Ex-presidente da CMVM defende criação de um único regulador financeiro

  • ECO Seguros
  • 16 Fevereiro 2025

Gabriela Figueiredo Dias acredita que as exigências europeias de maior coordenação e ação conjunta de supervisores europeus traça o caminho para a criação de um único.

A ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) acredita que a junção Banco de Portugal (BdP), a CMVM e a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) num supervisor financeiro único poderia trazer mais coerência e capacidades a esse regulador.

Em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios (acesso pago), Gabriela Figueiredo Dias afirma que para uma eventual junção era essencial manter a independência e autonomia dos três supervisores.

A atual presidente do International Ethics Standards Board for Accountants (IESBA), com sede em Nova Iorque acredita que “juntar a capacidade de três em um permite uma série de sinergias e simplificação de funções de partilha” aumentando assim a capacidade do supervisor único.

A maior coerência vinha pela “capacidade de atuação e pensamento integrado” e de “constituição a nível europeu muito mais robusta do que aquela que temos atualmente com representações segredadas não coordenadas”.

Assenta a sua crença no que está a ser proposto a nível da União europeia de reforçar a concentração de supervisão, nomeadamente na ESMA [Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados], e na criação de outros instrumentos para garantir a coordenação e atuação conjunta de diversos supervisores.

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Concorrência não se opõe a compra da Vitorinos pela PIB Group Iberia

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2025

A Autoridade da Concorrência entende que a operação de concentração "não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste".

A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu não se opor à aquisição, pela PIB GroupIberia, do controlo exclusivo da Vitorinos – Mediação de Seguros, adiantou, num comunicado divulgado no seu ‘site’.

Assim, o Conselho de Administração da Autoridade da Concorrência deliberou “adotar uma decisão de não oposição à operação de concentração”, entendendo que “a mesma não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste”.

Em causa está a operação de concentração que “consiste na aquisição, pela PIB Group Iberia Correduría de Seguros y Reaseguros, S.A.U. (PIB Group Iberia), do controlo exclusivo da Vitorinos – Mediação de Seguros, Lda. e das suas seis subsidiárias”, lê-se na notificação prévia que tinha sido enviada à AdC.

Segundo a AdC, a PIB Group Iberia é “uma subsidiária da PIB Group Limited, sendo indiretamente controlada pela Apax Partners LLP”.

A Concorrência disse que a PIB Group é “um distribuidor de seguros independente que opera em diversos países, mas ainda não exerce qualquer atividade em Portugal”, sendo que a Apax “controla a GamaLife, uma seguradora especializada em seguros de vida em Portugal”.

Por sua vez, a Vitorinos “é um mediador de seguros em Portugal, que exerce a sua atividade em todos os ramos de atividade (Vida e Não Vida)”, que “dispõe de seis subsidiárias localizadas em Lisboa, Torres Novas, Moncorvo, Santarém e Castelo de Paiva”.

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Combate à corrupção é central em curso da APS

  • ECO Seguros
  • 16 Fevereiro 2025

O curso insere-se no ciclo de formação em compliance e quer sensibilizar para a corrupção, indicar os novos enquadramentos normativos e fornecer ferramentas para identificar e mitigar os riscos.

A Associação Portuguesa de Seguradoras (APS) divulga o curso sobre prevenção de corrupção e infrações conexas marcado para dia 25 de fevereiro entre as 9h15 e 12h30 na sede da APS.

Este segundo curso do ciclo de formação em compliance no setor segurador visa sensibilizar os participantes para o fenómeno da corrupção e das infrações conexas, bem como para as condutas que se enquadram nestes tipos de crime.

O curso também pretende que os participantes compreendam os novos enquadramentos normativos e boas práticas em matéria de prevenção da corrupção, nomeadamente o Regime Geral de Prevenção da Corrupção e as Orientações do MENAC.

Por último, os formandos deverão adquirir ferramentas práticas para a identificação e mitigação de riscos.

A formação será conduzida por Joana Bernardo, associada coordenadora da Vieira de Almeida & Associados e António Maia, professor de ética na administração público no ISCSP da Universidade de Lisboa e presidente da direção do OBEGEF (Observatório de Economia e Gestão de Fraude).

Todos os profissionais de seguros são convidados a inscrever-se nesta formação, sendo especialmente elaborado para administradores, diretores e colaboradores afetos a áreas jurídicas.

O terceiro curso do mesmo ciclo de formação está marcado para dia 27 de março e dedica-se ao combate à corrupção nos seguros.

Para inscrições e mais informações, aqui.

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Ventura avançará com moção de censura se Montenegro não der explicações em 24 horas

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2025

O líder do Chega admite uma moção de censura ao Governo caso o primeiro-ministro não dê explicações nas próximas 24 horas sobre o que apelidou de "suspeita de absoluta de corrupção".

O líder do Chega anunciou que apresentará uma moção de censura ao Governo caso o primeiro-ministro, Luís Montenegro, não dê explicações ao país nas próximas 24 horas sobre aquilo que apelidou de “suspeita de absoluta de corrupção”.

Em conferência de imprensa, André Ventura considerou que, na sequência da notícia do Correio da Manhã de sábado sobre a mulher e os filhos do primeiro-ministro terem uma empresa de compra e venda de imóveis que pode alegadamente beneficiar da recente revisão da lei dos solos, “a falta de resposta a questões básicas e a suspeita absoluta de corrupção sobre o primeiro-ministro”, Luís Montenegro, não “deixa outra alternativa”.

Se essa resposta persistir em não ser dada, em ser ocultada, então amanhã [segunda-feira] a esta hora o Chega dará entrada com uma moção de censura ao executivo“, anunciou aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, dando a Luís Montenegro “24 horas” para esclarecer este caso.

O líder do Chega disse ainda que já transmitiu ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esta intenção de moção de censura “caso o primeiro-ministro não dê respostas satisfatórias”.

No sábado, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, classificou como “absurda e injustificada” a sugestão que poderá existir um conflito de interesses pelo possibilidade de a empresa imobiliária da sua família poder beneficiar da recente revisão da lei dos solos aprovada recentemente pelo Governo.

Segundo a notícia do Correio da Manhã de sábado, a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa de compra e venda de imóveis, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente e uma vez que casou com comunhão de adquiridos, segundo o jornal, o primeiro-ministro poderia beneficiar dos proveitos, algo negado por Luís Montenegro.

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Da Influencer à Tutti Frutti, conheça os porquês dos nomes de “batismo” das investigações da PJ

Todas as investigações PJ têm algo em comum: um nome característico que os diferencia e que fica no ouvido da sociedade. Descubra o significado de algumas das mais mediáticas.

Dezenas e dezenas de investigações mediáticas da PJ – algumas já em fase de julgamento – ocupam o palco da justiça portuguesa e todas eles têm algo em comum: um nome característico, muitas vezes com algo de cómico, que os diferencia e que fica no ouvido. Desde a Operação Influencer até Tutti Frutti, passando pelo Marquês, todas elas ganham um nome que é escolhido com alguma razão na sua base, a maioria “batizada” pelos próprios responsáveis das unidades responsáveis pelas operações. Na origem, o batismo dos casos é muitas vezes relacionado com as circunstâncias de tempo ou lugar em que esse crime foi cometido, podendo ter a ver com detalhes do processo, seja relativo às vítimas ou aos suspeitos de crime. “Há sempre algo que se destaca numa investigação e é esse algo que se destaca e que dá o nome, geralmente”, disse Pedro Carmo ao ECO, na altura em que era diretor adjunto da PJ.

Operação Influencer

Um dos casos mediáticos mais recentes é a Operação Influencer, que envolve ex-membros do Governo e não só. No processo que investiga crimes como corrupção e tráfico de influências um dos visados foi o ex-primeiro-ministro António Costa. O nome escolhido, “Influencer”, reflete as suspeitas de influência indevida na política.

Foi em novembro de 2023 que este caso surgiu no palco dos media, com a realização de buscas à residência oficial do na altura primeiro-ministro, António Costa, e ainda buscas a ex-membros do Governo. Esta operação levou à detenção de cinco arguidos – o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária; o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; dois administradores da Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves; e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa e colaborador ocasional do Governo de então – e culminou com a demissão de António Costa, a posterior queda do Executivo e a marcação de eleições antecipadas.

António Costa

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba; o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta; o advogado e antigo porta-voz do PS, João Tiago Silveira; e a empresa Start Campus.

Em causa estão 28 crimes: prevaricação, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva – quanto a titular de cargo político, agravada – e recebimento indevido de vantagens quanto a titular de cargo público, agravado. Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, estão a ser investigados por seis crimes. Diogo Lacerda Machado por quatro.

Tutti Frutti

Há mais de oito anos na justiça, o caso Tutti Frutti teve recentemente desenvolvimentos. No início do mês, o Ministério Público deduziu acusações contra 60 arguidos por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência, entre os quais autarcas do PS e do PSD e deputados de ambos os partidos.

Este processo recebeu este nome uma vez que envolve uma investigação complexa sobre alegadas trocas de favores e corrupção entre políticos e empresários em Portugal, especialmente ligados a dois partidos: PSD e PS. Uma vez que a investigação incide sobre um conjunto diversificado de casos e pessoas é um género de “mix de frutas”.

No total estão em causa 463 crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, tráfico de influência, branqueamento, burla qualificada, falsificação de documento, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem. Entre os arguidos, há deputados na Assembleia da República, presidentes de juntas de freguesia em Lisboa e vereadores na capital do PSD e do PS, suspeitos de adjudicações a empresas como contrapartida, sobretudo, à concessão de apoio político local. Alguns dos acusados suspenderam ou renunciaram entretanto aos mandatos.

Operação Marquês

O dia 21 de novembro de 2014 ficou para a história quando o país foi confrontado, com a transmissão em direto pelas televisões, de José Sócrates a ser detido na manga de um avião no aeroporto de Lisboa e a entrar, rodeado de câmaras de televisão, no carro das autoridades policiais. Estávamos a presenciar o início mediático de um dos casos da justiça mais complexos de sempre no nosso país, a Operação Marquês.

Sócrates tornava-se assim o primeiro político que tinha desempenhado funções governativas suspeito de corrupção no próprio exercício desse cargo. Esteve 288 dias detido (quase um ano em preventiva) e mais 42 em prisão domiciliária. A 11 de outubro de 2017, Sócrates foi formalmente acusado da prática de 31 crimes. Poderá deduzir-se que o nome da investigação venha da antiga morada de José Sócrates, na Rua Braamcamp, junto ao Marquês de Pombal.

O antigo primeiro-ministro, José Sócrates, à chegada para uma conferência de imprensa sobre os últimos desenvolvimentos da Operação Marquês, na Ericeira, 17 de abril de 2024. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O universo de arguidos — 19 pessoas individuais e nove empresas — ficou reduzido apenas ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, ao empresário Carlos Santos Silva, ao ex-ministro Armando Vara, ao antigo banqueiro Ricardo Salgado e ao antigo motorista de Sócrates, João Perna, sendo que estes três últimos já foram entretanto julgados e condenados.

Entre os arguidos ilibados na decisão instrutória de Ivo Rosa encontram-se, por exemplo, os ex-administradores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, o antigo presidente da ESCOM Helder Bataglia ou o ex-administrador não executivo dos CTT Rui Horta e Costa.

José Sócrates foi acusado no processo Operação Marquês pelo MP, em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal. Porém, na decisão instrutória de 09 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar José Sócrates de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos.

Operação Maestro

A Operação Maestro coloca no centro dos holofotes o empresário Manuel Serrão. O arguido é suspeito de fraude na obtenção de fundos europeus de 40 milhões de euros. O Ministério Público considera o empresário e vogal da Associação Selectiva Moda “o principal mentor” de um alegado esquema na obtenção de subsídios comunitários que levou a PJ a realizar, em março de 2024, 78 buscas no âmbito desta operação, na qual são também suspeitos o jornalista Júlio Magalhães, António Sousa Cardoso, que liderou a Associação de Jovens Empresários, e António Branco e Silva.

Feira têxtil MODtissimo, na Alfândega do Porto - 23SET20
Manuel Serrão, diretor do Modtissimo e da Associação Selectiva ModaRicardo Castelo

A investigação sustenta que, pelo menos desde 2015, Manuel Serrão, António Branco e Silva e António Sousa Cardoso, “conhecedores das regras de procedimentos que presidem à candidatura, atribuição, execução e pagamento de verbas atribuídas no âmbito de operações cofinanciadas por fundos europeus, decidiram captar, em proveito próprio e das empresas por si geridas, os subsídios atribuídos à Associação Selectiva Moda e às sociedades No Less e House of Project — Business Consulting”.

A palavra Maestro foi alegada escolhida por simbolizar a ideia de alguém que orquestra ou dirige um esquema complexo, semelhante a um maestro que conduz uma orquestra, sugerindo a existência de um líder coordenando as atividades ilícitas sob investigação.

Operação Babel

A Operação Babel é relacionada com a alegada viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia. Em julgamento encontram-se 16 arguidos – seis pessoas e dez sociedades -, incluindo o antigo vice-presidente da Câmara de Gaia Patrocínio Azevedo, o empresário Paulo Malafaia e Elad Dror, de origem israelita e fundador do grupo Fortera, por dezenas de crimes económicos, nomeadamente corrupção e tráfico de influências.

Em causa está a suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em Vila Nova de Gaia em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, pelo menos até 2022, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário.

Entre as razões apontadas para este processo ser “batizado” de Babel está a complexidade e a multiplicidade de elementos envolvidos no caso, evocando a imagem da Torre de Babel, que na tradição bíblica simboliza a diversidade e a confusão de línguas.

Operação Vórtex

Mais uma vez, Vórtex foi o nome escolhido por representar a complexidade e a natureza envolvente do caso. A denominação remete para a ideia de um remoinho que atrai diversos elementos para o seu centro, fazendo o paralelismo com o caso que é composto por uma rede de diversas relações e possíveis irregularidades no contexto político e empresarial.

O processo está relacionado com projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos.

A operação culminou em 10 de janeiro de 2023 com a detenção do então presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), o chefe da Divisão de Urbanismo e Ambiente daquela autarquia, um arquiteto e dois empresários por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.

Em 10 de julho do mesmo ano, o Ministério Público deduziu acusação contra oito arguidos e cinco empresas, incluindo dois ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis e Pinto Moreira.

Da Éter ao O-negativo, lista não tem fim

A lista de nomes originais e sonantes dados a investigações da justiça portuguesa é extensa. Elencamos aqui alguns exemplo:

  • Éter: Simboliza a natureza difusa e intangível das alegadas atividades ilícitas sob investigação. Esta operação incluiu buscas em entidades públicas e sedes de empresas, estando relacionada com alegadas práticas de corrupção e tráfico de influências.
  • O-negativo: Este processo envolve suspeitas de corrupção relacionadas com negócios de sangue. O nome do caso refere-se ao tipo de sangue O negativo, conhecido por ser um doador universal, ou seja, pode ser transfundido a qualquer pessoa independentemente do seu grupo sanguíneo.
  • E-toupeira: Esta investigação centra-se em supostos subornos oferecidos a, pelo menos, três funcionários judiciais, para a obtenção de informação nos processos relacionados com o recente “caso dos e-mails“, envolvendo um assessor jurídico da SAD do Benfica. A operação, batizada pela Polícia Judiciária (PJ) de e-toupeira. O acesso a esta informação terá sido feito através do programa de informática Citius, surgindo daí o “e-“, referente a eletrónica. Já “toupeira” foi escolhida porque é uma expressão para infiltrado, que designa pessoas que num determinado sistema ou organização obtêm ou procuram obter informação reservada e transmiti-la para fora.
  • Lex: A Operação Lex investigou um alegado esquema em que juízes do Tribunal da Relação de Lisboa seriam pagos para decidir favoravelmente relativamente a pessoas ou empresas. O nome terá a ver com o facto de o caso envolver maioritariamente figuras do meio jurídico. “Lex” deriva do latim e quer dizer “lei, contrato, condição, regra, norma ou preceito”. Relembre-se a famosa expressão “dura lex, sed lex” — “a lei é dura, mas é a lei”.
  • Face Oculta: O nome desta operação é inspirado, nada mais, nada menos, numa casa de alterne de Aveiro com o mesmo nome — cidade onde arrancou o processo de que o ex-vice-presidente do BCP, Armando Vara, foi arguido. O caso, que envolveu lavagem de dinheiro, corrupção política e evasão fiscal, contou com 188 sessões do julgamento, onde foram ouvidas mais de 350 pessoas entre arguidos, testemunhas, peritos e consultores.
  • Tupperware: Em 2007 a PJ anunciou a detenção, na Figueira da Foz, de duas mulheres suspeitas de tráfico de droga. A operação é denominada de “Tupperware“. Acontece que o modo de operação consistia em esconder o material estupefaciente em caixas de plástico, que eram depois enterradas na areia.
  • Carta Fora do Baralho: A operação “Carta Fora do Baralho”, que data de maio de 2011, não tem nada a ver com jogo mas estava sim relacionada com desvio de correspondência. A PJ e a PSP desmantelaram uma rede suspeita do desvio de correspondência que terá rendido “dezenas de milhares de euros” aos dois homens detidos e acusados de peculato, posse de armas proibidas e receptação agravada.
  • Banana Mix: Em 2009, a PJ desmantelou um grupo transnacional dedicado ao tráfico de cocaína da América do Sul para a Península Ibérica. O grupo tinha elementos da Colômbia, Cabo Verde, Equador, Espanha e Portugal e estava localizado em território nacional por motivos estratégicos. A investigação resultou em duas operações policiais nos arredores do Porto, levou à apreensão de 82 quilogramas de cocaína, que tinham sido introduzidos no nosso país dissimulados em paletes de banana e mandioca. A operação ficou então conhecida como “Operação Banana Mix”.
  • Rollerball: Ficou assim batizada pela PJ a operação de um processo extraído do caso BPN, em 2010, que acabou com a detenção de dois advogados e a constituição de mais seis arguidos, suspeitos de burla, fraude fiscal, falsificação de documentos, abuso de confiança, branqueamento e corrupção. A “Operação Rollerball” investigou o sistema de fraude que assentava numa lógica de “roullement” de créditos — os suspeitos utilizariam sucessivos financiamentos bancários através de sociedades que representavam ou controlavam — que terá lesado em mais de 100 milhões o BPN.
  • Remédio Santo: Esta operação remonta a 2014 e ficou assim conhecida por condenar suspeitos, acusados de burlar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em mais de três milhões de euros, a penas efetivas até nove anos de prisão. Entre os 18 envolvidos estavam seis médicos, dois farmacêuticos, sete delegados de informação médica, uma esteticista (ex-delegada de ação médica), um empresário brasileiro e um comerciante de pão. Três dos arguidos ficaram com penas suspensas até cinco anos e dois dos envolvidos foram absolvidos de todos os crimes.

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📹 Bruxelas recomenda revisão de investimentos tecnológicos

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2025

Alguns investimentos externos podem envolver riscos de que a tecnologia e o know-how da UE caiam nas mãos erradas e ameacem a segurança da UE e internacional.

A Comissão recomenda que os Estados-membros façam uma revisão dos investimentos atuais e passados em três áreas tecnológicas: semicondutores, inteligência artificial e quântica.

Bruxelas ajuda no processo para garantir que todos estão a rever os investimentos de forma semelhante. O objetivo é obter resultados comparáveis e perceber se existem riscos que têm de ser mitigados.

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Presidente da AR remete alteração a regimento sobre insultos para partidos

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2025

O presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco diz caber aos partidos a alteração do regimento em resposta aos insultos registados à deputada do PS, Ana Sofia Antunes.

O presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco, referiu caber aos partidos com assento no parlamento a alteração do regimento em resposta aos insultos registados na quinta-feira à deputada do PS, Ana Sofia Antunes.

Em declarações à margem de uma visita a uma exposição, Aguiar Branco lembrou que não esteve no hemiciclo no dia dos incidentes e que “é aos partidos políticos que compete fazer a alteração regimental, se o entenderem, no que diz respeito à existência de sanções, e, nomeadamente, sanções pecuniárias em relação a este tipo de situações”.

“O impulso que deve existir, que tem de existir, é por parte dos grupos parlamentares. É sobre eles, para além da reflexão que se deve fazer, que se tirem as consequências do ponto de vista de fazer ou não fazer uma alteração regimental”, vincou.

O debate, esta quinta-feira, na Assembleia da República, sobre a inclusão de estudantes com necessidades especiais no ensino superior ficou marcado pela denúncia de insultos que terão sido proferidos pela bancada do Chega e dirigidos à deputada socialista e com deficiência visual Ana Sofia Antunes. “Aberração”, “drogada” e “pareces uma morta” foram, segundo a CNN Portugal, as palavras ouvidas na sequência da intervenção da deputada do PS e ex-secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência.

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Bancos controlados por capital estrangeiro são 60% do sistema bancário português

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2025

Os bancos controlados por investidores estrangeiros ou em que o capital destes é preponderante representam mais de 60% do sistema bancário português, quer em ativos quer em passivos.

Os bancos controlados por investidores estrangeiros ou em que o capital destes é preponderante representam mais de 60% do sistema bancário português, quer em ativos quer em passivos, segundo cálculos feitos pela Lusa com dados da APB. Estas contas foram feitas a partir dos últimos balanços dos bancos disponíveis no ‘site’ da Associação Portuguesa de Bancos (APB), referentes a junho de 2024.

De acordo com os cálculos da Lusa, os bancos detidos ou controlados por capital estrangeiro (em que se destacam BCP, Santander Totta, Novo Banco, BPI mas também Bankinter ou Abanca) representam mais de 60% do ativo e passivo total do sistema bancário.

Balcão Novo Banco com nova imagem - 09NOV21
NovobancoHugo Amaral/ECO

O ativo dos bancos agrega o crédito a clientes (a principal rubrica), mas também aplicações em outros bancos e instrumentos financeiros como ações e obrigações. Já o passivo bancário agrega as responsabilidades que os bancos têm para com terceiros, desde logo os depósitos.

Estes dados indicam o reforço do capital estrangeiro no sistema bancário português em quase 10 anos, pois em 2016 os bancos de capital estrangeiro representavam cerca de 50% do sistema bancário (abaixo dos cerca de 60% atuais).

Atualmente, os principais bancos a operar em Portugal são a Caixa Geral de Depósitos (totalmente detida pelo Estado português), o BCP (os principais acionistas são a chinesa Fosun e a angolana Sonangol), o Santander Totta (detido pelo grupo espanhol Santander), o Novo Banco (detido em 75% pelo fundo norte-americano Lone Star) e o BPI (detido pelo grupo espanhol Caixabank).

Nos bancos de média dimensão destacam-se os portugueses Crédito Agrícola e Montepio e depois os espanhóis Bankinter e Eurobic Abanca (marca transitória após o grupo espanhol Abanca ter comprado o Eurobic).

Na banca portuguesa é tradicional a predominância de Espanha, mas o seu peso reforçou-se na última década. Em junho de 2024, os bancos com capital espanhol representavam quase 30% do total.

Para isso contribuiu, designadamente, a tomada de controlo do BPI pelo Caixabank (em 2017, no âmbito da Oferta Pública de Aquisição), mas também a integração de parte da operação do Banif (na resolução deste) no Santander Totta e a entrada em força no mercado português do Bankinter (em 2016 comprou parte da atividade do Barclays) e do Abanca (em 2018 o grupo do multimilionário Juan Carlos Escotet comprou o retalho do Deutsche Bank e concluiu em 2024 a aquisição do EuroBic).

Em contrapartida, reduziu-se o capital angolano na banca portuguesa, sobretudo devido ao desinvestimento da empresária Isabel dos Santos (filha do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos) envolvida em vários processos judiciais.

A ‘holding’ Santoro (de Isabel dos Santos) saiu do BPI em 2017 durante a OPA do Caixabank e, no ano passado, foi concretizada a venda ao Abanca do Eurobic (banco que foi dominado por Isabel dos Santos).

Já a participação da petrolífera angolana Sonangol no BCP tem-se mantido nos últimos anos, sendo o segundo maior acionista (com 19,49% do capital social).

Quanto aos investidores da China na banca portuguesa, há quase 10 anos, aproveitaram os preços a ‘desconto’ como oportunidade para entrarem na Europa e desde então são discretos.

O grupo chinês Fosun entrou, em 2016, no BCP e tornou-se ainda nesse ano o maior acionista. Desde então, a Fosun reduziu a posição mas mantém-se como principal acionista (com 20,03%). Antes, em 2015, grupo Haitong tinha comprado o BES Investimento, hoje denominado Haitong Bank.

Por fim, o capital dos EUA está presente através do Novo Banco. A instituição nascida em 2014 na resolução do BES é detido, desde 2017, em 75% pelo fundo de investimento Lone Star. Os restantes 25% são do Estado português.

A Lone Star quer vender o Novo Banco e tem em curso os preparativos para a entrada em bolsa este ano. Em qualquer dos casos, a venda do Novo Banco (pelo seu peso no sistema bancário português) levará a uma grande alteração do panorama da banca nacional a médio prazo.

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Villas-Boas quer “honrar e propagar” o legado de Pinto da Costa

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2025

André Villas-Boas disse que pretende honrar e propagar o legado de Pinto da Costa, ex-líder dos 'dragões',enaltecendo as "alegrias e vitórias" que deu ao clube.

“Dia pesado e difícil para todos os portistas. Queremos muito honrar o legado de Pinto da Costa neste clube, propagá-lo e continuar a fazer um trabalho bem feito à medida do que ele fez pelo FC Porto, pela cidade e pela região Norte. É a maior recompensa e retribuição que lhe podemos dar”, disse o sucessor de Pinto da Costa na liderança dos ‘azuis e brancos’, em declarações ao Porto Canal.

Villas-Boas reconheceu que este sábado foi um dia “profundamente triste para todos os portistas” e de “grande pesar”, endereçando, em nome do FC Porto, os seus sentimentos a toda a família de Pinto da Costa.

“Em nome do FC Porto, da instituição, clube, direção e administração passar os meus mais sinceros sentimentos a toda família. Aos filhos Alexandre e Joana, à Claudia [esposa] e a todos os seus mais próximos, os mais sinceros sentimentos pela vossa perda enorme. Uma perda enorme para todos os portistas. Uma pessoa com a qual todos aprendemos a viver a e a sentir nas mais variadas formas”, referiu.

O presidente dos ‘dragões’ destacou ainda o “pleno portismo” de Pinto da Costa e tudo o que representou para o clube, agradecendo por “tantas alegrias, tantas vitórias e tantos fins de semana de felicidade” que deu ao clube durante os 42 anos em que liderou o FC Porto.

André Villas-Boas regressou ao Porto nas últimas horas, após ter deixado ao início da noite o estágio da equipa de futebol, com a qual tinha viajado de tarde para o Algarve, via Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em Pedras Rubras, no concelho da Maia, para a visita do terceiro classificado da I Liga ao Farense, no Estádio Algarve, em jogo da 22.ª jornada da prova.

Jorge Nuno Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, clube no qual se estabeleceu como dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial entre 1982 e 2024, morreu no sábado aos 87 anos, vítima de cancro.

Pinto da Costa tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas últimas semanas, menos de um ano depois da derrota para a presidência do clube frente a André Villas-Boas.

Empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias depois de ter sido eleito sem oposição como sucessor de Américo de Sá, o ex-dirigente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades – 69 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.

O funeral do antigo dirigente ‘azul e branco’ vai realizar-se na segunda-feira, pelas 11:00, após o velório, que vai iniciar-se durante a tarde de domingo, partir das 18:00, na Igreja das Antas.

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Funeral de Pinto da Costa na segunda-feira pelas 11h

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2025

O funeral de Jorge Nuno Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto que morreu aos 87 anos, vai realizar-se na segunda-feira, pelas 11h00, disse à Lusa fonte próxima do antigo dirigente.

O funeral de Jorge Nuno Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto que morreu este sábado aos 87 anos, vai realizar-se na segunda-feira, pelas 11h00, disse à Lusa fonte próxima do antigo dirigente. O velório de Pinto da Costa vai iniciar-se na tarde de domingo, a partir das 18h00, na Igreja das Antas, estando o funeral marcado para a manhã do dia seguinte.

Jorge Nuno Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, clube no qual se estabeleceu como dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial entre 1982 e 2024, morreu hoje aos 87 anos, vítima de cancro.

Pinto da Costa tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas últimas semanas, menos de um ano depois da derrota para a presidência do clube frente a André Villas-Boas.

Empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias depois de ter sido eleito sem oposição como sucessor de Américo de Sá, o ex-dirigente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades – 69 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.

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PSD confirma desagregação de freguesias vetada por Marcelo

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2025

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, anuncio que o PSD vai confirmar no parlamento a desagregação de freguesias vetado pela Presidente, justificando com as expectativas criadas nas populações.

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, anunciou que o PSD vai confirmar no parlamento o diploma de desagregação de freguesias que foi vetado pela Presidente da República, justificando esta decisão com as expectativas já criadas nas populações.

O PSD entendeu reconfirmar o diploma de desagregação de freguesias ponderando muito bem aquilo que foram as palavras do senhor Presidente da República porque creio que mensagem que dirigiu ao parlamento deve ser ouvida e deve ser escutada“, anunciou Hugo Soares em declarações transmitidas pela TVI à margem dos 50 anos do PSD/Mafra.

O líder parlamentar do PSD justificou esta decisão com aquilo que “são as expectativas já criadas nas populações das freguesias que viram o projeto inicial ser aprovado”. “O PSD entendeu voltar a repetir a votação que teve no projeto inicial e portanto reconfirmar o diploma“, disse.

Na quinta-feira, o líder parlamentar do PSD afirmou que o veto do Presidente da República ao decreto que desagregou freguesias “tem peso” e “é um dado novo”, pedindo tempo para o partido o avaliar antes de anunciar se pretende ou não confirmá-lo. “Nem o país está com uma urgência nesta decisão, nem isto é uma decisão que careça de uma urgência de pé para a mão, da manhã para a noite“, afirmou Hugo Soares, questionado pelos jornalistas à entrada para o plenário da Assembleia da República.

O Presidente da República vetou na quarta-feira o decreto do parlamento que desagrega 135 uniões de freguesias, repondo 302 destas autarquias locais, colocando dúvidas sobre a transparência do processo e a capacidade de aplicação do novo mapa.

No dia seguinte, o PS anunciou “de imediato” o reagendamento do decreto com vista à sua confirmação, tendo o líder socialista, Pedro Nuno Santos alegado que a “lei foi cumprida escrupulosamente” e o parlamento fez um trabalho rigoroso, prometendo manter-se “ao lado das populações” neste tema.

Este decreto, subscrito por PSD, PS, BE, PCP, Livre e PAN, foi aprovado em 17 de janeiro, com votos contra da IL e a abstenção do Chega.

De acordo com a Constituição da República, perante um veto, o parlamento pode confirmar o texto por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, 116 em 230, e nesse caso, o Presidente da República terá de promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da sua receção.

Para fazer esta maioria de 116, os votos do PSD são decisivos para a sua confirmação, já que o Chega se absteve no decreto e apelou ao veto do Presidente da República.

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Morreu Pinto da Costa, histórico presidente do FC Porto

O antigo líder dos dragões, 87 anos, lutava contra um cancro na próstata, diagnosticado em 2021. Derrotado por André Villas-Boas nas últimas eleições, liderou o clube portista durante 42 anos.

Morreu Jorge Nuno Pinto da Costa. O ex-presidente do Futebol Clube do Porto, que a 28 de dezembro completou 87 anos, lutava contra um cancro na próstata. O clube azul e branco confirmou a morte na rede social X com uma mensagem em que diz apenas: “Uma inspiração eterna. Um legado Imortal. Até sempre, Presidente dos Presidentes”.

No site oficial, o clube afirmou que “está de luto pelo desaparecimento da maior figura da sua história“. Sublinhou que Jorge Nuno Pinto da Costa morreu este sábado com 87 anos de idade e 71 de associado, após mais de seis décadas nos órgãos sociais e de 42 anos na liderança da instituição que elevou como ninguém. Para trás deixa um legado único que orgulha toda a nação azul e branca.

Recordou ainda que os portistas festejaram 2.591 conquistas nos 15.356 dias da presidência mais duradoura e titulada de sempre. “Nos 89 anos prévios à eleição de Jorge Nuno Pinto da Costa o Clube tinha vencido somente 16 troféus – sete títulos nacionais, quatro Campeonatos de Portugal, quatro Taças de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira -, três deles já com o lendário dirigente à frente do Departamento de Futebol”.

De então para cá tudo mudou“, adiantou o clube do Dragão. “Jorge Nuno Pinto da Costa transformou os Andrades em Dragões e fez do FC Porto o Clube português com mais títulos oficiais ao erguer 23 campeonatos, 22 Supertaças, 15 Taças de Portugal, duas Taças Intercontinentais, uma Taça dos Clubes Campeões Europeus e outra Liga dos Campeões, uma Taça UEFA e uma Liga Europa, uma Supertaça Europeia e uma Taça da Liga”.

Os azuis e brancos recordaram ainda que em 1977, quando Jorge Nuno Pinto da Costa assumiu a liderança do Departamento de Futebol, o clube tinha 52 mil associados, 90% dos quais concentrados nos concelhos do Porto, de Gondomar, da Maia, de Matosinhos, de Valongo e de Vila Nova de Gaia. “Hoje em dia, esse número ultrapassa os 147 mil e expande-se pelos quatro cantos do planeta”.

Derrotado por André Villas-Boas nas últimas eleições no clube, liderou os azuis-e-brancos durante 42 anos e é considerado o dirigente mais titulado do futebol mundial: conquistou 23 campeonatos nacionais, 14 taças de Portugal, a Taça dos Campeões Europeus, a Liga dos Campeões, a Taça UEFA e a Liga Europa.

Segundo a CNN Portugal, o seu estado de saúde sofreu um agravamento nas últimas semanas, o que levou o antigo dirigente a resguardar-se o máximo possível em casa, junto da família.

A 10 de janeiro, na sua última intervenção pública, Pinto da Costa reagiu pela primeira vez à auditoria às contas do FC Porto quando era presidente. A auditoria forense detetou despesas em joalharias e relojoarias e em viagens privadas para destinos não relacionados com a atividade do clube, entre outras. O ex-presidente do clube afirmou que não cometeu quaisquer ilegalidades.

A auditoria feita pela consultora Deloitte aos últimos 10 anos de governação de Jorge Nuno Pinto da Costa a que o ECO teve acesso revela um cenário financeiro alarmante, que aponta para uma série de operações que terão lesado o FC Porto em cerca de 60 milhões de euros.

“Ao longo dos últimos meses tenho mantido o silêncio perante os ataques que me têm sido dirigidos procurando, assim, contribuir para a preservação do bom nome do FC Porto e para não suscitar qualquer foco de instabilidade que possa ser visto como causador de insucesso desportivo”, escreveu Pinto da Costa, em comunicado.

“Assisti no estádio aos primeiros jogos, tendo recebido inúmeras manifestações de carinho, mas que não foram bem entendidas por alguns. O silêncio deixa, assim, de ser uma opção, numa altura em que se torna por demais evidente o objetivo de denegrir o caráter, o trabalho e o legado de quem dedicou longos anos ao serviço do clube”, explicou.

“Grande apoios, mas também muitas divergências”, diz Marcelo

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, já reagiu na rede social. “Jorge Nuno Pinto da Costa foi uma personalidade única no dirigismo desportivo, tendo sido o mais titulado dos Presidentes de Clubes à escala mundial”, escreveu o governante. “Em meu nome pessoal e do Governo, expresso profundo pesar e solidariedade à sua família, aos seus amigos e ao FCPorto”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou, numa nota publicada no site da presidência, as condolências à família de Jorge Nuno Pinto da Costa, ao Futebol Clube do Porto “e a muitos milhares de adeptos que o acompanharam ao longo de mais de quatro décadas de liderança do clube.

Mais tarde, muitas foram as vezes em que pôde testemunhar além dos sucessos consecutivos, uma personalidade, uma determinação e um estilo muito próprio, que suscitava grandes apoios, mas também muitas divergências.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

“Fá-lo recordando que, no início dos anos 80, era, então, jovem membro do governo quando conheceu quem levaria o seu clube a inúmeras vitórias nacionais e internacionais“, notou o chefe de Estado.

“Mais tarde, muitas foram as vezes em que pôde testemunhar além dos sucessos consecutivos, uma personalidade, uma determinação e um estilo muito próprio, que suscitava grandes apoios, mas também muitas divergências“, adiantou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “neste momento em que o juízo a formular deve ser o mais possível distanciado, o que mais deve avultar é aquilo que o país fica a dever de prestígio externo num período inseparável da sua liderança”.

Adorado por muitos adeptos pelas conquistas do clube, Pinto da Costa usou sempre a polémica e a provocação como formas de comunicação. Crítico do poder centralizado no Sul do país, a sua imagem foi, no entanto abalada pelo processo Apito Dourado. O escândalo de corrupção do futebol português emergiu em 2004, com uma investigação que retrata casos que podem ter tido início quase três décadas antes.

As investigações acabariam por incriminar Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, e Valentim Loureiro, antigo presidente do Boavista Futebol Clube e da Liga Portuguesa de Futebol.

Nas instâncias desportivas, o Futebol Clube do Porto e o seu presidente foram condenados num processo na Comissão de Disciplina da LPFP e ilibados na instância superior (Comissão de Justiça da FPF) e nos tribunais civis, tal como o Boavista e o seu presidente João Loureiro.

Jorge Nuno Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto durante o lançamento do seu livro “Azul até ao Fim”, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, 27 de outubro de 2024. JOSÉ COELHO/LUSA JOSÉ COELHO/LUSA

“Gravatas azuis” no funeral

Pinto da Costa tinha apresentado no final de outubro o último livro, “Azul até ao fim”, no qual partilhou várias memórias, e nos últimos tempos antecipou diversas vezes o momento da sua partida, fazendo mesmo questão de dizer quem queria e quem não queria no funeral.

Numa entrevista ao programa Alta Definição da SIC, em abril do ano passado, o dirigente desportivo disse quando morresse não queria luto através de gravatas pretas. “Quero as pessoas com gravatas azuis em homenagem ao Futebol Clube do Porto”, afirmou então.

(Notícia atualizada às 21h15)

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