Negociações com professores arrancam hoje. Sindicatos exigem recuperação mais rápida do que o proposto pelo Governo

Sindicatos do setor da Educação avisam que as negociações sobre a recuperação do tempo de serviço vão ser "complexas" e pedem "medidas compensatórias" para quem está perto de se reformar.

O Governo dá esta quinta-feira o ‘pontapé de saída’ nas prometidas negociações sobre o tempo de serviço dos professores. Os sindicatos ouvidos pelo ECO avisam que as negociações vão ser “complexas” e pedem “medidas compensatórias” para quem está perto de se reformar. Estruturas sindicais exigem que a devolução seja feita de forma mais rápida do que o proposto pelo Executivo, que se comprometeu a recuperar integralmente os 6 anos 6 meses e 23 dias de tempo de serviço que estão congelados a um ritmo de 20% ao ano.

A Federação Nacional de Educação (FNE) e o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) adiantam que apenas receberam a convocatória do Ministério da Educação, Ciência e Inovação para comparecerem nas reuniões agendadas para esta quinta e sexta-feira na Avenida do Infante Santo, em Lisboa, desconhecendo, por isso, a “ordem de trabalhos ou qualquer assunto que possa ser debatido”. No entanto, antecipam que objetivo será definir “o calendário negocial para a recuperação do tempo de serviço”. Já a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) sinaliza que, depois de ter insistido e “tal como está previsto na lei”, receberam um email a confirmar “que o único assunto” seria esse.

“Sabemos que o Governo parte de um período temporal de cinco anos a um ritmo de 20% ao ano. No caso da FNE, teremos outros propostas, fazendo com que a primeira tranche dessa recuperação possa ser de, pelo menos, 30%, exigindo também que essa recuperação não vá para além da legislatura”, adianta Pedro Barreiros, secretário-geral da segunda maior associação de professores.

Por sua vez, a SIPE diz que vai propor que a devolução seja feita a um ritmo de 25% ao ano, de modo a que também fique concluída até ao fim da legislatura. “Defendemos que o ideal seria durante a legislatura. Ainda para mais, sabemos que o Governo está precário, na medida em que não tem maioria absoluta, e queremos que, pelo menos, saia já uma legislação que nos salvaguarde e que ponha um ponto final nesta questão”, justifica Júlia Azevedo.

Também a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) já veio mostrar-se contra o ponto de partida do Governo para estas negociações, pedindo que a recuperação seja feita a um ritmo de 33% ao ano. “É uma proposta que ultrapassa o limite da legislatura, o que não nos parece correto”, afirma Mário Nogueira. Para o responsável, a devolução a “cinco anos ou mesmo a quatro anos” é “um exagero”, dado que o primeiro descongelamento deu-se em 2018 e desde então a classe continua a perder “no salário e até no valor de aposentação”. “Três anos parece-nos absolutamente exequível”, afiança, em declarações ao ECO.

Os três sindicatos ouvidos pelo ECO sublinham, no entanto, que não estão “reféns” das propostas e que “disponibilidade total” para negociar com a tutela liderada por Fernando Alexandre. Mas pedem celeridade no processo. A “expectativa é que cumpram o prometido” e que “já nos próximos 60 dias as pessoas possam recuperar o maior tempo possível e o mais rapidamente possível“, atira a presidente da SIPE. “Quanto mais depressa melhor”, corrobora o secretário-geral da Fenprof.

Negociações “não se resumem” ao calendário, avisam sindicatos

E deixam o aviso ao Governo: “Acreditamos que a negociação do tempo de serviço possa vir a ser complexa porque não se resume ao tempo e ao calendário“, sinaliza o secretário-geral da FNE, lembrando que “há outras questões” que devem ser acauteladas como “a questão das medidas compensatórias dos professores que já estão no topo da carreira” ou a dos professores que “não tiveram a totalidade do tempo congelado, mas têm que ser integrados nesta questão do tempo”.

“Há professores que estão no 9.º e 10º escalões [da carreira] e que já não vão poder usufruir desta devolução na totalidade. Isso vai ser altamente penalizador nas suas aposentações”, corrobora Júlia Azevedo, lembrando, que só este ano, há mais de cinco mil professores que vão reformar-se. Também a Fenprof, maior organização de sindicatos de professores, já veio referir que quer “garantias” de que, no final do processo, todos os professores veem recuperados os nove anos, quatro meses e dois dias (que inclui os cerca de dois anos e nove meses que já foram devolvidos), independentemente de se encontrarem no ativo ou já estarem aposentados.

Para além disso, Mário Nogueira lembra “há outras questões” que vão incluir na proposta da devolução do tempo de serviço, uma vez que os governos de António Costa vieram introduzir vários “quadros legais” para mitigar este problema, que vieram “baralhar tudo” e criar “assimetrias e desigualdades” entre docentes, como foi o caso do “acelerador da carreira”. E nesta proposta também vão exigir o fim das quotas e vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões. “Se se mantiverem os professores vão perder outra vez”, defende.

A Fenprof aponta, por isso, que não basta haver “abertura política” para negociar a recuperação do tempo de serviço congelado, mas “é também preciso encontrar soluções de âmbito técnico”. “É um trabalho exigente, que implica cuidados para que não resulte em mais desigualdades”.

O Governo dá início a estas negociações sem que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) tenha concluído a avaliação do impacto da medida, mas ao Público, fonte oficial sinalizou que os cálculos “estão a ser preparados, existindo apenas uma estimativa que está em linha com a previsão avançada no programa da AD, isto é, cerca de 300 milhões”. A presidente do Conselho das Finanças Públicas já apelou ao Executivo e à oposição para que quantifique a medida.

Do modelo de avaliação às ultrapassagens, há outras matérias na calha

Apesar de esta ser considerada a matéria “mais urgente” e uma das quais a que o Governo já admitiu dar prioridade máxima, os sindicatos adiantam que também vão apresentar os seus “cadernos de encargos” com as medidas que consideram “mais urgentes e que merecem uma resolução e atenção especial por parte do Ministério”.

“Vamos entregar um caderno reivindicativo sobre o tema ‘Escola Pública de Qualidade'”, em que constam “20 medidas que gostaríamos de ver discutidas e negociadas a curto, médio e até a longo prazo”, realça Júlia Azevedo, dando como exemplo o fim das quotas e vagas no acesso 5.º e 7.º escalões, questões relacionadas com os horários de trabalho e com as ultrapassagens.

“Temos professores mais velhos e com mais tempo de serviço a ganhar menos, às vezes, dois escalões do que os professores mais novos e com menos tempo de serviço”, denuncia a presidente da SIPE, ao ECO, sublinhando que esta circunstância é “transversal a milhares de professores” e está a motivar uma enchente de processos em tribunal. Os sindicatos já admitiram levar esta matéria ao Tribunal Constitucional.

Por sua vez, a Fenprof diz que vai “apresentar um protocolo negocial para a legislatura” de forma a dar resposta a “outros problemas”, nomeadamente os relacionados com o envelhecimento da classe, com a mobilidade por doença, com os horários de trabalho, recursos para a educação inclusiva e do próprio financiamento e gestão das escolas e questões relacionadas com o Ensino Superior, dado que Fernando Alexandre tem a seu cargo também essa tutela.

Já a FNE, além do fim das quotas e vagas no acesso 5.º e 7.º escalões, assegura que vai “apresentar o roteiro para a legislatura 2024-2028″, onde se incluem outras medidas, nomeadamente relacionadas com “o modelo de avaliação de desempenho docente” ou “a indisciplina crescente nas escolas”. Por fim, lamentam ainda que no programa do Governo “única menção sobre os trabalhadores das escolas”.

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Governo corrige corte de IRS do PS no Orçamento deste ano

Afinal, a redução de IRS decidida pelo Governo PS terá sido de 1.191 milhões em vez dos 1.327 milhões que constam do relatório do OE2024. Conselho de Ministros decide na 6º feira nova redução de IRS.

A redução de impostos em sede de IRS decidida pelo Governo do PS e que foi inscrita no Orçamento do Estado para 2024 é, afinal, inferior ao valor anunciado de 1.327 milhões de euros, facto que será explicado pela atualização dos valores de base usados para o cálculo do impacto daquela medida. Mas, ao que o ECO apurou, a diferença não será determinante na decisão que o Governo vai tomar no conselho de ministros de 6º feira sobre o reforço da redução de IRS com efeito ainda nas tabelas de retenção deste ano.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, estava a prestar esclarecimentos no debate de urgência marcado pelo PS sobre o caso do IRS quando avançou que a descida de IRS determinada pelo PS no Orçamento deste ano, e que está em vigor, seria afinal de 1.191 milhões de euros e não de 1.327 milhões, como estava inscrito no documento elaborado por Fernando Medina em outubro. “O valor de 1.327 milhões de euros é o que consta do relatório do Orçamento do Estado de 2024 como impacto previsto em 2024 da redução de IRS aprovada nessa sede. A nova estimativa do impacto em 2024 da tabela em vigor (1.191 milhões de euros) resulta da atualização de tal estimativa com os dados mais recentes disponíveis (que consideram as declarações de 2022 apresentadas em 2023)”, explicou, depois, ao ECO fonte oficial das Finanças. O Gpeari (Gabinete de Estudos e Relações Internacionais) do Ministério das Finanças) atualizou o ano base do cálculo do corte de IRS com os dados de 2022 apurados já no ano passado e que não estariam disponíveis à data da elaboração do Orçamento, ainda pela equipa de Medina.

Pedro Duarte sinalizou, no debate de urgência sobre o IRS pedido pelo PS, que o Governo sabe agora que o valor exato correspondente à redução inscrita no Orçamento do Estado para 2024 foi de 1.191 milhões de euros e não de 1.327 milhões, como tinha sido anunciado. Os valores inscritos no Orçamento do Estado eram previsões para o ano de 2024. Os 1.191 milhões são já uma estimativa do cálculo já feita por este Governo desde que entrou em funções.

Ainda assim, a bancada socialista reiterou durante todo o debate que a redução do IRS para este ano rondava os 1300 milhões de euros. E o ECO apurou que os novos cálculos do Governo caíram mal junto da equipa do anterior Ministério das Finanças. Fonte do gabinete do ex-ministro Fernando Medina revelou ao ECO que no momento em que o Executivo cessou funções o valor da redução do IRS proposto no Orçamento do Estado se mantinha nos 1.327 milhões de euros.

O ministro reiterou, de qualquer forma, que a redução de IRS vai perfazer um total de 1.500 milhões de euros face a 2023, já contando com o alívio fiscal implementado pelo anterior Governo de António Costa para este ano. O montante foi anunciado inicialmente pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, no debate sobre o programa do Governo. Mais tarde, o ministro das Finanças veio esclarecer, em entrevista à RTP1, que aquele montante engloba já as medida do PS, pelo que o custo para o atual Executivo será de cerca de 200 milhões de euros, o que causou toda a polémica em torno da redução do imposto. “O desgravamento fiscal será mais de 200 milhões de euros“, disse Miranda Sarmento na RTP.Mas ainda estamos a calibrar a medida. Só sexta-feira é que a iremos apresentar“, acrescentou.

No dia seguinte, o ministro-Adjunto e da Coesão classificava a polémica instalada como uma “tempestade num copo de água”. O valor da descida “ainda não está calculado”, corroborou Manuel Castro Almeida, no Expresso da Meia Noite da SIC Notícias. “O que os portugueses querem é pagar menos no final do ano. E há várias formas de mexer no IRS: pode ser pelo lado dos escalões, das deduções. Esse cálculo ainda não está perfeitamente feito. O ministro das Finanças calcula que possam ser 300, mas também podem ser 400 milhões de euros. Andará por volta dos 300 milhões”, avançou Castro Almeida. “Mas o ponto”, frisou, “é que andará próximo dos 1.500 milhões de euros que os portugueses vão pagar a menos no próximo ano de IRS, sendo que, parte desse valor, foi decidido pelo Governo anterior e este Governo amplia esse valor”, concluiu.

A calibragem do valor da redução das taxas de IRS está ainda por decidir. Depois da pressão pública e política, duas fontes governamentais admitiam ao ECO que a redução do IRS poderá ser mais expressiva do que o anunciado pelo primeiro-ministro. O deputado do CDS e antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, adiantou, durante o debate, que “a descida do IRS vai beneficiar mais 513 mil famílias”, que estão no 6.º, 7.º e 8.º escalões.

O objetivo será limitar os efeitos negativos da discussão da última semana. Os detalhes exatos da medida do Governo de Montenegro ainda não são conhecidos, sendo que vão ser apresentados depois do Conselho de Ministros desta sexta-feira. Para já, sabe-se que o alívio fiscal será alargado à classe média até ao 8.º escalão, como já disse o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e reiterou, esta quarta-feira, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

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Juventus terá de pagar a Cristiano Ronaldo 10 milhões de euros

  • Lusa
  • 17 Abril 2024

A Justiça italiana confirmou os fortes indícios que existiam de que o clube de Turim tinha recorrido a algumas 'manobras salariais' nas modalidades de pagamento a CR7.

A Justiça italiana decidiu que a Juventus terá de pagar 9.774.166,66 de euros, mais juros, ao futebolista português Cristiano Ronaldo, equivalente à verba líquida que este deveria ter recebido de impostos e contribuições.

A decisão favorável a Cristiano Ronaldo, que interpôs recurso contra a Juventus, foi tomada pelos juízes Gianroberto Villa, Roberto Sacchi e Leandro Cantamessa e confirmou os fortes indícios que existiam de que o clube de Turim tinha recorrido a algumas ‘manobras salariais’ nas modalidades de pagamento a ‘CR7’, o qual nunca chegou a receber as verbas em causa. O futebolista português obteve uma vitória que terá custos elevados em termos de orçamento à Juventus, que em anos anteriores não tinha reservado nenhuma verba em caso de risco de uma decisão judicial desfavorável.

Em causa estava um acordo que a ‘Juve’ alcançou com vários dos seus jogadores em 2020, ano da covid-19, para aliviar a situação gerada pela pandemia. No caso do acordo com o craque português, estava estipulado o pagamento de quase 20 milhões de euros, mas o Tribunal Arbitral da Federação Italiana de Futebol (FIGC) reduziu o valor para metade. Aquela que é conhecida como a “carta secreta” de Cristiano em Itália, documento que a ‘Juve’ escondeu na altura, revelou o acordo do clube de Turim com o português, no qual se comprometeu a pagar 19,8 milhões de euros a Ronaldo.

A Juventus afirmou ter concordado com uma redução salarial dos seus jogadores para aliviar a situação económica gerada pela pandemia, mas o Ministério Público descobriu, em parte graças a esta “carta secreta”, que o acordo não era uma renúncia salarial, mas sim um diferimento do pagamento por três dos quatro meses acordados (março a junho de 2020).

O pagamento não consta do exercício desse ano, pelo que o Ministério Público considera que se trata de um crime de fraude fiscal.

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Moedas abre nova residência universitária e anuncia mais de 1.000 camas para estudantes em Lisboa

  • Lusa
  • 17 Abril 2024

Dez dos cerca de 17 milhões de euros investidos nesta residência, são oriundos do PRR, o que "permitiu poupar dinheiro ao erário público português", sublinhou o autarca.

O presidente da Câmara de Lisboa inaugurou esta quarta-feira uma nova residência universitária na cidade, afirmando que marca o início de várias outras, num total de “mais de mil camas”, e possibilita que jovens estudem na capital. “Vamos ter, pelo menos, mais de 1.000 camas. Temos, neste momento, 900 camas que estamos a trabalhar e a projetar e que estão a ser feitas em Ajuda, Marvila e 5 de Outubro. Tudo isso está a acontecer em Lisboa (…) e este dia marca o começo desta nova fase de projetos que estamos a realizar”, referiu Carlos Moedas (PSD).

Promovida pela Câmara Municipal de Lisboa, esta residência resulta de uma obra de reabilitação e adaptação de dois edifícios na Avenida Manuel da Maia e na Alameda D. Afonso Henriques, e tem capacidade para 320 camas, distribuídas por 96 quartos individuais e 112 quartos duplos, todos mobilados. Dez dos cerca de 17 milhões de euros investidos nesta residência, são oriundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que “permitiu poupar dinheiro ao erário público português”, sublinhou Carlos Moedas.

As novas residências são direcionadas exclusivamente para alunos bolseiros e o custo por quarto vai variar em função dos rendimentos do agregado familiar, estando o valor mínimo fixado em 84 euros e o máximo em 324 euros. Para Carlos Moedas, esta inauguração representa “uma oportunidade extraordinária para os jovens alunos que não têm condições financeiras”, referindo que esta residência representa para os jovens estudantes “o sonho de estudar e trabalhar em Lisboa”.

Afirmando que é necessário proteger as faixas mais vulneráveis, o autarca realçou a importância de se criarem programas que conseguiam abarcar todos os tipos de agregado, desde aqueles que conseguem pagar 80 euros por mês, até àqueles que podem pagar 100.

“Há muita gente que chega a Lisboa, que não estão nas faixas mais vulneráveis, mas que também não têm dinheiro para pagar um quarto. É construindo mais que vamos conseguir ajudar aqueles que só podem pagar 80, aqueles que só podem pagar 100 e por aí fora. Temos de ter programas para todos e conseguir ir a todos os tipos de agregados, mas obviamente temos que ir primeiro aos mais vulneráveis”, defendeu.

A nova residência universitária, localizado na Avenida Manuel da Maia, 40, será gerida pelos Serviços Sociais da Universidade de Lisboa, e os quartos distribuídos entre estudantes de todas as instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com ciclos de estudos a funcionar no concelho.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, marcou presença na inauguração e sublinhou que esta nova residência universitária vai permitir “promover uma maior igualdade e equidade no acesso ao ensino superior”, referindo que os custos de alojamento são um “fator de exclusão” que afetam milhares de famílias. Esta residência resulta de um protocolo assinado entre a Câmara Municipal e a Universidade de Lisboa e será cedida por dez anos aos Serviços Sociais da Universidade de Lisboa, que podem ser renovados por dois períodos iguais e sucessivos.

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Proposta do Congresso dos EUA prevê ajuda à Ucrânia de 61 mil milhões de dólares

  • Lusa
  • 17 Abril 2024

Os diplomas serão submetidos a votação na câmara baixa do Congresso norte-americano no sábado à tarde, de forma a desbloquear as verbas para a Ucrânia e Israel.

Os republicanos da Câmara de Representantes dos Estados Unidos (câmara baixa do Congresso) apresentaram esta quarta-feira um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 61 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros). Duas propostas de lei diferentes preveem também mais de 26 mil milhões de dólares (cerca de 24 mil milhões de euros) para ajudar Israel e vários milhares de milhões de dólares para Taiwan.

Estas propostas serão no sábado à tarde submetidas a votação na câmara baixa do Congresso norte-americano para desbloquear as verbas, tendo o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelado para uma decisão rápida. Num artigo, publicado no jornal Wall Street Journal, Biden pede à Câmara de Representantes para “aprovar urgentemente” os projetos de lei sobre a nova ajuda à Ucrânia e a Israel, bem como sobre a ajuda humanitária a Gaza.

“Embora ambos os países sejam perfeitamente capazes de defender a sua própria soberania, eles dependem, para o fazer, da ajuda norte-americana, inclusive em matéria de armamento. E estamos num momento crucial”, argumentou o Presidente norte-americano. Um pacote de 60 mil milhões de dólares (mais de 50 mil milhões de euros) em assistência militar e económica à Ucrânia foi aprovado no Senado em fevereiro.

Contudo, os Republicanos da Câmara dos Representantes têm-se recusado a aprovar a proposta, devido a uma disputa sobre a questão da imigração, entre outras razões. O novo pacote de propostas, hoje anunciado, se for aprovado pela câmara de maioria Republicana, será depois levado ao Senado, onde existe uma maioria Democrata, antes de chegar à mesa de Joe Biden para promulgação.

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Risco macroeconómico para o setor segurador diminui no primeiro trimestre

Ainda que no mesmo nível que no trimestre anterior, os riscos de mercado têm revelado uma tendência de contração, assim como os riscos de rendibilidade e solvência.

O nível de risco para o setor segurador da categoria de riscos macroeconómicos passou de alto para médio-alto no primeiro trimestre deste ano face ao último de 2023, motivado pelo controlo da inflação, a diminuição do peso da dívida pública e pelas projeções otimistas de crescimento económico.

Segundo a última edição do Painel de Riscos do Setor Segurador, publicado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), a revisão em baixa desta categoria foi impulsionada “pela melhoria das projeções de crescimento económico, a redução da dívida pública portuguesa para um patamar abaixo dos 100% do PIB e a desaceleração da taxa de inflação em cadeia para valores próximos do patamar fixado pelo Banco Central Europeu”.

As restantes categorias mantiveram o mesmo nível de risco face ao trimestre anterior. Neste sentido, a categoria Crédito manteve-se no nível médio-alto, assim como a Mercado, Específicos Seguros vida e Específicos Seguros Não vida. No nível de risco médio-baixo manteve-se a Liquidez, Rendibilidade e Solvabilidade e Interligações.

Ainda que mantendo o nível médio-alto, os riscos de mercado têm revelado uma tendência de contração, refletindo a diminuição da volatilidade nos mercados obrigacionistas, segundo o órgão regulador.

Os riscos de rendibilidade e solvência do setor registaram uma tendência de queda, motivada pelo aumento dos resultados técnicos globais provisórios face ao ano anterior, “sendo ainda de salientar a manutenção do rácio de solvência num patamar acima de 200%”, refere a ASF.

O painel destaca no ramo Vida a quebra na produção de 2023 face ao período homólogo. “Por sua vez, nos ramos Não Vida, a produção continuou a exibir um padrão ascendente, tendo sido acompanhada por um aumento da taxa de sinistralidade global do segmento.”. Segundo a ASF, o aumento dos sinistros é explicado “pela evolução da modalidade de acidentes de trabalho, refletindo o aumento dos montantes pagos, bem como o incremento do valor das provisões técnicas, fruto do efeito de diminuição da taxa de desconto”, refere.

O painel de riscos do setor segurador português é a ferramenta utilizada pelo regulador para identificar e medir os riscos e vulnerabilidades do setor, tendo por base um conjunto de indicadores e considerando as seis categorias de risco mencionadas. Esta edição considera informação das variáveis financeiras relativas a 15 de março deste ano conjugadas com os dados referentes a 31 de dezembro do ano passado reportados pelas empresas de seguros.

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Loja de seguros da Amazon UK já não faz novos contratos

  • ECO Seguros
  • 17 Abril 2024

Ainda não foi divulgada a data oficial da descontinuação desta loja, mas refere que está neste momento a verificar os detalhes do encerramento com os parceiros. 

Dois meses após a Amazon do Reino Unido anunciar o encerramento da sua mediadora de seguros, a ​Amazon Insurance Store anunciou no seu site que já não faz novas simulações dos preços dos seguros, travando assim as suas operações de subscrição de novas apólices, anunciou a mesma no seu site.

Não obstante, quem tiver uma simulação do prémio feita antes do anúncio, continuará com esta válida até à data indicada na página pessoal do cliente dedicada a esse fim.

A loja online de seguros da Amazon tinha como parceiros seguradores a Ageas UK, Co-op, LV=, Policy Expert e a Urban Jungle. Estas companhias vão continuar a assegurar o regular cumprimento dos contratos, como a gestão de sinistros, enquanto as apólices estiverem em vigor, garantindo a Amazon o apoio aos clientes que queiram apresentar reclamações devido ao encerramento da loja ou aqueles que têm questões sobre a mesma.

Ainda não foi divulgada a data oficial da descontinuação desta loja, mas esta refere que está neste momento a verificar os detalhes do encerramento com os parceiros.

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País precisa de “choque de oferta” na habitação e do esforço de todos, diz ministro

  • Lusa
  • 17 Abril 2024

Miguel Pinto Luz afirmou ser necessário "um choque de oferta" porque só com "mais oferta" será possível "acudir a este flagelo" que é a dificuldade no acesso à habitação.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, disse esta quarta-feira que é necessário um “choque de oferta” na habitação e que a resposta a este problema exige a união do esforço de todos. “Precisamos de nos unir, o setor precisa de se unir num esforço pragmático”, porque “todos juntos conseguimos encontrar soluções”, disse Miguel Pinto Luz, numa referência aos setores públicos e privado e aos proprietários particulares.

O ministro falava na abertura do debate sobre “Políticas Públicas de Habitação: Estratégias e soluções”, no âmbito dos Prémios Imobiliário, do Expresso e SIC Notícias. Enunciando algumas das medidas que integram o programa do Governo, Miguel Pinto Luz afirmou ser necessário “um choque de oferta” porque só com “mais oferta” será possível “acudir a este flagelo” que é a dificuldade no acesso à habitação.

Salientando que o problema só se resolve de forma “congregada, de forma não dogmática, sem complexos ideológicos, onde todos possam contribuir”, o ministro acrescentou que não se deve contar com este Governo para jogos de passa culpas. “Não contem com este Governo para esse de jogo passa culpas […] de que tudo o que foi feito no passado está mal. Não, muita coisa está bem, outra tem de ser corrigida, outra tem de ser feita de forma diferente e outra não foi feita de todo”, disse.

Miguel Pinto Luz disse também que a oferta pública de habitação tem de aumentar, mas salientou que a “iniciativa privada é essencial para este choque de oferta, que é absolutamente necessário”.

Sobre a reversão de algumas medidas do Mais Habitação, disse que o Governo quer tratar de forma diferente o que é diferente e de forma igual o que é igual, pelo que no Alojamento Local pretende “cumprir”, no “mais breve tempo possível em termos políticos”, a reversão da contribuição extraordinária sobre este setor.

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“É altura de mudar a política monetária” na Zona Euro, defende Centeno

O Governador do Banco de Portugal destaca que a ausência de crescimento na Europa "é uma preocupação", argumentando que é o momento para o banco central mudar a sua política.

O Banco Central Europeu (BCE) alcançou “um progresso significativo” em baixar a inflação para valores próximos de 2%, uma conjuntura que deverá permitir ao banco central iniciar um ciclo de corte de juros em junho, defende Mário Centeno. Para o governador do Banco de Portugal, é a altura para “mudar a trajetória da política monetária” no euro e ajudar a economia, que não cresce há dois anos.

“Acredito que é o momento para mudar a trajetória da política monetária e, encontro a encontro, decidir a trajetória para as taxas de juro”, adiantou Mário Centeno em entrevista à CNBC. Sem querer comprometer-se com um número de descidas de juros, o governador do Banco de Portugal realçou que a decisão de junho sobre juros será importante e que, embora seja dependente da divulgação de dados económicos, há condições para uma mudança, com a taxa de inflação próxima de 2%.

“Fizemos um progresso significativo. Trouxemos a inflação de 10,6% para perto de 2% em menos de ano e meio”, destacou, acrescentando que o BCE fez a sua parte, mas também os governos e o mercado laboral, que está “melhor que nunca”.

Em relação aos salários, Centeno referiu que “crescimento dos salários tem estado a diminuir, entre 3 e 4%, um número compatível com o processo de desinflação”.

O governador do Banco de Portugal mostrou-se preocupado com a economia, apontando que “não crescemos há ano e meio”, o que “é uma grande preocupação”. Com a inflação a baixar para valores próximos da meta de 2%, o BCE não pode cair no erro de entrar num ciclo em que mantém as taxas por um período mais longo que o necessário, fazendo uma comparação com a austeridade na crise da dívida soberana.

O BCE admitiu, pela primeira vez na última reunião, a possibilidade de alterar a sua política monetária, abrindo a porta a uma descida de juros em junho. Pelo contrário, o presidente da Fed tem estado a alterar o seu discurso, preparando os investidores para um corte de juros mais tardio, o que significa que o BCE será o primeiro a cortar taxas.

“Se tivermos que cumprir o nosso mandato antes da Reserva Federal dos Estados Unidos temos de o fazer”, concluiu. “Isso significa que o nosso sacrifício para baixar a taxa de inflação foi maior. Não estamos a crescer”, atirou.

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Corretora Howden consegue seguros para o Mar Vermelho

Markel e Navium são as seguradoras que vão liderar o consórcio promovido pela Howden para oferecer seguros de guerra, incluindo ataques de drones e misseis, para navios no Mar Vermelho.

A corretora britânica de seguros Howden, também presente em Portugal, começou a oferecer seguros de risco de guerra para cargas de navios, especificamente contra ataques por mísseis e drones na região de mais forte tensão geopolítica no Médio Oriente, anunciou a empresa à Reuters.

A corretora conseguiu convencer as seguradoras Markel e a Navium a serem líderes de uma apólice que vai cobrir durante um ano até 50 milhões de dólares de carga por navio. Os prémios das tradicionais apólices de 7 dias para atravessar o Mar vermelho subiram em flecha desde novembro e esta nova apólice destina-se a “todos os que sofreram cancelamento do seu seguro de risco de guerra”.

O seguro – segundo a Howden – é o primeiro dedicado a proteger navios dentro de uma zona de conflito ativa que passa pelo estreito de Bab al- Mandab, o Mar Vermelho e o Oceano Índico.

O navio de pavilhão português MSC Aries foi apreendido pela marinha do Irão no passado dia 13, entrando um Estado no conflito que está bloquear importantes rotas mundiais do comércio marítimo.

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PS e BE exigem esclarecimento sobre contratação de escritório de Aguiar-Branco

  • Lusa
  • 17 Abril 2024

Oposição da Câmara de Lisboa rejeitou a proposta da liderança PSD/CDS-PP para novo vogal do CA da empresa municipal Gebalis, com PS e BE a pedirem dados da contratação do escritório de Aguiar-Branco.

A oposição na Câmara de Lisboa rejeitou a proposta da liderança PSD/CDS-PP de designar um novo vogal do conselho de administração da empresa municipal Gebalis, com PS e BE a pedirem dados sobre a contratação do escritório de Aguiar-Branco.

Em causa está um contrato celebrado pela empresa Gebalis – Gestão do Arrendamento da Habitação Municipal de Lisboa com a sociedade de advogados José Pedro Aguiar-Branco & Associados, para a prestação de serviços jurídicos no âmbito da cobrança de rendas em atraso, assinado em 28 de março, um dia depois de o social-democrata ser eleito como presidente da Assembleia da República.

Em comunicado, a vereação do PS disse que “a contratação do escritório de Aguiar-Branco foi assumida por um administrador que, em 2011, foi adjunto de Aguiar-Branco no Ministério da Defesa”, referindo-se a Gonçalo Saluce de Sampaio, que tomou posse como vogal do conselho de administração da Gebalis em dezembro de 2021.

“O referido administrador abandonou a Gebalis cinco dias depois desta contratação, assumindo posição como chefe de gabinete do ministro da Economia”, indicou o PS, pedindo dados sobre a contratação do escritório de Aguiar-Branco por parte da empresa de gestão de habitação municipal de Lisboa.

Apontando os mesmos factos, a vereação do BE considerou que “a confusão se adensa e é total”, afirmando que, apesar de existir o pelouro da Transparência, “nada foi analisado e todo o processo ocorreu sem transparência”.

Em reunião privada do executivo municipal, a liderança PSD/CDS-PP propôs a designação de Miguel Fernando Costa da Silva Pereira como vogal do conselho de administração da Gebalis, na sequência da renúncia ao cargo por parte de Gonçalo Saluce de Sampaio.

A proposta foi votada por voto secreto e foi rejeitada, com nove votos contra, uma abstenção e sete votos a favor.

Antes da votação, o PS anunciou que iria votar contra qualquer nome indicado pela câmara “enquanto a Gebalis não divulgar, em nome da transparência e da preservação do bom nome das empresas municipais, todos os dados sobre o processo de contratação da José Pedro Aguiar-Branco & Associados, incluindo o nome e condições dos escritórios preteridos”.

“A mesma opacidade encontra-se presente na plataforma Base.gov, onde, ao contrário do que é a prática há muito instituída pela autarquia, não são divulgados os nomes dos concorrentes”, apontou a vereação do PS, manifestando-se insatisfeita com o esclarecimento da Gebalis de que o contrato foi assinado através da consulta ao mercado a três entidades e a escolha recaiu sobre “o preço mais competitivo”.

Anunciando o voto contra, o BE sublinhou que o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), se tem recusado a dizer “que outras empresas, para além da do ex-ministro do PSD [José Pedro Aguiar-Branco], foram consultadas”, reforçando que “o processo é tudo menos transparente”.

Segundo a proposta de PSD/CDS-PP, o vogal do conselho de administração da Gebalis então designado apresentou, no dia 05 de abril, renúncia ao cargo para o qual havia sido eleito por deliberação da câmara, “pelo que cumpre proceder à respetiva substituição, por forma a assegurar o regular funcionamento do órgão e da empresa”.

Relativamente à designação de um membro para o conselho de administração, a proposta sublinha que “os gestores públicos são escolhidos de entre pessoas com comprovada idoneidade, mérito profissional, competência e experiência de gestão, bem como sentido de interesse público”, e eleitos nos termos da lei comercial, de acordo com o Estatuto do Gestor Público.

A Gebalis dispõe de um conselho de administração, que corresponde ao respetivo órgão de gestão, e é composto por um presidente – cargo atualmente ocupado por Fernando Angleu Teixeira – e um máximo de dois vogais, eleitos pela assembleia geral, sob proposta da câmara municipal.

Atualmente, o executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.

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Corretora Costa Duarte cresce 24% e está compradora de distribuidores

A corretora que a família desenvolve há mais de 100 anos quer continuar a crescer e está atenta a possíveis aquisições. Os negócios atingiram 8,44 milhões em 2023.

O volume de negócios da corretora Costa Duarte cresceu 24% para 8,44 milhões de euros em 2023, revelou a empresa. “Temos registado há vários anos um crescimento orgânico sustentado, cerca do dobro do crescimento do mercado Não Vida onde tradicionalmente operam os corretores”, refere João Costa Duarte, administrador, acrescentado que “este crescimento decorre de elevadas taxas de retenção dos clientes existentes e de abordagens comerciais ativas na angariação de novos clientes, tanto nacionais como multinacionais”.

João Costa Duarte: “Como projeto de futuro, oportunidades de aquisição significam estar atento a circunstâncias que num determinado momento possam surgir e que permitam consolidar a nossa presença no mercado”.

As razões para o aumento de negócios são detalhadas pelo administrador: “Foi um crescimento transversal aos vários ramos, sendo que há dois que são preponderantes, os Patrimoniais+RC e Saúde, que representam respetivamente 34% e 24% da nossa carteira”, afirma. Os seguros Não Vida foram 96% do valor dos prémios emitidos em 2023.

As quatro seguradoras mais utilizadas para colocação dos seguros são, em proporção, quase as mesmas do ano anterior: 26% na Fidelidade, 20,5% na Generali Tranquilidade, 10,1% na Ageas Portugal e 5,8% Allianz.

Os resultados líquidos atingiram cerca de 2,3 milhões de euros, montante 75% superior ao obtido em 2022, já deduzida a gratificação especial de balanço atribuída aos colaboradores no montante 503 mil euros.

A empresa, que é a 9ª maior corretora em Portugal pelo ranking ECOseguros, desenvolve atividade através de mais duas empresas: a Specialty Risks, mediadora de seguros, vocacionada para a conceção de produtos inovadores e na dinamização de relações B2B junto de agentes, em que a Costa Duarte comprou no ano passado os 49% de capital que lhe faltava; e a Inter Risk Angola, que opera desde 2012, e é um dos principais corretores de seguros em Angola, dando apoio aos clientes em consultoria e corretagem de seguros a nível local.

Em relação a crescimento via aquisições, João Costa Duarte afirma que, embora a família tenha um passado com mais de 100 anos de ligação à atividade seguradora, a corretora “é essencialmente um projeto de futuro que sustenta o lema gerações de confiança”. Por esse motivo o administrador considera “como projeto de futuro, oportunidades de aquisição significam isso mesmo, estar atento a circunstâncias que num determinado momento possam surgir e que permitam consolidar a nossa presença no mercado”, conclui.

Outra linha de atuação definida para 2024 será o reforço do relacionamento junto dos parceiros internacionais representados pela Costa Duarte e que são a Gallagher Global Network, a Lockton Global Partnership e, ao nível dos seguros de crédito e de cauções, como membro da ICBA.

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