Aumentos salariais na Função Pública vão custar 1.568 milhões de euros

A atualização anual dos ordenados, progressões e valorização das carreiras de professores, polícias, forças armadas e enfermeiros vão consumir representam a quase totalidade de nova despesa no OE2025.

Os aumentos salariais e as progressões na Função Pública, assim como a valorização das carreiras dos professores, polícias, funcionários judiciais, forças armadas e enfermeiros, vão custar, no próximo ano, 1.568 milhões de euros. O impacto representa 92% da despesa aplicada com novas medidas de política que totalizam 1.711 milhões de euros, segundo o relatório do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Dos 1.568 milhões de euros de custos com pessoal da Administração Pública, a maior fatia, de 597 milhões, que corresponde a 38% do total, vai para a atualização salarial anual de pelo menos 52,63 euros até vencimentos brutos mensais de 1.754 euros, e de 2% para ordenados superiores, tal como está definido no acordo de rendimentos assinado pelo anterior Governo e as federações sindicais ligadas à UGT (Fesap e STE). A Frente Comum, afeta à CGTP, ficou de fora.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, vincou que este pacto é para cumprir. “A atualização salarial é a que decorre do acordo firmado pelo anterior Governo e iremos analisar o que é possível fazer. Mas, no mínimo, é o que estava no anterior acordo”, afirmou esta quinta-feira durante a conferência de imprensa de apresentação do OE2025.

No entanto, a proposta apresentada aos sindicatos indica que a base remuneratória da Administração Pública (BRAP) vai subir apenas 48,67 euros, de 821,83 euros para 870,50 euros, ficando aquém dos 52,63 euros firmados no acordo. O ECO voltou a questionar o Ministério da Finanças sobre qual será afinal a evolução da BRAP, mas ainda não obteve resposta.

De lembrar que o salário mínimo no privado vai progredir 50 euros, passando dos atuais 820 euros para 870 euros. Ou seja, o ordenado mínimo no Estado, de acordo com a proposta inicial do Governo, só ficará 50 cêntimos acima do praticado pelas empresas.

Para progressões e promoções e atualização da remuneração mínima mensal garantida, o Governo destina 448 milhões de euros, de acordo com o documento.

Recuperação do tempo integral de serviço dos professores

O descongelamento da carreira dos professores vai pesar 177 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2025. No relatório sobre a proposta orçamental, o Executivo destaca que “49 dias após a tomada de posse, o Governo concluiu um acordo para a recuperação integral do tempo de serviço dos professores”.

“A pedra angular deste acordo passa por iniciar a recuperação integral do tempo de serviço, a ser concretizada até 1 e julho de 2027, e cuja contagem esteve congelada entre 30 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007 e entre 1 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2017″, lê-se no relatório.

Assim, e tal como previsto, a recuperação de 2393 dias vai ocorrer num período temporal de dois anos e 10 meses, com o seguinte calendário:

  • 25% a 1 de setembro de 2024;
  • 25% a 1 de julho de 2025;
  • 25% a 1 de julho de 2026;
  • 25% a 1 de julho de 2027.

A medida representou um esforço orçamental de 33,4 milhões de euros em 2024. No próximo ano, o descongelamento de mais um quarto do tempo de serviço vai custar 177 milhões de euros.

Revisão do suplemento das forças de segurança

A atualização do subsídio de risco da PSP e GNR em mais 50 euros, no próximo ano, vai representar uma despesa de 125 milhões de euros. O Governo escreve, no relatório do OE, que “definiu uma trajetória de aumento da componente fixa do suplemento por serviço e risco nas forças de segurança (Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública) de forma faseada.

Assim, o suplemento, que estava nos 100 euros mensais e que já subiu para 300 euros, em julho deste ano, vai continuar a aumentar da seguinte forma:

  • para 350 euros a 1 de janeiro de 2025;
  • para 400 euros a 1 de janeiro de 2026.

“O Governo concretiza assim o diálogo e posterior acordo alcançado com as principais associações socioprofissionais da GNR e as associações sindicais da PSP”, lê-se no documento.

Revisão da carreira de enfermagem

A revisão da carreira dos enfermeiros do SNS vai pesar 116 milhões de euros no OE para 2025. O Governo assinou um acordo com cinco sindicatos de enfermeiros, garantindo uma valorização remuneratória faseada, que começará a ser aplicada em novembro de 2024. Este acordo faz parte do plano de motivação dos profissionais de saúde incluído no programa do Governo, e representa a primeira atualização da tabela salarial dos enfermeiros desde 2009.

A valorização será progressiva até 2027, com uma subida salarial total estimado de 300 euros, ou cerca de 24%, sem prejuízo dos aumentos anuais da administração pública. A primeira fase do aumento será de aproximadamente 50% ou 150 euros do total e entrará em vigor a partir de 1 de novembro de 2024.

A continuação do aumento salarial faseado dos enfermeiros e a construção de um acordo coletivo de trabalho (ACT) específico para os enfermeiros terá um impacto, em 2025, de 116 milhões de euros.

Acordo com Forças Armadas

A valorização das carreiras das Forças Armadas vai custar 83 milhões de euros, fruto do acordo assinado pelo Governo e os militares. Foram aprovadas um conjunto de medidas de valorização e dignificação da carreira militar, entre as quais se destaca o aumento da componente fixa do suplemento de condição militar dos atuais 100 euros para 300 euros este ano, para 350 euros em 2025 e para 400 euros em 2026.

Para além disso, o Governo vai equiparar a remuneração base dos postos de Praças e Sargentos das Forças Armadas e da GNR entre 2025 e 2026; avançar com a melhoria das condições dos suplementos de residência, de serviço aéreo, de embarque; e vai atribuir um subsídio de deteção e inativação de engenhos explosivos e de um suplemento para operador de câmara hiperbárica.

Prevê-se ainda “a atribuição de um apoio de 100% da parcela não comparticipada pelo SNS para os utentes pensionistas beneficiários do Estatuto de Antigo Combatente (EAC) e a majoração para 90% da comparticipação dos medicamentos psicofármacos para os beneficiários do EAC não pensionistas”, de acordo com o relatório.

Atualização do suplemento dos guardas prisionais

O Governo chegou a um acordo com os três sindicatos que representam os Guardas Prisionais, após cinco rondas de negociações. A proposta aprovada prevê um aumento faseado de 300 euros no suplemento fixo por serviço dos guardas prisionais: acréscimo de 200 euros a partir de julho de 2024, seguido de um avanço de 50 euros em janeiro de 2025 e de 50 euros em janeiro de 2026.

A componente variável do suplemento, equivalente a 20% da remuneração base, será mantida. O impacto para 2025 desta atualização será de 18 milhões de euros.

Funcionários judiciais

Com os funcionários judiciais, o Governo estima gastar mais quatro milhões de euros em 2025. O Governo assinou um acordo com o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), que prevê um aumento do suplemento de recuperação processual de 10% para 13,5% da retribuição base, a não suspensão de pagamento em caso de falta justificada por motivo de doença e a extensão do pagamento de 11 para 12 meses.

O pagamento do suplemento passou a incluir trabalhadores no início de carreira e todos aqueles que sejam avaliados com nota mínima suficiente, com efeitos a partir de junho e julho de 2024. Neste acordo, o Governo compromete-se “a iniciar a revisão do Estatuto dos Funcionários Judiciais, o que já está em curso”, segundo o relatório do OE.

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IRS Jovem dá ganho até cerca de 2.700 euros por ano. Veja as simulações

Poupança é mais acentuada no sexto e sétimos ano do benefício para um salário bruto mensal de 2.000 euros, uma vez que regime em vigor só dura cinco anos e o novo vai durar 10 anos.

A nova proposta do IRS Jovem, que consta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), vai dar um benefício anual que pode ir até 2.687 euros ou cerca de 2.700 euros no sexto e sétimo anos da medida, no caso de um salário bruto mensal de 2.000 euros, em comparação com o atual regime, segundo as simulações da EY para o ECO.

 

Os cálculos foram realizados para um trabalhador dependente, solteiro e sem filhos, considerando os 250 euros de despesas gerais e familiares para dedução à coleta e sem os 11% que este contribuinte paga de contribuições sociais.

O benefício é sempre maior no sexto e sétimo anos, independentemente do escalão de rendimentos, uma vez que o IRS Jovem atual só dá uma isenção durante cinco anos, enquanto que o novo regime vai durar 10 anos.

A nova proposta de alteração ao regime do IRS Jovem prevê as seguintes reduções: de 100% no primeiro ano, de 75% do segundo ao quarto ano, de 50% do quinto ao sétimo ano e de 25% do oitavo ao décimo ano, com um limite constante de 55 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), o equivalente 28.009,30 euros, tendo em conta um IAS de 509,26 euros.

Já a medida vigente determina uma isenção de 100% no primeiro, ano, 75% no segundo, 50% no terceiro e quartos anos e 25% no quinto ano, com o limite de 40 IAS (20.370,40 euros), 30 IAS (15.277,80 euros), 20 IAS (10.185,20 euros) e de 10 IAS (5.092,60 euros), respetivamente.

Para ordenados de 1.000 e 1.500 euros por mês a poupança é igual nos dois regimes, no primeiro e segundo anos. Ou seja, conseguem ter uma isenção total do imposto. A diferença é que, com a atualização dos escalões em 4,6%, no próximo ano, o imposto a pagar baixa, logo o benefício poderia ser menor. Mas, na prática, o rendimento livre de IRS continua a ser total, ou seja, estes trabalhadores não pagam imposto nestes dois primeiros anos de atividade.

A partir do terceiro ano, o novo IRS Jovem é sempre mais benéfico face ao regime atual. Um jovem a auferir 1.000 passa a poupar 1.060 euros, o que corresponde a um ganho adicional de 101 euros face ao regime atual, no terceiro ano. O brinde sobe para 470 euros, no quinto ano, e para 950 euros, no sexto e sétimos.

A partir do oitavo ano, como a isenção também baixa para 25%, o ganho também desce um pouco mas continua a ser superior em 475 euros. No conjunto dos 10 anos, este trabalhador vai conseguir poupar 3.973 euros.

No caso de um vencimento de 1.500 euros, o bónus no IRS é de 2.462 euros, superior em 774 euros, no terceiro e quatro anos, face ao regime em vigor. No quinto ano, a poupança sobe 866 euros para 1.710 euros, e, no sexto e sétimo, o ganho adicional é de 1.710 euros.

A partir do oitavo, o benefício desce um pouco mas continua acima face ao regime atual. Este trabalhador consegue ficar com mais 855 euros até ao décimo ano desde a entrada no mercado de trabalho. No conjunto dos 10 anos, este trabalhador vai conseguir poupar 8.305 euros.

Para ordenados de 2.000 euros, o benefício é sempre mais favorável no novo IRS Jovem face ao sistema e vigor desde o primeiro ano. O ganho começa nos 4.289 euros, o que representa um bónus extra de 265 euros, depois avança para 4.030 euros, um aumento de 1.012 euros. No terceiro e quarto anos, a poupança adicional é de 2.018 euros.

No quinto ano, este trabalhador fica com mais 1.681 euros na carteira e, no sexto e sétimo, a poupança extra dispara para 2.687 euros, quando, no regime atual, teria de pagar 4.422 euros de IRS. A partir do oitavo ano, 1.343 euros de rendimento ficam isentos de IRS. Nos 10 anos de benefício, este trabalhador vai ter um ganho total de 16.397 euros.

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Há quem “poupe” 709 euros com os novos escalões de IRS. Veja as simulações

Governo decidiu atualizar em 4,6% os nove escalões de IRS, o que resulta num alívio para os trabalhadores dependentes e os pensionistas. Simulações apontam para "poupanças" que chegam aos 709 euros.

Um trabalhador sem filhos que tenha um salário bruto de 1.500 euros vai “poupar” cerca de 47 euros no próximo ano, por efeito da atualização dos escalões de IRS, que o Governo incluiu na proposta de Orçamento do Estado para 2025. Mas há também quem veja o seu rendimento líquido anual subir cerca de 709 euros com essa medida, mostram as simulações feitas pela EY para o ECO.

O ministro das Finanças Miranda Sarmento apresenta em conferência de imprensa a proposta de Orçamento do Estado para 2025.Hugo Amaral/ECO

“No que toca à política fiscal, com relação ao ano de 2025, destacam-se as atualizações dos escalões do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), em linha com a taxa de atualização que resulta da fórmula” aprovada no verão pelo Parlamento, explica o Governo, no relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado.

Em concreto, os nove escalões de IRS vão ser atualizados em 4,6%, uma subida substancial em comparação, por exemplo, com a atualização de 3% aplicada pelo anterior ministro das Finanças, Fernando Medina, nos escalões que têm estado em vigor este ano.

E esta atualização tem um reflexo direto na carteira dos portugueses, com poupanças máximas de, por exemplo, a 42 euros no conjunto do ano para quem recebe 1.300 euros por mês, 133 euros para um rendimento mensal de dois mil euros e 709 euros para salários de dez mil euros.

Vamos a casos práticos. Um trabalhador solteiro e sem filhos com um salário bruto mensal de 1.500 euros descontou, no conjunto deste ano, 2.759,41 euros em IRS. No próximo ano, com as alterações previstas no Orçamento do Estado, esse contribuinte vai passar a descontar 2.712,34 euros, o que significa que o seu rendimento líquido anual vai subir 47,07 euros, de acordo com as contas da EY. É o correspondente a uma variação de 0,30%.

Já no caso de um trabalhador também solteiro e sem filhos mas com um salário bruto mensal de dois mil euros, a “poupança” será de 133,4 euros, segundo a mesma consultora. Ou seja, prevê-se uma variação do rendimento líquido anual de 0,66%. É que, neste caso, o IRS total a pagar passará de 4.672,42 euros em 2024 para 4.539,02 euros em 2025.

E um solteiro (sem filhos) com um salário de cinco mil euros? Em 2024, o IRS a pagar é de 20.361,11 euros. Em 2025, será de 20.006,60 euros. Tal significa que, no caso deste contribuinte, o rendimento líquido anual aumentará 354,51 euros, o equivalente a uma subida de 0,85%.

Já um solteiro (também sem filhos) com um ordenado bruto mensal de dez mil euros pode contar com um aumento de 465,39 euros do seu rendimento líquido anual, o corresponde a um aumento de 0,63%. Ou seja, o IRS a pagar, neste caso, passa de 50.849,11 euros para 50.383,72 euros, como mostram as tabelas abaixo.

O que acontece aos salários dos casados?

Também no caso dos contribuintes casados e dos contribuintes com filhos, a EY calcula que o próximo ano será, regra geral, sinónimo de “poupanças” em resultado destas mexidas nos escalões de IRS.

Por exemplo, um casado (dois titulares) sem filhos e um salário bruto de 1.300 euros pode contar com aumento do rendimento líquido de 41,7 euros. Para o conjunto do agregado, a EY calcula um aumento de 83,48 euros, o que equivale à tal subida de 41,7 euros por contribuinte. O mesmo pode esperar um casado com um salário bruto de 1.300 euros mensais com filhos, de acordo com as simulações da EY.

Já no caso de um casado (dois titulares) sem ou com filhos, mas um salário bruto de 2.000 euros, a “poupança” será de 266,81 euros no conjunto do agregado ou de 133,4 euros por contribuinte, por efeito das alterações fiscais prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2025, de acordo com a EY.

Mas há exceções à regra da “poupança”, entre os casados, alerta referida consultora. Um casado (um titular) sem ou com filhos e um com vencimento bruto de 1.300 euros mensais verá o seu rendimento líquido anual variar 0%.

Salários mais expressivos sobem mais de 700 euros em termos líquidos

Vejamos agora os exemplos de quem tem salários mais expressivos. Um solteiro com um filho e um ordenado bruto mensal de cinco mil euros pode esperar um aumento do seu rendimento líquido anual de 354,51 euros, no próximo ano. Neste caso, em 2024 o IRS a pagar é 19.761,11 euros, enquanto no próximo será 19.406,60 euros, segundo as contas da EY.

Já um casado (dois titulares) sem filhos com um salário bruto mensal de dez mil terá um aumento do rendimento líquido de 930,78 euros no conjunto do agregado, ou de 465,39 euros por contribuinte, no próximo ano.

Essa poupança regista-se também no caso dos contribuintes casados (dois titulares) com o mesmo ordenado, mas com filhos (um, dois ou três).

É, de resto, neste nível salarial (dez mil euros por mês brutos) que se verifica a maior “poupança” resultante das mexidas nos escalões de IRS, mas no caso dos contribuintes numa outra situação familiar, segundo as contas da EY.

Os casados com apenas um titular (sem filhos ou com um, dois ou três filhos) com esse ordenado vão ter um incremento do seu rendimento líquido anual de 709,02 euros, o equivalente a uma subida de 0,84%. Em concreto, em 2024, esse contribuinte tem a pagar 40.722,22 euros em IRS. Em 2025, terá de descontar 40.013,20 euros.

É de notar que, regra geral, as tabelas de retenção na fonte são atualizadas para refletir (pelo menos, em parte) as alterações feitas nos escalões de IRS. Estas mexidas propostas agora pelo Governo devem, portanto, ter efeitos na carteira logo em janeiro, se o Orçamento do Estado for aprovado.

“Estas alterações correspondem a uma redução do imposto devido, para o mesmo nível de rendimento nominal, que será refletida nas tabelas de retenção na fonte a vigorar a partir de janeiro de 2025“, assegura, nesse sentido, o relatório que acompanha a proposta orçamental.

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Um Orçamento sem aumento de impostos e um excedente irrevogável

Aritmética parlamentar obrigou a cedências no Orçamento do Estado para 2025, mas ainda não garantiu a viabilização. Excedente de 0,3% é para manter.

Eram cerca das 16h10 quando o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, subiu ao púlpito improvisado no Salão Nobre do Ministério das Finanças para apresentar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) que tinha entregado cerca de uma hora antes no Parlamento. Perante a plateia de jornalistas, durante cerca de 50 minutos, o governante procurou passar duas mensagens principais: este é o Orçamento que não sobe impostos e é preciso responsabilidade na especialidade para não pôr em causa um excedente de 863 milhões de euros.

Centrado em três eixos, o Orçamento assume três objetivos políticos: recuperar o Estado, reformar o contexto e relançar o contexto económico. Para o fazer, contudo, não traz alterações estruturais e fica longe do choque fiscal prometido pela Aliança Democrática (AD) no programa eleitoral. Até porque a negociação com o PS, partido que o Governo elegeu como parceiro privilegiado, obrigou a cedências.

Entre avanços e recuos, o Executivo liderado por Luís Montenegro, como já anunciado publicamente, cedeu no IRS Jovem – o que o primeiro-ministro reconheceu esta semana ter sido benéfico – e, em larga medida, na redução do IRC. As adaptações para incorporar contributos dos socialistas levaram mesmo a uma revisão em baixa do custo da alteração ao regime do imposto sobre rendimentos dos jovens, que passou para 525 milhões de euros no próximo ano. Já o impacto de um ponto da redução do imposto sobre os lucros das empresas para 20% far-se-á sentir sobretudo em 2026.

Não me recordo de um Orçamento que, reduzindo alguns impostos, não agrava nenhum imposto”, afirmou Miranda Sarmento, com a restante equipa das Finanças na primeira fila. Para isso suporta-se nos números estimados da carga fiscal: que se situe em 37,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, menos 0,3 pontos percentuais do que o estimado para 2024

Não me recordo de um Orçamento que, reduzindo alguns impostos, não agrava nenhum imposto.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

E defende: “É um Orçamento bom para o país, para as pessoas e que procura resolver os problemas”. Para o concretizar a receita assenta num saldo orçamental que permita margem para suportar medidas de política que, na sua expetativa, impulsionam o crescimento, mas sem sacrificar os serviços públicos, garante. “O país não está neste momento em condições, quer do ponto de vista dos serviços públicos ou da carga fiscal ou da execução do Plano de Recuperação e Resiliência, não está em condições de ter superavits muito elevados”, disse.

Neste sentido, construiu um cenário macroeconómico, que assumiu, “cauteloso”: um crescimento da economia de 1,8% este ano e de 2,1% em 2025, com um excedente de 0,4% em 2024 e de 0,3% em 2025 e uma redução da dívida pública para 95,9% este ano, caindo para 93,3% em 2025.

O ministro das Finanças Miranda Sarmento apresenta em conferência de imprensa a proposta de Orçamento do Estado para 2025Hugo Amaral/ECO

A impulsionar o crescimento no próximo ano estará sobretudo o aumento das exportações (3,5%) e do investimento (3,5%) e do consumo privado (2%), resultado quer de uma recuperação dos principais parceiros comerciais do país, da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do aumento do rendimento das famílias.

Como reflexo da atividade económica, espera arrecadar 63.337,9 milhões de euros com impostos em 2025, um aumento de 3,7% face a 2024. Como tradicionalmente, o IVA continua a ser o principal imposto a contribuir para encher os cofres do Estado, embora em termos percentuais a maior subida se registe na receita do ISP (21,7%). A receita fiscal com os impostos indiretos recua ligeiramente (-1,1%) no próximo ano face a 2024, para 27.967,2 milhões de euros, compensada pelo aumento (7,9%) da receita com impostos indiretos, para 35.370,7 milhões de euros, apoiada no consumo.

Aumento da despesa é superior ao da receita

O Ministério das Finanças estima que a despesa pública suba de 44,4% em 2024 para 45,2% em 2025, mais 0,8 pontos percentuais, e a receita total cresça de 44,8% para 45,5%, um aumento de 0,7 pontos. Na prática, o aumento da despesa é superior ao da receita em 0,1 ponto, o que se traduz na redução do excedente orçamental previsto de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 para 0,3% em 2025.

A influenciar a evolução da receita estarão os contributos da receita fiscal das Administrações Públicas (variação de 3,3%) e das contribuições sociais efetivas (variação de 6,8%), em linha com a evolução esperada para o emprego e para a massa salarial, bem como o aumento da receita de capital (44%) e da outra receita corrente (20,1%), que resultam da aceleração da execução das verbas no âmbito dos fundos do PRR. A contribuir para o saldo positivo estão também os dividendos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ao Estado de cerca de 680 milhões de euros.

Excedente orçamental previsto para 2025 corresponde a 863 milhões de euros, ou seja, 0,3% do PIB.

Do lado da despesa, destacam-se os aumentos de 16,7% com o investimento – fortemente influenciado pela execução do PRR -, de 5,8% das despesas com pessoal, de 10,4% com juros, de 11% da outra despesa corrente e de 37,1% da despesa de capital. Realçam-se ainda o aumento de 4% das prestações sociais e de 5,8% dos consumos intermédios. O Governo estima que as principais medidas de política orçamental têm um impacto negativo de 2.684 no saldo orçamental, devido a um aumento da despesa de 1.711 milhões de euros e uma perda de receita de 973 milhões de euros.

No final do dia, o excedente orçamental previsto para 2025 corresponde a 863 milhões de euros. “Estamos bastante confortáveis se a economia continuar a crescer em torno de 2%” para que o saldo se mantenha, vincou Miranda Sarmento, para acrescentar que, com o ligeiro saldo positivo, é preciso contenção da oposição na apresentação de medidas na especialidade caso a proposta orçamental passe o primeiro teste de fogo de debate e votação na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro. Até porque, com a atual aritemética parlamentar poderão passar medidas à revelia do Governo.

O que se pede à oposição é responsabilidade na viabilização do Orçamento do Estado e depois responsabilidade na discussão e votação na especialidade”, afirmou, apelando a que não introduzam medidas que “alterem o objetivo do país de ter superavit de 0,3 no próximo ano”, porque “é fundamental para cumprir as regras europeias e continuar a reduzir a dívida pública”.

Com o desfecho do Orçamento em aberto, com o PS a remeter o sentido de voto para depois de conhecer a proposta, Miranda Sarmento realçou que o país se comprometeu com a Comissão Europeia com o cenário orçamental e que estará inscrito no plano orçamental estrutural de médio prazo, que será enviado a Bruxelas na sexta-feira. E atirou ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que este “depois da última reunião com o primeiro-ministro” disse “que estava comprometido com o saldo orçamental que o Governo pretendia no próximo ano”.

O que se pede à oposição é responsabilidade na viabilização do Orçamento do Estado e depois responsabilidade na discussão e votação na especialidade

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

Para as Finanças, “as projeções do cenário macroeconómico para 2025, em linha com o ano de 2024, que conjugado com o pacote de medidas apresentado e os efeitos dos estabilizadores económicos terão um impacto relativamente neutral no saldo orçamental, o que permitirá manter um saldo equilibrado e necessário para a sustentabilidade a longo prazo das contas públicas“.

Ainda assim ficou a promessa: “Se no próximo ano houver margem orçamental, vamos repetir a medida que tomámos este ano e atribuir um suplemento extraordinário aos pensionistas“, apontou, indicando que essa avaliação irá ser feita durante o verão do próximo ano.

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UNEF sublinha a importância da eletrificação e do armazenamento para o futuro do setor

  • Servimedia
  • 11 Outubro 2024

O XI Fórum Solar, organizado pela União Fotovoltaica Espanhola, terminou depois de reunir 1.200 participantes e de destacar a importância da eletrificação e do armazenamento para o futuro do setor.

O presidente da UNEF, José Donoso, agradeceu às personalidades da administração pública que participaram no encontro, como Sara Aagesen, Secretária de Estado da Energia, e Rebeca Torró, Secretária da Indústria, e dirigiu algumas palavras de agradecimento à terceira vice-presidente do Governo e Ministra da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico, Teresa Ribera, pela “grande transformação positiva” que o setor sofreu nestes cinco anos à frente do Miteco.

Durante os dois dias do Fórum Solar, os debates centraram-se em questões críticas como o financiamento do setor e o sistema de preços, este último continua a ser um desafio para as tecnologias renováveis. O diretor-geral da UNEF sublinhou que, embora o sistema atual não seja o mais eficiente, é o que existe e é com base nele que devem ser tomadas decisões para avançar.

Um dos temas mais relevantes durante o evento foi a eletrificação, identificada como chave para o crescimento do setor e para a transformação económica do país. A competitividade da energia fotovoltaica e a necessidade de gerar nova procura para aproveitar essa vantagem também foram destacadas. José Donoso indicou ainda que “já há 4GW de procura com novas licenças de ligação. Por outras palavras, estamos quase a compensar a perda de 5 GW de consumo industrial durante a COVID”.

Outro dos desafios apontados durante o Fórum Solar foi a necessidade de acelerar as ligações à rede e os procedimentos administrativos, de modo a não perder a oportunidade oferecida pelas indústrias interessadas em investir em Espanha. Para o efeito, apelou-se à abertura de concursos, especialmente os de procura.

A 11.ª edição do Fórum Solar também destacou o sucesso na descarbonização do sector elétrico, que aumentou a quota de energias renováveis no cabaz energético de 19% para 62% em cinco anos. No entanto, foi salientado que ainda há um longo caminho a percorrer na descarbonização das utilizações finais de energia, para o qual é necessário um plano de ação claro e recursos suficientes. “O nosso país gasta cerca de 60 mil milhões por ano em importações de hidrocarbonetos. No ano em que conseguirmos a descarbonização total, será como se tivéssemos conseguido uma Next Generation todos os anos para a nossa economia com os nossos recursos internos”, afirmou Donoso.

O armazenamento surgiu como um dos pilares fundamentais para o futuro do setor fotovoltaico durante a conferência. O diretor executivo da UNEF insistiu que chegou o momento do armazenamento, um elemento que qualificou de “essencial” para as novas centrais solares e os projetos de autoconsumo. A este respeito, apelou ao governo para que inclua este elemento nos leilões de energia a realizar no início do próximo ano.

Por fim, foi discutida a necessidade de inovar no setor do autoconsumo e na criação de comunidades energéticas, com o objetivo de continuar a transformar o setor e combater a volatilidade dos preços.

“O nosso setor tem sido um elemento disruptivo no mundo da energia, baseado na inovação. Precisamos de continuar a inovar do ponto de vista puramente tecnológico, mas também nos novos desafios que enfrentamos. Há muitos anos que falamos de cidades e ilhas inteligentes. Temos de fazer progressos efetivos neste sentido. E utilizar as comunidades energéticas como um elemento disruptivo”, concluiu Donoso durante a cerimónia de encerramento do evento fotovoltaico.

 

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“Os jovens não têm paciência para enriquecer de maneira lenta e, em vez disso, decidem empobrecer rapidamente”

  • ECO
  • 11 Outubro 2024

A falta de perspetiva de longo prazo dos mais jovens foi um dos temas abordados na ECO Talks – Semana do Investidor. A baixa literacia financeira dos portugueses foi outro dos assuntos discutidos.

O dólar continua a enfraquecer, os ETFs interromperam as vendas de ouro a que vínhamos a assistir em anos anteriores a 2024, os bancos centrais têm vindo a aumentar os seus balanços e, consequentemente, as suas reservas de ouro… estes e outros temas foram abordados na ECO Talk – Semana do Investidor, que aconteceu esta sexta-feira, no Estúdio ECO, em parceria com a XTB.

O sentimento é otimista em torno do mercado acionista e não só. Um dos ativos que tem estado em alta é o ouro, que atingiu recordes numa base diária, ao longo do mês de setembro. Sobre a perspetiva de crescimento deste ativo, Luís Correia Tavares, Analista e Especialista de Trading, diz, em primeiro lugar, que “para qualquer ativo que está em máximos históricos, o céu é o limite”, acrescentando, que é difícil prever onde é que este se vai dirigir. “Tecnicamente, tem objetivos alvo perto dos 2800”, acrescenta.

Como possíveis justificações para o crescimento do mercado do ouro, Luís diz que este ativo é algo “que qualquer pessoa aceitaria como forma de pagamento”.

“Se eu propusesse a uma pessoa ir viajar para a Lua e ficar lá durante 10 anos, se essa pessoa convertesse o seu dinheiro em ouro, seria muito provável que quando regressasse conseguisse comprar as mesmas coisas daqui a 10 anos que compraria hoje”, explica.

Luís Correia Tavares diz que este ativo [o ouro] é algo “que qualquer pessoa aceitaria como forma de pagamento”

Ainda dentro deste assunto, um dos tópicos abordados foi a relação do investidor com o ouro em termos de riscos. Vítor Madeira, Analista da XTB, refere que se deve olhar para três métricas, a começar pelo dólar. “O ouro está inversamente correlacionado com o dólar, em situações em que o dólar dispara, normalmente, este não consegue subir”, explica. A segunda métrica está relacionada com o risco geopolítico, pois a seguir a algum evento desta natureza, como é o caso da invasão da Rússia à Ucrânia, entre outros eventos, “o ouro tende a disparar até aos 100 dias e depois tende a normalizar e a corrigir”. O último parâmetro está relacionado com a reserva de valor em períodos de inflação. “É normal que o ouro consiga acompanhar a inflação”, refere.

Além do ouro, as ações norte-americanas e europeias e a literacia financeira dos portugueses estiveram em discussão.

Vítor Madeira, Analista da XTB

Sobre este último tópico, Nuno Mello, Head Of Sales da XTB, também refere a fraca capacidade dos portugueses em conseguirem poupar, devido aos baixos rendimentos. “A maior parte das pessoas, consegue poupar menos de 500€ por mês, não investe em ativos arriscados e procuram investimentos mais conservadores, como os depósitos a prazo e os certificados de aforro”, diz.

Para o Nuno Mello é importante que se aposte, cada vez mais, na literacia financeira. “O investimento não é jogo, portanto, tentamos sempre dar formação e informação para que os investidores se sintam preparados para investir nos mercados”.

Olhar para o investimento como se fosse um jogo pode ser um dos fatores que contribui para a falta de perspetiva de longo prazo dos mais jovens, que também foi um dos temas em discussão nesta talk.

“A maior parte das pessoas, consegue poupar menos de 500€ por mês, não investe em ativos arriscados e procuram investimentos mais conservadores, como os depósitos a prazo e os certificados de aforro”

“Eu costumo dizer que, muitas vezes, os jovens entram de maneira abrupta, não têm paciência para enriquecer de maneira lenta e, em vez disso, decidem empobrecer rapidamente”, refere Luís Correia Tavares.

No final desta conversa, houve espaço para alguns conselhos para quem está a pensar em investir. Vítor Madeira deixa uma dica para qualquer tipo de investidor: “Antes de entrar, temos de saber quanto é que podemos perder e quanto é que podemos ganhar”. Nuno Mello refere a importância de se ter uma reserva de liquidez para poder aproveitar as oportunidades que possam surgir no mercado, diversificar a carteira quer por classes de ativos, por setores, por indústrias ou por regiões. E, por último, investir em conhecimento. “A parte do conhecimento é essencial. Portanto, não se deve começar a investir sem se ter o conhecimento necessário para o fazer”, explica.

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APROSE apoia curso ‘Inovação e Transformação em seguros’ da Católica Lisbon School

  • ECO Seguros
  • 10 Outubro 2024

Associados têm desconto de 5% no acesso à formação e devem indicar no campo de observações do formulário de candidatura que são associados para usufruir da condição especial de acesso.

O curso ‘Inovação e Transformação em seguros’ da Católica Lisbon School of Business & Economics passa a contar com o apoio da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE), cujos associados têm agora desconto de 5% no acesso à formação.

Para beneficiarem desta condição especial de acesso, cabe aos interessados indicar no campo de observações do formulário de candidatura que são associados da APROSE.

Fundada em 1976, a APROSE é a única associação empresarial em Portugal que representa agentes e corretores de seguros profissionais e conta com 1.200 profissionais associados que passam a poder aceder à formação com desconto.

Com início a 5 de novembro, este curso pretende “dotar os participantes de ferramentas para avaliar novas ameaças, contextos variáveis e desafios de competitividade no âmbito do setor de seguros, investigando como a inovação e a transformação digital podem ser catalisadores para o desenvolvimento contínuo desta essencial atividade na nossa sociedade”, explica a escola de negócios.

Interessados têm até dia 28 deste mês para se candidatar ao curso que tem uma duração de 50 horas e conta ainda quatro seminários temáticos.

Também a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) apoiam a formação que conta com a NTT Data como parceiro de Transformação digital.

O presidente da APS, José Galamba de Oliveira, discursará no primeiro dos quatro seminários do curso onde vai falar sobre ‘Insurance Protection Gap e Literacia Financeira’ e o terceiro seminário conta com um representante da ASF.

A NTT Data far-se-á representar por quatro profissionais que vão lecionar temas desde a blockchain aos impactos da transformação digital na gestão de clientes.

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BPI Vida e Pensões com administração confirmada até 2027

  • ECO Seguros
  • 10 Outubro 2024

ASF confirma que Isabel Castelo Branco continua no cargo de presidente e Isabel Semião como administradora executiva.

A administração da seguradora BPI Vida e Pensões (BPI VeP) foi confirmada pela ASF, supervisora do setor, até ao ano de 2027. Isabel Castelo Branco segue como presidente, função que ocupa desde 2016, após ter sido Secretária do Estado do Tesouro durante três anos dos governos Passos Coelho e Maria Isabel Semião continua administradora executiva, cargo que exerce desde 2012 na BPI Vida e Pensões, após uma carreira no atuariado no grupo BPI.

Isabel Castelo Branco e Isabel Semião prosseguem na administração executiva da BPI VeP.

Como administradores não executivos foram confirmados Jordi Arenillas Claver, Director Económico Financeiro da seguradora VidaCaixa, Cristina Bellido, Diretora de Negócio também da VidaCaixa e Rafael Aguilera, Diretor Executivo de Particulares, Premier e Negócio do Banco BPI.

A BPI VeP é detida a 100% pela VidaCaixa, a maior seguradora de Espanha, que por sua vez é detida pelo CaixaBank que controla igualmente o Banco BPI. Em 2023, a seguradora anunciou deter 354.227 Apólices, 124.244 Participantes e Beneficiários de Fundos de Pensões e um Resultado Líquido de 20 milhões de euros.

Especializada em seguros financeiros e pensões e distribuindo em exclusivo na rede BPI, no último dia do ano passado geria um volume de Seguros de 4.257 milhões de euros e registava uma quota de mercado em seguros de Vida de 9% com uma produção 456 milhões de euros em 2023.

A empresa também gere 36 fundos de pensões com um volume de 3.257 milhões de euros, representando uma quota de mercado de 17% neste segmento.

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VDM Capital faz contrato para comprar até 4,87% da Altri. Pode passar a controlar 17,22%

A sociedade liderada por Domingos Matos estabeleceu um "equity swap", que tem como subjacente até 10 milhões de ações da papeleira, uma aquisição que vai permitir reforçar a posição até 17,22%.

A sociedade Vieira de Matos – VDM Capital, a holding detida por Domingos Vieira de Matos, prepara-se para aumentar a posição acionista na Altri, e poderá chegar aos 17,22% do capital. Aquela sociedade celebrou um contrato de Equity Swap com liquidação financeira, que tem como subjacente uma quantidade máxima de 10 milhões de ações da Altri, representativas de 4,87% do capital social. Com a efetivação do contrato, que vale cerca de 50 milhões de euros a preços de mercado, a VDM poderá passar a deter cerca de 17,22% da Altri e tornar-se um dos maiores acionistas da empresa.

“A sociedade Vieira de Matos – VDM Capital, S.A. (“VDM – VIEIRA DE MATOS”) vem, por este meio, comunicar, para os devidos e legais efeitos, que celebrou, no dia de hoje, um contrato de Equity Swap com liquidação financeira, o qual tem como ativo subjacente uma quantidade máxima de 10.000.000 de ações da Altri SGPS, S.A (“Altri”) representativas de 4,87% do capital social desta sociedade”, informou a empresa comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A sociedade é liderada pelo patriarca da família, Domingos Matos, e tem também na administração Maria de Lurdes Matos e Maria João Matos, filha e futura sucessora na liderança. Maria João Matos licenciou-se na Católica em gestão e fez o MBA em Chicago. Trabalho na Deloitte, participou no projeto da BASE Saúde, que veio a dar origem à Unilabs, e também na CMTV, antes de assumir funções de administração da DVM Capital, a antiga LivreFluxo. Na administração está também Mário Leite Silva, gestor que não é da família.

A sociedade de Domingos Vieira de Matos detém atualmente 25.343.400 ações da Altri, representativas de 12,35% do capital social, uma participação que poderá aumentar de forma significativa assim que o contrato atinja a maturidade, colocando o administrador da papeleira entre os maiores acionistas da empresa.

Segundo adianta o mesmo comunicado, “esta transação tem uma maturidade máxima de aproximadamente um ano e liquidação estritamente financeira, não existindo qualquer obrigação ou direito à compra do ativo subjacente por parte da VDM – VIEIRA DE MATOS ou de qualquer sua participada”.

A Altri é controlada por um núcleo de cinco acionistas, que faz negócios há três décadas, e que inclui Domingos Vieira de Matos, Ana Mendonça (Promendo Investimentos), filha de Pedro Mendonça, Paulo Fernandes (Actium Capital), João Borges de Oliveira (Caderno Azul) e Pedro Borges de Oliveira (1 Thing, Investments).

A estrutura acionista atual é liderada pela Promendo, com 17,29% do capital, seguida pela Caderno Azul, com 16,09%. Seguem-se, com menos de 15% do capital, a Actium (13,63%), VDM (12,35%) e 1 Thing (10,01%).

Além de Domingos Vieira de Matos, outros acionistas do núcleo duro têm vindo a reforçar as suas participações. Esta semana, a Actium Capital, cujas ações são atribuíveis a Paulo Fernandes, comunicou a aquisição de 440.059 ações representativas de 0,21% do capital, com o empresário a passar a deter 27.965.728 ações representativas de 13,63% do capital social da papeleira.

Também João Borges de Oliveira, através da Caderno Azul, tem vindo a reforçar a sua participação, através de várias aquisições, ao longo dos últimos meses.

Estes investimentos mostram que os acionistas da papeleira estão otimistas para a evolução do negócio, num momento em que os resultados da empresa estão a recuperar, à boleia da recuperação dos preços do papel.

Lucros mais que duplicaram até junho

O grupo Altri multiplicou quase cinco vezes os lucros no segundo trimestre deste ano, o que permitiu fechar o primeiro semestre com um resultado líquido de 62 milhões de euros. Um crescimento de 121,7% face aos primeiros seis meses do ano passado, em que os lucros tinham descido 60%.

“Os sinais positivos que vínhamos observando no final de 2023 e no arranque de 2024 acabaram por se confirmar nesta primeira metade do ano. Assistimos, neste primeiro semestre, a um forte dinamismo na procura por fibras celulósicas, em especial nos mercados da Europa e da América do Norte”, sublinha o CEO, José Soares de Pina, nos resultados semestrais.

Aliando este reforço das vendas e da produção (+6,2%) à manutenção dos “custos controlados” neste período, a papeleira portuguesa alcançou um EBITDA de 124 milhões de euros. Correspondeu a uma margem de 26,8%, o que se traduz numa melhoria de 7,8 pontos percentuais face ao semestre homólogo.

A próxima apresentação de resultados financeiros está agendada para o próximo dia 21 de novembro, altura em que reporta as contas do terceiro trimestre.

Em termos de investimentos, o Grupo continua empenhado em avançar com o megaprojeto projetado para a Galiza, com a empresa empenhada em demonstrar as vantagens da construção e a rebater as acusações de

Segundo um relatório recente da consultora Valora que calcula o impacto sócio-económico, a construção do megacomplexo projetado pela Altri para a Galiza, num investimento próximo de mil milhões de euros, vai ter um impacto médio anual de 342 milhões de euros no produto interno bruto (PIB) galego ao longo de 22 anos, após a sua construção, concluiu. O mesmo documento estima ainda que o Projeto Gama vai gerar 3.608 postos de trabalho, dos quais 500 diretos.

No passado mês de julho, a empresa portuguesa adiantou que, uma vez em funcionamento, o megaprojeto vai exigir uma injeção anual de 150 milhões de euros para a aquisição de matérias-primas, produtos e outros serviços, segundo os cálculos da empresa.

O investimento chegou a estar previsto para o primeiro semestre de 2023, mas tem vindo a ser atrasado.

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United Airlines com voos diretos entre Faro e Funchal e Nova Iorque no próximo verão

  • Lusa
  • 10 Outubro 2024

O Turismo de Portugal destacou que, “com esta nova rota, todos os aeroportos nacionais passam a ter ligações diretas aos Estados Unidos”.

Faro e Funchal vão passar a ter ligações diretas com o aeroporto de norte-americano de Newark, em Nova Iorque, no próximo verão, anunciou esta quinta-feira o Turismo de Portugal.

As novas rotas vão ser operadas pela companhia aérea norte-americana United Airlines, com os três voos por semana entre Newark e o Funchal a realizarem-se entre 7 de junho e 24 de setembro de 2025, às quartas-feiras, sextas-feiras e domingos, e os quatro entre Faro e o aeroporto nova-iorquino a voar de 16 de maio a 22 de setembro, às segundas-feiras, terças-feiras, quintas-feiras e sábados, precisou o Turismo de Portugal num comunicado.

O Turismo de Portugal destacou que, “com esta nova rota, todos os aeroportos nacionais passam a ter ligações diretas aos Estados Unidos” e o país passa a contar com um voo “estratégico para o turismo português”.

“Este resultado é o fruto de uma colaboração intensa entre o Turismo de Portugal, a ANA Aeroportos, a Associação de Promoção da Madeira, Associação de Turismo do Algarve e a United Airlines. É especialmente relevante pelo impacto positivo que terá na promoção do turismo internacional em Portugal e no reforço da conectividade aérea com um mercado de grande relevância e em franco crescimento”, considerou.

O presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, afirmou que “estas novas rotas representam um marco na conectividade aérea e no fortalecimento das relações entre Portugal e os Estados Unidos”.

“A partir de agora, todos os aeroportos nacionais serão servidos por rotas diretas dos Estados Unidos, mercado estratégico e de grande potencial, onde o Turismo de Portugal está comprometido em explorar e maximizar oportunidades”, referiu Carlos Abade, citado no comunicado do organismo a que preside.

O presidente do Turismo de Portugal destacou que o mercado norte-americano tem tido um “notável crescimento” e aporta uma “contribuição positiva para o setor turístico nacional”.

A United Airlines também anunciou o início da operação das duas novas rotas diretas entre o aeroporto internacional de Faro e Funchal e Newark, em Nova Iorque, através de um “serviço sazonal sem escalas”, referindo que passa a ser a companhia norte-americana que faz “mais voos entre Portugal e os Estados Unidos” e que serve “mais destinos em Portugal”, acrescentou a empresa.

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Medidas de política têm impacto de 2.684 milhões de euros no saldo orçamental

Principais medidas de política orçamental levam a um aumento da despesa de 1.711 milhões de euros e a uma perda de receita de 973 milhões de euros.

O Governo estima que as principais medidas de política orçamental têm um impacto negativo de 2.684 no saldo do Estado, devido a um aumento da despesa de 1.711 milhões de euros e uma perda de receita de 973 milhões de euros. A previsão consta do relatório do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), entregue esta quinta-feira no Parlamento.

Do lado da despesa, as despesas com pessoal representam a maior fatia (1.568 milhões de euros), com destaque para a valorização salarial de 52,63 euros na função pública, com um mínimo de 2%, com um impacto de 597 milhões de euros, para as progressões, promoções e o salário mínimo (448 milhões de euros) e para a recuperação integral do tempo de serviços dos professores (177 milhões de euros).

Já a revisão do suplemento de missão das forças de segurança representa um encargo de 125 milhões de euros e a revisão do regime dos enfermeiros de 116 milhões de euros. A pressionar a despesa estão ainda as prestações sociais (215 milhões de euros), entre as quais o reforço do complemento solidário, com um impacto de 120 milhões de euros.

Do lado da receita, a perda com IRS tem o maior impacto nos cofres públicos: são menos 450 milhões de euros com as mexidas ao imposto aprovadas este ano no Parlamento à revelia do Governo, menos 250 milhões com o IRS Jovem atualmente em vigor e menos 525 milhões de euros com o novo IRS para os jovens.

No que toca à perda de receita com o IRC, o impacto resulta sobretudo dos atuais regimes do Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE), Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI), Incentivo à Capitalização de Empresas (ICE) e outros: 108 milhões de euros.

O impacto negativo na receita – também afetado pela isenção das portagens nas antigas SCUT (-180 milhões de euros) e da redução do IVA da eletricidade (-110 milhões de euros) – é parcialmente compensado com o ISP (+650 milhões de euros), devido à fim de isenção dos biocombustíveis avançadas e do mecanismo do gasóleo extraordinário, mas sobretudo à atualização da taxa de carbono.

Fonte: Relatório do Orçamento do Estado para 2025

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Governo quer avançar em 2025 com IVA a 6% para habitação com fins sociais

A proposta do Orçamento do Estado para 2025 inclui uma autorização legislativa para alargar a aplicação do IVA a 6% na construção e reabilitação de habitação para fins sociais.

O Governo inclui na proposta de lei do Orçamento do Estado uma autorização legislativa para aplicar a taxa reduzida de IVA às empreitadas de construção e reabilitação de imóveis, com objetivos sociais. Intenção vai, parcialmente, ao encontro das exigências de promotores imobiliárias e construtoras.

A autorização legislativa autoriza o Governo a proceder à alteração da verba 2.18 da lista de produtos e serviços às quais se aplica a taxa reduzida de IVA, de 6%, e que diz respeito às “empreitadas de construção ou reabilitação de imóveis de habitações económicas, habitações de custos controlados ou habitações para arrendamento acessível”.

A versão atual da legislação estabelece como condição que, pelo menos, 700/1000 dos prédios em propriedade horizontal ou a totalidade dos prédios em propriedade total ou frações autónomas sejam afetos a um dos referidos fins e certificadas pelo IHRU ou entidades congéneres dos Açores e Madeira.

A mudança na verba pretendida pelo Executivo visa “prever que as empreitadas de construção ou reabilitação de imóveis de habitação abrangidas são definidas segundo critérios estabelecidos pelos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da habitação”, apontando para um alargamento do regime.

Mas nem todas as habitações serão abrangidas. Ficam excluídos os serviços “relativos, total ou parcialmente, a imóveis destinados a habitação cujo valor exceda o limite compatível com a prossecução das políticas sociais de habitação do Governo“. Na autorização legislativa, o Governo dá a si próprio 365 dias para avançar com o decreto-lei.

A medida faz parte da Nova Estratégia para a Habitação, apresentada pelo primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas e Habitação a 10 de maio, e constava do Programa do Governo.

Na altura, o ministro Miguel Pinto Luz mostrava preocupação em que “que este ganho em IVA seja repercutido, de facto, na baixa de preços para quem compra”. Dificuldade reconhecida em julho também pelo ministro das Finanças. “A descida do IVA na habitação é um objetivo do Governo, mas é uma medida difícil de modelar porque tem de ter uma efetiva repercussão nos preços da habitação”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento durante a audição regimental na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP).

A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas tem pedido, repetidamente, a descida do IVA para 6% de forma transversal.

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