Espanha acaba com IVA zero nos alimentos e quase três anos de medidas contra inflação

  • ECO
  • 29 Setembro 2024

Espanha acaba na terça-feira com o IVA zero em alguns alimentos e espera repor até ao final de 2024 todos os valores normais deste imposto, terminando com quase três anos de medidas extraordinárias.

Espanha acaba na terça-feira com o IVA zero em alguns alimentos e espera repor até ao final de 2024 todos os valores normais deste imposto, terminando assim com quase três anos de medidas extraordinárias para controlar a inflação.

O Governo de Espanha adotou pacotes para responder à subida dos preços depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados da União Europeia (UE) e de em julho daquele ano ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).

Acabou por fechar 2022 com a inflação mais baixa da UE (5,7%) e no ano passado a taxa continuou a baixar, apesar de algumas oscilações, chegando a dezembro nos 3,1%.

Segundo os dados mais recentes das autoridades nacionais e europeias, a inflação em Espanha foi 2,3% em agosto, próxima da média da UE (2,4%).

A estimativa do Banco de Espanha é que a inflação se modere para 2,9% este ano, para 2,1% em 2025 e para 1,8% em 2026.

Só ao longo de 2022, Espanha aprovou vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), com um valor de cerca de 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás ou um desconto na compra de combustíveis.

Entre as medidas que foram sendo adotadas desde 2022 e que permanecem em vigor estão taxas reduzidas de IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) de alguns alimentos.

Assim, alimentos considerados de primeira necessidade (leite, pão, ovos, hortaliças, frutas) estão com IVA zero em Espanha desde janeiro de 2023. O azeite passou a fazer parte deste grupo de alimentos em 01 de julho deste ano e está também sem IVA desde então.

A partir de terça-feira e até e 31 de dezembro, estes alimentos passam a ter 2% de IVA, com o Governo espanhol a estimar que voltarão a ter a taxa habitual de 4% a partir de 01 de janeiro de 2025, atendendo às previsões de moderação da inflação.

Outro grupo de alimentos, como massas e óleos de origem vegetal, estão com IVA reduzido de 5%. Na terça-feira, o IVA destes produtos passará para 7,5% antes de voltar aos 10% normais, previsivelmente, em 01 de janeiro de 2015.

Também estão ainda em vigor, até ao final do ano, descontos nas contas e taxas reduzidas de IVA da eletricidade (que esteve em Espanha nos 5% em 2022 e 2023 e passou para os 10% este ano).

Mantêm-se igualmente em vigor até dezembro descontos nos passes para transportes públicos e nas portagens.

Quando decidiu prolongar estas medidas pela última vez, em meados deste ano, o Governo espanhol garantiu que estava a ter em consideração o pedido da Comissão Europeia para serem levantados os apoios extraordinários adotados a nível nacional para responder à escalada da inflação e daí os termos em que foi aprovado o prolongamento de algumas medidas e o seu fim progressivo.

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A um ano das autárquicas, há dois “dinossauros” que querem voltar

  • Lusa
  • 29 Setembro 2024

Pelo menos dois antigos presidentes de câmara já anunciaram que serão candidatos nas eleições autárquicas de 2025. Do total de presidentes que não podem recandidadar-se, a maior parte é do PS.

Pelo menos dois antigos presidentes de câmara já anunciaram que serão candidatos nas eleições autárquicas de 2025, às quais estão impedidos de se recandidatar cerca de um terço dos atuais presidentes, devido à lei da limitação dos mandatos autárquicos.

Por um lado, em Setúbal, a ex-presidente Maria das Dores Meira, eleita pela CDU em três mandatos consecutivos, nas eleições autárquicas de 2009, 2013 e 2017, já confirmou que se vai recandidatar à presidência do município sadino, mas agora como independente, em 2025.

Por outro, o antigo presidente da Câmara de Estremoz Luís Mourinha também anunciou que vai voltar a ser candidato à presidência deste município do distrito de Évora. Luís Mourinha foi presidente do município durante 12 anos eleito pela CDU e outros 10 pelo Movimento Independente por Estremoz (MIETZ), pelo qual vai agora concorrer novamente. O último mandato de Mourinha foi interrompido em 2019, quando o tribunal o condenou, com a pena acessória de perda de mandato, pelo crime de prevaricação.

Cerca de um terço dos 308 presidentes de câmara eleitos em 26 de setembro de 2021 não poderá recandidatar-se em setembro ou outubro de 2025 devido ao limite de eleição em três mandatos consecutivos à frente do mesmo município, imposto por lei. A maior parte destes 103 autarcas são de municípios socialistas.

Pelo menos outros 30 que estavam nesta situação de fim de ciclo foram deixando os cargos aos respetivos vice-presidentes, dois dos quais recentemente: Ricardo Gonçalves (PSD) era presidente da Câmara de Santarém quando, em 30 de agosto, anunciou a suspensão do mandato para assumir a presidência do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e o também social-democrata Benjamim Pereira suspendeu, no início de setembro, o mandato na Câmara de Esposende para presidir ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.

Do total de presidentes em final de mandato, 54 são socialistas, 28 do PSD (sozinho ou coligado), 12 do PCP-PEV (de um total de 19 câmaras desta coligação), três do CDS-PP (de seis municípios), um é o único presidente do Juntos Pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, autarca em Santa Cruz, na Madeira, e cinco são independentes, entre os quais Rui Moreira, que está de saída da presidência da Câmara do Porto.

Do total de presidentes em final de mandato, 54 são socialistas, 28 do PSD (sozinho ou coligado), 12 do PCP-PEV (de um total de 19 câmaras desta coligação), três do CDS-PP (de seis municípios), um é o único presidente do Juntos Pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, autarca em Santa Cruz, na Madeira, e cinco são independentes, entre os quais Rui Moreira, que está de saída da presidência da Câmara do Porto.

Nas principais autarquias do país, o PSD precisa de encontrar um candidato que substitua Carlos Carreiras em Cascais (no distrito de Lisboa), Ricardo Rio em Braga, Rogério Bacalhau em Faro e Ricardo Gonçalves em Santarém, autarca que nos últimos dias foi apontado para dirigir o Instituto Português do Desporto e Juventude, com o próprio a confirmar o convite, embora ainda sem uma decisão oficial.

O PSD tem ainda de encontrar um sucessor para José Ribau Esteves, com três mandatos à frente de Aveiro, depois de já anteriormente ter cumprido o limite de mandatos na Câmara de Ílhavo (entre 1997 e 2013).

Entre outros, o PS tem em fim de mandato Basílio Horta em Sintra (Lisboa), Eduardo Vítor Rodrigues em Vila Nova de Gaia (Porto) e Rui Santos em Vila Real.

De saída está também o presidente da Câmara de Gondomar, o socialista Marco Martins, que na sexta-feira foi eleito presidente da nova empresa Transportes Metropolitanos do Porto, antecipando, assim, o final do seu terceiro mandato à frente da autarquia.

A CDU (PCP-PEV) terá de arranjar sucessores para os presidentes de Cuba (Beja), Arraiolos (Évora), Évora, Sobral de Monte Agraço (Lisboa), Avis e Monforte (Portalegre), Benavente (Santarém), Grândola, Palmela, Santiago do Cacém e Alcácer do Sal (Setúbal) e Silves, no Algarve, onde em 2013 Rosa Palma retirou a câmara ao PSD.

Vítor Proença, o comunista à frente de Alcácer do Sal desde 2013, tinha anteriormente cumprido o limite de mandatos como presidente da Câmara de Santiago do Cacém, enquanto Carlos Pinto de Sá, outro ‘dinossauro’ do PCP, não se pode recandidatar a Évora pelos mesmos motivos, mas já anteriormente tinha sido presidente de Montemor-o-Novo (Évora), entre 1993 e 2013.

O CDS-PP, que sozinho tem atualmente seis câmaras municipais, vai ter de encontrar substitutos para três: António Loureiro e Santos, de Albergaria-a-Velha, e José Pinheiro e Silva, de Vale de Cambra, ambos no distrito de Aveiro, e Luís Silveira, presidente da Câmara de Velas, nos Açores.

Além de Rui Moreira, no Porto, há ainda outros quatro municípios que estão a ser dirigidos por movimentos independentes e que terão de mudar de presidente: Maria Teresa Belém, em Anadia (Aveiro), António Anselmo, autarca em Borba (Évora), Décio Natálio Pereira, na Calheta (Açores), e o madeirense Ricardo Nascimento, eleito pelo movimento Ribeira Brava em Primeiro, embora com o apoio do PSD.

As eleições legislativas de março e as europeias de junho foram oportunidades para a saída de muitos autarcas impedidos de recandidatura.

Em Aveiro foram eleitos deputados do PSD os então presidentes de Vagos, Santa Maria da Feira e Ovar, além dos autarcas de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) e de Moncorvo (Bragança).

Também foram eleitos deputados os autarcas socialistas de Arruda dos Vinhos (Lisboa), Vendas Novas (Évora) e Nazaré (Leiria).

Quando estava no terceiro mandato na Câmara de Bragança, Hernâni Dias foi eleito deputado e é atualmente secretário de Estado do Poder Local, e Rui Ladeira, presidente de Vouzela, é agora secretário de Estado das Florestas.

Nas europeias, Hélder Sousa (PSD), Carla Tavares (PS) e Isilda Gomes (PS) foram eleitos eurodeputados e deixaram a presidência das câmaras de Mafra e Amadora (Lisboa) e Portimão, respetivamente.

Outros autarcas deixaram os cargos para dirigir outras entidades: Raul Almeida já tinha deixado a câmara social-democrata de Mira (Coimbra) para presidir ao Turismo do Centro, Nuno Canta (PS) deixou a Câmara do Montijo para dirigir a AMARSUL e António Martins, que era presidente de Vimioso, suspendeu o seu terceiro mandato para dirigir a Segurança Social de Bragança.

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Descentralização, finanças locais e PRR até às autárquicas

  • Lusa
  • 29 Setembro 2024

A revisão da lei das finanças locais e afinamentos no processo de descentralização são áreas pendentes para o último ano deste mandato autárquico, agitado por uma corrida à execução do PRR.

A revisão da Lei das Finanças Locais (LFL) e afinamentos no processo de descentralização são áreas pendentes para o último ano deste mandato autárquico, agitado por uma corrida à execução do PRR, parte da qual da responsabilidade dos municípios. As eleições autárquicas estão agendadas para outubro de 2025.

As eleições em 26 de setembro de 2021 decorreram quando ainda se faziam sentir os efeitos financeiros e sociais da crise sanitária causada pela Covid-19, durante a qual os municípios lideraram o apoio de proximidade às populações.

Pela primeira vez, a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) elegeu para presidente uma mulher, a socialista Luísa Salgueiro, que dirige a Câmara de Matosinhos, e os principais objetivos estabelecidos foram concretizar a descentralização na educação, saúde e ação social, as áreas que envolvem as maiores transferências de dinheiro e de pessoal, mas também restaurar a economia local debilitada pela pandemia, acordar com o Governo uma nova Lei das Finanças Locais (LFL), participar na negociação de um novo quadro de fundos comunitários e na execução de uma parte significativa das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), nomeadamente no que respeita à recuperação de escolas e de centros de saúde e ainda de construção ou reabilitação de habitações num prazo curto até 2026.

O conturbado processo de descentralização iniciado em 2019 foi consolidado no início de abril de 2023 com a passagem definitiva para todos os municípios das competências na área da ação social, que foi o último diploma setorial a ser publicado.

A insuficiência de verbas previstas pelo então Governo socialista para desempenhar as competências, sobretudo nas áreas da educação, saúde e ação social, que previam a transferência para as câmaras de funcionários e equipamentos, foram os principais obstáculos à adesão voluntária de municípios.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, encabeçou o grupo de autarcas descontentes, o que acabou por resultar na saída do Porto da ANMP, por não se sentir bem representado, embora na realidade a ANMP continue a ser o principal interlocutor do Governo com os municípios.

A insuficiência de verbas previstas pelo então Governo socialista para desempenhar as competências, sobretudo nas áreas da educação, saúde e ação social, que previam a transferência para as câmaras de funcionários e equipamentos, foram os principais obstáculos à adesão voluntária de municípios.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, encabeçou o grupo de autarcas descontentes, o que acabou por resultar na saída do Porto da ANMP, por não se sentir bem representado, embora na realidade a ANMP continue a ser o principal interlocutor do Governo com os municípios.

Num mandato em que houve eleições legislativas inesperadas, com uma alteração do Governo, e quando há incertezas quanto às linhas do Orçamento do Estado para 2025, as autarquias estão expectantes em relação aos ajustes ao modelo de descentralização que foi desenvolvido pelos últimos governos socialistas e ainda em relação a uma nova LFL.

Tendo em conta as novas competências entretanto assumidas, tanto a ANMP como a Associação Nacional de Freguesias (Anafre) têm exigido que a nova LFL, que estava já em negociação com o anterior Governo, contenha pelo menos o reforço da participação das autarquias nos impostos do Estado.

O atual executivo manteve uma LFL entre as prioridades no seu Programa de Governo, com a pretensão de “aperfeiçoar e aprofundar o sistema de transferência de competências para as autarquias locais”, assegurando para isso “meios financeiros, incentivos, garantia de qualidade, coesão territorial e igualdade de oportunidades”.

Quanto aos setores a descentralizar, o novo Governo considera que a descentralização “deve avançar nas áreas preferenciais identificadas desde 2013“, altura da reforma administrativa desenvolvida pelo Governo de Pedro Passos Coelho, nomeadamente nos cuidados de saúde primários, educação até ao nível secundário e ação social.

Além de novas competências em 22 áreas, os municípios estão também envolvidos na execução de verbas significativas do PRR ao nível da construção ou reabilitação de habitações destinadas às famílias mais vulneráveis e da reabilitação ou construção das escolas e dos centros de saúde que vão receber no âmbito da descentralização nestas áreas.

Até ao início de setembro, as autarquias e as áreas metropolitanas tinham recebido 526 milhões de euros de pagamentos relativos a projetos aprovados no âmbito do PRR e tinham projetos aprovados no valor de 3.117 milhões de euros.

Só em julho foram assinados mais de 300 contratos com autarquias para construção e reabilitação de casas, num valor global de cerca de 720 milhões de euros, segundo informação do Governo, que apresentou um balanço de 6.700 casas construídas até então.

No final desse mesmo mês, Luísa Salgueiro alertava que os municípios estavam “a lutar contra o tempo” para executar os fundos europeus para construir e reabilitar habitações, missão que será “possível, nalguns casos, noutros não será“.

Estava previsto que Portugal construísse ou reabilitasse 26 mil habitações até junho de 2026, no âmbito do PRR, e Luísa Salgueiro admitiu que “só com um grande esforço por parte dos autarcas é que isso” seria possível. No entanto, em meados de setembro, o nível de preocupação da autarca aumentou com o anúncio pelo Governo da duplicação da oferta pública de habitação de 26.000 para 59.000 casas até 2030.

Estava previsto que Portugal construísse ou reabilitasse 26 mil habitações até junho de 2026, no âmbito do PRR, e Luísa Salgueiro admitiu que “só com um grande esforço por parte dos autarcas é que isso” seria possível. No entanto, em meados de setembro, o nível de preocupação da autarca aumentou com o anúncio pelo Governo da duplicação da oferta pública de habitação de 26.000 para 59.000 casas até 2030, aguardando a presidente da ANMP que o Governo esclareça como é que este aumento se vai materializar, nomeadamente “qual o envolvimento dos municípios, qual o financiamento que estará associado a essa medida, se haverá recurso, em princípio, ao financiamento do Banco Europeu de Investimentos, de que forma é que os municípios podem agilizar os processos“.

Para cumprir os prazos do PRR na habitação foi permitido que os projetos dos municípios ficassem isentos do visto prévio do Tribunal de Contas, mas as Câmaras pretendem que este sistema agilizador possa também ser adotado na renovação e construção de escolas e de centros de saúde.

Um grande embate do novo Governo com os municípios foi no setor das águas: O Ministério do Ambiente anunciou que o valor da água consumida pelos munícipes, que nos últimos anos era estipulado pelos municípios, irá voltar a ser fixado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e prometeu para breve uma portaria com as condições deste novo modelo.

A ANMP repudiou a decisão, por “violar claramente a autonomia do poder local”, e defendeu que devem ser os municípios a fixar as tarifas dos serviços que são prestados no seu território, de forma que sejam ajustadas à realidade económica e social de cada concelho. Também a associação de Autarcas Social-Democratas contestou a proposta, assim como diversas câmaras, entre as quais Porto, Braga e Setúbal.

O anterior Governo socialista tinha assumido que a descentralização seria o primeiro passo para, finalmente, existir um processo de regionalização, que remeteu para depois de 2024. No entanto, o cumprimento da regionalização ficou mais uma vez adiado, visto que não faz parte das prioridades da coligação PSD/CDS-PP. O processo nem sequer é referido no programa que o PSD levou a eleições.

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📹 Mais salário no bolso em setembro e outubro: os descontos de IRS vão baixar com retroativos a janeiro

Os ordenados vão dar um salto de até 20% ou de 500 euros durante dois meses por via da descida das tabelas de retenção. Esta medida temporária visa compensar o que foi descontado a mais até agosto.

Trabalhadores dependentes vão descontar menos IRS no salário que vão receber já este mês. O ganho mensal poderá ultrapassar os 500 euros mensais para um salário bruto de 3.000 euros, o que corresponde a um incremento de cerca de 20% face ao ordenado líquido de agosto, de acordo com as simulações da EY para o ECO. Este bónus também será atribuído em outubro.

Esta descida extraordinária das tabelas de retenção na fonte foi aprovada pelo Governo para refletir a redução do IRS, aprovada pelo Parlamento, e compensar, em dois meses (setembro e outubro), o valor descontado a mais desde janeiro.

http://videos.sapo.pt/9non1LJteG7CWjOi3FiZ

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Marcelo pressiona Montenegro e alerta para o risco do Chega

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

O Presidente da República defendeu que Luís Montenegro "deve perceber que o interesse nacional é mais importante" do que o programa do Governo e "não ser inflexível".

O Presidente da República considera que o Governo “deve perceber que o interesse nacional é mais importante” do que o programa do Governo e “não ser inflexível“, alertando que, caso contrário, a decisão passará para “o terceiro partido”, numa referência implícita ao Chega.

O Governo, atento ao interesse nacional, deve perceber que o interesse nacional é mais importante do que o programa do Governo e não ser inflexível“, afirmou hoje Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas pela RTP, um dia depois do encontro entre o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS sobre o Orçamento do Estado para 2025.

O chefe de Estado sublinhou que, “sobretudo num Governo minoritário”, como é o executivo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro, “o programa do Governo tem de se tornar flexível”, estendendo o conselho ao líder da oposição que, aconselhou, “tem de fazer um esforço em relação aos princípios que seriam ideais”.

“Se não fazem um esforço, sobra a responsabilidade para quem desempatar? Para o terceiro partido, quem vai desempatar é o terceiro partido, se o primeiro e o segundo não se entendem”, afirmou, numa referência ao Chega. Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou ainda que “se esse terceiro partido decidir não decidir”, então a responsabilidade “sobra para o Presidente”. “Ora, a última coisa que devia acontecer é essa, é fundamental que fosse no parlamento, que fosse pela iniciativa das principais forças políticas”, disse.

As declarações do Presidente da República surgem um dia depois de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, se terem reunido pela primeira vez para negociar o Orçamento do Estado para 2025, num encontro que terminou com posições aparentemente distantes mas sem rutura do processo negocial.

Depois do fim do encontro, o secretário-geral do PS afirmou que recusa um Orçamento do Estado com as alterações ao IRS Jovem e IRC propostas pelo Governo ou qualquer modelação dessas medidas.

Pouco depois, Luís Montenegro classificava de “radical e inflexível” a proposta de Pedro Nuno Santos, mas prometeu que, na próxima semana, iria apresentar uma contraproposta aos socialistas numa “tentativa de aproximar posições”.

Já o presidente do Chega, André Ventura, considerou que Pedro Nuno Santos apresentou ao primeiro-ministro propostas orçamentais inaceitáveis para qualquer Governo de centro-direita e disse que evitará o impasse político se os socialistas forem afastados e o executivo construir outro Orçamento.

O Orçamento do Estado para 2025 tem de ser entregue na Assembleia da República até 10 de outubro e tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento.

Na prática, só a abstenção do PS ou o voto a favor do Chega garantem a aprovação do OE2025.

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Incêndios: Governo aprova isenção de segurança social e apoios ao emprego

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

O Governo aprovou um regime "excecional e temporário" de isenção de contribuições para a segurança social e incentivos financeiros à manutenção de emprego para empresas afetadas pelos incêndios.

O Governo aprovou um regime “excecional e temporário” de isenção de contribuições para a segurança social para empresas afetadas pelos incêndios, de acordo com o decreto-lei que define os apoios, que prevê também incentivos financeiros à manutenção de emprego.

De acordo com o decreto-lei que estabelece medidas de apoio às populações afetadas pelos incêndios de setembro, publicado no Diário da República ao final do dia de sexta-feira, “o regime excecional e temporário de isenção, total ou parcial, do pagamento de contribuições à segurança social”, não é “cumulável com outras medidas extraordinárias que assegurem o mesmo fim”.

Prevê-se a “isenção total de contribuições para a Segurança Social, durante um período de seis meses, prorrogável até ao máximo de igual período, mediante avaliação, para as empresas e trabalhadores independentes cuja atividade tenha sido diretamente afetada pelos incêndios”, assim como a “isenção parcial de 50 % da taxa contributiva a cargo do empregador durante um período de três anos para as empresas que contratem trabalhadores em situação de desemprego diretamente causado pelos incêndios”.

O diploma determina também um apoio financeiro extraordinário às empresas para manutenção dos postos de trabalho, “pelo período de três meses, com possibilidade de prorrogação, mediante avaliação pelos serviços de segurança social”, e que se destina apenas ao pagamento dos salários dos trabalhadores, até um montante máximo de dois salários mínimos, a que acresce subsídios de alimentação e transporte.

É também concedido um apoio financeiro aos trabalhadores independentes, igualmente por três meses, prorrogáveis, desde que a atividade tenha sido diretamente afetada pelos fogos.

O diploma determina ainda o reforço de acesso a cuidados de saúde aos afetados pelos incêndios, nomeadamente a centros de saúde e consultas de medicina interna, pneumologia e saúde mental, um reforço de acesso garantido também a “profissionais das forças e serviços de segurança, bombeiros, proteção civil ou de outras entidades envolvidas no combate aos incêndios e ao socorro e auxílio às populações”.

No Conselho de Ministros de quinta-feira, o Governo aprovou e apresentou um pacote de medidas de apoios às áreas e populações afetadas pelos grandes incêndios que atingiram as regiões Centro e Norte, entre as quais financiamento para reconstrução de primeiras habitações, comparticipada a 100% em valores até aos 150 mil euros, e uma linha de apoio à tesouraria e reconstrução de fábricas.

Aprovou também apoios diretos aos agricultores que podem chegar aos seis mil euros para compensar prejuízos agrícolas.

Determinou-se também que até ao final do ano deve ficar concluído um plano de ação para a floresta, com o objetivo de “dar valor” ao setor e prevenir incêndios rurais.

Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios da passada semana. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.

Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.

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Unicredit+Commerzbank: um potencial campeão europeu em 5 gráficos

Quão grande será o campeão europeu da banca europeia? Estes cinco gráficos ajudam a perceber o que está em causa no mega negócio entre Unicredit e Commerzbank.

A fusão entre o Unicredit e o Commerzbank dará lugar a um campeão europeu. Mas quão grande será o novo banco? Estes cinco gráficos ajudam a perceber o que está em causa no negócio que os italianos forçam, mas os alemães não gostam.

Lucros de mais de 12 mil milhões

Depois do impacto da pandemia, que causou fortes prejuízos aos bancos em 2020, seguiu-se um período de bonança para o setor por conta da subida das taxas de juro.

E tanto o Unicredit como o Commerzbank estão a surfar a onda: o banco italiano fechou 2023 com lucros de 9,5 mil milhões de euros, e o banco alemão lucrou mais de 2,2 mil milhões. Juntos, o campeão europeu gerou lucros de 12 mil milhões no ano passado.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Depósitos superam os 900 mil milhões

Unicredit e Commerzbank têm vindo a registar trajetórias divergentes no que toca à base de depósitos de clientes: os italianos observam uma descida desde a pandemia e gerem poupanças de 500 mil milhões de euros; pelo contrário, os depósitos no banco alemão estão a aumentar e atingiram os 410 mil milhões no final do ano passado.

Combinando ambos os negócios, o campeão europeu irá gerir mais de 900 mil milhões de euros em poupanças de famílias e empresas europeias.

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Empréstimos de mais de 760 mil milhões

Grosso modo, o Unicredit é um banco maior do que o Commerzbank, não só em resultados, depósitos, mas também no que diz respeito à carteira de empréstimos que, em caso de aliança, somará mais de 760 mil milhões de euros, dos quais praticamente 500 mil milhões pertencem aos italianos.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Um campeão com mais de 100 mil trabalhadores

Os dois bancos estão a reduzir os postos de trabalho nos últimos anos. Um dos receios com a fusão seria exatamente o impacto ao nível do emprego, que iria acentuar a tendência de saídas de trabalhadores. O campeão europeu teria quase 110 mil trabalhadores – se sem contar com a eventual reestruturação que terá lugar em caso de fusão.

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Italianos superam alemães na bolsa

Os dois bancos estão a valorizar na bolsa desde a pandemia, à boleia dos bons resultados. Mas o Unicredit consegue um melhor desempenho que o rival a partir de meados de 2022. Cada ação do banco italiano vale agora quase 40 euros, conferindo-lhe uma capitalização bolsista superior a 60 mil milhões. Já o Commerzbank, a cotar na casa dos 16 euros, tem um valor de mercado que não chega aos 20 mil milhões. Isto ajuda a perceber o avanço italiano sobre os alemães.

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GNR deteta 12 crimes em mais de 200 fiscalizações à poluição dos solos e água

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

A GNR detetou 12 crimes de poluição e elaborou 225 autos de contraordenação em 205 ações realizadas este ano no âmbito da fiscalização da poluição dos solos e recursos hídricos.

A GNR detetou 12 crimes de poluição e elaborou 225 autos de contraordenação em 205 ações realizadas este ano no âmbito da fiscalização da poluição dos solos e recursos hídricos, foi anunciado este sábado.

Em comunicado, a GNR diz ter recebido um total de 1.174 denúncias sobre poluição entre 1 de janeiro e 27 de setembro deste ano, 463 das quais relacionadas com poluição da água e 711 com poluição do solo.

As principais fontes de poluição detetadas estão relacionadas com descargas inadequadas decorrentes da atividade fabril, estações de tratamento de águas residuais com baixos níveis de monitorização e aplicação excessiva de químicos (fertilizantes e fitofármacos) nos solos, entre outros.

Na totalidade do ano 2023, as denúncias recebidas pela GNR ascenderam a 1.276 (500 relacionadas com poluição da água e 776 com poluição do solo), tendo sido efetuadas 272 ações de fiscalização, que resultaram em 307 contraordenações e 24 crimes detetados.

As ações de fiscalização têm sido realizadas através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), procurando identificar “fontes emissoras de poluição que afetam os solos e recursos hídricos” e assegurar “a investigação dos processos para identificação dos potenciais responsáveis”.

Segundo a GNR, a poluição dos solos e recursos hídricos “acarreta severas consequências, entre as quais se destacam a degradação da qualidade da água potável, a alteração de ecossistemas, com possível extinção de espécies, e a introdução de poluentes na cadeia alimentar”, o que põe em risco a segurança alimentar e contribui para o empobrecimento dos solos, que deixa de ter valor para produção.

Tem ainda como consequência a libertação de mais gases nocivos para a atmosfera, “incrementando alterações climáticas”.

“A frequência de situações de seca meteorológica e empobrecimento dos solos que se tem verificado em Portugal nas últimas décadas, com a possibilidade de poderem vir a ser agravadas com o efeito das alterações climáticas, implica um aumento do risco e da vulnerabilidade a estes fenómenos”, alerta.

A redução do potencial produtivo dos solos, das disponibilidades hídricas e, consequentemente, dos usos existentes, com particular incidência no setor agrícola e ao nível económico e social são alguns dos riscos apontados.

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China isenta de visto mais quatro países europeus mas Portugal continua ausente

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

A China alarga isenção de vistos para cidadãos da Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre -, uma medida que exclui Portugal, anunciou nos últimos dias a diplomacia chinesa em comunicados separados.

A China vai alargar a política de isenção de vistos para cidadãos de mais quatro países europeus – Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre -, uma medida que exclui Portugal, anunciou nos últimos dias a diplomacia chinesa em comunicados separados.

O alargamento surge depois de, no início do mês, Pequim ter incluído a Noruega na lista de países cujos cidadãos poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, isentos de visto.

Os anúncios deste mês significam que no total 16 países europeus beneficiam agora da medida de Pequim, que está a tentar estimular o turismo internacional e o investimento estrangeiro, abalados pela pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras.

Em novembro passado, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Espanha beneficiariam de uma isenção de visto unilateral.

Em março, alargou a política para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus: Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo.

Portugal, no entanto, continua ausente.

Nos últimos meses, o país asiático adotou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais.

Os serviços de pagamento eletrónico WeChat Pay e Alipay anunciaram no último ano várias medidas para disponibilizar os seus sistemas de pagamento aos utilizadores estrangeiros que visitam a China, que por vezes têm dificuldade em pagar no país e em utilizar determinados serviços.

Os estrangeiros que visitaram a China no primeiro semestre de 2024 mais do que duplicaram para 14,64 milhões, o equivalente a uma subida de 152,7% em relação ao mesmo período de 2023.

Os dados da Administração Nacional de Imigração do país asiático revelaram que as entradas sem visto ultrapassaram 8,5 milhões, representando 58% das viagens e um aumento de 190% em relação ao ano anterior.

No entanto, o número de estrangeiros continua aquém dos registos pré-pandemia, quando a China era visitada por cerca de 15 milhões de visitantes por ano.

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ECO Quiz. 15.º mês sem IRS, ouro e inflação

  • Tiago Lopes
  • 28 Setembro 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com o ECO Quiz.

A discussão em torno de um eventual chumbo do Orçamento do Estado marcou grande parte da semana. Na última sexta-feira, Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, participou na Cimeira do Turismo, em Mafra, onde adiantou que “a inflação desceu mais depressa do que subiu, demorou muito tempo a subir, foram muitos choques sucessivos que fizeram subir a taxa de inflação para mais de 10%”. Outro dos temas que esteve em destaque durante esta semana foi a notícia que dá conta de mais um sinal da recuperação do mercado de crédito à habitação.

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com este quiz do ECO.

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‘Cartel da banca’ no crédito à habitação agrava infração – sentença

  • Lusa
  • 28 Setembro 2024

O Tribunal da Concorrência considera que o facto de os bancos terem feito conluio no crédito à habitação tornou especialmente graves as infrações por este ser um mercado crítico.

O Tribunal da Concorrência considera que o facto de os bancos terem feito conluio no crédito à habitação tornou especialmente graves as infrações por este ser um mercado crítico dada a importância histórica e cultural deste empréstimo em Portugal.

Na semana passada, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão confirmou as coimas de 225 milhões de euros aos 11 bancos que recorreram das coimas aplicadas pela Autoridade da Concorrência (AdC), em 2019, no processo conhecido por ‘cartel da banca’.

O tribunal decidiu que houve “conluio” na troca de informações sobre créditos (‘spreads’ e montantes concedidos) que “alinharam práticas comerciais” e falsearam a concorrência.

As maiores multas foram para Caixa Geral de Depósitos (82 milhões de euros), BCP (60 milhões), Santander Totta (35,65 milhões), BPI (30 milhões) e Montepio (13 milhões).

Na sentença de mais de 2.000 páginas, a que a Lusa teve acesso, constam centenas de ‘emails’ trocados entre funcionários dos bancos, com autorização das chefias, até administradores, com grelhas com taxas de juro praticadas, bonificações, comissões, volumes mensais concedidos. Falavam ainda que precisavam de se alinhar com a concorrência e há ‘emails’ de uns bancos a pressionarem outros a participar no intercâmbio de informações.

Segundo a juíza Mariana Gomes Machado, que julgou este processo, a “elevada gravidade” das infrações “decorre, particularmente, da natureza dos segmentos da atividade bancária em que isso sucedeu, de que se destaca o crédito à habitação”, por ser um mercado muito sensível para os cidadãos pois é geralmente por essa via conseguem casa própria.

O tribunal destaca a importância do crédito à habitação em Portugal por “razões históricas e culturais” (70% da riqueza das famílias é habitação), e dos preços elevados das casas, para considerar que a prática dos bancos lesou os direitos dos consumidores “num setor crítico no país”.

Considera ainda que sendo já conhecido que as pessoas singulares têm dificuldades em estabelecer negociações efetivas com uma empresa, pela desproporção de poder, tal ficou ainda mais limitado quando do outro lado estavam bancos cujas práticas levaram “inexistência de efetiva concorrência”.

Além disso, acrescenta, sendo o crédito à habitação um produto âncora dos bancos tal tem efeitos noutros segmentos, pois atrás desses empréstimos os clientes subscrevem muitos outros produtos financeiros (contas de depósito, seguros, cartões).

No julgamento do recurso dos bancos multados em 2019 pela Autoridade da Concorrência, que começou em outubro de 2021 (foi interrompido em 2022 para esclarecimento do Tribunal de Justiça da União Europeia que só chegou em julho de 2024), foram ouvidas muitas testemunhas, designadamente funcionários dos bancos envolvidos na troca de informações.

A sentença explica o testemunho de um bancário que, em tribunal, recordou que “fez uma vez uma proposta quanto ao ‘spread’ e que a mesma foi rejeitada pela administração com base na informação de que os concorrentes estavam a fazer ajustes no sentido do agravamento do preço, pelo que teriam que acompanhar”.

No julgamento, a defesa dos bancos tentou demonstrar que a informação partilhada era, sobretudo, informação pública e acessível. Na última sessão antes da sentença, o advogado do Santander defendeu que as trocas de informações eram “esporádicas” e, sobretudo, “de antigos colegas que queria poupar trabalho uns aos outros”, para que não tivessem de ir a simuladores e ‘sites’ buscar dados.

Já o tribunal decidiu que a troca era regular e que não se provou que a informação trocada o fosse efetivamente pública ou que o viesse a ser nos moldes trocados. Decidiu ainda que a troca de informação não era só entre funcionários de diferentes bancos, mas organizada.

“A recorrida CGD recebia aquela informação da recorrida Montepio, aditava os seus dados e remetia a sua informação e da recorrida Montepio ao recorrente BPI”, lê-se na sentença.

Os bancos sancionados já anunciaram maioritariamente que vão recorrer (por considerarem que não praticaram infrações lesivas da concorrência e que há prazos prescritos), tendo até à segunda semana de outubro para o fazer.

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Prestação da casa cai mais de 100 euros em outubro

Encargos com o empréstimo à habitação vão voltar a aliviar no próximo mês. E a tendência é que a prestação mensal continue a cair perante a perspetiva de cortes de juros do BCE.

Outubro traz boas notícias para quem está a pagar o empréstimo da casa ao banco. A prestação mensal deverá recuar até 100 euros nos contratos cujas condições vão ser revistas no próximo mês, de acordo com as simulações do ECO para um financiamento de 150 mil euros a 30 anos.

A forte descida dos encargos com o crédito à habitação resulta essencialmente da queda das taxas Euribor ao longo do mês de setembro e nos meses anteriores.

As Euribor – que servem de base para o cálculo da prestação da maioria dos empréstimos da casa em Portugal — estão em queda há vários meses por conta do alívio da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que ainda há três semanas cortou as taxas oficiais pela segunda vez no espaço de três meses.

A expectativa é de que as taxas continuem a cair nos próximos meses tendo em conta que a pressão inflacionista baixou consideravelmente. O que levou o governador do Banco de Portugal a dar como vencida a batalha contra a inflação. “Fizemos um sacrifício muito grande para vencê-la. (…) A inflação está em torno dos 2%, que é onde queremos onde esteja”, frisou esta sexta-feira Mário Centeno, abrindo a porta a mais cortes das taxas do BCE no futuro próximo – a próxima reunião acontece a 17 de outubro.

Fonte: Reuters

Quanto vou pagar a menos?

Para o bolso das famílias portuguesas, depois do forte aperto nos últimos dois anos, a perspetiva adivinha-se agora mais positiva. A prestação está a cair há vários meses. E em outubro terá nova queda.

Para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%, as contas para outubro são as seguintes:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 754,78 euros, menos 25,43 euros (-3,26%) relativamente à prestação que pagava desde julho;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 739,23 euros, uma descida de 56,4 euros (-7,09%) em relação à prestação que pagava desde abril;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá cair para 711,46 euros, menos 107,49 euros (-13,13%) face à prestação que pagou no último ano

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o simulador.

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