Harris desafia Trump para novo debate em 23 de outubro

  • Lusa
  • 21 Setembro 2024

O candidato do Partido Republicano rejeitou realizar mais debates após o embate de 10 de setembro. Rival lançou novo desafio.

A candidata democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, desafiou hoje o seu adversário republicano, Donald Trump, para novo debate, na CNN, em 23 de outubro, poucos dias antes das eleições.

“A vice-Presidente Harris está pronta para enfrentar Donald Trump mais uma vez em palco”, escreveu a sua equipa de campanha num comunicado.

A maioria das sondagens indica que Harris dominou o debate realizado em 10 de setembro, atraindo constantemente o seu rival para os assuntos em que o candidato republicano estava menos confortável, em particular a sua reputação internacional.

Isso não impediu Trump de afirmar que, pelo contrário, foi ele quem ganhou o debate, ao mesmo tempo que atacou a imparcialidade dos dois jornalistas da cadeia televisiva ABC que moderaram a discussão.

Contudo, e ainda assim, em meados deste mês Trump disse que não haveria um novo debate para a campanha das presidenciais, mostrando-se cético sobre as vantagens de um novo confronto entre os dois candidatos.

A 45 dias das eleições, o resultado das eleições presidenciais continua mais indeciso do que nunca, com Donald Trump e Kamala Harris lado a lado em vários dos sete estados-chave onde tudo será provavelmente decidido.

O republicano estará em hoje em campanha num desses estados, a Carolina do Norte.

A votação presencial antecipada para as eleições presidenciais norte-americanas arrancou na sexta-feira em três estados, um marco que dá início a uma corrida de seis semanas até ao dia do escrutínio em novembro, após um verão de forte agitação política.

Os eleitores fizeram fila para votar no Minnesota, Dakota do Sul e Virgínia, os três estados com as primeiras oportunidades de voto presencial, que serão seguidos por cerca de mais uma dúzia em meados de outubro.

O início da votação presencial antecipada acontece após um verão turbulento na política norte-americana, que incluiu a desistência do atual Presidente Joe Biden da corrida à Casa Branca e a sua substituição pela vice-presidente Kamala Harris como candidata do Partido Democrata nas eleições marcadas para 05 de novembro.

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Grandes empresas injetam fundos próprios no empreendedorismo

Empresas já consolidadas – algumas centenárias – têm fundos próprios para investir no ecossistema de empreendedorismo. Os projetos estão na rua e a ajudar a transformar o negócio.

O panorama do corporate venture capital (CVC) em Portugal revela-se dinâmico e claramente em crescimento, com empresas como a EDP, NOS, CTT ou Sogrape a liderarem investimentos estratégicos que não só impulsionam a inovação das suas operações, como fortalecem o ecossistema. Só estas empresas têm, em conjunto, 173 milhões de euros — em parte já investido — neste tipo de ferramentas para dar músculo financeiro ao empreendedorismo nacional, e não só.

Com um “mandato de investimento global”, a EDP Ventures procura soluções que ajudem a empresa mãe no seu processo de transição energética. O CVC arrancou em 2008 com 150 milhões de euros. “Temos já 73 milhões de euros investidos e atualmente 40 empresas ativas no portefólio, distribuídas pelas diferentes áreas de foco e por diferentes países”, descreve Frederico Gonçalves, administrador da EDP Ventures. O fundo tem participadas em 12 países — espalhados pelos EUA, Europa, Israel, LatAm, Ásia e Austrália —, tendo já realizado “exits (parciais e totais) em 10 empresas que permitiram um encaixe financeiro relevante de cerca de 40 milhões de euros”.

Frederico Gonçalves destaca o “valor estratégico” retirado do portefólio investido. “Temos mais de 115 milhões de contratos fechados entre as startups do portefólio e a EDP”, adianta. “Falamos de contratos comerciais, porque o piloto é só uma primeira fase da relação comercial; provando a solução, o objetivo é sempre fazer o roll-out comercial e, se aplicável, alargar às várias unidades de negócio ou geografias da EDP”, continua. A ChemiTek — que fornece uma solução de limpeza de painéis solares à EDP Espanha e EDP Comercial —; a Enging (já alienada) — a trabalhar com a E-REDES na monitorização de transformadores de potência — a Arquiled — que fornece luminárias LED à E-REDES para melhorar eficiência e reduzir custos com iluminação pública —; a Probely — a ser usada para “identificar e solucionar potenciais fragilidades de cibersegurança em aplicações e sites da EDP” — são soluções de participadas nacionais já aplicadas na operação da elétrica nacional.

Para ajudar a dar um boost à transição para a quinta geração móvel, a NOS apostou 10 milhões no Fundo NOS 5G para investir em startups portuguesas cujas soluções possam ser potenciadas com esta tecnologia. Já “investiu em seis startups portuguesas de elevado potencial”: a Reckon (retalho); a Knok (saúde); a Kit-AR (indústria); a DareData (IA); a Didimo (que cria avatares para utilização em setores diversos); e a Mediaprober (cuja solução mede “respostas fisiológicas de espetadores a conteúdos multimédia, com aplicações em setores como o marketing”), descreve Pedro Abrantes. “Encontramo-nos numa fase avançada de execução do fundo, mas ainda com capacidade disponível para investir em novas oportunidades”, adianta o diretor de estratégia e desenvolvimento da NOS.

Hubs temáticos e programas de aceleração

Os mecanismos de ligação das empresas ao mundo do empreendedorismo não se ficam pelos CVC. A telecom liderada por Miguel Almeida — a que mais investiu no leilão do 5G: cerca de 165 milhões de um total de 566,8 milhões que o concurso rendeu ao Estado — criou ainda o NOS Hub 5G para testar soluções com base nesta tecnologia e lançou, com a Amazon e Startup Lisboa, o programa Acelerador 5G, cujo vencedor foi a Kit-AR, depois financiada pelo fundo. Esta startup viu, aliás, a sua plataforma — que recorre à realidade aumentada e à IA para reduzir perdas no chão de fábrica — atrair também a atenção dos CTT. É uma das oito onde o grupo centenário já investiu através do 1520 Innovation Fund.

O fundo de inovação dos Correios arrancou há três anos, integralmente financiado pelos CTT com a gestão em parceria com a Iberis Capital, com 4 milhões de euros. “Atualmente, tem uma dotação de 8 milhões de euros, tendo sido reforçado desde a sua criação”, adianta Nuno Matos. Sensefinity, Habitat, Fraudio, Paynest, Ubirider, Neuralshift e GoFact são as startups investidas. “Já temos projetos de coinovação em curso com praticamente todas as startups em que investimos”, revela o diretor de digital, novos canais e inovação dos CTT. Com a Neuralshift, por exemplo, o operador postal está a usar a IA para melhorar a eficiência das operações. Os clientes que recebem encomendas através dos CTT, recebem um SMS informando que a entrega será realizada numa janela temporal de poucas horas, enquanto antes era o dia inteiro. “Isto veio aumentar significativamente a conveniência para os clientes e, portanto, a satisfação com a empresa”, exemplifica.

Só a EDP tem mais de 115 milhões em contratos fechados com as startups que fazem parte do seu portefólio de investimento.

À semelhança da NOS e do seu programa de aceleração ou da EDP — com o Free Electrons ou o Energy Starter que, desde 2016, já realizaram 130 pilotos convertidos em 42 roll-outs “que representam mais de 50 milhões de contratos comerciais” — os CTT têm outros mecanismos de interação com o empreendedorismo: através do 1520 Startup Program têm hoje “22 projetos em curso — sete em parcerias comerciais e 15 em projetos de cocriação”.

Com menos de um ano, e cinco milhões para investir, o Sogrape Ventures, com gestão da Beta Capital, também tem já números para mostrar. “Tivemos mais de 80 candidaturas ao fundo, estamos agora a concretizar o primeiro investimento. É um processo que tem sido muito interessante e tem aproximado muito a Sogrape do ecossistema em apenas meio ano”, adianta André Campos, diretor de estratégia, inovação e transformação da Sogrape. “Falamos de projetos de startups interessantes. Muitas podem não se concretizar em investimentos, mas em pilotos e parcerias. Já temos mais do que uma. Vamos anunciar muito brevemente um piloto com uma ferramenta analítica que nos vai ajudar a servir melhor o canal on trade, da restauração, para vermos os stocks”, explica.

E sintetiza o que, na prática, levou esta aposta da dona do Mateus Rosé num fundo. “Estamos com startups, e muito através do fundo, a ver tecnologias muito disruptivas que nunca nasceriam organicamente da Sogrape.”

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📹 Sabe quais são os maiores contratos do PRR?

Veja quais são os cinco maiores contratos públicos públicos assinados até agora no âmbito da bazuca que ascendem a 932,11 milhões de euros.

Os investimentos feitos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) são feitos por empresas, prestadores de serviços ou fornecedores. Mas é necessário assinar um contrato público, atribuído quase sempre por concurso, para garantir a concorrência.

A Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR fez uma compilação dos 50 maiores contratos que ascendem a 1,53 mil milhões de euros, com um peso de 68% do valor total contratado (que é de 2,25 mil milhões de euros). Mas este valor vai evoluir já que ainda só está contratada uma parte da dotação disponível para os beneficiários diretos.

Mas para se ter um verdadeira dimensão do impacto do PRR é necessário ter também em conta os impactos indiretos. Ou seja, por exemplo, as aquisições feitas pelos beneficiários finais e os contratos de consórcio que estão considerados como um só contrato, alerta a CNA.

O ECO preparou um vídeo com os cinco maiores investimentos. Veja aqui:

http://videos.sapo.pt/a98vP7N7tnLJ06hejkwo

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ECO Quiz. Incêndios, Tupperware e António Mexia

  • Tiago Lopes
  • 21 Setembro 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com o ECO Quiz.

Esta semana ficou marcada invariavelmente pelos incêndios que assolaram Portugal, tendo ardido perto de 100 mil hectares em apenas cinco dias. Nas empresas, a fabricante norte-americana Tupperware divulgou dívidas que chegam aos 700 milhões de dólares, enquanto o Sporting Clube de Portugal anunciou mudanças, com a intenção de comprar o Alvaláxia e “reconstruir” o estádio nos próximos 10 anos

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com este quiz do ECO.

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Pedro Duarte diz que está fora de questão assumir candidatura ao Porto para já

  • Lusa
  • 21 Setembro 2024

"O meu foco é no Governo, não me passa sequer pela cabeça outra opção", respondeu o ministro sobre uma possível candidatura autárquica. Disse também que não se deve dizer "nunca".

O ministro dos Assuntos Parlamentares garante que está completamente fora de questão, para já,” assumir uma candidatura à Câmara do Porto, mas que o “bom senso” dita que não se deve dizer “nunca”, salientando estar focado no Governo.

Está completamente fora de questão, para já, porque eu estou focado na missão que estou a desempenhar no Governo. Eu acho que o bom senso diz-nos que nunca devemos dizer nunca, nem devemos dizer sempre, mas, e estou a ser muito sincero e honesto, eu, de facto, o meu foco é no Governo, não me passa sequer pela cabeça outra opção”, afirmou Pedro Duarte, em Santo Tirso, quando questionado sobre se seria candidato à Câmara Municipal do Porto nas autárquicas de 2025.

A visitar aquele concelho no distrito do Porto na qualidade de presidente da Comissão Política Distrital do PSD/ Porto, Pedro Duarte apontou os objetivos naquele distrito para as eleições autárquicas do próximo ano: “O nosso objetivo passa por duas fases: a primeira é apresentarmos bons candidatos, bons projetos. A política tem que ser feita com ideias, tem que ser feita com pessoas”.

Um segundo objetivo é tentarmos crescer. O nosso objetivo é termos mais mandatos, mais presidentes de câmara, mais presidentes de juntas de freguesia, mais mandatos nas assembleias municipais, porque isso é sinal de que recebemos a confiança das pessoas”, apontou.

Questionado sobre a escolha de Santo Tirso para começar as visitas pelos 18 concelhos do distrito, um concelho onde o PSD não lidera a autarquia desde 1983, Pedro Duarte explicou que queria dar “uma palavra de alento” ao PSD local: “Estou aqui na qualidade de presidente da distrital do PSD do Porto para podermos fazer uma radiografia da realidade do município de Santo Tirso e dar uma palavra de alento, ânimo e muita confiança nos órgãos de Santo Tirso para aquilo que é um ano que sabemos de muito trabalho e que vai culminar com as eleições autárquicas”.

“Estamos com muito otimismo, pela qualidade do trabalho que aqui está a ser feito, pela qualidade dos protagonistas, a qualidade do presidente da comissão politica do PSD de Santo Tirso e perceber que a realidade do concelho é muito simples: nós temos muitas décadas do mesmo poder socialista que tem conduzido a uma estagnação, é um concelho parado, hoje, Santo Tirso”, considerou.

Pedro Duarte foi eleito presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto a seis de setembro.

JCR // ACL

Lusa/Fim

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Manifestação contra o “Governo Macron-Barnier” em Paris junta milhares de franceses

  • Lusa
  • 21 Setembro 2024

Manifestação foi organizada por vários sindicatos e associações estudantis, ecologistas e feministas, contra a nomeação, por Macron, de Michel Barnier para primeiro-ministro.

Uma manifestação juntou hoje milhares de franceses na Praça da Bastilha, em Paris, para protestar pela destituição do Presidente francês, Emmanuel Macron, e contra a nomeação do primeiro-ministro, Michel Barnier.

“Macron Macron destituição”, “Macron, a juventude saiu à rua”, “Greve, bloqueio, Macron na prisão”, “Resistência” e “Somos todos antifascistas” são algumas das palavras de ordem que vão sendo entoadas pelos milhares de manifestantes no início do protesto marcado para as 14:00 horas locais (13:00 de Lisboa).

Embora sem grande agitação até ao momento, mas com um grande aparato policial, a manifestação, organizada por vários sindicatos e associações estudantis, ecologistas e feministas, enche a praça parisiense e vários cartazes assumem as posições contra o “Governo Macron-Barnier”, duas semanas após a nomeação por Macron do novo primeiro-ministro.

Os manifestantes, que estão organizados maioritariamente em grupos animados, deverão seguir um percurso de cerca de dois quilómetros até à praça de Nation, ocupando as ruas no centro da capital francesa, com os seus cânticos e mostrando a revolta enquanto pedem “respeito pelos votos” nas eleições legislativas.

Após a dissolução da Assembleia Nacional francesa e as eleições legislativas antecipadas de 07 de julho, a França tem vivido um momento político de fragmentação sem precedentes.

A nomeação de Michel Barnier, membro do partido conservador de direita Republicanos, tem sido muito contestada, devido à vitória, sem maioria absoluta, da coligação de esquerda Nova Frente Popular nas eleições legislativas.

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Multicare reforça oferta com foco em doenças neurodegenerativas

  • ECO Seguros
  • 21 Setembro 2024

A seguradora alargou oferta em prevenção, diagnóstico precoce e de tratamento que demoraram um ano a ser estudadas para serem incluídas na oferta da seguradora.

A Multicare, seguradora do grupo Fidelidade, reforçou o alcance dos seus seguros de saúde mental na proteção em doenças de foro neurodegenerativo. São soluções de prevenção, diagnóstico precoce e de tratamento que demoraram um ano a seu estudadas e incluídas na oferta da seguradora.

Ana Rita Gomes, administradora da Multicare e Inês Pimenta de Castro, head of Services & Ecossystem no evento de apresentação do alargamento de proteção no âmbito de doenças neurodegenerativas na cobertura de saúde mental.

No domínio da prevenção disponibiliza conteúdos de literacia no blog da Multicare, desenvolvidos em parceria e com Associação Alzheimer de Portugal e Sofia Nunes de Oliveira, neurologista do Luz Saúde.

Ainda em prevenção, a seguradora financia soluções digitais de estimulação cognitiva, nomeadamente, a aplicação Lumosity e a Peak. “Através de jogos lúdicos está a promover exercícios de memória, raciocínio lógico, atenção e linguagem”, assinalou Inês Pimenta de Castro, head of Services & Ecossystem no evento de apresentação da extensão da oferta.

Relativamente ao diagnóstico precoce, são introduzidos no programa de rastreio, indicadores para avaliar o declínio cognitivo. Além disso, clientes com mais de 60 anos são convidados a testar a solução Brain on Track, desenvolvido pela Neuroinova. Neste, os clientes vão fazer exercícios de cognição e, se os resultados estiverem fora do valor de referência, serão encaminhados para a neurologia e verificado se se trata de um diagnóstico precoce. Caso a seguradora verificar resultados do teste piloto, será integrado na oferta, referiu Inês Pimenta de Castro.

“Quanto mais cedo diagnosticar, mais sucesso o tratamento vai ter”, afirmou. Também mencionou que serão feitos rastreios anuais e “incluir a vitamina B12 e ácido fólico – pode ser um fator crítico para o desenvolvimento da demência”

Para quem já tem o diagnóstico confirmado e esteja numa fase inicial da doença, pretendem financiar o tratamento através da solução digital e/ou online COGWEB, também criado pela Neuroinova, – é “uma espécie de fisioterapia para o cérebro”, através de exercidos para a memória, linguagem e perceção cognitiva e é acompanhada por neuropsicólogos. É um acompanhamento personalizado ao cliente, sendo realizada uma consulta prévia e construído um plano dedicado às suas particularidades.

Continuando no domínio do tratamento, incluiu a realização de cirurgias de recuperação para Parkinson e Tremor essencial. A doença não tem cura definitiva, mas, de acordo com Inês Pimenta de Castro, permite a pessoa “recuperar 10 anos” da doença.

A seguradora alargou a proteção aos cuidadores informais dos clientes, disponibilizando “uma consulta totalmente orientada para o apoio ao cuidador”, desenvolvido pela Teladoc. Este “visa responder às dúvidas dos cuidadores sobre a doença e a gestão de sintomas”, explicitou a empresa em comunicado.

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Portuguesa Jular reveste centro Gulbenkian e prepara prédios de madeira em Lisboa

A portuguesa Jular revestiu partes do novo centro Gulbenkian com madeira. Este material, que tem sido a base de um negócio em crescimento, deverá servir também para erguer dois prédios em Lisboa.

É este fim de semana que se dá o evento de estreia do novo Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, que se apresenta com uma nova face. No exterior, impõem-se as largas palas espelhadas, projetadas pelo arquiteto japonês Kengo Kuma. No reverso dessa estrutura, os visitantes são acolhidos por um revestimento de madeira com identidade portuguesa: foram instalados pela Jular, uma empresa nacional que se dedica à construção em madeira de forma sustentável. Este ano prepara-se para estrear um novo segmento de negócio: está em negociações para avançar com a construção de dois prédios em madeira na zona de Lisboa.

A Jular desenvolveu a solução estrutural e de revestimento do lado inferior da pala do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian – a chamada “Engawa”, uma expressão japonesa que se refere à zona de alpendre, no exterior dos edifícios. A empreitada incluiu ainda o teto da nova galeria temporária. Partes de uma obra que custou, na totalidade, 58 milhões de euros, de acordo com o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, António Feijó, citado pelo jornal Público. O investimento total da obra derrapou, mas do lado da Jular não houve percalços: “executámos tudo dentro do orçamento original”, garante o administrador Hélder Santos.

Além do contributo para a construção do centro da Gulbenkian, a Jular também tem no seu portefólio o Pavilhão Inovação AIP-FIL (Associação Industrial Portuguesa – Feira Internacional de Lisboa) ou a Redbridge School, igualmente erguidos na capital portuguesa.

A Jular trabalha em construção de madeira desde 1996, mais de duas décadas depois da fundação da empresa, em 1973. Detida e gerida pelos irmãos Hélder Santos, Amaro Santos e Luís Santos, iniciou a atividade nas áreas de promoção imobiliária, comércio de materiais de construção e importação de madeiras, mas foi evoluindo na cadeia de valor, primeiro na indústria de revestimentos e, finalmente, na construção estrutural em madeira, o que aconteceu em meados dos anos 90.

"Temos negócios em desenvolvimento em Espanha, França e Angola, pelo que existem perspetivas de crescimento do volume de negócios para essas geografias nos próximos meses.”

Hélder Santos

Administrador da Jular

A empresa tem mais de 150 projetos concluídos, repartidos entre múltiplos formatos, e 20 deles estão agora em desenvolvimento. Constrói desde edifícios inteiros, tais como escolas, hotéis, habitações, restaurantes, pavilhões industriais e coberturas, ao mesmo tempo que trata da reabilitação de edifícios. A um custo mais acessível que a média do mercado: uma moradia de 100 metros quadrados, de uma gama média, custa cerca de 150.000 euros, ilustra o administrador. Mais recentemente, a Jular tem-se dedicado a construir também habitações de uma gama mais alta, com maiores áreas, telhados inclinados e acabamentos melhores, cujos preços rondam os 200.000 euros.

Este ano, a empresa está a lançar-se num novo segmento: o das habitações plurifamiliares, ou prédios, em linguagem corrente. Hélder Santos indica que tem “dois projetos na zona de Lisboa, em negociação”. Estes serão “integralmente construídos em madeira”, explica e, para já, a ideia é terem quatro pisos. Embora as negociações não estejam fechadas, conta que os preços sejam abaixo da média praticada na capital.

Em 2023, o volume de negócios da Jular ascendeu a 10 milhões de euros e o lucro a um milhão. O volume de negócios tem crescido cerca de 10% ao ano desde 2015, e em 2024 espera verificar a mesma tendência. Hoje, a construção em madeira pesa 50% nas receitas e os revestimentos e madeiras para construção dão origem aos restantes 50%.

A totalidade das receitas no ano passado foram arrecadadas com a operação em Portugal, mas os territórios onde estão ativos oscilam ao sabor das oportunidades. “[Este ano] temos negócios em desenvolvimento em Espanha, França e Angola, pelo que existem perspetivas de crescimento do volume de negócios para essas geografias nos próximos meses”, afirma Hélder Santos, administrador da Jular.

Em Espanha, a empresa de construção em madeira está negociar três projetos de casas unifamiliares, em França está a trabalhar num resort e num projeto de habitações secundárias, leia-se, casas de férias, e em Angola atua na venda de materiais.

Um mercado em crescimento, por entre alguma desconfiança

Há muito desconhecimento no nosso mercado, que ainda é dominado pelo complexo da história dos três porquinhos”, lamenta o administrador da empresa, explicando que a ideia de que a madeira não é um material robusto para construção afeta os promotores, projetistas, bancos, seguros e entidades públicas. Ainda assim, assiste a um desenvolvimento do mercado em segmentos como aeroportos, hospitais, hotéis, escolas e habitações plurifamiliares. “Todos estes nichos estão a olhar para a madeira como um material de construção a considerar quando se trata de projetar o futuro”, afirma.

"Há muito desconhecimento no nosso mercado, que ainda é dominado pelo complexo da história dos três porquinhos.”

Hélder Santos

Administrador da Jular

Um argumento a favor é o tempo de obra, mais curto, mas também algumas questões de sustentabilidade. “A madeira é uma esponja para o carbono e isso torna-a um material altamente sustentável – na verdade, o mais sustentável de todos”, defende Hélder Santos. Ao contrário de outros materiais de construção, como o aço ou o betão, que libertam elevadas quantidades de carbono na sua produção, instalação e reciclagem, a madeira absorve este gás poluente, libertando o ambiente da sua presença, explica o administrador. E ilustra com os seguintes números: uma parede de madeira com um metro quadrado fixa 80 quilogramas de carbono equivalente, enquanto uma parede de betão de um metro quadrado liberta 120 quilogramas de carbono equivalente.

Ainda no capítulo da sustentabilidade, a Jular indica que possui várias certificações, que abarcam desde a madeira que usam — controlando o impacto desde a plantação, passando pelo transporte e pelas práticas sociais — até à pegada de carbono dos edifícios. Depois do processo de construção, a totalidade dos desperdícios são reciclados.

A empresa realça também que esta indústria, ao aumentar o valor da madeira, ajuda a preservar as florestas. “Os países com a melhor gestão florestal têm excedentes de biomassa na floresta, ou seja, produzem mais madeira do que a que consomem. Essas práticas de gestão florestal devem ser copiadas por outros mercados, nomeadamente o nosso”, defende. A Jular importa sobretudo madeira de pinho com origem na Europa central e na Escandinávia.

No caso português, reconhece, a indústria madeireira não produz ainda madeira que possa competir em preço, qualidade e volume, com as indústrias do centro e norte da Europa. Questionado sobre o efeito na atividade dos incêndios frequentes que assolam o país, Hélder Santos ressalva que “um incêndio violento destrói qualquer tipo de casa”, mas que é importante que o promotor escolha espécies de madeira adequadas para os diferentes tipos de uso, assim como uma boa execução e manutenção. Existe ainda a hipótese de proteger as paredes com tintas indicadas para o efeito.

Por fim, a leveza e o facto de não enferrujar promovem uma maior durabilidade e também flexibilidade. Em paralelo, “é um excelente isolante térmico e acústico, e resiste melhor ao fogo do que o aço”, indica Hélder Santos.

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Governo “está disponível” para ceder no Orçamento, mas há limites

  • Lusa
  • 21 Setembro 2024

"Há uma predisposição grande do Governo para podermos chegar a um consenso em torno do Orçamento", afirmou este sábado o ministro, à margem de uma visita a Santo Tirso.

O ministro dos Assuntos Parlamentares assegurou que o Governo “está disponível” para “negociar e ceder” na proposta de Orçamento do Estado e avisou que os socialistas têm “responsabilidades acrescidas” nesta negociação e que “não pode haver infantilidades”.

Há uma predisposição grande do Governo para podermos chegar a um consenso em torno do Orçamento. Para nós é muito importante que o país tenha um Orçamento, que a proposta do Governo seja aprovada. Nós sabemos que não temos maioria absoluta no parlamento e, portanto, estamos disponíveis, mais do que disponíveis, estamos interessados em conversar, em negociar e em ceder onde for preciso ceder para podermos ter um Orçamento aprovado“, afirmou Pedro Duarte, em Santo Tirso, à margem de uma visita àquele concelho no distrito do Porto como presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto.

No entanto, avisou, há limites: “É evidente, acho que toda a gente também percebe, quando eu digo ‘ceder onde for preciso’, [que] há um limite que é muito simples, que é quando deixarmos ter o projeto do Governo. Não faz sentido se nos deixarmos de rever no Orçamento“.

“Mas tirando aquilo que são estas linhas estruturais, há uma enorme abertura do Governo para podermos ouvir os outros partidos. O que se passa realmente com o PS é que nós não conhecemos essas propostas e, portanto, estamos à espera, isto não é sequer uma crítica, mas estamos à espera que o PS entregue as suas propostas para podermos avaliá-las e, desde que sejam razoáveis, há, com certeza, toda a abertura da parte do Governo”, disse.

Pedro Duarte deixou, no entanto, um aviso ao PS e ao líder socialista, Pedro Nuno Santos: “”Eu espero que haja responsabilidade, sentido de responsabilidade da oposição, nomeadamente do maior partido da oposição. O PS tem responsabilidade no estado em que está o país, foi Governo até há muito pouco tempo, tem a responsabilidade acrescida de perceber que estamos num momento crítico e não pode haver nem infantilidades nem brincar com a vida dos portugueses”.

Questionado sobre as consequências do chumbo da proposta de Orçamento de Estado, o ministro com a pasta dos Assuntos Parlamentares avisou que seriam “muito negativas” e numa altura decisiva para o país: “Seria muito negativo, estamos num momento crucial, por exemplo ao nível dos investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência, é um ano decisivo no próximo ano e se nós não tivermos a ferramenta disponível vai implicar mais atrasos e vamos, provavelmente, perder muitos fundos comunitários”.

“O Governo já conseguiu pacificar o país chegando a acordo com muitos setores profissionais, várias carreiras da Função Pública e tudo isso seria afetado. E, também, nós temos a perspetiva de ter a Economia a crescer para as pessoas terem mais dinheiro no bolso e podermos todos viver melhor”, argumentou.

A Economia seria muito afetada, desde logo pelo investimento internacional, um investidor que está a pensar trazer dinheiro para o país, se vir que vamos ter uma crise politica, um Governo que não tem uma ferramenta para trabalhar como é um Orçamento, provavelmente vai repensar o seu investimento, e isto seria muito negativo para o país”, alertou.

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Negociante de arte doava peças a museus antes de cometer fraudes mundiais

  • Lusa
  • 21 Setembro 2024

Louvre e Museu Britânico entre instituições que já foram alvo de roubos e fraudes, mos locais de conflito e de fracasso económico são os mais vulneráveis.

Uma investigação internacional sobre comércio ilícito de obras de arte descobriu que um negociante de antiguidades que fazia doações de peças em muito pequena escala a museus de pelo menos três continentes, cometia em seguida fraudes com colecionadores privados.

Este é um dos casos que a investigadora Donna Yates, membro fundador do consórcio de investigação Trafficking Culture, vai dar como exemplo das suas descobertas na intervenção “Crime em coleções de museus: encontrar padrões para histórias escondidas” no âmbito da Escola de Verão do Museu Gulbenkian “Museus, Democracia e Cidadania”, a decorrer entre 25 e 27 de setembro, em Lisboa.

“Detetámos esse padrão de atividade e perguntámo-nos porquê. Pensamos que ele estava a praticar ‘lavagem de reputação’ com este comportamento”, indicou a especialista Donna Yates, numa troca de perguntas e respostas, por correio eletrónico, com a agência Lusa.

O esquema criminoso era simples: “O negociante parecia estar a usar a reputação que ganhou ao doar antiguidades a coleções públicas para assim ajudar os seus esquemas relacionados com colecionadores privados“, explicou, observando que “as coleções públicas e privadas estão interligadas de várias formas”.

“O infame negociante de antiguidades fazia doações de antiguidades em muito pequena escala a museus de pelo menos três continentes, aparentemente mesmo antes de cometer outro tipo de crime ou fraude”, descreveu especialista, professora associada do Departamento de Direito Penal e Criminologia da Universidade de Maastricht, nos Países Baixos.

O comércio ilícito de bens culturais, estimado anualmente em centenas de milhares de peças – com algumas apreensões anunciadas pelas autoridades – destacou-se sobretudo após os escândalos ocorridos em museus europeus de renome mundial.

O antigo presidente-diretor do Museu do Louvre, Jean-Luc Martinez, que ocupou o cargo até agosto de 2021, foi acusado no ano seguinte de branqueamento de capitais e de cumplicidade de fraude, num caso de tráfico de antiguidades inserido numa ampla investigação internacional que alegadamente afeta o Louvre em Abu Dabi e o Museu Metropolitan em Nova Iorque.

A investigação detetou vários comerciantes de arte e peritos considerados suspeitos de terem produzido documentos falsos para fabricar as origens dos objetos saqueados em vários países do Médio Oriente durante a “Primavera Árabe”.

Também o Museu Britânico sobressaiu por razões adversas quando este ano os meios de comunicação noticiaram que tinham desaparecido quase dois mil artefactos das suas reservas, entre joalharia, pedras preciosas e fragmentos de peças antigas em ouro, levando à demissão do diretor, Hartwig Fischer, de 60 anos, no cargo desde 2016.

As autoridades vieram a descobrir que muitas dessas peças foram furtadas por um dos funcionários do museu, algumas pertencentes a coleções datadas do século 15 antes de Cristo, incluindo joias gregas e romanas, que eram vendidas em plataformas ‘online’ a preços reduzidos.

Donna Yale, que recebeu um Prémio Core Fulbright para estudar o tráfico de antiguidades latino-americanas, centrou esse seu projeto na relação entre as comunidades, os governos, a lei e o funcionamento dos mercados criminosos transnacionais.

O seu trabalho também ajudou a desenvolver mecanismos reguladores para controlar o comércio ilícito de antiguidades na América Latina, com base em trabalho de campo na Bolívia, Belize e México.

Locais de conflito e fracasso económico são os mais frágeis

Questionada pela Lusa sobre quais são atualmente os países mais vulneráveis neste domínio, e os maiores alvos do comércio ilícito de bens culturais, indicou que “muitas vezes, os locais de conflito e de fracasso económico são os mais frágeis ou os maiores alvos”.

“Quando há situações em que as pessoas estão desesperadas e o Estado não consegue ou não quer proteger o património cultural, é compreensível que as pessoas se voltem para qualquer fonte de rendimento que consigam encontrar”, disse à Lusa.

Por outro lado, “os invasores tendem a interessar-se pelos despojos”, por isso aponta a Ucrânia como um país que deve ser alvo de atenção, embora quase toda a sua investigação até hoje tenha sido realizada em países que não estão em situação de conflito.

Sobre as peças mais procuradas e traficadas, disse ser “impossível” responder: “Existem infinitos submercados, cada um com as suas próprias fontes de procura. No entanto, as peças mais compradas e vendidas tendem a ser de baixo preço, pequenas, de baixo valor, fáceis de transportar, fáceis de adquirir… e que se enquadram em todos os tipos de diretrizes ou restrições de comunicação obrigatória”.

Esse é o caso das moedas antigas, por exemplo, ou o tipo de pequenos objetos que foram roubados do Museu Britânico “durante anos, sem que ninguém se apercebesse”, exemplificou à Lusa.

De acordo com o relatório anual da Art Basel, o mercado lícito de arte registou transações no valor de 65 mil milhões de dólares (cerca de 58,3 mil milhões de euros), valores que levam os especialistas a inferir que o tráfico ilícito também será bastante rentável.

Donna Yates recebeu em 2018 uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação no valor de 1,5 milhões de euros para estudar durante cinco anos a forma como os objetos influenciam as redes criminosas, com especial incidência em antiguidades, fósseis e vida selvagem rara e colecionável.

Interessa-lhe sobretudo saber o que atrai as pessoas para estes “objetos de coleção criminogénicos”, como as pessoas interagem com eles e como estas peças podem levar a cometer crimes.

O programa da Escola de Verão do Museu Calouste Gulbenkian vai abordar os mais variados temas da atualidade museológica, como o impacto da Inteligência Artificial nos museus, novas abordagens às exposições de arte histórica, projetos de curadoria participativa, trabalho em redes colaborativas e participação digital.

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Municípios do Centro, Norte e Lisboa são os melhores no desenvolvimento sustentável

  • Lusa
  • 21 Setembro 2024

Relatório sobre cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aponta a Região Autónoma da Madeira, o Algarve e o Alentejo como tendo um desempenho menos favorável.

O Centro, o Norte e a Área Metropolitana de Lisboa (AML) são as regiões de Portugal onde os municípios apresentam melhor despenho médio global no cumprimento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conclui um relatório.

As três regiões são destacadas no relatório “Estado dos ODS em Portugal. O que nos dizem os indicadores municipais da Plataforma ODSlocal”, que analisou como estão os vários territórios do país rumo às metas dos ODS da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), ao qual a Lusa teve acesso.

As regiões cujos municípios têm um desempenho médio global menos positivo são a Região Autónoma da Madeira, o Algarve e o Alentejo“, contrapôs o relatório, divulgado por ocasião da Cimeira para o Futuro, que começa no domingo, na sede da ONU, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.

O encontro nas Nações Unidas visa “dar um novo impulso à concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável consagrados na Agenda 2030” e o relatório avaliou como está o cumprimento dos objetivos destinados a proteger o ambiente e a evitar o aquecimento global nos 308 municípios portugueses.

Foram avaliados os dados “mais recentes de 143 indicadores de progresso dos 17 ODS em relação às metas estabelecidas para cada um deles para o ano 2030”, esclarece-se no documento.

Municípios destacam-se na Educação, mas estão aquém na Ação Climática

“Atualmente, os ODS em que os municípios portugueses têm melhor desempenho médio são o ODS 4 — Educação de qualidade, o ODS 6 — Água potável e saneamento e o ODS 14 — Proteger a vida marinha“, lê-se no relatório, frisando que “todos os ODS estão a metade ou mais de metade do caminho a percorrer até 2030” para garantir um desenvolvimento sustentável do planeta.

O relatório excetua três ODS do patamar da metade ou acima da metade (o ODS 13 — Ação climática, o ODS 2 — Erradicar a fome e promover a agricultura sustentável e o ODS 5 — Igualdade de género), assinalando que estes “justificam, por isso, particular atenção”.

“Caso se mantenha a evolução da tendência verificada desde 2015 até hoje, as projeções para 2030 indicam uma melhoria generalizada dos ODS, ainda que para nenhum deles se preveja que venham a ser alcançadas 100% das respetivas metas“, estimou.

Risco de retrocesso nas cidades e comunidades sustentáveis

No entanto, há “exceções em relação a esta evolução globalmente positiva” nos ODS 11 — Cidades e comunidades sustentáveis e ODS 12 — Produção e consumo sustentáveis, objetivos que poderão “observar um retrocesso em termos de aproximação às metas definidas para 2030“.

“São, pois, cinco os ODS que justificam maior empenho a curto prazo: três porque têm progredido de forma insuficiente, pelo que necessitam de ser acelerados, e dois porque estão em risco de regredir, pelo que essa tendência tem de ser invertida”, propõem os relatores do documento.

Quanto às disparidades territoriais, o relatório alerta que “as sete regiões NUTS II de Portugal revelam disparidades intrarregionais (entre os municípios de cada região) e inter-regionais relativamente ao progresso dos vários ODS”.

O relatório indica também que existe uma “evolução desigual dos municípios em relação aos ODS”, com o “contexto ambiental, social, económico e cultural” a ser “relevante para o (in)sucesso do seu progresso em dois terços dos ODS”.

“Municípios ambientalmente mais cuidadosos com a integração da conservação da biodiversidade no ordenamento do território, socialmente mais conectados com base numa maior densidade populacional, economicamente mais prósperos em função do PIB [Produto Interno Bruto] por habitante, e promotores de uma cultura de paz e parcerias associada a uma população com níveis de educação mais favoráveis, têm melhor desempenho em mais de metade dos dezassete ODS […]”, conclui.

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Grupo SATA com prejuízos de 45 milhões no primeiro semestre

  • Lusa
  • 21 Setembro 2024

Número de passageiros transportados e receitas cresceram a dois dígitos, mas aumento dos custos operacionais e encargos com dívida empurram contas para o vermelho.

O grupo SATA manteve uma trajetória de crescimento de receitas no primeiro semestre do ano, mas os custos operacionais condicionaram o desempenho operacional e financeiro nesse período, segundo um comunicado da empresa aérea.

O crescimento contínuo das receitas mantém-se em 2024, atingindo cerca de 180 milhões de euros, o que representa um aumento de cerca 32 milhões de euros (+22%) quando comparado com o período homólogo de 2023″, referiu o comunicado da empresa aérea da Região Autónoma dos Açores.

No entanto, de acordo com a empresa, “a pressão sobre os custos fez recuar o EBITDA [resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] para 6,5 milhões negativos, em comparação aos 3,6 milhões de euros positivos verificados no primeiro semestre de 2023″.

“O resultado líquido do Grupo SATA foi afetado pela pressão provocada pelo aumento dos custos operacionais, bem como nos gastos financeiros, fixando-se nos 45 milhões negativos“, segundo a nota.

“No primeiro semestre de 2024, o Grupo SATA transportou 1,174 milhões de passageiros, correspondendo a mais 166 mil passageiros (+16%), quando comparado com o período homólogo”, de acordo com a nota.

Segundo a empresa, a capacidade disponibilizada registou um aumento de 13% em comparação ao primeiro semestre de 2023, traduzindo-se num incremento geral da taxa de ocupação média (‘load factor’) do grupo em 2,6 pontos percentuais (p.p.), cifrando-se em 78,6%.

A SATA Air Açores, que faz os voos interilhas, registou um aumento de receita e de passageiros transportados e, apesar dos constrangimentos operacionais, o resultado líquido apresentou melhorias, fruto da redução de gastos financeiros.

Segundo o comunicado, a SATA Air Açores transportou 427 mil passageiros, +6% face ao primeiro semestre de 2023, tendo sido atingido um ‘load fator’ de 74,5%, superior ao ‘load factor’ do período homólogo (70,6%). A receita no primeiro semestre de 2024 atingiu os 51,4 milhões de euros (mais 6,1 milhões de euros quando comparado com o primeiro semestre 2023, +13,4%).

“O resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi negativo em 1,2 milhões de euros, que compara com os 0,1 milhões negativos verificados no primeiro semestre de 2023. O resultado líquido no primeiro semestre de 2024 foi negativo em nove milhões de euros, que compara com um resultado líquido negativo de 11,4 milhões de euros no período homólogo”, indicou a nota.

A SATA Internacional-Azores Airlines aumentou as suas receitas, mas também os custos operacionais impactaram de forma negativa nos resultados do semestre.

No primeiro semestre de 2024, A SATA Internacional “transportou 747 mil passageiros, +24% face ao primeiro semestre de 2023, com um ‘load fator’ de 81,1% (+1 p.p. face ao primeiro semestre de 2023)”.

Segundo o comunicado, “a receita totalizou 135,5 milhões de euros (+24,4 milhões de euros quando comparado com os primeiros seis meses de 2023)”.

“O resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) fixou-se em 4,9 milhões de euros negativos. O resultado líquido no primeiro semestre de 2024 foi negativo em 37,8 milhões de euros“, referiu a nota.

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