Distribuição de Portugal e Espanha pede maior reconhecimento do setor na Europa

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

As associações de Portugal e de Espanha lembram, antes das Europeias, que são "o maior empregador do setor privado na Europa – 26 milhões de pessoas –, gera 10% do PIB da União Europeia".

As associações de distribuição portuguesa APED e espanholas ASEDAS e ANGED apelam, a cinco dias das eleições para o Parlamento Europeu, para a necessidade de “um maior reconhecimento social e político” do setor na Europa.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a Asociación Española de Distribuidores, Autoservicios y Supermercados (ASEDAS) e a Asociación Nacional de Grandes Empresas de Distribución (ANGED) “uniram-se na produção de uma manifesto luso-espanhol que identifica as prioridades do setor da distribuição que devem ser tidas em conta pelos decisores políticos na próxima legislatura europeia”, adiantam.

Em vésperas das eleições de 9 de junho, as associações de Portugal e de Espanha “deixam um apelo direto: é necessário um maior reconhecimento social e político do setor da distribuição na Europa”.

“Constituindo um dos 14 ecossistemas estratégicos definidos pela Comissão Europeia na sua proposta de reforma da política industrial europeia, o setor da distribuição está no centro da economia europeia e do bem-estar dos cidadãos deste território”, adiantam as associações signatárias, referindo que são “o elo de ligação entre fabricantes e 450 milhões de consumidores”.

Além disso, são “o maior empregador do setor privado na Europa – 26 milhões de pessoas –, gera 10% do PIB da União Europeia, com mais de 99% das cinco milhões de empresas retalhistas e grossistas na Europa a serem Pequenas e Médias Empresas (PME)”. Apesar do seu peso económico e social, o setor da distribuição “tem vindo a enfrentar vários desafios: aumento dos preços da energia e dos combustíveis, constrangimentos no transporte internacional, impactos decorrentes de conflitos armados, escassez de matérias-primas e inflação”.

E a estes fatores “junta-se um verdadeiro tsunami regulatório, com mais de 3.000 normas regulamentares em constante evolução e alteração, que aumentou consideravelmente os custos de funcionamento das empresas”, salientam. “Neste quadro, e perante a proximidade de se iniciar um novo ciclo nas instituições europeias, a APED, a ASEDAS e a ANGED apelam a um maior diálogo dos atores políticos europeus com o setor da distribuição”, salientam.

“Este setor deve ser considerado prioritário pelos representantes portugueses e espanhóis nas instituições europeias, uma vez que as questões mais estratégicas para a distribuição dependem quase exclusivamente das regras comunitárias. A defesa dos interesses deste setor deve estar em consonância com a sua importância para as duas economias e para a vida quotidiana dos cidadãos”, argumentam as associações signatárias.

Apontam “a necessidade de serem criadas novas soluções e maior flexibilidade na regulamentação laboral para responder às novas necessidades do mundo do trabalho, bem como aos novos estilos de vida e necessidades dos consumidores”.

Além disso, “o absentismo é outro dos desafios sinalizados no manifesto, que levam as associações setoriais a sugerir o desenho de mecanismos que agilizem os procedimentos necessários para que as empresas possam ultrapassar os problemas decorrentes na constituição das equipas e na procura de substitutos, ao mesmo tempo que sejam assegurados os cuidados médicos adequados aos colaboradores”.

Em termos de competitividade, as empresas do setor da distribuição “defendem uma regulamentação que garanta segurança jurídica e um ambiente empresarial estável, que assegure condições de concorrência e acesso a um mercado que permita o desenvolvimento dos seus modelos de negócio”.

O manifesto “apela a que o quadro regulamentar garanta a segurança alimentar em todas as circunstâncias, relações comerciais estáveis na cadeia, orientadas para as necessidades dos consumidores, utilização de tecnologias, como a inteligência artificial, para reforçar a segurança dos estabelecimentos comerciais, e dar confiança aos consumidores através da garantia da qualidade dos produtos e a rotulagem adequada, aliada ao combate ao desperdício alimentar” e que “a futura revisão da diretiva que regulamenta as práticas comerciais na cadeia de abastecimento alimentar e a sua aplicação a torne mais equilibrada e atenda as relações de todas as partes na cadeia de distribuição, não prejudicando a competitividade, eficiência, agilidade e flexibilidade adequadas das operações comerciais neste setor”.

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Marco de Canaveses recupera antigas escolas para criar 39 casas a preços acessíveis

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

As casas, de várias tipologias, destinar-se-ão a famílias com rendimentos reduzidos, como se prevê num regulamento aprovado pela autarquia do distrito do Porto.

A Câmara de Marco de Canaveses vai disponibilizar 39 casas a preços acessíveis, a partir da recuperação de edifícios escolares desativados e de uma antiga sede de junta, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Segundo fonte autárquica, alguns dos trabalhos já foram realizados e outros avançarão em breve, como nos antigos jardins de infância da Légua e do Outeiro, para os quais foi lançado esta terça-feira concurso público, num investimento conjunto estimado de meio milhão de euros.

As casas, de várias tipologias, destinar-se-ão a famílias com rendimentos reduzidos, como se prevê num regulamento aprovado pela autarquia do distrito do Porto. No âmbito desta estratégia, ao todo, são intervencionados 10 antigos edifícios escolares, em várias localidades, e a antiga sede da extinta Junta de Freguesia do Torrão.

“É objetivo garantir o acesso a habitação condigna a um preço adequado à situação económica do agregado”, assinala a presidente do município, Cristina Vieira. A Estratégia Local de Habitação de Marco de Canaveses aponta para um investimento global de 16 milhões de euros, até ao final de 2026, com fundos do PRR.

Além da recuperação dos edifícios escolares, está também prevista a construção de raiz de dois blocos habitacionais, na sede do concelho, com cerca de uma centena de apartamentos, a disponibilizar no regime de renda apoiada. Está ainda contemplada a recuperação de 78 casas no atual Bairro do Morteirado.

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Navios elétricos começam a navegar entre Seixal e Lisboa a partir de julho

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

O novo navio elétrico devia ter começado em abril. Transtejo Soflusa explicou que a instalação do "posto de carregamento no Terminal Fluvial do Seixal mostraram-se um pouco mais morosos"

Os navios elétricos da Transtejo Soflusa (TTSL) deverão entrar em funcionamento na ligação Seixal-Cais do Sodré a partir de julho, disse à agência Lusa a empresa de transporte fluvial. Em janeiro, a empresa indicou que o “Cegonha Branca” deveria começar a operar na ligação entre Seixal, no distrito de Setúbal, e o Cais do Sodré, em Lisboa, no final de abril.

Contudo, questionada pela Lusa sobre o ponto de situação da entrada em funcionamento da nova frota elétrica, a Transtejo Soflusa explicou que, “tratando-se de um projeto tecnológico totalmente inovador e pioneiro, sujeito a licenciamento por diversas entidades, os trabalhos de instalação do posto de carregamento no Terminal Fluvial do Seixal mostraram-se um pouco mais morosos do que o inicialmente previsto”.

Agora, a empresa prevê que a entrada em operação dos navios elétricos na primeira ligação fluvial, Seixal-Cais do Sodré, aconteça durante o mês de julho, tendo já sido iniciada a fase de testes de conexão entre todos os equipamentos (postos de carregamento e navios). Na resposta enviada à agência Lusa, a empresa explicou ainda que as tripulações continuam em formação, prevendo-se que as viagens experimentais sejam retomadas em meados de junho.

Estas viagens poderão ser realizadas a bordo de qualquer um dos três primeiros navios elétricos já recebidos pela TTSL – “Cegonha-Branca”, “Garça-Vermelha” e “Flamingo-Rosa”. Além disso, adiantou ainda a empresa, também já estão em Lisboa o “Ibis-Preto”, desde 21 de abril, bem como o “Tarambola-Dourada”, descarregado esta terça no Porto de Lisboa.

A empresa prevê que sejam entregues mais dois navios elétricos durante este ano, sendo os restantes três entregues em 2025. A Transtejo Soflusa SA é responsável pela ligação fluvial entre o Seixal, Montijo, Cacilhas, Barreiro e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa.

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Vodafone à procura de startups para o programa Ignition

Selecionados poderão desenvolver projeto-piloto, a implementar com um dos patrocinadores do programa, a CUF e Capgemini.

A Vodafone Power Lab acaba de abrir inscrições para o programa Ignition. Startups que tenham como foco melhorar a saúde e o bem-estar, promover a sustentabilidade ambiental, tirar partido da inteligência das máquinas e melhorar a experiência dos clientes têm até 16 de junho para fazer a sua candidatura.

“O programa Ignition, que o Vodafone Power Lab acaba de lançar, permite que as startups que venham a ser selecionadas tenham acesso a apoio personalizado e focado em áreas de inovação específica, nomeadamente através da possibilidade de colaboração e networking com especialistas, investidores e parceiros. Além disso, a participação neste programa poderá criar oportunidades de acesso a novos mercados, incluindo com exposição internacional”, adianta fonte oficial da operadora ao ECO.

“Através da Vodafone, estas startups/empreendedores têm acesso a infraestrutura tecnológica de última geração sobre a qual podem desenvolver o seu projeto-piloto, a implementar com um dos patrocinadores do programa (neste momento, são dois, CUF e Capgemini)“, refere ainda.

Complementarmente, os candidatos “têm acesso ao Mentoring Program, que lhes permite beneficiar do conhecimento dos mentores da Vodafone para os ajudar nos desafios, bem como aceder a expertise adicional através de sessões especiais com os advisors e parceiros da Vodafone“, beneficiando ainda de “oportunidades de formação e desenvolvimento com o Vodafone Power Lab Academy e de descontos atrativos em aplicações digitais.”

Os interessados têm até 16 de junho para fazer a sua candidatura, procurando a operadora soluções em categorias como:

  • Technology for the future – “soluções de otimização de processos baseadas em inteligência artificial e machine learning, bem como soluções avançadas de cibersegurança”;
  • Digital health and Well-being – “soluções de saúde digital como telemedicina, dispositivos e aplicações de bem-estar e que promovam a acessibilidade das populações aos serviços de saúde”;
  • Sustainability and Green techs – “integração da componente de sustentabilidade no desenvolvimento de produtos e serviços sustentáveis, soluções sustentáveis que promovam a eficiência energética e a reciclagem e que envolvam o uso de energias renováveis”;
  • Customer centricity – “soluções destinadas a melhorar a experiência dos clientes ao longo de toda a sua jornada e a promover a acessibilidade e inclusão digital dos utilizadores em relação aos produtos”.

Os selecionados passam à fase de aceleração, com duas sessões digitais de meio dia de trabalho em julho e reservadas a cocriação de um projeto-piloto, com sessões com mentores do Vodafone Power Lab e parceiros do programa e com o aperfeiçoamento do pitch para a apresentação final em outubro.

“A visibilidade e o reconhecimento que este programa confere aos seus participantes contribui ainda para que expandam a sua área de ação para fora dos seus círculos normais de contacto. Realçamos a este propósito a parceria estabelecida com a RTP, que colocará os projetos escolhidos, nomeadamente na fase de pitch, perante uma audiência, alcance e exposição de grande escala, o que aumenta a possibilidade de captarem a atenção de potenciais investidores e, com isso, gerarem novas oportunidades e parcerias”, destaca ainda fonte oficial da operadora liderada por Luís Lopes.

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Portugal Ventures lança fundo para investir em empresas da região de Leiria

O fundo de capital de risco deverá "contribuir para mitigar as dificuldades no acesso à capitalização por parte das empresas da região e para o desenvolvimento de um ecossistema de inovação".

A Portugal Ventures, sociedade de capital de risco do Grupo Banco Português de Fomento (BPF), lançou o Fundo de Capital de Risco “Região de Leiria Crescimento” para investir em empresas desta zona do país com projetos inovadores e que operem sobretudo nas áreas da economia verde e eficiência energética, TIC e smart mobility, ciências da vida e biotecnologia. O objetivo passa por apoiar projetos de potencial de crescimento e impacto nas exportações.

“Pretende-se apoiar projetos de potencial de crescimento e impacto nas exportações, projetos de sucessão nas empresas e projetos assentes em operações de concentração, sendo que os montantes de investimento serão, preferencialmente, entre 250 mil euros até 1,5 milhões de euros por empresa”, salienta António Poças, presidente da Associação Empresarial da Região de Leiria / Câmara de Comércio e Indústria (NERLEI CCI).

O Fundo de Capital de Risco “Região de Leiria Crescimento” é uma parceria da Portugal Ventures com a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) e a NERLEI CCI. Deverá “contribuir para mitigar as dificuldades no acesso à capitalização por parte das empresas da região e para o desenvolvimento de um ecossistema de inovação musculado e competitivo ao nível global”, refere a Portugal Ventures num comunicado enviado às redações.

Pretende-se apoiar projetos de potencial de crescimento e impacto nas exportações, projetos de sucessão nas empresas e projetos assentes em operações de concentração, sendo que os montantes de investimento serão, preferencialmente, entre 250 mil euros até 1,5 milhões de euros por empresa.

António Poças

Presidente da Associação Empresarial da Região de Leiria / Câmara de Comércio e Indústria (NERLEI CCI)

Este fundo irá investir em projetos em cinco eixos principais: digital & tecnologia, indústria & tecnologia, tecnologias da saúde e turismo, anunciou a Portugal Ventures. A medida visa “promover o acesso ao financiamento de capital de risco para projetos inovadores, corporizados por empresas com sede num dos 10 CIMRL, ou que aí pretendam estabelecer-se com presença e operações significativas”, explana a Portugal Ventures na mesma nota.

“A constituição deste fundo representa o compromisso da Portugal Ventures com o crescimento das empresas da região de Leiria, permitindo-lhes obter capacidade financeira e capitais próprios para que possam alcançar fases de maior desenvolvimento“, sustenta Teresa Fiúza, vice-presidente do Conselho de Administração da Portugal Ventures.

A constituição deste fundo representa o compromisso da Portugal Ventures com o crescimento das empresas da região de Leiria, permitindo-lhes obter capacidade financeira e capitais próprios para que possam alcançar fases de maior desenvolvimento.

Teresa Fiúza

Vice-presidente do Conselho de Administração da Portugal Ventures.

O objetivo desta medida passa ainda por “dinamizar o ecossistema empreendedor, apostando em projetos com um alto potencial de crescimento e valorização, preferencialmente em áreas e setores estratégicos para a região geográfica que integra a CIMRL, e que possam gerar impacto significativo para a região”. Assim como a promoção das exportações da região.

Já o presidente da NERLEI CCI, António Poças, frisa, por sua vez, que “a existência do Fundo de Capital ‘Região de Leiria Crescimento’ – que resulta de uma parceria da NERLEI CCI, da CIMRL, com a Portugal Ventures – tendo o forte envolvimento do Politécnico de Leiria e da Startup Leiria, constituiu um marco importante para sinalizar, junto das empresas da região, a possibilidade de compensar ‘falhas de mercado’ ao nível do acesso a instrumentos financeiros e de capital por parte das PME”.

Este fundo resulta de uma candidatura aprovada ao Programa de Venture Capital promovido pelo BPF no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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PS quer explicações do ministro da Economia no parlamento sobre administração da AICEP

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

Hugo Costa defendeu ser "muito grave” a saída de uma administração que, diz, apresentou bons resultado “num setor tão decisivo para o crescimento e para o desenvolvimento".

O PS requereu esta terça-feira uma audição parlamentar do ministro da Economia, Pedro Reis, com o objetivo de perceber as razões da substituição da administração da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP). O anúncio foi feito no parlamento pelo deputado Hugo Costa que, em declarações aos jornalistas, defendeu ser “muito grave” a saída de uma administração que, diz, apresentou bons resultado “num setor tão decisivo para o crescimento e para o desenvolvimento”.

“É importante percebermos quais são as razões que levaram o ministro da Economia, que estava desaparecido nestas nove semanas, a aparecer publicamente pela primeira vez com uma dissolução do conselho de administração. O ministro da Economia não se pode esconder”, criticou. Para o socialista, esta é uma decisão do Governo tomada por “partidarite”, a mesma expressão usada esta segunda-feira por Augusto Santos Silva para criticar o caso, que é parte de um padrão de que já levou a “nove purgas em nove semanas”.

O socialista referia-se às exonerações anteriores na PSP, no Instituto da Segurança Social, na Santa Casa da Misericórdia, na direção executiva do SNS, na Museus e Monumentos EPE, na Património Cultural IP, Mosteiro de Jerónimos e Torre de Belém. “O conselho de administração que foi dissolvido ontem [segunda-feira] era um conselho de administração com resultados. As exportações tinham aumentado e o investimento direto estrangeiro também tinha aumentado (…) não faz para nós sentido uma demissão apenas por conveniência”, afirmou.

Hugo Costa defendeu que a única conveniência nesta decisão é “partidária e política” e relembrou que o primeiro Governo liderado por António Costa, que tomou posse em 2015, não mudou as escolhas do anterior executivo na administração da AICEP. O deputado socialista criticou ainda a nova administração, liderada pelo consultor Ricardo Arroja, afirmando que esta é formada por um “conjunto de pessoas que não têm experiência no comércio internacional e nas exportações”.

O Governo dissolveu esta segunda-feira a administração da AICEP, liderada por Filipe Santos Costa, e nomeou para o seu lugar Ricardo Arroja, docente e consultor.

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Associação de municípios concorda com termo de responsabilidade que visa acelerar PRR

Associação liderada por Luísa Salgueiro "não se opõe" à proposta do Governo que vai possibilitar aos municípios agilizar medidas de habitação no âmbito PRR.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) concordou esta terça-feira com a proposta do Governo para o termo de responsabilidade que vai possibilitar aos municípios agilizar medidas de habitação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em declarações à Lusa, no final de uma reunião do Conselho Diretivo, a presidente do organismo, Luísa Salgueiro, salientou que a ANMP “não se opõe” ao texto do termo de responsabilidade proposto pelo Governo, mas chamou a atenção de quem vier a assinar para as regras e obrigações associadas.

Tratando-se de uma medida que visa acelerar a execução do PRR e que remete para a análise de cada um dos autarcas, que terá de avaliar se está ou não em condições de garantir que as candidaturas em análise no Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) cumprem as regras todas aplicadas, a ANMP não se opõe”, frisou.

É um enorme volume de candidaturas que está para análise, em que o Estado Central não foi capaz de responder e, mais uma vez, são os municípios chamados para vencer os constrangimentos de uma instituição que, neste caso, é o IHRU.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses

Apesar de concordar com o objetivo nacional de executar as verbas do PRR, Luísa Salgueiro lamentou que o IHRU não tenha capacidade de resposta e que sejam agora os autarcas “chamados a ultrapassar os constrangimentos verificados no funcionamento da entidade que tinha responsabilidade de analisar as propostas”.

É um enorme volume de candidaturas que está para análise, em que o Estado Central não foi capaz de responder e, mais uma vez, são os municípios chamados para vencer os constrangimentos de uma instituição que, neste caso, é o IHRU”, reiterou a dirigente, que é também presidente da Câmara de Matosinhos.

Salientando que a situação “não deveria ser assim”, a presidente da ANMP disse entender que as candidaturas já deviam estar analisadas e em execução, e lamentou que obras não tenham avançado porque está tudo dependente daquela aprovação, num mecanismo produzido pela administração central. “Agora pedem-nos, uma vez mais, para irmos numa missão de socorro ultrapassar esses constrangimentos e avalizar que as candidaturas cumprem os requisitos aplicáveis”, referiu a dirigente.

Luísa Salgueiro reforçou que, “se os autarcas entenderem que estão em condições de assumir essa responsabilidade, podem assumir e a ANMP não se opõe a este princípio geral de assunção do termo de responsabilidade”.

A presidente da ANMP lembrou que o “tempo escasseia” para cumprir os prazos do PRR na habitação (junho de 2026) e que é necessário lançar concursos, executar empreitadas e realojar famílias até àquela data, cuja análise “cada autarca tem de fazer”.

A solução da assinatura pelas câmaras de um termo de responsabilidade pretende ultrapassar constrangimentos causados pelos procedimentos de análise das candidaturas de construção de habitação no âmbito do PRR e que poderiam dificultar o cumprimento dos prazos previstos no programa.

ANMP assinala “cumprimento” do atual Governo na reabilitação de escolas

A associação também veio estar terça-feira a público manifestar agrado por o atual Governo estar a cumprir o acordo setorial de compromisso para a descentralização na área da educação, assinado, em julho do ano de 2022, entre a ANMP e o anterior Executivo, para a transferência de competências da Administração Central para as autarquias.

“A ANMP sublinha o cumprimento do acordo celebrado entre o anterior Governo e a ANMP relativamente à descentralização de competências, especificamente ao programa de reabilitação das escolas, desta feita com a aprovação de candidaturas de 16 municípios do Norte do país“, assinalou a associação que representa a maioria das câmaras municipais.

A contratualização com as 16 autarquias nortenhas representa um investimento de 130 milhões de euros, financiado a 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na execução de obras em 22 escolas, abrangendo um total de 15 mil alunos.

Liderada pela autarca socialista Luísa Salgueiro, esta associação destaca ainda o facto de o Governo de Montenegro ter já contratualizado com os municípios da região de Lisboa e Vale do Tejo “as primeiras intervenções em escolas ao ao abrigo do PRR”, no valor de 125 milhões de euros.

Segundo a ANMP, “o PRR disponibiliza 450 milhões de euros para todo o país, o que corresponde a uma parcela do programa que atinge um valor global de 1.730 milhões de euros que resultará de um empréstimo com o Banco Europeu de Investimento que será assumido pelo Estado central, conforme está estabelecido no acordo assinado com a ANMP em 22 de julho de 2022″.

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Marcelo defende que é preciso travar crescimento da “bola de neve” da imigração

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

Presidente da República justificou a promulgação do diploma do Governo com a necessidade de travar o crescimento da "bola de neve" da imigração, para dar resposta aos milhares de processos pendentes.

O Presidente da República defendeu esta terça-feira que é preciso parar a “bola de neve” da imigração, para dar resposta aos milhares de processos pendentes, justificando assim a promulgação imediata do decreto-lei sobre a entrada de estrangeiros.

Em declarações aos jornalistas, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde participou numa conferência sobre saúde, Marcelo Rebelo de Sousa apelou ao Governo para que dê mais meios aos consulados, considerando que “neste momento não têm condições suficientes para funcionar à medida da pressão que existe”.

“Isso é um desafio que o Governo tem de enfrentar. Ou reforma os consulados, ou lhes dá meios adicionais, ou coloca lá estruturas ligadas ao emprego, ao panorama profissional. Tem de enfrentar essa situação”, afirmou.

Nesta ocasião, o chefe de Estado justificou a promulgação imediata do decreto-lei aprovado em Conselho de Ministros na segunda-feira que altera o regime jurídico de entrada e permanência de estrangeiros em território nacional, revogando as autorizações de residência assentes em manifestações de interesse apresentadas pelos imigrantes.

Questionado se não foi rápido de mais nesta promulgação, respondeu: “É preciso rapidamente regularizar milhares, dezenas de milhares, se não centenas de milhares de pessoas, que estão há espera disso há anos. Isso é urgente, e aí há outras medidas que supostamente farão funcionar a máquina para isso ser possível. Vamos ver”.

“Em relação ao futuro imediato é sensato não deixar que a bola de neve continue a crescer, porque se não estamos a correr atrás do prejuízo, quer dizer, estamos a tentar regularizar centenas de milhares de pessoas e ao mesmo tempo a entrarem, ainda antes de o resto do regime estar em vigor, mais”, argumentou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “é uma questão de bom senso”, neste momento, procurar que “não se pressione em termos de mais número de pessoas essa máquina”.

Interrogado se esta legislação não deveria passar pela Assembleia da República, o Presidente da República referiu que este decreto do Governo PSD/CDS-PP revogou regras que no passado foram definidas pelo anterior executivo do PS também por decreto-lei e que na altura promulgou. “Eu entendi que devia adotar o mesmo comportamento. Na altura, ninguém levantou a questão da constitucionalidade e, portanto, entendo que nesta altura não faz sentido levantar”, declarou.

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Trabalhadores da Sword Health encaixam 100 milhões de dólares com venda de ações

Unicórnio nacional anunciou ainda uma ronda de investimento de 30 milhões de dólares, elevando para três mil milhões de dólares a avaliação da empresa.

Virgílio Bento, Fundador e CEO da Sword Health

Os trabalhadores da Sword Health receberam 100 milhões de dólares pela venda de parte das stock options que detinham no unicórnio, num evento de liquidez privado, dos quais 55 milhões beneficiaram 100 trabalhadores da empresa em Portugal. A startup anunciou ainda uma ronda de 30 milhões de dólares, elevando para três mil milhões de dólares a valorização da empresa.

“Na Sword acreditamos profundamente na meritocracia, e essa tem sido uma das principais razões por detrás do nosso sucesso. Um elemento da nossa equipa que crie valor para a Sword tem de ser recompensado de igual forma. Este princípio é a base do nosso ciclo virtuoso, onde excelência gera ainda mais excelência, mas também retorno direto para o nosso talento. Por isso é que todos os nossos colaboradores têm ações da Sword e liquidez real sobre as mesmas”, afirma Virgílio Bento, fundador e CEO da Sword Health, citado em comunicado.

Segundo disse ao ECO Márcio Colunas, cofundador e chief scientific officer da empresa, “em Portugal 102 colaboradores decidiram vender uma percentagem das stock options da Sword que detinham. Nos EUA, um total de 49 colaboradores venderam uma percentagem das stock options da Sword.”

Com esta venda, os 103 trabalhadores Portugal encaixaram 55 milhões de dólares (cerca de 50,6 milhões de euros), valor que, a somar aos títulos vendidos pelos 49 trabalhadores nos EUA, se eleva para 100 milhões de dólares (cerca de 92 milhões de euros).

Em Portugal, a empresa tem cerca de 300 trabalhadores e, globalmente, emprega 800, o que significa que nem todos os que detinham títulos acabaram por os vender. Além disso, nem todos os trabalhadores são elegíveis para receber stock options: “O critério de elegibilidade foi o número de anos de permanência na empresa de cada colaborador”, diz fonte oficial.

“A Sword Health abordou proativamente investidores internacionais reputados, com o objetivo, não de procurar investimento, mas de dinamizar a secondary e dar liquidez direta aos colaboradores da empresa”, adianta Márcio Colunas, quando questionado sobre quem comprou as ações dos colaboradores. O interesse dos investidores veio a resultar numa nova ronda de capital.

Assim, em simultâneo, a Sword Health anunciou esta terça-feira uma nova ronda de financiamento de 30 milhões de dólares (cerca de 27,6 milhões de euros), aumentando a valorização da empresa para três mil milhões de dólares (cerca de 2,7 mil milhões de euros). Entre os investidores envolvidos na operação estão os portugueses Oxy Capital e Lince Capital.

Questionado sobre qual a relação entre estas duas operações, o cofundador esclarece: “A nova ronda a $3B é que está relacionada com a secondary, uma vez que resultou do elevado interesse do mercado na secondary.”

A estrutura acionista da empresa fica “sem alterações de relevo” com estas duas operações, garante o cofundador. A empresa não adiantou qual a posição detida pelos trabalhadores.

Com mais de 800 colaboradores a nível global, dos quais mais de 300 em Portugal, a Sword está a recrutar cerca de 100 profissionais para diferentes áreas, desde Inteligência Artificial, Engenharia, Marketing e Comercial às áreas Clínica e de Operações.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h02)

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Viana adjudica construção de nova ponte sobre o Lima por 19,5 milhões de euros

Nova ponte sobre o rio Lima deverá estar concluída até dezembro de 2025. Deverá aliviar a pressão rodoviária e contribuir para a dinamização do tecido económico da região minhota.

A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou esta terça-feira, por quase 19,5 milhões de euros, a construção de uma nova ponte sobre o rio Lima, que deverá estar concluída até dezembro de 2025. A infraestrutura vai permitir aliviar a pressão rodoviária e contribuir para a dinamização do tecido económico das cinco freguesias do Vale do Neiva (Alvarães, Vila de Punhe, Mujães, Barroselas e Carvoeiro).

“Estas empreitadas são, para o concelho vianense, investimentos cirúrgicos em fatores de competitividade que vão permitir desenvolver a atividade económica de Viana do Castelo, apoiar as empresas locais e facilitar a mobilidade de todos os vianenses”, assinala o município liderado pelo socialista Luís Nobre num comunicado.

O contrato de adjudicação da construção desta nova ponte sobre o Lima foi aprovado, por maioria, em reunião extraordinária desta terça-feira, com os votos contra do CDS e a abstenção dos vereadores da CDU e PSD. O contrato de adjudicação será agora submetido ao visto do Tribunal de Contas (TdC).

Nova ponte sob rio Lima (Viana do Castelo)Câmara Municipal de Viana do Castelo 4 junho, 2024

Esta é a quarta travessia sobre o Lima, no concelho minhoto, que vai ser construída e fazer a ligação entre as estradas nacionais 203 (Deocriste) e 202 (Nogueira), e terá uma extensão aproximada de 1,95 quilómetros. A empreitada vai implicar a afetação de cerca de 45 mil metros quadrados de solo integrado em Reserva Ecológica Nacional (REN), com expropriação de meia centena de parcelas.

De acordo com a minuta do contrato aprovada esta terça-feira, a obra — financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) — foi adjudicada à empresa Alberto Couto Alves, SA e, terá um prazo de execução de 510 dias.

Estas empreitadas são, para o concelho vianense, investimentos cirúrgicos em fatores de competitividade que vão permitir desenvolver a atividade económica de Viana do Castelo, apoiar as empresas locais e facilitar a mobilidade de todos os vianenses.

Câmara Municipal de Viana do Castelo

Esta nova ponte deverá “fomentar a competitividade empresarial das cinco freguesias do Vale do Neiva, composto por Alvarães, Vila de Punhe, Mujães, Barroselas e Carvoeiro, que representam 30% do tecido empresarial do concelho”, refere a autarquia socialista na mesma nota. A infraestrutura vai possibilitar “uma ligação rodoviária rápida e segura que fomentará o desenvolvimento socioeconómico da região e acrescenta o seu contributo no panorama nacional, melhorando também os indicadores ambientais”.

A nova via rodoviária também vai permitir “eliminar pontos negros e a circulação condicionada para veículos pesados de logística no interior da freguesia de Alvarães, melhorando a segurança rodoviária em todo o Vale do Neiva”, completa o município.

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JLM & Associados compra a consultora K. Nasce a JLM_K

O grupo entra na área do marketing político, com a compra da consultora do Porto.

O Grupo JLM e Vítor Cunha compraram uma posição maioritária na K – Comunicação e Estratégia, antiga CCCP – Companhia de Comunicação e Consultadoria do Porto, alargando desta forma a presença a norte e entrando no marketing político.

“A aquisição de uma posição maioritária na K é de uma enorme importância tática e estratégica. Prosseguimos um caminho de crescimento para novos mercados numa lógica de presença efetiva e de muita proximidade, ao mesmo tempo que acrescentamos serviços e competências”, afirma citado em comunicado João Líbano Monteiro, chairman e fundador da JLM&A.

A experiência da empresa em áreas onde a JLM&A ou a M Public Relations não operam, como a comunicação política ou o setor público da saúde, bem como o grande conhecimento do tecido empresarial e institucional do norte e centro do país, permite uma maior diversidade da oferta de serviços do grupo, salvaguardando a individualidade e especialidade de cada uma das marcas. Procuramos complementaridade, sinergias e partilha de experiências”, acrescenta Vítor Cunha, CEO e acionista da JLM_K.

A agora JLM_K, adianta ao +M Vítor Cunha, tem uma equipa de oito pessoas e como principais clientes a ULS São João, a ⁠⁠ULS Braga, a ⁠⁠ULS Tâmega e Sousa, o Hospital Privado em Ciências Avançadas, a Associação Comercial do Porto, a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, a Move on Entertainment, a BySide ou Comunidade Israelita do Porto, foi também responsável, a título de exemplo, pelas campanhas de Rui Moreira à Câmara do Porto.

Tanto Jorge Afonso Morgado, fundador da K,como Rui Neves Moreiram COO, se mantém, com uma posição acionista, na nova estrutura. O grupo JLM, que tem a JLM & Associados, M Public Relations, JLM Angola e JLM Moçambique e agora JLM_K, tem cerca de 60 colaboradores.

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Pensão para incapacitados por acidente contratarem cuidador tem de ir além dos 560 euros

Tribunal Constitucional determina que pensão paga a trabalhadores incapacitados por acidente não pode ser ser inferior ao salário mínimo, porque impede contratação de cuidador a tempo inteiro.

O valor máximo da pensão atribuída a um cidadão, vítima de acidente de trabalho, e com incapacidade permanente, para contratar um cuidador a tempo inteiro foi declarado inconstitucional “com força obrigatória geral”, por ser inferior ao salário mínimo, segundo um acórdão do Tribunal Constitucional, de 14 de maio, e publicado esta terça-feira em Diário da República.

Neste momento, aquela prestação não pode ultrapassar os 560,18 euros por mês, o que corresponde a 1,1 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que está nos 509,26 euros, segundo a Lei n.º 98/2009, de 4 de setembro, que regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais.

Ora o salário mínimo tem subido a um ritmo superior ao IAS, pelo que aquele referencial (1,1 IAS) tem estado consecutivamente abaixo da retribuição mínima mensal garantida (RMMG), que já vai nos 820 euros por mês. Por isso, os juízes do Palácio de Ratton declararam “a inconstitucionalidade, com força obrigatória geral” daquela norma, porque “permite que o limite máximo da prestação suplementar para assistência de terceira pessoa seja inferior ao valor da retribuição mínima mensal garantida”, o que viola o artigo da Lei Fundamental relativa aos direitos dos trabalhadores e que estabelece a “assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional”.

Ou seja, os juízes concluem que, dificilmente, um trabalhador sinistrado com incapacidade permanente conseguirá contratar um cuidador a tempo inteiro se só conseguir pagar 560,18 euros por mês, o valor máximo da pensão para este efeito, uma vez que o salário mínimo é bem superior (820 euros).

A decisão do coletivo lembra que, em 2022 e 2023, já tinham sido proferidos vários acórdãos que declararam, em casos concretos, a inconstitucionalidade da lei que limita a pensão para contratar assistência a um máximo de 1,1 IAS, por ser inferior ao ordenado mínimo. Entretanto, o Ministério Público requereu a fiscalização abstrata e sucessiva de tais julgamentos. Neste novo acórdão, os juízes confirmaram as decisões anteriores, passando a inconstitucionalidade a ter “força obrigatória geral” e não apenas em situações individuais.

Isto significa que a inconstitucionalidade passa a valer para todos os casos, o que significa que terá de haver uma alteração legislativa para, pelo menos, igualar, o teto máximo desta prestação social ao salário mínimo.

Diferença entre a prestação máxima e o ordenado mínimo já vai nos 260 euros

Nos argumentos apresentados, o coletivo de juízes confrontam os valores que, “desde a entrada em vigor da Lei n.º 98/2009, foram correspondendo a 1,1 IAS com aqueles que resultaram da atualização da RMMG”. “Verifica-se que os primeiros se situam consideravelmente aquém dos segundos. A tendência é mesmo para a acentuação dessa diferença, como comprovam os anos de 2021 a 2024: em 2021, o diferencial era de 182,31 euros (665 euros – 438,81 euros × 1,1), ascendendo a 217,48 euros em 2022 (705 euros – 443,20 euros × 1,1), subindo para 231,53 euros em 2023 (760 euros – 480,43 euros × 1,1) e aumentando para 259,82 euros em 2024 (820 euros – 509,26 euros × 1,1)”, lê-se no relatório.

Uma vez que o valor do subsídio fica muito aquém do salário mínimo, “tal solução veio fragilizar a posição jurídica do trabalhador vítima de acidente laboral em termos incompatíveis com o acesso a uma reparação que possa ser considerada justa, nos termos impostos pelo artigo 59.º, n.º 1, alínea f), da Constituição”, que diz que o trabalhador tem direito a “assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional”.

“Nos casos em que, em consequência da lesão em que se materializou o risco inerente à prestação laboral, o trabalhador se vê simultaneamente confrontado com supressão da sua plena capacidade de ganho e a perda da autonomia funcional necessária à satisfação das necessidades básicas diárias, a efetivação do direito à justa reparação […] não pode deixar de pressupor a atribuição de uma prestação suplementar da pensão em valor congruente com a necessidade de contratação da assistência de terceira pessoa”, indica o acórdão.

Ora essa congruência, a que aludem os juízes, “obriga a que aquele limite máximo, a existir, leve em conta não menos do que o valor da retribuição mínima mensal garantida praticada no mercado de trabalho — isto é, aquele com que o sinistrado terá, ele próprio, de assegurar sempre que a situação de dependência originada pela lesão resultante de acidente de trabalho exija a assistência permanente de terceira pessoa durante oito horas diárias”, justifica o Tribunal.

O salário mínimo é, reforçam os juízes, “o referencial pressuposto pelo direito à justa reparação em caso de acidente de trabalho”, lembrando que “o limite máximo da pensão suplementar tenderá a ser atingido apenas nos casos mais graves, graduando-se em sentido inverso o restante universo de casos”. Ou seja, nem todos os sinistrados conseguem ter acesso ao montante máximo da pensão.

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