“Conduzir é sempre uma paixão, porque sentimos que conduzimos o nosso destino”

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

O setor automóvel vive entre a paixão pela condução e o pragmatismo das escolhas. Com a IA a moldar o futuro, as marcas procuram equilibrar a emoção e a funcionalidade.

Desde o surgimento do primeiro carro, que o setor automóvel tem evoluído constantemente. A possibilidade de se ter um transporte individual revolucionou o desenvolvimento das sociedades. No entanto, do ponto de vista individual, o que influencia a escolha de um automóvel? A paixão ou o utilitarismo?

Com a chegada da inteligência artificial, esta questão tornou-se mais complexa. Estamos a lidar com uma área em pleno desenvolvimento, cujo futuro ainda é incerto. Teresa Lameiras, Diretora de Comunicação e Marca da SIVA | PHS, na conferência Outlook Auto, no Estúdio ECO, referiu que, num horizonte de 10 anos, espera que as marcas encontrem um equilíbrio entre satisfazer as necessidades práticas dos clientes e oferecer experiências que despertem emoção e alegria.

Ao longo dos dois dias da conferência, outro tema abordado foi a mudança no comportamento das pessoas em relação ao uso de transportes privados versus transportes públicos. Com o aumento da utilização dos transportes públicos, as marcas estão a adaptar o seu foco.

“Utilizamos o desporto automóvel para nos aperfeiçoarmos tecnicamente, mas também como uma forma de mostrar a paixão que temos pela condução”, afirma Teresa LameirasHugo Amaral/ECO

Sobre este tema, Teresa Lameiras refere o caso dos jovens, que são frequentemente apontados por não se interessarem tanto por automóveis. “Eu não sei se os jovens gostam tanto, ou não, de automóveis. Acho que eles não podem comprar tão facilmente um automóvel, porque as prioridades deles atualmente são outras e, naturalmente, que eles não têm o mesmo poder de compra que se calhar nós tínhamos há uns anos atrás. Na gestão das suas prioridades seguramente não está o automóvel, até porque eles têm outras formas de se deslocar que nós não tínhamos”. Teresa Lameiras refere, ainda, que estas alterações não significam que os jovens não queiram comprar um automóvel numa altura mais tardia das suas vidas, em que encontrem uma justificação para tal.

Da escolha emocional à racional

No que toca à decisão do consumidor, Teresa Lameiras observa que, hoje em dia, é possível que as pessoas escolham um automóvel muito ajustado ao seu perfil. “No grupo Volkswagen, encontramos marcas para escolhas mais emocionais, de luxo, escolhas mais racionais e temos o privilégio de realmente uma pessoa, que entra no grupo, poder escolher o automóvel que melhor se ajusta não só à sua capacidade financeira, mas também ao seu perfil de consumidor”, diz.

Rita Dória, General Manager Marketing & Customer Experience Division da Toyota, partilha da opinião de que o automóvel é uma paixão. “Recentemente, lançámos o Yaris, assinado por pilotos de rali, e foi uma loucura. Comparativamente à nossa quota de mercado da Toyota com o resto da Europa, nós tivemos uma alocação maior do que nos outros países”, refere.

Rita Dória, General Manager Marketing & Customer Experience Division da ToyotaHugo Amaral/ECO

"A Toyota, por exemplo, tem uma empresa de mobilidade, a Kinto, que está a construir um ecossistema para poder servir todo o tipo de necessidades, desde a posse de veículos até às subscrições”

Rita Dória, General Manager Marketing & Customer Experience Division da Toyota

Rita Dória ressalva que essa paixão se manifesta de diferentes formas, dependendo do estilo de vida de cada pessoa, e menciona também as questões ambientais como um fator importante na mudança de comportamento tanto dos consumidores quanto das marcas. “A Toyota, por exemplo, tem uma empresa de mobilidade, a Kinto, que está a construir um ecossistema para poder servir todo o tipo de necessidades, desde a posse de veículos até às subscrições. Portanto, eu acho que todos estes ecossistemas podem coexistir ao mesmo tempo”, diz.

Com a evolução do setor de braços dados com a sustentabilidade, esta “paixão” pelo mundo automóvel e a área desportiva também vai se vai adaptando aos novos tempos. Teresa Lameiras menciona o exemplo da Audi, que recentemente anunciou a sua participação na Fórmula 1 com um carro elétrico. “Utilizamos o desporto automóvel para nos aperfeiçoarmos tecnicamente, mas também como uma forma de mostrar a paixão que temos pela condução”, afirma Teresa Lameiras.

“Eu acho que conduzir é sempre uma paixão, porque sentimos que conduzimos o nosso destino, não é? E quem conduz um automóvel elétrico sente o que é conduzir, sente a força de um automóvel”, finaliza.

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Lisboa defende redução de voos e recusa aumento da capacidade

  • Lusa
  • 26 Setembro 2024

Autarquia defende a necessidade de reduzir o número de movimentos por hora no Aeroporto, atendendo aos impactos negativos muito significativos sobre a cidade que já hoje são sentidos pela população.

A Câmara de Lisboa defendeu esta quinta-feira a necessidade de reduzir o número de movimentos por hora do Aeroporto Humberto Delgado (AHD), recusando qualquer aumento da capacidade aeroportuária e pugnando pelo encerramento definitivo desta infraestrutura “em menos de dez anos”.

Em reunião pública, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, uma moção com estas deliberações, na sequência da junção de propostas do PCP e da liderança PSD/CDS-PP, com a consensualização do documento entre todas as forças políticas, com várias versões até se chegar à finalíssima.

Na moção, a Câmara de Lisboa, sob presidência de Carlos Moedas (PSD), que governa sem maioria absoluta, deliberou “afirmar a necessidade de reduzir o número de movimentos por hora e recusar liminarmente qualquer aumento da capacidade aeroportuária do AHD, atendendo aos impactos negativos muito significativos sobre a cidade de Lisboa, que já hoje são sentidos pela população, nomeadamente ao nível da saúde pública, da segurança e do ambiente”.

“Defender a necessidade de eliminação dos voos noturnos” é outra das deliberações do executivo municipal.

Esta posição do município inclui também a defesa pelo encerramento definitivo do AHD “tão rapidamente quanto possível, em menos de dez anos”, devendo este manter-se em funcionamento apenas o tempo mínimo imprescindível até à entrada em funcionamento do novo aeroporto de Lisboa nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete, que deve ser construído e entrar em funcionamento num horizonte temporal “inferior ao anunciado pelo Governo”.

A câmara sublinhou que “qualquer intervenção que ocorra neste período no AHD se deve limitar à otimização da operação, sem que daí resulte qualquer aumento da capacidade do AHD, nem qualquer aumento do tráfego face à situação de referência”, afirmando que as obras de expansão, aprovadas pelo atual Governo, “são inaceitáveis”.

Em causa está uma decisão do atual Governo (PSD/CDS-PP/PPM), através da resolução do Conselho de Ministros n.º 67/2024, para aumentar a capacidade aeroportuária no AHD, em número de movimentos por hora, de 38 para 45, e em número de passageiros, de 33,6 milhões para entre 40 a 45 milhões.

Apesar de o trabalho de consensualização, todas as forças políticas no executivo municipal, nomeadamente a liderança PSD/CDS-PP, PS, PCP, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), Livre e BE apresentaram declarações de voto por não se reverem em pleno na moção, mas reforçando a importância de uma posição conjunta da câmara.

O social-democrata Carlos Moedas saudou a disponibilidade de todos para “conseguir trabalhar acima dos partidos, acima da política, para os lisboetas” e apoiou o Governo pela “coragem de tomar a maior decisão de todas”, que é ter um novo aeroporto, para “não haver voos em Lisboa”.

“Não me revejo na grande parte da linguagem desta moção, sobretudo no seu preâmbulo e sobretudo numa certa defesa ou proteção do Governo anterior, mas a bem dos lisboetas aceitei realmente e dei muitos passos para que possamos ter esta moção conjunta”, declarou o presidente da câmara.

Carlos Moedas referiu que “foi o Governo anterior (PS) que decidiu 72 movimentos por hora, quando hoje temos 38” na Área Terminal de Lisboa, que inclui o AHD, Montijo, Cascais e outros pequenos aeroportos da região, “portanto este Governo diminuiu esse número de movimentos”.

A moção que PSD/CDS-PP tinha apresentado era nesta linha de raciocínio, tendo o PS a considerado que se tratava de “atirar areia para os olhos” ao associar o aumento para 72 movimento apenas à capacidade aeroportuária da cidade de Lisboa e o PCP a recusar acolher essa informação “factualmente errada”.

“Mesmo nestas diferenças que apresento, é sobretudo importante dizer aos lisboetas: “Estamos de acordo que não queremos mais voos noturnos, estamos de acordo que queremos rapidamente o novo aeroporto, queremos que esse aeroporto seja feito o mais rapidamente possível, porque isso é que vai permitir ter zero movimentos por hora em Lisboa, e queremos que o concessionário faça as obras para melhorar, otimizar a operacionalidade daquilo que é aeroporto, que hoje é criticado”, expôs.

Da vereação do PS, Inês Drummond considerou que “esta moção é um marco importante, porque era preciso uma posição firme da cidade de Lisboa em relação às obras de expansão do AHD”, indicando que a moção de PSD/CDS-PP “defendia, na prática, os interesses e as posições da ANA — Aeroportos de Portugal” e que pretendia atacar o anterior Governo (PS), e enaltecendo o “enorme esforço” de Carlos Moedas para convergir num documento com foco nos interesses da cidade e dos lisboetas.

A socialista lembrou que o PS apresentou uma moção, que aguarda agendamento, para que a câmara exerça as suas competências para “impedir obras ilegais”, inclusive com uma providência cautelar para prevenir obras de aumento da capacidade aeroportuária do AHD, bem como a responsabilização da ANA pelo “incumprimento do plano de ruído”.

O vereador do PCP João Ferreira valorizou a aprovação da moção, considerando que faz “justiça às centenas de milhares de pessoas que todos os dias são prejudicadas pelo funcionamento do aeroporto“, sem esquecer as responsabilidades históricas, “designadamente os sucessivos governos,” pela atual situação e sublinhando que é importante que esta posição do município “seja mesmo para valer”, em particular pelo presidente da câmara em toda a interação com o Governo e os agentes económicos.

O PCP expôs dúvidas sobre interações entre a câmara e operadores económicos que têm em vista investimento no AHD com períodos de amortização que vão “muito além do horizonte temporal” determinado para o funcionamento deste aeroporto, referindo-se a um projeto da empresa DGL, tendo a liderança PSD/CDS-PP esclarecido que existe um processo para a ampliação das atuais instalações e está em apreciação no departamento de Urbanismo.

Dos Cidadãos Por Lisboa, Rui Franco disse que esta moção “é um passo muito importante”, com a câmara a defender o interesse público, da qualidade de vida de quem reside e trabalha na cidade “prevaleça sobre o interesse particular e comercial da Vinci”, referindo que a antecipação da transferência da atividade aeroportuária para fora da malha urbana “é a única opção que protege, no presente e no futuro, os lisboetas”.

Patrícia Gonçalves, do partido Livre, congratulou-se com a moção e afirmou que “é essencial que Lisboa deixe de ter um aeroporto a dois quilómetros do seu centro” e que a saúde de todos os que vivem e trabalham na cidade seja protegida, sublinhando a necessidade de cumprimento da lei do ruído e o fim dos voos noturnos entre as 23:00 e as 07:00, horário que não está mencionado na moção por ser uma das cedências para se chegar a um consenso.

A vereadora única do BE, Beatriz Gomes Dias, sublinhou a importância desta posição conjunta da câmara, afirmando que representa “uma defesa inequívoca dos interesses das pessoas que vivem e trabalham em Lisboa e uma não capitulação aos interesses da concessionária”, realçando a necessidade de proibir os voos e ressalvando que algumas das posições “não traduzem plenamente” o que o seu partido defende.

Em meados de maio, o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).

Ao escolher a localização do novo aeroporto, o Governo propôs a expansão do Humberto Delgado, passando dos atuais 38 movimentos por hora para 45 movimentos.

O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica maioritariamente localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), tendo ainda uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal).

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Cruzeiros é um tipo de “turismo que não interessa” a Lisboa, diz Moedas

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Em entrevista, autarca diz que, se pudesse, reverteria a decisão de construir um terminal de cruzeiros na cidade, que concentra os turistas na Baixa lisboeta.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, diz que “nunca teria tomado” a decisão de construir um terminal de cruzeiros em Santa Apolónia, apontando que, se pudesse, “reverteria” a situação e não teria cruzeiros na cidade. “O problema é que há uma concessão de 20 anos”, assinalou, em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, sublinhando que “é um [tipo de] turismo que não ajuda nada na cidade, nem interessa à cidade”.

O autarca referiu que, para diminuir a concentração de turistas na Baixa do município, “duplicou a taxa turística” e está a construir equipamentos culturais “que não estejam todos na mesma zona”. “Precisamos de dividir o turismo entre as várias zonas da cidade“, realçou, notando que o turismo é 20% da economia e 25% do emprego da cidade. Moedas recusa a ideia de que existe turismo a mais.

Quanto à polémica ordem para a Polícia Municipal passar a fazer detenções, Carlos Moedas rejeita que seja uma cedência ao Chega: “Isto não tem nada a ver com extrema-direita ou extrema-esquerda. Isto tem a ver com segurança da cidade, com as preocupações das pessoas”. E, sobre as críticas à sujidade nas ruas de Lisboa, o autarca revelou que está a contratar mais 200 trabalhadores para a recolha do lixo, queixando-se de uma “dicotomia com as freguesias” em que a responsabilidade não é atribuída a apenas uma instituição.

Moedas não levanta a ponta do véu sobre se vai recandidatar-se ou não, mas desafia o PS a “assumir a derrota” e deixar Montenegro governar, porque os portugueses não querem ir novamente para eleições.

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“A mobilidade sustentável é muito mais do que a eletrificação das frotas”

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Débora Fernandes, da Pérez-Llorca, destacou na conferência Outlook Auto que a eletrificação das frotas não será o único caminho para a mobilidade sustentável.

“A mobilidade sustentável é muito mais do que a eletrificação das frotas”, referiu Débora Melo Fernandes, Partner Pérez-Llorca, durante o painel sobre “Sustentabilidade e Regulamentação”, na conferência Outlook Auto, que decorreu nos dias 24 e 25 de setembro, no Estúdio ECO.

Segundo a especialista, é preciso “uma aposta clara e coerente no transporte público e uma facilitação da utilização dos modos de mobilidade ativa”, através de um “plano multinível e multissetorial”.

Débora Melo Fernandes, Partner Pérez-LlorcaHugo Amaral/ECO

A responsável da Pérez-Llorca também afirmou que “o setor dos transportes representa 25% das emissões de gases com efeito de estufa na Europa”, e que, por essa razão, a regulamentação também deve ser um caminho. “Sem os instrumentos regulatórios certos, não vamos conseguir fazer avançar a mobilidade no sentido da sustentabilidade”, disse, ressalvando a proibição da venda de carros com motor de combustão interna a partir de 2035.

"O setor dos transportes representa 25% das emissões de gases com efeito de estufa na Europa.”

Débora Melo Fernandes, Partner Pérez-Llorca

O painel, moderado por Ana Batalha Oliveira, Diretora do Capital Verde, também contou a presença dos especialistas António Cavaco, Diretor do Depto. Económico-Estatístico da ACAP; e Susana Baptista, Diretora de Supervisão na Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que também destacaram a importância das mudanças para se cumprirem as exigências climáticas.

Susana Baptista começou por sublinhar a centralidade da sustentabilidade nos transportes, destacando as três transições: ambiental, energética e digital. “Há vários instrumentos, como a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, o Acordo de Paris, o Pacto Ecológico Europeu, e outros instrumentos legais a nível nacional que apontam para a neutralidade carbónica em 2050, com metas de transição em 2030, que andarão em torno de uma redução de 55% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030, comparando com níveis de 1990“, disse.

Susana Baptista, Diretora de Supervisão na Autoridade da Mobilidade e dos TransportesHugo Amaral/ECO

Na mesma linha, também mencionou o “estudo sobre obrigações de serviço público verdes” apresentado durante a COP, que estimou a necessidade de um investimento entre dois e três mil milhões de euros para descarbonizar a frota de veículos pesados de passageiros até 2034. Contudo, a especialista salientou que “esse investimento, por si só, não resolveria o problema” e acrescentou que “se não forem adotadas medidas mais ambiciosas, estas metas poderão estar comprometidas”.

"Quando olhamos para o total das emissões no setor dos transportes, uma percentagem significativa, mais ou menos 60%, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente, são produzidos pelo transporte particular.”

Susana Baptista, Diretora de Supervisão na Autoridade da Mobilidade e dos Transportes

Para isso, referiu a necessidade de aumentar a atratividade do transporte público como parte da solução: “Quando olhamos para o total das emissões no setor dos transportes, uma percentagem significativa, mais ou menos 60%, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente, são produzidos pelo transporte particular. Por isso, a descarbonização, por si só, não será uma solução para resolver o problema”.

António Cavaco, Diretor do Depto. Económico-Estatístico da ACAPHugo Amaral/ECO

“Estamos a falar de objetivos que, se não forem acompanhados por uma avaliação da situação dos diferentes mercados, podem ser demasiado ambiciosos”, disse, por sua vez, António Cavaco, que também chamou a atenção para a necessidade de melhorar a rede de transportes públicos. “A mobilidade é, de facto, um direito. E aqui temos que ter uma visão holística. Todos os modos de transporte têm que coexistir”, declarou, referindo-se ao transporte individual e coletivo.

"Em Portugal, a quota de mercado de veículos elétricos alcançou 17% em comparação com apenas 5% na Espanha.”

António Cavaco, Diretor do Depto. Económico-Estatístico da ACAP

O responsável da ACAP alertou ainda que “com o aumento do preço das casas, há uma faixa da população, sobretudo jovem, que está a sair das cidades e a procurar zonas suburbanas”, o que intensifica a pressão sobre a circulação rodoviária. Nesse sentido, falou da importância dos incentivos, e fez uma comparação entre Portugal e Espanha, de forma a evidenciar a importância de ajudas que impulsionem a transição para uma mobilidade mais sustentável.: “Em Portugal, a quota de mercado de veículos elétricos alcançou 17% em comparação com apenas 5% na Espanha”.

A educação e a sensibilização da população também foram reconhecidas como essenciais para o sucesso da mobilidade sustentável. “A aceitação por parte da sociedade é um fator determinante”, concluiu Débora Melo Fernandes, sublinhando a importância de envolver os cidadãos nas discussões sobre mobilidade e as suas implicações.

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“A mobilidade elétrica é absolutamente disruptiva”

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Ter a possibilidade de carregar o carro em casa ou no local de trabalho altera o panorama da mobilidade, principalmente, nas grandes cidades.

A mobilidade elétrica já mostrou que pode trazer inúmeras vantagens para a nossa vida e também para a saúde do planeta, mas serão estas suficientes para influenciar a escolha do consumidor?

Este foi um dos temas, entre outros, debatidos no painel “O comportamento do consumidor – Fatores de escolha de decisão e os seus influenciadores”, no Outlook Auto, que aconteceu no Estúdio ECO e contou com a participação de César Barbosa, Vice-Presidente da TUGA, Henrique Sánchez, Presidente Honorário da UVE, Rita Bastos, Diretora-Geral da Glassdrive e Frederico Caetano, Professor no IADE.

Rita Bastos, Diretora-Geral da Glassdrive
Rita Bastos, Diretora-Geral da GlassdriveHugo Amaral/ECO

Na opinião de Henrique Sanchéz, inicialmente, os primeiros utilizadores de veículos elétricos, compravam carros por serem fanáticos pela tecnologia e inovação científica ou, por outro lado, por serem ecologistas ou fundamentalistas na área do ambiente. No entanto, Henrique Sanchéz refere que, atualmente chegaram à mobilidade elétrica um conjunto de pessoas que já não demonstram ter esse tipo de preocupações, pelo menos, de uma forma tão acentuada. Então, por que motivo foram atraídas para este tipo de mobilidade?

O Presidente Honorário da UVA aponta vários motivos, entre eles, o facto destes serem carros superiores aos de motor de combustão interna, além de terem um aspeto atraente. No entanto, o nível dos preços dos carros elétricos ainda não está equiparado aos restantes, embora as marcas já estejam a produzir carros deste tipo a preços mais competitivos.

Henrique Sánchez, Presidente Honorário da UVEHugo Amaral/ECO

Não é apenas o preço que influencia a compra de carros elétricos. Outro dos fatores, que pode ter bastante impacto, é a falta de informação. “Sabemos que há alguma desinformação por desconhecimento e alguma contra informação propositada. É normal, porque a mobilidade elétrica é absolutamente disruptiva. Eu posso carregar o meu carro na minha casa ou no meu local de trabalho. Portanto, isto é uma alteração radical de que eu sou absolutamente autónomo”, explicou Henrique Sanchéz.

Veículo elétrico vs. transporte público

Questionada sobre como é que vê a questão e a tomada de decisão dos consumidores à escolha de um veículo elétrico ou não, versus o transporte público, Rita Bastos, Diretora-Geral da Glassdrive, considera que esta escolha vai depender muito de onde é que está o consumidor, se pretende ter mais conforto e liberdade, ser mais sustentável, entre outros aspetos.

Apesar de ser cada vez mais acessível carregar um carro elétrico em qualquer ponto, “ainda há muita desinformação e eu acho que este é um ponto crítico”, referiu.

Por outro lado, existem os amantes das marcas e, por isso, para estes, muitas vezes, a compra é emocional, de acordo com Rita Bastos.

Entre o ter e o usar

O problema da gestão da mobilidade em cidades muito populosas também foi discutido neste painel, em que foram apontadas diferentes soluções possíveis, que as novas gerações vão recorrer, para o futuro que se aproxima e que deduz uma elevada densidade populacional nas cidades.

“As gerações mais novas vão, de facto, querer usar o serviço e não ser proprietário, porque não querem saber quando é que têm que mudar pneus ou como é que tem que fazer isto ou aquilo. Há todo um conjunto de custos que estão associados ao dono do veículo”, explicou Henrique Sánchez.

A subscrição de veículos foi uma das soluções apontadas Henrique Sánchez, que diz vir permitir às empresas, por exemplo, aumentar a sua frota de veículos durante determinada época do ano, através de uma subscrição durante alguns meses, sem ter que aumentar os custos fixos da própria empresa.

César Barbosa, Vice-Presidente da TUGAHugo Amaral/ECO

Outra das alternativas discutidas foram os transportes partilhados e os carros autónomos. “Os carros autónomos permitem-me chamar um carro para mim, para a minha mulher e para os meus dois filhos e depois deixar as crianças em cada uma das suas escolas. Depois, o carro segue o seu destino e vai prestar esse mesmo serviço de mobilidade a outra família ou a outra pessoa. Portanto, é quase impossível prever o que vem aí”, referiu Henrique Sánchez.

César Barbosa, Vice-Presidente da TUGA, é da opinião de que a necessidade de haver soluções de mobilidade traz respostas inovadoras. Por isso, considera que as cidades vão trazer obrigatoriamente soluções que já vimos a aparecer, como as trotinetes e outros tipos de micromobilidade.

“Como é que o carro vai evoluir? Como é que o carro vai voar? Porque o meio terrestre está saturado. Como é que se vai para o novo elemento, o ar? Hoje, isto pode parecer uma coisa que não faz sentido, mas se calhar daqui a 30 ou 40 anos, vamos ver cidades sem cimento”, explicou César Barbosa.

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“O desafio é meter na mente dos consumidores que decoração da casa e mobiliário é na La Redoute”, avança Paulo Pinto

Em Portugal há 36 anos, a La Redoute desenvolveu uma notoriedade "muito grande". Agora, o objetivo é conseguir alargar essa notoriedade aos mais novos e ao segmento casa. O CEO explica a estratégia.

O desafio é meter na mente dos consumidores que decoração da casa e mobiliário é na La Redoute“, defendeu Paulo Pinto, CEO da La Redoute Portugal, num ano em que a marca de origem francesa celebra 10 anos de aposta neste segmento. A decoração da casa e mobiliário já representa dois terços das vendas da La Redoute em Portugal.

“Nós não podemos ir a todas. A grande prioridade é entrarmos no quotidiano dos portugueses, para que estes pensem na La Redoute quando quiserem comprar alguma coisa para a casa. O grande objetivo com esta data é relembrar que estamos e vamos continuar presentes, mas que vamos comunicar cada vez mais o mundo da casa através da baseline de viver o belo“, explicou num encontro com jornalistas esta quarta-feira.

Foi sob este mote que, em maio, a La Redoute lançou uma campanha onde celebrava o décimo aniversário da aposta no segmento casa, que marcou presença em outdoors e mas também junto de influenciadores. A agência francesa Marcel foi a responsável pelo desenvolvimento da campanha que teve como principal conceito “a democratização da beleza através dos objetos que podemos trazer para casa”.

Evidenciamos estes 10 anos para mostrar que a La Redoute evoluiu e que quer estar presente sempre nos quotidianos das famílias, através da sua casa e do seu ambiente familiar“, disse. Segundo Paulo Pinto, já existem no mercado português players com ofertas de qualidade, mas que são “frias, brancas e nórdicas”, sendo que o objetivo da La Redoute passa por apresentar uma oferta mais “latina e quente”.

O destaque é mostrarmos que através de várias linhas da casa que temos, respondemos a diversos ambientes independentemente das casas e porta-moedas dos clientes“, acrescentou.

A La Redoute chegou a Portugal há cerca de 36 anos e conseguiu desenvolver uma ligação emocional muito grande com a população, entende Paulo Pinto, onde os catálogos em papel representavam o expoente máximo desta ideia.

E ainda hoje a marca está muito no top of mind dos portugueses, sendo que o objetivo é conseguir alargar essa notoriedade ao segmento da decoração e casa“, acrescentou, revelando que Portugal é o país onde a La Redoute apresenta maior notoriedade.

Ao longo das mais de três décadas a marca passou por diversas adaptações. Depois de, em 2008/2009, iniciar uma estratégia de passagem para o digital – conseguindo “converter” para o online os clientes que acompanhavam a marca – a primeira grande alteração aconteceu em 2015, quando a deixou de distribuir o icónico catálogo em papel e passou a estar presente apenas no digital. Passados alguns anos lançou também uma app, que figura hoje como um “elemento fundamental”.

Embora já contasse com um segmento “premium” de decoração e casa, foi em 2014 que a marca decidiu apostar numa gama para “mass market”, a qual “foi crescendo muito devagar”, começando a ganhar relevância em Portugal a partir de 2018.

O “boom” aconteceu com a pandemia, que “fez as pessoas repensar o papel das casas nas suas vidas” e que levou a La Redoute a considerar a casa como o seu eixo principal de negócio.

Paulo Pinto, CEO da La Redoute Portugal.

Agora, a próxima grande fase de comunicação, que a marca se encontra já a preparar, acontece a propósito da Black Friday, onde está a trabalhar para “comunicar de uma forma diferente”, que vá para lá do tradicional, através de um “conceito inovador” que ainda está a ser alinhavado e sobre o qual Paulo Pinto não quis ainda levantar o véu. Na verdade, a Black Friday representa o maior momento de vendas da La Redoute.

Em termos de comunicação, a estratégia da marca passa também por investir menos no digital tradicional – search e performance – para focar mais nas redes sociais.

“A nossa estratégia de comunicação neste momento passa claramente por investir menos naquilo que era o tradicional e enfatizar mais os outdoors e a política de parcerias com influenciadores. E esse vai ser mesmo o nosso grande foco: falar de nós através das redes sociais“, explicou Paulo Pinto.

O reach é “bom” no Instagram e “muito bom” no Facebook – rede social que se mantém muito importante para a La Redoute – também fruto da tipologia dos seus clientes, cuja média de idades é de 47 anos, pelo que a estratégia passa também por conseguir captar segmentos mais novos da população. “Temos uma notoriedade muito grande e o desafio é chegar às camadas mais jovens“, disse o responsável.

A La Redoute ainda não está presente no TikTok – rede social utilizada sobretudo pelos mais jovens -, mas tem o objetivo de lá estar “a muito curto prazo”, adiantou Paulo Pinto.

O marketing digital consiste numa grande aposta por parte da La Redoute, que investe “vários milhões de euros” nesta área em Portugal. Segundo a Google, garante o CEO, a marca está entre o top cinco que mais investem em Portugal.

Em termos de influenciadores, a marca trabalha com três tipos diferentes. Os especialistas – entre projetistas e arquitetos – influenciadores de mass market e jovens influenciadores que têm targets específicos e mais jovens – ou seja, segmentos de nicho -, uma vez que o objetivo é também procurar pessoas que preencham lacunas de tipologias de clientes que a marca não tem. Madalena Abecassis ou Pipoca Mais Doce foram algumas das personalidades com que a marca já trabalhou.

De uma forma geral, a comunicação parte de um “tronco mais comum”, para que seja possível libertar energia para o local, na busca de uma maior proximidade. “Temos uma comunicação global que é adaptada ao local”, explicou Paulo Pinto, adiantando que é precisamente pedido aos diferentes países que deem o seu “cunho pessoal” à estratégia de comunicação global.

Temos um marketing poderosíssimo de proximidade e entendimento daquilo que é o cliente“, o que é também uma chave para o sucesso, defendeu também Paulo Pinto, adiantando que a La Redoute dispõe de muitos dados – tendo em conta os anos que já tem de mercado – e que consegue “jogar” com eles.

Segundo o CEO, a marca aposta também numa estratégia que passa pela fidelização. “Nós queremos que o máximo de clientes adiram à app, porque aí têm um plano de fidelização muito forte”, com descontos exclusivos, por exemplo. Além disso, os clientes recebem também regularmente mensagens e emails com promoções, descontos e novidades.

As pessoas compram na La Redoute mais através do site, mas a app “converte melhor”. “Muitas vezes as pessoas vêm as coisas na app e depois vão fazer a compra no site”, referiu, principalmente quando se tratam de compras de maior valor.

A novidade em termos de site passa por este dispor agora de duas “portas de entrada” – “moda” e “casa” – distinção que foi importante de ser feita principalmente numa perspetiva de comunicação. “A nossa ambição é ter um cliente mix [de moda e de casa] mas notamos notoriamente duas bases de clientes distintas“, disse Paulo Pinto.

As lojas físicas são também uma ambição da marca. “Tivemos dois showrooms – um em Lisboa e outro no Porto – mas é verdade que ainda estamos à procura de um conceito comercial que seja adequado a todos os países. Hoje não temos nenhuma visibilidade sobre o dia de amanhã em relação a isso”, avançou Paulo Pinto.

A marca de origem francesa encontra-se também a desenvolver um “canal business”, para apoiar um segmento profissional, que engloba desde decoradores e arquitetos até alojamentos locais ou hotéis, ao qual a La Redoute responde “com um volume de vendas muito interessante”.

Num país em que o turismo representa uma fatia importante da economia, esta é também uma forma de ir ao encontro de outra tipologia de consumidores – o business-to-business (B2B) – explicou Paulo Pinto, adiantando que Portugal é o segundo país do grupo com mais vendas em B2B, ficando apenas atrás da França. Este segmento traduz uma percentagem de negócio de de 15%.

Queremos crescer [o negócio B2B] mas de uma forma estruturada, porque a exigência do cliente profissional é diferente, no que toca à quantidade. São volumes significativos e isso obriga a uma gestão diferente e a uma entrega diferenciada para esses projetos. É uma articulação muito diferente da que é feita com o consumidor final”, disse Paulo Pinto.

Estamos hoje num paralelo de evoluir entre o B2B e o B2C e acreditamos muito no nosso design para corresponder a projetos B2B“, acrescentou o CEO, adiantando que todos os produtos da marca estão disponíveis para todos os consumidores.

Já em termos globais, Portugal – que conta com cerca de 200 colaboradores a trabalhar direta ou indiretamente com a marca – vende mais que outros países do sul da Europa, como Espanha ou Itália. Fica atrás da França, Suíça, Reino Unido e Benelux (grupo composto pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo), por esta ordem.

Embora o foco esteja no segmento de casa e decoração, a La Redoute não pensa “de todo” acabar com o setor de negócio dedicado à moda. O que acontece é que “é cada vez mais difícil” vingar num setor que tem evoluído constantemente e onde outros players, como a Vinted, vieram mudar o paradigma.

Não temos armas para fazer frente a novos players que chegam com muita força“, concedeu Paulo Pinto. “Não vamos acabar [com o setor da moda] mas a preponderância que está a ser colocada em termos de comunicação é de facto viver o belo através da casa“, assegurou.

Segundo Paulo Pinto, não há muitas marcas concorrentes com o mesmo tipo de produto que a La Redoute, sendo que os a Ikea e a Leroy Merlin são os “grandes”. Depois existem “conceitos de produção portuguesa” mas que não arriscam no digital como faz a La Redoute, defendeu.

No prazo de 10 anos, os objetivos da marca apresentam-se bem definidos: “Ser um player incontornável, no B2C e B2B e, porque não, ter também uma presença física. Mas o nosso objetivo é que quando alguém quer comprar algo para a casa, se lembre sempre da La Redoute. É estar de facto na mente do cliente como uma marca que pode dar uma solução no mundo da casa”, sintetizou Paulo Pinto.

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Mobilidade elétrica em Portugal já representa 30% das novas vendas

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Especialistas da Brisa e EDP destacam o rápido crescimento da mobilidade elétrica em Portugal, com a rede de carregamento e os novos modelos a acompanharem a procura crescente por veículos elétricos.

A mobilidade elétrica em Portugal está a crescer a um ritmo acelerado, com 30% das novas vendas de automóveis já representadas por veículos elétricos. Esta tendência foi debatida durante a conferência Outlook Auto, onde Ana Almeida Simões, Diretora de Inovação do Grupo Brisa, e Gonçalo Castelo Branco, Head of E-mobility da EDP Comercial, destacaram a importância das infraestruturas e da sustentabilidade para o futuro do setor num painel de debate, moderado por Jorge Pêgo, Mundo Automóvel.

Painel “Dinâmicas de Mercado – Atualização do setor”Hugo Amaral/ECO

Ana Almeida Simões sublinhou os quatro pilares estratégicos da Brisa: “a segurança rodoviária, as smart cities, a mobilidade conectada e a sustentabilidade, com foco na transição energética.” A responsável da Brisa destacou que a sustentabilidade é crucial para a empresa, que está a trabalhar para garantir postos de carregamento de veículos elétricos em todas as suas autoestradas, além de eletrificar toda a frota de assistência rodoviária.

"30% das novas vendas de automóveis em Portugal são elétricos. Só no ano passado entraram 40 mil novos veículos 100% elétricos nas estradas”

Gonçalo Castelo Branco, Head of E-mobility da EDP Comercial

Por sua vez, Gonçalo Castelo Branco falou sobre o crescimento exponencial da rede de carregamento da EDP, que recentemente atingiu dois milhões de cargas. Segundo o responsável, “30% das novas vendas de automóveis em Portugal são elétricos. Só no ano passado entraram 40 mil novos veículos 100% elétricos nas estradas”. O Head of E-mobility da EDP Comercial também destacou a importância de uma rede de carregamento que se adapte às necessidades dos utilizadores, com postos de carregamento mais rápidos nas autoestradas e soluções mais lentas em centros urbanos.

Gonçalo Castelo Branco, Head of E-mobility da EDP ComercialHugo Amaral/ECO

Apesar de destacar os postos de carregamento, o responsável pela EDP Comercial lembrou que, cada vez mais, os carros elétricos têm autonomias maiores, o que ajuda na despreocupação dos seus utilizadores. “É interessante pensar que os novos modelos elétricos que vão surgindo já têm autonomias cada vez maiores. Há alguns anos, os modelos vinham com 400 quilómetros de autonomia que, depois, na prática, na autoestrada, não permitia fazer Porto-Lisboa. Mas hoje já quase todos fazem. E acredito que vão a caminho de, provavelmente, alguma coisa parecida com os 1000 quilómetros de autonomia“, comentou.

"O carregamento fora das autoestradas e nas cidades ainda é um dos principais desafios.”

Ana Almeida Simões, Diretora de Inovação do Grupo Brisa

Ainda assim, Ana Almeida Simões reconheceu que, apesar disso e do crescimento da rede, “o carregamento fora das autoestradas e nas cidades ainda é um dos principais desafios”. A executiva enfatizou a importância de desenvolver novos modelos de negócio e explorar alternativas para o fornecimento de energia, como o uso de robôs para carregar veículos em parques de estacionamento.

Se hoje transitássemos todos para um carro elétrico, provavelmente a nossa rede elétrica não teria capacidade. Portanto, onde é que vamos buscar essa energia? Como é que a vamos armazenar? Para que tipo de baterias? E depois há coisas muito mais engraçadas do ponto de vista de inovação, como, por exemplo, termos uns robôs que carregam automaticamente o carro que deixamos num parque. Simplesmente ele vai lá e trata de tudo”, disse.

Ana Almeida Simões, Diretora de Inovação do Grupo BrisaHugo Amaral/ECO

"Em 2025, 2026 ou 2027, espera-se que os veículos elétricos sejam mais baratos do que os de combustão, mesmo sem incentivos.”

Gonçalo Castelo Branco, Head of E-mobility da EDP Comercial

Gonçalo Castelo Branco destacou, também, a importância dos incentivos à aquisição de veículos elétricos, mas previu que, à medida que os preços dos carros elétricos diminuem, estes incentivos tornar-se-ão menos relevantes. “Em 2025, 2026 ou 2027, espera-se que os veículos elétricos sejam mais baratos do que os de combustão, mesmo sem incentivos”, afirmou.

No entanto, mais do que ser acessível e ter ou não incentivos, Ana Almeida Simões lembrou a importância de o utilizador sentir conveniência na aquisição de um elétrico: “Qual é a quantidade de planeamento que eu tenho que fazer? Do ponto de vista das viagens nas nossas autoestradas, acho que isso passa por garantirmos que temos quantidade de carregadores suficientes para ninguém ter que se preocupar se vai ter um carregador disponível numa viagem de Lisboa para o Porto. Como sociedade, acho que é importante começarmos a olhar o que se passa fora das autoestradas, a fim de não termos pessoas a pôr extensões fora da varanda e a carregarem o carro na rua”.

Assista aqui à talk:

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Hoje nas notícias: Moedas, Ucha e imigrantes

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, considera que os cruzeiros são um tipo de turismo que “não interessa” à cidade. A CEO da Euronext Lisbon chama a atenção para a importância de “ter um Orçamento aprovado”. E o Governo vai aprovar a Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF) da PSP. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Cruzeiros é um tipo de “turismo que não interessa” a Lisboa, diz Moedas

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, diz que “nunca teria tomado” a decisão de construir um terminal de cruzeiros em Santa Apolónia, apontando que, se pudesse, “reverteria” a situação e não teria cruzeiros na cidade. “O problema é que há uma concessão de 20 anos”, assinalou, em entrevista, sublinhando que “é um [tipo de] turismo que não ajuda nada na cidade, nem interessa à cidade”. O autarca referiu que, para diminuir a concentração de turistas na Baixa do município, “duplicou a taxa turística” e está a construir equipamentos culturais “que não estejam todos na mesma zona”.

Leia a entrevista completa no Público ou na Rádio Renascença

“Temos de ter um Orçamento”, diz presidente da Euronext

A CEO da Euronext Lisbon, a empresa que gere a bolsa de Lisboa, alerta que a prioridade para os investidores é que haja estabilidade governativa e de políticas, assim como uma contínua consolidação orçamental que ajude o rating do país. “Para o mercado de capitais, para garantir as melhores condições de financiamento à economia e às empresas, é muito importante a estabilidade de ter um Orçamento aprovado”, afirma Isabel Ucha, em entrevista. A presidente da bolsa nacional defende ainda um alívio gradual da carga fiscal e entendimentos partidários sobre temas estruturais, como a reforma da Segurança Social.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

Nova unidade de fronteiras e fiscalização de imigrantes é aprovada esta quinta-feira

O Governo vai aprovar, no Conselho de Ministros desta quinta-feira, a Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF) da PSP, no âmbito do Plano de Ação para as Migrações. É a última competência do extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a ser formalmente entregue. Esta entidade, que deverá entrar em funcionamento apenas no início de 2025, irá deter as competências de controlo das fronteiras, a implementar juntamente com a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros do Sistema de Segurança Interna; da fiscalização de estrangeiros, que era do SEF, partilhada com a GNR e a Polícia Marítima para garantir cobertura a nível nacional; e de fiscalização e retorno (expulsão) de imigrantes ilegais, que por enquanto está a cargo da AIMA.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Dívida de 40 milhões perdoada a Espanha é moeda de troca para melhorar caudais dos rios

O acordo que será assinado na sexta-feira, em Madrid, pela ministra do Ambiente e Energia, Graça Carvalho, e a sua homóloga espanhola, Teresa Ribera, prevê que Portugal perdoe uma dívida de quase 40 milhões de euros, relativa a duas décadas de consumos de água de Alqueva por parte dos agricultores espanhóis. Em troca, é alterado o regime de caudais dos rios Tejo e Guadiana, que tem sido desfavorável a Portugal há várias décadas, com o Governo de Luís Montenegro a querer a fixação de um volume diário de água a liberar por Espanha para cada um dos rios, em vez do volume semanal atualmente acordado, que, em alguns dias, leva à ausência total de água.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Professores em estágio nas escolas vão ser remunerados através de uma bolsa

Na primeira ronda negocial sobre a revisão da formação inicial dos docentes, que decorreu na quarta-feira, o Ministério da Educação propôs que os estágios de alunos que estão a estudar para ser professores — ou seja, a tirar mestrado em ensino — sejam remunerados através de uma bolsa, cujo valor não foi ainda revelado aos sindicatos. “O valor da bolsa é aquele que resultar do processo negocial. Neste momento é cedo para avançar valores”, notou o secretário de Estado da Administração e Inovação Educativa, Pedro Dantas da Cunha, apontando ainda que o tempo que estes professores estagiários derem aulas não contará como tempo de serviço.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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Carros vão ser o novo “hub de dados”

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Verónica Pestana, da RYD, destacou na conferência Outlook Auto que os carros serão o novo centro de dados, permitindo uma transformação digital nas compras e pagamentos dentro dos veículos.

Os automóveis estão a passar por uma transformação digital que os tornará o próximo grande “hub de dados”, afirmou Verónica Pestana, Iberia Country Manager da RYD, durante o painel sobre inovação tecnológica na conferência Outlook Auto, que decorreu nos dias 24 e 25 de setembro, no Estúdio ECO.

Segundo a especialista, a digitalização dentro dos veículos não só vai revolucionar a forma como os consumidores interagem com os seus carros, como também transformará o modo como se fazem compras e pagamentos. “Acreditamos que tudo aquilo que está em mobile vai transitar para dentro do carro. Isto quer dizer que os carros vão ser o grande hub de data“, afirmou. Verónica Pestana reforçou que, com o uso de inteligência artificial (IA), será possível analisar preferências dos consumidores, permitindo compras e vendas cruzadas diretamente através dos veículos, com toda a conveniência.

Tecnologia e IA no interior dos veículos

Além disso, a Iberia Country Manager da RYD sublinhou a importância da IA e da conectividade 5G para garantir a fluidez destas operações em tempo real, tornando os pagamentos ainda mais seguros e eficientes. Driver sit vai ser a nova forma de pagamento. Tudo feito por voz, sem ter de olhar para o telemóvel, mais seguro”, explicou, referindo-se ao futuro dos pagamentos por comandos de voz no automóvel.

Verónica Pestana, Iberia Country Manager da RYDHugo Amaral/ECO

O painel, moderado por Shrikesh Laxmidas, Diretor-Adjunto ECO, também contou com a participação de Luís Barroso, CEO da Mobi.E, que salientou o papel pioneiro de Portugal no desenvolvimento de uma rede de carregamento totalmente interoperável e com livre acesso a dados em tempo real. “Somos o único país que tem a informação totalmente integrada numa mesma plataforma”, destacou, referindo-se à importância da transparência no acesso à rede de carregamento elétrica para os utilizadores.

Expansão da rede elétrica e desafios de carregamento

Entre 2020 e 2024, Portugal viu um crescimento significativo no número de postos de carregamento, passando de 880 para mais de 5.300, segundo o CEO. “Entre 2020 e 2024, este crescimento foi feito sobretudo à custa de investimento privado”, revelou. Luís Barroso ainda mencionou o desenvolvimento de novos projetos-piloto, em colaboração com municípios, para instalar postos de carregamento em áreas residenciais e comerciais que não possuem parqueamento próprio, uma iniciativa que procura responder à crescente procura por soluções acessíveis de carregamento.

Luís Barroso, CEO da Mobi.EHugo Amaral/ECO

“Está neste momento em procedimento concursal um novo projeto-piloto que visa instalar em cidades (que manifestaram o seu interesse para o efeito) postos de carregamento, de média a baixa potência, em ruas onde não há parqueamento próprio. É um trabalho que a Mobi.E faz, que passa, por um lado, por se juntar aos municípios para os sensibilizar para esta necessidade e para esta gestão do espaço urbano e, por outro, por ajudar os operadores. Dependendo da dimensão das cidades, vamos ter entre dois a seis pontos de carregamento na mesma rua“, partilhou.

Segurança rodoviária e fadiga

André Azevedo, CEO da WingDriver, abordou a questão da segurança no trânsito e a importância da tecnologia na prevenção de acidentes causados por erro humano. “94% dos acidentes são causados por erro humano. Porquê? Fadiga é o terceiro maior causador de acidentes a nível mundial, mas é o fator que causa acidentes mais graves, uma vez que não há travagem e o embate acontece na velocidade a que o veículo estava a circular”, explicou.

André Azevedo, CEO da WingDriverHugo Amaral/ECO

Nesse sentido, o CEO destacou o desenvolvimento de um sistema baseado em IA, que utiliza câmeras para monitorizar o comportamento facial dos condutores, detetando distrações, fadiga e stress: “O nosso sistema dá um alerta sonoro e visual bastante eficiente, que permite às pessoas mudarem o seu comportamento”, explicou André Azevedo, que revelou que a ideia surgiu após ele e o seu sócio adormecerem ao volante na mesma semana.

Ainda assim, a inovação no setor automóvel não se restringe ao interior dos veículos, como mostrou Vasco Azevedo, Gestor de Rede da Glassdrive, que sublinhou a importância dos sistemas avançados de apoio ao condutor (ADAS), obrigatórios em todos os novos carros a partir de julho de 2024.

Vasco Azevedo, Gestor de Rede da GlassdriveHugo Amaral/ECO

“Na atividade de substituição de vidro automóvel, a nossa inovação entra na parte de sistemas de apoio ao condutor. Trata-se de um conjunto de câmaras e sensores com algoritmos que fazem a monitorização toda do meio ambiente e que depois providenciam informação para o condutor ou para a viatura para que circulem em segurança, nomeadamente o sistema ADAS. Mas para que este funcione é importante que as faixas estejam bem demarcadas para que o carro consiga ler bem e consiga poder avisar o condutor“, alertou.

Transformação digital e talento

No encerramento do painel, Luís Barroso e Verónica Pestana também chamaram a atenção para o desafio de retenção de talento nas empresas tecnológicas ligadas ao setor automóvel.

Painel “Inovação tecnológica e o impacto nas infraestruturas (e segurança)”Hugo Amaral/ECO

“Tivemos de flexibilizar. Pusemos uma série de políticas diferenciadas que não tínhamos, mas essa foi a única forma de fazer a retenção de talento”, afirmou Verónica Pestana. Já Luís Barroso reconheceu que, apesar da competitividade inicial da Mobi.E, o setor empresarial do Estado enfrenta dificuldades em premiar o talento de forma eficiente: “As empresas do setor empresarial do Estado são muito conservadoras e o grau de liberdade para a gestão e para premiar a evolução é muito difícil, com uma tendência de dividir o mal por todos”.

Ainda assim, destacou o trabalho híbrido como uma solução que têm adotado para suprir este desafio e concluiu: “O talento é importantíssimo”.

Assista à talk aqui:

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SEUR lança o Singular by SEUR, um “mercado” para apoiar as PME do setor alimentar gourmet

  • Servimedia
  • 26 Setembro 2024

Foi criado com o objetivo de ser “uma montra para as pequenas empresas espanholas de produtos alimentares de alta qualidade” para chegar a mais consumidores.

A SEUR lançou a Singular by SEUR (es.singular.shop), uma plataforma criada para apoiar “uma parte fundamental da economia espanhola, as PME”. A empresa explicou que “desde a sua criação tem trabalhado em estreita colaboração com empresários, jovens e empresas familiares em todo o país, ajudando-os a crescer e a alcançar mais clientes em Espanha e no mundo, graças à sua rede internacional com a Geopost”.

Neste sentido, indicou que Singular by SEUR é uma ferramenta mais para reforçar esta aliança e apoiar uma rede empresarial que é uma parte fundamental do tecido económico espanhol. No seu lançamento, o site apresenta mais de 500 produtos de várias marcas alimentares exclusivas da mais alta qualidade, desde carnes e enchidos premium, queijos, conservas, frutas, doces e mel, que, a partir de hoje, têm uma nova montra para destacar as qualidades destes produtos gourmet e inspirar os consumidores de todo o mundo.

De acordo com o último barómetro E-shopper do SEUR, os produtos alimentares e frescos estão entre os 10 artigos mais populares vendidos em Espanha através da Internet. A este respeito, a empresa indicou que “esta plataforma será o ponto de encontro entre os utilizadores que procuram produtos alimentares de qualidade e as PME que trabalham neste segmento, permitindo-lhes assim consumir de forma responsável e contribuir para a manutenção do comércio local”.

Para este trabalho de ligação entre consumidores e marcas, a SEUR salientou que não recebe qualquer comissão ou lucro, uma vez que defende que o seu único objetivo com esta iniciativa é valorizar estas empresas e que, com o seu trabalho e talento, possam chegar a mais clientes. Por esta razão, a SEUR nomeou uma equipa para selecionar as marcas a serem exibidas nesta plataforma com base em critérios como a qualidade do produto, o compromisso com a comunidade local e a exclusividade da oferta.

“As PME foram e são estratégicas para a economia espanhola e, por conseguinte, para o SEUR, já que são um reflexo do funcionamento da economia do nosso país. Por esta razão, queremos impulsionar o seu negócio, dar-lhes visibilidade através desta plataforma e, assim, reforçar o nosso compromisso com elas. Além disso, para oferecer as melhores garantias, este serviço será efetuado por SEUR frio para que os produtos cheguem frescos desde a origem até ao destino. A SEUR é a referência no setor dos transportes porque nos adaptamos a todo o momento às necessidades de todos os nossos clientes”, afirma Santiago Hernández, Diretor de Marketing e Vendas da SEUR.

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Congresso Europeu do Sono analisa o impacto do sono na saúde e centra-se em novas investigações

  • Servimedia
  • 26 Setembro 2024

O Congresso Europeu do Sono reúne esta semana em Sevilha, investigadores, cientistas e estudantes para debater os últimos desenvolvimentos no domínio do sono e do repouso.

No âmbito do Congresso Europeu do Sono, especialistas do Hospital Virgen de la Macarena, em Sevilha, sublinharam a importância do sono e a ideia de que um sono de qualidade, muitas vezes conseguido através de medidas relativamente simples, como o cumprimento de rotinas e regras corretas de higiene do sono, pode ser crucial para uma boa saúde, tanto física como mental, e para a prevenção de doenças em diferentes domínios, como o cardiovascular ou neurológico.

Neste sentido, empresas como a Ikea também colocaram o descanso na mira e, juntamente com a Sleep Alliance, apresentaram o estudo “Condições socioeconómicas e sono”, no qual uma das principais conclusões é que as famílias com um nível socioeconómico baixo dormem pior e têm mais distúrbios do sono. Assim, um dos dados mais notáveis é que 58% das crianças de bairros desfavorecidos têm má qualidade de sono e a insónia aumenta de 15,6% para 17,1% em populações com níveis de escolaridade mais baixos.

Com estas conclusões, e para facilitar um descanso acessível à maioria, a IKEA propôs os seis “essenciais” do descanso, indispensáveis para promover um sono ótimo: conforto, luz, temperatura, som, qualidade do ar e arrumação.

Esta correlação entre a qualidade do sono e o estatuto socioeconómico surge poucas horas depois da recente publicação do estudo Aladino, da Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutricional (Aesan), sobre a prevalência da obesidade e do excesso de peso em crianças de 6 a 9 anos, que também mostra uma relação entre os baixos rendimentos e o excesso de peso em crianças destas idades. O excesso de peso é crónico nas crianças de famílias com rendimentos inferiores a 18.000 euros por ano, uma vez que as taxas se mantêm estáveis desde 2011, ano em que foi realizado o primeiro estudo.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 26 de setembro

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Ao longo desta quinta-feira, 26 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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