Entidade para a Transparência considera inverosímil versão de ex-secretário de Estado Hernâni Dias

  • Lusa
  • 11 Março 2025

A Entidade para a Transparência considerou inverosímil que Hernâni Dias tenha contactado o organismo antes de criar uma imobiliária e afirmou que uma funcionária se queixou de ter sido pressionada.

A presidente da Entidade para a Transparência considerou esta terça-feira inverosímil que o ex-secretário de Estado Hernâni Dias tenha contactado o organismo antes de criar uma imobiliária e afirmou que uma funcionária se queixou de ter sido pressionada pelo governante.

Numa audição na comissão parlamentar de Poder Local, requerida pelo Chega, Ana Raquel Moniz considerou “altamente improvável” a versão de Hernâni Dias, segundo a qual terá recebido o aval, por contacto telefónico, da Entidade para a Transparência (EtP) para criar duas empresas imobiliárias.

Ana Raquel Moniz salientou que Hernâni Dias constituiu a primeira sociedade imobiliária em 28 de outubro de 2024 e a técnica superior da EtP encarregada de verificar a declaração única do ex-secretário de Estado só foi atribuída no dia 11 de novembro.

“Quer dizer que, até esse momento, o titular não sabe qual é a técnica superior que lhe vai fazer as verificações. Portanto, antes de 28 de outubro, era impossível, era altamente improvável que o ex-secretário de Estado conseguisse saber quem era a técnica superior que iria fazer a sua verificação para lhe poder perguntar se poderia ou não constituir as sociedades“, disse.

Depois de ser criticada pelos deputados do PSD Carlos Silva e do CDS-PP João Almeida por não ser rigorosa nem poder utilizar palavras como “altamente improvável” em casos desta importância, Ana Raquel Moniz defendeu que “é impossível provar o que não aconteceu” e “quem tem de provar é quem diz que aconteceu”, numa alusão a Hernâni Dias.

O que eu procurei demonstrar é que é inverosímil que tenha acontecido um contacto de um titular com uma pessoa relativamente à qual não poderia saber que estava a fiscalizar a sua declaração única“, disse.

Sobre se houve ou não contactos telefónicos entre Hernâni Dias e a EtP, Ana Raquel Moniz confirmou que existiram, mas “o que não se confirma é o teor das informações” que são invocadas pelo ex-secretário de Estado, designadamente que lhe foi dado o aval para constituir as empresas imobiliárias, reiterando ainda que a EtP nunca emitiu qualquer parecer sobre esse caso.

Questionada pelos deputados sobre se um telefonema com técnicos da EtP pode ter caráter vinculativo, Ana Raquel Moniz respondeu que “informações telefónicas não vinculam” e “as informações escritas, segundo o Código do Procedimento Administrativo, também não são vinculativas, mas são suscetíveis de fazer incorrer a entidade em responsabilidade civil”. “Mas há uma questão de princípio de boa-fé”, defendeu.

Antecipando que, na audição que está a realizar-se atualmente no parlamento, Hernâni Dias pudesse indicar que a técnica superior que analisava a sua declaração única foi substituída, procurando “estabelecer uma relação causa e efeito” com o facto de ter anteriormente alegado que ela lhe tinha dado o aval para constituir as imobiliárias, Ana Raquel Moniz salientou que foi ela própria, em conjunto com o vogal Pedro Nunes, que optou pela substituição.

Em causa, segundo disse, está o facto de a técnica superior em questão ter revelado que se “estava a sentir pressionada” por Hernâni Dias e que, inclusivamente, tinha deixado de lhe atender as chamadas telefónicas.

“Achei que não atender um titular não é o mais adequado para cumprir o princípio da colaboração e, portanto, não havia condições para que pudesse haver uma continuação da análise do processo por esta trabalhadora e o processo foi atribuído a outro trabalhador”, disse.

Após esta intervenção, o deputado do PS André Rijo manifestou preocupação com o facto de “a atuação de um membro do Governo da República ter proporcionado um sentimento de pressão” a uma funcionária da EtP, perguntando a Ana Raquel Moniz se essa pressão foi no sentido de procurar que a técnica alterasse o seu entendimento relativamente à declaração.

Na resposta, a presidente da EtP negou que fosse esse o objetivo, referindo que a funcionária considerava-se apenas “pressionada pelo conjunto de tentativas de contacto”, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

De Sesimbra a Bragança, Governo regula cinco zonas classificadas e tem mais 31 em circuito legislativo

País, em incumprimento de uma imposição europeia há mais de cinco anos, incorre numa pena que poderá atingir 100 milhões de euros.

O Governo aprovou em Conselho de Ministros mais cinco diplomas de classificação de Zonas Especiais de Conservação (ZEC) e já tem em processo legislativo outras 31. O primeiro passo para cumprir uma imposição europeia que abrange 61 sítios de Importância Comunitária (SIC) em Portugal foi dado com as alterações na zona especial da Serra de São Mamede, em Portalegre.

Tendo falhado a concretização de medidas para áreas protegidas classificadas, cujo prazo final terminou há cerca de uma década, o país enfrenta há mais de cinco anos um contencioso europeu cuja coima, na ordem dos 8.000 euros diários, já soma um acumulado na ordem dos 100 milhões de euros.

Estas cinco ZEC passam a incluir um “regime jurídico próprio e específico de conservação de habitat naturais ou seminaturais” e de espécies de flora e fauna selvagens, explica o comunicado do Conselho de Ministros divulgado esta terça-feira.

O Governo pretende assim sinalizar a Bruxelas que o país está a cumprir, procurando-se assim evitar a coima milionária, sabe o ECO/Local Online.

Passam a estar abrangidos os SIC de Montesinho/Nogueira (nos concelhos de Bragança, Chaves, Macedo de Cavaleiros e Vinhais), de Morais (Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mogadouro), de Alvão/Marão (Amarante, Baião, Mesão Frio, Mondim de Basto, Peso da Régua, Ribeira de Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real), da Arrábida/Espichel (Palmela, Sesimbra e Setúbal) e de Nisa/Lage da Prata (Crato e Nisa).

Correção: Título e conteúdo corrigidos, retirando-se referência à possibilidade de construção. Aos leitores, as nossas desculpas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Entidade para a Transparência reconhece que há declarações de governantes por verificar

  • Lusa
  • 11 Março 2025

A Entidade para a Transparência reconheceu que ainda há declarações de rendimentos de governantes por verificar, admitindo rever o critério utilizado para determinar a ordem com que são avaliadas.

A presidente da Entidade para a Transparência (EtP), Ana Raquel Moniz, reconheceu esta terça-feira que ainda há declarações de rendimentos de governantes por verificar, admitindo rever o critério utilizado para determinar a ordem com que são avaliadas.

Numa audição na comissão parlamentar de Poder Local, Ana Raquel Moniz frisou que, até ao momento, o critério que a EtP utiliza para analisar as declarações de rendimento único submetidas por titulares de cargos públicos é cronológico, ou seja, se um presidente de um instituto público enviar uma declaração antes de um ministro, será avaliada primeiro.

“O que presidia a este critério era um critério de igualdade, sem prejuízo de se reconhecer que, quanto maior for o âmbito das funções exercidas pelo titular, maior é o potencial de haver conflitos de interesses – reconhece-se isso – [mas] a este critério presidia a ideia de que, ainda assim, é tão nefasto para o interesse público que haja um problema de integridade num membro do Governo como num autarca, num presidente de instituto público”, explicou.

Admitindo que este critério possa ter que ser revisto, a presidente da EtP frisou assim que, tendo em conta que, até agora, foi o critério cronológico que foi utilizado, isso significa que nem todos os membros do Governo ou deputados “têm as suas declarações integralmente verificadas”.

“Se chegarmos ao fim da legislatura, nessa altura estará certamente verificada. Mas há declarações de membros do Governo que estão, neste momento, em verificação, portanto, a serem pedidos esclarecimentos aos titulares, e deputados também”, referiu.

Ana Raquel Moniz reagia a uma pergunta do deputado do Chega Luís Paulo Fernandes, que abordou as declarações que a presidente da EtP fez em 25 de fevereiro, também numa audição no parlamento, na qual afirmou que só 25% das declarações submetidas por titulares de cargos públicos tinham sido avaliadas até ao momento.

Se esta legislatura terminar hoje, ou amanhã, o que é certo é que só temos 25% das declarações analisadas. O que me parece muito estranho porque, se estamos todos em funções – de governantes a deputados – todos deveríamos já estar analisados”, defendeu.

Na resposta, a presidente da EtP salientou que, até esta terça-feira, a entidade tinha concluído 680 declarações únicas, num total de 2.701 – correspondendo aos 25% que tinha indicado há duas semanas – e estão 243 em análise.

Ana Raquel Moniz justificou a situação com o facto de a EtP só ter três técnicos superiores a verificarem as declarações, salientando que “não é possível fazer mais neste momento”.

“Foi enviado pelo Tribunal Constitucional (TC), pelo menos desde dezembro, uma proposta de alteração da portaria que contém o mapa de pessoal do TC, prevendo um reforço dos recursos humanos da EtP, mas até ao momento ainda não foi recebida resposta”, disse.

Ainda assim, prosseguiu, o trabalho dos três técnicos superiores tem permitido “corrigir um conjunto bastante significativo de declarações”, salientando que, devido ao seu trabalho, já foram substituídas 385 declarações únicas e 99 anuladas.

“Portanto, é um trabalho que não se pode, de facto, exigir mais”, disse.

Nesta audição, Ana Raquel Moniz salientou ainda que, neste momento, a EtP está a analisar um caso “em que poderá estar em causa a violação da exclusividade”, mas “ainda está na fase de envio à titular ou titular do ofício em que se notifica que vai ser enviado ao Ministério Público ou à entidade que exerce poderes de fiscalização sobre esta matéria”.

Depois de interpelada pelos deputados para saber se, em causa, poderá estar um membro do Governo – numa alusão ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e à sua relação com a empresa Spinumviva -, Raquel Moniz garantiu que o processo em questão “nada tem a ver com o que se possa vir a passar hoje”, referindo-se ao debate e votação de uma moção de confiança ao Executivo, esta tarde na Assembleia da República.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sondagens revelam PS a subir e AD a descer

  • ECO
  • 11 Março 2025

Duas sondagens apontam para empate técnico entre PS e AD, mas com o primeiro a subir face à queda do segundo. Noutro barómetro, os socialistas surgem mesmo à frente, acima da margem de erro.

Com o país à espera de saber se tem de ir novamente a eleições, na sequência da crise política provocada pela polémica em torno da empresa familiar do primeiro-ministro, as sondagens da Intercampus, Pitagórica e Aximage estão a apontar para uma subida das intenções de voto no PS, por oposição a uma descida da Aliança Democrática (AD). Em duas delas, surgem em empate técnico devido a uma margem de erro de quatro pontos percentuais.

Se as eleições fossem hoje, de acordo com a sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios, o Correio da Manhã e a CMTV, 25% dos inquiridos dizem que votariam nos socialistas e 23,5% na coligação formada pelo PSD e o CDS. No caso do partido liderado por Pedro Nuno Santos, trata-se de uma subida de três décimas face ao inquérito realizado no final de janeiro, enquanto a AD cai 0,9 pontos percentuais. Porém, como a margem de erro da sondagem é de 3,9%, estes resultados representam, na verdade, um empate — um cenário que não muda com a distribuição dos indecisos (12,7%).

Quanto aos restantes partidos, o Chega não capitaliza o momento de maior fragilidade do Governo, mantendo os 15,2% do último barómetro da Intercampus. A Iniciativa Liberal, por sua vez, reforça as intenções de voto de 6,1% para 7%. À esquerda, os bloquistas descem quatro décimas, para 4,8%; a CDU e o PAN mantêm-se com 3% cada um; e o Livre é o único partido a subir, de 3,4% para 3,9%.

Num cenário de possíveis coligações, e assumindo que a AD exclui o Chega, a esquerda consegue quase 40% das intenções de voto, ficando à frente de uma aliança entre PSD, Iniciativa Liberal e CDS (30,5%). De sublinhar que o trabalho de campo desta sondagem foi feito entre 4 e 10 de março, o que coincidiu com as duas moções de censura — a primeira de iniciativa do Chega e a segunda do PCP — e do anúncio pelo primeiro-ministro da apresentação de uma moção de confiança.

Já o barómetro da Aximage de março, realizado para o Diário de Notícias, e cujo trabalho de campo decorreu entre 6 e 8 de março, coloca os socialistas à frente com 30,8% das intenções de voto, enquanto a coligação dos sociais-democratas com os centristas recolhe 25,8%. Face ao barómetro anterior, o PS ganha 2,7 pontos percentuais e a AD perde 3,5 pontos percentuais. Neste caso, mesmo com a margem de erro (+/- 4,0%), a vitória seria do partido de Pedro Nuno Santos.

Este barómetro revela ainda uma ligeira descida, para 17,3%, das intenções de voto no Chega, com a IL a surgir em quarto lugar (7,1%). O Bloco de Esquerda sobe para 4,3%, enquanto o Livre se fixa nos 2,5%, seguindo-se a CDU (2,4%) e o PAN (0,8%). Ao mesmo tempo, aumentou significativamente o número de indecisos e de quem não sabe em quem votar (ou não quer responder ao barómetro), que passaram para 12,3% e 2,7%, respetivamente.

Na segunda-feira, a sondagem da Pitagórica para a TSF, o Jornal de Notícias, a TVI e a CNN Portugal apontava para uma descida das intenções de voto na Aliança Democrática — de 35,6% antes da comunicação de Luís Montenegro para 33,5% na semana seguinte –, enquanto o PS subiu 1,6 pontos percentuais, para 28,8%. Significa que as duas maiores forças políticas permanecem em empate técnico, tendo em conta que a margem de erro da sondagem é +/- 4,0%, mas encurtam a distância de 8,4 pontos percentuais para 4,7 pontos percentuais.

As intenções de voto no Chega, por sua vez, caíram de 17,4% para 13,5%, sendo o partido que mais desce. Simultaneamente, a Iniciativa Liberal sobe mais de um ponto percentual e surge com 6,7% das intenções de voto que, somados aos votos da Aliança Democrática, ficam no patamar dos 40%. À esquerda, a CDU está em quinto lugar, apesar da descida de 3,6% para 3%. Isto porque beneficia da queda do Livre para sétimo, com 2,4% das intenções de voto (quando na semana anterior tinha 4,8%). O Bloco de Esquerda aparece em sexto lugar, registando uma subida de 1,5% para 2,9% das intenções de voto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sofia Li reforça Asian Desk da Melo Alves

A nova advogada associada da Melo Alves, Sofia Li, integra a Asian Desk liderada pelo sócio Jorge Chang. Nesta equipa vai focar-se na assessoria a investidores asiáticos.

Sofia Li é o novo reforço da Melo Alves, na qualidade de associada. A advogada vai integrar a Asian Desk do escritório, que é liderada pelo sócio Jorge Chang.

“Nesta equipa vai focar-se na assessoria a investidores asiáticos em matérias relacionadas com as suas áreas de atuação preferenciais: imigração e cidadania, imobiliário, direito do trabalho, negociação e celebração de joint ventures“, refere o escritório em comunicado.

Sofia Li transita da SRS Legal onde exercia desde 2024, as funções de associada, tendo também estagiado na mesma sociedade de advogados. Licenciada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa, Sofia Li fala fluentemente português, inglês e mandarim.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CCA Law Firm lança simulador de stock options em parceria com a Paynest

A iniciativa pretende simular os planos de stock options. Assim, os colaboradores poderão receber benefícios pelo desempenho da organização e dos seus clientes.

A CCA Law Firm uniu-se à startup portuguesa Paynest na criação de simuladores do mercado interno de ‘títulos’. “Inspirada pelos mecanismos de atração e retenção de talento das grandes tecnológicas, a sociedade criou um benefício que simula um mercado interno de ‘títulos’, semelhante aos planos de stock options, que serão atribuídos aos seus colaboradores e cujo valor está associado aos resultados da CCA e dos seus clientes. Através da aplicação da Paynest, os colaboradores terão visibilidade e controlo em tempo real sobre este benefício e a sua valorização”, explica o escritório, em comunicado.

Este benefício é atribuído em diferentes momentos da jornada do colaborador, ficando disponível para transação, parcial ou integralmente, após determinado período. Cada pessoa poderá gerir os seus títulos e, entre colaboradores, será possível comprar ou vender ou, mesmo, resgatar o dinheiro disponível.

“O objetivo é criar um mecanismo que alinhe melhor a perceção do esforço que cada colaborador dedica à construção e desenvolvimento da CCA com o retorno efetivo que a CCA oferece a cada um. Pretendemos, assim, reforçar a motivação e o envolvimento de cada profissional, incentivando-os a crescer e a desenvolver o seu percurso profissional numa organização dinâmica e em constante evolução”, explica Domingos Cruz, Managing Partner da CCA Law Firm.

Domingos Cruz, Managing Partner da CCA, em entrevista ao ECO/Advocatus

A Paynest foi o parceiro de inovação que deu vida à nova iniciativa da CCA Law Firm, enquadrada na colaboração entre as duas empresas, que dura há mais de dois anos. A sociedade de advogados já oferecia, no seu pacote de benefícios, “a antecipação salarial e o coaching financeiro. O produto agora implementado na CCA passa a integrar a oferta da Paynest, que reforça, assim, a sua missão de apoiar as empresas na retenção de colaboradores”. explica.

Para Nuno Pereira, cofundador e CEO da Paynest, “desenvolver um produto em colaboração com um cliente permite-nos validar não só esse produto no mercado muito mais rapidamente, mas também mostrar que na Paynest vamos mais além na relação com os nossos parceiros. Os incentivos de longo prazo são uma ferramenta utilizada pelas grandes tecnológicas para atraírem talento de topo, num mercado global e altamente competitivo, pelo que há que elogiar a CCA pela sua visão, inovação e compromisso para com a sua equipa”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portuguesa Feedzai usa IA generativa para detetar fraudes recebidas pelo consumidor

  • Lusa
  • 11 Março 2025

O unicórnio português está a usar inteligência artificial generativa para identificar tentativas de fraudes recebidas pelos consumidores, por exemplo via WhatsApp, SMS ou email.

A Feedzai, que se especializa no uso de Inteligência Artificial (IA) para deteção e prevenção de fraudes financeiras, está a usar IA generativa para identificar tentativas de fraudes recebidas pelos consumidores, por exemplo via WhatsApp, SMS ou email.

O ScamAlert foi desenvolvido pelos investigadores do laboratório de inovação da empresa, Feedzai Research, e está a ser introduzido hoje em Las Vegas, onde decorre a conferência sobre IA HumanX.

“É uma ferramenta que ajuda a detetar se os utilizadores estiverem a ser alvos de potenciais fraudes”, disse à Lusa o diretor de investigação IA da Feedzai, Hugo Ferreira.

“O exemplo clássico é o daquelas mensagens que recebemos no WhatsApp a pedir para fazer um pagamento rapidamente, se calhar fingindo que é um familiar ou um amigo, com detalhes”, descreveu. “Ou então uma pessoa está a tentar comprar uma coisa numa loja em segunda mão ‘online’, e aquilo é um bocadinho suspeito, não é certo se é legítimo ou não”.

O consumidor pode fazer uma captura de ecrã do email, da mensagem ou do anúncio ‘online’ e a ferramenta vai identificar características que estão (ou não) ligadas a fraudes.

Embora o ScamAlert não classifique as transações como 100% fraude, apresenta os aspetos duvidosos para alertar o consumidor.

Para a HumanX, a Feedzai desenvolveu um jogo em que as pessoas são confrontadas com emails e mensagens e têm de identificar se se trata de fraude ou não. O outro jogador é o Fido, o “cão IA” da Feedzai que analisa as capturas de ecrã e determina os riscos em segundos.

Os bancos são os principais interessados neste tipo de ferramentas e é com eles que a Feedzai está em conversações para integrarem o ScamAlert nos processos de pagamento. Por exemplo, se um consumidor estiver a tentar comprar algo ‘online’ que o banco considera duvidoso, pode pedir-lhe que envie uma captura de ecrã para analisar melhor.

Reino Unido e Estados Unidos são os principais mercados-alvo, mas a Feedzai também está a falar com bancos portugueses e inclusive brasileiros, estes últimos interessados em debelar o número de fraudes em torno do sistema de pagamentos Pix.

Com a proliferação de esquemas fraudulentos cada vez mais sofisticados, em que é difícil para a pessoa perceber que está a ser enganada, as instituições financeiras procuram mitigar riscos e a sua exposição, já que em muitas ocasiões podem ser chamadas a devolver o dinheiro à vítima.

Hugo Ferreira disse que esta é a primeira ferramenta da Feedzai com base em IA generativa – uma tecnologia que está precisamente a ser usada por criminosos para enganar consumidores e levá-los a validar transações fraudulentas.

O responsável frisou que o sistema ajuda as pessoas a serem mais proativas e a ganharem consciência dos sinais a que devem estar atentas. “É quase uma ferramenta educacional”, referiu.

A Feedzai, que alcançou o estatuto de unicórnio em 2021 (mais de mil milhões de dólares de valor) é a principal patrocinadora da conferência HumanX, cuja primeira edição decorre em Las Vegas até quinta-feira, 13 de março.

Na noite de abertura, o presidente executivo (CEO), Nuno Sebastião, esteve à conversa com a ex vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris sobre Inteligência Artificial, regulação, riscos e oportunidades.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inteligência artificial generativa está a mudar planeamento de viagens

  • Lusa
  • 11 Março 2025

A GenAI simplifica a planificação das viagens e é uma ferramenta mais apelativa que transmite uma certa personalização, pois "emite respostas diferentes para todas as pessoas", defende Daniel Levine.

O planeamento de viagens está a mudar com a introdução da inteligência artificial generativa (GenAI), defendeu esta terça-feira o especialista em tendências empresariais Daniel Levine na terceira edição da conferência da VisitPortugal 2025, que decorre em Lisboa.

“Hoje em dia, quando os viajantes estão a procurar um destino e a planear uma viagem, podem ir ao Google e encontram uma lista de ligações para ‘sites’. Se usarem IA generativa, a mesma questão tem respostas objetivas e não uma lista de ‘links'”, disse Daniel Levine.

Segundo o orador, a GenAI simplifica a planificação das viagens e é uma ferramenta mais apelativa que transmite uma certa personalização, pois “emite respostas diferentes para todas as pessoas”.

Apesar disso, o especialista salienta que “este tipo tecnologia tem alucinações e às vezes dá a resposta errada”.

Para Levine, um dos aspetos que os turistas mais procuram é a transparência, isto porque a IA pode mascarar determinados aspetos dos alojamentos, por exemplo, pelo que os turistas devem procurar fontes fidedignas.

Daniel Levine destacou ainda a diferença entre ‘fad’ e ‘trend’, enquanto um ‘fad’ [moda passageira] é um destino que se torna popular durante um curto período temporal, um ‘trend’ [tendência] é um destino tradicional que está constantemente na moda e que conta com a aprovação dos turistas.

O especialista terminou dizendo que os “visitantes querem respostas rápidas, bem-estar, transparência e sustentabilidade, enquanto procuram algo diferenciador“.

A terceira edição do evento promovido pela VisitPortugal tem como um dos principais temas a inteligência artificial, sendo um dos objetivos “perceber as tendências dos diferentes mercados e encarar o futuro tendo em conta esta tecnologia”, disse o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UE adota regras fiscais mais simples para tributação mínima de 15% de multinacionais

  • Lusa
  • 11 Março 2025

O lucro dos grandes grupos ou empresas multinacionais e nacionais com um volume de negócios anual combinado de, pelo menos, 750 milhões de euros deverá ser tributado a uma taxa mínima de 15%.

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) chegaram esta terça-feira a acordo sobre regras mais simples, que entram em vigor em dezembro próximo, para declaração das multinacionais no âmbito da taxa mínima de 15% sobre sociedades acordada pela OCDE.

“O Conselho chegou a um acordo político sobre uma nova diretiva da UE que irá melhorar a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade. O objetivo desta legislação é reforçar a cooperação e o intercâmbio de informações sobre a tributação mínima efetiva das sociedades, a fim de melhor cumprir as obrigações de preenchimento que os grupos de empresas multinacionais e os grupos nacionais de grande dimensão têm ao abrigo […] do acordo global G20/OCDE”, indica em comunicado a estrutura que junta os Estados-membros comunitários.

No dia em que os ministros das Finanças da UE se reúnem em Bruxelas — com Portugal a estar representado pelo secretário de Estado adjunto e do Orçamento, José Brito –, houve um acordo sobre a nova legislação que vai atualizar a atual diretiva relativa à cooperação administrativa, alargando as regras de transparência fiscal e simplificando a apresentação de relatórios pelas grandes empresas, bem como o intercâmbio de dados entre as autoridades fiscais, para um alinhamento com as normas mínimas de tributação a nível mundial.

Está ainda em causa um formulário que as multinacionais e os grandes grupos serão obrigados a utilizar para comunicar informações fiscais necessárias para garantir o funcionamento do sistema de taxa mínima do imposto sobre as sociedades.

No seguimento do acordo histórico sobre a reforma fiscal internacional alcançado em 2022, o lucro dos grandes grupos ou empresas multinacionais e nacionais com um volume de negócios anual combinado de, pelo menos, 750 milhões de euros deverá ser tributado a uma taxa mínima de 15%.

Após a ‘luz verde’ desta terça-feira, a nova diretiva será formalmente adotada pelo Conselho, que atua como legislador único, sendo depois publicada no Jornal Oficial e entrando em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Os Estados-membros terão de a aplicar até 31 de dezembro de 2025.

Na reunião do Ecofin, os ministros das Finanças da UE também deram o seu aval final a um conjunto de leis destinadas a adaptar as regras do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) da UE à era digital, prevendo-se que todas as obrigações sejam totalmente digitais até 2030.

Ainda esta terça-feira, na mesma ocasião, os governos europeus aprovaram uma maior flexibilidade na gestão da sua capacidade de investimento do Banco Europeu de Investimento (BEI), o que fará subir o limite máximo do rácio de endividamento de 250% a exposição nominal do grupo para 290%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Cautelosamente otimistas”. Um terço das empresas querem contratar mais trabalhadores até junho

Apesar dos desafios à espreita, intenções de contratação dos empregadores nacionais mantêm-se "cautelosamente otimistas". Um terço querem engordar equipas até junho, enquanto 14% preveem reduções.

Da instabilidade internacional à crise política em curso cá dentro, há vários desafios à espreita. Mas os empregadores nacionais continuam “cautelosamente otimistas nas suas intenções de contratação”, mostra uma nova análise da empresa de recursos humanos ManpowerGroup. Até junho, um terço dos empregadores querem aumentar as suas equipas, enquanto 14% preveem reduções. Ou seja, a projeção para a criação líquida de emprego continua em “terreno positivo”.

“De abril a junho deste ano, 33% das empresas inquiridas pretendem aumentar as suas equipas, 14% anteveem reduzir e 50% planeiam manter o seu número atual de colaboradores. Estes valores refletem um cenário de estabilidade moderada“, adianta esta terça-feira a referida empresa de recursos humanos, que ouviu mais de 39 mil empregadores em 41 países (incluindo, Portugal).

Contas feitas, estima-se que a criação líquida de emprego rondará os 19% no segundo trimestre, valor que corresponde a uma diminuição de um ponto percentual face à projeção feita para o arranque deste ano, mas equivale a um aumento de oito pontos percentuais quando comparado com o período homólogo de 2024.

“No que respeita às razões dos empregadores relativamente às suas intenções de contratação, a expansão das empresas é a principal razão apontada (38%)”, indica a análise conhecida esta manhã.

Além deste motivo, cerca de quatro em cada dez empresas estão interessadas em contratar de modo a renovar as competências das suas equipas face à transformação dos modelos de negócio e das necessidades dos consumidores, bem como em resposta à digitalização.

Já no que diz respeito aos empregadores nacionais que projetam uma redução no número de empregados no segundo trimestre, a incerteza económica é indicada como o principal razão (28%), seguida pela adaptação a alterações de mercado (23%). “Também aqui a renovação de competências ganha destaque, mas de forma menos acentuada, com 34% dos empregadores a referir evolução nas necessidades de competências ou a automatização como motivador das reduções nas equipas”, nota a ManpowerGroup.

Setores que mais vão contratar

Entre os vários setores, é a indústria pesada e materiais que regista a projeção para a criação líquida de emprego mais elevada: 29%, o que representa uma melhoria de quatro pontos percentuais em cadeia e de dez pontos percentuais em termos homólogos. “Esta é a maior projeção registada neste setor há mais de um ano, remontando ao quarto trimestre de 2023, quando era de 30%”, salienta a ManpowerGroup.

Em destaque está também o setor dos transportes, logística e automóvel, no qual se espera uma criação líquida de emprego de 28%. “Com uma projeção igualmente sólida, de 25%, segue-se o setor das tecnologias de informação, relevando um aumento de três pontos percentuais tanto em relação ao trimestre passado, como face ao mesmo período do ano anterior”, é acrescentado no estudo conhecido esta manhã.

Com perspetivas menos otimistas, os empregadores do setor das finanças e imobiliário apontam para uma criação líquida de 11% no trimestre que está prestes a começar, valor que corresponde a um “abrandamento acentuado” (de 40 pontos percentuais) face ao período homólogo.

Quanto à dimensão das empresas, há a notar que são os empregadores até mil trabalhadores os que têm previsões mais prósperas. Em comparação, nas micro, pequenas e médias empresas a projeção é de 23%, 20% e 22%, respetivamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Explicações de Montenegro batem em audiências ofensiva de Pedro Nuno Santos

As explicações de Montenegro, na TVI/CNN Portugal, ganharam em número de espectadores à ofensiva de Pedro Nuno Santos, na SIC e SIC Notícias. A análise é da Dentsu Media para o ECO/+M.

 

Em véspera de votação de moção de confiança, agendada para esta terça-feira, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos foram à TVI e SIC dar explicações. No total, 2,3 milhões de telespectadores assistiram às entrevistas e, a avaliar pelas audiências, os portugueses deram a maioria ao ainda primeiro-ministro.

Conduzida por Sandra Felgueiras, e com início às 20h35, na TVI e na CNN Portugal, a entrevista a Luís Montenegro foi acompanhada por 1,25 milhões de telespectadores, na soma dos dois canais. Minutos antes, na SIC e na SIC Notícias, a entrevista de Clara de Sousa a Pedro Nuno Santos tinha sido acompanhada por 1,05 milhões de telespectadores com mais de 15 anos.

Também perto das 20h, André Ventura, na CMTV era seguido por 292 mil telespectadores.

Os dados, trabalhados pela Dentsu Media para o ECO/+M, mostram ainda que as duas entrevistas foram mais vistas por mulheres do que por homens, ao contrário da de André Ventura. As faixas etárias acima dos 55 anos estão em maioria na entrevista tanto ao primeiro-ministro como ao líder da oposição, com os espectadores acima dos 75 anos a assumir maior protagonismo na SIC Notícias. As duas entrevistas foram mais vistas na região Norte e pela classe D, com a E ganhar maior expressão na SIC Notícias.

Ainda de acordo com os dados trabalhados pela Dentsu Media, o Jornal Nacional foi o programa mais visto do dia, com um share de 20,1%, seguindo-se o Secret Story Desafio Final (17,9%) e o Jornal da Noite, com 16,6%. O Telejornal ocupa a oitava posição, com 13,7%. No prime-time, a TVI registou um share de 17,2%, a SIC de 16,3% e a RTP1 de 8,6%. O dia foi ganho pela TVI, com um share de 17,1%. A SIC obteve 14,5% e a RTP1 situou-se nos 10,2%.

Já nos canais de informação, a CNN ganhou o dia com 3%, a SIC Notícias situou-se nos 2,2%, o News Now nos 1,2% e a RTP3 nos 0,8%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Participada espanhola da Mota pede mais três meses para negociar com credores

A Duro Felguera prolongou o período de negociações até ao dia 11 de junho, após não ter chegada a acordo com a Sociedad Estatal de Participaciones Industriales (SEPI) sobre dívida de 120 milhões.

A Duro Felguera, a participada espanhola da Mota-Engil, pediu a prorrogação por três meses do processo de proteção contra credores que apresentou no final de dezembro, para continuar a negociar com as entidades financeiras uma reestruturação do grupo, por não ter chegado a acordo com a Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI). Com este adiamento, a empresa prolonga o prazo de negociações com credores até ao próximo dia 11 de junho.

“A empresa e suas subsidiárias Duro Felguera Energy Storage, Duro Felguera Green Tech, Duro Felguera Calderería Pesada, DF Mompresa, DF Operaciones y Montajes, Duro Felguera Oil & Gas, Duro Felguera Intelligent Systems e DFOM Biomasa Huelva apresentaram perante o Tribunal Comercial número 3 de Gijón (Astúrias), perante o qual está a tramitar a pré-insolvência da empresa espanhola, a prorrogação dos efeitos da comunicação de abertura de negociações por um período adicional de três meses“, adiantou a empresa em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV), o regulador espanhol.

A empresa informa ainda que este pedido contou com o consentimento de 96,5% dos credores que podem ser afetados pela reestruturação, enquanto o pedido de prorrogação é acompanhado de uma declaração responsável, assinada pela Duro Felguera.

Fontes da empresa de engenharia das Astúrias confirmaram à Europa Press que o conselho de administração da Duro Felguera iria reunir-se esta segunda-feira, num contexto marcado pelas inúmeras reuniões que têm acontecido nestes dias para discutir a crise que a empresa enfrenta.

De acordo com o Cínco Días, os principais acionistas — as empresas mexicanas Prodi e a Mota-Engil México — e a SEPI, que tem dois assentos no conselho de administração da empresa espanhola, também têm discutido a possibilidade de Duro Felguera pedir diretamente a falência.

O plano de reestruturação da empresa poderia incluir um acordo com o Governo, através da SEPI, para converter em ações os 120 milhões de euros que lhe emprestou em plena pandemia, o que lhe daria a maioria do capital. Contudo, até agora, ainda não houve um entendimento em relação a este plano.

Litígio argelino continua aberto

Outro dos temas que a empresa terá que resolver é o litígio com a empresa estatal argelina Sonelgaz, que apresentou junto da Câmara de Comércio e Indústria da Argélia um pedido de arbitragem no qual reclama o pagamento de 413 milhões de euros à Duro Felguera. Em causa está a suspensão do contrato para a fábrica de ciclo combinado de Djelfa, a sul de Argel, capital argelina.

Responsáveis da empresa espanhola voaram, este domingo, para a Argélia, para tentar desbloquear este projeto, o que significaria alcançar um acordo com a Sonelgaz. Contudo, até agora também não há notícias sobre o que terá saído desta reunião.

A portuguesa Mota-Engil, através da sua participada mexicana, e o grupo mexicano Prodi completaram no final de 2023 a injeção de 90 milhões de euros na Duro Felguera, o primeiro passo para a entrada como novos acionistas da cotada espanhola que, em 2021, recebeu um apoio público temporário no valor de 120 milhões de euros. Depois dos primeiros 30 milhões em outubro, desembolsaram em dezembro a segunda tranche de 60 milhões de euros.

O CFO da construtora portuguesa adiantou ao ECO, no passado mês de novembro, que “o tema da Duro Felguera” nasceu “como um braço capaz para o desenvolvimento de grandes investimentos que vai haver na reindustrialização, mas é importante perceber que a Mota-Engil esteve envolvida como parceiro industrial, mas posicionou-se sempre com um ticket de capital muito, muito exíguo, abaixo dos 13%, nos 12,5%”, esclareceu José Carlos Nogueira.

No início deste ano, a Duro Felguero abandonou um projeto de hidrogénio verde que estava em curso em Sines, e cujo grau de avanço nos trabalhos rondava já os 30%. Esta decisão foi tomada no âmbito do processo de proteção contra credores. A companhia analisou todas as obras que tinha em mãos e optou, primeiro, por abandonar um projeto no Canadá e, depois, em Sines.

O projeto estava a ser construído para a cotada italiana Maire Tecnimont, que por sua vez estava encarregue de desenvolver o projeto da fábrica de hidrogénio verde e amoníaco verde da MadoquaPower2X em Sines. MadoquaPower2x é um consórcio do qual fazem parte a Madoqua Renewables, a Power2X e a Copenhagen Infrastructure Partners (CIP).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.