Morreu Aga Khan, líder dos muçulmanos xiitas ismailis

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

Morreu em Lisboa Aga Khan, 88 anos e fundador e presidente da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN), e líder dos muçulmanos xiitas ismailis, confirmou à Lusa fonte oficial do imamat ismaili.

Aga Khan, líder dos muçulmanos ismaelitas, viveu uma longa vida de homem discreto, mas foi como príncipe e imam que se destacou, deixando uma das maiores agências de desenvolvimento do mundo que apoia dezenas de milhões de pessoas,. Aga Khan morreu esta terça-feira aos 88 anos, em Lisboa.

Shah Karim al Hussaini, príncipe Aga Khan, 49.º Imam hereditário dos muçulmanos ismaelitas, nasceu na Suíça, cresceu e estudou no Quénia e nos Estados Unidos, e tem ligações ao Canadá, Irão e França, e nos últimos anos também a Portugal, com a escolha de Lisboa para sede mundial da comunidade ismaelita, “Imamat Ismaili”, tornando-a uma referência para os cerca de 15 milhões de muçulmanos da minoria xiita.

Discreto, tido como uma das pessoas mais ricas do mundo, Aga Khan IV nasceu a 13 de dezembro de 1936 na Suíça, filho do príncipe Aly Khan e da princesa Tajuddawlah Aly Khan. Cresceu no Quénia, frequentou a Le Rosey School, na Suíça, durante nove anos, e licenciou-se depois em Harvard, nos Estados Unidos.

Era aí que estava, no primeiro ano de faculdade, quando o avô, doente, o convocou. Disse apenas “vem ver-me”, recordou numa entrevista há cerca de uma década à revista Vanity Fair.

Karim só voltaria a Harvard ano e meio depois, mas já como o Imam hereditário (líder espiritual) dos muçulmanos xiitas ismailis, tornado Aga Khan IV, por vontade do avô, que na sua morte, em testamento, justificou a escolha do neto como seu sucessor com os novos tempos que um jovem entenderia melhor.

O salto de uma geração na liderança da comunidade nunca tinha acontecido. O sucessor natural seria Aly, que se tinha divorciado da mãe de Karim para se casar com a atriz norte-americana Rita Hayworth, de quem entretanto também já se divorciara.

Em 1957, com 20 anos e com responsabilidades para com 15 milhões de pessoas, Karim tornava-se Aga Khan IV mas também “Sua Alteza”, um título que a rainha Isabel II, de Inglaterra, lhe concedera entretanto. Mas também, dois anos depois, em 1959, o de “Sua Alteza Real”, concedido pelo Xá do Irão. O título de Aga Khan fora concedido pela primeira vez a Aga Hassanaly Shah, o 46.º Imam Ismaili, pelo Xá da Pérsia, na década de 1830.

Para os muçulmanos ismaelitas Aga Khan é descendente direto do profeta Maomé e como novo líder o jovem Karim passou meses a viajar para conhecer as comunidades espalhadas pelo mundo e voltando depois a Harvard para se formar em História Islâmica dois anos depois, em 1959.

Definiu-se como um “otimista mas cauteloso”, alguém que não sendo um homem de negócios aprendeu a sê-lo, que acreditou que a pobreza existe, mas não é inevitável. E nas palavras de amigos foi alguém que nunca bebeu nem fumou e que dedicou muito do seu tempo ao trabalho e a visitas à comunidade.

Duas vezes casado, teve quatro filhos (um deles deve ser o seu sucessor mas não Zahara, a única filha, porque mulher Imam “absolutamente não”), foi um apaixonado por esqui mas também por cavalos, e criou um império que vai da banca à hotelaria, que financia projetos de desenvolvimento social, incluindo em Portugal, onde existe desde 1983 a Fundação Aga Khan.

Acredito que, enquanto uma instituição muçulmana no Ocidente, posso ser mais eficaz se não estiver constantemente nas primeiras páginas. Não há razão para eu aparecer nas notícias. Quando existem problemas, tento resolvê-los discretamente. Nem sempre consigo, mas de um modo geral, a discrição tem-me sido útil.

Aga Khan

Numa entrevista ao jornal Público, em 2008, admitiu ter muito dinheiro embora não comparável com a fortuna de Bill Gates, e frisou que não era nem nunca seria um empresário.

E também não foi um líder mediático. “Somos uma comunidade discreta, é uma das nossas tradições”, disse na entrevista ao Público. A comprová-lo, desde 2018, quando terminou em Lisboa as comemorações dos 60 anos como líder da comunidade ismaelita, poucas são as notícias centradas nele. A sua própria biografia oficial foca-se mais na obra e menos no homem.

Contudo, proliferaram as notícias relacionadas com a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN), em Portugal ou no estrangeiro, fosse na área da cultura, da moda e dos festivais, da educação, com apoio a universidades, do ambiente, a ajudar a preservação de sítios, da área social, da sustentabilidade ou da saúde.

Em 2019 ofereceu um robô cirúrgico a um hospital de Lisboa, a partir de 2020 apoiou em várias frentes a luta contra a covid-19. E enquanto comprava dois palácios, em Lisboa, para concentrar a sede mundial do “Imamat Ismaili”, apoiava imigrantes, projetos culturais, de saúde, a luta contra a desnutrição infantil, e de inclusão social.

Em março de 2023 um ataque ao Centro Ismaili em Lisboa também trouxe para a ribalta a comunidade, constituída em Portugal por mais de 8.000 pessoas, mas o príncipe manteve-se discreto.

Três meses depois assinalaria na capital portuguesa os 66 anos da sua liderança, falando da prioridade da AKDN: a proteção e melhoria das condições de vida dos mais pobres, fracos, vulneráveis.

Aga Khan criou também a Fundação Aga Khan em 1967, para acabar com a fome, a pobreza, a iliteracia e a doença em algumas regiões mais pobres do mundo. Foi a origem de uma das maiores redes privadas para o desenvolvimento do mundo, empregando 80.000 pessoas.

Um dos países apoiados é Portugal. Em março deste ano a Câmara de Castelo Branco entregou ao príncipe a medalha de ouro da cidade. Mas a homenagem foi só a mais recente, de uma lista que começou em 1960, quando foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Aga Khan recebeu dezenas de condecorações em dezenas de países. Em Portugal, em 1998 recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, em 2005 a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e em 2017 a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Foi doutorado honoris causa em mais de duas dezenas de universidades de todo o mundo, incluindo a Universidade de Évora, 2006, e Nova de Lisboa, em 2017. E recebeu as chaves da cidade de Lisboa (1996) e do Porto (2019), e a distinção de Correspondente Estrangeiro da Academia das Ciências de Lisboa (2009), o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa (2014). Em 2019 Portugal atribuiu-lhe a nacionalidade portuguesa.

Numa entrevista ao jornalista e historiador francês Henri Weil, em 2019, disse que não se considerava nem chefe de Estado nem príncipe mas sim um Imam de uma comunidade muçulmana xiita que existe há séculos. E um bom homem, porque esse é o papel de um Imam.

Em 1957, com 20 anos e com responsabilidades para com 15 milhões de pessoas, Karim tornava-se Aga Khan IV mas também “Sua Alteza”, um título que a rainha Isabel II, de Inglaterra, lhe concedera entretanto. Mas também, dois anos depois, em 1959, o de “Sua Alteza Real”, concedido pelo Xá do Irão. O título de Aga Khan fora concedido pela primeira vez a Aga Hassanaly Shah, o 46.º Imam Ismaili, pelo Xá da Pérsia, na década de 1830.

Educado, sorridente, simpático, mas discreto. “Acredito que, enquanto uma instituição muçulmana no Ocidente, posso ser mais eficaz se não estiver constantemente nas primeiras páginas. Não há razão para eu aparecer nas notícias. Quando existem problemas, tento resolvê-los discretamente. Nem sempre consigo, mas de um modo geral, a discrição tem-me sido útil”.

Na entrevista à Vanity Fair, em Aiglemont, uma propriedade perto de Chantilly (França), que foi o sítio onde passou mais tempo, Aga Khan falou da sua paixão pelos cavalos, aos quais se dedicou após a morte do pai, ainda que nada soubesse deles até então. “Harvard é uma grande instituição, mas não ensina sobre a criação de cavalos puro-sangue”.

De outras paixões, da sua vida pessoal, sempre foi parco em palavras. Casou em 1969 com Sally Crichton-Stuart com quem teve três filhos, Zahra, Rahim, e Hussain. Em 1995, três anos após se divorciar, casou com Gabriele zu Leiningen, com teve mais um filho, Aly, em 2000, mas acabou por se divorciar alguns anos depois.

Mas nunca foi, ao contrário do seu pai, uma pessoa social. “As festas não são o seu forte”, disse um amigo, citado na revista. Consensualmente era referido por amigos como alguém de porte que inspirava confiança, que se impunha com graciosidade, que educadamente fazia sempre prevalecer a sua vontade.

“Karim tem muito charme, mas por baixo é feito de aço. Ele faz exatamente o que quer, quando quer”, dizia um amigo citado na revista. Que numa frase poderá ter resumido assim a vida de Aga Khan IV: “De facto, poucas pessoas ultrapassam tantas divisões – entre o espiritual e o material; o Oriente e o Ocidente; o muçulmano e o cristão – tão graciosamente como ele”.

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Trump aprova retirada dos EUA de vários organismos da ONU. E critica gestão de Guterres

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

A ordem executiva de Donald Trump retira os EUA de observador do Conselho de Direitos Humanos da ONU e suspende o apoio à agência da ONU para os refugiados palestinianos.

O Presidente norte-americano Donald Trump assinou esta terça-feira uma ordem executiva que retira os Estados Unidos de vários organismos da ONU e permite rever o financiamento de Washington à organização internacional sediada em Nova Iorque.

O decreto assinado pelo governante republicado retira os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU, um órgão do qual não é um Estado-membro, mas apenas observador, visando proibir qualquer envolvimento futuro de Washington no organismo, embora o mecanismo exato de retirada como Estado observador permaneça incerto.

O texto alarga ainda a suspensão de todo o financiamento norte-americano à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA). Os Estados Unidos e vários outros países suspenderam as suas contribuições financeiras para esta agência após acusações de Israel, em janeiro de 2024, de que alguns funcionários da organização tinham participado nos ataques do Hamas, em 07 de outubro de 2023, a território israelita.

A assinatura acontece no mesmo dia em que Trump deverá reunir-se no Sala Oval com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que há muito critica a UNRWA e acusou o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas de ser tendencioso contra Israel. “Sempre senti que a ONU tem um potencial tremendo, mas não está a corresponder agora. Tem sido ineficaz há muito tempo. Há uma grande esperança para ela, mas para ser honesto, não está a ser bem gerida”, frisou Trump, em declarações aos jornalistas.

Após estas declarações, o republicando assinou as ordens executivas com o seu famoso marcador preto, dizendo que tanto a UNRWA como o Conselho de Direitos Humanos da ONU devem “pôr os seus assuntos em ordem”.

“Precisam de ser justos com os países que merecem justiça”, acrescentou, sem fazer referência direta às acusações de Israel. Num comunicado divulgado antes da assinatura, a Casa Branca destacou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU “demonstrou um preconceito consistente contra Israel” e permitiu que países como o Irão, a China e Cuba o utilizassem para se protegerem, apesar dos seus graves problemas de direitos humanos.

Na ordem executiva a administração Trump alega que “várias agências da ONU demonstraram um profundo preconceito antiamericano” e, por conseguinte, ordena a saída dos EUA do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, bem como o congelamento de fundos para a UNRWA, que presta apoio a mais de cinco milhões de refugiados palestinianos.

O documento exige ainda que o secretário de Estado analise e elabore um relatório sobre quais as organizações, convenções ou tratados internacionais que promovem “sentimentos radicais ou antiamericanos”, mencionando especificamente a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como uma das instituições que exigem uma “revisão acelerada”.

Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Trump já tinha retirado os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o principal fórum interestatal de debate sobre direitos humanos dentro das Nações Unidas. Washington voltou a integrar o organismo logo após Joe Biden ter assumido o cargo, em janeiro de 2021.

Trump suspendeu também no seu primeiro mandato o financiamento à UNRWA, exigindo que os palestinianos retomassem as negociações de paz com Israel. Quando regressou à Casa Branca, em 20 de janeiro, Donald Trump assinou uma ordem executiva para retirar os Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma organização que tinha criticado duramente pela sua gestão da pandemia de covid-19.

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Mundial 2030. Federação espanhola estima custo de 540 milhões na renovação de 11 estádios

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

Por cada euro investido em infraestruturas desportivas, será gerado um retorno de cerca de 8,5 euros em bem-estar, acredita ainda a representante da Real Federação Espanhola de Futebol.

As diferentes entidades espanholas envolvidas na organização do Mundial 2030, em conjunto com Portugal e Marrocos, vão investir 540 milhões de euros na renovação dos 11 estádios que vão receber jogos no país, anunciou esta terça-feira a federação local.

O Mundial não é só sobre estádios. É sobre estádios, campos de base, centros de treino e alojamentos. Esperamos que os vários atores envolvidos invistam 540 milhões para renovar os 11 estádios”, anunciou Maria Tato, representante da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) no comité executivo do Mundial2030.

A responsável discursava no primeiro Congresso Mundial do Desporto, realizado na terça-feira no Instituto Nacional de Educação Física da Catalunha (INEFC), em Espanha, realçando que o país já tem 60% dos estádios que vão receber jogos do Campeonato do Mundo prontos. “A cinco anos do Mundial, temos 60% dos estádios em oferta totalmente operacionais e com capacidade para receber jogos do Mundial”, assinalou Maria Tato.

No total, foram estrategicamente selecionados 11 locais e 45 sublocais que devem ser renovados para garantir as condições ideais dos campos de treino, além de oferecerem instalações para os meios de comunicação social e para as equipas. Além disso, a infraestrutura hoteleira e de alojamento para as comitivas oficiais será reforçada.

Os 11 estádios estão distribuídos por nove cidades-sede (Madrid, Barcelona, Sevilha, Málaga, Bilbau, San Sebastián, Corunha, Las Palmas e Saragoça) e foram escolhidos numa avaliação que teve em conta aspetos como o projeto técnico, a operação, o financiamento, a estrutura e a sustentabilidade.

“Um dos valores que a FIFA mais prezou é a sustentabilidade do próprio estádio”, vincou Maria Tato. O montante avançado em Espanha é muito superior ao investimento diretamente atribuível à prova, em estádios e centros de treino, que deverá ascender a 10 milhões, segundo os cálculos revelados em dezembro último pela consultora PwC.

Por cada euro investido em infraestruturas desportivas, será gerado um retorno de cerca de 8,5 euros em bem-estar, refletindo o impacto transformador do evento na coesão social, no orgulho nacional e na perceção de Portugal como um país unido e hospitaleiro”, realçou na altura a empresa.

Miguel Cardoso Pinto, partner da consultora EY, tinha já destacado em entrevista à Lusa, também em dezembro de 2024, sobre o impacto económico da participação de Portugal na organização do Mundial2030, que o investimento de Espanha e Marrocos seria substancialmente superior ao luso.

São dimensões e realidades completamente díspares. Até dado o timing, neste caso, os nossos companheiros nesta campanha, quer Espanha, quer Marrocos, mas Espanha sobretudo – apesar de ter grandes estádios – apanhou uma fase em que alguns estádios realmente estavam a necessitar de grandes intervenções e as mesmas estão em curso. Quer no Barnabéu, onde houve um grande investimento, quer em Camp Nou, que também necessitou de um grande investimento. Ou seja, nesse aspeto, Espanha vai gastar mais, mas também estava mais atrasada do que Portugal nesse campo”, sublinhou Miguel Cardoso Pinto.

A organização do Mundial2030 em Portugal, Espanha e Marrocos foi ratificada em 11 de dezembro de 2024 no Congresso da FIFA, numa competição que também passará pela América do Sul, nomeadamente por Argentina, Paraguai e Uruguai, que irão acolher três partidas da fase final, como forma de celebrar o centenário da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.

Portugal, que recebeu o Euro2004, vai organizar pela primeira vez o Campeonato do Mundo, tal como Marrocos, que repete em 2025 o estatuto de anfitrião da Taça das Nações Africanas (CAN) estreado em 1988, enquanto a Espanha já albergou o Euro1964 e o Mundial1982. Os três estádios portugueses que vão acolher jogos do Mundial2030 serão o Estádio da Luz, o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e o Estádio do Dragão, no Porto.

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State Farm quer aumentar “provisoriamente” prémio do seguro para habitação

  • ECO Seguros
  • 4 Fevereiro 2025

A seguradora já recebeu mais de 8.700 pedidos de indemnização e pagou mais de mil milhões de dólares na sequência dos incêndios florestais, mas espera "pagar muito mais".

A State Farm General solicitou às autoridades estatais norte-americanas um aumento de 22%, com caráter provisório e de emergência, dos prémios dos seguros multirriscos para habitação. Segundo a CNN, maior seguradora da Califórnia justifica o pedido invocando que ficou com uma situação financeira “terrível” após os incêndios florestais que afetaram Los Angeles em janeiro.

Numa carta enviada ao Comissário de Seguros da Califórnia, Ricardo Lara, a seguradora informa que já recebeu mais de 8.700 pedidos de indemnização e pagou mais de mil milhões de dólares aos clientes na sequência dos incêndios florestais. A State Farm espera “pagar muito mais” e que o aumento provisório de emergência é necessário para “ajudar a evitar uma situação terrível” para os clientes e para o mercado de seguros no estado da Califórnia, indica no comunicado citado pela CNN.

Nesse sentido, State Farm declara que tem três pedidos de aumento dos prémios que ainda não foram aprovados pela agência e que um aumento provisório era necessário para “preservar a sua capacidade de pagamento de indemnizações”.

Importa referir que os proprietários da Califórnia já têm os seguros para habitação mais caros do país, o que acaba por pesar no orçamento familiar e chega mesmo fazer com que consumidores não tenham acesso ao produto, seja por ausência de cobertura, seja pelo preço elevado.

A Comissão de Seguros da Califórnia afirmou que o pedido da State Farm General levanta “sérias questões sobre a sua situação financeira” e que a agência vai responder “urgentemente” ao pedido.

Segundo a empresa, o excedente da State Farm General disponível para pagar os sinistros foi esgotado, em parte devido aos sinistros pagos na sequência de catástrofes naturais.

Não obstante, a seguradora tem sido alvo de críticas por reduzir a sua oferta de cobertura no Estado, deixando muitos proprietários sem seguro. No mês passado, depois de os incêndios de Palisades e Eaton, em Los Angeles, terem destruído milhares de casas, a comissão de seguros proibiu as empresas de seguros de não renovarem ou cancelarem as apólices de seguro de habitação nas zonas afetadas pelos incêndios florestais.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 38 milhões de euros

  • ECO
  • 4 Fevereiro 2025

O jackpot desta terça-feira é de 38 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 38 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 4 de fevereiro:

Números: 3, 4, 29, 39 e 43

Estrelas: 5 e 10

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Hospital de Santo Tirso passa para a Misericórdia a 31 de março

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

O PCP denuncia que este processo “corresponde à privatização encapotada desta unidade de saúde”, implicando as “políticas de desinvestimento”.

A passagem do Hospital Conde de São Bento, em Santo Tirso, para a misericórdia local, será em 31 de março, revelou o PCP, que se baseia numa comunicação interna desta terça-feira do conselho de administração daquela unidade de saúde.

No documento a que Lusa teve acesso e que é dirigido a “todos os profissionais da ULSMAve [Unidade Local de Saúde do Médio Ave, onde está inserido o hospital em causa]”, lê-se que “no seguimento da reunião mantida com a Secretária de Estado da Gestão da Saúde [não é indicado quando aconteceu] e do processo em curso de devolução do Hospital Conde de São Bento à Misericórdia, importa acautelar os impactos da medida na ULSMAve, nomeadamente na salvaguarda da atividade assistencial e no atendimento aos utentes”.

Para o efeito, prossegue a circular, foi nomeada “uma equipa de trabalho ad hoc” para “ponderar impactos da medida de devolução na atividade assistencial da ULSMAve e propor soluções em termos de reafetação de recursos humanos e reformulação/reafetação de espaços”.

No documento é também solicitado “a todas as Direções de Serviço propostas/sugestões neste âmbito, a apresentar até 21 de fevereiro”. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou em dezembro que a ministra da Saúde já está a trabalhar com algumas Misericórdias, como as de São João da Madeira e de Santo Tirso, “para a transferência dos respetivos hospitais para as mãos das Misericórdias”.

Em comunicado, o PCP denuncia que este processo “corresponde à privatização encapotada desta unidade de saúde”, implicando as “políticas de desinvestimento” de “sucessivos governos de PS e PSD/CDS” e sublinhando que a “manutenção do caráter público do hospital é inseparável de necessárias melhorias no mesmo, desde logo da construção de novas instalações”.

O processo de transferência para a Misericórdia, ambição antiga de PSD/CDS que em 2015 foi impedido de o fazer pelo PCP, beneficia do facto de, para lá das insuficiências do hospital, os terrenos onde se situa pertencerem à Misericórdia local”, prossegue a nota de imprensa.

Considerando que a transferência do hospital para a misericórdia “não significará uma melhoria do serviço prestado”, o PCP enfatiza que a lei em vigor “prevê uma redução de custos em pelo menos 25% neste tipo de situações, o que se traduzirá no encerramento de valências ou na extinção de postos de trabalho”.

Neste contexto, prossegue o comunicado, o PCP “reafirma a necessidade de defender o caráter público do Hospital Conde de São Bento, bem como um maior investimento que possibilite a construção de novas instalações”.

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Tutti Frutti. Marcelo diz que justiça tardia “não é tão justa” quanto uma mais célere

Presidente da República afirmou que "uma justiça tardia não é uma justiça tão justa quanto uma justiça rápida".

O Presidente da República considerou esta terça-feira que uma justiça tardia “não é tão justa” quanto uma mais célere. Marcelo Rebelo de Sousa pronunciava-se assim sobre a acusação de 60 pessoas pelo Ministério Público, entre elas autarcas das mais importantes juntas de freguesia de Lisboa, funcionários e empresários, no âmbito do processo Tutti Frutti.

“Toda a gente sabe que uma justiça tardia não é uma justiça tão justa quanto uma justiça rápida”, disse aos jornalistas, em Praga, em declarações transmitidas pela RTP3.

O Chefe de Estado argumentou que é por isso que se fala “tanta” na reforma da justiça. Em causa na acusação conhecida esta terça-feira estão crimes de corrupção, prevaricação, abuso de poder, tráfico de influência e participação económica em negócio, segundo a acusação, a que o ECO/Advocatus teve acesso.

As imputações relativas a Fernando Medina, ex-ministro e ex-autarca socialista, foram todas arquivadas. Entre os arguidos acusados neste caso estão o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, o deputado do PSD Carlos Eduardo Reis e o ex-deputado social-democrata Sérgio Azevedo.

Em autoria estão em causa três de corrupção passiva (um agravado), dois de corrupção ativa, sete de branqueamento, dois de tráfico de influência. Além das dezenas de crimes imputados aos vários arguidos, o MP pediu ainda a perda de mandato para aqueles que foram eleitos para cargos autárquicos.

Resposta a Trump exige grande “unidade” da Europa

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda que a resposta da União Europeia à política comercial do presidente norte-americano, Donald Trump, exige grande unidade.

“Tem de responder rápido, em conjunto, de forma firme. Se [a administração Trump] toma medidas em determinado sentido, nós tomamos” também, disse.

O Presidente da República considerou ainda que a Europa enfrenta o desafio acrescido de não crescer e considerou que Donald Trump “é um empresário que é um ótimo negociador”.

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Tecnológica InnoTech abre escritório no Porto e aponta mira aos países nórdicos

Depois dos Países Baixos, a tecnológica portuguesa está a planear entrada nos países nórdicos. Estima este ano atingir os 11 milhões de euros de faturação.

A tecnológica portuguesa InnoTech vai abrir escritório no Porto e depois dos Países Baixos aponta mira aos países nórdicos. Este ano quer reforçar a equipa com mais 100 trabalhadores, tanto na área tecnológica como de gestão.

Depois de em abril a empresa ter aberto escritório nos Países Baixos, o primeiro fora do país, prepara-se para uma nova fase de internacionalização. “Estamos a ir para os países nórdicos”, adianta José Padre Eterno, CEO da empresa, ao ECO.

Aliás, a contratação de “Pedro Freitas, enquanto nearshore business development manager, vem reforçar esta expansão da marca para mercados europeus”, completa.

A empresa está ainda a abrir escritório no Porto. “O modelo de trabalho é híbrido e o escritório serve de suporte às mais de 40 pessoas que já têm no Porto, o objetivo é estar mais próximo da equipa e doa clientes. A InnoTech espera duplicar esta presença nos próximos 12 meses”, adianta o CEO da empresa.

Empresa a recrutar

Com 150 colaboradores, a empresa quer este ano atingir os 250 trabalhadores. Ambição de crescimento da equipa que já tinha no ano passado. Não foi atingida “devido à escassez de talento de IT em Portugal e, em específico, alinhado com a cultura e mindset InnoTech. A InnoTech tem uma cultura muito própria e procura sempre que o talento esteja alinhado”, justifica.

Neste momento, há 100 vagas em aberto, tanto para reforçar a área tecnológica, como de gestão. A empresa procura project managers, profissionais de controlo de qualidade, testers, software developers, entre outros.

A empresa reforçou a sua política de benefícios extra-salariais tendo passado a oferecer 25 dias de férias anuais — incluindo dia de aniversário do colaborador, que pode ser usufruído em qualquer data durante o mês correspondente –; meio dia de férias no aniversário dos filhos até aos 13 anos; vale de material escolar para colaboradores com filhos entre o 1.º e o 12.º ano de escolaridade; dia de luto pelo animal doméstico e parcerias com entidades de promoção de saúde mental e física.

Depois de ter visto no ano passado a faturação subir mais 10% face a 2023, ano em que atingiu sete milhões de volume de negócios, a InnoTech estima faturar 11 milhões em 2025.

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Atualização da app Crédito Agrícola obriga clientes a renovar credenciais

Clientes contam ao ECO que tiveram acessos bloqueados à CA Online e CA Mobile com as mexidas na aplicação. Banco destaca as melhorias e funcionalidades recentes e garante apoio na Linha Direta.

O banco Crédito Agrícola avançou com uma atualização da aplicação móvel que causou obstáculos aos utilizadores, obrigando-os a reinserir as credenciais de acesso à app. Segundo relatos enviados ao ECO, o processo tem estado a dar erro e os clientes com CA Online e CA Mobile acabam por ficar com os acessos bloqueados.

Questionado sobre a resposta das linhas de apoio aos clientes com dúvidas, após indicação de que não estavam a obter retorno das chamadas, o banco reconheceu que “alguns clientes precisaram de assistência para reintroduzir as credenciais”, mas o serviço Linha Direta “esteve disponível para ajudar”.

“Com vista a acompanhar a evolução e atualização das tecnologias, e a eficiência das aplicações oferecidas a clientes, o Crédito Agrícola disponibilizou em 28/01/2025 uma nova versão da aplicação CA Mobile para clientes que utilizam telemóveis com sistema operativo Android”, explica fonte oficial da instituição bancária ao ECO.

Esta nova versão permite melhorias significativas de desempenho, segurança e, de futuro, novas funcionalidades. A nova versão exigiu que os clientes reintroduzissem nos seus telemóveis as suas credenciais de segurança. Esta ação não requer que os clientes solicitem novas credenciais de acesso, bastando para esse efeito que registem na aplicação as credenciais que já estão na sua posse, sem necessidade de alteração”, refere o Crédito Agrícola.

O Crédito Agrícola tem apostado no digital nos últimos anos. Depois de ter sido o primeiro banco a disponibilizar o formato contactless em Portugal e o primeiro cartão de pagamento com chip, foi também pioneiro na disponibilização de pagamentos com Apple Pay aos clientes.

Nos primeiros nove meses do ano passado, bateu recordes de lucros ao apresentar um resultado líquido de 347,1 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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Governo insiste em retirar leque salarial do benefício em IRC para quem aumente salários

Benefício para empresas que aumentem salários está vedado àqueles que aumentem diferenças entre salários mais altos e mais baixos. Governo tentou retirar condição, mas oposição travou. Vai insistir.

O Governo vai apresentar no Parlamento uma proposta para que o benefício em IRC para as empresas que aumentem os salários não fique dependente do leque salarial. Hoje, os empregadores que agravem a diferença entre os salários mais altos e mais baixos não têm acesso a esse benefício. No Orçamento do Estado para 2025, o Governo ainda tentou retirar essa condição, mas uma maioria negativa travou-o. O Governo vai agora insistir com a eliminação dessa norma, anunciou a ministra do Trabalho, à saída de uma reunião de Concertação Social.

“O Governo entende que se devem cumprir escrupulosamente os acordos que celebramos aqui [na Concertação Social]. Na discussão da lei do Orçamento, na especialidade, houve um ponto sobre a norma do leque salarial que não foi transposto consoante o acordo, ao contrário do que tinha sido proposto a norma do Governo. Portanto, o Governo está a preparar uma iniciativa para levar à Assembleia da República para corrigir, de forma a repor na íntegra o acordo de Concertação Social“, explicou Maria do Rosário Palma Ramalho aos jornalistas, esta terça-feira.

Já desde 2022, com o acordo de rendimentos assinado ainda pelo Governo de António Costa com os parceiros sociais, que está previsto um benefício em sede de IRC para as empresas que aumentem os salários em linha com o referencial definido em Concertação Social.

Tem estado definido (no Estatuto dos Benefícios Fiscais) que esse benefício só pode ser aplicado às empresas que não registem aumentos do leque salarial dos trabalhadores face ao anterior, isto é, não agravem as diferenças entre os salários mais elevados e mais baixos.

Porém, o acordo assinado em 2023 na Concertação Social pelo Governo agora liderada por Luís Montenegro já não faz qualquer referência a essa condição. E a proposta de Orçamento do Estado para 2025 previa mesmo a sua revogação.

Uma coligação negativa (PS, BE, PCP, Livre e Chega votaram contra, o PAN absteve-se) travou, no entanto, a eliminação dessa norma. Ou seja, está por cumprir o acordo assinado em outubro, pelo que o Governo vai insistir no Parlamento.

O Governo tinha proposto a revogação dessa norma. Portanto, vai propor a revogação dessa norma. É o acordo que celebrámos que o justifica. O Governo vai cumprir o acordo.

Maria do Rosário Palma Ramalho

Ministra do Trabalho

O Governo tinha proposto a revogação dessa norma. Portanto, vai propor a revogação dessa norma“, afirmou a ministra do Trabalho. “É o acordo que celebrámos que o justifica. O Governo vai cumprir o acordo. A oposição entendeu que não tinha de cumprir. Achamos que isso deve ser de novo levado à Assembleia da República“, declarou Palma Ramalho.

Questionada sobre a maioria negativa que travou a eliminação do leque salarial, a governante atirou: “dependerá da Assembleia, não do Governo“.

À saída da reunião desta terça-feira, vários parceiros sociais salientaram a importância de se retirar esta norma do benefício em IRC, de modo a cumprir o acordo. Mário Mourão, secretário-geral da UGT, por exemplo, sublinhou que essa é um tema que vai ter de ser resolvido. Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), comentou que espera que o Governo tenha “engenho e arte” para conseguir que a proposta seja aprovada, desta vez.

E Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), destacou esse como um pontos do acordo celebrado em outubro que é preciso afinar. Outro, apontou o patrão dos patrões, é a tributação do chamado 15.º mês. Conforme escreveu o ECO, as empresas podem pagar prémios de produtividade isentos de IRS aos seus trabalhadores, mas é preciso fazer retenção na fonte.

Ou seja, como está a lei, no momento em que o prémio é pago pelo empregador ao trabalho, será sujeito a descontos de IRS. Depois, no acerto de contas anual com o Fisco, se a empresa tiver cumprido todos os requisitos para ter acesso à isenção fiscal, o trabalhador receberá o reembolso desse imposto. Ora, Armindo Monteiro considera que não deve haver lugar a essa retenção na fonte e apelou nesse sentido ao Governo.

Lei laboral e mexidas na Segurança Social

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento (E) acompanhado pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho (C) e ministro da Economia, Pedro Reis (D), durante a reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) em Lisboa, 04 de fevereiro de 2025. TIAGO PETINGA/LUSATIAGO PETINGA/LUSA

À saída da reunião de Concertação Social, a ministra do Trabalho adiantou também aos jornalistas que apresentou aos parceiros sociais os “14 ou 15” pontos da lei do trabalho, que vão ser alvos de reflexão, no âmbito da revisitação do Código do Trabalho prevista no programa de Luís Montenegro.

Palma Ramalho – que não detalhou que pontos estão em causa, mas já sinalizou, noutras ocasiões, que estariam em cima da mesa, por exemplo, o trabalho nas plataformas, o outsourcing e o teletrabalho – explicou que a reflexão vai agora arrancar na Concertação Social, não estando fechado ainda um calendário. “[As propostas serão conhecidas] quando aí chegarmos pela evolução normal da negociação”, atirou a governante.

Sobre este ponto, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), avançou que será criado um grupo de trabalho para fazer essa reflexão, estando o início dos trabalhos para breve. Para este responsável, as prioridades a rever serão: a organização do tempo de trabalho (bancos de horas), a simplificação da contratação e o trabalho nas plataformas.

Já sobre a Segurança Social, a ministra do Trabalho avançou aos jornalistas que esta legislatura servirá apenas para estudar o sistema, remetendo eventuais “alterações estruturais” para uma próxima legislatura. Nesta legislatura, só eventuais mudanças “incidentais”, nas palavras da governante.

Ainda no final de janeiro, o Governo criou um novo grupo de trabalho para analisar a sustentabilidade da Segurança Social e fazer recomendações. O Governo anterior também pediu a um grupo de peritos um estudo, que resultou no chamado livro verde, mas aborda apenas o sistema previdencial, o que a atual ministra já criticou.

O novo grupo de trabalho tem agora seis meses para fazer um relatório intercalar relativo aos regimes complementares, à reforma parcial e às pensões antecipadas. Os demais temas – como a TSU – serão alvo de um relatório que será apresentado daqui a um ano.

Sobre este ponto, Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, mostrou grande preocupação, frisando que a criação desse grupo de trabalho “gera dúvidas”, tendo em conta que será coordenado por um nome – o economista Jorge Bravo – que colaborou, no passado, com o setor dos seguros e fundos de pensões.

Já Armindo Monteiro argumentou que é preciso mesmo fazer uma revisão do sistema em causa, tendo em conta que os atuais saldos positivos resultam dos contributos dos imigrantes. Ora, esses indivíduos serão, mais tarde, titulares de pensões, pelo que é preciso olhar para eles também do ponto de vista da potencial despesa.

Atualizada às 20h17

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Polícia sueca confirma 10 mortos em tiroteio em centro de educação

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

Tiroteio aconteceu num centro de educação de adultos em Örebro. O atirador não estava registado na polícia, que acredita que terá agido sozinho e não tem ligações a grupos criminosos.

A polícia sueca confirmou 10 mortos no tiroteio desta terça-feira num centro de educação de adultos em Örebro, 200 quilómetros a oeste de Estocolmo, acrescentando que o suspeito do crime estará entre as vítimas mortais.

Em conferência de imprensa, o chefe da polícia de Örebro, Roberto Eid Forest, acrescentou ainda decorrer o trabalho para identificar as vítimas do tiroteio, pelo que não podia informar sobre o número de feridos.

“Neste momento, temos a certeza de que não haverá mais ataques. As escolas onde professores e alunos estavam abrigados já foram evacuadas”, detalhou Forest, referindo-se a vários locais próximos da escola afetada e que foram utilizados como abrigo enquanto os agentes investigavam a zona.

O atirador não estava registado na polícia, que acredita que terá agido sozinho e não tem ligações a grupos criminosos, depois de num primeiro momento ter também afastado ligações a organizações terroristas. “Continuamos a acreditar que temos o principal autor do crime, embora não excluamos a possibilidade de haver mais pessoas ligadas”, acrescentou Forest.

Num primeiro balanço, a polícia tinha comunicado a existência de cinco feridos e recusado confirmar a informação dos meios de comunicação social suecos – incluindo a televisão pública SVT – de vários mortos. A polícia sueca, que recebeu um alerta depois das 12:30 locais (11:30 de Lisboa), indicou tentativa de homicídio, incêndio e crimes graves com armas.

O hospital de Örebro esvaziou as urgências e a unidade de cuidados intensivos para tratar os feridos, segundo a emissora pública Radio Sweden.

A escola Campus Risbergska é um centro de educação de adultos e, segundo Lena Warenmark, uma das professoras, relatou à televisão pública SVT, havia menos alunos do que o habitual nas instalações na altura do tiroteio, uma vez que muitos tinham ido para casa depois de terminarem os exames.

“Hoje é um dia muito doloroso para toda a Suécia. Os meus pensamentos estão com todos aqueles cujo dia escolar foi afetado pelo terror”, declarou o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, à agência noticiosa sueca TT.

A Campus Risbergska leciona cursos de ensino primário e secundário, bem como aulas de sueco para imigrantes, formação profissional e programas para pessoas com deficiências intelectuais. A violência armada nas escolas é muito rara na Suécia. Mas, nos últimos anos, registaram-se vários incidentes com registo de feridos ou mortos com outras armas, como facas ou machados.

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Escolhidos representantes dos jornalistas para Comissão da Carteira

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

A Lista A, a única que se apresentou a votos e que conta com o apoio do SJ, avançou com várias linhas programáticas sob o mote "Credibilidade do jornalismo / Independência dos jornalistas".

Alexandra Correia (Visão), Paulo Agostinho (Lusa), Mariana Oliveira (Público) e Alexandra Inácio (JN) foram eleitos representantes dos jornalistas na Comissão da Carteira Profissional.

A Lista A, a única que se apresentou a votos e que conta com o apoio do Sindicato dos Jornalistas, avançou com várias linhas programáticas sob o mote: “Credibilidade do jornalismo / Independência dos jornalistas”.

“A lista A quer ser representativa da classe e é composta por jornalistas ligados a diversos órgãos de comunicação social, com percursos profissionais que refletem a diversidade dos meios e de diferentes grupos empresariais de comunicação social“, lê-se na apresentação da lista, que integrou jornalistas que se estreiam na CCPJ.

A eleição dos representantes dos jornalistas decorreu através de voto eletrónico, entre o dia 20 e hoje, e presencialmente, ao longo desta quarta-feira.

As entidades empregadoras nomeiam mais quatro jornalistas para um plenário, que vai eleger o presidente do organismo.

Em outubro, três membros da CCPJ renunciaram aos cargos em divergência com a presidente do órgão, Licínia Girão, segundo exposições ao plenário da entidade a que a Lusa teve acesso.

Depois de Anabela Natário e Isabel Magalhães terem renunciado ao cargo em 24 de outubro, Miguel Alexandre Ganhão apresentou no final do mês de outubro do ano passado a renúncia após reunião do plenário da CCPJ.

Estes três membros foram eleitos pelos jornalistas para o plenário do órgão.

“Não podemos aceitar mais a má gestão da CCPJ nem fazer de conta que nada se passa neste organismo, onde tentámos sempre trilhar o caminho para o qual fomos eleitas pelos nossos pares” e “é precisamente em nome do respeito à instituição, de modo a prevenir o futuro, que nos propusemos explicar neste documento a nossa decisão”, afirmam Anabela Natário e Isabel Magalhães, numa exposição datada de 24 de outubro.

Por sua vez, Miguel Alexandre Ganhão considerou que “o mandato da CCPJ nos últimos tempos tem sido enorme equívoco”, explicando as razões da sua renúncia.

Como não se antevê que até ao fim do mandato desta CCPJ seja mudada a orientação desta comissão, e estando eu de acordo com muitos dos reparos feitos pelas vogais Anabela Natário e Isabel Magalhães, não me resta outra alternativa que não seja a renúncia ao meu mandato com efeitos imediatos“, rematou.

Num comentário à Lusa, a presidente da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (CCPJ), Licínia Girão, disse que “foi surpreendida” com o pedido de demissão de três membros do órgão, que diz terem “muitas dificuldades em lidar com a democracia”.

“A grande maioria das decisões tomadas pelo secretariado e pelo plenário — que tem nove membros – foram tomadas por unanimidade, entre as quais os relatórios de contas e de atividades, pelo que não se compreende as declarações proferidas“, afirmou, numa declaração à Lusa.

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