Gigi Hadid transforma Havaianas no fashion statement do verão

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Março 2025

Os flip-flops saem da praia e chegam às passerelles. Gigi Hadid é a nova embaixadora da Havaianas, elevando os icónicos chinelos a peça de moda essencial. Descubra como este clássico se reinventou.

Quem disse que os flip-flops eram apenas para a praia? A moda tem provado o contrário, e agora, com Gigi Hadid como nova embaixadora global da Havaianas, os chinelos ganham um estatuto de it-shoes. No último verão, tornaram-se presença obrigatória nos looks de street style e até nas passerelles, onde marcas de luxo os reinterpretaram de forma criativa.

Reconhecida mundialmente como a criadora do flip-flop moderno, a Havaianas sempre apostou na simplicidade, mostrando que o verdadeiro estilo não precisa de excessos. Agora, com os flip-flops a assumirem o seu lugar na moda urbana, a marca dá um passo ousado ao juntar-se a uma das maiores supermodelos do mundo para consolidar essa ascensão.

Com mais de 77 milhões de seguidores no Instagram e uma carreira que a posiciona como um ícone global, Gigi Hadid dita tendências. A sua escolha de peças influencia milhões de pessoas, e ao tornar-se o rosto da Havaianas, ela reforça que o conforto pode, sim, andar de mãos dadas com a sofisticação.

A campanha traz a supermodelo a brilhar com alguns dos modelos mais icónicos da marca, como os Brazil Logo e Slim Point. Entre cliques descontraídos e um estilo effortless chic, Gigi mostra que os flip-flops podem ser usados em qualquer lugar, do calçadão à cidade.

“Ser a embaixadora global da Havaianas é surreal e até nostálgico”, revela Gigi. “Cresci na praia e não me lembro de uma época em que não usasse este essencial de verão. Estou muito entusiasmada por trabalhar com esta equipa e adoro ver a Havaianas a fazer um regresso triunfal. Vou usar chinelos em Paris, Nova Iorque e, claro, na praia.”

Maria Fernanda Albuquerque, Vice-Presidente Global de Marketing da Havaianas, celebra esta parceria como uma conquista para a marca: “Os chinelos deixaram de ser um acessório comum e tornaram-se um verdadeiro statement de moda. Com Gigi Hadid como referência, queremos elevar os flip-flops a um novo nível de estilo e desejo.”

Os modelos Slim Point e Brazil Logo, usados por Gigi na campanha, já estão disponíveis para compra no site, nas lojas físicas da Havaianas e em todas as lojas franchisadas.

Agora, a pergunta é: até onde os flip-flops irão? Se depender de Gigi e da Havaianas, o céu — ou melhor, as ruas das capitais da moda — é o limite.

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Literacia financeira. Dos três mealheiros às lições da reciclagem

Especialistas descrevem níveis elevados de iliteracia financeira ao longo da vida dos portugueses, com impacto a nível pessoal, na dependência do Estado e na criação de riqueza do próprio país.

Saímos da faculdade a saber o que é o balanço, o passivo e o cash flow, mas não sabemos o que é o salário líquido“. A frase é de Rui Bairrada, chairman do Doutor Finanças, para ilustra o nível de conhecimento financeiro dos portugueses, que continuam mostrar elevados níveis de iliteracia financeira, com impacto na sua vida, na sociedade e na criação de riqueza do próprio país, segundo os especialistas.

Falar de dinheiro ainda é um tabu em Portugal. Perguntar a outra pessoa quanto ganha parece algo impensável. Mas, para Rui Bairrada, este receio de discutir um tema tão importante demonstra o caminho que ainda há a fazer para melhorar o nível de literacia financeira dos portugueses. “O dinheiro é uma recompensa. O dinheiro é uma coisa positiva“, alertou o chairman do Doutor Finanças, numa conferência promovida pela Fundação António Cupertino de Miranda e pela Câmara do Porto dedicada ao tema.

Como explicou o especialista, “o dinheiro serve para concretizarmos os nossos objetivos e sonhos”. E a melhor forma de gerir o orçamento é criar “três mealheiros: um para gastar, outro para poupar e outro para ajudar”. Mas para fazer esta gestão é preciso ter conhecimento. Tal como aconteceu na reciclagem, “os miúdos são a melhor fonte de absorção de conhecimento que vai influenciar as gerações a seguir”. É por aqui que se pode começar a mudar uma realidade na qual Portugal ainda está longe de aparecer bem na fotografia.

As pessoas não sabem o que é líquido nem bruto, quanto é que é para o Estado, quanto é que é para a Segurança Social, quanto é que a empresa paga, quanto é que é o custo para a empresa.

Rui Bairrada

Chairman do Doutor Finanças

As pessoas não sabem o que é líquido nem bruto, quanto é que é para o Estado, quanto é que é para a Segurança Social, quanto é que a empresa paga, quanto é que é o custo para a empresa“, sintetiza Rui Bairrada, contabilizando que dois milhões de pessoas por mês utilizam o site do Doutor Finanças e muitas delas usam ferramentas precisamente para calcular o seu salário líquido.

Ora, completou, “se todos tivermos mais conhecimento de finanças pessoais, vamos depender menos do Estado”. “Vou conseguir gerir a minha vida, em vez de dizer que têm de ser os outros a gerir a nossa vida”, acrescentou Rui Barrada.

A mesma leitura é feita por Inês Odila, country manager da Coverflex, uma start-up de gestão de benefícios flexíveis, que permitem à empresa maximizar a compensação dos colaboradores através de soluções como o cartão de refeição, o cheque infância ou o pagamento de parte do salário através de um PRR. “A maior parte de nós não sabe ler um recibo de vencimento“, anuiu.

A empresária lembra que a compensação é “muito mais” do que o salário. “Vou dar-vos um cenário de uma empresa que paga um salário, dá-me bónus, dá-me dias extra de férias — que correspondem a um determinado valor porque o meu dia tem um determinado valor — dá-me o dia de aniversário dos filhos, licença parental alargada paga pela empresa, permite-me ter uma sabática paga, ou dá-me um budget para saúde mental para poder usar durante o ano”. “Tudo isto é compensação”, sintetiza.

No que concerne a este tema, Inês Odila refere que “ muito pouca literacia sobre como é que se pode tirar melhor partido da compensação“.

Hoje, se disser a uma pessoa com 22 anos que no pacote de compensação dela tem um carro, diz ‘eu não quero carro para nada, o que gastas no carro dá-me no meu salário ou em benefícios’.

Inês Odila

Country manager da Coverflex Portugal

Segundo a mesma especialista, há ainda que considerar importantes mudanças que estão a concretizar-se no mercado laboral. “As empresas hoje têm cinco gerações no mundo do trabalho, quatro predominantes e uma quinta a começar a sair”, que têm diferentes prioridades e estão a obrigar as empresas a ser mais competitivas na forma como compensam os seus colaboradores.

“Hoje, se disser a uma pessoa com 22 anos que no pacote de compensação dela tem um carro, diz ‘eu não quero carro para nada, o que gastas no carro dá-me no meu salário ou em benefícios'”, remata. “Daqui a 10 anos, acredito num modelo onde a empresa vai definir o custo por colaborador” e depois vai-lhe dizer ‘agora tens aqui uma ferramenta para escolheres como é que queres receber’.

Literacia vs ansiedade

Se a literacia mexe com o crescimento, também é verdade que mexe com a saúde mental dos colaboradores. Lourenço Reis, cofundador da Laicos, que no ano passado realizou com o Doutor Finanças um estudo para medir o bem-estar financeiro e os comportamentos, refere que este levantamento mostrou que há comportamentos que vão influenciar o bem-estar financeiro.

“É o caminho para sermos pessoas mais felizes, mais satisfeitas com as nossas vidas”, explica Lourenço Reis, destacando que “pessoas em maior situação de escassez têm emoções negativas“.

O mesmo responsável mostrou ainda alguns dados que revelam uma situação preocupante:

  • 50% dos portugueses têm ansiedade quando pensam na sua situação financeira;
  • 30% não consegue trocar material mobiliário quando está demasiado usado;
  • 20% não consegue aquecer casa.

Números que evidenciam bem a necessidade de ensinar as pessoas sobre a importância das “atitudes que temos sobre importância de poupar ou gastar”.

Em média, uma pessoa em stress financeiro passa seis horas de trabalho por semana preocupada com a sua situação financeira e isto tem custos em termos de produtividade e por cometerem erros no trabalho.

Miguel Ferreira

Responsável pelo Finanças para Todos

Miguel Ferreira, responsável pelo programa Finanças para Todos, criado pela Nova School of Business and Economics, acrescenta que há muitos estudos que chamam a atenção para os custos “muito elevados” de não ter literacia financeira. “Em média, uma pessoa em stress financeiro passa seis horas de trabalho por semana preocupada com a sua situação financeira e isto tem custos em termos de produtividade e por cometerem erros no trabalho..

O responsável adianta que o programa lançado há três anos pela Nova SBE já está a ter um impacto positivo nos conhecimentos financeiros adquiridos, após o programa que tem uma duração de 10 horas e aborda temas como orçamento, reforma, poupança, crédito, gestão de situações endividamento, ou produtos financeiros.

Miguel Ferreira (Finanças para Todos) e Rui Barrada (Doutor Finanças)

Atualmente na 3.ª edição, o programa já chegou a mais de 5.000 pessoas em Lisboa, Porto e via online. Ainda assim, Miguel Ferreira lamenta que, ao contrário do que pretendia, não alcançaram um público com rendimentos mais baixos. “Infelizmente não conseguimos chegar a essas pessoas“, refere.

Outro target que o programa identifica são as pequenas e médias empresas (PME) e os imigrantes, estando a preparar a customização do programa para ser dirigido a essas pessoas. Um deles com uma edição para imigrantes, em português e inglês, adaptado às suas necessidades; e outro direcionado para trabalhadores de PME, um “segmento da população com mais lacunas porque têm um nível de educação e rendimento mais reduzido”.

Mas neste universo empresarial, Miguel Ferreira reconhece que o problema começa, muitas vezes, na gestão. “Ainda há um tecido de PME em que as qualificações dos gestores são relativamente baixas e é um dos problemas ao nível da produtividade“.

Há um défice de conhecimento económico e financeiro, que tem efeitos negativos, desde logo na capacidade de orçamento doméstico.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, tem sido um promotor da literacia financeira no município. O autarca, que este ano completa o terceiro e último mandato, reconhece que “parte significativa da população [da cidade] não domina conceitos básicos” financeiros. “Há um défice de conhecimento económico e financeiro, que tem efeitos negativos, desde logo na capacidade de orçamento doméstico“, resume.

Para Rui Moreira, “a promoção da literacia financeira deve abranger as novas gerações, mas a infância em geral”, reforçando a importância de implementar estes programas de literacia financeira nas escolas.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto

O autarca portuense considera a literacia financeira essencial para ajudar as pessoas a gerir rendimentos, criar hábitos de aforro, evitar situações de sobre-endividamento e tomar boas decisões de investimento. Só assim se vai caminhar para “uma sociedade mais justa, económica e mais próspera”.

“É essencial que as pessoas estejam mais bem preparadas para gerir o seu rendimento”, argumenta, destacando que a “capacidade de proteção social do Estado foi-se exaurindo nas últimas décadas – e para isso muito tem contribuído envelhecimento da sociedade“.

Por um lado, alerta, “os sistemas públicos de saúde virão os seus custos disparar com o aumento da esperança de vida. Ora, esta realidade vai exigir dos contribuintes e utentes uma maior compartilhação dos seus cuidados médicos”. Por outro, a Segurança Social vai ter custos cada vez mais elevados com as pensões, o que vai reduzir os valores das pensões públicas nas próximas décadas. A estimativa é que valor da pensão caia seja metade do último ordenado em 2040.

“A omnipresença do Estado nas nossas vidas tem tendência a esbater-se”, o que vai obrigar a uma maior contribuição dos cidadãos, concluiu.

 

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Ambição presidencial de Marine Le Pen nas mãos da justiça francesa

  • Lusa
  • 29 Março 2025

Marine Le Pen, de 56 anos, poderá ficar impossibilitada de se candidatar nas presidenciais francesas previstas para 2027 caso seja condenada pelo Tribunal Penal de Paris.

A ambição presidencial de Marine Le Pen, líder extrema-direita francesa, vai ser decidida, na segunda-feira, pela justiça, na sentença do julgamento por desvio de fundos europeus.

Em caso de condenação pelo Tribunal Penal de Paris, os 25 arguidos podem ser condenados a uma pena máxima de 10 anos de prisão e a uma multa de um milhão de euros cada, bem como a perda de direitos cívicos e uma proibição de se candidatarem a cargos públicos durante dez anos.

Assim, Marine Le Pen, de 56 anos, poderá ficar impossibilitada de se candidatar nas presidenciais francesas previstas para 2027, em que pretende suceder ao atual Presidente, Emmanuel Macron, depois de ter ficado em segundo lugar nas eleições de 2017 e 2022.

Em 13 de novembro, o Ministério Público francês pediu cinco anos de prisão e uma pena de inelegibilidade – a aplicar imediatamente, mesmo em caso de recurso – para exercer cargos públicos e se candidatarem nas futuras eleições contra os arguidos do processo, incluindo Le Pen, acusada de “sistema organizado” e cumplicidade.

A atual presidente do grupo na Assembleia Nacional francesa está a ser julgada como eurodeputada e como presidente do partido, entre 2011 a 2021. Marine sucedeu ao pai, fundador da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, que faleceu aos 96 anos em 07 de janeiro, tendo sido dispensado de se apresentar em tribunal devido ao estado de saúde.

Em 2015, o Parlamento Europeu (PE) lançou um alerta às autoridades francesas sobre a possível utilização fraudulenta de fundos do antigo partido Frente Nacional, posteriormente renomeado União Nacional, devido ao grande número de contratos de assistentes parlamentares que trabalhavam total ou parcialmente para o partido entre 2004 e 2016.

De acordo com a acusação, durante estes 12 anos, os assistentes só tinham títulos e alguns apenas trabalharam para o partido, o que é proibido pela regulamentação europeia, como foi o caso do guarda-costas de Jean-Marie Le Pen e da chefe de gabinete de Marine Le Pen.

O PE estimou o prejuízo financeiro em 4,5 milhões de euros, mas só vai reclamar dois milhões, uma vez que um milhão já foi reembolsado, o que o advogado do RN garantiu não ser uma confissão de culpa.

Desde o início do processo, em 30 de setembro, Marine Le Pen tem vindo a negar qualquer irregularidade no uso de fundos europeus, defendendo que, nesses 12 anos, os assistentes parlamentares não trabalhavam para o PE, mas seriam “assistentes políticos de funcionários eleitos, políticos por definição” e que este caso é politicamente motivado.

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Já há imagens do que será a Parque Cidades do Tejo. Veja aqui

Parque verde e 20 mil casas no terreno do aeroporto de Lisboa, túnel de Algés à Trafaria, o Ocean Campus em Lisboa e Oeiras e o há muito apresentado Arco Ribeirinho Sul. Veja o Parque Cidades do Tejo.

Há década e meia prometida para terrenos que a indústria conquistou e deixou ao abandono no Barreiro, Seixal e Almada, a reabilitação da margem esquerda do Tejo tem um novo plano, que, tal como os anteriores, mereceu a promessa governamental de que não ficará apenas no papel.

Agora, para lá do que o Executivo de José Sócrates apresentou em 2009 como Arco Ribeirinho Sul – os terrenos da Quimigal, no Barreiro, da Siderurgia, no Seixal, e da Lisnave, em Almada –, a nova entidade Parque Cidades do Tejo também contemplará a margem direita, seja no entroncamento de Lisboa com Oeiras, entre Pedrouços e Cruz Quebrada, seja mais para o interior da cidade, nos terrenos que hoje albergam o Aeroporto Humberto Delgado.

A mês e meio das legislativas, o Governo de Luís Montenegro juntou os 18 autarcas da Área Metropolitana de Lisboa e ainda o colega de Benavente (porque o plano também abrange os terrenos do Campo de Tiro de Alcochete, que entra por este concelho, e para os quais está prometido o Aeroporto Luís de Camões) para revelar como projeta a sociedade Parque Cidades do Tejo.

Veja aqui imagens que mostram o plano conhecido nesta sexta-feira.

 

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Seis Estrelas Michelin em quatro jantares exclusivos

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Março 2025

A Chef’s Table regressa ao Pine Cliffs Resort em abril e maio, com jantares exclusivos de Rodrigo Castelo, Ricardo Costa, Vasco Coelho Santos e Rui Paula. Vagas limitadas a 21 pessoas por noite.

A prestigiada Chef’s Table está de volta ao Pine Cliffs Resort, trazendo uma experiência gastronómica exclusiva e intimista, que reúne alguns dos mais conceituados chefs portugueses. Durante os meses de abril e maio, Rodrigo Castelo, Ricardo Costa, Vasco Coelho Santos e Rui Paula irão assumir o protagonismo desta quarta edição do evento, proporcionando jantares memoráveis no espaço MIMO Algarve.

Cada jantar da Chef’s Table contará com um welcome cocktail, um menu de autor elaborado pelo chef anfitrião e uma harmonização vinícola cuidadosamente selecionada. Com apenas 21 lugares disponíveis por noite, esta é uma experiência gastronómica verdadeiramente exclusiva, onde os sabores, técnicas e criatividade se encontram para elevar a gastronomia nacional.

O calendário desta edição está marcado pelos seguintes momentos imperdíveis:
11 de abril
– Rodrigo Castelo, chef do Ó Balcão (1 Estrela Michelin, 1 Estrela Verde), dará início ao evento com um menu focado no conceito de desperdício zero, onde cada ingrediente é aproveitado ao máximo, numa abordagem sustentável e inovadora.
25 de abril – Ricardo Costa, chef do The Yeatman (2 Estrelas Michelin), apresentará uma interpretação contemporânea das melhores receitas tradicionais portuguesas, combinando técnicas de vanguarda com a autenticidade dos sabores nacionais.
9 de maio – Vasco Coelho Santos, do Euskalduna (1 Estrela Michelin), trará uma experiência sensorial irreverente, onde a alta cozinha se transforma num jogo de sentidos, combinando criatividade e sofisticação.
23 de maio – Rui Paula, chef do Casa de Chá da Boa Nova (2 Estrelas Michelin), fechará a edição com um menu que revisita os sabores e memórias das suas origens, reinterpretando ingredientes e tradições com a sua assinatura única.
Para prolongar a experiência, no dia seguinte a cada jantar, os chefs terão um prato de assinatura disponível no restaurante O Pescador, também no resort, permitindo que mais pessoas possam degustar um pouco do seu talento culinário.

Arturo Pinto de la Sotta, Diretor de Food & Beverage do Pine Cliffs Resort, destaca a importância do evento: “A Chef’s Table é um grande evento gastronómico que pretende promover o que de melhor se faz no nosso país. Ao longo de quatro dias, quatro dos mais prestigiados chefs portugueses vão apresentar o melhor da gastronomia nacional, aliando tradição à técnica e à criatividade. A Chef’s Table é uma experiência única, o maior evento gastronómico do Pine Cliffs Resort e, sem dúvida alguma, uma referência.”

Os jantares Chef’s Table iniciam-se às 20h00 e têm um custo de 195€ por pessoa. Devido à exclusividade do evento, as reservas são limitadas e podem ser feitas através do site oficial do Pine Cliffs Resort.

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Por que Musk juntou a sua empresa de inteligência artificial com a rede social X

A xAI, de Elon Musk, adquiriu a rede social X. A operação poderá levar a outras operações semelhantes, combinando empresas de inteligência artificial generativa com redes sociais.

Elon Musk anunciou na sexta-feira à noite que a sua empresa de inteligência artificial xAI adquiriu a (também sua) rede social X. A integração vai facilitar o uso dos dados do antigo Twitter para desenvolver o modelo de IA generativa Grok.

“A combinação avalia a xAI em 80 mil milhões e o X em 33 mil milhões de dólares”, escreveu o bilionário na sua rede social. Sem dívida, a nova empresa, de nome XAI Holdings, fica com um valor superior a 100 mil milhões de dólares, segundo a Bloomberg.

“Os futuros da xAI e da X estão interligados. Hoje, damos oficialmente o passo para combinar os dados, modelos, computação, distribuição e talento. Essa combinação desbloqueará um imenso potencial ao juntar a capacidade e as competências avançadas de IA da xAI com o alcance massivo da X”, escreveu Musk. “Isto vai permitir-nos construir uma plataforma que não só reflete o mundo mas acelera o progresso humano”, escreveu.

 

Isto ajuda a integrar os sistemas de forma vantajosa”, afirmou à Bloomberg Shweta Khajuria, analista da Wolfe Reserch, salientando que permite ao Grok uma “vantagem única” ao dar acesso a uma enorme quantidade de dados para treinar o modelo da xAI. “O Grok tem o cérebro e o X traz a distribuição”, disse Gene Munster, da Deepwater Asset Management.

O negócio é também visto como uma forma de recompensar os investidores do Twitter (que incluem a Andreessen Horowitz, a Sequoia Capital, a 8VC, a Goanna Capitale a Fidelity Investments), após a turbulenta aquisição da rede social por Musk em 2022, por 44 mil milhões de dólares.

Gil Luria, analista da DA Davidson & CO, afirmou à Reuters que o negócio avalia o agora X em 45 mil milhões, incluindo dívida, mil milhões acima do valor pago por Musk.

Após a aquisição, a rede social perdeu utilizadores e as receitas de publicidade afundaram, criando ansiedade junto dos bancos que ajudaram Musk a financiar a operação. As instituições financeiras já conseguiram repassar a dívida a investidores, que se tornou mais atrativa com a proximidade entre o bilionário e Donald Trump, que o nomeou para a liderança do Departamento de Eficiência Governativa.

De certa forma, isto fecha o capítulo na turbulenta saga do X”, afirmou Paolo Pescatore, analista da PP Foresight, à Bloomberg.

A operação poderá levar a outras operações semelhantes, combinando empresas de inteligência artificial generativa com redes sociais. “Pode ser um sinal de que os rivais, incluindo a Open IA, a Athropic, a Perplexity e a Mistral vão procurar negócios que aumentem o seu alcance junto dos consumidores e capacidade de distribuição”, afirmou Mandeep Singh, analista da Bloomberg Intelligence.

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Vêm aí os dias mais “longos”. Relógios adiantam uma hora esta madrugada

  • Lusa e ECO
  • 29 Março 2025

Na madrugada deste sábado para domingo, quando for 1h00, os relógios passarão para as 2h00 em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira.

Portugal continental e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores vão adiantar os relógios uma hora na madrugada deste domingo, 30 de março, dando início ao horário de verão.

Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, os relógios vão avançar uma hora quando for 1h00, passando a ser 2h00. Na Região Autónoma dos Açores, a alteração será feita à meia-noite, mudando para a 1h00.

A hora legal voltará a mudar em 26 de outubro, para o regime de inverno.

O atual regime de mudança da hora é regulado por uma diretiva (lei comunitária) de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam, respetivamente, adiantados e atrasados uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão.

Os países europeus introduziram uma mudança horária no século XX para poupar energia, especialmente em tempos de guerra ou durante a crise petrolífera da década de 1970. Desde 1980, a União Europeia tem adotado gradualmente legislação para acabar com as divergências em termos de mudanças de hora nacionais.

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ECO Quiz. Sword Health, carta de condução e banca

  • Tiago Lopes
  • 29 Março 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

A A2 Academy, sediada nos Estados Unidos, iniciou um processo judicial contra a empresa portuguesa Sword Health, alegando o incumprimento de um acordo estabelecido em 2014. Este acordo previa a atribuição de uma participação acionista à A2 Academy, mas a Sword Health não terá cumprido essa obrigação. O fundador da Sword Health, Virgílio Bento, afirmou que honrou o acordo na época, mas que a A2 Academy recusou a participação na empresa.

A União Europeia chegou a um acordo preliminar para atualizar as regras das cartas de condução. Os Estados-membros também podem começar a emitir cartas de condução digitais. Cada país tem cinco anos e meio para implementar a medida, podendo exigir que a carta física seja mantida. A Comissão Europeia detalha que as cartas de condução físicas continuam disponíveis mediante pedido, particularmente para aqueles que não têm um smartphone ou preferem e precisam de um documento físico.

​Em 2024, a banca portuguesa alcançou lucros históricos. Vários fatores contribuíram para este resultado, incluindo os rendimentos gerados pelos juros e pelas comissões, mas também a reversão de provisões e imparidades, entre outros fatores.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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O que é a ABB, a empresa no centro da nova polémica que envolve Montenegro?

Com mais de 500 colaboradores, a construtora bracarense fatura mais de 100 milhões, concorre com as gigantes do setor em Portugal e tem na Justiça uma arma para tentar ganhar (mais) milhões.

Nasceu em 1968 como uma empresa de transportes, mas depressa a Alexandre Barbosa Borges, SA (ABB) ajustou a sua estratégia para alargar a sua atividade a outras áreas de negócio. A construção tornou-se a espinha dorsal da empresa bracarense, cujo nome está associado à nova polémica que envolve o primeiro-ministro Luís Montenegro, e que fatura mais de 100 milhões e tem negócios em setores que vão desde as infraestruturas, ao betão, imobiliário, energia ou à gestão de resíduos, contando com presença em vários mercados internacionais.

A ABB saltou, no final desta semana, para as notícias, associada a um caso que a liga ao antigo escritório de Luís Montenegro. Segundo noticiou o Expresso, o ministério público tem em mãos um caso que envolve a empresa liderada por Gaspar Barbosa Borges e a maior obra pública adjudicada até hoje pela Câmara Municipal de Espinho. Segundo a mesma fonte, o nome do primeiro-ministro surge associado ao processo devido à existência de pareceres que Luís Montenegro e o seu escritório deram à Câmara de Espinho e que beneficiam a ABB.

Mas o que é a empresa que tantas vezes surgiu, nos últimos anos, associada a casos de Justiça? Com 56 anos e sede na Rua do Labriosque, 70, em Martim, Barcelos, a Alexandre Barbosa Borges, SA (ABB) teve origem na criação da “Transportes Manuel do Bairro, Lda”, “uma empresa dedicada à atividade extrativa e à comercialização dos produtos daí derivados”, conforme descreve a empresa no seu site.

Nos anos seguintes, a nova empresa foi alargando as áreas de negócio. Apenas dois anos depois da criação, entrava na área das terraplanagens, levando a empresa para o setor das infraestruturas. No final de 1980, o grupo já tinha como atividade principal as atividades de terraplanagem, construção civil e obras públicas, e iniciava uma nova componente dedicada à promoção imobiliária. É por esta altura que a empresa muda o nome para Transportes Alexandre Barbosa Borges, Lda. Em 1992, o grupo cria a Irmãos Borges-Imobiliária, entrando no negócio do imobiliário.

No ano 2000, a Transportes Alexandre Barbosa Borges, Lda. passa por uma nova transformação, tornando-se em sociedade anónima e assumindo a designação com que se apresenta atualmente de Alexandre Barbosa Borges, S.A. Seguiu-se um período de forte crescimento, com a adição de novos negócios, como o betão, a aquisição de participações em empresas do setor das águas e a expansão internacional.

À imagem do que acontece com outras empresas portuguesas do setor da construção, o primeiro mercado em que a companhia entrou foi Angola, em 2005, através da Noráfrica – Engenharia. Juntaram-se depois outros mercados, como França, Polónia, Cabo Verde e Moçambique. Em 2010, uma nova área de negócios, desta vez no setor das instalações elétricas, hidráulicas e mecânicas, com a criação da empresa “PowerGol Angola“. É este aglomerado de negócios — e empresas — que constituem aquele que é um dos maiores grupos do país.

De acordo com os últimos dados conhecidos, o grupo fechou 2023 com uma faturação de 126,6 milhões de euros e um resultado líquido de 10,7 milhões, o que representa mais do dobro dos lucros obtidos em 2022, segundo os dados disponibilizados no portal da Informa DB. Com 541 colaboradores, a empresa, que tem um capital social de sete milhões de euros, e é totalmente controlada pela sociedade Argumentos Convincentes, que é detida por membros da família, realiza o grosso das suas receitas em Portugal. Ainda de acordo com a informação recolhida através do site da Informa DB, o grupo apenas exporta 0,61%.

Os números mostram ainda uma situação financeira sólida, com a ABB a apresentar um ativo de 224,4 milhões de euros, face a um passivo de cerca de 138 milhões de euros e capitais próprios 86,5 milhões de euros, no final de 2023. O grupo apresenta ainda uma autonomia financeira de 38,5% e uma solvabilidade de 62,7%.

Grandes obras no portefólio

Em termos de empreitadas, a empresa de Gaspar Barbosa Borges conta com um portefólio com grandes obras, que incluem projetos como o Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), o novo hotel INNSiDE by Meliã Braga Centro, situado no coração da cidade, o Hospital Privado de Braga, o Terminal Interface de Setúbal, a Via Circular Urbana, na Póvoa de Varzim, entre outros projetos.

Mais recentemente o FC Porto adjudicou à construtora, cujo CEO é também administrador da SAD do SC Braga, um “movimento de terraplanagem”, pelo valor de 6,89 milhões de euros, para iniciar a construção da futura academia do clube.

A empresa tem ainda participado em grandes concursos, sozinha, ou em consórcio. Concorreu, por exemplo, à construção do primeiro troço da linha de Alta Velocidade Porto, com a espanhola Sacyr, mas a sua proposta já não foi considerada válida, por ter sido entregue fora do prazo.

Já para o segundo troço da linha de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, a consórcio português Lusolav, liderado pela Mota-Engil, foi o único a carregar uma proposta, segundo apurou o ECO junto de fontes ligadas ao processo. A proposta terá ainda de ser validada pelo júri do concurso.

Processos em cima de processos

A associação da ABB a casos de justiça têm sido uma constante nos últimos anos, com o dono da empresa a chegar a ser acusado num processo por crimes de corrupção e branqueamento de capitais, no caso da construção do parque de estacionamento subterrâneo no Jardim da Liberdade, em Santarém. Caso no qual foi absolvido, em abril do ano passado.

Mas, a ABB tem sido também ágil a recorrer à via judicial para hipotecar decisões de concursos, pedir indemnizações e compensações, ou para contestar decisões, com a empresa a ser apontada por usar a judicialização dos procedimentos concursais como uma arma, que tem como principais alvos os municípios. A lista de processos acumula-se.

Só no ano passado, a ABB conseguiu que uma decisão do Tribunal Administrativo do Porto reverte-se a adjudicação de uma empreitada de quase 9 milhões em Viana do Castelo, ordenando à Câmara que adjudicasse a construção do acesso rodoviário da zona industrial do vale do Neiva ao nó da A28 por 8,9 milhões de euros à ABB.

Contra a câmara minhota pende ainda outro processo, onde a empresa detida pelo empresário de Barcelos está a contestar o concurso da construção da ponte sobre o rio Lima em Viana do Castelo, no qual foi preterida no concurso. O valor da empreitada é de 23 milhões.

Na Invicta, a construtora quer travar ainda travar a adjudicação da segunda fase da construção do metrobus do Porto, entre Pinheiro Manso e a rotunda da Anémona, à DST por 16,4 milhões de euros.

Já em Braga, a ABB impugnou a adjudicação da obra de transformação do antigo edifício da fábrica Confiança em residência universitária com 786 camas, uma intervenção de 25,4 milhões de euros, financiada com fundos do PRR, e a cargo do Município de Braga. A empresa contestava a atribuição da empreitada à também bracarense Casais, argumentando que a sua proposta era 2,5 milhões mais barata. Ainda assim, e depois de o autarca Ricardo Rio ter acusado a construtora de fazer “birra” colocando em causa um projeto de interesse público, a companhia acabou por desistir da ação, em novembro de 2024, permitindo que o projeto avance.

Ainda no ano passado, em abril, a ABB e o consórcio liderado por empresas espanholas que integra a também bracarense DST, contestaram a decisão do júri no concurso público internacional que atribuiu a reparação do IP3 ao consórcio da Teixeira Duarte, onde se inclui a famalicense Gabriel Couto. Em causa está uma obra de 118 milhões de euros.

O recurso à justiça, para pedir indemnizações de milhões e contestar a adjudicação de empreitadas tem sido recorrente ao longo dos últimos anos. Em 2023, a construtora entrou com uma ação onde exigia ao executivo socialista da Câmara de Espinho 7,7 milhões de euros em indemnizações e revisões orçamentais de obras do anterior mandato PSD.

Já este ano, em janeiro, a empresa que construiu o Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) deu entrada com um processo no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto, onde exige 6,7 milhões de euros à empresa municipal Gestão e Obras do Porto (GO Porto) por trabalhos adicionais nesta empreitada.

Um mês depois desta investida, a construtora bracarense viu o Tribunal da Relação de Guimarães recusar a pretensão da ABB II – Alexandre Barbosa Borges Imobiliária, de Braga, que exigia, à Câmara de Barcelos, 599 mil euros de rendas não pagas por um prédio alugado na Rua Rosa Ramalho à empresa Barcelos Futuro.

De autora da acusação, a ABB passa agora novamente a acusada, no processo em Espinho, arrastando consigo o nome do primeiro-ministro Luís Montenegro.

 

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“Erros e omissões” ou “trabalhos complementares”? A opção vale milhões para a ABB

O escritório de Montenegro fez pareceres jurídicos, para a Câmara de Espinho, para resolver os diferendos entre a equipa de fiscalização de uma obra e a empresa de Barbosa Borges. O que diz a lei?

O Ministério Público está a investigar a maior obra pública adjudicada até as dias de hoje pela Câmara Municipal de Espinho, o ReCaFe, que incluiu a construção de um parque de estacionamento subterrâneo de 400 lugares no centro da cidade, avançou o Expresso. Entre os visados está o empreiteiro de Barcelos, Alexandre Barbosa Borges, e a antiga sociedade de advogados de Luís Montenegro, SP&M, da qual este era sócio antes de abraçar a liderança do PSD. Em causa está a requalificação do canal ferroviário de Espinho, que foi lançada pelo autarca do PSD Joaquim Pinto Moreira (no cargo de 2009 a 2021) e que é arguido na Operação Vórtex, acusado de corrupção passiva agravada, tráfico de influências e violação das regras urbanísticas. O inquérito-crime teve origem numa denúncia anónima entregue em janeiro de 2023 na Procuradoria-Geral da Republica e no DIAP Regional do Porto, três dias depois de Pinto Moreira ter sido detido.

O projeto foi adjudicado – tendo sido o único a ser admitido no concurso porque apresentava o valor baixo de custo de referência – em abril de 2017 por 12,4 milhões de euros, mas a obra arrisca-se a derrapar 73,2% face ao valor inicial previsto, cerca de mais nove milhões de euros. O empreiteiro de Barcelos ofereceu uma proposta 7 mil euros mais baixa do que o preço-base, enquanto as outras propostas estavam 25,3% a 40,5% acima.

Segundo os documentos a que o Expresso teve acesso, o então escritório de Luís Montenegro produziu vários pareceres jurídicos, a pedido da Câmara, para resolver os diferendos entre a equipa de fiscalização da obra da edilidade e a ABB, empresa de Barbosa Borges.

Alguns desses pareceres terão sido favoráveis aos interesses do empreiteiro. Um deles assinado em maio de 2020 pelo atual primeiro-ministro — embora Montenegro já tenha garantido que nunca assinou qualquer parecer sobre esta matéria. Neste caso, uma reclamação apresentada pelo empreiteiro, que levou Pinto Moreira a aprovar mais 116 mil euros para a obra.

Um ano antes, em 2019, os riscos de derrapagem financeira da obra aumentaram a pique. No final desse ano, a ABB enviou à Câmara de Espinho uma proposta de solução diferente para a construção do parque de estacionamento, com “estacas secantes”, ao descobrir que o solo era mais arenoso, além de haver infraestruturas não cadastradas que interferiram com a obra. Que, segundo o empreiteiro, iria custar mais 2,2 milhões de euros além do já orçamentado, o que significaria um aumento de 45% do preço de 4,2 milhões de euros definido só para o parque de estacionamento.

A equipa de fiscalização da obra concluiu, num parecer que a proposta apresentada pela ABB para a nova solução de construção do parque de estacionamento correspondia a erros e omissões e teria de ser paga a 50% pela empresa.

Um mês depois, a pedido da Câmara, o advogado Paulo Sousa Pinheiro, da SP&M, fez um parecer jurídico sobre a análise feita pela fiscalização, aconselhando a autarquia “a agir com cautela” na qualificação dos trabalhos propostos “pelas implicações que a mesma pode ter, designadamente para o dono da obra e para o projetista”. Nesse parecer, o escritório de Montenegro defendeu que a fiscalização da Câmara estava “errada”, por “tratar-se de circunstâncias que, tal como descritas, não eram suscetíveis de ser previsíveis por parte do empreiteiro”, devendo “os referidos trabalhos ser enquadrados no regime jurídico dos trabalhos a mais”. Com base nisso, o executivo aprovou em reunião de Câmara as obras a mais.

Um outro contrato adicional, conhecido como “adicional 5” e relativo à solução das estacas secantes para a parede do parque subterrâneo, seria assinado a 30 de julho de 2020 pelo valor de €1,8 milhões. Foi o mais caro dos seis contratos adicionais firmados entre a autarquia e a ABB.

Na resposta dada ao Expresso, o gabinete do primeiro-ministro diz que “só muito excecionalmente e por razões de necessidade concreta (….) é que o Dr. Luís Montenegro interveio em trabalhos com esse cliente, que não acompanhava regularmente.” E deixa a garantia: “Todo o trabalho da sociedade de advogados foi elaborado para a Câmara Municipal e defendendo sempre (…) o interesse do município.”

E o que dizia a versão do Código dos Contratos Públicos em vigor, à data?

O que se pode então fazer nos casos em que o valor de uma obra vai para lá do estipulado no caderno de encargos. Quem paga as derrapagens neste tipo de contratos? E até quanto pode aumentar esse valor?

O advogado José Luís Moreira da Silva, sócio da SRS Legal, explicou ao ECO/Advocatus que em termos de erros de projeto é “mais fácil” para o dono da obra quando o projeto é feito pelo empreiteiro. Caso contrário, é “mais difícil” de afastar as culpas. “Por isso se exige em projetos grandes a revisão do projeto”, assume.

Segundo o advogado Eduardo Castro Marques, sócio fundador da Dower Law Firm, nos contratos de empreitada de obras públicas podem ser realizados trabalhos para além dos inicialmente previstos em duas situações: existência de erros e omissões no projeto ou quando existem outros trabalhos impossíveis de prever, designados trabalhos a mais. “Pense-se, por exemplo, nas situações em que se abre um buraco, e se verifica a existência de uma rocha que demora mais do que o expectável para retirar, ou na necessidade de serem repetidos trabalhos pela existência de condições climatéricas adversas com danos nos trabalhos anteriormente efetuados”, exemplifica.

No caso de erros e omissões, os custos dos trabalhos para além dos previstos são divididos entre o dono da obra e o empreiteiro, mas apenas se o empreiteiro não os identificar na fase de formação do contrato. “Situação em que os custos seriam também custeados pelo dono da obra, nunca podendo os custos ir além de 5% do preço contratual”, explica.

“O Contrato de Empreitada é composto, entre outros elementos, por um projeto de execução, da responsabilidade do dono da obra, isto é, da Câmara Municipal de Espinho, neste caso“, sublinha também a advogada Jane Kirkby, sócia da Antas da Cunha ECIJA, que explica que segundo o Código dos Contratos Públicos “o projeto de execução é o conjunto de documentos escritos e desenhados e outros elementos de natureza informativa que definem e caracterizam a conceção funcional, estética e construtiva de uma obra”.

A advogada nota ainda que, “não raras as vezes”, os projetos de execução padecem de erros e omissões, como por exemplo falhas no detalhe técnico, na coordenação entre as disciplinas, no cálculo de quantidades e nas condições do solo, bem como o não cumprimento de normas de segurança e acessibilidade.

Mas quando podem ser detetáveis estes erros e omissões? Segundo a lei, na fase de formação do contrato, ou seja antes da apresentação das propostas, ou na fase de execução da empreitada, isto é, já em obra. “Quando se detetam erros e omissões no projeto de execução ou em qualquer outro elemento da solução da obra, por norma, mostra-se necessário executar trabalhos de suprimento desses erros e omissões, ou seja, trabalhos que não estavam inicialmente previstos no contrato“, acrescenta.

Assim, neste primeiro caso, a responsabilidade pelos trabalhos de suprimento de erros e omissões é do dono da obra, exceto quando os erros e omissões eram detetáveis na fase de formação do contrato, sendo 100% da responsabilidade do empreiteiro, ou quando erros e omissões que, não sendo exigível que tivessem sido detetados na fase de formação do contrato, também não tenham sido identificados pelo empreiteiro no prazo de 30 dias a contar da data em que lhe fosse exigível a sua deteção, sendo a responsabilidade dividida.

Já no segundo caso, nos designados “trabalhos a mais”, os custos são integralmente assumidos pelo dono da obra, até ao limite de 40% do preço contratual. Segundo explicou Eduardo Castro Marques, este tipo de trabalhos não surgem de factos imputáveis ao empreiteiro, mas da realidade inesperada, de circunstâncias anormais e supervenientes ou por ação do dono da obra.

“Imagine-se suspensão da obra por uns dias, pela existência de algum evento perto do local onde a mesma decorre, sendo devidos pela entidade pública os custos que o empreiteiro tenha nos dias de suspensão, por exemplo, e na situação mais normal, com o estaleiro”, exemplifica.

À Advocatus, a advogada Jane Kirkby explicou ainda que os trabalhos a mais são aqueles cuja espécie ou quantidade não esteja prevista no contrato e que “se tenham tornado necessários à execução da mesma obra na sequência de uma circunstância imprevista” e “não possam ser técnica ou economicamente separáveis do objeto do contrato sem inconvenientes graves para o dono da obra ou, embora separáveis, sejam estritamente necessários à conclusão da obra”.

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“Se a esquerda não é capaz de se unir neste momento, então não o compreendeu”, diz Mortágua

Mariana Mortágua sublinhou que se os partidos de esquerda não forem capazes de se unir neste momento, então não o compreenderam.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Mariana Mortágua sublinhou, esta sexta-feira, que se os partidos de esquerda não forem capazes de se unir neste momento, então não o compreenderam, referindo-se ao ambiente político global.

“A força do BE é a de saber ler o momento em que vivemos e saber compreender como estas eleições não são a repetição de mais umas eleições (…) Há 50 deputados do Chega na Assembleia da República, há um presidente norte-americano com uma política fascizante e autoritária e, se a esquerda não é capaz de se unir neste momento, de trazer toda a sua força, então não compreendeu o momento“, disse em entrevista à RTP3.

Sobre o retorno dos fundadores do BE Francisco Louçã, Fernando Rosas e Luís Fazenda, a líder garante que não significa que a sua geração falhou, mas antes revela que não existe outro partido que o possa fazer. “Fizemos porque compreendemos o mundo em que vivemos”, sublinhou.

Uma das medidas propostas pelo BE é o limite das rendas e, segundo Mariana Mortágua, é a proposta mais sensata que o partido pode propor e a única que permite aceder a habitação. “A ideia de que há muitas casas disponíveis neste momento é uma ideia falsa. Porque as pessoas não conseguem arrendar uma casa e é por isto que estamos a ver pessoas a pagar 150 euros para viver num vão de escada”, nota.

A coordenadora do BE reforçou que os preços de arrendamento não são compatíveis com os salários em Portugal e que a maiorias a maioria das pessoas que trabalham a tempo inteiro não conseguem que trabalha a tempo inteiro não conseguem viver com “dignidade”.

O que está a acontecer com a crise na habitação é que uma pessoa que trabalha a tempo inteiro neste momento é pobre. Nós temos em Portugal uma maioria de pessoas que trabalham a tempo inteiro e não conseguem viver com dignidade”, disse.

Sobre a polémica que “rebentou” em janeiro referente à investigação do caso das trabalhadoras que foram despedidas do partido após terem sido mães e em que dois casos terão sido alvo de contratos-fantasma, a líder do BE voltou a reforçar que cumpriram a lei e que “não fere a credibilidade” do partido.

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Governo da Madeira reconduz apenas dois secretários regionais

  • Lusa
  • 28 Março 2025

Miguel Albuquerque decidiu manter o titular com as pastas da Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho, e o do Turismo, Eduardo Jesus, mas agora no Ambiente e Cultura.

O XVI Governo da Madeira, que surge das eleições antecipadas de domingo, é composto por oito secretarias regionais, tendo sido reconduzidos dois dos titulares do executivo anterior e inclui duas mulheres. Segundo a informação divulgada pela Presidência do Governo Regional da Madeira, o novo executivo madeirense tem mais uma secretaria que o anterior.

O presidente do governo madeirense, o social-democrata Miguel Albuquerque, decidiu manter o titular com as pastas da Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho, que está em funções desde 20 de abril 2015. Também reconduziu o do Turismo, Eduardo Jesus, que passa a ter o pelouro do Ambiente, continuando a coordenar a área da Cultura e ficando sem a Economia.

Esta última pasta passa para o líder do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, que foi o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desde 2019 e foi o único eleito do partido no domingo, vai ser o secretário regional com esta tutela, fruto do acordo parlamentar e governativo celebrado com o PSD que veio garantir a maioria absoluta.

A secretaria regional da Saúde e Proteção Civil passa a ter como responsável Micaela Freitas, que era presidente do conselho diretivo do Instituto de Segurança Social da Madeira, que vai ocupar o lugar de Pedro Ramos que esteve no governo madeirense desde 2016.

A pasta das Finanças será de Duarte Nuno de Freitas, um licenciado em Economia, que foi diretor regional do Orçamento e Tesouro, presidente do Instituto de Desenvolvimento Empresarial da Madeira (IDE) e vai substituir Rogério Gouveia. A secretaria regional da Agricultura e Pescas vai ficar sob a responsabilidade de Nuno Maciel, um professor da escola da Calheta, que foi deputado do PSD nas três últimas legislaturas, ocupando um lugar no hemiciclo desde 2019.

Estas pastas estiveram sob a alçada de Rafaela Fernandes na última legislatura. Outra estreia no Governo da Madeira é Paula Margarido, uma advogada com Mestrado em Direito de Empresa e dos Negócios, eleita deputada para a Assembleia da República na XVI legislatura, em 2024, que vai tutelar as áreas da Inclusão, Trabalho e Juventude que tiveram como responsável Ana Sousa.

Paula Margarido está ligada à Comissão de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas para Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e à coordenação da Comissão Diocesana do Funchal para Proteção dos Menores e Adultos Vulneráveis, sendo membro da Comissão Diocesana das Migrações e Turismo da Diocese do Funchal.

Também foi membro do Conselho Geral da Universidade da Madeira (2021 até março de 2024) presidente do Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Advogados (09/2019 a 12/2019 e 2020-2022). Para a secretaria de Equipamentos e Infraestruturas foi escolhido Pedro Rodrigues, um engenheiro civil que desempenhou o cargo de diretor regional do Equipamento Social e Conservação.

Esta sexta-feira, o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, depois de ter ouvido representantes das seis forças partidárias que garantiram assento na Assembleia Regional, indigitou o social-democrata Miguel Albuquerque, líder do PSD, vencedor do sufrágio, como presidente do próximo governo do arquipélago.

O PSD conseguiu eleger 23 deputados, falhando por um a maioria absoluta, mas assinou esta semana um acordo de incidência parlamentar e governativa com o CDS-PP, que obteve um assento na Assembleia Legislativa. O JPP elegeu 11 deputados, passando a ocupar o lugar de líder da oposição, o PS oito, o Chega três e a IL um.

Miguel Albuquerque, que lidera o executivo desde 2015, foi constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção no início de 2024. Demitiu-se e foi reeleito em maio em eleições antecipadas, mas o seu executivo minoritário caiu com a aprovação de uma moção de censura em dezembro.

Estas foram as terceiras legislativas realizadas na Madeira em cerca de um ano e meio, tendo concorrido num círculo único 14 listas: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

O sufrágio ocorreu 10 meses após o anterior, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive Miguel Albuquerque — e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

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