Futuros engenheiros “à caça” de 1.800 vagas na Feira de Emprego da FEUP

Mais de uma centena de empresas participam na edição desta ano da feira de emprego da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Há talks informais e competições.

Feira de emprego ocupa o principal corredor da FEUP.

Os futuros engenheiros da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) têm 1.800 vagas disponíveis na Career Fair, considerada a maior feira portuguesa de talento na área. A iniciativa conta, entre esta terça-feira e a próxima quinta-feira, com a presença de mais de 120 empresas nacionais e internacionais.

A feira tem o propósito de ajudar os estudantes na procura e introdução no mercado de trabalho. A Unidade de Talento da FEUP, organizadora do evento, “pretende potenciar, ainda mais, as taxas de empregabilidade dos estudantes formados na Faculdade de Engenharia”, refere a instituição num comunicado.

“Os dados de 2023 mostram que 45% dos estudantes têm emprego à data da conclusão do curso, 78% têm emprego três meses após a conclusão do curso, e 92% dos estudantes com emprego 10 meses após a conclusão do curso”, contabiliza a FEUP.

O evento “acontece na ressaca do recorde alcançado pela recém-criada licenciatura em Engenharia Aeroespacial, que fixou a maior média de entrada de sempre no concurso nacional de acesso ao ensino superior, com 19,45 valores“, assinala esta universidade na mesma nota. A FEUP conta ainda com três cursos no “top 10” dos mais procurados pelos alunos que ingressaram no Ensino Superior.

Os dados de 2023 mostram que 45% dos estudantes têm emprego à data da conclusão do curso, 78% têm emprego três meses após a conclusão do curso, e 92% dos estudantes com emprego 10 meses após a conclusão do curso.

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP)

Da programação desta feira constam as talks informais “Career (OUT)Sights” com conversas sobre as experiências profissionais e desafios de carreira dos antigos estudantes da FEUP e empresas presentes. Outra iniciativa consiste na competição “FEUP Escape Challenge”, uma competição na qual todos os envolvidos participam em enigmas em grupo, promovendo o trabalho em equipa e o espírito de “problem solving”.

A edição deste ano conta com o Main Sponsorship da FAPRICELA – Indústria de Trefilari, uma das maiores empresas da Europa na área do fabrico de fios metálicos, além dos patrocínios da BNP Paribas, Vestas, Garcia Garcia, Costeira e Continental. A JuniFEUP, a BEST Porto, a Teach For Portugal, a Unlimited Future, a Fundação da Juventude e a Talent Portugal são parceiros na organização.

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Conselho de Ministros volta a reunir-se na quarta-feira centrado na Cultura

  • Lusa
  • 8 Outubro 2024

Esta é a quarta reunião do Governo no espaço de uma semana. Na última, segunda-feira, o Governo pré-aprovou o Orçamento do Estado para 2025.

O Governo vai voltar a reunir-se na quarta-feira em Conselho de Ministros, num encontro centrado na área da Cultura, confirmou à Lusa fonte do executivo PSD/CDS-PP. A reunião será no Palácio Nacional da Ajuda – e não, como habitualmente, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento –, arrancará pelas 09:30, com conferência de imprensa no final.

Esta é a quarta reunião do Governo no espaço de uma semana: na passada quarta-feira realizou-se um Conselho de Ministros, dedicado ao tema dos idosos, na sexta uma reunião extraordinária sobre mobilidade e energia no Entroncamento (distrito de Santarém) e na segunda-feira novo encontro centrado na questão do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que será entregue no parlamento na quinta-feira.

Nessa reunião, sem conferência de imprensa no final, o comunicado informava apenas que “O OE2025 foi pré-aprovado dentro do Governo e a proposta final aguarda apenas o desenrolar das negociações em curso com o Partido Socialista”.

Na semana passada, nas jornadas parlamentares PSD/CDS-PP a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, tinha prometido que “muito brevemente” o Governo aprovaria uma nova lei do mecenato, que considerou ir ser reconhecida pela “sua ambição, profundidade” e natureza “muito ampla” de entidades que pode apoiar.

Dalila Rodrigues deixou ainda outro compromisso: “A partir de janeiro, vamos avançar com políticas de desconto muito significativas e outras medidas de gratuidade, sobretudo para a área do teatro, permitindo às comunidades escolares (…) visitarem gratuitamente os equipamentos do Ministério da Cultura e assistirem gratuitamente aos seus espetáculos”.

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Vendas da Ikea caem 1,4% em Portugal. Redução de preços custou 36 milhões de euros

Cadeia sueca reporta vendas de 602,7 milhões em Portugal, onde emprega 2.800 pessoas e vai abrir estúdios em Aveiro e Beja. Armazém logístico de Loures já abastece todo o e-commerce nacional.

A cadeia de mobiliário e decoração Ikea faturou 602,7 milhões de euros em Portugal no último exercício fiscal, terminado a 31 de agosto, 1,4% abaixo dos 611 milhões registados no período homólogo. A empresa de origem sueca, que emprega cerca de 2.800 pessoas no país, estima em 36 milhões de euros aquele que diz ter sido “o maior investimento em redução de preços da sua história”.

“Este ano fiscal foi um período de forte investimento em reduzir preços e em nos tornarmos cada vez mais omni [canal], para que, independentemente dos canais que o cliente escolha para aceder aos produtos e serviços, possa ter a melhor experiência. Os resultados mostram que estamos no caminho certo e que ainda temos muito para melhorar”, afirma Laia Andreu, country retail manager da Ikea Portugal.

A empresa detida pelo Grupo Ingka destaca a abertura de quatro Estúdios de Planificação e Encomenda durante este ano – em Lisboa, Funchal, Viseu e Évora –, passando a ter 13 espaços neste formato. Até ao final deste ano, acrescenta em comunicado, vai inaugurar outros dois estúdios, em Aveiro e em Beja.

Laia Andreu, country retail manager da Ikea Portugal

Presente em Portugal desde 2004, a Ikea soma cinco lojas no país – Alfragide, Loures, Loulé, Matosinhos e Braga –, que recebem cerca de 13,8 milhões de visitas por ano. Além dos atuais 13 estúdios de planificação – Almada, Cascais, Coimbra, Évora, Funchal, Lagos, Leiria, Lisboa, Seixal, Setúbal, Sintra, Vila Nova de Gaia e Viseu –, tem vários pontos de recolha de encomendas e uma plataforma de venda online.

Outra das novidades é que, desde o verão, todas as encomendas online são preparadas diretamente nas lojas da marca em Portugal, sem qualquer ligação ao armazém logístico de Espanha. A empresa relata que a infraestrutura logística em Loures, em que investiu 37 milhões de euros nos últimos três anos, já abastece atualmente todo o e-commerce para o mercado nacional e apoia o disparo registado nas vendas remotas: pesam agora 22% do total, o que compara com 4% há cinco anos.

“Sabíamos que o ano fiscal de 2024 seria um grande desafio para nós e que o esforço para poder passar a assegurar as encomendas online todas a partir de Portugal iria requerer uma enorme capacidade de adaptação e resiliência das nossas equipas. Conseguir chegar a mais pessoas em Portugal é a prova de que a nossa estratégia e investimento estavam certos e de que nos estamos a preparar para o crescimento futuro”, aponta, citado na mesma nota, Stefan Hofer, country customer fulfilment manager da Ikea Portugal.

Aumento nos salários e entregas “elétricas”

No plano laboral, a Ikea Portugal calcula ter investido perto de 5 milhões de euros em atualizações de salários e benefícios aos colaboradores durante o ano fiscal de 2024, no qual 270 colaboradores integraram os programas de desenvolvimento da empresa. Mais de metade (53%) dos líderes da empresa são mulheres, com a empresa a atingir no país a meta de 2% de colaboradores com deficiência, dos quais 91% com contratos permanentes.

Finalmente, na componente da sustentabilidade, a multinacional sueca assegura que desde 2016 conseguiu reduzir em 85% a pegada carbónica dos seus edifícios no país, em valor absoluto, apesar do crescimento do negócio. Em Portugal, 65,3% das entregas dos produtos Ikea são realizadas por veículos elétricos, o que equivale a um aumento superior a 8% em comparação com o ano fiscal anterior e de mais de 47% face ao período homólogo de 2022.

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Joe Biden adia visita a Angola devido a furacões que atingem os EUA

  • Lusa
  • 8 Outubro 2024

"Dada a trajetória projetada e a força do furacão Milton, o Presidente Biden adia a viagem à Alemanha e Angola para supervisionar os preparativos e a resposta ao furacão", anunciou a Casa Branca.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou a visita a Angola, prevista para a próxima semana, anunciou esta terça-feira a Casa Branca, justificando com os impactos de furacões que afetam várias regiões norte-americanas.

Dada a trajetória projetada e a força do furacão Milton, o Presidente Biden adia a viagem à Alemanha e Angola para supervisionar os preparativos e a resposta ao furacão Milton, além da resposta contínua aos impactos do furacão Helene”, refere uma nota da presidência norte-americana.

A declaração, assinada pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, não refere cancelamento mas sim “adiamento” mas sem dar mais indicações. A visita de Biden a Angola estava prevista para se realizar na próxima semana, de 13 a 15 de outubro, enquanto a visita à Alemanha estava prevista entre 10 e 12 de outubro.

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Carlos Tavares preside a comissão de avaliação da previdência dos advogados

O Governo publicou em agosto em Diário da República o despacho que determinou uma auditoria à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) para apurar o seu património.

Carlos Tavares – ex- presidente da CMVM (de 2005 a 2016), ex-Ministro da Economia (de 2002/2004) e ex-presidente do Montepio – acaba de ser nomeado pelo Governo para presidir à comissão que irá analisar a situação da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS). O início dos trabalhos encontra-se agendado para o dia 14 de outubro.

O Governo publicou em agosto em Diário da República o despacho que determinou uma auditoria à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) para apurar o seu património, encargos e responsabilidades futuras, a qual deverá estar concluída e homologada no prazo de cinco meses. Ou seja: em Janeiro. Posteriormente, esta nova comissão vai analisar e ponderar os modelos de integração apresentados com base nos resultados apurados pela auditoria e no relatório do grupo técnico que vai também ser constituído. Feitas as contas, daqui a nove meses haverá uma conclusão final.

A nova comissão é composta por sete membros: um representante da área governativa da justiça, que preside e que diligencia pela constituição e pelo regular funcionamento da comissão; um da área das finanças; outro da área do trabalho, solidariedade e segurança social; um representante da CPAS e outro da Ordem dos Advogados; um representante da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução; e, por fim, uma pessoa de “reconhecido mérito”, que será indicada por alguns dos membros anteriores.

Segundo o site da Ordem dos Advogados, esta é a lista da comissão:

A Ordem dos Advogados recebeu informação, por parte do Ministério da Justiça, de que se encontra formalmente constituída a Comissão de Avaliação da CPAS, a qual será composta pelos seguintes membros:

  • Representante indicado pela área da Justiça e Presidente – Carlos Tavares
  • Representante indicado pela área das Finanças – Jaime Alves
  • Representante indicado pela área governativa do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – Ana Simões Correia
  • Representante da CPAS – Pedro Mota Soares
  • Representante da Ordem dos Advogados – Lara Roque Figueiredo
  • Representante da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução – Paulo Teixeira

Foram ainda indicados, na qualidade de individualidades de reconhecido mérito:

  • Miguel Teixeira Coelho, indicado pela Ordem dos Advogados;
  • Manuel Baganha, indicado pela Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução;
  • Rogério Alves, indicado pela CPAS.

“A complexidade da matéria em apreço, bem como o pretendido apuramento dos impactos da eventual integração dos beneficiários da CPAS no regime geral da Segurança Social, impõem não só a realização de uma auditoria ao património, encargos e responsabilidades futuras daquela entidade, tal como recomendado pela Assembleia da República, mas também uma análise técnica rigorosa aos resultados dessa mesma auditoria em função dos modelos em que tal integração poderá ocorrer“, lê-se em Diário da República.

Este despacho vem extinguir a comissão de avaliação criada em novembro de 2023, que tinha como objetivo analisar uma auditoria, que não foi realizada, e estudar a eventual integração dos beneficiários da CPAS no regime geral da Segurança Social, ou, em alternativa, de ponderar um novo modelo de proteção social, tendo tal comissão sido incumbida de apresentar um relatório no prazo de 12 meses.

“Sob a égide da comissão de avaliação, é constituído um grupo técnico, composto por técnicos do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças (GPEARI) e da Direção-Geral de Segurança Social, designados pelo Secretários de Estado Adjunto e do Orçamento e pelo Secretário de Estado da Segurança Social, com a missão de elaborar, com base nos resultados da auditoria e em cálculos atuariais pertinentes, um relatório“, explicam.

Esse relatório, que deverá ser entregue no prazo de quatro meses após a criação do grupo, contemplará o estudo de três possibilidades: a plena integração dos beneficiários da CPAS na Segurança Social, com impacto financeiro neutral no sistema previdencial; a criação de um regime optativo em que os beneficiários possam escolher entre a integração na Segurança Social ou na CPAS; e a manutenção da CPAS, com melhoramentos decorrentes das possibilidades reveladas no relatório do grupo técnico.

“Tendo por base os resultados da auditoria e o relatório do grupo técnico, a comissão de avaliação deverá cumprir a missão para a qual foi constituída, apresentando o seu relatório no prazo máximo de dois meses a contar da data da entrega do relatório produzido pelo grupo técnico”, lê-se.

As iniciativas legislativas apresentadas no Parlamento para alterar as regras de proteção social dos advogados e solicitadores foram votadas na generalidade a 28 de abril e rejeitadas. Apenas passou o projeto de resolução do PS visa a realização de uma auditoria e a criação de uma referida comissão. Foram rejeitados os cinco projetos de lei – do BE, do PAN, do Livre e do Chega – que pretendiam que os advogados, solicitadores e agentes de execução passassem a poder optar pelo regime contributivo: Segurança Social ou CPAS.

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Lítio. PSD de Montalegre reafirma oposição à exploração mineira

  • Lusa
  • 8 Outubro 2024

Os dois deputados do PSD eleitos pelo distrito de Vila Real, Amílcar Almeida e Alberto Machado, apresentaram uma declaração de voto na qual dizem que repudiam e não aceitam a exploração mineira.

O PSD de Montalegre reafirmou esta terça-feira a oposição à exploração mineira, depois da reprovação no parlamento, com a votação contra dos deputados sociais-democratas, de quatro projetos de resolução que pediam a suspensão da mina do Romano. O parlamento rejeitou na sexta-feira os projetos de resolução do BE, PCP, Livre e PAN que recomendavam ao Governo a suspensão ou o cancelamento das concessões de exploração mineira de lítio em Boticas e Montalegre.

Os projetos de resolução contaram com os votos contra do PSD, PS, CDS-PP e Iniciativa Liberal (IL) e a abstenção do Chega e dos dois deputados do PS eleitos pelo círculo eleitoral de Vila Real, Fátima Correia Pinto e Carlos Silva.

Os dois deputados do PSD eleitos pelo distrito de Vila Real, Amílcar Almeida e Alberto Machado, invocaram a disciplina de voto e apresentaram uma declaração de voto na qual dizem que repudiam e não aceitam a exploração mineira nos moldes em que ela se perspetiva, porque os benefícios não superam os problemas. Após a votação na Assembleia da República, a Comissão Política do PSD Montalegre refirmou, em comunicado, a oposição à exploração mineira no concelho.

A nossa posição continua a ser a mesma: somos contra a exploração mineira no concelho e estamos ao lado da população. Somos e seremos contra, porque o futuro assenta na preservação do ambiente e na valorização dos nossos produtos e serviços de excelência – água, fumeiro, carne, paisagem, etnografia – reforçados pela classificação como Património Agrícola Mundial, os quais são incompatíveis com as minas”, salientou a estrutura concelhia.

Acrescentou que recusa também que o município seja “uma espécie de coutada” do Estado, que serve apenas para vender concessões aos privados. “Primeiro foram as barragens, nos anos 50 e 60. Depois vieram os parques eólicos e as minas. Agora estamos na fase da energia solar: central solar-eólica dos Pisões e parques flutuantes dos Pisões, Paradela e Salamonde, sendo que os dois últimos são contíguos ao Parque Nacional da Peneda-Gerês”, salientou.

Relativamente às contrapartidas pela exploração mineira, o PSD lembrou que o “concelho tem as mesmas acessibilidades de antes do 25 de Abril e recebe pouco mais de um milhão de euros das barragens, apesar de ter 15% da capacidade hídrica instalada no país para produzir eletricidade”.

“E a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ainda não iniciou a elaboração do Plano de Ordenamento da Barragem dos Pisões, mas já aprovou o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da mina do Romano, apesar das “falhas graves do mesmo”. O projeto de exploração de lítio da Lusorecursos Portugal Lithium, a mina do Romano (Montalegre) obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em setembro de 2023 e a empresa já disse que tenciona iniciar a exploração mineira em 2027.

Os sociais-democratas criticaram aquilo que dizem ser uma “postura subserviência e de avanços e recuos” do PS local em relação à mina do Romano e, por fim, um apelo à resistência contra a exploração mineira.

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Mais de metade dos cidadãos da UE querem reforço da cooperação Schengen

  • Lusa
  • 8 Outubro 2024

Mais de metade dos cidadãos da União Europeia são favoráveis ao reforço da cooperação no Espaço Schengen. A maioria considera que cooperação foi foi "uma das maiores conquistas" da UE.

Mais de metade dos cidadãos da União Europeia são favoráveis ao reforço da cooperação no Espaço Schengen e mais de 80% das empresas consideram que esta área fortalece os seus negócios, dá conta um Eurobarómetro divulgado esta terça-feira.

De acordo com um Eurobarómetro sobre o Espaço Schengen, 63% dos cidadãos europeus inquiridos consideram que é necessário “reforçar a cooperação” nesta área.

A União Europeia planeia reforçar o Espaço Schengen até 2030.

No mesmo inquérito, 83% das empresas consideraram que o Espaço Schengen beneficiou os seus negócios e 81% reconhecem que foi “uma das maiores conquistas” da União Europeia, apontando a redução dos custos operacionais como o maior benefício.

Em 2023, a Comissão Europeia adotou uma recomendação para aumentar a cooperação entre os Estados-membros no Espaço Schengen.

No ano passado foram emitidos mais de dez milhões de vistos Schengen e mais de 500.000 pessoas visitaram este espaço, que contribuiu para cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) de toda a União Europeia, através dos empregos de mais de 22 milhões de pessoas, nomeadamente no turismo.

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Defesa quer Ricardo Salgado ausente no julgamento do caso BES

  • Lusa
  • 8 Outubro 2024

Segundo o documento, a anterior participação de Salgado num julgamento (EDP) “resultou num claro agravamento dos sintomas cognitivos e comportamentais, incluindo um risco aumentado de incontinência".

A defesa do ex-banqueiro Ricardo Salgado pediu ao tribunal que o arguido seja dispensado de comparecer no julgamento do processo BES, que começa na próxima terça-feira, face à evolução desfavorável da doença de Alzheimer que lhe foi diagnosticada.

No requerimento apresentado em tribunal, a defesa cita o relatório mais recente do médico que acompanha o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), com data de 27 de setembro, sublinhando que Ricardo Salgado “não apresenta capacidade cognitiva para participar de forma competente em qualquer sessão judicial e que a simples presença física num ambiente de tribunal pode gerar um agravamento dos sintomas da doença”.

Os advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce destacaram a “perda de autonomia global” do antigo banqueiro e referiram que este precisa da “supervisão de um cuidador” para a maior parte das atividades do dia a dia, na maioria das vezes asseguradas pela mulher de Ricardo Salgado.

“Em face do exposto, requer-se que Vossa Excelência se digne dispensar a presença” do arguido em audiência de julgamento, resumiram.

Segundo o documento submetido ao Juízo Central Criminal de Lisboa, a anterior participação de Ricardo Salgado numa sessão judicial realizada em fevereiro deste ano também “resultou num claro agravamento dos sintomas cognitivos e comportamentais, incluindo um risco aumentado de incontinência”. Reforçaram ainda que desde então o estado clínico do ex-presidente do BES “evoluiu desfavoravelmente”.

“Afigura-se, portanto, contra a mais elementar dignidade humana e atenta contra os mais básicos princípios de respeito pela vida humana obrigar um arguido a comparecer em julgamento sujeitando ao agravamento de episódios de incontinência (no próprio tribunal) e também ao risco de agravamento dos sintomas cognitivos e comportamentais”, lê-se.

O requerimento apelou igualmente ao tribunal para se pronunciar sobre o pedido de uma perícia médica a Ricardo Salgado para que este não seja sujeito a julgamento devido à sua situação clínica, ao lembrar que esta questão “é prévia a tudo o demais”.

De acordo com a defesa, o atual estádio da doença de Alzheimer impede o ex-banqueiro de exercer o direito de se defender das acusações imputadas pelo Ministério Público (MP).

O julgamento do também denominado processo Universo Espírito Santo vai arrancar mais de uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014, e tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado.

O ex-banqueiro foi acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento, mas três crimes prescreveram entretanto, pelo que vai responder em julgamento por 62 crimes.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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Mário Centeno admite rever “taxa de stress” sobre crédito à habitação

O governador do Banco de Portugal pede cuidado na aplicação da garantia pública pelos bancos e assume a possibilidade de o regulador voltar a aumentar as "taxas de stress" sobre o crédito à habitação.

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, voltou a manifestar reservas sobre a garantia pública no apoio ao financiamento a 100% da compra da primeira casa pelos jovens.

Durante a apresentação do Boletim Económico de outubro, esta terça-feira em Lisboa, Centeno fez vários alertas sobre os potenciais riscos da garantia pública para a estabilidade financeira. Notando, desde logo, que “os desvios face às recomendações macroprudenciais são já hoje possíveis, mas têm de ser explicados pelos bancos”.

O governador enfatizou que as instituições financeiras “têm de justificar perante o Banco de Portugal porque numa determinada situação há um desvio da medida macroprudencial.” Ou seja, qualquer concessão de um crédito à habitação por via da garantia pública terão de ser justificados pelos bancos junto do regulador, podendo as entidades bancárias ficar sujeitas à utilização de uma das almofadas de capital criadas quando as medidas macroprudenciais são contornadas.

Esta posição surge no contexto da recente regulamentação da garantia pública, que permite aos jovens entre 18 e 35 anos acederem a financiamento até 100% do valor do imóvel, contornando assim o limite de 90% ao rácio de loan-to-value (LTV) estabelecido pelo Banco de Portugal.

O governador advertiu ainda que “se existir uma acumulação de risco para o banco ou para os mutuários que sejam contrárias à letra ou objetivo da medida macroprudencial, o Banco de Portugal tem instrumentos para agir”.

Esta declaração sugere que o regulador está atento e pronto para intervir caso a medida leve a um aumento significativo do risco no sistema financeiro, com o governador a enfatizar a ideia de que “a garantia pública é dada aos bancos e em nada protege os mutuários”.

Mas Centeno foi ainda mais longe ao afirmar que “todas as medidas que adiem, aumentem o serviço da dívida e aumentem o risco dos mutuários são contrárias à estabilidade financeira”. Uma posição alinhada com as preocupações anteriormente expressas pelo governador sobre os potenciais efeitos negativos da garantia pública no mercado de crédito habitação.

Além de abordar as questões da garantia pública, Mário Centeno também anunciou a possibilidade de o Banco de Portugal voltar a rever a “taxa de stress” que é aplicada na análise de risco na concessão dos empréstimos para a compra de casa a taxa variável.

Desde outubro de 2023 que os bancos aplicam um “teste de stress” de 1,5% sobre a taxa de juro contratualizada nos créditos à habitação a mais de 10 anos. Essa taxa foi revista em baixo há um ano (estava nos 3%) por nessa altura as taxas de juro estarem em máximos históricos.

“Estando as taxas de juro a baixar, é natural que seja reavaliado essa medida”, referiu o governador do Banco de Portugal, notando que “devemos naturalmente ajustar”, mas sublinhou que, “de momento está bem como está.”

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Do incentivo à contratação de jornalistas às assinaturas digitais bonificadas. Conheça as 30 medidas de apoio aos media

  • + M
  • 8 Outubro 2024

Do fim gradual da publicidade na RTP ao apoio à contratação de jornalistas, passando pela bonificação nas assinaturas digitais, confira o plano do Governo para apoiar os media.

O plano de apoio aos media, apresentado esta terça-feira, está dividido em quatro eixos: regulação do setor, serviço público concessionado (RTP e Lusa), incentivos ao setor e combate à desinformação e literacia mediática. Cada um deles tem diversas medidas, cuja monitorização e prestação de contas na execução estará a cargo da Estrutura de Missão (#PortugalMediaLab), criada pelo Governo em agosto passado. Confira as principais medidas.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, intervém na sessão de abertura da conferência “O futuro dos media”, que abordará temas desde a sustentabilidade financeira do setor até ao serviço público, em Lisboa, 08 de outubro de 2024.ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
  • Elaboração do Código da Comunicação Social – Será revisto, e integrado na nova legislação a Lei de Imprensa e Estatuto da Imprensa Regional, a Lei da Rádio, Lei da Televisão e Serviços Audiovisuais a Pedido e Lei da Transparência dos Media e Decreto dos Registos;
  • Novo Contrato de Concessão de Serviço Público
  • Eliminação gradual da publicidade comercial – À semelhança do que já se verifica na rádio pública, os canais de televisão da RTP deverão gradualmente, durante os próximos 3 anos, eliminar a publicidade comercial das suas grelhas. Em paralelo, a redução de tempo dedicado à publicidade comercial deverá ser compensada com espaços de promoção de eventos e iniciativas culturais;
  • Plano de reorganização e modernização da RTP -Proporcionar um contexto de modernização e gestão mais eficiente dos recursos da RTP, assente em tecnologia e em soluções digitais que preparem a RTP para a sua afirmação presente e futura. Plano de saídas voluntárias tem como teto a saída de 250 trabalhadores (com a contratação de 1 novo trabalhador com perfil diferente – digital – por cada duas saídas);
  • Novo modelo de governação na Lusa e plano de modernização em meios humanos e tecnológicos – propor-se-á a criação de um Conselho de Supervisão da agência, com uma composição multisetorial na área dos media. A este Conselho caberá garantir a autonomia do Conselho de Administração e a independência direção de informação. Caber-lhe-á, igualmente, supervisionar a atividade da agência;
  • Criação de benefícios para OCS – O Governo optou por promover descontos para serviços de interesse público da Lusa: entre 50% a 75% para OCS regionais e locais e entre 30% e 50% para OCS nacionais;
  • Estudo sobre o mercado jornalístico e os OCS – o Governo acredita que estas devem ser monitorizadas, avaliadas, adaptadas e desenvolvidas com base em evidências científicas. Para isso, promover-se-á a elaboração de um estudo sobre o Setor jornalístico, que analise duas dimensões essenciais: o mercado jornalístico e dos profissionais de Media noticiosos e os referentes OCS em Portugal;
  • Avaliação do atual regime de incentivos do Estado à Comunicação Social de âmbito local e regional
  • Integração das plataformas digitais nas soluções para o setor;
  • Incentivo à contratação de jornalistas e retenção de talento – será criado um incentivo à contratação de jornalistas destinado a todos os OCS, com base numa tabela de criação líquida de emprego vs. montante. Este apoio traduzir-se-á na atribuição, mediante candidatura, de um montante entregue pelo Estado às empresas pela contratação de mais jornalistas com vínculo sem termo, com uma retribuição mínima obrigatória igual ou superior ao nível remuneratório de Nível 6 do Quadro Nacional de Qualificações (1.120€);
  • Incentivo à contratação do primeiro jornalista – o Governo cria mais um incentivo à contratação, que se traduz numa comparticipação do Estado nos custos da contratação do primeiro jornalista a tempo inteiro num OCS. A comparticipação é de 100% no primeiro semestre, diminuindo progressivamente até aos 25% no quatro semestre;
  • Plano de Ação para a Segurança dos Jornalistas;
  • Formações para jornalistas na área Digital/Inteligência Artificial;
  • Livro Branco sobre Inteligência Artificial aplicada ao jornalismo;
  • Apoio à distribuição de publicações periódicas para zonas de baixa densidade populacional;
  • Garantia da distribuição de publicações periódicas em todos os concelhos do País;
  • Duplicação do Porte Pago;
  • Formação empresarial – OCS regionais e locais;
  • Valorização das rádios locais;
  • Novo Plano Nacional de Literacia Mediática (PNLM) – o Governo quer desenvolver uma estratégia mais robusta para a literacia mediática e o combate à desinformação;
  • Assinaturas digitais bonificadas para OCS – O Governo irá bonificar em 50% as assinaturas digitais adquiridas em OCS registados na ERC. Por cada nova assinatura digital, ou renovação, o Estado suportará metade do custo dessa assinatura cidadãos. Esta medida contempla uma assinatura por pessoa singular mediante apresentação do NIF;
  • Oferta de assinaturas digitais a alunos do Ensino Secundário – A oferta de assinaturas de jornais digitais generalistas a todos os alunos do Ensino Secundário, Público e Privado (cerca de 400 mil), com duração de dois anos, é uma medida estratégica que este Governo vai criar para fomentar a literacia mediática e o pensamento crítico entre os jovens;
  • Literacia mediática e combate à desinformação na disciplina de “Literacias”

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Reduzir o IRC? Centeno aponta ao “equilíbrio” entre “cortar impostos e aumentar despesa”

Governador do Banco de Portugal alerta que "a política expansionista deve ser usada com muita parcimónia" e pede "gradualismo" e quantificação do custo no anúncio de medidas económicas.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu esta terça-feira que a discussão sobre reduzir o IRC é tão legítima como qualquer outra, mas que a questão central é sempre como se paga a despesa com cortes naquilo que são as receitas do Estado.

A posição de Mário Centeno foi transmitida durante a conferência de imprensa de apresentação do “Boletim Económico de outubro”, em Lisboa, no qual o supervisor cortou a previsão de crescimento da economia portuguesa de 2% para 1,6% este ano e de 2,3% para 2,1% em 2025. Para 2026, aponta para uma taxa de 2,2%.

Escusando-se a comentar políticas concretas, questionado pelos jornalistas sobre sobre se, no plano teórico, considera uma redução do IRC importante para o crescimento da economia, o governador do Banco de Portugal defendeu que é necessário “pensar como é que se financia o Estado quando este não tem receitas próprias, em particular o Estado português“.

“Os impostos são a receita do Estado e são os que queremos para financiar a despesa. Como é que se pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo: cortar impostos e aumentar a despesa? Essa é a discussão. O IRC é tão legitimamente invocado como imposto que se possa cortar como qualquer outro imposto. A questão é como é que se gere o equilíbrio face às exigências que o futuro nos coloca“, afirmou.

Como é que se pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo: cortar impostos e aumentar a despesa? Essa é a discussão. O IRC é tão legitimamente invocado como imposto que se possa cortar como qualquer outro imposto. A questão é como é que se gere o equilíbrio face às exigências que o futuro nos colocam.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

O governador do Banco de Portugal defendeu ainda que as alterações de política devem ser implementadas com “gradualismo”. Embora o relatório não inclua projeções orçamentais, o governador do Banco de Portugal realçou que ao longo de 2024 se verifica uma deterioração do saldo orçamental e antecipa uma variação negativa do saldo estrutural ao longo entre 2024 e 2026, o que acontece pela primeira vez desde a crise financeira.

“As políticas devem ser usadas para alisar os ciclos económicos. A política expansionista deve ser usada com muita parcimónia“, disse. O governador do Banco de Portugal destacou que o país “não tem, pela primeira vez em muitas décadas, de fazer um exercício de ajustamento orçamental”, pelo que “deve preservar essa situação única”.

O governador destacou ainda que “as medidas devem seguir um propósito, devem estar avaliadas”. “Aquilo que nos deixa um pouco mais ansiosos é serem anunciadas medidas sem o respetivo custo, impacto. Tenho vindo a referir muitas vezes que as medidas devem ser graduais. Não há medidas que mudem a vida de um país de um dia para o outro. Normalmente tem muito mau resultado. Apelava, deste ponto de vista da política económica, ao seu gradualismo”, apontou.

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Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 8 Outubro 2024

Com alterações desta terça-feira, a taxa a três meses, que recuou para 3,265%, continuou acima da taxa a seis meses (3,058%) e da taxa a 12 meses (2,798%).

A Euribor desceu esta terça-feira a três meses e subiu a seis e a 12 meses face a segunda-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, subiu para 3,058%, mais 0,010 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto mostram que a Euribor a seis meses representava 37,6% do ‘stock‘ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,2% e 25,8%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, avançou para 2,798%, mais 0,086 pontos do que na segunda-feira.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses desceu, ao ser fixada em 3,265%, menos 0,003 pontos.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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