Hospitais a meio gás, telecomunicações em baixo, aviões na pista. Como o apagão parou o país

Falha de energia deixou os hospitais a meio gás, os aviões na pista e o país sem telecomunicações. Portugueses correram aos supermercados e postos de combustível.

O apagão energético que deixou Portugal “às escuras” esta segunda-feira provocou várias perturbações de Norte a Sul do país, mostrando quão dependentes estamos da eletricidade. Das telecomunicações aos hospitais e transportes, vários serviços ficaram a meio gás e outros suspensos.

A falha energética que se começou a sentir por volta das 11h30 afetou severamente as telecomunicações com as três principais operadoras de telecomunicações do país a ativarem planos de contingência para responderem ao apagão. Levantar dinheiro ou um simples pagamento por MB Way tornou-se uma tarefa impossível, apesar da rede da SIBS continuar operacional.

A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) pediu aos passageiros para não se dirigirem ao aeroporto. No Humberto Delgado, centenas de voos foram cancelados e vários desviados com milhares de pessoas a serem obrigadas a ficar no exterior. Os aeroportos do Porto e Faro tiveram constrangimentos, mas menores. O regulador autorizou, mais tarde, a realização de voos noturnos.

Na Invicta, a circulação do Metro do Porto parou, enquanto a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) manteve a operação em pleno funcionamento, à exceção dos elétricos históricos que pararam. Em Lisboa, o Metropolitano de Lisboa fechou e o serviço de autocarros da Carris funcionou com alguns constrangimentos, à exceção dos elétricos e ascensores que ficaram temporariamente suspensos. A circulação ferroviária, já com fortes perturbações devido à greve, foi interrompida.

Vários postos de combustível condicionaram o abastecimento e a imprevisibilidade originou longas filas nos postos de combustível em todo o país.

Nos hospitais públicos e privados foram suspensas consultas e cirurgias programadas, mas os geradores permitiram manter os serviços mínimos. Para garantir o fornecimento de combustível, foi acionado um plano com escoltas da GNR para infraestruturas críticas, como as unidades de saúde.

As universidades suspenderam as aulas e várias escolas e creches fecharam. Em resposta ao ECO, o ministério da educação disse que a “competência para avaliar e decidir sobre as condições de funcionamento de cada um dos estabelecimentos de educação e ensino é dos diretores(as), sendo que a prioridade absoluta é a segurança das crianças/alunos(as)”.

Montenegro disse esta segunda-feira à noite, a partir da residência oficial, em São Bento, que as “escolas poderão reabrir terça-feira se não houver mais perturbações”.

O apagão levou os portugueses a saírem mais cedo dos empregos e a correrem aos supermercados que não encerraram as portas. Água, velas e enlatados esgotaram nas prateleiras. “Voltámos ao tempo da pandemia em que o retalho alimentar teve de responder a um pico de procura e de tensão”, disse Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED. Alguns supermercados optaram por fechar portas devido à falha de energia.

O apagão impediu ainda restaurantes e alojamentos turísticos de operar enquanto outros optaram por funcionar apenas parcialmente.

No plano político, a pré-campanha emudeceu e o debate sobre as legislativas entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos que estava previsto para esta segunda-feira à noite foi adiado para data ainda desconhecida.

Após horas de caos, “energia já foi restabelecida”

“A energia já foi restabelecida”, afirmou o primeiro-ministro ao país pelas 21h20, interrompendo o Conselho de Ministros. O Governo “está reunido de forma permanente desde as 13 horas, em modo de gestão de crise e assim continuará”, afirmou Montenegro, destacando que “o Conselho de Ministros decretou a situação de crise energética, o que possibilitou durante todo o dia que fossem tomadas medidas de afetação prioritária de afetação de fornecimentos a serviços prioritários e respetiva operacionalização”.

 

O primeiro-ministro afirmou que o apagão generalizado que paralisou o país “teve origem fora” do território nacional, “muito provavelmente em Espanha”. O primeiro-ministro explicou que, embora as causas ainda não estejam totalmente esclarecidas, o principal cenário em cima da mesa é que a origem tenha estado num “aumento abrupto na rede espanhola”. “Foi um aumento que fez disparar os mecanismos de segurança”, disse.

Ao final da tarde e durante a noite vários distritos do país (Coimbra, Porto, Guarda, Santarém e Lisboa) viram o fornecimento de energia reposto. Por volta das 23h, cerca de 4,6 milhões de clientes já estavam ligados à rede, de acordo com a REN – Redes Energéticas Nacionais.

Depois do apagão que teve início por volta das 11h30, a energia começou a regressar por volta das 17h30 a Abrantes, Águeda e Vila Nova de Gaia. O Sistema de Segurança Interna (SSI) avançou que a reposição de energia elétrica no país está a ser feita “de forma faseada e segura para evitar novos desequilíbrios no sistema”.

O restabelecimento de eletricidade foi sendo festejado de forma efusiva à medida que de bairro em bairro, freguesia em freguesia, a luz voltava. As causas exatas que originaram o apagão continuam por explicar. A hipótese de um ciberataque tem sido descartada.

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Generali Tranquilidade tem mais de 40 vagas abertas para estágios

  • ECO Seguros
  • 29 Abril 2025

Os programas de estágio com duração de um ano arrancam em outubro deste ano. Aquele que se destina aos alunos de licenciatura ou do primeiro ano de mestrado decorre nos meses de julho e agosto.

A Generali Tranquilidade anunciou que estão mais de 40 vagas com candidaturas abertas para diferentes programas de estágio na seguradora. A edição deste ano traz uma novidade: o programa DataLab.

O novo programa servirá para integrar jovens em áreas de crescente importância para o negócio segurador, “utilizando os dados como pilares para a tomada de decisão”, indica a empresa em comunicado. O DataLab procura finalistas de licenciatura ou mestrado nas áreas de data science, matemática aplicada, analise e gestão de informação ou similares.

Já o programa Rocket promete “dar boost à carreira” dos recém-licenciados e estudantes de mestrado em gestão, contabilidade, economia, matemática, data science, engenharias, marketing, recursos humanos, direito, comunicação ou similares. Neste programa, os jovens são enquadrados em várias áreas de apoio ao negócio e poderão participar em projetos multidisciplinares em toda a organização.

Para o programa Xpert procuram-se jovens com formação técnico-profissional em áreas específicas do negócio segurador como em seguros, operações, sinistros, comercial e vendas, negociação comercial, sistemas de informação, cibersegurança ou similares. Este programa dá ao “jovens oportunidade de especialização” no setor, refere a Generali Tranquilidade.

Todos os programas de estágio anteriormente mencionados têm duração de um ano e arrancam em outubro deste ano.

Por fim, o programa Wave decorre nos meses de julho e agosto deste ano e destina-se a alunos a de licenciatura ou do primeiro ano de mestrado nas áreas de gestão, matemática, engenharias, direito, recursos humanos, comunicação ou similares. O programa pretender oferecer aos alunos a possibilidade de “aliar o conhecimento académico e a prática”

Para mais informações e candidaturas, aqui.

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Portugal está em “situação de crise energética”. O que significa?

Objetivo é “garantir os abastecimentos energéticos essenciais ao funcionamento dos serviços essenciais de interesse público e das necessidades fundamentais da população”. Dura até dia 30.

O primeiro-ministro declarou esta segunda-feira “situação de crise energética” na sequência do apagão que mergulhou o país numa situação inédita. Mas que consequências tem esta espécie de estado de emergência na área da energia?

O objetivo da medida é “garantir os abastecimentos energéticos essenciais ao funcionamento dos serviços essenciais de interesse público e das necessidades fundamentais da população”, como se pode ler na Resolução do Conselho de Ministros publicada esta segunda-feira.

Assim o Governo pode “tomar as medidas excecionais adequadas a assegurar a gradual e programada reposição da normalidade do abastecimento”, até às 23h59 de dia 29 de abril, em todo o território continental. Mas, se o Governo assim o entender, as medidas de caráter excecional podem ser revistas, prorrogadas ou reforçadas se a evolução da situação assim o justificar. Por exemplo, se o fornecimento de energia elétrica não for restabelecido com a rapidez necessária e perdurar para além do período de vigência da declaração de crise energética, ou se houver uma alteração das circunstâncias que a justificam.

Ao declarar a situação de crise energética o Governo pode adotar medidas excecionais, de natureza voluntária ou compulsiva para atenuar o desequilíbrio entre a oferta e a procura de energia; para otimizar a distribuição dos recursos energéticos disponíveis; e outras medidas complementares. Sendo que é a ministra do Ambiente que caberá aplicar estas medidas.

“No diploma legal que a enquadra e regula, a definição da situação de crise energética assenta na ocorrência de dificuldades que perturbem gravemente o funcionamento do mercado, obrigando à aplicação de medidas de exceção destinadas a garantir os abastecimentos de energia essenciais à defesa do País, ao funcionamento do Estado e dos setores prioritários da economia, bem como à satisfação das necessidades fundamentais da população. Neste conceito integram-se situações que possam ocorrer dentro ou fora do país, no sistema de aprovisionamento ou nos sistemas logísticos ou de abastecimento”, explica a advogada Mónica Carneiro Pacheco, sócia de Energia & Alterações Climáticas da CMS Portugal. “No caso concreto, a Resolução de Conselho de Ministros (RCM) que declarou a crise energética prevê a possibilidade de adoção de todos os tipos de medidas previstos na lei, isto é, medidas para atenuar o desequilíbrio entre a oferta e a procura de energia, medidas para otimizar a distribuição dos recursos energéticos disponíveis e medidas complementares que têm por objetivo assegurar a eficácia das medidas adotadas, designadamente através da fiscalização e controlo extraordinários. A RCM autoriza a Ministra do Ambiente e Energia a aplicar as diversas medidas que cabem nos referidos tipos e que podem incluir: a redução da procura e o aumento da oferta de energia, o condicionamento dos fornecimentos de energia aos consumidores, a partilha dos recursos entre os operadores, a nível nacional, a partilha dos recursos a nível internacional, em cumprimento de decisões de organismos que vinculem o Estado Português”, sublinha.

No caso concreto, a Resolução de Conselho de Ministros (RCM) que declarou a crise energética prevê a possibilidade de adoção de todos os tipos de medidas previstos na lei, isto é, medidas para atenuar o desequilíbrio entre a oferta e a procura de energia, medidas para otimizar a distribuição dos recursos energéticos disponíveis e medidas complementares que têm por objetivo assegurar a eficácia das medidas adotadas, designadamente através da fiscalização e controlo extraordinários”

Mónica Carneiro Pacheco, advogada e sócia da CMS Portugal

A advogada diz ainda que “de notar que a RCM além da declaração de crise energética determina que sejam acautelados os níveis de combustível nos postos de abastecimento da rede Energética de Postos de Abastecimento (REPA), que corresponde a uma rede especial de postos de abastecimento destinadas a assegurar o abastecimento de combustíveis às entidades que, por motivos sociais e económicos ou de segurança, são definidas como prioritárias. A REPA é, ela própria, uma medida de apoio à implementação das medidas restritivas a que nos referimos acima”, concluiu.

Desde as 14h00 de segunda-feira que passam a estar acautelados os níveis de combustível nos postos de abastecimento integrados na Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA), uma rede especial destinada a assegurar o abastecimento de combustíveis às entidades que, por motivos sociais, económicos ou de segurança, são definidas como prioritárias.

Estes postos têm prioridade de abastecimento sobre os restantes e podem pedir a presença de elementos das forças de segurança.

postos que estão exclusivamente dedicados a esta rede, e que têm de estar “inequivocamente assinalados como tal”, e outros que não sendo exclusivos também podem abastecer o público em geral, mas têm de reservar combustível para as entidades prioritárias.

Esta reserva consiste em dez mil litros de gasóleo, ou 20% da sua capacidade de armazenagem de gasóleo, no caso de essa capacidade de armazenagem ser inferior a 50 mil litros; quatro mil litros de gasolina, ou a totalidade da capacidade de armazenagem se esta for inferior; e dois mil litros de GPL-auto, ou 20% da sua capacidade de armazenagem de GPL-auto, no caso de essa armazenagem ser inferior a dez mil litros.

O Governo determinou ainda quem tem direito a aceder a esta rede especial, ou seja, quem é considerado como entidades prioritárias. A lista vai desde as Forças Armadas, a Guarda Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, a Polícia Judiciária, a Autoridade Marítima Nacional e os órgãos do Sistema da Autoridade Aeronáutica, passando pelos serviços e agentes de proteção civil, os serviços prisionais e as infraestruturas de justiça e pelos serviços de emergência médica, hospitais e unidades de saúde, e serviços de transporte de medicamentos e dispositivos médicos.

Mas nesta situação especial as entidades públicas ou privadas que prestam serviços públicos essenciais na área da energia, comunicações eletrónicas, serviços postais, água para consumo humano, águas residuais, recolha de resíduos e limpeza urbana, transporte público de passageiros.

A Resolução de Conselho de Ministros detalha ainda todos os veículos equiparados a entidades prioritárias – por exemplo veículos de IPSS destinados ao apoio domiciliário; carros funerários ou veículos destinados ao transporte de valores – e sublinha que a desobediência e a resistência às ordens legítimas das entidades competentes sobre aplicações das medidas adotadas são alvo de sanções.

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Montenegro já tira lições para o futuro. É preciso reforçar “interligações com a Europa” e “mecanismos de segurança mais desenvolvidos”

Primeiro-ministro apelou a moderação do consumo dos portugueses nas próximas horas. Apagão terá tido origem em Espanha e aponta duas reflexões sobre o episódio.

Teremos de cuidar, no futuro, de ter mecanismos de segurança mais desenvolvidos para poder evitar que um evento destes possa ocorrer com este impacto“. A frase é do primeiro-ministro, Luís Montenegro, na comunicação ao país esta segunda-feira à noite, depois de um dia em que o país esteve, a par de Espanha, paralisado devido a um apagão e já sinaliza lições que o Governo está a tirar para o futuro.

Em declarações a partir da residência oficial, em São Bento, Luís Montenegro adiantou que o Executivo já está “a trabalhar, designadamente com a REN, para reforçar a capacidade de prevenção e resiliência, de forma a evitar a repetição de ocorrências como esta”.

O primeiro-ministro explicou que, embora as causas ainda não estejam totalmente esclarecidas, o principal cenário em cima da mesa é que a origem tenha estado num “aumento abrupto na rede espanhola”. “Foi aumento que fez disparar os mecanismos de segurança”, disse.

Vamos serenamente avaliar com as autoridades espanholas aquilo que aconteceu e tentarmos projetar no futuro melhores instrumentos de resposta para evitar a repetição desta ocorrência“, garantiu.

Montenegro considerou que o apagão teria existido caso Portugal estivesse a importar energia de Espanha ou não. “A questão que nos conduziu a esta situação não é uma questão de autonomia. Temos capacidade para produzir e distribuir energia, mas temos uma ligação com Espanha. No caso concreto em que este evento aconteceu, é verdade que por razões financeiras estávamos a importar energia de Espanha, porque estava a um preço mais competitivo, mas mesmo que assim não fosse, fruto dessa ligação, o apagão em Espanha teria provocado o mesmo apagão em Portugal“, argumentou.

No entanto, o primeiro-ministro reconheceu que há reflexões sobre o episódio que se podem fazer. A primeira passa pelo reforço dos mecanismos de segurança, em conjunto com os parceiros de Portugal. A segunda é que Portugal está dependente apenas de um país numa situação de constrangimento.

Ao contrário de Espanha, que teve a ajuda das outras ligações que tem, nomeadamente com França e Marrocos, nós estamos dependentes numa situação de constrangimentos da ligação que temos a Espanha. É verdade que a circunstância de Espanha ter, nomeadamente com a Europa, limitações de interligação também afeta a capacidade de fornecimento de Portugal”, apontou.

O chefe do Executivo sublinhou que “há muito tempo” que Portugal “luta na UE pelo reforço das interligações com a Europa” para ter “maior autonomia, quer para receber, quer para vender energia”.

Luís MontenegroLusa

As declarações de Montenegro ocorreram depois de o Conselho de Ministros ter estado reunido desde o final da manhã, devido à falha de eletricidade que afetou Portugal Continental desde cerca das 11h30 horas. Com o apagão, o país paralisou, com diversos serviços encerrados, hospitais a meio gás, semáforos desligados e o aeroporto encerrado.

O líder do Executivo assinalou que o Executivo está a trabalhar com a REN para “todos os cuidados”. “Sabemos que a vontade voluntarista de ser rápido pode levar a que tenhamos demasiada capacidade atribuída de repente e que isso possa provocar a queda no abastecimento“, realçou, salientando que é necessário “calibrar a ligação com o consumidor final” e que “equilíbrio na reposição.”

“Estamos confiantes que o restabelecimento do fornecimento poderá dar uma situação de normalidade no dia de amanhã [terça-feira]”, acredita Montenegro, apelando porém a moderação nos consumos. “Reitero que todos façamos um esforço de moderação nos consumos que de alguma maneira estejam relacionados com a eletricidade e que sejamos prudentes face à desinformação que está em curso, devendo apenas seguir as orientações transmitidas pelas autoridades”, disse.

“Estamos a salvaguardar fornecimentos nos próximos dias e não prevemos que haja constrangimentos“, garantiu, acreditando que a normalidade regressará à distribuição de bens essenciais, medicamentos ou combustível.

Neste sentido, o primeiro-ministro também considera que, caso não se verifiquem constrangimentos, os estabelecimentos escolares podem abrir. “Não vemos razão para que não possam abrir amanhã numa situação de normalidade se não houver nenhuma perturbação neste processo de reabastecimento”, disse.

Garantiu ainda que o apagão não colocou em causa o funcionamento básico dos hospitais. “Houve efetivamente situações dramáticas, mas que não tiveram a ver com o fornecimento de energia”, disse. No entanto, reconheceu que foi preciso gerir “situações com alguma perturbação com a dificuldade de trânsito, a dificuldade de gestão operacional”.

“A situação que se viveu nos hospitais, confesso que foi mais difícil de gerir. Com a falta de fornecimento elétrico foram acionados os geradores, alimentados a combustível, só que o combustível vai-se consumindo e é preciso alimentar novamente os depósitos para continuar a ter os geradores operacionais”, detalhou, acrescentando que “a cadeia de abastecimento de combustíveis estava a colapsar e foi preciso fazer uma gestão muito rigorosa”.

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Sistema elétrico foi abaixo após oscilações de tensão. Como a REN está a restabelecer a energia

REN destaca que o apagão no país ocorreu após oscilações no sistema espanhol. A empresa está centrada em restabelecer os consumos prioritários e espera que o país amanhã amanheça com eletricidade.

“Não temos qualquer informação de qualquer ataque cibernético; não temos qualquer informação que tenha sido um avião”, disse João Faria Conceição, administrador da REN em conferência de imprensa ao final da tarde desta segunda-feira, em Lisboa, refutando duas teses que, explicou, foi ouvindo ao longo da tarde.

O administrador da REN salientou que a empresa ainda não conseguiu “com toda a certeza apurar nenhuma causa concreta”, mas admitiu que a falha em território nacional ocorreu momentos depois de uma “grande oscilação de tensões verificada na rede espanhola”.

O responsável da REN detalhou que o sistema elétrico português estava num momento de importação de energia quando o episódio ocorreu. “Pode ter havido uma oscilação muito grande de tensão no sistema espanhol que se propagou para o sistema português, porque os sistemas estão interligados”. “É equivalente a um disjuntor no quadro elétrico. Ocorreu um desequilíbrio total entre consumo e produção. Quando ocorre desequilíbrio o sistema vem todo abaixo”, acrescentou.

João Faria Conceição sublinhou, contudo, que a “preocupação” da empresa “neste momento não é apurar as causas, isso é na fase” posterior. “A nossa prioridade é retomar os consumos”, vincou.

Para já, está focada em “abastecer os consumos prioritários: hospitais, forças segurança, abastecimento água, transportes”.

João Faria Conceição garantiu que em tudo o que “depender da REN” o país “pode acordar amanhã com eletricidade”, assinalando que atualmente existem cerca de 300 mil pessoas já com acesso a energia.

Como a REN está a repor a eletricidade

O administrador da empresa responsável pela rede de energia de alta tensão explicou que nestes casos é usado o black-start, que permite de forma gradual ir acrescentando consumos e produção na rede. A Central da Tapada do Outeiro, usada neste sistema de black-start, permitiu já começar a restabelecer a eletricidade na região do Grande Porto.

Estamos em estreito contacto com todos os produtores para ir, em paralelo, colocando as centrais de produção de uma forma totalmente controlada, mas cuidada e progressiva, para garantir que esta resposta vai sendo sustentada e não corremos o risco de deitar tudo a perder a qualquer momento

João Faria Conceição

Administrador da REN

“O que é fundamental é que não demos um passo em falso”, disse, salientando: “estamos em estreito contacto com todos os produtores para ir, em paralelo, colocando as centrais de produção de uma forma totalmente controlada, mas cuidada e progressiva, para garantir que esta resposta vai sendo sustentada e não corremos o risco de deitar tudo a perder a qualquer momento”. Nova oscilação brusca poderia fazer voltar “tudo para trás”, assegura.

Dando nota de que a energia começou a ser restabelecida em algumas localidades, o administrador da REN adiantou ainda que existe a expectativa que o grande consumo seja estabilizado no Porto antes das 21 horas, enquanto a capital terá de aguardar mais tempo: “a nossa expectativa é que Lisboa possa esta ligada, pelo menos no que diz respeito aos consumos mais prioritários no espaço de cinco a seis horas”. Uma previsão que aponta para um período a partir da meia-noite.

O responsável detalhou que a solução da empresa para recuperar a energia na Grande Lisboa está a ser feita através da segunda central que presta o serviço de black-start , a de Castelo do Bode, e de Espanha.

“Temos de ir fazendo este jogo de arranques centrais, colocando algum consumo, de forma a podermos chegar de forma mais robusta e sustentada à zona da Grande Lisboa e evitar que Lisboa não provoque nova baixa”, explicou.

No Porto, Coimbra ou Santarém já existem freguesias com energia, de acordo com a Lusa.

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BCE vai avaliar consequências de apagão para bancos da Península Ibérica

  • Lusa
  • 28 Abril 2025

"Vamos analisar as potenciais consequências do apagão para podermos apresentar um relatório ao Parlamento Europeu", afirmou o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos.

O vice-presidente Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, defendeu hoje uma análise às possíveis consequências do apagão elétrico, que afetou Espanha, Portugal e parte do sul da França, para o sistema bancário europeu, para evitar perturbações futuras.

“É claro que vamos analisar as potenciais consequências do apagão para podermos apresentar um relatório ao Parlamento [Europeu], porque penso que temos de aprender com este tipo de perturbações para o futuro”, disse Luis de Guindos, no edifício desta instituição europeia em Bruxelas.

Numa audição na comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, Luis de Guindos foi questionado se este corte maciço no abastecimento elétrico poderia afetar a rede de bancos centrais da zona euro ou infraestruturas como o sistema SWIFT para transferências bancárias e se Frankfurt está preparado para lidar com este tipo de situação.

O responsável vincou que esta ocorrência é “uma manifestação das perturbações que podem ocorrer no futuro”, tendo em conta as interligações energéticas entre os países da União Europeia, como foi o caso de Espanha e Portugal e, por arrasto, parte do sul de França.

A informação surge pouco depois de a Comissão Europeia ter indicado estar em contacto com as autoridades de Portugal e Espanha e com a rede europeia de operadores para compreender a causa e o impacto do corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica.

“Estamos em contacto com as autoridades nacionais de Portugal e Espanha, bem como com a ENTSO-E [Rede Europeia dos Operadores das Redes de Transporte de Eletricidade] para compreender a causa subjacente e o impacto da situação”, disse fonte oficial do executivo comunitário à agência Lusa.

“A Comissão continuará a acompanhar a situação e a certificar-se de que a troca de informações entre todas as partes relevantes se processa sem problemas”, adiantou a mesma fonte oficial.

Bruxelas lembrou ainda existirem “protocolos para restabelecer o funcionamento do sistema”, como previsto na legislação comunitária referente às redes de emergência e restabelecimento.

Entretanto, a vice-presidente executiva da Comissão Europeia Teresa Ribera disse não existirem para já provas de ciberataque no corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica, falando porém numa “das maiores falhas no sistema” na União Europeia.

Esta manhã, pelas 11:30 de Lisboa, várias cidades de norte a sul de Portugal foram alvo de uma falha de eletricidade, ainda não reposta e que também afetou países como Espanha e França.

Estão a ser ativados planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.

Nesta audição, Luis de Guindos defendeu ainda uma monitorização à situação dos mercados financeiros uma vez tensões comerciais, nomeadamente após anúncio de pesadas tarifas por parte dos Estados Unidos, podem levar a ajustes “desordenados” nos mercados ou a um maior risco de crédito para as instituições.

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Fidelidade ativa plano de emergência devido à interrupção de energia

A seguradora recomendou a utilização das suas aplicações para comunicações urgentes e pediu que os clientes adiassem fazer solicitações de serviços não urgentes.

A Fidelidade ativou plano de emergência e plano de continuidade de negócio para assegurar “a operacionalidade dos serviços essenciais” face aos cortes generalizados de eletricidade que afetaram várias zonas do país esta segunda-feira.

Segundo avançou em comunicado, perante a falha de energia as aplicações móveis continuaram a funcionar e foram até “o meio de contacto preferencial” para os clientes.

“Sempre que possível, recomendamos a utilização das nossas APPs para pedidos de assistência ou outras comunicações urgentes”, indicou a Fidelidade.

“Em alternativa, para situações de importância vital, disponibilizamos também o número de telefone 217.948.800 como linha prioritária de atendimento”, informa a seguradora.

A empresa pediu para os clientes adiarem fazer solicitações de serviços não urgentes (como peritagens, reparações domiciliárias e consultas médicas) até que a situação da energia elétrica estivesse normalizada.

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Condicionamento do aeroporto de Lisboa deixa milhares na rua

  • Lusa
  • 28 Abril 2025

O condicionamento do aeroporto de Lisboa, no seguimento de um apagão que afetou Portugal e outros países europeus, deixou milhares de pessoas no exterior, não podendo entrar ninguém.

O condicionamento do aeroporto de Lisboa, no seguimento de um apagão que afetou Portugal e outros países europeus, deixou esta segunda-feira milhares de pessoas no exterior, não podendo entrar ninguém. No exterior do Aeroporto Humberto Delgado, eram milhares as pessoas que esperavam junto ao terminal 1, perto de uma estação de metro encerrada e a uma zona rodoviária entupida.

Fonte policial no terreno explicou à Lusa que o acesso ao interior aeroporto está vedado, exceto para os passageiros de voos que vão aterrando e para situações de emergência. No interior da zona de partidas do Terminal 1, encontravam-se algumas dezenas de pessoas, que entraram ainda antes do apagão energético e que estão à espera dos seus voos. Um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) detalhou que quem já entrou e fez o check-in deverá partir nos seus voos, mesmo sem a reposição da rede.

David, polaco, tinha voo marcado para o seu país por volta das 15:00, mas quando chegou ao aeroporto deparou-se com a proibição de entrar. Também Gonçalo, português, deveria partir para Barcelona, mas o encerramento do aeroporto deixou-o em terra. “Ao sairmos de casa, apercebemo-nos que já não havia eletricidade, o trânsito já estava um caos”, apontou.

Ana faz parte de um grupo de quatro pais que tinha voo marcado para a República Dominicana, juntamente com quatro crianças pequenas. “Tínhamos viagem marcada para as 14:30, chegamos por volta das 12:00, quando tudo começou a fechar, e acabamos por ficar na Rotunda do Relógio, que estava um caos“, disse. Enquanto falava com a Lusa, as crianças, entretinham-se com o material disponível. “Como íamos ter um voo de oito horas, viemos apetrechados com muito entretenimento, que agora já estamos a usar”, brincou.

Apesar de vários funcionários do aeroporto estarem a distribuir água – a maioria a crianças – há uma queixa transversal a todos os passageiros: não receberam informações quer do aeroporto, quer das companhias aéreas em que viajavam.

Perto da saída para o Terminal 2, um grupo de mulheres irlandesas explicou que também viu o seu voo ser cancelado. Lauren explicou que o seu grupo iria seguir em três voos diferentes: dois para a Irlanda e um para França. Lauren registou que falharam a entrada no Terminal 2 por pouco, uma vez que as suas amigas do outro voo para Dublin entraram no edifício. “Viemos para uma despedida de solteira com umas amigas e agora íamos voltar”, registou, acrescentando, em tom de brincadeira que “até gostava de ficar mais um dia”.

A REN — Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.

O apagão registou-se às 11h30 de Lisboa.

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Meo, Vodafone e Nos com perturbações na rede e avançam com plano de contingência

  • ECO
  • 28 Abril 2025

As três principais operadoras de telecomunicações do país ativaram planos de contingência para responderem ao apagão.

As três principais operadoras de telecomunicações do país ativaram planos de contingência para responderem ao apagão que atingiu a Península Ibérica e parte de França no final desta manhã de segunda-feira, e que ainda não tem previsão para ser ultrapassado.

“A Meo confirma que, devido à falta de energia elétrica sentida em Portugal Continental, os seus serviços se encontram temporariamente com perturbações”, adianta fonte oficial da operadora ao ECO. “Ativamos de imediato o nosso Plano de Contingência, unindo todos os esforços, de forma a garantir a maior estabilidade possível dos serviços“, diz a mesma fonte.

“A Vodafone confirma a existência de perturbações na sua rede decorrentes da falta generalizada de energia elétrica verificada na manhã desta segunda-feira. Nessa sequência, os mecanismos para garantir a continuidade da operação foram desencadeados, tal como previsto”, refere fonte oficial da operadora. “Caso o período de reposição da energia se prolongue excessivamente, é expectável que ocorra deterioração da capacidade das nossas redes”, alerta.

Finalmente, a Nos está igualmente a sentir o impacto da falha de energia a nível nacional, com o apagão a “afetar os serviços fixos e móveis nalgumas zonas do país”, adianta fonte oficial ao ECO. “Dependendo da duração da falha de energia, este impacto poderá ser generalizado a todos os serviços, em todo o País”, destaca. “A Nos ativou imediatamente o plano de contingência e as equipas técnicas da Nos estão a acompanhar a situação de forma a garantir estabilidade dos serviços durante esta fase e também no processo de recuperação“, refere a mesma fonte.

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Debate entre Montenegro e Pedro Nuno adiado

Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos tinham marcado para esta segunda-feira o debate televisivo Maia importante desta pré-campanha.

O debate sobre as legislativas entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos previsto para esta noite foi adiado. O frente-a-frente iria ser transmitido em simultâneo na SIC, RTP e TVI, mas foi adiado para data ainda a definir. A decisão foi consensual.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, tinha proposto ao primeiro-ministro e às televisões o adiamento do debate entre os dois tendo em conta as circunstâncias que o país vive com o apagão, adiantou à Lusa fonte oficial socialista.

“O secretário-geral do PS, atendendo as circunstâncias que o país vive, já propôs o adiamento do debate tanto ao primeiro-ministro como às televisões”, disse a mesma fonte.

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Lucro da RTP encolhe para 341 mil euros em 2024

Há 15 anos consecutivos que a RTP tem apresentado resultados positivos. Em 2024, os lucros recuaram para 341 mil euros, em comparação com os 2,5 milhões do ano anterior.

A RTP fechou 2024 com resultados líquidos positivos pelo décimo quinto ano consecutivo, no valor de 341 mil euros. Em 2023 o lucro tinha sido de 2,5 milhões.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de 5,5 milhões de euros, contra os 17,7 milhões registados no ano anterior.

Os resultados foram avançados esta segunda-feira Nicolau Santos, presidente da RTP, na inauguração do novo estúdio da Praça da Alegria, projeto que se enquadra nas obras de requalificação de vários espaços do Centro de Produção do Norte.

O ano passado, o canal, que emprega 1.823 pessoas, investiu 6,8 milhões de euros.A empresa precisa de resultados equilibrados, mas precisa sobretudo de investimento para a máquina continuar a funcionar”, afirma o presidente da RTP, na apresentação dos resultados.

A RTP vai investir 19 milhões de euros no período de dois anos que visa “o rejuvenescimento e modernização e a inovação que a empresa precisa para se preparar para uma fase, com a qual já estamos confrontados em todos os setor do media, que uma aceleração muito grande e uma mudança de paradigma em termos de funcionamento”, afirma o presidente da RTP.

Soube-se também esta segunda-feira que foram mais de 130 os trabalhadores que se candidataram ao plano de saídas voluntárias da RTP na primeira fase, número que ficou acima do previsto. As candidaturas terminaram a 18 de abril e têm um custo previsto para esta fase na ordem dos 5,5 milhões de euros. O teto máximo de saídas nesta primeira fase é de 115 trabalhadores.

“Tivermos uma adesão bastante significa”, refere Nicolau Santos, destacando que “não têm capacidade financeira para negociar todas as saídas”. Uma segunda fase de saídas voluntárias está prevista para o final do ano, mas dependerá de financiamento.

No início de março a estação celebrou com o Governo um novo contrato de concessão do serviço público de media. O documento autoriza a administração da RTP a proceder ao lançamento e ao encerramento de serviços de programas televisivos e radiofónicos mas, acolhendo os pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e do Conselho Geral Independente, prevê o parecer prévio, mas não vinculativo do Conselho de Opinião.

Em relação à publicidade, manteve-se a recomendação de que a RTP1 “deve ser tendencialmente” não financiada por publicidade televisiva comercial, “não podendo esta, em qualquer circunstância, exceder 12 minutos em cada período de 2 horas”. Ou seja, em vez dos anteriores seis minutos por hora, a estação mantém os 12 minutos para o espaço de duas horas, mas com liberdade para os distribuir de outra forma.

O novo contrato de concessão do serviço público de media é encarado como um “sinal de confiança” em quem gere a RTP, segundo disse Pedro Duarte, ministro com a tutela da comunicação social, na cerimónia de assinatura do contrato. O ministro dos Assuntos Parlamentares defendeu que para haver independência na informação e programação, “é importante que também haja independência nos próprios meios de gestão, recursos alocados e na capacidade da empresa se organizar de uma determinada maneira”.

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NOVA abre inscrições para “Academia de Empreendedorismo”

Desde a sua primeira edição, em 2022, a "Academia de Empreendedorismo" já atraiu mais de 11 mil inscritos de cerca de 35 países. O curso online é gratuito.

Universidade NOVA de Lisboa abriu até setembro as inscrições para “Academia de Empreendedorismo, curso online e gratuito, acessível a todos os interessados em “desenvolver competências essenciais de gestão, inovação e criação de negócios”. Esta iniciativa é cofinanciada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Na quarta edição, o curso online de curta duração é estruturado em seis módulos, os participantes “poderão aprender ao seu próprio ritmo, explorando temas fundamentais como a elaboração de um plano de negócios e um pitch eficaz, a abordagem a clientes e parceiros, a análise de mercado e identificação de oportunidades de financiamento, a proteção de propriedade intelectual, os perfis de equipa e estruturação de projetos, bem como os princípios legais para a criação de uma empresa”.

Ao todo são 18 aulas, ministradas por professores de várias Faculdades da NOVA, cada uma com entre cinco a dez minutos de duração.

Desde a sua primeira edição, em 2022, a “Academia de Empreendedorismo” já atraiu mais de 11 mil inscritos de cerca de 35 países.

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