Hoje nas notícias: água, Inapa e certificados de aforro

  • ECO
  • 23 Outubro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A empresa responsável pela gestão dos recursos hídricos de Alqueva está a cortar água aos agricultores que excederam os limites de dotação atribuída para o ano agrícola em curso. O gestor da insolvência da Inapa, Bruno Costa Pereira, ganha 15 mil euros por mês. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Gestora do Alqueva corta água a agricultores que excedem consumos

A Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA) está a interromper o fornecimento de água a agricultores “que excedam o volume máximo de água atribuído” no ano agrícola em curso, repetindo um procedimento que diz já ter aplicado na campanha de rega de 2023. A gestora dos recursos hídricos de Alqueva comunica “antecipadamente” aos clientes a intenção desse corte, tendo emitido, até ao momento, 27 avisos de “incumprimento”. Os agricultores com cultivo nesta área, por seu lado, consideram que “não faz sentido” cortar a água a quem produz, sugerindo a aposta “no bom uso da água”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Gestor da falência da Inapa ganha 15 mil euros por mês

O administrador da falência da Inapa, Bruno Costa Pereira, ganha 15 mil euros por mês, valor a que acresce o IVA a 23%, “pela administração do estabelecimento em funcionamento, retroagida à data em que se viu declarada a insolvência” — ou seja, desde 1 de agosto –, revela a ata da assembleia de credores da empresa, realizada a 27 de setembro. Bruno Costa Pereira vai ainda receber 30 mil euros por elaborar um plano de insolvência para a rentabilização dos ativos da Inapa apreendidos para a massa insolvente.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Aumento das rendas empurra famílias para o crédito pessoal

A subida das rendas está a levar famílias a recorrer ao crédito pessoal para cobrir custos com a habitação, que, segundo a DECO, assume o maior peso no sobre-endividamento dos portugueses, a par com a alimentação. De acordo com os dados da associação, o número médio de créditos por família subiu de cinco em 2023, para seis este ano. “Temos muitas situações de pessoas que não têm crédito à habitação e que moram em casas arrendadas, mas têm vários créditos que são, muitas vezes, contratados para fazer face às despesas ou até ao pagamento da renda. Servem, na maioria dos casos, para cobrir aquele mês de caução mais o valor da renda”, explica Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Governo espera entrada de 224 milhões nos certificados até final do ano

Embora o Estado tenha “perdido” 171,20 milhões de euros dos certificados de aforro desde o início do ano, o Governo espera fechar 2024 com um saldo anual positivo nestes produtos. Para isso, seria preciso que entrassem, em termos líquidos, 224,11 milhões de euros no último trimestre do ano, o que dá uma média de 74,7 milhões por mês. No entanto, trata-se de um ritmo que não se verifica desde julho do ano passado. O presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia, considera “improvável” conseguir esse valor em três meses.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Câmaras de filmar usadas para punir infrações nas linhas férreas

Depois de um ano em que o número de vítimas mortais (oito) em passagens de nível quase triplicou face a 2022 (três), a Infraestruturas de Portugal (IP) quer reduzir as infrações nestes locais e, por isso, vai recorrer a câmaras de videovigilância para fiscalizar quem infringir as regras de segurança, aplicando multas apenas nos casos em que os infratores sejam automobilistas. Atualmente, existem 810 passagens de nível em Portugal, sendo que a IP quer suprimir 135 interseções e automatizar 218 até 2030.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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ICER afirma que os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente podem redefinir o mercado de trabalho espanhol

  • Servimedia
  • 23 Outubro 2024

ICER salienta que a necessidade crescente de proteger as infra-estruturas críticas e os dados sensíveis aumentou a procura de peritos em em cibersegurança e de pessoal especializado em defesa.

A procura de certas profissões pode mudar drasticamente em Espanha nos próximos anos, com um crescimento significativo em setores como as energias renováveis, a cibersegurança e a logística, enquanto outros setores, como o turismo e a indústria transformadora não essencial, podem sofrer uma contração, segundo o ICER no seu relatório “Europe: Forecasts in the face of a conflict scenario”. Neste contexto, a adaptabilidade e o investimento na aprendizagem ao longo da vida serão fundamentais para permitir que os trabalhadores façam a transição para oportunidades novas e emergentes, garantindo a sua competitividade num mercado de trabalho em mutação.

O ICER prevê um aumento considerável da procura de profissionais especializados em energias renováveis. Engenheiros, técnicos e especialistas em energia solar e eólica serão essenciais à medida que Espanha e outros países europeus procuram alternativas aos combustíveis fósseis para reduzir a sua dependência energética. Este crescimento é impulsionado não só pela necessidade de garantir o fornecimento de energia, mas também pelos objetivos de sustentabilidade e transição ecológica que os governos estão a implementar.

Outro domínio em crescimento é o da defesa e segurança. De acordo com o ICER, a procura de profissionais de segurança privada irá registar um crescimento significativo devido à concentração dos recursos das forças de segurança do Estado na proteção da segurança nacional e às preocupações com as novas ameaças decorrentes de conflitos.

O relatório salienta ainda que os profissionais das tecnologias da informação e da cibersegurança serão fundamentais para garantir a estabilidade das empresas num contexto de aumento dos ciberataques. Os especialistas na proteção dos sistemas de informação e no desenvolvimento de soluções tecnológicas seguras terão mais oportunidades de emprego, dado o aumento das ciberameaças e a necessidade de otimizar as infra-estruturas digitais.

O ICER salienta que os trabalhadores especializados em áreas como o desenvolvimento de software, a análise de dados e a gestão da cibersegurança serão essenciais para as empresas se protegerem e se adaptarem a um ambiente económico volátil. O investimento em formação e certificações em cibersegurança será fundamental para satisfazer a procura neste setor.

A logística e a gestão da cadeia de abastecimento também registarão um aumento da procura de especialistas, de acordo com o ICER. À medida que as empresas enfrentam desafios como a escassez de materiais e a perturbação das rotas comerciais, serão necessários especialistas capazes de desenvolver estratégias de resiliência logística. Este setor necessitará tanto de gestores de operações logísticas como de técnicos de otimização da cadeia de abastecimento, que terão de se adaptar a novos cenários geopolíticos e restrições comerciais. O ICER sublinha que as empresas que investirem em profissionais com competências em gestão de crises e otimização logística estarão mais bem preparadas para lidar com as perturbações do mercado.

Por outro lado, o relatório alerta para o facto de alguns setores tradicionais, como o turismo e a hotelaria, poderem sofrer uma redução significativa da procura de mão de obra. Os guias turísticos, o pessoal de hotelaria e restauração e os operadores de eventos poderão registar uma diminuição das contratações devido à queda do turismo internacional e ao aumento dos serviços relacionados com a energia.

O setor da indústria transformadora não essencial, especialmente os que dependem das cadeias de abastecimento internacionais, também sofrerá com a perturbação do comércio mundial. A menor disponibilidade de materiais essenciais afetará diretamente a produção, levando a uma menor procura de trabalhadores em fábricas que não estão alinhadas com setores estratégicos.

Além disso, a ICER prevê que os trabalhadores da agricultura e da pesca terão um impacto na procura dos seus serviços, especialmente nos mercados que dependem das exportações para regiões afetadas por conflitos. Este declínio poderá ser temporário, mas as perdas de emprego no setor agroalimentar poderão ser significativas.

SERVIÇOS PROFISSIONAIS

O ICER sublinha que as empresas de serviços profissionais de emprego terão um papel crucial a desempenhar neste cenário.
As empresas de recolocação, reciclagem e formação no local de trabalho estarão numa posição única para ajudar os trabalhadores na transição para setores em crescimento. A procura de serviços de headhunting e de trabalho temporário também aumentará à medida que as empresas procurarem adaptar-se rapidamente a um mercado em constante mudança.

As empresas de formação especializada poderão oferecer programas que ajudem os trabalhadores a desenvolver as competências necessárias para prosperar em setores como a energia, a tecnologia e a cibersegurança. A chave será a adaptabilidade e a agilidade para fornecer soluções imediatas às necessidades do mercado em constante mudança.

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OPPO mostra como a IA melhora a precisão e a qualidade da escrita de texto

  • Servimedia
  • 23 Outubro 2024

A OPPO incluiu pela primeira vez nos dispositivos da série Reno12, a função AI Writer, que ajuda os utilizadores a escrever textos e mensagens e verifica a ortografia do conteúdo gerado.

A empresa está a destacar o valor desta funcionalidade para coincidir com o Dia Internacional do Revisor de Textos, que se celebra a 27 de outubro. Este dia comemora o trabalho dos profissionais que reveem cuidadosamente os textos, verificam se estão corretamente escritos e contribuem assim para a preservação da língua.

Segundo a OPPO, os utilizadores nem sempre têm a possibilidade de recorrer a um revisor profissional para verificar se os textos estão bem escritos. A OPPO propõe a utilização de ferramentas de IA generativas integradas nos seus smartphones, que servem para compreender e criar textos de forma otimizada através da utilização correta da linguagem.

A nova função AI Writer não só funciona como um assistente na redação de textos, como também é capaz de compreender as circunstâncias de cada texto ou conversa. Para isso, adapta-se ao contexto em que os utilizadores se encontram para fazer as correções adequadas. Por outro lado, esta função de IA generativa oferece a possibilidade de escrever textos de raiz a partir de uma ideia, para situações em que os utilizadores não conseguem encontrar as palavras exatas para transmitir uma mensagem.

Da mesma forma, a função de resumo de gravação de IA, também incluída nos novos smartphones da OPPO, pode processar gravações de voz e extrair automaticamente as informações mais relevantes, contribuindo assim para a geração de textos compreensíveis e bem escritos.

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Portugal e Espanha assinam dezena de acordos na cimeira ibérica, com destaque para gestão da água

  • Lusa
  • 23 Outubro 2024

No encontro de hoje em Faro vão ser assinados acordos relativos aos caudais dos rios Tejo e Guadiana, assim como para o pagamento da água captada por agricultores espanhóis no Alqueva.

Portugal e Espanha reúnem-se esta quarta-feira na 35.ª cimeira ibérica para assinarem uma dezena de acordos, com destaque para a área da água, e certificarem as boas relações bilaterais num momento em que têm governos de cores diferentes.

O primeiro-ministro português, o conservador Luís Montenegro, estreia-se como anfitrião de uma cimeira luso-espanhola e encontra-se em Faro, às 09:15, com o homólogo de Espanha, o socialista Pedro Sánchez.

Montenegro e Sánchez são recebidos com honras militares no Palácio Fialho e, depois da tradicional “fotografia de família”, vão à Câmara Municipal de Faro receber as chaves da cidade, seguindo-se um encontro a dois, no Museu Municipal.

A comitiva portuguesa desta cimeira inclui 12 ministros e a espanhola 11 e, a par do encontro entre os dois primeiros-ministros, estão previstas 13 reuniões bilaterais, segundo a versão mais atualizada do programa.

Às 11:15 realiza-se a sessão plenária da cimeira, com a presença dos dois chefes de Governo e de todos os ministros, a que se segue, às 13:00, a assinatura de acordos e uma conferência de imprensa conjunta de Luís Montenegro e Pedro Sánchez.

A cimeira termina com um almoço entre as duas delegações, mas Montenegro e Sánchez ainda vão, às 16:00, ao encerramento de um fórum empresarial, na Universidade do Algarve, organizado por confederações empresariais dos dois países.

O tema central da cimeira é “Água, um bem comum” e foi já anunciada a assinatura de acordos relativos aos caudais dos rios Tejo e Guadiana, assim como para o pagamento da água captada por agricultores espanhóis no Alqueva.

O acordo do Alqueva permitirá ainda avançar com o projeto português de captação de água na zona do Pomarão (Beja), para abastecimento ao Algarve, que afeta águas internacionais, segundo o governo de Lisboa.

Luís Montenegro garantiu no fim de semana passado que estes acordos são históricos e fontes oficiais do Governo espanhol confirmaram na terça-feira que são provavelmente os entendimentos “mais importantes” nesta área alcançados por Portugal e Espanha nos últimos 25 anos, desde que está em vigor a Convenção de Albufeira, o tratado bilateral que regula a gestão dos rios partilhados pelos dois países.

Além dos rios, mas ainda na área da água, são esperados avanços, segundo o gabinete do primeiro-ministro português, na “pesca, segurança de navegação ou conservação do património natural” e ainda o lançamento do Prémio Magalhães-Elcano, já anunciado em cimeiras anteriores a propósito dos 500 anos da primeira viagem de circum-navegação.

Portugal e Espanha estão comprometidos na gestão partilhada dos recursos hídricos no plano bilateral, mas estão igualmente determinados a unir esforços para a construção da Agenda Europeia da Água, no quadro da Estratégia Europeia para a Resiliência Hídrica”, acrescentou a mesma fonte do executivo português.

Está ainda confirmada a formalização dos acordos para a construção das pontes internacionais de Nisa-Cedilho (rio Sever) e Alcoutim-Sanlúcar de Guadiana (Guadiana), que terão financiamento europeu e que têm sido reiteradamente anunciadas em sucessivas cimeiras entre os dois países.

Fontes do Governo espanhol disseram na terça-feira que a declaração final da cimeira estava ainda em negociação, mas adiantaram que deverão ser assinados hoje entre nove e 11 acordos em Faro.

Esta cimeira foi anunciada em abril, durante a primeira visita oficial de Luís Montenegro como primeiro-ministro, a Espanha, poucas semanas após tomar posse.

“Não há diferenças partidárias que possam colocar em crise um segundo ou um milímetro a relação que aprofundamos há séculos em benefício das pessoas”, afirmou então Luís Montenegro, numa conferência de imprensa em Madrid ao lado de Pedro Sánchez.

“A notícia de hoje é que as nossas boas relações bilaterais vão continuar a estreitar-se. Os nossos governos continuarão a trabalhar em benefício dos portugueses e dos espanhóis”, disse, por seu turno, Pedro Sánchez.

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Bactéria em hambúrguer do McDonald’s faz ações caírem mais de 8% nos EUA

  • Lusa
  • 23 Outubro 2024

Uma pessoa morreu, 49 adoeceram e dez foram hospitalizadas nos Estados Unidos infetadas pela bactéria E.coli, após comerem na cadeira de fast food McDonald's.

Uma pessoa morreu, 49 adoeceram e dez foram hospitalizadas nos Estados Unidos, depois de infetadas pela bactéria Escherichia coli enquanto comiam no McDonald’s, disseram as autoridades sanitárias norte-americanas.

A maior parte dos infetados encontrava-se no Colorado e no Nebraska, mas um total de dez estados da região oeste dos Estados Unidos foram afetados, indicaram na terça-feira os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças.

As ações da McDonald’s caíram mais de 8% após o fecho da sessão na bolsa de Nova Iorque.

“Todas as pessoas interrogadas disseram ter comido no McDonald’s antes de adoecerem e a maior parte delas mencionou ter comido um hambúrguer específico”, chamado “Quarter Pounder” nos Estados Unidos.

O ingrediente exato envolvido não foi identificado, mas poderá ser o bife picado ou as cebolas. Estes dois ingredientes foram retirados pela McDonald’s nos estados afetados enquanto decorre uma investigação.

“A segurança alimentar é muito importante para mim e para todos na McDonald’s”, afirmou o presidente da empresa nos EUA, Joe Erlinger. “Tomámos medidas para retirar preventivamente as cebolas cortadas, que são utilizadas nos “Quarter Pounders”, em certos estados”, disse, numa mensagem vídeo.

E “tomámos também a decisão de retirar temporariamente” aquele tipo de hambúrguer “dos restaurantes em certos estados”, acrescentou.

A bactéria E.coli provoca cólicas, diarreia e vómitos, que duram geralmente três a quatro dias. A maioria das pessoas recupera sem tratamento, mas algumas podem desenvolver complicações.

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Ligeiro aumento do consumo ilícito de tabaco em Espanha e diminuição das contrafações no primeiro semestre do ano

  • Servimedia
  • 23 Outubro 2024

Apesar deste aumento, os números actuais são significativamente inferiores aos registados há 10 anos.

O volume de consumo de tabaco não doméstico em Espanha no primeiro semestre do ano aumentou ligeiramente para 5,2%, em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com os últimos dados do Empty Packet Survey (EPS), elaborado pela empresa de consultoria Ipsos. Este valor significaria uma perda de receitas, através dos impostos, estimada em 212 milhões de euros.

A contrafação de cigarros, por outro lado, diminuiu, com o volume de cigarros contrafeitos a representar 1,1% do consumo total, contra 1,2% no mesmo período do ano passado. Em termos de percentagem do comércio ilícito global, as contrafações diminuíram de 25,52 % no primeiro semestre de 2023 para 21,15 % no mesmo período de 2024. Apesar desta diminuição, a percentagem de contrafações continua a ser muito superior à percentagem de 7,53 % do consumo ilegal que representavam antes da pandemia.

Esta tendência coincide também com o declínio do fenómeno das fábricas ilegais no nosso país. Enquanto um total de 15 instalações clandestinas foram desmanteladas no primeiro semestre de 2023, 11 foram desmanteladas no mesmo período deste ano.

A apresentação destes dados coincide com o Congresso Nacional contra o Contrabando de Tabaco promovido pela Altadis-Imperial Brands, que terá lugar hoje em Cádis. Representantes da Agência Tributária Espanhola, da Guardia Civil e da Polícia Nacional estarão presentes no evento, onde apresentarão os pormenores das principais operações levadas a cabo contra o comércio ilícito de tabaco em Espanha. Durante o congresso, serão também discutidas as possíveis implicações do acordo de Gibraltar na tendência do comércio ilícito na região.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de outubro

  • ECO
  • 23 Outubro 2024

Ao longo desta quarta-feira, 23 de outubro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 23 Outubro 2024

Montenegro assina "acordo histórico" com Espanha para a gestão de recursos hídricos e CP é ouvida sobre o seu plano de negócios. A Fed divulga os dados mais recentes sobre a economia norte-americana.

Esta quarta-feira, Luís Montenegro assina um “acordo histórico” com Espanha para a gestão de recursos hídricos enquanto o conselho de administração da CP é ouvido na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, sobre o plano de negócios da empresa. Já a Fed lança o “Livro Bege” onde divulga os dados mais recentes sobre a economia norte-americana e o Banco de Portugal revela os dados referentes a agosto de 2024 do endividamento do setor não financeiro.

Montenegro assina “acordo histórico” para gestão de recursos hídricos

O primeiro-ministro marca presença no encerramento da 35.ª cimeira luso-espanhola, em Faro, onde vai assinar um “acordo histórico” com Espanha relacionado com a gestão de recursos hídricos. O acordo entre os dois países visa garantir “caudais mínimos diários no rio Tejo, caudais ecológicos no rio Guadiana e o pagamento da água do Alqueva por parte da sua utilização por agricultores espanhóis”, disse o primeiro-ministro no 42.º Congresso do PSD.

CP ouvida no Parlamento

A requerimento do Bloco de Esquerda decorre hoje a audição ao conselho de administração da CP, na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, sobre o plano de negócios da empresa. O Passe Ferroviário Verde, que substitui o Passe Ferroviário Nacional, entrou em vigor no início desta semana, tendo o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, garantido que a operadora “será ressarcida até ao último cêntimo daquilo que hipoteticamente poderá vir a perder”, em resposta às preocupações expressas pela comissão de trabalhadores da CP.

Banco de Portugal divulga dados de endividamento

O Banco de Portugal vai revelar os dados referentes a agosto de 2024 do endividamento do setor não financeiro. Em julho o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) diminuiu 2,5 mil milhões de euros, para 808,8 mil milhões de euros.

“Livro Bege” da Fed dá sinais sobre a economia

Esta quarta-feira, a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) divulga os dados mais recentes sobre a economia norte-americana. Publicado oito vezes por ano, o “Livro Bege” apresenta o resumo das condições e atividade económica do país, com base no reportado pelos diferentes bancos centrais federais. Na edição lançada no início de setembro, o Livro Bege referia que a atividade económica está a abrandar em mais regiões dos Estados Unidos, enquanto os preços estavam a subir “moderadamente” e as contratações a “arrefecer”.

Tesla apresenta resultados

A Tesla vai também apresentar os seus resultados trimestrais esta quarta-feira. No segundo trimestre, a fabricante de carros elétricos divulgou resultados abaixo do esperado pelos analistas, sendo que apesar das receitas terem crescido 2%, em termos homólogos, para 24,93 mil milhões de dólares, as vendas caíram 7%, para os 19,9 mil milhões. Já os lucros atingiram 1,48 mil milhões de dólares, menos 45% face aos resultados obtidos no período de 2023. Além da Tesla, também outras empresas divulgam hoje os seus resultados como a Coca-Cola, IBM ou Boeing.

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Economia de impacto e tecnologia encontram-se em Barcelona na Impact/Week, Ship2B e DeepTech Summit

  • Servimedia
  • 23 Outubro 2024

Barcelona tornar-se-á o epicentro global da economia de impacto e da inovação tecnológica em novembro, com a celebração de grandes eventos de nível mundial.

Os líderes mais proeminentes da inovação empenhados na economia de impacto reunir-se-ão na Impact/Week 2024 e no Ship2B Impact Forum, enquanto as startups líderes em tecnologias avançadas se reunirão na DeepTech Summit.

Após quatro edições realizadas em Estocolmo, a fundação sueca Norrsken traz a cimeira Impact/Week 2024 para Barcelona. Este evento anual, impulsionado pelo objetivo de responder aos principais desafios do nosso tempo, atrairá mais de 1500 fundadores, investidores e empreendedores empenhados, líderes empresariais e decisores políticos de 58 países.

O programa do evento contará com cerca de quarenta atividades e painéis com oradores de prestígio como Niklas Adalberth, cofundador da Norrsken e da Klarna, Chris Anderson, diretor da TED Talks, a par de figuras-chave como Anna Koivuniemi da Google DeepMind e Sian Sutherland da A Plastic Planet, entre outros.

O Fórum de Impacto Ship2B reunirá líderes empresariais, financeiros e filantrópicos proeminentes para impulsionar projetos centrados na economia de impacto. Os especialistas do setor irão abordar a forma como as soluções tecnológicas escaláveis podem ser replicadas em diferentes contextos para gerar um impacto real, discutir a revolução necessária no setor do investimento e destacar a importância das comunidades locais e o papel do setor público na condução desta mudança.

A DeepTech Summit 2024, que decorrerá no âmbito da Smart City Expo, abordará soluções tecnológicas avançadas para desafios globais como a transição energética, a sustentabilidade, a saúde digital e a mobilidade urbana. Este evento contará com a participação de especialistas como Cristian Canton, chefe de engenharia e inteligência artificial da Meta, e Laura Anne Edwards, especialista em dados da NASA, que partilharão a sua visão do futuro da tecnologia.

POLO EMPRESARIAL

A cidade consolidou a sua posição como um dos principais pólos de inovação e startups na União Europeia, alcançando mesmo o quinto lugar no último “Startup Ecosystem Report” de 2024, elaborado pela consultora suíça StartupBlink. A cidade é agora uma das cinco principais cidades da Europa para o empreendedorismo, atrás de Paris, Berlim, Estocolmo e Amesterdão.

Para além de infra-estruturas de primeira linha e de uma sólida rede de investidores, existem também agentes e políticas públicas que promovem o empreendedorismo, fazendo de Barcelona uma opção ideal para escalar soluções inovadoras em áreas-chave como a tecnologia, a sustentabilidade e a economia digital. A Câmara Municipal, através da Barcelona Ativa, a Barcelona Tech City e a Generalitat de Catalunya, através da Agència per la Competitivitat de l’Empresa (ACCIÓ), entre outros, desempenham um papel fundamental na promoção do empreendedorismo na região através de formação, subsídios e promoção.

No setor privado, projetos estabelecidos na cidade como a Norrsken House Barcelona, o maior hub tecnológico e de impacto da Europa, com mais de 10.000 metros quadrados dedicados a mais de 250 start-ups, evidenciam a crescente atração do ecossistema empresarial pela capital catalã. Este espaço não só oferece infra-estruturas de ponta para a colaboração e o trabalho em rede, como também reforça o posicionamento da cidade como uma referência em inovação tecnológica e impacto social. A presença da Norrsken em Barcelona sublinha a crescente apetência de startups e empreendedores para se instalarem na capital catalã, atraídos pelo seu ambiente dinâmico e pelas oportunidades de desenvolvimento de soluções sustentáveis e escaláveis.

 

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Sensei levanta 15 milhões para “ser a empresa europeia líder nas lojas autónomas”

Diogo Mónica, fundador do unicórnio Anchorage Digital, é um dos investidores nesta ronda na qual participou ainda o Kamay Ventures, fundo da Coca-Cola e do grupo Arcor.

Equipa da Sensei

A Sensei fechou uma ronda de 15 milhões de euros para dar gás à expansão e “ser a empresa europeia líder nas lojas autónomas”. Até 2026, a scaleup quer passar de 100 para 1.000 pontos de venda autónomos. Alemanha e Reino Unido são mercados na mira, mas também a expansão na América Latina. No próximo semestre quer reforçar a equipa em 30%. Diogo Mónica, fundador do unicórnio Anchorage Digital, é um dos investidores nesta ronda, na qual participou ainda o Kamay Ventures, fundo da Coca-Cola e do grupo Arcor.

“Com esta nova ronda que captamos, a série A de 15 milhões, o nosso objetivo é consolidar e começar a expandir realmente as cadeias de retalho, nos países onde estamos presentes e a entrar em mais países, porque temos tido muitas solicitações de vários retalhistas para entrar diferentes geografias e, obviamente, para isso era necessário capital”, começa por explicar Joana Rafael, cofundadora da Sensei, ao ECO. Com esta ronda, a scaleup já angariou um total de 21 milhões de euros em financiamento de capital de risco.

“Estamos mais concentrados no sul da Europa, onde já temos presença, Portugal e Itália, e queremos expandir então para países do Centro da Europa Central e Europa do Norte, onde também há um grande potencial para a escalarmos”, diz ainda.

“Há países onde temos um maior foco. Estamos até a reforçar a equipa executiva. Temos um country manager novo em Itália e uma pessoa nova na equipa executiva baseada na Alemanha, para nos ajudarem a reforçar a presença nestes países, onde temos muito desenvolvimento e estamos a planear entrar. Já estamos em França e queremos consolidar a presença noutros países como o Reino Unido. Mas não temos ainda um cronograma específico” de entrada, diz a responsável.

Investidores e potenciais clientes

Liderada pela portuguesa BlueCrow Capital, com a participação da Lince Capital, da Explorer Investments e do fundo de investimento latino-americano Kamay Ventures, que pertence à Coca-Cola Company e ao Grupo Arcor, a ronda foi acompanhada, com reforço de capital, pelo fundo de investimento americano Techstars Ventures, pela Metro AG (multinacional alemã que opera lojas de cash & carry em mais de 58 países), investidores da Sensei desde a ronda pré-seed em 2017. Juntaram-se ainda os empreendedores João Graça, fundador e CTO da Unbabel, e Diogo Mónica, cofundador e chairman executivo do unicórnio Anchorage Digital, como business angels.

“Voltar a Portugal e poder acompanhar de muito perto algumas das mais impactantes scaleups nacionais é uma forma de contribuir, com investimento, mas, sobretudo, com experiência, para o crescimento de uma geração de empreendedores que quer mudar o status quo. O meu investimento na Sensei materializa a visão ambiciosa e valida o talento que temos em Portugal e que queremos manter dentro do país”, diz Diogo Mónica, ao ECO.

“Um sinal de maturidade do nosso mercado” é como Joana Rafael classifica a participação dos fundadores da Anchorage e Unbabel nesta ronda série A.

“Temos founders fantásticos que já fizeram empresas que estão a crescer imenso, com imenso potencial, e que depois também querem participar noutras empresas que, eventualmente, querem fazer o mesmo caminho”, diz. “São pessoas que conhecem bastante o meio de tecnologia, o que é expandir internacionalmente, criar uma empresa que quer ser líder numa área totalmente disruptiva”, continua. “O smart money é poder ter esses business angels, nem é pelo capital, não são grandes fundos de investimento como os outros investidores que vieram à roda, mas trazem algo de diferente. São pessoas que podemos contactar, trocar impressões e ter aqui conselhos muito valiosos de quem já fez”, diz.

Joana Rafael, cofundadora da Sensei

A entrada do Kamay Ventures também dá nova capacidade de expansão do outro lado do Atlântico. Presentes no Brasil, onde já têm uma filial, a Sensei tem objetivos para expandir no mercado da América Latina.

“Temos com esta ronda um novo investidor importante, baseado precisamente na América Latina, o Kamay Ventures, que entrou no nosso capital exatamente num momento estratégico para acelerar a expansão. Até porque é um fundo que, ao mesmo tempo, é potencial cliente, têm uma presença muito forte em toda a América Latina”, afirma Joana Rafael.

“Estamos no Brasil, já temos lá uma subsidiária e clientes [grupo Muffatto], e a ideia é também a expandir nos países da América Latina, porque existe essa oportunidade. E também, obviamente, a entrada deste investidor não é por acaso”, destaca.

Se no Brasil, a expansão passou pela criação de uma Sensei Brasil, para já, o mesmo não está previsto para a expansão europeia. “Somos uma empresa que tem hardware e software. Temos toda uma operação relacionada com a produção de toda a nossa eletrónica e o equipamento que colocamos em loja. Tendo um pé no Brasil exportar tudo de Portugal não é viável, daí fazer sentido num país como o Brasil, ter uma subsidiária local que permite fazer a produção, as compras, as importações e que facilita bastante depois expandir e trabalhar nesse mercado com condições melhores. Mas na Europa, isso não faz parte da nossa estratégia, para já. Podemos prestar todo esse serviço a partir de Portugal e exportar para os outros países da Europa com relativa facilidade”, justifica.

1.000 pontos de venda até 2026

No próximo semestre a empresa tem prevista a abertura da “maior loja autónoma da Europa”, mas a expansão passa por abrir 1.000 pontos de venda até 2026.

“Hoje em dia temos 100 pontos de venda. Sabemos que é muito ambicioso, mas temos projeções já concretas de algumas aberturas e de alguma expansão nos vários formatos que os permitirá, se correr tudo bem, chegar a estes números”, vaticina Joana Rafael.

Pontos de venda que não significam necessariamente lojas autónomas como a criada para o Continente, no Arco do Cego, em Lisboa. Com base nessa tecnologia, a empresa tem vindo a diversificar formatos e retalhistas. Em Portugal, por exemplo, já tem pontos de venda instalados na Nos, Brisa e Galp.

“Temos vários formatos e a expansão que queremos acelerar é nos vários formatos. Temos modelos plug & play, como, por exemplo, os frigoríficos autónomos inteligentes, onde temos tido uma grande expansão, temos quase 100 no mercado, e onde queremos acelerar, porque temos tido muitos pedidos, seja na América Latina, seja Europa, e já estamos a vendê-los para vários países”, diz Joana Rafael.

Ou o que chamam “loja na loja ou dentro de um espaço”, como é o caso das estações de serviço da Brisa ou da Galp. A petrolífera tem lojas de retalho nos postos de combustível e a Sensei não só opera nesses espaços como, no caso da Galp, abriu uma mini loja dentro do próprio escritório. “São lojas sem staff que podem funcionar 24h e está a ter muita tração. É uma loja pequena, de 30, 50 metros quadrados, com os produtos de conveniência”, descreve.

“É algo que estamos a difundir muito em escritórios. Portanto, vamos para além daquilo que as lojas de conveniência aos supermercados, estações de serviço e dentro de escritórios”, sintetiza.

A expansão será acompanhada pelo reforço de equipa no próximo semestre. Hoje já são 70. “Estamos já a reforçar a equipa nos últimos meses, e queremos aumentar cerca de 30%. Temos mais ou menos 25 vagas abertas para preparar as posições, muitas na área de crescimento vendas, mas também em desenvolvimento de produto. Para Portugal e para os novos mercados e mercados onde estamos presentes”, diz a cofundadora.

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Cervejeiras brindam ao congelamento fiscal pela “saúde financeira de muitas empresas”

Rui Lopes Ferreira diz que manter o imposto sobre álcool “contribuiu para melhorar a saúde financeira de muitas empresas cervejeiras”, que asseguram quase 100 mil empregos e exportam 23% da produção.

Depois de este ano ter tido de “lidar com o impacto” do aumento de 10% no imposto sobre as bebidas alcoólicas (IABA), inserido nos impostos especiais de consumo (IEC), o setor cervejeiro respirou de alívio com a proposta de Orçamento do Estado para 2025 não prever qualquer agravamento desta tributação.

Ao ECO, o presidente da Cervejeiros de Portugal, Rui Lopes Ferreira, fala numa medida “positiva”, contextualizando que o IEC é “cerca de 150% superior ao imposto similar praticado” em Espanha e que, fruto de aumentos sucessivos na última década, a arrecadação fiscal cresceu 55%, “um valor que em nada se compara ao consumo de cerveja em igual período”.

“É importante destacar ainda que o IEC impacta o negócio de todas as cervejeiras. Em particular, as mais de 100 cervejeiras artesanais em Portugal, que são pequenos negócios geradores de emprego local e regional, muito condicionados por esta carga fiscal excessiva”, acrescenta o gestor, que é também presidente do Super Bock Group.

Rui Lopes Ferreira, presidente da Cervejeiros de Portugal

Rui Lopes Ferreira destaca que este congelamento não terá impacto no consumo ou na produção, mas vai “contribuir para melhorar a saúde financeira de muitas empresas cervejeiras e, nessa medida, terá um forte impacto na economia”, já que a fileira abarca desde a produção de matérias-primas, como a cevada e o lúpulo, até ao vidro para embalagens e ao negócio dos bares, restaurantes e retalho.

Na proposta orçamental para 2025, entregue a 10 de outubro no Parlamento, o Governo prevê que, “em resultado do crescimento esperado no consumo privado”, a receita com as bebidas alcoólicas, através do IABA, deverá atingir os 364,7 milhões de euros, 4,7% acima do esperado para este ano. O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, salientou o facto de nos impostos ao consumo (incluindo ISP, tabaco e veículos) “não [haver] agravamento nem sequer ao nível da inflação”.

Segundo um estudo realizado pela The Brewers of Europe em parceria com a Europe Economics, com dados referentes a 2022, o setor cervejeiro em Portugal contribuiu com mais de mil milhões de euros em receitas fiscais para o Estado e 1,636 mil milhões de euros de valor acrescentado à economia. Assegura quase 100 mil postos de trabalho diretos e indiretos (+18% face a 2016) e exporta 23% da produção, ao passo que o país importa apenas cerca de 2% do total de cerveja que consume.

O setor cervejeiro enfrenta importantes desafios. O mais premente será, talvez, a antecipação das mudanças de perfil do consumidor nacional. (…) Há uma preferência crescente, por parte do consumidor, por bebidas de menor grau alcoólico ou mesmo sem álcool.

Rui Lopes Ferreira

Presidente da Cervejeiros de Portugal

Quanto às perspetivas para o próximo ano, o porta-voz do setor fala em “moderado otimismo”, estimando um crescimento das vendas em 2025 caso se cumpra a previsão do próprio Executivo de aumento do consumo interno e manutenção do fluxo turístico, pelo menos, idêntico ao registado nos últimos dois anos. Enquanto isso, o desafio “mais premente” para a indústria é antecipar e adaptar-se à mudança de perfil do consumidor nacional, “cada vez mais sensível ao tema saúde e bem-estar” e que mostra uma “preferência crescente por bebidas de menor grau alcoólico ou mesmo sem álcool”, o que tem obrigado as marcas a alargar o portefólio.

“Por outro lado, importa continuar a dinamizar a economia nacional e, sobretudo, o canal Horeca, que enfrenta desafios vários. Ocorre-me também a questão da regulamentação de packaging nacional e europeia, na qual o setor assume importantes responsabilidades sociais e ambientais, através da reutilização de embalagens. E como tantos outros setores económicos, teremos ainda de estar constantemente atentos a questões como a dinâmica do turismo e a mão-de-obra qualificada”, completa o presidente da Cervejeiros de Portugal.

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Depois de vinte prorrogações em sete anos, investigação do caso EDP tem de ser terminada esta quarta-feira

Sete anos e 20 prorrogações depois, o Ministério Público tem até esta quarta-feira para concluir a investigação do caso EDP. Entre os principais arguidos estão os gestores António Mexia e Manso Neto.

António Mexia e Manso Neto na conferência de imprensa para explicar caso de CMEC.Paula Nunes/ECO

Chega ao fim o tempo: o Ministério Público (MP) tem até esta quarta-feira para concluir a investigação do processo CMEC/EDP. Os procuradores já tinham pedido um adiamento de um mês para terminar o inquérito, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR), já sob a tutela de Amadeu Guerra, apenas deu 23 dias, período que termina esta quarta-feira. No total, foram cerca de 20 prorrogações de prazo pedidas, só nos últimos sete anos.

Segundo a PGR, o prazo para o encerramento do inquérito tem vindo a ser “sucessivamente prorrogado” e desta última vez foram “invocados constrangimentos, relativos à recente tramitação processual que tem vindo a ser desenvolvida junto do Tribunal Central de Instrução Criminal” que ao órgão considerou já terem sido “ultrapassados”.

Em investigação, que decorre desde 2012, tem como principais arguidos os antigos administradores da EDP António Mexia e João Manso Neto, que acabaram por ser afastados das suas funções na empresa na sequência deste caso, além de João Conceição, administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro da Economia Manuel Pinho.

O processo tem sido marcado por sucessivos adiamentos na sua conclusão, retardando dessa forma um despacho de acusação ou arquivamento. Os últimos três prazos fixados anteriormente foram o dia 30 de abril, 30 de junho e 30 de setembro para a conclusão do inquérito.

As últimas prorrogações de prazos ficaram a dever-se, sobretudo, à presença no processo de 3.277 emails apreendidos aos ex-administradores da EDP António Mexia e João Manso Neto e cuja apreensão foi anulada em outubro de 2023 por um acórdão de fixação de jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça.

Com a declaração destes emails como prova proibida, foi preciso analisar as consequências e ramificações sobre o resto da prova reunida pelo MP.

O caso EDP/CMEC acabou por levar em dezembro de 2022 à acusação do ex-ministro Manuel Pinho, da mulher Alexandra Pinho, e do ex-banqueiro Ricardo Salgado por factos não relacionados com a empresa e os Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que estiveram na origem do inquérito aberto em 2012.

O julgamento terminou em junho com a condenação do ex-governante a 10 anos de prisão e do ex-banqueiro a seis anos e três meses (além da condenação de Alexandra Pinho a quatro anos e oito meses de pena suspensa).

O processo foi então separado e ficaram aqui sob investigação os procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

António Mexia e João Manso Neto, arguidos desde 2017 neste caso, são suspeitos dos crimes de corrupção e participação económica em negócio, enquanto João Conceição é suspeito de corrupção passiva.

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