Google lança novas ferramentas para ajudar pais a gerir dispositivos dos filhos

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

O Google Family Link permite aos pais definir e ajustar o tempo de inatividade e o horário escolar.

A Google anunciou esta quarta-feira novas ferramentas para ajudar os pais a gerir dispositivos como telemóveis, entre outros, dos seus filhos com o Google Family Link, que permite definir e ajustar o tempo de inatividade e o horário escolar.

O objetivo é manter as crianças mais seguras online e promover hábitos digitais saudáveis. O Family Link apresenta-se “mais intuitivo” e num novo “separador Tempo de Ecrã reúne todas as ferramentas de gestão de tempo de ecrã num único lugar de fácil acesso”, segundo a tecnológica.

Este separador, “além do resumo da utilização e dos limites de tempo específicos da aplicação e do dispositivo”, também permite aos pais definir e ajustar o tempo de inatividade e o horário escolar.

“Simplificamos os principais controlos para que os pais tenham tudo o que precisam na ponta dos seus dedos, incluindo a capacidade de gerir as definições dos dados da conta, aprovar downloads de aplicações e bloquear sites específicos”, adianta a Google.

Por exemplo, “os pais podem escolher as aplicações que serão silenciadas e limitadas e saber quais as aplicações que os seus filhos usam durante o horário escolar ou fora dele”.

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Casa Branca impede acesso da Associated Press à Sala Oval por recusa em adotar “Golfo da América”

A Associated Press e a Associação de Correspondentes da Casa Branca consideram "alarmante" e "inaceitável" a decisão da administração de Donald Trump de barrar o acesso de um jornalista.

A Casa Branca impediu o acesso de um jornalista da Associated Press (AP) a um evento na Sala Oval na terça-feira, após exigir que a agência de notícias alterasse o seu estilo de escrita e passasse a adotar o nome de “Golfo da América” em vez de “Golfo do México”, conforme a renomeação ordenada por Donald Trump.

“Fomos informados pela Casa Branca de que se a AP não alinhasse os seus padrões editoriais com a ordem executiva do presidente Donald Trump de renomear o Golfo do México como Golfo da América, a AP seria impedida de ter acesso a um evento na Sala Oval. Esta tarde, o jornalista da AP foi impedido de comparecer à assinatura de uma ordem executiva”, refere Julie Pace, vice-presidente da Associated Press (AP), citada em comunicado.

É alarmante que o governo Trump puna a AP pelo seu jornalismo independente. Limitar o nosso acesso à Sala Oval tendo por base o conteúdo do discurso da AP não apenas impede severamente o acesso do público a notícias independentes, como viola claramente a Primeira Emenda“, acrescenta.

A Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA) também reagiu, insurgindo-se contra a decisão da administração de Donald Trump. “A Casa Branca não pode ditar como os meios de comunicação dão as suas notícias, nem deve penalizar jornalistas em atividade porque está descontente com as decisões dos seus editores”, refere em comunicado Eugene Daniels, presidente da WHCA. “A ação da administração de proibir o acesso de um jornalista da Associated Press a um evento oficial aberto à comunicação social é inaceitável“, acrescenta.

Ainda antes da sua tomada de posse, Trump já tinha anunciado que pretendia mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”, tendo assinado uma ordem executiva para que isso acontecesse assim que estivesse no cargo.

Três dias após o regresso do republicano à Casa Branca, a Associated Press divulgou que continuaria a referir-se ao Golfo do México pelo nome que já era conhecido, uma vez que, sendo uma agência de notícias global, “deve garantir que as designações geográficas sejam facilmente reconhecíveis para todos os públicos”.

Donald Trump também decretou que a montanha Denali, no Alasca, voltasse ao nome Monte McKinley, pelo qual era conhecida até 2015, altura em que Barack Obama ordenou que fosse renomeada como Denali, o seu nome indígena. Esta mudança, no entanto, foi acatada pela AP, uma vez que se refere a uma área localiza nos Estados Unidos e que Trump tem autoridade para mudar nomes geográficos dentro do país, justifica a agência.

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Canadá e UE afirmam “estreita relação” em Bruxelas

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

Canadá e os 27 "vão continuar a apoiar um sistema multilateral inclusivo e baseado em regras, assente nos princípios da Carta das Nações Unidas, e a defender a soberania, a integridade territorial".

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau; o Presidente do Conselho Europeu, António Costa e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, salientaram esta quarta-feira, em Bruxelas, a “estreita relação” e debateram questões económicas e diplomáticas.

Segundo um comunicado divulgado pelo Conselho Europeu, os responsáveis “salientaram a estreita relação entre o Canadá e a União Europeia (UE), que é sustentada por um Acordo de Parceria Estratégica e um Acordo Económico e Comercial Global (CETA)”.

Também foi debatida a “importância de trabalhar em conjunto para promover a segurança e a estabilidade económicas mundiais”, além das “fortes relações comerciais e de investimento entre o Canadá e a UE” e houve concordância sobre a “importância de renovar os esforços para fazer avançar e diversificar o comércio”, refere o comunicado.

Outro ponto abordado foi a “importância da cooperação entre o Canadá e a UE – inclusive no contexto da Presidência canadiana do G7 – para fazer face às atuais oportunidades e desafios num mundo complexo, competitivo e imprevisível”.

Lê-se ainda na nota divulgada que o Canadá e os 27 “vão continuar a apoiar um sistema multilateral inclusivo e baseado em regras, assente nos princípios da Carta das Nações Unidas, e a defender a soberania, a integridade territorial e a inviolabilidade das fronteiras como princípios fundamentais do direito internacional”.

A poucos dias do terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, também foi reafirmado o “apoio inabalável” a Kiev, assim como foi saudado o acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns entre o Hamas e Israel em relação ao conflito em Gaza, tendo os dirigentes apelado a “todas as partes” para que apliquem o compromisso.

“Sublinharam o seu empenho numa solução baseada na existência de dois Estados. Salientaram igualmente a importância de uma estrutura de governação política inclusiva liderada pela Síria”, acrescenta a mesma nota. Sobre as taxas aduaneiras anunciadas pelos Estados Unidos, o comunicado adianta terem sido tema na reunião, sem acrescentar mais dados, concluindo que foram debatidas “outras prioridades comuns e acordaram em manter-se em estreito contacto”.

“O presidente Costa e a presidente Ursula von der Leyen manifestaram a sua gratidão pelo contributo pessoal e pela liderança do primeiro-ministro Trudeau no reforço das relações Canadá-UE e na defesa de valores partilhados e da ordem internacional assente em regras”, segundo o mesmo comunicado.

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Candidato a bastonário dos advogados fez ajuste ilegal na Ordem, diz Tribunal de Contas

João Massano - atual presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados - é também candidato da bastonário dos advogados, nas eleições atecipadas marcadas para 18 e 19 de março.

O Tribunal de Contas (TdC) condenou o advogado João Massano – atual presidente do Conselho Regional de Lisboa e candidato da bastonário dos advogados – por contratos ilegais no valor de 115 mil e 200 euros.

Segundo avança a revista Sábado, entre 26 de julho de 2022 e março de 2023, o Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados pagou nove faturas de serviços de assessoria jurídica por ajuste direto – um método que o Tribunal de Contas (TC) considerou ilegal, assinadas pelo advogado João Massano.

No total, foram 115 mil e 200 euros em ajustes diretos, apesar da lei obrigar a que os contratos com este valor têm de passar por “procedimento por concurso público ou concurso limitado por prévias qualificações sem publicação de anúncio no Jornal Oficial da União Europeia”, pode ler-se no processo do TC de 2024, que concluiu que este ato “não foi legal” por violar as regras da contratação pública.

Relativamente à acusação de violação das normas legais ou regulamentares relativas à contratação pública, no âmbito da celebração de um contrato de aquisição de serviços de assessoria jurídica celebrado pela Ordem dos Advogados no ano de 2022, informamos que o processo de contratação inicial dos mesmos foi realizado durante a gestão que antecedeu o nosso mandato.
Quando a atual direção do CR Lisboa tomou posse, estes serviços de assessoria jurídica ao CRLisboa já estavam a ser prestados”

João Massano

A decisão do TdC refere ainda que estes contratos não foram logo publicados no Portal Base mas sim um mês depois do pagamento das nove faturas. Assim, o TC condenou João Massano por “infração financeira sancionatória”.

O presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados foi diretamente responsabilizado por ter sido o “agente da ação”; visto que “assinou o respetivo contrato” e, “detendo a competência para praticar o ato [de publicitar o trabalho], não o fez permitindo que a ilegalidade se verificasse”.

“Assim, relativamente à acusação de violação das normas legais ou regulamentares relativas à contratação pública, no âmbito da celebração de um contrato de aquisição de serviços de assessoria jurídica celebrado pela Ordem dos Advogados no ano de 2022, informamos que o processo de contratação inicial dos mesmos foi realizado durante a gestão que antecedeu o nosso mandato.
Quando a atual direção do CR Lisboa tomou posse, estes serviços de assessoria jurídica ao CR Lisboa já estavam a ser prestados”, segundo reposta dada por João Massano. “Assim, a direção do CR Lisboa, depois de analisar a qualidade do trabalho da profissional que havia sido contratada anteriormente para a área de contratação pública, concluiu que este possuía um rigor técnico acima do expectável. Para a direção do CR Lisboa foi evidente a mais-valia que a respetiva manutenção do prestador em causa trazia. Adicionalmente, destacaríamos que, como reconhecimento do seu trabalho, esta profissional foi posteriormente responsável por elaborar e organizar os procedimentos de recrutamento e seleção de formadores em todos os Conselhos Regionais do país”, acrescenta. “A profissional foi inicialmente contratada em setembro de 2018, tendo o contrato sido renovado em março de 2019, em outubro de 2019 e em julho de 2024, tendo o mesmo terminado em agosto de 2024. Apesar desta argumentação, e independentemente da profissional em causa ter sido contratada pelo CR Lisboa anterior, o Tribunal de Contas entendeu aplicar um critério mais formalista, considerando não serem atendíveis os fundamentos que na altura justificaram a contratação. Face ao exposto, consideramos evidente que não houve qualquer prejuízo para o CR Lisboa ou para a Ordem dos Advogados em geral, sendo que atendendo à qualidade e à quantidade de trabalho que foi desenvolvido pela prestadora em causa são manifestos os benefícios que daí resultaram”, concluiu.

Nos triénios anteriores ao mandato de João Massano, António Jaime Martins foi o Presidente do Conselho Regional de Lisboa da OA nos triénios 2014-16 e 2017-2019. Mas João Massano fazia parte desta equipa do ex-colega de escritório como vice-Presidente responsável pelo pelouro da Formação.

João Massano tornou-me sócio fundador da ATMJ em 2004. Mestre em Direito em 2006, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Manteve uma carreira académica durante cerca de 17 anos, como docente universitário na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, na Universidade Lusófona e na Universidade Moderna. Agora trabalha em prática individual, com escritório próprio.

Ligado ao Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados (CR Lisboa) desde 2011, primeiro, como Vogal-Tesoureiro do CR Lisboa (triénio 2011-2013) depois, nos dois mandatos seguintes, como Vice-Presidente responsável pelo pelouro da Formação (triénios 2014-2016 e 2017-2019) e, finalmente (desde 2019), como Presidente do CR Lisboa.

A bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro, anunciou a convocação de eleições antecipadas para todos os órgãos da instituição, incluindo o que lidera, o Conselho Geral (CG) no final de novembro. Os candidatos a bastonário são quatro: Fernanda de Almeida Pinheiro, João Massano, José Costa Pinto e Ricardo Serrano Vieira.

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CTT procuram sugestões de temas para a sua edição de selos de 2026

  • + M
  • 12 Fevereiro 2025

Os CTT querem sugestões relacionadas com vultos da história e da cultura, datas da história e temas de projeção internacional ou que evoquem aspetos distintos do património cultural e natural.

Os CTT querem receber sugestões de temas para as suas coleções de selos do próximo ano. Qualquer pessoa pode enviar sugestões até ao dia 31 de março.

“Os selos são mensageiros privilegiados do património natural e cultural de um povo. Com o correio que enviamos, partilhamos apontamentos da nossa história e tradições, curiosidades literárias, exemplos de arquitetura e de biodiversidade. Assinalamos datas célebres, homenageamos vultos da nossa cultura, distinguimos momentos que, pela sua relevância, são de toda a humanidade”, referem os CTT, em comunicado.

Nesta ótica, os CTT solicitam que todos os interessados enviem sugestões de temas “que, pela sua importância, possam ilustrar os selos postais do próximo ano”.

As sugestões devem ir ao encontro de certos temas como os de “vultos da história e da cultura“, ou seja, “personalidades que, pelo seu percurso e obra incontornáveis, se destacaram no panorama nacional e cujas datas comemorativas do nascimento assinalamos (centenários, bicentenários e outras datas de relevo)”.

Outras duas áreas passam por “datas da história“, sendo procurados “acontecimentos que determinaram e contribuíram decisivamente para o desenvolvimento da nossa identidade como povo”, ou acontecimentos de “projeção internacional“, ou seja, “acontecimentos que, dada a sua relevância e o seu pendor global, marcam as relações de Portugal com outros povos e culturas, sendo merecedores de celebração mundial”.

Os CTT procuram ainda sugestões “temáticas“, relativas a “temas de âmbito geral que evocam aspetos distintos do nosso património cultural (material e imaterial) e natural, assinalando a nossa singularidade como povo”.

O envio das propostas deve ser feito até ao final do próximo mês de março para a responsável das Novas Emissões de Filatelia dos CTT, Lurdes Além, por via postal (para Avenida dos Combatentes, 43, 1643-001 Lisboa) ou através do email [email protected]

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BE quer ERC a avaliar idoneidade dos proprietários de media

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

O BE quer que a ERC avalie a idoneidade dos proprietários na autorização para início de atividade, antes da compra ou aumento de uma participação qualificada e durante todo o tempo de titularidade.

O BE apresentou esta quarta-feira um projeto de lei para que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) faça uma avaliação vinculativa à idoneidade de quem pretende adquirir participações em órgãos de comunicação social.

A iniciativa dos bloquistas foi apresentada ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que ouviu esta manhã, na Assembleia da República, todos os partidos da oposição sobre o novo código para a comunicação social que o Governo tenciona entregar no parlamento antes do verão.

O BE pretende que a ERC avalie a idoneidade dos proprietários no âmbito da autorização para início de atividade, num momento prévio à aquisição ou aumento de uma participação qualificada e continuamente durante todo o tempo de titularidade de participação qualificada.

Nesta avaliação, segundo o BE, deve ser considerado o modo como quem pretende adquirir uma participação “gere habitualmente os negócios, profissionais ou pessoas” e exerce a profissão em “especial nos aspetos que revelem a sua capacidade para decidir de forma ponderada e criteriosa, assim como o cumprimento de todas as obrigações éticas e legais associadas ao exercício da atividade”.

A apreciação da idoneidade deve considerar se o proprietário ou potencial adquirente já foi condenado pela prática de um crime punível com pena de prisão superior a seis meses, em casos de branqueamento, administração danosa ou corrupção ativa, falsificação, tráfico de influência, insolvência por decisão judicial ou proibição, por autoridade judicial, de agir na qualidade de administrador.

O BE pretende que um parecer negativo da ERC impeça a aquisição de uma participação em empresas de comunicação social e estabelece que essa decisão deve ser comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ao adquirente potencial e ao Banco de Portugal.

Em declarações aos jornalistas, a deputada do BE Joana Mortágua afirmou que, se tivesse havido esta fiscalização prévia na propriedade de empresas de media como a Global Media, Alpac Capital ou Trust In News, ter-se-ia evitado “situações de falência, falta de transparência e de enorme obscurantismo” dos interesses de quem detém os grupos de comunicação social.

Também em declarações após a reunião com o Governo, a dirigente do Chega Patrícia Carvalho defendeu que a legislação em causa está “bastante desatualizada” e que é urgente revê-la. A deputada disse ter transmitido ao Governo a preocupação do Chega sobre o facto de muitas vezes a “opinião confundir-se com informação, nomeadamente em canais de televisão”, considerando que a legislação deve deixar claro a diferença entre as duas.

Pela Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva também concordou que a legislação que existe “está obsoleta”. O deputado defendeu ainda que “não faz sentido continuar a cobrar aos jornalistas” o valor da carteira profissional uma vez que é um documento obrigatório para exercer a profissão.

Pelo Livre, o deputado Rui Tavares considerou que o código para a comunicação social que o Governo está a apresentar aos partidos deveria incluir mais apoios aos media, nomeadamente ao jornalismo de investigação e sem fins lucrativos, e maior proteção dos arquivos.

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, defendeu regras que impeçam “fenómenos como a concentração excessiva da titularidade de órgãos de comunicação social”, mais meios para a Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC) e guias de boas práticas para lidar com fenómenos como as notícias falsas.

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Bruxelas quer orçamento de longo prazo mais flexível. Contributos abertos até maio

Comissão Europeia procura solução para responder ao desafio dos reembolsos dos empréstimos do NextGeneration ao mesmo tempo e procura novos recursos próprios.

A Comissão Europeia vai mesmo avançar com uma reforma do orçamento comunitário de longo prazo, de modo a ter mais flexibilidade na gestão, reforçar o investimento em defesa, mas também responder ao desafio colocado pelo reembolso dos empréstimos do NextGeneration. No entanto, antes de avançar com a proposta formal em julho, abriu uma consulta pública até ao dia 7 de maio.

O executivo comunitário quer adaptar o próximo Quadro Financeiro Plurianul (QFP) da União Europeia (UE), que começará em 2028, às “necessidades e prioridades em evolução“. O objetivo passa nomeadamente por garantir o equilíbrio entre o reembolso dos empréstimos do NextGenerationEU e, ao mesmo tempo, garantir contribuições financeiras nacionais estáveis ​​dos Estados-membros. Neste sentido, considera que é preciso introduzir novos recursos próprios. Até porque o próprio executivo emitiu dívida para financiar o apoio pandémico que terá de reembolsar.

“O status quo não é uma opção. É preciso fazer escolhas. A UE deve maximizar o impacto de cada euro que gasta, concentrando-se nas prioridades e objetivos da UE onde a ação da UE é mais necessária”, pode ler-se o comunicado divulgado esta quarta-feira por Bruxelas.

A nova abordagem prevê uma alteração na estrutura do plano que estabelece as despesas da UE, em particular para projetos e políticas plurianuais. Em vez dos habituais programas passará a contar “com um plano para cada país com reformas e investimentos importantes, projetados e implementados em parceria com autoridades nacionais, regionais e locais”.

Ademais, passará a existir um Fundo Europeu de Competitividade, que deve estabelecer uma capacidade de investimento para apoiar setores estratégicos e tecnologias críticas. Bruxelas prevê também um financiamento da defesa renovado, de modo a ser mais “direcionado e alinhado com interesses estratégicos” e contribuindo para uma nova política externa.

Paralelamente, estabelece que “deve incorporar salvaguardas adicionais que protejam o Estado de Direito“. Além disso, deve poder contar com “receitas modernizadas para garantir financiamento suficiente e sustentável” para as prioridades comuns.

Neste âmbito, Bruxelas abriu esta quarta-feira uma consulta pública convidando as partes interessadas e os cidadãos a darem sua opinião sobre o futuro orçamento da UE e as políticas que este deve apoiar.

Parlamento Europeu enfatiza importância da responsabilização

O presidente da Comissão dos Orçamento do Parlamento Europeu, Johan Van Overtveldt (ECR, Bélgica), e os correlatores do orçamento de longo prazo da UE, os eurodeputados Siegfried Mureşan (EPP, Roménia) e Carla Tavares (S&D, Portugal) congratularam a Comissão Europeia pela comunicação desta quarta-feira.

“Precisamos de um orçamento capaz de abordar os desafios que a União enfrenta – temos de financiar adequadamente as políticas tradicionais da União, ao mesmo tempo que asseguramos um financiamento adequado para as nossas novas prioridades. Também precisamos de estar equipados para pagar a nossa dívida conjunta de forma sustentável. A União não pode fazer mais com menos“, pode ler-se na comunicação conjunta.

Para os eurodeputados, o próximo orçamento de longo prazo deve reduzir a burocracia para os beneficiários, tornar-se mais flexível e responsivo a crises e choques e estar firmemente ancorado no Estado de Direito e nos valores da União. “O orçamento também deve ser suficientemente dotado de recursos com receitas mais fortes e modernas“, acrescentam.

No entanto, alertaram que estarão empenhados para garantir que o Parlamento tem um papel fundamental nas decisões-chave na estrutura e implementação do próximo orçamento, defendendo a importância da responsabilização.

Como funciona atualmente o orçamento de longo prazo?

  • O QFP abrange um período de pelo menos cinco anos.
  • Objetivo é garantir que as despesas da União Europeia se desenvolvam de forma ordenada e dentro dos limites dos próprios recursos.
  • Valores máximos que UE pode alocar aos principais setores de atividade são definidos por categoria de despesa, correspondendo às principais políticas da União.
  • Com base em uma proposta da Comissão, é adotado por unanimidade pelos 27 Estados-Membros da UE no Conselho, após aprovação pelo Parlamento Europeu.
  • O atual quadro financeiro vai de 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2027, com um valor total de despesa de 1.211 mil milhões de euros.
  • É acompanhado pelo NextGenerationEU, implementado para apoiar a economia durante a pandemia, de até 807 mil milhões de euros.

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Código da Comunicação Social já tem “arquitetura”

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

Para Pedro Duarte, ministro com a tutela da comunicação social, o Código é um "pilar fundamental" do Plano de Ação para a Comunicação Social e tem de ser aceite por uma "ampla maioria".

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, disse esta quarta-feira na Assembleia da República ter já a “conceção geral, a arquitetura e a sistematização do que pode vir a ser o código da comunicação social“.

O ministro ouviu todos os partidos da oposição sobre o novo código para a comunicação social que o Governo tenciona entregar ao parlamento antes do verão e enalteceu a forma “muito produtiva e muito proveitosa das reuniões” que decorreram durante a manhã, acrescentando que houve “um consenso muito generalizado sobre as propostas” apresentadas pelo Governo.

Em relação ao código da comunicação social, o ministro disse que este “está dividido já por partes”, passando primeiro por uma ronda em que escutam os partidos, seguindo-se uma parte em que o Governo vai “escutar peritos na matéria, quer algumas entidades especializadas, quer académicos e personalidades que se possam pronunciar”, e por fim a “fase de elaboração do articulado e da proposta de lei”.

Pedro Duarte disse ainda acreditar que “um código da comunicação social tem que ser muito abrangente” não podendo estar diretamente ligado a um “determinado Governo ou a um determinado grupo parlamentar”, havendo a necessidade de ser algo “que vai resistir ao longo do tempo a diferentes conjunturas políticas e que portanto tem de ser aceite por uma ampla maioria” no parlamento.

O governante com a tutela da comunicação social afirmou também que o Código é um “pilar fundamental” do Plano de Ação para a Comunicação Social.

Durante as declarações, destacou ainda as características do código da comunicação social, sendo uma delas a agregação de “legislação que está dispersa”, com intuito de facilitar a consulta aos “praticamente dois mil órgãos de comunicação social”, nomeadamente os de “natureza local e regional espalhados pelo país e que têm dificuldade por vezes em perceber as normas”.

O ministro fez também referência à “nova realidade”, considerando que hoje é possível aceder “a informação por muitos dispositivos e através de muitas plataformas, que não apenas os tradicionais”, e acrescentou que “é importante que haja normas que garantam […] o combate à desinformação e o combate àquilo que são formas de, no fundo, manipular as mentalidades“.

Relativamente ao livro branco da inteligência artificial, o governante disse que este se encontra “numa fase bastante adiantada”, e acrescentou que o Governo já tem “um acordo preestabelecido” com uma entidade para elaborar o documento.

Eu acredito que nós ainda durante o mês de fevereiro vamos conseguir concluir essa parceria, e o compromisso que temos com essa fundação é que até ao final do ano de 2025 o livro estará publicado e concluído“, disse o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

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Symington revoluciona gestão com entrada da 5.ª geração. Conheça os novos líderes do grupo de vinhos

Dona da Graham’s aproveita reforma de Johnny Symington para passar testemunho aos primos e à próxima geração da família. Rupert passa a chairman e a liderança executiva é dividida por Charles e Rob.

Johnny Symington

É uma verdadeira revolução na gestão de topo da Symington Family Estates, histórica empresa que detém as marcas de vinho do Porto Graham’s, Cockburn’s, Dow’s e Warre’s, e as referências de DOC Douro Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde, Altano e Chryseia, além de outros projetos mais recentes no Alentejo e na região dos Verdes.

A saída de Johnny Symington da presidência do conselho de administração, que se reforma no final de fevereiro após 40 anos na empresa e seis anos nesta função, é aproveitada pelo grupo para a passagem de testemunho aos primos e à próxima geração da família. A última grande mudança tinha sido concretizada em janeiro de 2019, quando Rupert sucedeu ao primo Paul na presidência executiva.

O lugar de Johnny Symington, nascido no Porto em 1960, vai ser ocupado por Rupert Symington, igualmente pertencente da 4.ª geração da família e que nos últimos seis anos ocupou o cargo de CEO.

Por outro lado, a maior proprietária de vinhas no Douro – detém 25 quintas que totalizam mais de 2.500 hectares, dos quais 1.050 são de vinha – passa a ter uma liderança executiva bicéfala, com a ascensão do primo Charles e com a entrada para co-CEO de Rob, representante da 5ª geração da família.

Charles, Rupert e Rob Symington

Em termos de distribuição de áreas, Charles continuará responsável pela produção de vinhos da família, enquanto Rob terá a cargo a orientação das áreas comercial, enoturismo, people & culture e sustentabilidade.

Outros seis elementos da nova geração – Charlotte, Harry, Anthony, Vicky, Teresa e Hugh – assumem também responsabilidades nas áreas de marketing, vendas e enoturismo, de acordo com a informação divulgada esta quarta-feira pela família Symington. De ascendência escocesa, inglesa e portuguesa, produz vinhos no Norte de Portugal desde 1882 e foi uma das fundadoras da Primum Familiae Vini, uma associação de 12 famílias europeias produtoras de vinho.

Tenho enorme confiança naqueles que me vão suceder, bem como no futuro da empresa. Estou convicto que o nosso duradouro legado e reputação de qualidade e confiabilidade irão perdurar.

Johnny Symington

Ex-presidente do conselho de administração da Symington

Foi em 1985 que Johnny Symington entrou no negócio da família, voltando nessa altura de Londres, onde trabalhou numa empresa tecnológica ligada ao ramo farmacêutico depois de concluir os estudos em Portugal e Inglaterra. Foi cônsul-honorário do Reino Unido no Porto entre 2005 e 2013 e, pelos serviços em prol da comunidade britânica no Norte de Portugal, foi condecorado com a ‘Magnífica Ordem do Império Britânico’ (MBE na sigla original) pela Rainha Isabel II.

“A nossa empresa atravessou grandes e sucessivas transformações nestas décadas, o que lhe permitiu tornar-se mais relevante e bem-sucedida num mercado em acelerada mudança e altamente competitivo. (…) Tenho enorme confiança naqueles que me vão suceder, bem como no futuro da empresa. Estou convicto que o nosso duradouro legado e reputação de qualidade e confiabilidade irão perdurar. Manteremos a nossa capacidade de adaptação a um mundo que muito provavelmente mudará nos próximos 40 anos tanto ou mais que nos últimos 40″, refere Johnny Symington.

Além das quatro casas de vinho do Porto (Graham’s, Cockburn’s, Dow’s e Warre’s) e dos vinhos tranquilos do Douro, que se estreou a produzir em 1999 (Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde, Altano e Chryseia, em parceria com a Prats), tem projetos mais recentes no Alto Alentejo (Quinta da Fonte Souto) e nos Vinhos Verdes (Casa de Rodas, em Monção e Melgaço).

Está também presente nos espumantes com as marcas Vértice (Caves Transmontanas), comprada em 2022, e Hambledon, adquirida um ano depois no Reino Unido, detendo 50% de cada um destes produtores. No enoturismo destacam-se os centros de visitas em Gaia e no Alentejo ou os dois restaurantes na duriense Quinta do Bomfim, prometendo ainda “um novo e aliciante projeto na baixa do Porto, a estrear brevemente”.

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Mais de um terço dos telemóveis vendidos em 2025 terão IA generativa, prevê Deloitte

Consultora concluiu que a melhoria dos equipamentos levará a uma subida de 7% nas vendas mundiais de smartphones este ano.

Mais telemóveis vendidos e mais inteligentes. É esta uma das principais previsões tecnológicas da Deloitte, que antevê um aumento de 7% nas vendas mundiais de smartphones em 2025 devido à melhoria dos equipamentos. A consultora estima que mais de um terço (30%) tenha funcionalidades de Inteligência Artificial (IA) generativa, o que capta a atenção dos consumidores.

A subida acontecerá um ritmo superior ao do ano passado (+5%). Ainda assim, nos computadores portáveis, a introdução desta tecnologia será até mais acelerada, com cerca de metade (50%) dos modelos vendidos a terem estas capacidades de processamento modernas, de acordo com o estudo “Technology, Media & Telecommunications (TMT) Predictions” realizado pela Deloitte.

Os autores do relatório consideram que a integração de IA generativa nos telemóveis poderá também ser uma alavanca para a venda de dispositivos premium (gama mais alta dos smartphones, que abrange os dobráveis, entre outros), até porque, segundo um outro estudo anterior da Deloitte, 50% dos consumidores, entre os 24 e os 45 anos de idade, indicaram que considerariam atualizar os seus smartphones antecipadamente para ter acesso a funcionalidades de IA generativa.

“A concretização do impacto das tecnologias emergentes dependerá em larga medida da capacidade do setor para construir pontes, colmatando as lacunas ainda existentes na adoção e utilização destas inovações”, começa por referir Pedro Tavares, partner (sócio) e líder de TMT da Deloitte. “Será necessário ter em conta o equilíbrio dos investimentos já realizados, as capacidades dos agentes de AI, que deverão ganhar maior peso, e a gestão das preocupações em torno da gestão do consumo de energia dos centros de dados”, exemplifica.

Em causa está o facto de a Big Four antecipar que todo este avanço tecnológico vá duplicar o consumo de eletricidade pelos centros de dados globais, para 4%, até 2030.

É que, além da IA, esperam-se outros desenvolvimentos na computação (cloud computing) e no setor das telecomunicações em particular, “que deverão trazer níveis de eficiência sem precedentes, novos modelos de negócio e experiências melhoradas para os consumidores”, de acordo com o especialista no digital.

“Estou convicto de que a forma como coletivamente abordarmos estes desafios irá definir o futuro não só da sociedade atual, mas de todas as gerações que se seguem”, afirma Pedro Tavares.

Dependerá também da capacidade de controlo dos conteúdos gerados por IA para fins maliciosos, como os deepfakes (quando a tecnologia se apodera da imagem ou voz de alguém para transmitir ou recolher informações), que também aumentarão, concluíram os estudiosos.

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Bruxelas propõe que liquidação de venda de ações ou obrigações demore só um dia na UE

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

Maria Luís Albuquerque explica que com esta medida "um novo participante no mercado que venda uma ação ou uma obrigação numa segunda-feira receberá o seu dinheiro na terça-feira".

A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira reduzir de dois para um dia o período de liquidação das transações de valores mobiliários na União Europeia (UE), prevendo que o dinheiro chegue nas 24 horas após a conclusão da transação.

“Estamos a propor uma alteração que pode parecer técnica, mas que terá um impacto importante no sentido de tornar os nossos mercados de capitais mais eficientes. Propomos passar de um ciclo de liquidação T+2 para um ciclo de liquidação T+1 para as transações de valores mobiliários na União, até 11 de outubro de 2027”, anunciou a comissária europeia para os Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque.

Falando em conferência na sede do executivo comunitário, em Bruxelas, a responsável eleita por Portugal exemplificou: “Isso significa que um novo participante no mercado que venda uma ação ou uma obrigação numa segunda-feira receberá o seu dinheiro na terça-feira, no fecho das operações, e o comprador receberá a ação ou a obrigação ao mesmo tempo”.

De acordo com Maria Luís Albuquerque, “o encurtamento do ciclo de liquidação na UE para um dia reduzirá os riscos e os custos e tornará os mercados de capitais mais eficientes, mais líquidos e mais harmonizados, o que constitui mais um passo importante no sentido da União da Poupança e do Investimento”.

A responsável detém também a pasta de uma União de Poupança e Investimento, prevendo-se para meados de março uma comunicação da Comissão Europeia sobre a estratégia a seguir para o concretizar.

De momento, a proposta traduz-se numa alteração legislativa para baixar o ciclo de liquidação dos valores mobiliários – tais como ações ou obrigações executadas em plataformas de negociação da UE – de dois dias úteis para um dia após a realização da negociação. A liquidação é o processo através do qual o comprador recebe o título e o vendedor recebe o dinheiro.

A proposta estabelece o dia 11 de outubro de 2027 como a data adequada para a transição, com Bruxelas a argumentar que estes mais de dois anos darão aos participantes no mercado o tempo necessário para se adaptarem. Entre os benefícios sublinhados pela Comissão Europeia está a melhoria da eficiência devido à redução dos riscos enfrentados pelos compradores e vendedores e a redução da fragmentação dos mercados face a outras jurisdições.

A proposta será agora apresentada ao Parlamento Europeu (eurodeputados) e ao Conselho (países) para apreciação e adoção, com as alterações a entrarem em vigor após acordo dos colegisladores e a publicação no Jornal Oficial da UE. O mercado de valores mobiliários da UE é um sistema regulado onde investidores compram e vendem ativos financeiros.

É supervisionado por entidades nacionais – como a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em Portugal – ou europeias – como o Banco Central Europeu (BCE) e a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) – para garantir proteção aos investidores. A negociação ocorre em bolsas de valores e plataformas digitais.

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Lisboa entre as cidades mais valorizadas no mercado de luxo mundial

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 12 Fevereiro 2025

A capital portuguesa ocupa o 10º lugar entre as cidades onde os preços das casas mais cresceram no último ano, com um aumento de 5,3%, ultrapassando Paris, Londres ou Nova Iorque.

O mercado imobiliário de luxo em Lisboa continua a dar provas de resiliência e atratividade. Lisboa ocupa o 10º lugar entre as cidades onde os preços das casas de alto padrão mais cresceram no ano que passou, com um aumento de 5,3%, superando metrópoles como Paris, Londres, Nova Iorque e até o principado do Mónaco. Os dados são do mais recente Prime Global Cities Index, da consultora internacional Knight Frank, que registou uma valorização média global de 3,2% no segmento prime.

Para Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, parceira da Knight Frank em Portugal desde 2021, “estes dados mostram que o mercado nacional tem sido muito resiliente e atrativo, e continua a estar na mira dos investidores internacionais, o que é muito positivo para o setor e para a dinâmica da economia nacional.”

As cidades onde o luxo mais se valoriza
No topo do ranking das 44 cidades analisadas pelo relatório da Knight Frank, Seul destaca-se como a cidade com maior crescimento, registando uma impressionante valorização anual de 18,4%. Manila (17,9%) e Dubai (16,9%) ocupam o segundo e terceiro lugar, respetivamente. Tóquio (12,7%) e Nairobi (8,3%) fecham o top 5.

Em termos gerais, 34 das 44 cidades registaram crescimento nos preços das propriedades de luxo, enquanto apenas nove apresentaram ligeiras descidas. O estudo destaca que, após anos de volatilidade, os mercados da América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico estão a estabilizar, com taxas de crescimento mais equilibradas em torno da média global de 3,2%.

Perspetivas para 2025: um mercado ainda em alta?
Apesar dos desafios impostos pela inflação nas economias desenvolvidas, o setor imobiliário de luxo mantém-se otimista. Liam Bailey, global head of research da Knight Frank, acredita que “o caminho para taxas mais baixas tornou-se mais complexo nos últimos meses, mas com a expectativa de novos cortes em 2025, este será um fator determinante para desbloquear um maior crescimento nos preços das casas de luxo este ano.”

Lisboa continua, assim, a afirmar-se como um dos mercados imobiliários de luxo mais procurados, consolidando o seu estatuto de destino privilegiado para investidores de alto perfil. Num cenário global em constante transformação, a capital portuguesa segue a tendência de valorização e mantém-se no radar dos grandes compradores internacionais.

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