Mais salários, menos impostos. O que querem ver os sindicatos no Orçamento?

Proposta de Orçamento do Estado para 2025 dá entrada esta semana no Parlamento. Centrais sindicais ouvidas pelo ECO exigem que se reforce rendimento que chega ao bolso dos portugueses.

Já só faltam três dias para se conhecer a proposta de Orçamento do Estado para 2025 e o Governo ainda não tem garantida a aprovação. Do lado dos representantes dos trabalhadores, a reivindicação principal é o aumento do rendimento que chega ao bolso dos portugueses, seja pela via da subida dos ordenados e pensões em termos brutos, seja pela via do alívio fiscal.

Com as negociações do novo acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico a tomar as atenções durante as últimas semanas, a UGT ainda não aprovou a sua política reivindicativa, explica ao ECO o secretário-geral adjunto, Sérgio Monte, que sinaliza que essa discussão será feita durante este mês.

Ainda assim, há medidas que esta central sindical já sabe que quer ver no Orçamento do Estado para 2025, como a manutenção da neutralidade fiscal face aos aumentos salariais que ficaram previstos no entendimento assinado na Concertação Social, identifica o dirigente sindical.

Importa explicar que o novo acordo prevê, por um lado, o aumento anual de 50 euros do salário mínimo em todos os anos da legislatura — o que significa que a retribuição mínima garantida passará dos atuais 820 euros para 870 euros já em janeiro — e, por outro, referenciais para as subidas dos demais ordenados do setor privado (para 2025, está fixado um referencial de 4,7%).

Defendemos a manutenção da neutralidade fiscal, para não haver a situação de alguém acabar a receber menos, em termos líquidos, após o aumento.

Sérgio Monte

Secretário-geral adjunto da UGT

Se os escalões do IRS não forem revistos, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, esses aumentos salariais arriscam resultar num agravamento do imposto a pagar por cada trabalhador, mas o Governo tem garantido que fará essa atualização. Aliás, do próprio acordo de Concertação Social consta esse compromisso. “Para não haver a situação de alguém acabar a receber menos, em termos líquidos, após o aumento“, sublinha Sérgio Monte.

Ainda no que diz respeito ao IRS, o secretário-geral adjunto da UGT lembra que esta central sindical tinha proposto um novo desdobramento dos escalões, dos atuais nove para dez, o que aumentaria a progressividade. Sérgio Monte recorda, porém, que ainda este ano foi aprovada um alívio do imposto sobre os rendimentos e sinaliza que agora está atento às negociações em curso.

CGTP quer mexer no IRS para aliviar rendimentos baixos e intermédios

O secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, participa na manifestação nacional de jovens trabalhadores, organizada pela CGTP-IN/Interjovem em protesto por melhores condições de trabalho e de vida para os jovens trabalhadores, do Rossio para a Assembleia da República.CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

Nas prioridades de política reivindicativa que aprovou recentemente, a CGTP defende alterações ao IRS, ao nível do mínimo de existência e dos escalões de rendimento, com o objetivo de “reduzir a taxação dos rendimentos mais baixos e intermédios“.

“Ainda ao nível do IRS, o englobamento obrigatório de todos os rendimentos, garantindo que a progressividade se aplica, independentemente da origem dos rendimentos”, defende a central sindical liderada por Tiago Oliveira.

No entanto, a CGTP deixa claro que uma redução do IRS não substitui o aumento dos salários (brutos). “O que valoriza o trabalho e os trabalhadores são salários dignos e respeito pelos direitos e por todas as carreiras e profissões, e não a substituição de aumentos salariais por insuficientes reduções de impostos sobre quem trabalha”, explica a central sindical.

Ainda a nível fiscal, mas do lado das empresas, a CGTP quer a aplicação da “taxa efetiva de IRC às grandes empresas”, a exclusão dessas empresas “dos privilégios atribuídos ao abrigo do estatuto dos benefícios fiscais” e o fim dos paraísos fiscais, “instrumento usado para fugir aos impostos, branquear capitais e facilitar atividades ilícitas e criminosas“, considera.

A propósito, o IRC, a par do o IRS Jovem, tem sido dos temas mais difíceis da negociação orçamental, tendo o secretário-geral da CGTP atirado esta segunda-feira que, se “são só estas” as linhas vermelhas entre os partidos, “estamos muito mal”. “Está-se a tentar colocar a discussão do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) em duas matérias, o IRS jovem e o IRC. Há mais a discutir do que isso, o OE não está assente nestas duas questões que querem transformar como essenciais e as tais linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas”, defendeu Tiago Oliveira, citado pela Lusa.

Por outro lado, quanto às pensões, a central sindical defende um “aumento significativo” das reformas “para responder às necessidades”. E critica o suplemento que será pago esta semana pelo Governo aos portugueses com pensões mais baixas. “O anunciado suplemento extraordinário não pode servir de pretexto a um aumento das reformas aquém do necessário e possível”, salienta CGTP.

A lei prevê que as pensões devem ser atualizadas todos os meses de janeiro com base na inflação e no crescimento económico. O Governo de Luís Montenegro já garantiu que irá cumprir essa atualização e, na negociação com o PS, mostrou abertura para ir mais longe, atribuindo um novo “bónus” aos reformados.

Ou seja, há, sim, a possibilidade de o Orçamento do Estado para 2025 trazer aumentos dos rendimentos dos pensionistas acima do previsto na lei, mas não de forma permanente, isto é, o suplemento seria pago uma única vez, e não incorporado no valor permanente da pensão.

Questionado sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano, Tiago Oliveira diz ao ECO que “aquilo que é conhecido, nomeadamente por via do Programa de Governo, indicia o aprofundamento da política que há décadas tem sido implementada no país, com o negócio a ganhar terreno em prejuízo da garantia de direitos (na saúde, mas também na habitação) ou as grandes empresas a terem consagradas maiores isenções fiscais”. “Ou seja, um caminho que não serve os trabalhadores e não garante o desenvolvimento do país“, declara o líder da CGTP, central sindical que decidiu ficar de fora do referido acordo de Concertação Social.

Função Pública só reúne com Governo na véspera do OE

Além dos rendimentos, a CGTP defende, por exemplo, o reforço do pessoal e dos meios do Serviço Nacional de Saúde. “É urgente a contratação de médicos, enfermeiros, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, técnicos superiores de saúde, técnicos auxiliares de saúde, trabalhadores das carreiras gerais, entre outros, bem como o aumento significativo dos salários e a valorização das respetivas carreiras. Acresce ainda a necessidade de consolidar e reforçar a estrutura do SNS“, defende a central sindical.

No que diz respeito aos ordenados dos trabalhadores do SNS e da Administração Pública em geral, o Governo convocou para 9 de outubro — ou seja, na véspera da entrega da proposta de Orçamento do Estado — uma reunião com os sindicatos.

Regra geral, os reforços remuneratórios são feitos num diploma autónomo, mas discutidos a par do plano orçamental, sendo que o Governo já garantiu que irá cumprir o acordo celebrado pelo Executivo anterior com as estruturas sindicais, que aponta para um aumento de 2% dos salários de todos os funcionários públicos.

Notícia atualizada às 10h57

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Novo IRS Jovem do Governo deixa de penalizar salários baixos e favorece salários de 2.000 euros. Veja as simulações

Nos primeiros dois anos, a isenção é igual à vigente para vencimentos até 1.500 euros mas depois sobe. Trabalhadores a ganhar 2.000 poupam logo mais 398 euros assim que entram no mercado de trabalho.

A nova proposta de IRS Jovem, que o primeiro-ministro classificou de “irrecusável” para convencer o líder do PS a viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), deixa de penalizar ordenados mais baixos até 1.500 euros nos primeiros dois anos em comparação com o regime atual. Mas favorece mais trabalhadores a ganhar 2.000 euros brutos mensais que conseguem poupar, logo no primeiro ano de atividade, mais 398 euros, face às regras vigentes, segundo as simulações da EY para o ECO.

No modelo anterior, que o Executivo fez entrar no Parlamento sob a forma de pedido de autorização legislativa e que vai cair, um jovem com um vencimento de 1.000 euros brutos mensais teria um benefício anual de 882 euros, ou seja, menos 190 euros face ao mecanismo em vigor que gerava uma poupança de 1.072 euros.

O novo IRS Jovem do Governo deixa de castigar estes ordenados e equipara o ganho do regime atual, ou seja, dá igualmente 1.072 euros a este colaborador. Mas, daí em diante, passa a ser mais vantajoso, dando um ganho adicional de 113 euros, anuais, no terceiro e quarto anos de atividade. No quinto, este salário consegue poupar mais 592 euros em relação ao regime em vigor.

As simulações da EY forma realizadas para um trabalhador dependente solteiro e sem filhos e sem contar com as contribuições de 11% para a Segurança Social.

De salientar que, na proposta anterior do Executivo, estes trabalhadores saíam a perder até ao quarto ano de atividade face ao modelo em vigor. Só a partir do quinto ano é que a poupança era superior em 402 euros.

Na versão inicial, o Governo queria aplicar uma nova tabela ao IRS Jovem, com taxas que iam até 15%, para trabalhadores até aos 35 anos e com ganhos salariais até ao 8.º e penúltimo escalão, que abrange rendimentos anuais coletáveis até 80.000 euros ou cerca de 6.000 euros mensais.

O novo modelo que o primeiro-ministro apresentou ao líder do PS é totalmente diferente. Passa a adotar o regime em vigor assente em isenções faseadas, que é da autoria dos socialistas, e aprofunda-o. Alarga o benefício a todos os jovens e não apenas a quem tem uma licenciatura, a idade limite é alargada dos 30 para os 35 anos e a duração do benefício sobe de cinco para 13 anos.

Tal como reivindicava o PS, limita o regime a quem tem rendimentos até ao 6.º escalão de rendimentos, quando na proposta inicial o benefício ia até ao 8.º escalão. Ainda assim, é um avanço significativo quer no teto dos ganhos salariais quer nas isenções.

O modelo atual dá uma isenção até 40 vezes o IAS (20.370 euros), no primeiro ano de trabalho, de 30 IAS (15.277 euros), no segundo, de 20 IAS (10.184 euros), no terceiro e quarto anos de atividade, e de 10 IAS (5.095 euros), no quinto. A nova proposta do Governo abrange, nos 13 anos do benefício, rendimentos até 55 IAS (ou 28.009 euros anuais).

E o faseamento da isenção do novo IRS Jovem também é mais vantajoso do que aquele que está em vigor. Assim, em vez de dar 100% de isenção, no primeiro ano, 75%, no segundo ano, 50%, no terceiro e quarto anos, e 25%, no último ano, com os limites acima referidos, o Governo propõe atribuir 100%, no primeiro ano, 75%, entre o segundo e quinto anos, 50% entre o sexto e nono anos, e 25% de isenção, entre o 10º e 13º anos de atividade.

No caso de vencimentos brutos mensais de 1.500 euros, a proposta do Executivo iguala o benefício, de 2.509 euros, que os jovens têm atualmente no primeiro e segundo ano de trabalho. A partir daí, estes trabalhadores conseguem obter um ganho superior com o novo IRS Jovem do Governo. No terceiro e quarto anos, poupam mais 821 euros, e, no quinto, conseguem ficar com mais 1.665 euros na carteira.

Com a proposta anterior do Governo, salários de 1.500 euros eram penalizados em 669 euros nos dois primeiros anos em comparação com o IRS Jovem atual. Só nos anos seguintes, a poupança gerada passava a ser superior: de 152 euros, no terceiro e quarto, e de 996 euros, no quinto. Ainda assim, a nova verão do Governo é bem mais generosa.

Mas são os salários de 2.000 euros que mais saem a ganhar com o novo IRS Jovem. Logo no primeiro ano de atividade, um trabalhador com este vencimento poupa 4.422 euros, ou seja, mais 398 euros face ao benefício, de 4.024 euros gerado pelo modelo em vigor. Na proposta anterior do Governo, este contribuinte conseguia um ganho de 3.114 euros, isto é, menos 909,47 euros.

Nos anos seguintes, a poupança continua a ser superior face ao regime vigente e também em relação à proposta anterior do Governo. No segundo ano, este trabalhador obtém um benefício de 4.148 euros: são mais 1.130 euros face à poupança de 3.018 euros dada pelo IRS Jovem atual. No terceiro e quarto anos, o ganho é superior em 2.136 euros e, no quinto, este trabalhador consegue ficar com mais 3.142 euros no bolso em comparação com o modelo em vigor.

Caso o Governo aceite baixar a duração do benefício de 13 para sete anos, como propôs o líder do PS, Pedro Nuno Santos, a nova versão do IRS Jovem terá o OK dos socialistas. “A proposta do Governo prevê um IRS Jovem durante 13 anos. Há, portanto, um salto muito significativo dos cinco anos para os 13. Isto comporta um custo ainda muito relevante, estamos a falar de 645 milhões euros e não podemos ignorar a desigualdade intergeracional que a medida comporta”, afirmou o secretário-geral do PS, na passada sexta-feira à noite, quando divulgou a contraproposta dos socialistas.

Pedro Nuno Santos argumentou ainda que o IRS Jovem em vigor “é uma medida muito recente e que carece de avaliação”. “Por isso, nós propomos que o alargamento temporal do IRS Jovem seja gradual, que seja de apenas mais dois anos, isto é, que seja de sete anos em vez dos cinco anos, sem prejuízo da avaliação que se fizer no futuro”, defendeu. Resta agora saber se o Executivo de Luís Montenegro vai aceitar este requisito que Pedro Nuno classificou de “razoável” como resposta ao “irrecusável” de Luís Montenegro.

O IRS Jovem a par da descida condicionada do IRC são as duas chaves fundamentais para a viabilização do Orçamento do Estado por parte do PS.

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Já ouviu falar do Hub de Investimentos?

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  • 7 Outubro 2024

Este Hub é uma novidade na App Millennium, cujo objetivo é oferecer uma experiência de navegação mais intuitiva, fluída e eficiente para o utilizador.

Num mundo onde cada segundo importa, as apps bancárias precisam de ser fáceis de usar, permitindo que qualquer pessoa faça transferências e outras operações sem grande esforço. A ideia é que qualquer um, mesmo sem ser um expert em tecnologia, possa pagar contas, ver o saldo ou realizar uma transferência sem se perder nos menus. Esta máxima também se deve aplicar a assuntos mais complexos, como é o caso dos investimentos.

A pensar nestas temáticas, o Millennium bcp lançou recentemente o Hub de Investimentos, com o objetivo de oferecer uma experiência de navegação mais fluida e eficiente para o utilizador através do design, sem que a performance da aplicação seja prejudicada.

Mais inteligente, rápido e automático

O Hub de Investimentos é a nova área na App Millennium para investir de forma mais inteligente, mais rápida e mais automática. Mas, afinal, o que é que permite este novo Hub de Investimentos?

Em primeiro lugar, permite o acesso a uma área única com todos os seus investimentos agregados, onde pode ver a valorização global. Além disso, o investidor pode investir por família de produto, ou seja, ter acesso a produtos de investimento diversificados e com exposição a várias geografias, setores e temas (fundos de investimentos, certificados e ETF).

Já tem as suas metas de investimento traçadas? Agora na app Millennium pode criar objetivos personalizados a partir de 30€ com os produtos de Reforma e Investimento Automatizado. Além disso, pode consultar as ordens de investimento nos últimos 30 dias com possibilidade de cancelamento (se for aplicável) sem sair do sofá.

Se ainda não começou a investir, pode começar por aceder à área de literacia financeira com artigos sobre vários temas de investimentos e preencher (ou atualizar) o questionário de investidor para conseguir investir. Este questionário permite ao banco evitar que compre um produto que não compreende ou em relação ao qual não está consciente dos riscos.

Além destas funcionalidades, a app Millennium tem todo um conjunto de opções que promete facilitar a vida dos seus utilizadores. O Appropósito, uma websérie com diferentes episódios, explica de uma forma descontraída como pode aplicar estas funcionalidades em contexto de vida real.

MTrader para investidores mais experientes

A MTrader é a app do Millennium para quem já tem alguma experiência e quer investir na Bolsa. Mais do que uma simples plataforma de negociação, a MTrader oferece uma ampla gama de funcionalidades e conteúdos que ajudam os investidores a tomar decisões informadas.

Com a MTrader, tem acesso a análises de especialistas sobre os principais temas que estão a influenciar o mercado, permitindo-lhe estar sempre atualizado. Além disso, a app oferece informações sobre as empresas com maior potencial de valorização, baseadas no consenso dos analistas, e apresenta um ranking das empresas mais negociadas.

Para facilitar a sua pesquisa, pode também explorar os separadores temáticos, que destacam as empresas e os títulos mais comentados entre os grandes investidores globais.

Se deseja otimizar as suas decisões de investimento, a MTrader é a solução certa.

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Foco na saúde mental: no final, todos ficamos a ganhar

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  • 7 Outubro 2024

A existência de um ambiente positivo e de entreajuda é essencial para que os colaboradores se sintam bem na empresa. Fazer parte da MindAlliance tem sido fundamental neste caminho.

Em pleno 2024, a saúde mental já está longe de ser um tema tabu, mesmo no seio empresarial. E ainda bem. No entanto, é certo que ainda há muito caminho para desbravar. Felizmente, muitas empresas já adotam políticas de saúde mental, mas é necessário aprofundar estas medidas. Naturalmente que o acesso a consultas de psicologia ou a oferta de uma linha de apoio são um passo importante e foi algo que também decidimos implementar na AstraZeneca Portugal, através de uma uma aplicação que permite a todos os colaboradores terem acesso gratuito e ilimitado a consultas de psicologia.

Porém, é preciso estarmos conscientes de que é preciso fazer mais.

A existência de um ambiente positivo e de entreajuda é essencial para que os colaboradores se sintam bem na empresa e, sobretudo, no dia a dia com os colegas. Um mau ambiente de trabalho é o suficiente para espoletar o declínio da saúde mental. Afinal, quem é que gosta de trabalhar num ambiente tóxico, onde não há espírito de equipa e de entreajuda e onde está cada um por si? As empresas e, mais concretamente, os gestores de topo devem estar atentos a estas questões e procurar promover o melhor ambiente de trabalho possível.

Um bom ambiente de trabalho acaba por ser, assim, propício à partilha, seja de opiniões, feedback, sentimentos e até mesmo de situações não diretamente relacionadas com trabalho. E isso é fundamental para uma boa saúde mental do colaborador e, sobretudo, permite perceber como é que este se sente e se existe algum tema que o preocupe. É nesse sentido que, na AstraZeneca, procuramos promover vários momentos de proximidade entre colaboradores, com o intuito de incentivar a partilha de feedback, o speak-up e reforçar a união entre todos.

Além disso, temos realizado ações de formação sobre segurança psicológica com todos os managers, enquanto base fundamental para as pessoas se sentirem bem, seguras e para poderem mostrar a sua vulnerabilidade; e promovemos duas sessões de formação para line managers sobre saúde mental, para saberem como identificar sinais de alerta nas equipas e como prevenirem e tratarem de si próprios.

Maria João Maia, diretora de Recursos Humanos da AstraZeneca

Já mais direcionado a todos os colaboradores, realizámos uma sessão sobre técnicas de respiração para acalmar e dormir melhor, pois as questões relacionadas com o sono impactam a saúde mental e física.

Fazer parte da MindAlliance tem sido fundamental neste caminho e na organização de várias iniciativas que, além de unirem os colaboradores, procuram reforçar o nosso compromisso com a construção de uma cultura mentalmente saudável. Uma dessas iniciativas foi uma avaliação em saúde mental, realizada pela McKinsey Health Institute, a todos os nossos colaboradores, sendo que, nos próximos tempos, iremos ter formação em primeiros socorros psicológicos direcionada aos colaboradores licenciados em Psicologia.

O equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um elemento crucial para promover o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores. Neste sentido, temos criado, na AstraZeneca, várias iniciativas e políticas que reforçam este importante compromisso. A mais recente foi a extensão da licença parental exclusiva do pai e permitiu que todos os casais possam desfrutar em simultâneo de 120 dias de licença parental paga a 100%. Esta é uma medida aplicável a casais do mesmo sexo, bem como a casos de adoção, e surge no âmbito da política de Inclusão e Diversidade da companhia. Graças a esta medida, os colaboradores podem dedicar-se a 100% às suas famílias, permitindo que regressem ao trabalho mais motivados, descansados e focados.

Como é sobejamente reconhecido, os colaboradores são o maior ativo das empresas e, nesse sentido, é fundamental que as mesmas estejam atentas às suas pessoas e adotem políticas que contribuam e reforcem o bem-estar mental de todas as equipas. Afinal, colaboradores que têm uma boa saúde física e mental são colaboradores mais felizes, o que se traduz numa melhor produtividade e sucesso organizacional. Assim sendo, a conclusão é só uma: todos ficamos a ganhar.

Maria João Maia
Diretora de Recursos Humanos da AstraZeneca

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Greenvolt aumenta empréstimo sindicado para 400 milhões de euros

Empresa liderada por João Manso Neto diz que elevado interesse levou a aumento do empréstimo em 50 milhões, com duas instituições a juntarem-se ao sindicato, perfazendo agora um total de oito.

A Greenvolt GVOLT 0,00% aumentou o financiamento obtido via empréstimo sindicado para 400 milhões de euros, dos anteriores 350 milhões, informou a empresa de energia renovável, sublinhando que a operação colheu “elevado interesse” junto da comunidade financeira, bancária e institucional.

Duas novas instituições juntaram-se ao sindicato bancário, elevando para oito o total de entidades internacionais que participaram nesta operação de financiamento”, adiantou a empresa liderada por João Manso Neto em comunicado divulgado no site da CMVM, este domingo.

Na passada quarta-feira, a Greenvolt informou que garantiu um financiamento de 350 milhões de euros, executado com o apoio do Kohlberg Kravis Roberts (KKR), o fundo norte-americano que na sexta-feira deu mais um passo na intenção de comprar e retirar de bolsa a Greenvolt, com a concretização do registo da operação pública de aquisição (OPA) sobre a empresa.

A oferta, que arranca esta segunda-feira e representa um investimento potencial de 452,7 milhões de euros pela GVK Omega (uma empresa da KKR) visa adquirir cerca de 54,5 milhões de ações da Greenvolt representativas de 33,37% do capital social a um preço de 8,3107 euros por ação, que estão na mão dos pequenos acionistas.

Os 400 milhões de euros de financiamento contribuirão para fortalecer o balanço do grupo Greenvolt para acelerar o desenvolvimento do seu pipeline de 9,3 gigawatts (GW) em projetos eólicos, solares e de baterias em Utility Scale, sublinhou a empresa no mais recente comunicado.

“O reforço deste financiamento sindicado, que conta com um bullet em três anos, estando sujeito a termos e condições, incluindo garantias, habituais em operações semelhantes, contou com duas novas instituições, sendo uma delas uma estreia na colaboração com o Grupo Greenvolt”, explicou.

Inicialmente, o sindicato era composto por um investidor institucional e cinco bancos, com quatro novas instituições financeiras a juntarem-se ao grupo Greenvolt como parceiros a nível corporativo. “Com o reforço do financiamento, esta operação contou com um total de oito entidades internacionais distintas”, acrescentou.

“O reforço do financiamento reflete a confiança que as instituições financeiras têm na nossa estratégia no setor das energias renováveis. E também vem sublinhar os benefícios de ter a KKR como um acionista de referência, permitindo-nos alargar o nosso alcance dentro da comunidade financeira”, refere João Manso Neto, CEO do Grupo Greenvolt.

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Governo indisponível para aceitar proposta de IRC do PS

O Governo não está disponível para trocar a descida do IRC por um novo crédito fiscal, está mais próximo de um acordo no IRS Jovem, mas negociações vão continuar.

O Governo deverá responder hoje negativamente à proposta de Pedro Nuno Santos para deixar cair o corte de IRC em um ponto percentual e trocar esse medida pela recuperação do Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI), um mecanismo fiscal que só foi utilizado em situações de crise, revelou ao ECO uma fonte conhecedora do processo ao ECO. Há um processo negocial em curso em torno do IRC e também do IRS Jovem — a resposta do Governo à última contraproposta do PS deve ser apresentada esta segunda-feira –, o Governo mantém o objetivo de haver um acordo com os socialistas para viabilizar o orçamento, mas sem tocar na redução do imposto sobre os lucros.

Depois da apresentação da proposta do Governo — que limitou o corte da taxa geral de IRC a um ponto percentual em 2025 e até 17% em 2027 e mudou o IRS Jovem, adotando uma espécie de modelo revisto e aumentado do regime aprovado pelo PS –, Pedro Nuno Santos veio apresentar uma contraproposta. Admite que o Governo fez cedências, mas em particular no IRC, continuou a sinalizar as divergências. “Todos devem compreender que esta redução do IRC para 17% nunca terá o apoio do PS, de acordo com o nosso programa e a nossa estratégia para o IRC”, disse o secretário-geral do PS. E apresentou duas alternativas:

  1. A primeira solução passa por substituir a redução do imposto em um ponto, em 2025 pela “reintrodução do Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento”, ficando o Governo livre de baixar o IRC nos anos seguintes, mas sem o apoio do PS.
  2. A segunda alternativa “é o PS viabilizar a redução de um ponto do IRC em 2025, com o compromisso de que, nos três anos seguintes, em 2026, 2027 e 2028, não haverá reduções adicionais da taxa nominal de IRC, que podem ser substituídas pela reintrodução do crédito fiscal extraordinário de apoio ao investimento”.

As negociações vão continuar, essa é o ponto de partida dos dois lados a poucos dias da apresentação da proposta de Orçamento para 2025, mas se as propostas em sede de IRS Jovem estão próximas, as mudanças propostas pelo PS para o IRC dificilmente passarão. No entendimento do Governo, o Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento foi usado em 2013 e em 2020, na sequência de crises económicas severas como o resgate financeiro e a pandemia, para antecipar o investimento a partir de um nível baixo. Ora, neste momento, o PRR está em execução e o nível geral de investimento a subir. De resto, lembra outra fonte ao ECO, já há outros mecanismos como este crédito fiscal — uma dedução à coleta de IRC –, nomeadamente o RFAI e o SIFIDE II.

O Governo tem outro trunfo para justificar a posição contra a recuperação do crédito fiscal extraordinário. De acordo com os números a que o ECO teve acesso, a despesa gerado por aquele regime em 2013 ascendeu a 380 milhões de euros, enquanto o chamado CFEI II, relativo a 2020, ascendeu a 433 milhões de. euros. Assim, o entendimento do Governo é o de que este mecanismo, a ser introduzido, deveria ser sempre por um período curto, desde logo pela despesa fiscal que acarreta.

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Thea Utoft Høj Jensen sucede a Michaela Koller como diretora-geral da Insurance Europe

A insurance Europa terá nova diretora-geral a partir de 4 de novembro. Jensen sai da empresa global FTI Consulting, onde foi diretora-geral sénior e responsável pelos serviços financeiros.

A federação das seguradoras europeias vai ter nova diretora-geral a partir de 4 de novembro, Thea Utoft Høj Jensen vai suceder a Michaela Koller, que ocupou o cargo ao longo de 18 anos. “Senti que era o momento certo para renunciar o cargo de diretora-geral”, explica Michaela Koller.

Michaela Kooler, diretora-geral cessante da Insurance Europe, Frédéric de Courtois, presidente da Insurance Europe e diretor-geral adjunto do grupo AXA e Thea Utoft Høj Jensen que irá assumir as funções de diretora-geral da Insurance Europe no início de novembro.

Jensen leva consigo “quase duas décadas de experiência no setor dos serviços financeiros e nos assuntos europeus, tendo trabalhado tanto no setor privado como no público, incluindo para o governo dinamarquês.”, lê-se no comunicado da Insurance Europe.

Ao longo dos cerca de 13 anos em serviços e políticas governamentais, representou o governo dinamarquês em Bruxelas como conselheira para os serviços financeiros na representação permanente da Dinamarca junto da União Europeia (UE).

Neste cargo, negociou propostas legislativas com impacto no setor financeiro, como financiamento sustentável e regras prudenciais para empresas de investimento.

Antes disso, foi conselheira especial da autoridade de supervisão financeira dinamarquesa, onde trabalhou em negociações com o Conselho da União Europeia. Segundo o jornal Politico, enquanto diplomata, destacou-se pela sua compreensão da política das iniciativas de combate ao branqueamento de capitais.

Thea Utoft Høj Jensen estava desde maio de 2019 na empresa global FTI Consulting, onde foi diretora-geral sénior e responsável pelos serviços financeiros, tendo dirigido os trabalhos no domínio das fintech e da banca com clientes como a Ciatdel e Shopify. Deixo este cargo deixou para trás este mês.

“A sua vasta experiência de trabalho dentro e fora das instituições da União Europeia, aliada ao seu vasto conhecimento do setor dos serviços financeiros, será um grande trunfo para a federação.”, assinalou Frédéric de Courtois. O presidente da Insurance Europe e diretor-geral adjunto do grupo AXA lamenta a saída de Michaela referindo que “deixou uma federação mais forte, muito respeitada e incrivelmente bem gerida, alicerces que não tenho dúvidas de que Thea irá desenvolver no futuro”.

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Ex-CESCE nomeado para head of credit solutions da Verlingue Portugal

  • ECO Seguros
  • 6 Outubro 2024

Esta nomeação insere-se no novo plano estratégico da corretor que visa duplicar o volume de negócios do grupo nos próximos quatro anos, atingindo os 800 milhões de euros.

A Verlingue Portugal nomeou Orlando Coutinho para o cargo de head of credit solutions. O gestor vai entrar em funções ainda este mês, depois de 19 anos na Companhia Espanhola de Seguros de Crédito à Exportação (CESCE), onde desempenhou funções de diretor de clientes preferentes e estava desde janeiro deste ano como diretor regional da zona norte.

Orlando Coutinho será o novo head of credit solutions da Verlingue Portugal e vê o novo cargo como uma oportunidade concedida “neste contexto de progressivas competitividade nos ramos de seguros que me ficarão adstritos” e assinala ainda que quer “acrescentar e contribuir” para os objetivos do grupo.

Segundo o comunicado da corretora, enquanto head of credit solutions, Orlando Coutinho “será o responsável nacional pelo departamento de Seguros de Caução, Seguros de Crédito e Factoring, fazendo o acompanhamento e gestão dos clientes com seguros nestes ramos.”. A sua missão serádesenvolver e implementar políticas e estratégias para gestão destes ramos de seguro identificando novas oportunidades de cross selling e upselling”.

Orlando Coutinho vai reportar operacionalmente a Ricardo Santos, diretor-geral da área técnica da corretora.

Há mais de 25 anos no setor segurador, o gestor passou pela administração de várias empresas do setor público e privado. O gestor iniciou a sua carreira com uma licenciatura em Ciências Sociais e Políticas, é pós-graduado em Economia e mestre em Filosofia Política. O especialista conta ainda com várias especializações na área dos seguros, coaching e gestão de equipas.

A sua vasta experiência e profundo conhecimento no setor segurador serão fundamentais para fortalecer ainda mais o nosso compromisso em oferecer soluções inovadoras e de alta qualidade aos nossos clientes, identificar novas oportunidades de crescimento e contribuir para o sucesso contínuo da Verlingue em Portugal.”, declara Luiza Fragoso Teodoro, CEO da Verlingue Portugal.

Esta nomeação insere-se no novo plano estratégico da corretora – ‘Better Future 28′ (traduz-se para Futuro Melhor 28) – que visa duplicar o volume de negócios do grupo nos próximos quatro anos, atingindo os 800 milhões de euros. A estratégia é composta por quatro eixos estratégicos: crescimento orgânico e externo; desenvolveste do capital humano; inovação tecnológica e impacto positivo.

Nesse sentido, Orlando vê a proposta como uma oportunidade concedida “neste contexto de progressiva competitividade nos ramos de seguros que me ficarão adstritos” e assinala ainda que quer “acrescentar e contribuir” para os objetivos do grupo.

A corretora entrou em Portugal em 2020 e, ocupa o quinto lugar no ranking nacional em volume de negócios e lucros.

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Procura por seguros para dispositivos eletrónicos subiu nas lojas especializadas

  • ECO Seguros
  • 6 Outubro 2024

O aumento do preços dos produtos aliado à crescente dependência da população das novas tecnologias empurrou a procura de seguros para cobrir os riscos dos aparelhos eletrónicos.

As lojas especializadas em produtos tecnológicos, como telemóveis, portáteis e relógios inteligentes, registaram um aumento da procura por seguros para cobrir os riscos a que estão expostos esses aparelhos, segundo avançou o Jornal de Notícias (acesso pago).

O El Corte Inglês tem um departamento especializado em seguros que tem assistido a uma evolução de “forma contínua”, principalmente em aparelhos “mais portáteis” que “apresentam maior risco de sinistro”, como telemóveis e computadores portáteis.

A Fnac justifica o aumento da procura com o aumento da dependência da população dos dispositivos portáteis, fomentada durante a pandemia. A partir daí, esses aparelhos tornaram-se imprescindíveis para a vida profissional, comunicação, lazer e entre outras atividades. Há uma maior necessidade de proteção também porque esses produtos têm ficado cada vez mais caros.

“Quando os primeiros contratos apareceram, havia uma grande confusão se aquele seguro era obrigatório para ter garantia”, afirmou Ana Sofia Ferreira, coordenadora do gabinete de apoio ao cliente da DECO ao Jornal de Notícias. No entanto, a consolidação do setor não se traduziu numa subida de queixas, visto que “os consumidores estão mais informados” relativamente o direito à garantia que é válido para todos os equipamentos durante três anos, esclareceu a DECO.

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PGR exige fim do processo EDP até 23 de outubro

Há duas semanas, soube-se que a conclusão do inquérito ao processo EDP/CMEC ia ser novamente adiada e que não seria cumprido o prazo de 30 de setembro que tinha sido definido pela PGR.

Os procuradores do processo EDP têm de concluir a investigação do processo até 23 de outubro, segundo um despacho da Procuradoria-Geral da República (PGR), assinado no dia 3, segundo avança a Sic Notícias, e em resposta ao novo pedido de adiamento por um mês, feito pelos procuradores.

No despacho do vice-Procurador-Geral da República, Carlos Adérito Teixeira, pode ler-se que “o prazo para o encerramento do inquérito tem vindo a ser sucessivamente prorrogado” mas, desta vez, e após um novo pedido de adiamento, “são invocados constrangimentos, relativos à recente tramitação processual que tem vindo a ser desenvolvida junto do Tribunal Central de Instrução Criminal, e que se creem já ultrapassados.”

Há duas semanas, soube-se que a conclusão do inquérito ao processo EDP/CMEC ia ser novamente adiada e que não seria cumprido o prazo de 30 de setembro que tinha sido definido pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo a mesma fonte, a conclusão do inquérito — que está a ser investigado pelo Ministério Público (MP) desde 2012 — dentro do prazo que tinha sido fixado em 1 de julho não será viável por o processo se encontrar no Tribunal Central de Instrução Criminal há cerca de um mês para decisão sobre alegadas nulidades invocadas por arguidos. Foi proposta pelos procuradores do caso a concessão de mais 30 dias para fechar o inquérito, ou seja, até 30 de outubro, de acordo com a mesma fonte, faltando apenas a validação superior, que, em julho, coube ao vice-procurador-geral da República, Carlos Adérito Teixeira.

Entre os principais arguidos deste processo estão os antigos administradores da EDP António Mexia e João Manso Neto, que acabaram por ser afastados das suas funções na empresa na sequência deste caso, além de João Conceição, administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro da Economia Manuel Pinho.

O processo tem sido marcado por sucessivos adiamentos na sua conclusão, retardando dessa forma um despacho de acusação ou arquivamento, depois de já terem sido fixados anteriormente os prazos de 30 de abril e 30 de junho para a conclusão do inquérito.

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Governo alemão estima recessão em 2024

  • ECO
  • 6 Outubro 2024

A economia alemã deverá apresentar uma recessão de 0,2% em 2024, de acordo com informações reveladas pela imprensa alemã.

O Governo alemão reviu em baixa as previsões de crescimento económico e espera agora uma nova recessão, com o Produto Interno Bruto (PIB) a cair 0,2% em 2024, noticiou o diário alemão Süddeutsche Zeitung. O ministro da Economia, Robert Habeck, deverá revelar oficialmente este valor na quarta-feira e, segundo o jornal, tornou-se ainda mais pessimista do que os principais institutos económicos.

Até agora, o Governo alemão apostava num fraco crescimento de 0,3% este ano, mas as esperanças de uma recuperação impulsionada pelos consumidores estão a desvanecer-se. Em consequência, a maior economia da Europa deverá entrar em recessão pelo segundo ano consecutivo, após uma queda de 0,3% do PIB em 2023, causada pelo aumento dos preços da energia na sequência da invasão russa da Ucrânia, pelo abrandamento da indústria e pela queda das exportações.

Em 2024, o abrandamento da inflação e a primeira descida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) alimentaram as esperanças de uma recuperação, mas a procura interna e externa continuou fraca.

Em 26 de setembro, os principais institutos económicos alemães reviram em baixa as previsões e esperam agora que o PIB estagne ou sofra uma contração de 0,1% este ano. “Em vez de ganhar dinamismo, a economia continua a caracterizar-se por uma relutância geral dos consumidores em gastar”, escreve o Süddeutsche Zeitung, um dos principais jornais diários alemães.

A Alemanha também enfrenta desafios estruturais, como a concorrência crescente da China, a escassez de trabalhadores qualificados e uma transição ecológica complexa.

No entanto, o Governo alemão está otimista nas suas perspectivas para 2025. O Ministério da Economia prevê um crescimento de 1,1% no próximo ano, contra 1% nas estimativas anteriores, e de 1,6% em 2026, segundo o Süddeutsche Zeitung. Já os institutos de investigação económica preveem aumentos de 0,8% em 2025 e de 1,3% em 2026. A “iniciativa de crescimento” proposta pelo Governo deverá contribuir para a retoma, afirma Robert Habeck no jornal.

As medidas previstas incluem benefícios fiscais, uma redução permanente dos preços da energia para a indústria, uma redução da burocracia e incentivos para manter os mais velhos no mercado de trabalho e atrair trabalhadores estrangeiros qualificados.

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Nenhum acto foi adiado em outubro por protesto dos advogados oficiosos, diz Governo

  • Lusa
  • 6 Outubro 2024

Inscreveram-se 1.548 nas escalas do próximo mês, um número acima dos 1.487 declarados pela OA como inscritos em setembro e que ficou, segundo o organismo, muito longe dos quase 9.000 do ano passado.

Nenhum ato foi adiado pelos tribunais na primeira semana de outubro por ausência de advogado oficioso devido ao protesto promovido pela Ordem dos Advogados (OA), segundo avança o Ministério da Justiça num balanço enviado à comunicação social.

“A Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) não registou qualquer impacto do protesto decretado pela Ordem dos Advogados à inscrição de advogados nas escalas para as defesas oficiosas. Nenhum ato foi adiado, nem nenhuma outra perturbação foi reportada pelos Administradores Judiciais por falta de advogado oficioso”, refere a nota.

De acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Justiça, recolhidos junto das quatro comarcas onde as escalas presenciais de advogados oficiosos são obrigatórias – Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste e Porto -, entre 1 e 4 de outubro houve registo de 23 faltas de advogados entre aqueles que se encontravam nas escalas de oficiosos definidas para este mês, o segundo do boicote iniciado em setembro pela OA. Fonte oficial do Ministério da Justiça referiu ainda à Lusa que houve dois casos (ambos no Juízo Local Criminal de Cascais) em que faltou o advogado oficioso e foi feita uma nomeação pelo tribunal de advogados que estavam na proximidade e disponíveis para substituir, uma medida que se tornou possível após a alteração à portaria que regulamenta a Lei de Acesso ao Direito e aos Tribunais.

Com a alteração, que entrou em vigor no dia 27 de setembro, a nomeação de defensor oficioso pode ser feita, excecionalmente, “pela secretaria do tribunal, pelo Ministério Público [MP], através da secretaria ou dos seus serviços, e pelos órgãos de polícia criminal”, quando se registem falhas ou indisponibilidades na lista de escala de prevenção de advogados e de advogados estagiários elaborada pela OA.

A mesma fonte referiu ainda que os honorários dos advogados nomeados por tribunal, MP ou órgão de polícia criminal serão também assegurados pelo Ministério da Justiça. “Quem paga os honorários dos advogados oficiosos é o Ministério da Justiça, através do Instituto de Gestão Financeira e de Equipamentos da Justiça (IGFEJ) e não a Ordem dos Advogados, independentemente da forma de nomeação. Os advogados oficiosos confirmam junto da secretaria do tribunal o ato em que prestaram apoio judiciário e inserem os dados no Sistema de Informação da Ordem dos Advogados (SINOA). O IGFEJ procede ao pagamento como habitualmente”, explicou.

Segundo a lista publicada no site da OA, inscreveram-se nas candidaturas ao Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT) um total de 1.548 profissionais para as escalas do próximo mês, um número acima dos 1.487 declarados pela OA como inscritos em setembro e que ficou, segundo o organismo, muito longe dos quase 9.000 que se tinham inscrito no mesmo período do ano passado.

Nos balanços semanais, o Ministério da Justiça não tem reportado constrangimentos significativos com o protesto que começou no início de setembro, salientando que a revisão do SADT está em curso, incluindo o tema dos honorários.
No início de outubro, está prevista a apresentação das conclusões do estudo do grupo de trabalho nomeado para o efeito e do projeto de decisão do Governo à Ordem dos Advogados.

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