Finanças autorizam garantias de 1,87 mil milhões para duas novas linhas de crédito

O Fundo de Contragarantia Mútuo só é usado para suportar parte das perdas que venham a ser apuradas por incumprimento do serviço da dívida a que se comprometeram as empresas.

O Ministério das Finanças autorizou a concessão de 1,87 mil milhões de euros em garantias pelo Fundo de Contragarantia Mútuo, para operacionalizar as linhas InvestEU e Apoio Turismo + Sustentável.

Autorizo a concessão da garantia pelo Fundo de Contragarantia Mútuo, no âmbito das Linhas InvestEU, até ao limite de capital de 1.840.000.000 de euros” e “autorizo a concessão da garantia pelo Fundo de Contragarantia Mútuo às Sociedades de Garantia Mútua, no âmbito da Linha Apoio Turismo + Sustentável, até ao limite de 32.000.000”, diz o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, nos dois despachos publicados esta quarta-feira em Diário da República.

O Fundo de Contragarantia Mútuo permite que as sociedades de Garantia Mútua assumam as suas responsabilidades enquanto garantes dos financiamentos emitidos pela banca a favor das empresas portuguesas. Mas só é usado para suportar parte das perdas que venham a ser apuradas por incumprimento do serviço da dívida a que se comprometeram as empresas. A parte restante das eventuais perdas é suportada pelo banco e pela SGM envolvida no contrato com a empresa.

“O FCGM garante, automática e obrigatoriamente, todas as garantias emitidas pelas SGM (daí se falar de contragarantia ou “resseguro”), alavancando assim a sua capacidade de intervenção e apoio às PME e demais entidades visadas, como por exemplo os agricultores e os estudantes do ensino superior”, explica a SPGM, a sociedade que deu origem ao Banco de Fomento.

As linhas Invest EU foram assinadas há duas semanas e têm por objetivo ajudar a capitalizar o potencial oferecido pelos programas da UE tendo em conta que o aumento das taxas de juro tornou mais oneroso o acesso das PME a financiamento, atuando sobretudo ao nível da transição verde. Além disso, contam com uma garantia da própria União Europeia no âmbito do Programa InvestEU, no montante global de 190 milhões de euros.

a Linha Apoio Turismo + Sustentável faz parte do Programa Empresas Turismo 360°, que visa incentivar as empresas do setor turístico a adotar uma agenda ESG (Environmental, Social, Governance) e analisar os impactos da sua atividade no ambiente e nos sistemas sociais em que operam.

Esta linha tem uma dotação de 500 milhões de euros e cada empresa pode no máximo obter um empréstimo de 750 mil euros para comprar equipamentos, sistemas ou para implementar soluções que contribuam para a transição energética e para o alinhamento com uma trajetória de neutralidade carbónica. A linha tem um período de carência de 48 meses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo abre a porta de saída ao Inspetor-Geral de Finanças e outros cinco dirigentes em novembro

Primeira fase da reforma do Estado cessa “automaticamente” as comissões de serviço de seis dirigentes em novembro. Secretário-geral vai ganhar quase tanto como um secretário de Estado: 6.105,56 euros.

António Ferreira dos Santos, inspetor-geral de Finanças desde 2021, é um dos seis dirigentes de entidades públicas que o Governo ‘convida’ a sair no próximo mês de novembro. As respetivas comissões de serviço “cessam automaticamente”, lê-se no diploma que suporta a primeira fase da reforma do Estado, publicado esta terça-feira em Diário da República.

Na lista, surgem ainda os cargos dirigentes do Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (CEGER), a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP), a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros e as chefias dos centros de competência JurisAPP e PlanApp.

No processo gradual de fusão e reestruturação de serviços, para janeiro de 2025, fica entreaberta a porta para cessação das direções das secretarias-gerais (SG) da Economia e do Ambiente e Energia. Em junho de 2025, será a vez das lideranças das SG de Finanças e do Trabalho. As restantes SG têm reestruturação marcada para janeiro de 2026.

O diploma do Governo, apesar de prever a cessação automática, ressalva “que os titulares dos cargos dirigentes mantêm-se em funções até à conclusão dos respetivos processos de fusão ou reestruturação”.

As secretarias-gerais de oito ministérios serão fundidas numa grande secretaria-geral do Governo que irá concentrar Ambiente, Economia, Educação, Finanças, Justiça, Saúde, Trabalho e Presidência do Conselho de Ministros. Mantêm-se autónomas as secretarias-gerais dos Negócios Estrangeiros, da Defesa Nacional e da Administração Interna. Ao todo, das atuais 11 secretarias-gerais, o Executivo terá apenas quatro.

Novo secretário-geral do Governo vai ganhar quase tanto como um secretário de Estado

O novo secretário-geral (SG), que ficará responsável pelos gabinetes de oito ministérios, é “nomeado e exonerado livremente pelo primeiro-ministro” e será coadjuvado por seis secretários-gerais adjuntos, segundo o mesmo diploma.

A remuneração deste cargo da Administração Pública será de 4.884,45 euros brutos por mês, o que corresponde “a 100 % do nível remuneratório 80 da Tabela Remuneratória Única (TRU)” da Administração Pública. O novo secretário-geral terá direito a mais 25% do seu vencimento em despesas de representação, o que se traduz numa retribuição adicional de 1.221,12 euros. Tudo somado dá 6.105,56 euros brutos por mês. Isto significa que este dirigente será remunerado quase ao nível de um secretário de Estado, que aufere 6.146,84 euros. A diferença é de 41,28 euros mensais.

Os seis secretários-gerais adjuntos vão ganhar 4.151,78 euros brutos por mês, o que corresponde a 85% do vencimento do secretário-geral. Recebem ainda 830,36 euros em ajudas para despesas de representação, o que corresponde a 20% da sua renumeração base mensal ilíquida. No total, a folha salarial pode chegar aos 4.982,14 euros mensais brutos.

Haverá ainda vagas para nove diretores de serviço na nova estrutura da Administração Pública que irão ter um ordenado bruto mensal de 3.663,34 euros, que diz respeito a 75% do ganho mensal do secretário-geral a que acrescem despesas de representação de 15% da remuneração base, o que dá um total de 4.212,84 euros ilíquidos por mês.

O Governo cria ainda um Fórum da Administração Pública para “melhorar a coordenação da execução de políticas públicas transversais, através de uma maior integração e articulação interdepartamental”. Esta nova entidade será composta pelo SG do Governo, o presidente da Espap, e outros dirigentes, entre os dos centros de competência ou da Direção-Geral do Orçamento.

Até janeiro de 2026 está prevista, de forma gradual, a redução de 25% dos cargos de dirigentes, de 315 para 236 e menos quatro milhões de euros nas despesas com vencimentos. Ao mesmo tempo, serão libertados 27 edifícios, com vários serviços e ministérios a mudarem-se para a sede da Caixa Geral de Depósitos no Campo Pequeno, em Lisboa.

A concentração dos serviços de topo do Estado foi anunciada há uma semana pelo Governo e faz parte de uma reforma do Estado – com poupanças previstas de cerca de 23 milhões de euros por ano –, necessária para o Executivo de Luís Montenegro poder solicitar o quinto cheque do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no valor global de 2.775 milhões de euros. O pedido será feito a 11 de julho, na próxima semana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Musiversal levanta 2,8 milhões de euros para dar gás à expansão do serviço

Plataforma regista mais de 300 mil minutos de sessões musicais por mês e, nos últimos 12 meses, triplicou o número de subscritores.

Equipa Musiversal

A Musiversal levantou três milhões de dólares (cerca de 2,8 milhões de euros) que vão alimentar a expansão do serviço de subscrição da plataforma de criação e produção musical, atualmente com mais de 300 mil minutos de sessões musicais por mês.

“Este financiamento marca um momento crucial para nós na Musiversal. Com estes recursos, vamos escalar as nossas operações e melhorar ainda mais a nossa oferta de serviços, garantindo que músicos e criadores de todo o mundo tenham acesso ilimitado às melhores ferramentas e talentos musicais disponíveis”, diz André Miranda, CEO da Musiversal, citado em comunicado.

A ronda SAFE (Simple Agreement for Future Equity) foi liderada pela Iberis Capital e conta com a participação da Lince Capital e Shilling.

Com sede em Portugal, a Musiversal permite que músicos e produtores colaborem entre si em tempo real através da plataforma. Desde o ano passado, lançou o serviço de subscrição Musiversal Unlimited, que possibilita aos subscritores acesso ilimitado a músicos de sessão, engenheiros de mistura, masterização, compositores e produtores por um custo mensal de 199 dólares (186 euros).

Atualmente, a plataforma regista mais de 300 mil minutos de sessões musicais por mês e, nos últimos 12 meses, triplicou o número de subscritores. A startup estima que no próximo ano deverá superar um milhão de minutos de sessão por mês.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas “declara guerra” aos preços baixos da Temu e Shein

Bruxelas prepara-se para impor taxas sobre produtos de baixo custo de plataformas chinesas. A medida visa combater a subsidiação de Pequim e segue ataque recente à indústria de veículos elétricos.

A Comissão Europeia está a preparar o terreno para uma mudança significativa no panorama do comércio eletrónico, com planos para impor taxas alfandegárias sobre produtos “baratos” provenientes de retalhistas online chineses, como a Temu e a Shein.

Esta medida, noticiada esta quarta-feira pelo Financial Times, visa travar o que Bruxelas considera ser uma subsidiação do Governo chinês à indústria de comercialização de produtos de baixo custo.

A proposta, que deverá ser apresentada ainda este mês, sugere a eliminação do atual limite de 150 euros que os produtos podem ser importados sem taxas. Esta isenção tem sido amplamente explorada por plataformas como a Temu, AliExpress e Shein, que beneficiam de custos de envio subsidiados, tornando rentável o envio de produtos baratos por via aérea, segundo uma fonte citada pelo jornal britânico.

Esta é a segunda iniciativa no espaço de poucas semanas lançadas por Bruxelas para combater a subsidiação da importação de produtos chineses. Paralelamente à medida que pretende impor barreiras à indústria trasformadora, a Comissão Europeia está a desenhar um plano para acrescentar um imposto adicional de até 25% à taxa existente de 10% sobre as importações de carros elétricos chineses, já a partir deste mês.

Esta medida poderá elevar as tarifas totais para até 35%, representando um duro golpe para as fabricantes chinesas que têm ganho terreno no mercado europeu.

O timing destas iniciativas não poderia ser mais crítico. Esta terça-feira, no segundo dia do Fórum do BCE que se realiza até esta quarta-feira em Sintra, Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs, alertou para os riscos de uma nova guerra comercial que poderá pressionar os preços nos EUA e travar o crescimento na Europa.

A tributação adicional sobre produtos chineses por parte de Bruxelas surge num contexto de crescente preocupação com a segurança e qualidade dos produtos importados: em 2023, o número de produtos perigosos reportados pelos países da União Europeia aumentou mais de 50% em relação ao ano anterior, atingindo mais de 3.400 itens.

Mas estas medidas surgem também num período marcado por acusações mais vorazes por parte das empresas europeias sobre a concorrência considerada desleal por parte das empresas chinesas.

As empresas chinesas visadas, tanto no comércio eletrónico como no setor automóvel, afirmam estar abertas a ajustes políticos que alinhem com os interesses dos consumidores, desde que sejam justos e aplicados de forma equitativa. No entanto, o Ministério do Comércio da China já manifestou a sua forte oposição aos planos de Bruxelas, acusando a União Europeia de ignorar as regras da Organização Mundial do Comércio e de ameaçar tomar “todas as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.

Estas potenciais mudanças na política comercial da UE poderão ter implicações significativas para os consumidores europeus, habituados a preços baixos nestas plataformas e a uma crescente oferta de carros elétricos acessíveis. No entanto, também poderão nivelar o campo de jogo para os retalhistas e fabricantes europeus, que há muito se queixam de concorrência desleal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Procuramos e premiamos ideias e investigadores que possam vir a ser a base e os líderes de projetos europeus e internacionais”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 3 Julho 2024

Eurico Neves, chairman e fundador da INOVA+, partilha, em entrevista ao ECO, o papel da INOVA+ enquanto ajuda fundamental para todo o tipo de empresas.

Com mais de 25 anos de experiência no mercado nacional e internacional, a INOVA+ é uma consultora que apoia a inovação, a promoção de projetos de I&DT e o acesso a financiamento, de forma a contribuir para o crescimento e o sucesso das organizações. Neste momento, a consultora tem mais de 100 colaboradores de diferentes nacionalidades e marca presença em Portugal, Bélgica, Polónia e Alemanha.

O apoio proporcionado pela INOVA+ é crucial para as empresas que procuram não só desenvolver novas ideias e tecnologias, mas também garantir a sustentabilidade financeira dos seus projetos através do acesso a fundos de investimento e outros mecanismos de financiamento. Este tipo de suporte é vital para fomentar a competitividade e a capacidade de inovação das empresas, especialmente num contexto económico global cada vez mais exigente e dinâmico.

Para aprofundar a importância deste papel e compreender melhor as estratégias da INOVA+, o ECO esteve à conversa com Eurico Neves, chairman e fundador da INOVA+, que partilhou o papel da consultora no apoio a diferentes tipos de organizações, bem como os projetos que tem vindo a desenvolver, entre eles o Prémio INOVA+.

O que é exatamente a INOVA+ e como se tem desenvolvido?

A INOVA+ é uma consultora dedicada a apoiar o crescimento das organizações, nomeadamente através da inovação, do desenvolvimento sustentável e do acesso a financiamento nacional e internacional. Apoiamos organizações de todos os tipos – públicas e privadas, com e sem fins lucrativos, desde startups até governos ou corporações multinacionais, na sua transformação em resposta aos desafios atuais.

A empresa nasceu em 1997 muito focada na inovação tecnológica e na promoção da cooperação tecnológica internacional para projetos de investigação e desenvolvimento, nomeadamente através do fomento da participação nacional em consórcios dos programas quadro europeus de inovação, aproveitando a experiência que eu, como fundador, ganhei em cerca de quatro anos a trabalhar na Comissão Europeia como perito. Até ao final dos anos 90, em Portugal, eram muito poucas as entidades que participavam com regularidade nestes programas e quase todas de teor académico, havendo muito poucas empresas ou entidades públicas a participar. A criação da INOVA+ contribuiu decisivamente para alterar esse cenário, sendo hoje Portugal um país que participa nos programas europeus de inovação acima da sua contribuição para os mesmos. A INOVA+ é a empresa portuguesa com maior participação no programa Horizonte Europa – estamos envolvidos em 29 projetos, totalizando um financiamento superior a 14 milhões de euros, e isto tem um grande efeito de arrastamento de outras entidades nacionais.

O nosso foco inicial enquanto empresa foi muito nos programas europeus de inovação, mas rapidamente alargamos a nossa oferta de serviços, aproveitando a procura do mercado e a transformação do mercado de inovação a nível europeu. Se os programas europeus começaram como um financiamento à investigação e desenvolvimento que beneficiava principalmente entidades com capacidade científica – universidades, centros de investigação e algumas, poucas, grandes empresas, – hoje eles são na realidade um mercado público de produtos e soluções inovadoras – o maior do mundo, de facto, mesmo superior ao dos EUA.

"O reconhecimento do nosso trabalho pelos clientes permitiu-nos alcançar um volume de negócios anual de 10 milhões de euros e ter uma posição de liderança destacada em Portugal em termos de participação em projetos internacionais de inovação.”

A Comissão Europeia, em representação dos seus estados-membros, posiciona-se hoje como o primeiro comprador desses produtos e soluções, de forma a facilitar a sua rápida – imediata, na maior parte dos casos – entrada nos mercados “normais”. É um mercado superior a 15 mil milhões de euros por ano, altamente competitivo, que define aquilo que serão os mercados globais de tecnologia no futuro, e de que as organizações portuguesas não se podem alhear. Mas que obriga a uma estratégia clara e sustentada de inovação, com necessidade de planeamento estratégico, capacitação, formação, captação de financiamentos complementares, desenvolvimento de parcerias e redes de valor e colocação dos produtos em outros mercados complementares.

Com base no nosso papel pioneiro nos programas europeus e na procura de mercado, fomos desenvolvendo serviços adicionais e centros de competência para satisfazer todas essas necessidades e mantermo-nos próximos dos nossos clientes. Hoje estamos organizados em três direções de negócio – consultadoria, investigação & tecnologia e políticas de inovação – com nove unidades específicas que cobrem desde serviços digitais, a consultadoria para empresas ou projetos europeus. Temos mais de 120 colaboradores e escritórios em Matosinhos, Lisboa e Fundão em Portugal, mas também em Bruxelas (Bélgica) desde 2000, em Varsóvia (Polónia) e em Heidelberg (Alemanha) – onde temos um laboratório de experimentação em Inteligência Artificial.

O reconhecimento do nosso trabalho pelos clientes permitiu-nos alcançar um volume de negócios anual de 10 milhões de euros e ter uma posição de liderança destacada em Portugal em termos de participação em projetos internacionais de inovação. Somos também o maior participante em missões da União Europeia para um futuro mais sustentável, nomeadamente na missão para as alterações climática, e uma entidade de referência em tudo o que tem a ver com crescimento pela inovação, tecnologia e desenvolvimento sustentável no mercado.

Nos últimos anos, angariamos para os nossos clientes mais de 1 bilião de euros de financiamento, contribuindo em grande medida para a capacitação do ecossistema português de inovação.

Por que lançaram o Prémio INOVA+?

O Prémio INOVA+ surgiu, há dois anos, por três motivos fundamentais: primeiro, celebrar devidamente, em 2022, os nossos 25 anos de existência com uma iniciativa marcante, com uma visibilidade correspondente à imagem que já temos no mercado, e que pudesse ter continuidade; segundo, pela nossa vontade de premiar e evidenciar a inovação de excelência que é feita em Portugal, quer nas universidades e organismos públicos, quer nas empresas, com uma aplicação direta na nossa qualidade de vida, e para a qual nós na INOVA+ nos orgulhamos de contribuir; terceiro, incentivar o surgimento de projetos de maior envergadura, contribuindo para uma maior escala da inovação no País.

Desde o início que a intenção foi criar um prémio bienal, com categorias distintas para investigadores académicos e empresas tendo este ano, na 2ª edição, acrescentado a categoria da administração pública e gestão urbana. Também procurámos que o prémio tivesse uma atenção especial a áreas tecnológica de ponta, com elevada aplicação no mercado após uma escalabilidade através de projetos de maior dimensão. Por isso, procuramos e premiamos ideias e investigadores que possam vir a ser a base e os líderes de projetos europeus e internacionais. Podemos constatar esse efeito “acelerador” do nosso prémio na primeira edição, algo que esperamos reforçar ainda mais já nesta e em futuras edições. Na primeira edição tivemos mais de 200 manifestações de interesse e mais de 50 candidaturas formalizadas. Venceram, nas diferentes categoriais, projetos com muita qualidade, que têm vindo a ser reconhecidos também noutros contextos. É o caso, por exemplo, da startup ETHIACK que venceu o Prémio INOVA+ na categoria de Excelência Empresarial – Inteligência Artificial, e foi premiada como a Startup Mais Promissora no Web Summit 2023.

Eurico Neves, chairman e fundador da INOVA+.
O país tem estado muito concentrado no PRR e no Portugal 2030. Que balanço faz destes programas?

É verdade, o país está concentrado nos programas financiados pelos fundos estruturais – como o Portugal 2020, e agora o Portugal 2030 – e no Plano de Recuperação e Resiliência, com os fundos especiais que a Comissão disponibilizou aos estados-membros no pós-COVID. A questão é se esses programas estão suficientemente concentrados no país e nas suas necessidades reais em termos de aumento de competitividade. E não penso que o estejam, pelo menos não da forma necessária.

"Os fundos estruturais, ou o PRR, chegam ao nosso país por sermos mais pobres do que os outros, como são os casos dos fundos de coesão como o Portugal 2030, ou de uma forma excecional e temporária para a recuperação após a pandemia, o PRR. Nós não queremos ser mais pobres do que os outros toda a vida, e a pandemia já lá vai, pelo que estes fundos irão eventualmente terminar.”

Como disse, a INOVA+ nasceu com uma orientação muito forte para os programas internacionais de inovação, como os programas-quadro da Comissão Europeia, que implementam a política comum europeia de inovação e competitividade. Para participar nesses programas e aceder ao mercado comum europeu de inovação, as organizações nacionais têm que colaborar mas também competir com entidades de todos os países europeus, incluindo os mais competitivos, em pé de igualdade e sem nenhum benefício por sermos provenientes de um país da coesão ou sermos mais pequenos. Sermos melhores do que eles é a forma de obtermos os contratos. É a verdadeira liga dos campeões da inovação europeia, onde não basta ser bom na nossa terra, tem que se estar entre os melhores dos melhores a nível europeu, o que estimula a competitividade e a excelência.

Pelo contrário, os fundos estruturais, ou o PRR, chegam ao nosso país por sermos mais pobres do que os outros, como são os casos dos fundos de coesão como o Portugal 2030, ou de uma forma excecional e temporária para a recuperação após a pandemia, o PRR. Nós não queremos ser mais pobres do que os outros toda a vida, e a pandemia já lá vai, pelo que estes fundos irão eventualmente terminar, ao contrário dos programas europeus que deverão continuar a existir enquanto existir União Europeia e Portugal fizer parte dela e enquanto a inovação e competitividade forem uma prioridade para a Europa na sua luta pela liderança global.

Desta forma, os programas nacionais ou o PRR deveriam ter um grande papel de capacitação do tecido económico nacional, de forma a prepará-lo para mercados mais competitivos – um pouco como os campeonatos nacionais, que apuram as equipas para as competições europeias. Para tal, seria necessário um maior alinhamento entre as regras e orientação de programas nacionais e europeus, algo que não tem vindo a acontecer.

"Muitos dos nossos parceiros nacionais, incluindo entidades públicas, também se queixam de que muito do que apreendem em programas europeus – incluindo os muitos esquemas de capacitação, “peer-review” e partilha de experiências com outras entidades – e que é transmitido à administração central, não é depois refletido na gestão dos programas nacionais.”

A sensação que se tem é a de que enquanto os programas europeus estão cada vez mais perto dos mercados, mais virados para as empresas e com uma gestão mais ágil, mais rápida e menos burocrática, com instrumentos como financiamentos em “lump-sum”, pagando por resultados e tarefas e não por custos reais, e em “cascata” – passando a responsabilidade de financiamento de pequenos projetos para projetos maiores – os programas nacionais continuam agarrados a processos lentos e administrativamente complexos.

Muitos dos nossos parceiros nacionais, incluindo entidades públicas, também se queixam de que muito do que apreendem em programas europeus – incluindo os muitos esquemas de capacitação, “peer-review” e partilha de experiências com outras entidades – e que é transmitido à administração central, não é depois refletido na gestão dos programas nacionais. Assim, grande parte do possível impacto perde-se em métodos ineficientes – porque datados – de gestão, coordenação e avaliação, os quais não garantem o alcance possível para estes projetos. Isto acaba por e refletir nas taxas de aprovação e execução destes programas: o PRR, a terminar em 2026, tem hoje uma taxa de execução de 24%; no Portugal 2030, a terminar em 2027, apenas 5,5% do fundo total previsto foi aprovado e a taxa de execução está abaixo de 1%.

No entanto, há sem dúvida alguns sinais positivos, como é o caso das agendas mobilizadoras lideradas por empresas no âmbito do PRR e nas quais a INOVA+ está fortemente envolvida. Estamos ligados à gestão de cinco destes projetos de grande escala, que são um bom exemplo de uma maior orientação para o mercado. Outro sinal positivo é a recente abertura de um novo instrumento de financiamento, no âmbito do Portugal 2030, para apoiar PME e Empresas com Small Mid Cap na preparação e submissão de candidaturas a programas de Investigação & Inovação financiados pela União Europeia (como o Horizonte Europa).

Quais as áreas onde considera ser necessária mais inovação em Portugal?

Apetece dizer em todas, até porque estamos ainda abaixo da média europeia no European Innovation Scoreboard. Em 2023 Portugal ocupava a posição 18 em 27. Mas há duas áreas que, pela sua importância, potencial transformativo e impacto potencial em todas as outras áreas, me parecem claramente mais importantes: a inteligência artificial, que irá mudar todos os processos e formas de trabalhar a que estamos habituados, e a sustentabilidade, que é essencial para o nosso futuro e terá também forçosamente que passar a influenciar todas as nossas realizações. Ou seja, dentro de muito pouco tempo, se fizermos algo de novo, será de certeza com recurso a algum grau de inteligência artificial, e terá que levar em linha de conta princípios de sustentabilidade, ou então não vale a pena – ou não se poderá – fazer. Se Portugal quiser ter um papel de destaque a nível global, em que área for – no turismo, no têxtil, no calçado, nos componentes eletrónicos ou nos bens agrícolas – terá que desenvolver a sua capacidade de inovação nestas duas áreas capitais, a inteligência artificial e a sustentabilidade.

Na INOVA+ estamos já a trabalhar em vários projetos nas áreas da inteligência artificial e da sustentabilidade na Europa, nomeadamente naquele que é um dos maiores projetos de adaptação às alterações climáticas, o projeto RESIST, com um financiamento comunitário de 25 milhões de euros e que é coordenado pela INOVA+, conjuntamente com a maior organização científica da Noruega, o SINTEF. Este projeto envolve o desenvolvimento de soluções inovadoras para uma maior sustentabilidade em 12 regiões europeias, incluindo o Centro de Portugal, onde o foco é a prevenção de novos incêndios de grande escala como os que infelizmente atingiram a região em 2017.

Fala-se muito da cooperação entre a comunidade científica e empresarial. Que balanço faz desta relação em Portugal?

É melhor do que há uns anos atrás, mas muito inferior ao que poderia ser, tendo em atenção o potencial da nossa comunidade científica e as necessidades do nosso tecido empresarial. Isto acontece, fundamentalmente, devido a problemas de gestão e posicionamento e à falta de mais e melhores incentivos para a colaboração.

Até há não muito tempo, a gestão da inovação na maior parte das economias europeias era feita por aplicação da lei da gravidade. Parte-se do princípio de que tudo começa na ciência, que está no cimo da cadeia de valor, e despeja-se dinheiro nesta, esperando que por gravidade este acabe por cair e produzir resultados na economia real e nas empresas, que estão cá em baixo. Claro que isto funciona, se despejarmos muito dinheiro, como mostram setores como a defesa ou o espaço, mas não é eficiente, especialmente para economias de menores recursos. É um pouco como a distribuição de água em velhas redes urbanas: abrimos a torneira e temos água em casa, mas as perdas de água ao longo da rede podem ser superiores a 50% e isso, hoje em dia, não é sustentável. Então temos que melhorar a rede, o mesmo se passa com o sistema de inovação.

"Hoje em dia, as carreiras de investigação são definidas quase exclusivamente pelas publicações e há poucos ou nenhuns incentivos dentro da academia à exploração de resultados.”

Precisamos de um diferente posicionamento por parte do sistema científico, com um posicionamento comercial mais agressivo em relação à venda e transferência da tecnologia desenvolvida nas universidades e centros de investigação, e maiores incentivos aos investigadores para participarem na exploração dos resultados dos seus projetos. Hoje em dia, as carreiras de investigação são definidas quase exclusivamente pelas publicações e há poucos ou nenhuns incentivos dentro da academia à exploração de resultados. Mesmo os gabinetes de transferência de tecnologia, quando existem, estão quase exclusivamente virados para dentro, para os investigadores, sem nenhum esforço proativo de venda junto da indústria. E como qualquer empresa dirá, sem esforço não há vendas.

Nós na INOVA+ temos feito um grande esforço nesta área, e com muito bons resultados, nomeadamente junto dos Institutos Politécnicos que possuem um posicionamento mais próximo da indústria, mas também com várias Universidade e Centros de Investigação É exemplo disto o nosso envolvimento naquele que foi, até hoje, o projeto nacional de I&D em bioeconomia de base florestal com maior investimento – 15 milhões de euros. O projeto Inpactus, financiado no âmbito do Portugal 2020, juntou a The Navigator Company, o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Aveiro, para desenvolver produtos e tecnologias inovadores a partir do eucalipto, com resultados muito interessantes.

Têm apoiado a administração pública local na captação de fundos. Quais as áreas onde estão a surgir mais projetos?

Uma das nossas áreas de maior sucesso e crescimento é efetivamente na colaboração com municípios e regiões, quer em Portugal quer noutros países europeus, na promoção da inovação urbana como motor do desenvolvimento sustentável e da melhoria da qualidade de vida da população, que na Europa se concentra em 75% nas cidades e suas periferias. Mas também na colaboração rural e urbana.

Quando comecei a trabalhar na Comissão Europeia, em meados dos anos 90, o foco era em políticas regionais de inovação, mas hoje é cada vez mais na inovação urbana e nas políticas de cidades. A própria Direção-Geral de Desenvolvimento Regional da Comissão Europeia, como era anteriormente chamada e que coordena todos os fundos estruturais que financiam o nosso Portugal 2030, designa-se hoje como DG de Desenvolvimento Regional e Urbano. E, com isto, apareceram inúmeros programas de apoio à inovação e colaboração entre cidades, desde o URBACT à European Urban Initiative (EUI), onde a INOVA+ tem sido líder incontestado na promoção da participação nacional, tendo estado na génese dos únicos projetos URBACT com liderança nacional (mais informações aqui),ou dos dois projetos EUI de grande escala, com 5 milhões de euros de financiamento europeu, de cidades portuguesas aprovados até hoje, em Viana do Castelo e Coimbra. Mas também com projetos de smart cities e de desenvolvimento sustentável, no âmbito do programa europeu Horizon Europe, com muitas outras cidades e comunidades intermunicipais, e muitos outros projetos nacionais.

"Há financiamento disponível para administração pública local adotar tecnologias emergentes como inteligência artificial (IA) ou gémeos digitais, aplicadas às áreas de Governança; Sociedade; Mobilidade; Ambiente; Qualidade de Vida e Economia.”

As áreas de intervenção privilegiadas pelos municípios portugueses não fogem àquelas que são as prioridades europeias e nacionais. A inteligência artificial e a transformação dos serviços urbanos para uma nova realidade apoiada em processos digitais e, em breve, no metaverso, tema do nosso projeto URBACT com o Fundão, ou o uso de ferramentas de IA para um turismo mais sustentável, que é o tema do projeto EUI recentemente aprovado com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

Nesta temática, no final de 2023, a Agência para a Modernização Administrativa lançou a Estratégia Nacional de Territórios Inteligentes (ENTI) para o horizonte temporal 2030. No âmbito desta estratégia, há financiamento disponível para administração pública local adotar tecnologias emergentes como inteligência artificial (IA) ou gémeos digitais, aplicadas às áreas de Governança; Sociedade; Mobilidade; Ambiente; Qualidade de Vida e Economia. A INOVA+ tem vindo a apostar nesta temática oferecendo serviços diretamente relacionados com estas tecnologias.

Temos também contribuído para a promoção do empreendedorismo e dos ecossistemas urbanos de inovação, onde temos trabalhado com Lisboa e com muitos outros municípios. E temos também outro tema que nos apaixona e onde somos pioneiros em Portugal e na Europa: o cruzamento entre a Ciência, a Tecnologia e as Artes e o pensamento criativo. Este é um movimento que na Europa se apelida de S+T+ARTS para Science, Technology and Arts, que pretende promover uma inovação mais centrada no cidadão, e é o tema do nosso projeto para a criação de um centro STARTS em Viana de Castelo, um dos projetos financiados pela European Urban Initiative.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal é o 15.º melhor país para estrangeiros morarem. Caiu cinco lugares face ao ano passado

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

Indicador que incide sobre o trabalho no exterior, bem como o índice dos fatores mais relevantes para os emigrantes (como habitação, serviços digitais e o idioma), tiveram uma pior avaliação.

Portugal ficou na 15.º posição do ranking Expat Insider 2024, que avalia os melhores países para pessoas a morar no estrangeiro, uma queda de cinco lugares face ao índice do ano passado.

O ranking, que é elaborado pela InterNations desde 2014 e avalia 53 países, é liderado pelo Panamá, que subiu do 3.º lugar para o 1.º, seguindo-se o México e a Indonésia.

É apenas no quarto lugar que surge o primeiro país europeu: Espanha foi considerado o 4.º melhor país para os estrangeiros, ficando mesmo no topo do índice que mede a qualidade de vida. O top 5 fica fechado com a Colômbia.

Portugal encontra-se então na 15.º posição, ao ter recuado em alguns dos indicadores avaliados neste ranking.

Por um lado, os índices de qualidade de vida (7.º lugar), finanças pessoais (13.º) e facilidade de integração (15.º) continuam a apresentar bons desempenhos para Portugal.

No entanto, o indicador que incide sobre o trabalho no exterior, bem como o índice dos fatores mais relevantes para os emigrantes (como habitação, serviços digitais e o idioma), tiveram uma pior avaliação, fazendo com que a classificação dos inquiridos sobre a felicidade geral com a vida em Portugal perdesse a posição no top 5.

Os estrangeiros a viver em Portugal queixam-se da falta de oportunidades de carreira, bem como das burocracias que enfrentam para trabalhar no país.

Neste ranking, onde participaram 12 mil pessoas de 175 nacionalidades, o último lugar coube ao Kuwait, enquanto a Turquia ficou em 52.º e a Finlândia em 51.º, este último representando a maior queda no índice este ano, de 16.º para 51.º, devido à dificuldade na integração e a uma má avaliação das finanças pessoais.

A InterNations está sedeada em Munique, na Alemanha, e é uma das maiores comunidades de estrangeiros do mundo, com mais de 5,3 milhões de membros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: caso das gémeas, sistema eleitoral, segurança interna

  • ECO
  • 3 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Presidência da República não fez referência ao nome de Nuno Rebelo de Sousa no dossiê sobre as gémeas luso-brasileiras que enviou ao gabinete de António Costa, então primeiro-ministro, em outubro de 2019. Paulo Trigo Pereira é um dos signatários de um manifesto que apela à diminuição do desperdício de votos, realçando que mudar o sistema eleitoral implicará alterações no funcionamento dos partidos. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Belém esconde envolvimento de filho de Marcelo Rebelo de Sousa

A Presidência da República (PR) não referiu o nome de Nuno Rebelo de Sousa no dossiê sobre as gémeas luso-brasileiras que enviou ao gabinete do então primeiro-ministro, António Costa, em outubro de 2019. Na exposição que acompanha os documentos enviados à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), a PR justifica a omissão deliberada do nome do filho de Marcelo “para evitar uma eventual interpretação deturpada e abusiva, em particular qualquer tratamento diferenciado dado o parentesco”. Esta quarta-feira, Nuno Rebelo de Sousa é ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao caso das crianças.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Reforma para diminuir desperdício de votos obriga a alterar funcionamento dos partidos, diz Trigo Pereira

Um manifesto subscrito por 25 nomes apela a uma reforma do sistema eleitoral que diminua o desperdício de votos. A iniciativa parte do movimento Renovar a Democracia, cujo objetivo final é elaborar um projeto de lei eleitoral para a Assembleia da República e, eventualmente, recolher assinaturas para apresentar aos deputados uma iniciativa legislativa cidadã para a revisão do sistema eleitoral das legislativas. Paulo Trigo Pereira é um dos signatários, que realça que mudar o sistema eleitoral irá obrigar “a uma alteração no funcionamento dos partidos”.

Leia a entrevista completa no Público (acesso condicionado)

Sistema de Segurança Interna pode vir a ser “Agência”

Depois de o Governo não ter renovado a sua comissão de serviço, suspeita-se que Luís Neves, atual diretor nacional da PJ, deverá substituir Paulo Vizeu Pinheiro no cargo de secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI). Antes de sair para a Delegação Portuguesa Permanente junto da NATO, o diplomata fez saber à tutela que gostaria que o SSI passasse a “Agência de Segurança Nacional”, com autonomia financeira, uma configuração que já vinha a ser ponderada pelo anterior Governo. Atualmente, o SSI tem quase 200 funcionários, centraliza o mais completo sistema de informações para a cooperação policial internacional e é responsável pela Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros (UCFE).

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Há cada vez mais médicos portugueses com curso no estrangeiro a regressar

Em 2023, 4.220 profissionais inscritos na Ordem dos Médicos (OM) tinham feito a sua formação no estrangeiro, cerca do dobro do número que se registava em 2013. Significa que, em dez anos, os portugueses que estudaram e concluíram a formação médica noutro país que não Portugal e entretanto regressaram para serem médicos em território nacional passaram a representar 4,79% do total de portugueses na profissão para, atualmente, serem 7,24% de todos os médicos de nacionalidade portuguesa em exercício no país. A cada ano são cerca de 200 os médicos que estudaram no estrangeiro e se inscreveram na OM.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Empresas sem dedução de IVA de carros carregados em casa

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) definiu recentemente que, para que uma empresa possa deduzir o IVA das despesas relativas à eletricidade consumida nas casas dos seus trabalhadores pelo carregamento de veículos elétricos a eles atribuídos para o exercício das suas funções, é preciso que exista uma fatura da eletricidade no nome da própria empresa. Caso contrário, essa despesa não poderá contar para efeitos de IVA.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Oscar Barrero, nomeado novo sócio responsável pela área de Energia da PwC Espanha

  • Servimedia
  • 3 Julho 2024

Conta com mais de 23 anos de experiência no setor e é uma referência em geração renovável, hidrogénio, biometano e biomassa.

A PwC anunciou a nomeação de Oscar Barrero como novo sócio responsável pelo setor de Energia e Serviços Públicos da empresa em Espanha. Barrero tem mais de 23 anos de experiência em assessoria a empresas de energia e serviços públicos, onde trabalhou com empresas líderes nacionais e internacionais do setor, bem como no domínio da transição energética.

Até agora, era o sócio responsável pela área de Energia e Utilidades na divisão de Consultoria da PwC e substitui Carlos Fernández Landa, que acaba de assumir a direção da área de transações da empresa. Oscar Barrero é licenciado em Engenharia Industrial pelo Centro Politécnico Superior da Universidade de Saragoça, com especialização em Produção e Organização Industrial, e tem um MBA Executivo pela IESE Business School. Iniciou a sua carreira profissional na divisão de Consultoria da IBM; entre 2007 e 2012 foi diretor e responsável pela área de Energia e Utilidades da Capgemini Consulting e, em 2012, ingressou na PwC Espanha.

Desde então, Barrero contribuiu de forma significativa para a liderança da empresa em serviços de consultoria relacionados com a transição energética, assessorando os principais agentes, tanto das empresas energéticas como da indústria, sobre como enfrentar a mudança do modelo energético. É considerada pelas empresas como uma referência do setor nos novos vectores energéticos (geração renovável, hidrogénio, biometano, biomassa, etc.). Este papel ativo ligado ao desenvolvimento das fontes renováveis e à descarbonização da procura deu a Barrero a oportunidade de exercer uma responsabilidade complementar como coordenador, desde há um ano, da nova Plataforma de Serviços de Sustentabilidade da PwC.

Oscar Barrero irá liderar a equipa de Energia e Utilities da PwC Espanha, juntamente com os sócios Iñaki Goiriena (Auditoria), Alfonso Lacave (Transacções) e Ana Rodríguez (Jurídico e Fiscal). O sector da Energia e Utilities é um dos grupos de maior crescimento da empresa, com clientes como a Repsol, Iberdrola, Enel, Naturgy, EDP, Cepsa, Redeia, Enagás e Veolia, entre outros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A Core School lidera o ranking das melhores escolas de audiovisual em Espanha, elaborado pelo Instituto Coordenadas

  • Servimedia
  • 3 Julho 2024

A crescente procura de conteúdos audiovisuais está também a gerar um aumento das opções de formação e Espanha, e especialmente Madrid, está a posicionar-se como um verdadeiro centro de formação.

Neste contexto, o Instituto Coordenadas analisou a atual oferta de formação e as opções para os jovens se tornarem profissionais num setor em crescimento e cada vez mais procurado. O “sucesso” da Madrid Content City em Tres Cantos é um exemplo disso: produtoras, escolas e as empresas mais avançadas do setor reúnem-se nos mais de 25 edifícios que constituem atualmente este grande pólo de conteúdos. A Netflix também tem um enorme complexo na zona, com cinco cenários e 22.000 m2 no primeiro centro de produção do gigante do streaming fora dos Estados Unidos.

Entre as opções de formação, o relatório destaca The Core School, a escola de formação do Grupo Planeta, como líder no seu setor devido à qualidade do seu projeto, do seu corpo docente e das instalações de última geração do seu centro em Madrid Content City in Tres Cantos. Esta escola oferece todas as linhas de formação superior, desde os Ciclos de Formação de Nível Superior (FP) até aos Mestrados, passando pelas Licenciaturas, sempre em relação com as áreas de conhecimento exigidas pela indústria do espetáculo. A sua proposta é eminentemente aplicada graças ao excelente equipamento do seu campus, concebido em conjunto com os seus parceiros, Secuoya e Antena 3, e a uma vasta gama de estágios em empresas do setor.

Nesta mesma lista, o Instituto Coordenadas inclui outras opções de destaque, como a ECAM (Escola de Cinema e Audiovisual da Comunidade de Madrid), a TAI (Escola Universitária de Artes e Espetáculos TAI), a UTAD (Universidade de Tecnologia e Arte Digital) e a UDIT (Universidade de Design, Inovação e Tecnologia), todas elas com sede em Madrid.

Os profissionais formados nestas instituições, de acordo com os últimos dados, estão a atingir taxas de empregabilidade de 90% nos primeiros seis meses após a conclusão dos seus estudos; com salários iniciais muito competitivos ou rendimentos que excedem a média nacional, com salários que variam entre 30.000 e 50.000 euros por ano, dependendo da dedicação e especialização.

Estes dados, recolhidos num recente relatório da PwC sobre a indústria do entretenimento e dos meios de comunicação (E&M), refletem também a elevada procura destes profissionais, que responde ao crescimento e dinamismo da nova indústria e à atração de Espanha como destino de produção de entretenimento, bem como ao trabalho de longa data de organizações como a Spain Film Commission ou a já referida Madrid Content City.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Manifesto pede reforma do sistema eleitoral para diminuir desperdício de votos

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

"Os sistemas eleitorais têm impactos reconhecidos tanto na fragmentação parlamentar, que por sua vez afeta a estabilidade política", refere o estudo.

Um manifesto que pede uma reforma do sistema eleitoral que permita “maior personalização dos mandatos”, aproxime eleitores de eleitos e diminua o desperdício de votos é subscrito por 25 personalidades, entre as quais António Vitorino e Luís Marques Mendes.

De acordo com o manifesto a que a Lusa teve acesso, intitulado “Reformar o Sistema Eleitoral: Renovar a Democracia”, meio século após o 25 de Abril e 48 anos passados sobre a aprovação da Constituição que balizou o sistema eleitoral para a Assembleia da República “poucas foram as alterações ocorridas”, apesar de muito ter mudado no país nestas décadas.

Segundo os signatários, “Portugal está em contracorrente” já que integra “um grupo muito reduzido de três países da União Europeia em que só é possível votar em listas partidárias (listas fechadas) nas eleições legislativas”, sendo possível um pouco por todo o mundo “alguma forma de personalização do voto”.

“Os sistemas eleitorais têm impactos reconhecidos tanto na fragmentação parlamentar — que por sua vez afeta a estabilidade política — como no grau de proporcionalidade de votos e mandatos e na maior ou menor relação entre candidatos e eleitores”, refere o documento.

Por isso, neste manifesto é afirmado que a reforma do sistema eleitoral, “assegurando maior personalização dos mandatos e reduzindo o desperdício de votos, não é uma panaceia para a solução dos problemas que enfrenta o sistema político português, mas pode ser um importante contributo nesse sentido”.

Urge remover as barreiras e continuar o projeto inacabado de aperfeiçoamento da democracia portuguesa, começando pelo aperfeiçoamento tão necessário do nosso sistema eleitoral“, pede, considerando que há condições para começar esse trabalho em Portugal.

As 25 personalidades que assinam este manifesto “consideram necessária uma reforma do sistema eleitoral para a Assembleia da República, no sentido de dar maior liberdade de escolha aos eleitores e aproximar eleitores de eleitos, diminuindo o desperdício de votos, mantendo a proporcionalidade do sistema”.

Essa reforma deve assentar num reforço da literacia dos cidadãos sobre sistemas eleitorais e “no aprofundamento da (longa) reflexão académica nacional, com vista ao desenho adequado de um novo sistema eleitoral à Assembleia da República adaptado à realidade portuguesa do século XXI”.

Entre os nomes que assinam este manifesto estão o antigo diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino, a ex-eurodeputada e antiga candidata presidencial Ana Gomes, os ex-deputados Paulo Trigo Pereira, Alexandre Quintanilha e Jorge Lacão ou ainda o socialista Álvaro Beleza. O antigo líder do PSD Luís Marques Mendes, o ex-presidente do CDS-PP José Ribeiro e Castro e o ex-ministro Miguel Cadilhe também assinam o documento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

America’s Cup conclui a sua Volta dos Troféus com a apresentação dos quatro troféus em Barcelona

  • Servimedia
  • 3 Julho 2024

Esta é a primeira vez que os troféus das quatro competições que serão disputadas este ano em Barcelona são exibidos em conjunto.

A America’s Cup Trophy Tour terminou o seu percurso após uma semana de navegação ao longo de sete pontos-chave da costa catalã. Os quatro troféus que estarão em jogo na mais antiga competição desportiva do planeta foram oficialmente apresentados numa cerimónia no Porto de Barcelona. Após este evento, tem início o “verão de Vela da 37ª Taça América Louis Vuitton”, com as equipas a competir de 22 de agosto a 27 de outubro.

O evento final teve lugar no Tinglados El Taller no Port Vell, um espaço que foi recentemente renovado pela Autoridade Portuária de Barcelona. Os participantes puderam ver os quatro troféus juntos pela primeira vez na história, numa apresentação muito emotiva em que começou a ser transmitida a paixão por uma competição com 173 anos de história e que regressará às costas europeias pela primeira vez em 14 anos.

Após o discurso inaugural de Lluis Salvadó, Presidente do Porto de Barcelona, foi apresentado o primeiro troféu, a UniCredit Youth America’s Cup, a competição que colocará frente a frente os melhores jovens velejadores do mundo. De seguida, foi a vez do novo troféu apresentado há algumas semanas, a Puig Women’s America’s Cup, que assinala um marco histórico, uma vez que será a primeira vez que a America’s Cup terá uma competição feminina. Eugenia de la Torriente, diretora de comunicação da Puig, afirmou: “Trata-se de atletas que competiram ao mais alto nível e que têm agora uma nova oportunidade. Serão 70 mulheres a competir frente a frente e isso é um privilégio.

O troféu seguinte a ser revelado foi o da Taça Louis Vuitton, que foi apresentado aos espetadores por Marc Alins, Diretor-Geral da Louis Vuitton Mediterranean, que abriu a icónica caixa de troféus da marca francesa. A competição será disputada pelos desafiantes: INEOS Britannia, Alinghi Red Bull Racing, Luna Rossa Prada Pirelli, NYYC American Magic e Orient Express Racing Team. O desafiador vencedor terá a oportunidade de competir pela Taça das Cem Guinés contra a Emirates Team New Zealand.

AULD MUG

Para encerrar o evento, Grant Dalton, CEO da America’s Cup Event, subiu ao palco para abrir a mala Louis Vuitton e revelar o Hundred Guineas Pitcher, o troféu com que todas as equipas sonham há 173 anos e do qual a Emirates Team New Zealand é a defensora. Dalton falou sobre o que os fãs podem esperar das diferentes competições deste ano: “Estamos muito ansiosos. Vai ser fantástico, não só para a America’s Cup. Vamos poder ver os velejadores de amanhã na UniCredit Youth America’s Cup e abrir a porta ao presente na Puig Women’s America’s Cup. Estou certo de que será um grande espetáculo.

Jaume Collboni, Presidente da Câmara Municipal de Barcelona, foi o responsável pelo encerramento do evento com um discurso sobre o que este evento trará para a capital catalã. Começou o seu discurso dizendo: “Já o temos aqui”, apontando para o Jarro dos Cem Guinéus. Depois, destacou o sucesso do slogan do concurso “Somos do mar”: “porque estamos abertos ao mundo, enfrentamos novos desafios. É histórico que tenhamos a primeira America’s Cup feminina. Barcelona deixará a sua marca nesta competição e ficará um legado na nossa cidade”.

Este evento serviu de fecho de uma Volta do Troféu que foi um grande sucesso. O troféu da America’s Cup passou por L’Escala, Palamós, Vilassar de Mar, Sitges, Tarragona e Cambrils durante uma semana em que as centenas de fãs que se deslocaram a cada uma das paragens puderam desfrutar de atividades relacionadas com a história da competição e puderam sentir-se como os melhores velejadores do mundo testando o simulador.

O envolvimento da população local neste evento foi total, uma vez que diferentes associações de bairro, juntamente com as câmaras municipais, participaram para oferecer uma experiência gastronómica típica aos participantes que viajaram para os diferentes locais por onde o “Auld Mug” passou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

#19 Países Baixos mostram futebol alto e houve muita história no Áustria x Turquia

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

Os Países Baixos lembraram-se que sabem jogar futebol e a Turquia surpreendeu a surpresa Áustria. Assim terminou os oitavos-de-final. Como a paixão é muita e paciência pouca, já se fazem contas para o regresso da competição, onde a Espanha x Alemanha, Portugal x França, Inglaterra x Suíça e Países Baixos x Turquia são os jogos da próxima fase. Em Munique, a turma de Ronald Koeman deu uma lição de construção, chegando com maior facilidade a zonas altas através de bolas entre-linhas e pelos corredores laterais. A sociedade Reijnders-Schouten esteve em altas e Cody Gakpo voou. Confirma o estatuto de um dos melhores do torneio. Mais tarde, em Leipzig, Merih Demiral transcendeu-se numa eliminatória marcada pelas bolas paradas. Passou a Turquia, que soube explorar as fragilidades da Áustria.

Os 4 Cantos do Dia

Países Altos e Roménia Baixa

Foi um jogo antagónico. De um lado, os Países Baixos mostraram a sua exibição mais completa neste Euro 2024, destacando a construção de dentro para fora, bolas entre-linhas e criação/aproveitamento do espaço. Tijjani Reijnders e Jerdy Schouten complementaram-se muito bem, Donyell Malen foi o primeiro jogador deste torneio a bisar numa partida e Cody Gakpo voltou a ser brilhar, com um golo e uma assistência. O conjunto de Koeman tirou proveito das suas capacidades e jogaram bom futebol. Há esperança de chegar à final, até porque estão no lado mais acessível. Já a Roménia entrou possivelmente para o jogo mais importante da sua história e o início passou a mensagem de vontade e raça. Depois, terá acusado alguma pressão e manifestou-se várias lacunas defensivas, resultante também da tentativa de Edward Iordanescu em surpreender e arriscar. Gerou muito espaço e foi completamente fatal.

Parece mentira, mas não é…

A última vez que os Países Baixos tinham vencido (no tempo regulamentar) um jogo na fase eliminatória de um Campeonato da Europa foi no Euro 2000 contra a Jugoslávia por 6-1. Passaram 24 anos (!) e a seleção neerlandesa bateu a Roménia para garantir a passagem aos quartos-de-final. Em sete participações, é a quinta vez que os Países Baixos chegam a esta fase. Agora prepara-se para defrontar a Turquia, que eliminou a Áustria (2-1).

Novo Flash no Euro 2024

Depois de Nedim Bajrami marcar o golo mais rápido da história dos Europeus (23 segundos), Merih Demiral registou o golo mais rápido de sempre na fase eliminatória da respetiva competição (no primeiro minuto). E não quis ficar por aí. Além disso, o defesa-central bisou na partida e foi fundamental na passagem da Turquia aos quartos-de-final. 40 anos depois, voltou a haver um defesa a marcar dois golos num jogo de Europeu (Domergue em 1984 pela França). E foi a primeira vez na história que houve três golos resultantes de cantos num jogo de Europeu.

Cair, levantar e continuar

De todas as equipas presentes nos quartos-de-final do Euro 2024, a Turquia é a única que sofreu golos em todos os jogos. Porém, a verdade é que continua a fazer história. Além de ser apenas a terceira vez que chegam a esta fase (2000, 2008 onde foi até às meias-finais e 2024), a Turquia conta com a primeira vitória de sempre num jogo a eliminar no tempo regulamentar e o melhor registo numa só edição: Três vitórias. Vincenzo Montella tem mérito no crescimento da Turquia e Arda Guler é um dos que mais entusiasma. Mencionar ainda que a Áustria não chega aos quartos-de-final de uma grande competição desde o Mundial de 1954.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.