros que paga nos depósitos”, disse Luís Ribeiro.

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Luto nacional pela morte do Papa entre os dias 24 e 26 de abril

  • ECO
  • 22 Abril 2025

Sessão comemorativa do 25 de abril deverá manter-se, indicou Marcelo Rebelo de Sousa, que estará no funeral do Papa Francisco, que se realiza este sábado. Luís Montenegro também integra a comitiva.

Portugal deverá cumprir luto nacional pela morte do Papa entre os dias 24 e 26 de abril, adiantou esta terça-feira o Presidente da República, que confirmou que vai marcar presença no funeral, marcado para este sábado. Marcelo Rebelo de Sousa indicou ainda que as comemorações do 25 de abril deverão manter-se.

“O luto nacional vou assiná-lo agora, estou à espera do diploma do Governo, e será, em princípio, do dia 24 ao dia 26, que é o dia do funeral”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à porta da Nunciatura Apostólica da Santa Sé em Lisboa, onde assinou o livro de condolências pela morte do Papa.

O chefe de Estado referiu que este período de luto nacional inclui a data de 25 de Abril – feriado do Dia da Liberdade em Portugal – e acrescentou que “a ideia da Assembleia da República é manter a sessão, começando por um voto de pesar pela morte do Papa Francisco“.

Marcelo Rebelo de Sousa confirmou ainda que a comitiva portuguesa no funeral do Papa contará também com a presença do primeiro-ministro Luís Montenegro, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

O Vaticano divulgou esta terça-feira as primeiras imagens do Papa, no caixão aberto, ladeado por dois guardas suíços na capela da Residência Santa Marta, onde Francisco vivia.

Na foto e no vídeo feitos na noite de segunda-feira, o Papa, que morreu de um acidente vascular cerebral aos 88 anos, está num caixão de madeira forrado com veludo vermelho, a usar uma mitra branca, uma casula púrpura e a segurar um rosário entrelaçado nas mãos.

Os cardeais presentes em Roma reúnem-se esta terça-feira para a sua primeira congregação, o encontro de cardeais após a morte do Papa Francisco, para ultimar os pormenores iniciais, como os preparativos para a trasladação do corpo e a data do funeral, entretanto já agendada para sábado.

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Principais empresas da Zona Euro suspendem investimentos devido à guerra comercial

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

BCE adianta que muitos prestadores de serviços às empresas sinalizaram que os clientes estão a adiar grandes projetos, tendo em conta a atual incerteza relativa às tarifas.

As principais empresas da Zona Euro estão a suspender os investimentos devido à incerteza sobre as tarifas comerciais impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo os resultados dos recentes contactos com o Banco Central Europeu (BCE) divulgados esta terça-feira.

Muitos prestadores de serviços às empresas (incluindo serviços de emprego, TI e consultoria) disseram que os clientes estão a adiar grandes projetos, tendo em conta a atual incerteza em relação, por exemplo, às tarifas“, disse o BCE.

O BCE explicou que os contactos tiveram lugar com representantes de 79 empresas líderes da Zona Euro entre 17 e 26 de março, antes de Trump anunciar novas tarifas em 26 de março e em 02 de abril.

A procura de automóveis de passageiros está a estagnar e permanecerá baixa ou crescerá apenas moderadamente a curto prazo, de acordo com as principais empresas da Zona Euro. No entanto, acrescenta o BCE, a indústria de veículos pesados está a preparar-se para aumentar a produção ainda este ano.

Os produtores de outros equipamentos de transporte têm uma forte produção para poderem cobrir as grandes carteiras de encomendas. Muitas empresas vão esperar para ver o que vai acontecer com as tarifas ou estão céticas quanto à sua introdução ou duração, de acordo com os resultados destes contactos.

As empresas creditam também que as tarifas terão efeitos negativos nos consumidores norte-americanos e que não encorajarão grandes investimentos nos EUA, porque as empresas hesitarão em tomar decisões a longo prazo. “O principal impacto dos anúncios de tarifas até agora foi levar as empresas a suspenderem alguns investimentos e a avaliarem a sua dependência de fatores de produção dos EUA“, segundo o BCE.

As empresas que “reavaliaram as suas perspetivas tendo em conta as tarifas atuais ou previstas esperavam uma redução da atividade e, em geral, preços mais elevados”, adverte a instituição monetária. Quanto ao anúncio do aumento das despesas em defesa na Alemanha e em toda a União Europeia (UE), as empresas esperam que tenha um impacto positivo na atividade económica.

Analistas antecipam nova descida de juros em junho

Por outro lado, os analistas de política monetária esperam que o Banco Central Europeu (BCE) baixe as taxas de juro dos depósitos bancários em 25 pontos base, para 2%, em junho, e as mantenha neste nível até ao início de 2028.

De acordo com um inquérito regular do BCE aos analistas, é previsto o primeiro aumento do preço do dinheiro no segundo trimestre de 2028, para 2,25%.

Na semana passada, o BCE baixou a taxa da facilidade permanente de depósito em 25 pontos base, para 2,25%, porque “o processo de desinflação continua a progredir” e “as perspetivas económicas estão ensombradas por uma incerteza excecional”.

“As perspetivas de crescimento deterioraram-se devido ao aumento das tensões comerciais”, alertou o BCE na semana passada. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 4 e 5 de junho em Frankfurt.

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Lisboa quer seguir Loures com atribuição do nome do Papa Francisco ao Parque Tejo

Carlos Moedas anunciou a intenção de designar o lado lisboeta do parque, que acolheu a Jornada Mundial da Juventude, com o mesmo nome que Loures deu ao espaço de 36,5 hectares que inaugurará em breve.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa pretende renomear o Parque Tejo, na margem direita do Rio Trancão, extremo oriental da capital, com o nome do Papa falecido nesta segunda-feira. Durante a missa de homenagem a Francisco, decorrida na Sé de Lisboa, Carlos Moedas anunciou a pretensão: “em nome dos lisboetas estou aqui para agradecer, e vou levar a reunião de câmara a proposta para que o Parque Tejo, onde ele esteve, seja o Parque Francisco, que tenha esse nome para honrar a sua memória e aqueles seis dias que, de certa forma, não deixaram Lisboa na mesma, deixaram uma Lisboa de esperança”.

A renomeação dos terrenos de Lisboa e Loures onde decorreu a missa campal que fechou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em agosto de 2023 já está decidida do lado de Loures há cerca de dois anos. A 31 de julho de 2023, numa visita ao local realizada pelo então primeiro-ministro, António Costa, na companhia de outros governantes e várias personalidades, entre as quais os autarcas Carlos Moedas e Ricardo Leão (presidente de Loures), já se via, nos terrenos do parque em território de Loures, uma placa com a inscrição “Futuro Parque Papa Francisco – Legado da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023”.

Já em dezembro último, o presidente da câmara de Loures efetuou uma visita, acompanhado de jornalistas e responsáveis pela organização da JMJ, ao terreno de 36,5 hectares que será designado de Parque Papa Francisco. Devia ter sido inaugurado em fevereiro, mas ainda está em fase de finalização de obras.

A ser concretizada a intenção de Carlos Moedas de, em reunião de câmara, renomear o Parque Urbano do Tejo e do Trancão, o qual ocupa atualmente, em toda a extensão, 90 hectares, e assim formar um novo Parque Papa Francisco em Lisboa, o nome do Papa falecido nesta segunda-feira será atribuído a um território de mais de 100 hectares entre a freguesia lisboeta do Parque das Nações e a Bobadela, em Loures.

Parte deste território, entre a zona da antiga lixeira de Beirolas, a leste da Ponte Vasco da Gama, e Bobadela, foi alvo de uma reabilitação dinamizada com o evento que trouxe Francisco a Portugal em agosto de 2023. A obra incluiu uma ponte com 560 metros a unir as duas margens do Rio Trancão, a qual chegou a ser designada pela câmara de Lisboa de Ponte D. Manuel Clemente, posição revertida a pedido do homenageado após o surgimento de uma petição que reuniu mais de 17 mil assinaturas e invocava a laicidade do Estado e casos de pedofilia na Igreja como razão para contestar a atribuição deste nome.

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Taxa Euribor sobe a três, seis e 12 meses

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Esta terça-feira, as taxas Euribor subiram em todos os prazos: a três meses para 2,191%, a seis meses para 2,173% e a 12 meses para 2,128%.

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses face à última sessão, na passada quinta-feira. Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,191%, ficou acima da taxa a seis meses (2,173%) e da taxa a 12 meses (2,128%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu, ao ser fixada em 2,173%, mais 0,019 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,128%, mais 0,024 pontos do que na quinta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, subiu para 2,191%, mais 0,008 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%, como antecipado pelos mercados. A descida foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente do que nos meses anteriores: desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Pedro Nuno Santos é contra nova descida do IRC. “Temos de ter a capacidade de dizer não a apoios para todos”

O líder do PS defende uma política fiscal seletiva com benefícios dirigidos a setores estratégicos e rejeita a tese da AD de que uma redução do imposto vai colocar a economia a crescer.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, mantém o braço de ferro em relação à descida transversal do IRC, uma das bandeiras do programa eleitoral da AD, coligação que junta PSD e CDS, para as legislativas de 18 de maio. Se há um ano deixou passar a redução de um ponto percentual da taxa estatutária, que caiu de 21% para 20%, agora não será certo que volte a repetir a cedência, caso Luís Montenegro vença as eleições sem uma maioria confortável e precise da mão dos socialistas.

“Temos de ter a capacidade de dizer não. Há apoios para toda a gente e depois os apoios são pequenos e temos menos recursos que os nossos parceiros europeus”, defendeu esta terça-feira, numa intervenção durante a 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa.

O líder do PS prefere apostar numa política de apoios seletivos para determinados setores estratégicos para a economia portuguesa, assente em benefícios fiscais dirigidos a empresas que reinvistam os lucros em investigação e desenvolvimento e em aumentos salariais. E deu o exemplo da Holanda, “uma economia liberal até”, que “selecionou dez áreas tecnológicas”. “Grande parte do apoio público tem de seguir uma política seletiva. O país deve perceber onde tem vantagens. Devemos ter uma política de financiamento horizontal, mas o grosso do dinheiro público deve respeitar uma política seletiva”, defendeu.

Pedro Nuno Santos usou a agenda mobilizadora que juntou a CP e empresas do privado para construir um comboio para mostrar como “o Estado pode ser um parceiro económico e não um empecilho”. “O Estado não tem de ser um estorvo, mas pode ser um instrumento fundamental para o desenvolvimento económico. “Acredito que podemos ter um país mais rico, saibam os líder políticos fazer escolhas”, destacou.

Os bancos não vão baixar as taxas de juros às empresas, não vão aumentar os juros nos depósitos e só vão aumentar os salários dos trabalhadores se tiverem mesmo de aumentar.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Ainda que tenha reconhecido que “não é irrelevante” que Portugal tenha uma das mais altas taxas estatuárias de IRC, o secretário-geral do PS salientou que o país não tem das taxas efetivas mais elevadas. “As empresas que conseguem reinvestir em investigação e desenvolvimento, em capitalização conseguem uma taxa efetiva muito mais baixa”, anotou.

Por outro lado, destacou que “0,2% das empresas são responsáveis por 40% da receita de IRC”. “Quando reduzimos o IRC, para onde vai? Estamos a falar da banca, e ainda bem que tem lucro, o setor da distribuição, o setor energético, que é onde estão concentrados grande parte dos lucros”, afirmou.

Para o líder do PS, não adianta baixar o imposto sobre a banca porque, depois, “os bancos não vão baixar as taxas de juros às empresas, não vão aumentar os juros nos depósitos e só vão aumentar os salários dos trabalhadores se tiverem mesmo de aumentar”.

Pedro Nuno Santos, Secretário-geral do PS, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

Líder do PS acusa AD de “truque” nas projeções de crescimento

Para além disso, considera que “não é uma redução do IRC que vai pôr a economia a crescer de forma estonteante”, como defendem PSD e CDS. Os dois partidos projetam uma evolução do PIB que poderá avançar 3,2% no final da legislatura, suportada em grande medida na descida do imposto sobre as empresas, mas Pedro Nuno Santos tem outra visão.

Apesar de admitir que “uma taxa de crescimento 3% não é nada do outro mundo“, o líder do PS considera que, num “cenário mais realista”, e face às previsões de todas as instituições que estão a rever o crescimento em baixa”, a AD não está a ser séria com os portugueses. “A AD fez o mesmo que fez há um ano. Se querem ser enganados uma segunda vez, podem ser enganados”, atirou.

Não é uma redução do IRC que vai por a economia a crescer de forma estonteante.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Pedro Nuno Santos considera que o programa eleitoral do PS é mais prudente ao prever uma taxa de crescimento de cerca de 2% até 2029. “Vamos construir o este programa assente nessa previsão e só dá para 1.750 milhões de euros” de medidas”, assinalou. “E o que faz a AD? Mete mais um ponto percentual para poder acrescentar mais medidas. É um truque”, criticou.

De lembrar que a AD estima gastar cerca de mil milhões de euros com a descida da taxa de IRC, de 20% para 17%, ao ritmo de um ponto percentual ao ano. Mais dois mil milhões com uma nova redução do IRS, o que dá uma fatura de três mil milhões de euros só com estas duas medidas. São mais 1.250 milhões de euros de despesa face ao pacote do PS.

“O IVA pesa mais em quem ganha menos do que em quem ganha mais”

Uma das bandeiras do programa eleitoral do PS passa por tornar permanente o IVA zero para um cabaz de bens alimentares essenciais, uma iniciativa que foi implementada, de forma temporária, entre abril e dezembro de 2023 pelo anterior Governo de António Costa para mitigar o impacto da inflação. O custo da medida, proposta agora pelos socialistas, deverá custar cerca de 500 milhões de euros, a fatia mais pesada dos 1.750 milhões de euros de despesa prevista no programa com que o partido concorre às eleições legislativas de 18 de maio.

A medida tem sido criticada por ser cega, uma vez que beneficia ricos e pobres, mas Pedro Nuno Santos defendeu que “o IVA pesa mais em quem ganha menos do que em quem ganha mais”. Quem tem mais dinheiro vai consumir mais arroz? A redução vai ter mais peso no trabalhador que ganha 1.000 euros do que aquele que ganha 10.000″, reforçou.

“Temos a obrigação de tentar aliviar o custo de vida das nossas famílias. E, quando temos de fazer escolhas, a nossa foi ajudar as nossas famílias a pagar menos nos bens essenciais”, sublinhou. Pedro Nuno Santos citou um estudo do Banco de Portugal (BdP) que concluiu que o IVA zero temporário em outubro de 2023 foi repercutido no preço final para defender as virtualidades da medida. “O BdP, no início da medida, disse que não ia ter repercussão e seis meses depois reconheceu que teve”, sublinhou.

Pedro Nuno Santos, Secretário-geral do PS, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

“Guerra comercial é a antecâmara de uma recessão”

Sobre o anúncio de tarifas por parte dos EUA sobre os produtos oriundos da União Europeia (UE), incluindo Portugal, o líder do PS defendeu que o país e a Europa têm de fazer “um grande esforço diplomático e de negociação para que não haja tarifas”.

“Sabemos muito bem o que acontece quanto corremos para uma medida protecionista”, afirmou Pedro Nuno Santos, aludindo ao impacto que tem nas empresas e nas famílias. “Devemos fazer tudo para evitar uma guerra comercial. E o esforço deve estar na negociação e na diplomacia”, insistiu.

Para Pedro Nuno Santos, “há uma incerteza no horizonte que é significativa” e “a guerra comercial é a antecâmara de uma recessão”.

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Fusão da Helvetia e Baloise será a segunda maior seguradora suíça

Se for aprovada pelos acionistas e supervisores, a nova entidade passará a gerir 21 mil milhões de euros em volumes de negócios. Empresas acreditam que trará redução de despesa e de postos de trabalho

A Helvetia e a Baloise (12,1 mil milhões de euros 9,2 mil milhões de euros de prémios emitidos em 2023, respetivamente) anunciaram a intenção de se fundir para criar uma nova seguradora e, se for aprovada, além de se tornar na segunda maior na Suíça com uma quota de mercado combinada de 20%, também será a maior empregadora do setor segurador do país.

Se a fusão das seguradoras suíças for aprovada, Fabian Rupprecht, CEO da Helvetia e Michael Müller, CEO da Baloise vão integrar o conselho executivo da nova gigante suíça.

Segundo avançaram em comunicado, os conselhos de administração das empresas propõe que a incorporação da Baloise na Helvetia crie a “Helvetia Baloise Holding Ltd”. A nova entidade terá um volume de negócios de 20 mil milhões de francos suíços (mais de 21 mil milhões de euros) nos oito países onde operará.

A fusão ainda está sujeita à aprovação dos acionistas da Helvetia e da Baloise, contando já com o apoio confirmado da maior acionista da Helvetia, que detém o 34,1% do capital social da empresa, Patria Genossenschaft. Os conselhos de administração vão propor aos seus acionistas a aprovação da fusão nas respetivas assembleias gerais extraordinárias, previstas para o dia 23 de maio de 2025.

Para além da aprovação dos acionistas, a operação está igualmente dependente das autorizações regulamentares e da concorrência. A conclusão da transação está prevista para o quarto trimestre deste ano.

“A Helvetia Baloise tornar-se-á no maior empregador do setor segurador na Suíça, com a maior proximidade possível dos clientes” afirma Fabian Rupprecht, CEO da Helvetia, citado no comunicado. Nesse sentido, as companhias acreditam que a fusão vai melhorar a proximidade com os clientes e os serviços prestados aos mesmos, através da expansão das capacidades das empresas e do alargamento das respetivas redes de distribuição.

Poupança em custos operacionais e redução de postos de trabalho

As seguradoras preveem economizar cerca de 350 milhões de francos suíços (cerca de 375 milhões de euros) por ano em custos operacionais, antes dos impostos e antes da partilha dos lucros com os clientes (como em produtos Plano Poupança Reforma, por exemplo). A maior disponibilidade de dinheiro em caixa (dinheiro disponível após pagas todas as despesas e investimentos necessários) deverá aumentar os dividendos a distribuir aos acionistas em 20% até ao ano fiscal de 2029, indicam as empresas.

Para atingir os objetivos de sinergias de custos, os custos totais da integração deverão rondar entre 500 a 600 milhões de francos suíços (entre 536 e 643 milhões de euros) nos próximos anos, a maior parte dos quais deverão ser investidos até 2028.

“A fusão confere maior peso nos nossos mercados e abre uma nova era, com oportunidades para proporcionar um crescimento focado e orientado para o retorno aos nossos acionistas”, afirma Michael Müller, CEO da Baloise.

Quanto aos postos de trabalho, as empresas admitem reduções decorrentes da fusão em países onde haja duplicação de funções. As reduções que decorreram neste âmbito “serão implementadas antes de 2029 e serão efetuadas por saídas voluntárias e reforma antecipada sempre que possível”, lê-se no comunicado.

A Helvetia e a Baloise decidiram unir-se através de uma fusão entre iguais, optando por uma estrutura de absorção “considerada a mais eficiente e neutra em termos fiscais”. Com esta operação, os acionistas da Baloise irão receber 1,0119 novas ações da Helvetia por cada ação da Baloise que possuíam. Esta relação de troca foi calculada com base nos preços médios ponderados pelo volume das ações das duas empresas nos 30 dias de negociação anteriores ao anúncio.

A incorporação da Baloise na Helvetia levará a criação de um conselho de administração composto por 14 membros, sete da Helvetia e os restantes sete da Baloise. O presidente será Thomas von Planta, presidente do Conselho de administração da Baloise e o vice-presidente Ivo Furrer, membro do conselho de administração da Helvetia. Os principais membros do conselho executivo serão o CEO Fabian Rupprecht, diretor-executivo da Helvetia; diretor-executivo adjunto e diretor de integração, Michael Müller, CEO da Baloise,; CFO, Matthias Henny da Baloise; e o CIO André Keller, da Helvetia.

A sede da nova seguradora será em Basileia, mas a atual sede da Helvetia em St. Gallen “continuará a ser uma localização importante”, lê-se no comunicado. O novo logótipo seguirá o desenho do logótipo da Baloise.

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Farmacêutica Roche ‘cede’ às ameaças de Trump com investimento de 43 mil milhões nos EUA

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Estados Unidos da América são um mercado-chave para a indústria farmacêutica, representando mais de metade das vendas da divisão farmacêutica da Roche, líder mundial em oncologia.

O grupo farmacêutico suíço Roche anunciou esta terça-feira que irá investir 43 mil milhões de euros (50 mil milhões de dólares) nos próximos cinco anos em fábricas de medicamentos e diagnósticos nos EUA, após as ameaças tarifárias da administração Trump.

Os Estados Unidos da América são um mercado-chave para a indústria farmacêutica, representando mais de metade das vendas da divisão farmacêutica da Roche, líder mundial em oncologia.

A rival suíça da Roche, Novartis, também anunciou há dez dias que planeia investir 20 mil milhões de euros (23 mil milhões de dólares) nos Estados Unidos em cinco anos.

Num comunicado de imprensa, a Roche explica que os 43 mil milhões de euros vão ser utilizados para reforçar a sua capacidade de produção nos Estados Unidos da América, mais especificamente nos estados do Kentucky, Indiana, Nova Jersey, Oregon e Califórnia.

A Roche já tem 13 fábricas nos Estados Unidos e 15 centros de investigação e desenvolvimento, empregando 25 mil pessoas.

Segundo o grupo farmacêutico, este investimento irá criar 12 mil postos de trabalho, incluindo cerca de 6.500 na construção e 1.000 postos de trabalho nas fábricas.

Em 2024, a divisão da empresa da Roche nos EUA terá gerado um volume de negócios de quase 26,5 mil milhões de euros (24,8 mil milhões de francos suíços), representando 53,7% das vendas mundiais da divisão, de acordo com a farmacêutica.

Nas primeiras negociações, as ações da Roche perderam 1,68% para 251,30 francos suíços (269,70 euros).

As vendas da sua divisão de diagnóstico, que inclui testes de rastreio do cancro, bem como testes para a Covid-19 e a diabetes, atingiram 4,6 mil milhões de euros (4,3 mil milhões de francos suíços) na América do Norte, representando quase 30,3% das vendas da divisão.

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Dinheiro aplicado em Certificados de Aforro ultrapassa 36 mil milhões pela primeira vez

As famílias aplicaram em termos líquidos mais de 726 milhões de euros em Certificados de Aforro em março. Neste mês, o 'stock' total bateu um novo recorde, acima dos 36 mil milhões de euros.

As subscrições de Certificados de Aforro continuam a aquecer. Em março, as famílias portuguesas aplicaram mais de 726 milhões de euros neste instrumento de poupança, em termos líquidos, elevando o stock total para um novo recorde de 36.481,37 milhões de euros, mostram os últimos dados do Banco de Portugal (ver gráfico).

Foi o sexto mês consecutivo de crescimento do stock de Certificados, que tem estado a bater sucessivos recordes, depois de, em janeiro, o dinheiro aplicado ter superado a fasquia dos 35 mil milhões de euros. A tendência representa ainda uma clara inversão face ao recuo do stock que se foi verificando ao longo de boa parte do ano passado.

Certificados de Aforro, stock total:

Fonte: Banco de Portugal

Os 726,32 milhões de euros subscritos em Certificados de Aforro em março representam mais do que os 630,66 milhões que foram aplicados em fevereiro. Em termos percentuais, o stock aumentou cerca de 2% entre estes dois meses, e mais de 7% face ao mesmo mês de 2024.

No acumulado, o montante das aplicações em Certificados de Aforro já ‘engordou’ quase 1.740 milhões de euros desde o início deste ano. Em 2024, no mesmo período — isto é, entre janeiro e abril — o stock encolheu mais de 63 milhões de euros, à luz da perda de rendibilidade.

Olhando para os Certificados do Tesouro, um instrumento de poupança em dívida pública com características diferentes, o stock total caiu pelo 41.º mês consecutivo, para 9.291,38 milhões de euros — longe do último máximo, acima dos 17.865 milhões de euros, registado em outubro de 2021.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h52)

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Empresa de Gaia ‘dispara’ tecnologia de proteção balística no Brasil

Detida pela Sonae Capital Industrials e fundada por investigadores da Universidade do Minho, Beyond Composite assina acordo com Protecta para fornecer a tecnologia de proteção balística Compactshield.

Um mês depois de se juntar à carteira de participações da Sonae Capital Industrials, a portuguesa Beyond Composite assinou um acordo de parceria com a Protecta para a disponibilização da sua tecnologia de proteção balística Compactshield no Brasil, com a possibilidade de vir a abordar outros mercados da América Latina.

No âmbito deste acordo, a empresa gaiense especializada em materiais compósitos vai fornecer a sua tecnologia de proteção balística para aplicação em plataformas terrestres (veículos militares), aéreas (helicópteros e drones) e marítimas (lanchas e navios). Prevê igualmente a proteção pessoal dos soldados, através do desenvolvimento de placas para coletes balísticos, capacetes e escudos.

“Esta parceria é um reconhecimento do trabalho de investigação e desenvolvimento realizado pela equipa da Beyond Composite, que nos permitiu criar uma tecnologia inovadora de proteção de pessoas e bens. A Protecta vai abrir-nos as portas o mercado brasileiro, levando a nossa solução de defesa e proteção Compactshield a um número crescente de pessoas e bens”, refere o CEO Fernando Cunha, citado em comunicado.

Com sede em Canelas, no concelho de Vila Nova de Gaia, a Beyond Composite foi fundada por investigadores da Universidade do Minho e no último exercício as exportações equivaleram a cerca de 90% do volume de negócios. Conta atualmente com mais de 20 trabalhadores e integra uma equipa de investigação e desenvolvimento (I&D) composta por “profissionais altamente qualificados”.

Apresentada como uma “referência em engenharia e materiais de alta performance”, conjuga materiais sustentáveis, como a madeira e seus derivados, a polímeros de alto desempenho. Além da área da defesa, com materiais de proteção para pessoas e bens, a empresa desenvolve também soluções para aplicações na mobilidade, como componentes para autocarros e comboios.

Além desta participação maioritária (62,48%) na Beyond Composite, o portefólio da Sonae Capital Industrials – detida a 100% pela Efanor, holding da família de Belmiro de Azevedo – integra ainda a Adira, a Surforma, a Capwatt e a Tafisa Canadá.

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Nomura compra unidades de gestão de ativos do Macquarie nos EUA e na Europa por 1,8 mil milhões de dólares

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Abril 2025

Maior banco de investimento japonês espera concluir negócio até ao final do ano. Nomura diz ser a sua maior aquisição de sempre.

O Nomura, o maior banco de investimento do Japão, vai adquirir as unidades de gestão de ativos públicos do Macquarie Group nos Estados Unidos e na Europa por 1,8 mil milhões de dólares (cerca de 1.565 milhões de euros), avança a Reuters. O negócio representa a expansão mais ambiciosa da corretora japonesa no estrangeiro desde a compra falhada dos ativos do Lehman Brothers.

O banco japonês vai assumir a gestão dos ativos cotados em bolsa, bem como as equipas de investimento e as plataformas operacionais relacionadas com as empresas do Macquarie Group. A atual equipa de gestão irá manter-se.

Este negócio, que o Nomura diz ser a sua maior aquisição de sempre, surge numa altura em que as empresas japonesas enfrentam uma redução do mercado interno e procuram cada vez mais oportunidades de crescimento no estrangeiro.

“Atualmente, o mercado está muito instável, mas o principal fator do nosso plano a médio e longo prazo é dispor de uma plataforma de gestão de investimentos sólida“, declarou o CEO do banco japonês, Kentaro Okuda, em conferência de imprensa, citado pela Reuters. “Esta transação foi objeto de um processo de diligência prévia muito prudente e deverá ser duradoura face à volatilidade do mercado”, acrescenta.

Espera-se que o negócio esteja concluído até o final de 2025, sendo liquidado inteiramente em dinheiro, sem nenhum financiamento diretamente relacionado com a transação planeada, disse ainda Okuda.

Os investimentos anteriores do Nomura incluem a compra, em 2019, do banco de investimento boutique Greentech Capital Advisors, e a aquisição de uma participação de 41% na empresa de gestão de investimentos American Century Investments, por mais de mil milhões de dólares, em 2016.

Após a conclusão desta operação, os ativos totais do Nomura sob gestão da sua franquia devem aumentar dos atuais 590 mil milhões de dólares, para cerca de 770 mil milhões de dólares.

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