Comissão Nacional do PS convocada para sábado para aprovar calendário eleitoral interno

  • Lusa
  • 19 Maio 2025

Da ordem de trabalhos faz parte a análise da situação política face aos resultados eleitorais de domingo e a aprovação de calendários eleitorais, depois do anúncio da demissão de Pedro Nuno Santos.

A Comissão Nacional do PS para aprovar o calendário eleitoral interno, depois do anúncio da demissão de Pedro Nuno Santos da liderança, foi convocada para sábado, em Lisboa, também para analisar os resultados das legislativas.

De acordo com a convocatória, a que a agência Lusa teve acesso, o presidente do PS, Carlos César, refere que depois do anúncio desta noite de Pedro Nuno Santos, após a pesada derrota do PS, convoca os membros da Comissão Nacional para esta reunião, que decorrerá sábado de manhã, em Lisboa, em local ainda a designar. Da ordem de trabalhos faz parte a “análise da situação política face aos resultados eleitorais” de domingo e a “aprovação de calendários e regulamentos eleitorais”.

Entretanto, fonte próxima de José Luís Carneiro, que perdeu a disputa interna com Pedro Nuno Santos há quase um ano e meio, adiantou à Lusa que este “está a ser contactado por militantes do PS e pela sociedade civil”.

“É o momento de ouvir, ponderar e depois decidir. Está, como sempre esteve, disponível para servir o Partido Socialista e o País. Ele falará no momento oportuno”, acrescentou a mesma fonte, tendo a CNN entretanto anunciado que o antigo ministro dará uma entrevista esta noite.

O PS alcançou o terceiro pior resultado da sua história em legislativas, ficando quase empatado com o Chega, o que levou o seu líder, Pedro Nuno Santos, a apresentar a demissão um ano e meio após a sua eleição. As eleições legislativas antecipadas de domingo, ganhas pela AD, tiveram um impacto profundo no PS e, no discurso no qual assumiu a derrota, Pedro Nuno Santos anunciou que pediu ao presidente do partido a convocação já para sábado da Comissão Nacional para que haja eleições internas, às quais não se vai recandidatar.

Segundo os resultados provisórios, e ainda sem os votos contados da emigração, o PS perdeu 20 deputados e tem, neste momento, 58 lugares no parlamento, com um resultado de 23,38%, ou seja, 1.394.491 votos.

Com este resultado, o PS surge quase empatado com o Chega e, em comparação com os mesmos resultados do ano passado, também sem a emigração, perdeu cerca de 365 mil votos num ano. Este é o terceiro pior resultado da história do PS em termos de percentagem, tendo a marca só sido pior apenas em 1985, com Almeida Santos, e em 1987, com Vítor Constâncio.

No discurso no qual assumiu a derrota, o líder do PS assumiu a responsabilidade do resultado, disse que deixa de ser secretário-geral se “puder ser já” e que não quer “ser um estorvo nas decisões” que o PS tem que tomar. “Mas como disse Mário Soares, só é vencido quem desiste de lutar e eu não desistirei de lutar. Até breve. Obrigado a todos”, enfatizou.

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A querer comunicar boas histórias na Brisa, Rebeca Venâncio, na primeira pessoa

Rebeca Venâncio sempre teve a ambição de ser jornalista, mas cedo percebeu que "provavelmente não o seria a carreira toda". Chega agora à Brisa para ajudar a empresa a "comunicar boas histórias".

Depois de um percurso que a levou a passar por empresas como a Microsoft ou a Revolut, Rebeca Venâncio assumiu há duas semanas o cargo de head of communications & public affairs do Grupo Brisa. Entusiasmada com este novo desafio, quer ajudar a comunicar as boas histórias da empresa, ou não tivesse também um passado de cerca de oito anos ligado ao jornalismo.

“Trabalhei sempre tendencialmente em áreas onde a inovação e a tecnologia eram muito marcadas. Estou agora num setor diferente, muito focada em aprender sobre o legado da empresa, o seu negócio e indústria. É um setor novo para mim, mas estou completamente alinhada com aquilo que é a ambição da organização, que tem um desígnio nacional mas também os olhos postos em mercados internacionais. A minha maior ambição é ajudar a comunicar as boas histórias“, enquadra Rebeca Venâncio, em conversa com o +M.

Tendo a Brisa cerca de três mil colaboradores, tal representa para Rebeca Venâncio “um potencial de três mil boas histórias para contar“, uma vez que acredita que “as empresas são tão mais interessantes quanto as pessoas que têm lá dentro”. “O capital humano é, porventura, o recurso mais valioso que temos, e são estas histórias que quero encontrar. As empresas fazem-se de pessoas e gosto de representar empresas que gostam de contar as histórias dos feitos das suas pessoas“, acrescenta.

E isso passa por se escutar “aquilo que é o capital humano das organizações”. “Se há uma equipa que está a desenvolver o negócio e a criar um novo produto, que já é viável e que já está em fase de ser comunicado, quero ir atrás dessa história e perceber que como é que podemos amplificar este produto“, explica.

Desafios na comunicação “há sempre”, considera a profissional de 38 anos, que acredita que a sua formação em jornalismo pode ser uma boa ajuda. “Respeito muito a classe jornalística e que pode haver momentos em que a agenda das organizações e a agenda mediática não se cruzam. Tenho uma certa perceção daquilo que é ou não notícia e tento respeitar os jornalistas ao apresentar temáticas que sejam relevantes para as pessoas“.

“Ou seja, consigo fazer esta destrinça dos temas, que se calhar parecem muito relevantes a algumas pessoas dentro das organizações, mas que não o vão ser para o cidadão. E por isso é que às vezes os jornalistas se podem tornar bons profissionais de comunicação, precisamente porque têm este filtro“, refere.

“Nem sempre a empresa vai querer que todos os temas se tornem notícia, mas é importante garantir que os jornalistas contam connosco e sabem que, tendencialmente, as notícias que vêm dali são realmente relevantes e com interesse para o público em geral e não apenas para o conjunto de pessoas que representam a organização”, acrescenta.

É isto, portanto, que Rebeca Venâncio vai procurar fazer nas funções recentemente assumidas, onde vai dar continuidade à “comunicação sólida e muito profissional” da Brisa. “Queremos ser proativos a comunicar a ambição do grupo e a comunicar aquilo que tem vindo a ser feito pela organização, que é composta por todas as pessoas que cá trabalham e que fazem um excelente trabalho. São estas histórias que quero ir à procura, de requalificação, de desenvolvimento, de inovação, de produto, de internacionalização… são essas as histórias que eu espero poder ajudar a contar aqui dentro”, diz.

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Rebeca Venâncio sempre teve a ambição de ser jornalista, embora cedo tenha percebido que “provavelmente não o seria a carreira toda”.

Começou por fazer um estágio curricular na SIC, entrando depois para os quadros do Diário Económico. Mais tarde foi desafiada para fazer televisão e integrar a CMTV, na altura em que o projeto estava a ser lançado pelo Grupo Cofina (atual MediaLivre), pelo que fez parte da equipa fundadora do canal, que foi também para si uma “escola ótima e super completa”, onde foi jornalista, coordenadora, e pivô. Mais foi para a TVI.

Enquanto jornalista viveue cobriu momentos marcantes como a crise económica e a vinda da Troika para Portugal — “anos difíceis mas com um forte pendor mediático” –, mas também o Campeonato Europeu de Futebol, em 2016, no qual a Seleção Nacional se viria a sagrar campeã. “Tive muitas experiências super enriquecedoras em áreas multidisciplinares. Às vezes fazia economia, outras vezes fazia política ou sociedade, na televisão há margem para esta diversificação dos temas e funciona um bocadinho em função da agenda. É muito interessante porque acabamos por ser um bocadinho generalistas, mas com muita visibilidade sobre a realidade daquilo que é o mundo e o nosso país“, entende.

Entretanto, ao longo dos anos e desde os tempos de faculdade, foi mantendo colaborações com publicações como a Notícias Magazine ou a Revista Sábado. “Adorava o jornalismo e gostava muito de televisão, mas também tinha um gosto muito particular por grande reportagem e escrita mais desenvolvida, e isto dava-me muita margem para explorar e para fazer trabalhos diversificados”, recorda.

Surgiu então depois a possibilidade de ingressar na Microsoft, focada já na área da comunicação, onde acabou por estar praticamente três “riquíssimos” anos. “Foi a primeira experiência e o meu primeiro contacto efetivo com a área da comunicação empresarial e correu muito bem”, recorda.

Mais tarde aceitou o desafio da Revolut, onde trabalhou na divulgação do produto e na apresentação da marca em território nacional, mas não sem muita ponderação, uma vez que estava a sair de uma empresa “muito sólida no mercado” para uma startup na intersecção da inovação e tecnologia com a área financeira e que “ainda não era muito conhecida em Portugal”.

“Na altura a Revolut tinha 90 mil clientes em Portugal, ainda era um bocadinho incipiente, então foi assim um salto de fé, não sabia se me ia dar muito bem, porque a equipa era muito curta localmente. Mas foi uma experiência também super enriquecedora e muito gira. O ambiente de startup é muito apaixonante e foi uma constatação de uma realidade completamente diferente daquela que tinha na Microsoft, que era um negócio muito mais sólido, com história, e que tinha uma máquina por trás que na Revolut não havia. Estas idiossincrasias são sempre estimulantes, especialmente para quem está a começar uma especialização na área“, refere.

Entretanto regressou à Microsoft, depois de já ter sido feita a separação entre o marketing e a comunicação — que já se pretendia há muito tempo e que se conseguiu em 2019 –, e estava lá a “cumprir o mandato”, quando, em licença de maternidade, surgiu o convite por parte da Brisa que, “por ser muito fora” da sua área de ação lhe “chamou bastante a atenção”.

“É uma empresa multimarca com um legado enorme, com muita história e muitos colaboradores. Estava na Microsoft, mas a representar uma subsidiária portuguesa de uma multinacional, pelo que havia alguma limitação em relação à margem do que podíamos desenvolver. E sempre tive a ambição de, eventualmente, trabalhar também uma marca portuguesa. E a forma como foi apresentada a ambição do grupo para o futuro foi também muito aliciante e acabou por justificar maioritariamente a minha decisão de vir conduzir esta equipa”, aponta.

A equipa é constituída por outras três pessoas e que conta com a colaboração da JLM&A, enquanto agência de comunicação.

Nascida em Lisboa — para onde regressou aos 18 anos — Rebeca Venâncio viveu a sua infância e adolescência em Tavira, no Algarve, o que considera que lhe permitiu uma “infância muito tranquila e muito próxima do mar”, algo que “valoriza imenso”.

A ida para a capital lisboeta exigiu um “tempo de adaptação”, uma vez que vinha de uma “realidade muito pequenina”. “Tavira é das cidades mais antigas em Portugal, é giríssima, adoro Tavira, mas é muito diferente de Lisboa. Houve aqui um processo de adaptação, mas a partir do segundo ano de faculdade já estava perfeitamente enturmada. Tavira será sempre o meu sítio para descansar, para estar com a minha família — os meus pais moram lá –, mas a minha vida faz-se em Lisboa e é onde faz sentido”.

Em Lisboa perdeu um pouco da disciplina desportiva que a natação, que praticou de forma federada entre os 10 e os 17 anos, lhe tinha dado, embora tenha chegado a frequentar o ginásio. Mais recentemente descobriu o pilates, estando a equacionar experimentar aulas de spinning ou “ginásio que envolva uma componente de artes marciais”. O padel é também um desporto que praticava antes de engravidar e que conta agora retomar por ser “super divertido, dinâmico e algo puxa” pelo seu “lado mais competitivo”.

Viajar é provavelmente aquilo que Rebeca Venâncio mais gosta de fazer, pela possibilidade que lhe dá de “sair e ir conhecer outras realidades, outros mundos, outras culturas”. “É uma coisa que faço sempre que posso e que quero incutir na minha filha também, porque acho que o mundo é o bem mais inestimável que lhes podemos dar e quero muito poder proporcionar-lhe isso ao longo da sua vida“, refere.

Também adora música e ir a concertos e festivais, já tendo bilhetes comprados para a vinda a Portugal de Tamino, artista belga-egípcio. Na verdade, descobre muitos artistas e bandas por intermédio do seu companheiro, que é “muito eclético do ponto de vista da música” e que a “arrasta para coisas um pouco mais fora da zona de conforto”.

“Não sou muito das modas mais atuais, oiço um bocadinho de tudo, e não sou também uma super fã de um artista em particular. Não me veriam numa fila três dias antes para conseguir comprar bilhetes para um determinado concerto”, diz, revelando que gosta particularmente de Billie Eilish. A nível nacional acompanha a carreira de Carminho, que considera ter “uma voz incrível” e que “tem sido capaz de se internacionalizar e de internacionalizar algo muito português, como é o fado”. “Acho bonito que se [o fado] reinvente e se leve lá para fora”, diz.

Algo que valoriza cada vez mais é mesmo o tempo que passa com a família e os amigos, tentando sempre aproveitar e desfrutar ao máximo desses momentos em conjunto. “Sou muito portuguesa no sentido em que gosto muito dos momentos à mesa com a família e com amigos, convívios de longas horas em que perdemos um bocadinho a noção do tempo“, observa.

Rebeca Venâncio em discurso direto

1 – Qual é a decisão mais difícil para um responsável de comunicação?

A decisão de comunicar ou não comunicar em momentos de crise. O momento de definição da abordagem perante arriscar o peso (e a responsabilidade) do silêncio ou a avaliação de risco com a criação potencial de um ciclo noticioso maior é, provavelmente, a decisão mais difícil para os responsáveis nesta área.

2 – No (seu) top of mind está sempre?

A autenticidade. Não acredito em comunicação corporativa que não seja genuína. O tom de voz pode atualizar-se, as culturas organizacionais evoluem, mas a autenticidade da comunicação nas organizações é fundamental, tanto interna como externamente.

3 – O briefing ideal deve…

Ser objetivo, abrangente, unívoco, mas também sintético na medida do possível.

4 – E a agência ideal é aquela que…

Antecipa as necessidades dos clientes e tem um papel proativo na definição de estratégias e planos de comunicação. É fundamental que esteja informada, esteja atenta ao mercado, tenha memória histórica e enquadramento empírico sobre o setor da organização que representa.

5 – Em comunicação é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Acredito que tanto na comunicação como na vida riscos calculados são, muitas vezes, uma boa estratégia.

6 – Como um profissional de comunicação deve lidar e gerir crises?

Com ponderação, sensatez, inteligência e dados.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Aquilo que mais me apaixona na área da comunicação corporativa é a possibilidade de encontrar, mapear e contar histórias relevantes dentro das organizações. Meios ilimitados significa, potencialmente, histórias ilimitadas. Investiria nessa pesquisa e consequente produção de conteúdos; ações de sensibilização e formação; desenvolvimento de ações de impacto – internas e externas.

8 – A comunicação em Portugal, numa frase?

É uma generalização e, há sempre exceções, mas diria que a comunicação em Portugal é tipicamente tradicional e avessa ao risco.

9 – Construção de marca é?

É um processo, não linear, que honre a história e a memória das organizações, mas focada no futuro. A marca é um organismo vivo, não é estanque. Construí-la é permitir-lhe esta atualização, esta maturação, respeitando o seu legado.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em comunicação?

É-me muito difícil ser concreta porque nunca tive uma ambição muito diferente do percurso que tenho construído. Mas qualquer profissão que me permitisse viajar pelo mundo, ter contacto com pessoas e culturas diferentes, seria, certamente, algo que me traria muito prazer.

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Revolut vai criar sede em França e integrar aí futura sucursal portuguesa

  • Lusa
  • 19 Maio 2025

Além de Portugal, também os mercados de Itália, Espanha, Irlanda e Alemanha ficarão dependentes do banco francês.

A Revolut vai criar em França uma sede para os mercados da Europa Ocidental e será aí que, no futuro, pertencerá a futura sucursal do banco em Portugal.

Em comunicado, a Revolut anunciou que prevê investir mais de 1.000 milhões de euros em França nos próximos três anos e criar mais de 200 novos empregos. O objetivo é criar em Paris a nova sede da Revolut para a Europa Ocidental e obter uma licença bancária francesa.

Segundo a Revolut, com esta decisão quer “aprofundar a presença em mercados-chave, fortalecer o envolvimento regulamentar local e fornecer serviços personalizados de forma mais eficaz aos seus milhões de clientes na região”.

Quando abrir a sede de França, a Revolut passará a operar no espaço económico europeu (onde está presente em 30 países) com duas sedes: Lituânia (a atual sede) e França.

A Revolut opera em Portugal através da sua sucursal da Lituânia, ao abrigo do regime de livre prestação de serviços, e tem o objetivo de este ano abrir em Portugal uma sucursal. A empresa indicou que a abertura está para breve mas sem dar uma data mais precisa.

Segundo explicou a Revolut, de início, esta sucursal ficará dependente do Revolut Bank UAB (o banco da Revolut na Lituânia), mas o objetivo é que passe a ficar dependente do banco francês quando este estiver operacional.

Além de Portugal, também os mercados de Itália, Espanha, Irlanda e Alemanha ficarão dependentes do banco francês.

Em Portugal, a Revolut tem mais de 1,5 milhões de clientes.

Os depósitos de clientes residentes em Portugal na Revolut são atualmente cobertos pelo fundo de garantia de depósitos lituano e o mesmo se continuará a passar quando a Revolut abrir a sucursal de Portugal e esta estiver dependente do Revolut Bank UAB, disse hoje à Lusa fonte oficial.

O grupo Revolut teve lucros de 934 milhões de euros em 2024, mais do dobro face aos 395 milhões de euros de 2023.

Segundo a informação divulgada em abril, as receitas mundiais da instituição financeira digital (‘fintech’) aumentaram para 3.700 milhões de euros em 2024, acima dos 2.100 milhões de euros de 2023, devido ao crescimento das receitas de todas as áreas de negócio.

A nível global, a Revolut tem mais de 50 milhões de clientes e o objetivo é ultrapassar os 100 milhões nos próximos anos.

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Portuguesa Powerdot vai investir 100 milhões em França

Até 2027, a empresa quer instalar mais de 4.000 novos pontos de carregamento rápido, juntando-se aos mais de 6.000 já em operação em França.

A portuguesa Powerdot vai investir 100 milhões de euros em França para reforçar a sua rede de carregamento elétrico. Até 2027, a empresa quer instalar mais de 4.000 novos pontos de carregamento rápido, juntando-se aos mais de 6.000 já em operação.

“Este investimento reforça o nosso compromisso com a mobilidade elétrica e com as metas verdes definidas por França. Apostamos numa rede acessível, fiável e inovadora, com soluções como o autocharge e carregadores com coberturas fotovoltaicas”, diz Luís Santiago Pinto, CEO da Powerdot, citado em comunicado.

O anúncio do investimento foi feito durante o evento “Choose France”, iniciativa do Governo francês para atrair investimento estrangeiro, cujo anfitrião é o Presidente da República francês, Emmanuel Macron. O objetivo é, até 2027, instalar 4.000 novos pontos de carregamento, em locais de paragem habitual como supermercados, centros comerciais ou retail parks. “Mais de metade do montante será aplicado em parcerias com insígnias como Carrefour, Coopérative U e Mousquetaires”, refere a empresa em comunicado.

Em 2023, a Powerdot já tinha anunciado um investimento de 140 milhões de euros no país. A empresa está presente em Portugal, Espanha, Polónia e Bélgica.

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Juros da casa descem há 15 meses para mínimos de dois anos

Com as taxas de juro do crédito da casa em baixa há 15 meses, a prestação média da casa voltou a cair em abril para o valor mais baixo em ano e meio.

Os juros do crédito da casa continuam a aliviar nos bolsos das famílias, depois de terem recuado em abril pelo 15.º mês consecutivo para mínimos de dois anos, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A taxa de juro implícita no crédito à habitação caiu para 3,663% no mês passado, menos 7,2 pontos base em relação a março, baixando para a taxa mais baixa desde maio de 2023.

Juros da casa baixam

Fonte: INE

Acompanhando esta descida, a prestação média da casa recuou 2 euros para 396 euros, o valor mais baixo desde novembro de 2023, segundo os mesmos dados. Deste montante, 183 euros correspondem a capital amortizado, enquanto 213 euros são juros. O valor do capital em dívida renovou máximos históricos em abril, atingindo os 70.413 euros.

Há mais de um ano que os juros associados ao empréstimo da casa estão em queda refletindo sobretudo a descida das Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação mensal.

Estas taxas interbancárias estão em queda há vários meses por conta do alívio da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que desde o verão passado já baixou as taxas oficiais da Zona Euro por sete ocasiões, num total de 1,75 pontos percentuais.

A próxima reunião do conselho de governadores do BCE tem lugar no dia 5 de junho. Os analistas estão divididos quanto a um novo corte ou se as taxas se mantêm.

(Notícia atualizada às 11h25)

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UE e Reino Unido “viram a página” e desbloqueiam acordo para se reaproximarem

  • Lusa
  • 19 Maio 2025

O acordo alcançado entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido pretende reaproximar e relançar as relações bilaterais, afetadas após a saída do país da UE em 2020.

As negociações de última hora entre a União Europeia e o Reino Unido desbloquearam um acordo para relançar as relações numa cimeira esta manhã em Londres, a primeira desde o ‘Brexit’, avançaram diplomatas em Bruxelas.

As negociações, que só concluíram na madrugada de segunda-feira, chegaram a acordo sobre três textos: uma declaração sobre objetivos comuns de política externa, um pacto sobre segurança e defesa e um entendimento comum sobre várias áreas de cooperação futura.

O anúncio oficial dos acordos alcançados será realizado esta manhã em Londres após um encontro do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente do Conselho Europeu, António Costa.

“O acordo mostra que entrámos num novo capítulo das nossas relações com o Reino Unido”, afirmaram fontes diplomáticas europeias aos jornalistas.

“As negociações decorreram sempre de boa-fé de ambas as partes e o resultado é muito positivo para ambas. Nenhuma das linhas vermelhas do Reino Unido ou da UE foi ultrapassada. Estamos a virar uma página e a avançar para uma nova parceria estratégica“, referiram.

O objetivo desta cimeira é alcançar uma reaproximação e relançar as relações bilaterais, afetadas após a saída do Reino Unido da UE em 2020.

Uma das questões mais controversas era a dos direitos de pesca dos barcos europeus nas águas britânicas, que este acordo garante por mais 12 anos, segundo fontes citadas pela agência AFP, evitando as negociações anuais previstas a partir de junho de 2026.

Este prolongamento da situação atual era uma exigência de vários países europeus, nomeadamente França, e equivale ao triplo do que o proposto pelos britânicos no início das conversações, adiantaram os diplomatas.

Em contrapartida, os britânicos poderão exportar mais facilmente os seus produtos agroalimentares para o mercado europeu, graças ao reconhecimento mútuo das normas fitossanitárias, que vão permitir reduzir controlos e burocracia nas fronteiras.

Como esperado, o pacto de segurança e defesa alcançado vai abrir caminho ao Reino Unido e respetivas empresas participarem em algumas das iniciativas europeias relacionadas o rearmamento e criar um diálogo mais regular entre Londres e Bruxelas nesta matéria.

Por outro lado, a questão da mobilidade dos jovens europeus, nomeadamente estudantes, e o regresso do Reino Unido ao programa Erasmus foi adiada para negociações posteriores.

Relativamente à questão da imigração ilegal, que é muito sensível no Reino Unido, Reino Unido e UE vão reforçar a cooperação com vista a reduzir o fluxo de migrantes através do Canal da Mancha.

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Finanças e Segurança Social viabilizam plano de recuperação da dona da Visão

  • Lusa
  • 19 Maio 2025

O valor total de créditos para efeitos de votação é de 35,2 milhões de euros, sendo que quase metade corresponde à Autoridade Tributária e à Segurança Social.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e o Instituto da Segurança Social (ISS) votaram favoravelmente o plano de insolvência da Trust in News (TiN), dona da revista Visão.

Em 6 de maio, a decisão sobre o plano de insolvência ficou a aguardar os votos por escrito requeridos por vários credores, entre os quais as Finanças e a Segurança Social, com peso preponderante, cujo prazo de 10 dias terminou na sexta-feira.

O valor total de créditos para efeitos de votação é de 35,2 milhões de euros, sendo que quase metade corresponde à AT e ao ISS. Agora cabe ao tribunal dar a conhecer o resultado total da votação e decidir a homologação.

De acordo com a delegada sindical da Visão, os trabalhadores receberam 30% do salário de abril e 35% estão a ser pagos até ao início da próxima semana. Quanto ao resto do montante, não há previsão de pagamento.

O plano da TiN, que detém publicações como a Visão e a Exame, prevê a injeção de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único, Luís Delgado. Segundo o documento, a TiN propõe aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria”, por parte do acionista único.

O plano mantém ainda a intenção de suspender, licenciar ou vender publicações deficitárias como a TV Mais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Visão Surf e This is Portugal, sendo que, “com exceção da Telenovelas, todas as outras publicações já estão suspensas”. Prevê ainda um ajuste na periodicidade, se necessário, de algumas revistas, mantendo apenas as mais rentáveis, além da redução de 70% do espaço físico (50% já foi reduzido) e o encerramento da delegação no Porto.

Será ainda reduzido “o quadro de funcionários, proporcional à suspensão publicações, com reestruturação interna”. A empresa conta atualmente com 104 trabalhadores, indicou, e estima que “os custos com pessoal não poderão ultrapassar os 250 mil euros/mês, objetivo alcançável, com o apoio e intervenção do administrador da insolvência”, referiu.

Quanto ao pagamento das dívidas proposto, será faseado, no caso da AT e ISS em 150 prestações, além de um “plano de pagamento de 12 a 15 anos para credores comuns e garantidos” e da “possibilidade de permuta de publicidade para pagamento de parte das dívidas”.

Para aumentar receitas, o plano prevê o “aumento de assinaturas digitais e melhoria da plataforma de e-commerce, parcerias estratégicas com outros grupos editoriais”, a “exploração de novos formatos de conteúdo, como podcasts e vídeos”, e o “licenciamento de marcas para gerar receita adicional”.

Quanto ao impacto desta reestruturação, a empresa aponta uma “melhoria gradual da rentabilidade, com um retorno a resultados positivos esperado a médio prazo”, evitando a liquidação da empresa e “preservando postos de trabalho e ativos”. Ficará, segundo o plano, ajustado “o modelo de negócio para um formato mais sustentável, alinhado às tendências digitais”, garantindo ainda o “pagamento aos credores, comparativamente a um cenário de liquidação, onde muitos não receberiam seus créditos”.

O plano prevê também a “criação imediata de uma task force com dois diretores editoriais, diretora comercial, diretora financeira e diretor de recursos humanos, com a tarefa de reanalisar todos os custos e contratos passíveis de serem renegociados ou cessados, sem qualquer penalização para a empresa, e apresentar medidas e sugestões para aumentar as receitas, tendo em conta os recursos existentes” e os melhores exemplos nacionais e internacionais. As sugestões deste órgão “serão implementadas após aprovação da gerência e do administrador da insolvência”.

A proposta para a continuidade da TiN, mediante a apresentação de um plano de insolvência num prazo de 30 dias, foi aprovada em assembleia de credores, em 29 de janeiro, mantendo-se os títulos em atividade.

Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais.

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DBRS: “Resultados dão mais força à AD, mas estabilidade do Governo pode enfrentar desafios”

Morningstar DBRS espera que o novo Executivo mantenha compromisso de baixar a dívida pública, apesar da pressão para aumentar os gastos com defesa.

A agência de rating Morningstar DBRS considera que as eleições deram “mais força” à Aliança Democrática (AD), mas a estabilidade do Governo poderá enfrentar desafios e levar novamente o país para eleições antecipadas.

“Embora os resultados deem mais força à AD para o novo período legislativo, o próximo governo ainda precisará de ter o apoio ou a abstenção de terceiros para governar e legislar”, sublinham os analistas da agência de notação de risco.

“Portanto, a estabilidade do Governo pode enfrentar desafios e levar a eleições antecipadas em algum momento”, acrescentam, lembrando, porém, que novas eleições só poderão ter lugar a partir de maio de 2026.

Para a Morningstar DBRS, o novo governo vai ter os mesmos desafios dos últimos anos, “nomeadamente a implementação de reformas e investimentos relacionados com o plano de recuperação e resiliência, escassez de casas acessíveis, gestão e integração dos fluxos migratórios”.

“Em cima disto, Portugal enfrenta um contexto externo mais complexo, tanto devido ao aumento do protecionismo como às maiores tensões geopolíticas”, refere a agência.

Com as pressões orçamentais crescentes, devido à necessidade de aumentar as despesas com a defesa, a DBRS espera que o governo “mantenha o compromisso” de reduzir o rácio da dívida pública e que “implemente a sua agenda política e aumente as despesas com a defesa gradualmente, sem comprometer o compromisso de Portugal com a responsabilidade orçamental”.

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Inflação na Zona Euro estabilizou nos 2,2% em abril, confirma o Eurostat. Portugal abaixo da média

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Maio 2025

Eurostat confirmou taxa de inflação de abril igual à de março. Portugal ficou abaixo da média da Zona Euro, embora inflação tenha acelerado face ao mês anterior.

O Eurostat confirmou esta segunda-feira que a taxa de inflação homóloga da Zona Euro se manteve estável em 2,2% em abril, igualando os 2,2% de março e ficando abaixo dos 2,4% de há um ano. Portugal (2,1%) ficou uma décima abaixo da média da área da moeda única, apesar de ter sido um dos 11 países em que a inflação acelerou face ao mês anterior.

Ao nível da União Europeia (UE), a inflação anual (medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor) foi de 2,4% em abril de 2025, o que compara com 2,5% em março e com 2,6% no mesmo mês do ano passado.

Portugal registou, no quarto mês de 2025, uma taxa de inflação anual — harmonizada — de 2,1% (abaixo quer da média da Zona Euro, quer da da UE), uma subida de duas décimas face aos 1,9% de março e uma descida de duas décimas face aos 2,3% de abril de 2024.

Taxas de inflação anual em abril

Fonte: Eurostat

No conjunto dos 27 países da União Europeia, no que toca à variação homóloga, as taxas anuais mais elevadas foram registadas na Roménia (4,9%), na Estónia (4,4%) e na Hungria (4,2%), enquanto as mais baixas se verificaram na França (0,9%), Chipre (1,4%) e Dinamarca (1,5%).

Em comparação com março, a inflação anual diminuiu em 13 Estados-membros, permaneceu estável em três e aumentou em 11, ainda de acordo com o Eurostat.

O gabinete estatístico adianta que, em abril de 2025, o maior contributo para a taxa de inflação anual da Zona Euro está relacionado com o setor dos serviços (+1,80 pontos percentuais), seguido pelo dos produtos alimentares, álcool e tabaco (+0,57 pontos percentuais), dos produtos industriais não energéticos (+0,15 pontos percentuais) e da energia (-0,35 pontos percentuais).

(Notícia atualizada às 10h35)

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De Von der Leyen a Pedro Sánchez. As reações internacionais à vitória da AD

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Maio 2025

Presidente do Conselho Europeu promete “trabalhar em estreita colaboração” com o Governo português. Ursula von der Leyen considera vitória da AD uma “excelentes notícia”.

Depois de uma noite marcada pelas reações dos protagonistas destas eleições, chegam também reações internacionais, em especial de líderes europeus. Começando por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que se mostrou muito satisfeita com a vitória da Aliança Democrática (AD), encabeçada pelo PSD, que integra o seu grupo europeu, o PPE.

Neste contexto, a presidente da Comissão Europeia considerou a vitória da AD “excelentes notícias” para Portugal e a Europa, que “só podem beneficiar de continuidade e estabilidade”. “Realizámos um excelente trabalho em conjunto e temos muito mais pela frente”, garante Ursula von der Leyen, deixando um “abraço amigo de parabéns” a Luís Montenegro.

 

Enquanto isso, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, antecessor de Luís Montenegro no cargo de primeiro-ministro de Portugal, promete “trabalhar em estreita colaboração” com o próximo Governo português para “tornar a Europa mais forte, mais próspera e mais autónoma”, assinalando que, apesar dos “tempos difíceis”, a “União Europeia vai cumprir os seus objetivos e sair mais forte”.

Já a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, na mesma rede social, disse ser “ótimo” que Portugal e a Europa “continuem a beneficiar da liderança e do compromisso” de Luís Montenegro, “garantindo soluções, determinação e estabilidade”.

Além-fronteiras chega ainda a reação do país vizinho, cujo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, congratulou Luís Montenegro pela vitória nas legislativas deste domingo. “Continuemos a trabalhar juntos pelo futuro da Península Ibérica e por uma Europa mais unida e próspera“, escreveu, também no X, o líder do Governo espanhol.

 

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Bruxelas volta a cortar crescimento de Portugal e da Zona Euro para 2025

A Comissão Europeia cortou pela quarta vez consecutiva o PIB da Zona Euro para este ano, prevendo agora um crescimento de apenas 0,9%. O PIB de Portugal também foi revisto em baixo para 1,8%.

A Comissão Europeia cortou mais uma vez as suas previsões para o crescimento económico da Zona Euro e da União Europeia (UE) para 2025 e 2026, apontando agora para um “crescimento moderado em meio a incerteza comercial global”. O cenário pessimista reflete sobretudo o impacto do aumento das tarifas e a elevada incerteza causada pelas recentes mudanças abruptas na política comercial dos EUA.

Para Portugal, Bruxelas também reviu ligeiramente em baixa a previsão de crescimento para este ano, mas melhorou a perspetiva para 2026. “A procura interna deverá continuar a apoiar o crescimento económico em Portugal, enquanto as exportações de bens enfrentam ventos contrários significativos devido às tensões comerciais a nível mundial.”

As previsões da Comissão Europeia apontam não apenas para uma deterioração das finanças públicas, como para um regresso a uma situação de défice orçamental no próximo ano.

Nas previsões económicas da primavera de 2025, divulgadas esta segunda-feira, a instituição liderada por Ursula von der Leyen espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro cresça apenas 0,9% este ano e 1,4% em 2026, quando nas previsões de outubro, publicadas em novembro, os analistas antecipavam um crescimento de 1,3% e 1,6%, respetivamente. Trata-se da quarta revisão consecutiva em baixa para a economia da moeda única, que está a sentir os efeitos da incerteza sobre o comércio global.

Para a União Europeia, as novas previsões apontam para um crescimento de 1,1% para este, quando antes apontavam para um crescimento de 1,5%; e para 2026 a Comissão Europeia aponta para um crescimento do PIB real de 1,5%, menos 0,3 pontos percentuais face aos 1,8% antecipados anteriormente.

Para Portugal, a Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento para 2025, projetando agora um crescimento do PIB real de 1,8%, quando antes previa 1,9%. Por outro lado, melhorou ligeiramente as perspetivas para 2026, antecipando um crescimento de 2,2%, acima dos 2,1% anteriormente previstos.

Fonte: Comissão Europeia. Relatório de Primavera de 2025.

As projeções para Portugal mostram que, apesar da revisão em baixa, o país continuará a crescer acima da média da UE e da área do euro, tanto em 2025 como em 2026. A inflação em Portugal deverá ser 2,1% em 2025 e para 2% em 2026, valores muito próximos da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE). Quanto ao desemprego, Bruxelas prevê uma taxa de 6,4% em 2025 e 6,3% em 2026.

“Prevê-se que a inflação global continue a diminuir, num contexto de moderação do crescimento do emprego e dos salários e de uma descida marginal do desemprego”, destaca a Comissão Europeia, antecipando que “Portugal continue a seguir uma política orçamental expansionista, transformando o excedente do setor público administrativo num défice até 2026.”

No plano orçamental, as previsões da Comissão Europeia apontam não apenas para uma deterioração das finanças públicas, como para um regresso a uma situação de défice orçamental no próximo ano. Segundo as projeções de Bruxelas, Portugal passará de um excedente orçamental equivalente a 0,1% do PIB este ano para um défice de 0,6% do PIB em 2026. Estas previsões esbatem com as anteriores previsões, publicadas em novembro, que apontavam para um excedente orçamental de 0,4% do PIB este ano e de 0,3% em 2026.

Incerteza comercial pesa na economia europeia

As revisões em baixa da Comissão Europeia para a UE e para a Zona Euro são explicadas principalmente pela “mudança protecionista na política comercial dos EUA”. Segundo Bruxelas, “o mundo estava largamente despreparado para a mudança abrupta protecionista na política comercial dos EUA. Os amplos aumentos tarifários anunciados em 2 de abril enviaram ondas de choque pela economia global”.

“Como a economia mais aberta do mundo, a UE está a sentir a pressão”, explica o relatório. “Uma expansão económica mais fraca nos mercados globais travará inevitavelmente o crescimento das exportações”, antecipam os analistas europeus, revelando que os “dados de inquéritos já apontam para a deterioração do sentimento entre famílias e empresas, que provavelmente responderão reduzindo o consumo e adiando investimentos.”

O documento explica ainda que “a elevada incerteza e um aperto das condições financeiras exercem uma travagem no crescimento do investimento”. Após uma contração de 1,9% em 2024, a Comissão Europeia espera que a formação bruta de capital fixo (investimento) se expanda ao longo do horizonte da previsão, mas a um ritmo mais modesto que o anteriormente previsto.

Nas exportações, o impacto será ainda mais significativo. “Espera-se que as exportações da UE cresçam modestos 0,7% este ano e 2,1% em 2026, em linha com a menor procura global por bens. Isto marca uma revisão significativa em baixa relativamente às projeções de outono (2,2% e 3%, respetivamente)”, lê-se no relatório.

Em relação a Portugal, apesar do cenário de menor crescimento da economia nacional para este ano, a Comissão Europeia mantém uma perspetiva de que o país continuará a convergir economicamente com a média europeia.

Um dos poucos pontos positivos das previsões da Comissão Europeia é a antevisão de uma desaceleração da inflação mais rápida que o previsto. “Espera-se que a desinflação prossiga mais rapidamente do que o esperado no outono, com novos fatores desinflacionistas das tensões comerciais em curso a superarem preços mais elevados dos alimentos e pressões de procura de curto prazo mais fortes”, indica o documento.

A Comissão Europeia prevê que a inflação na área do euro, após uma média de 2,4% em 2024, atinja a meta do BCE até meados de 2025 – mais cedo do que o anteriormente previsto – e registe uma média de 1,7% em 2026.

Apesar do cenário económico menos favorável, o mercado de trabalho europeu deverá manter-se resiliente, segundo as projeções dos analistas da Comissão Europeia. “O modesto crescimento do PIB alcançado em 2024 ainda levou a uma maior expansão do emprego. A intensidade de empregos do crescimento começou a diminuir de níveis elevados e espera-se que normalize mais ao longo do horizonte da previsão“, refere o relatório.

O relatório aponta ainda que “os riscos para as perspetivas estão inclinados para o lado negativo”. Um cenário particularmente preocupante seria “uma escalada das tensões comerciais entre a UE e os EUA [que] poderia deprimir o PIB e reacender pressões inflacionárias”.

No entanto, a Comissão Europeia também identifica possíveis fatores positivos, como “uma redução nas tensões comerciais UE-EUA, juntamente com um renovado impulso nas negociações comerciais com outros países e regiões”, que poderia apoiar o crescimento da UE.

Em relação a Portugal, apesar do cenário de menor crescimento da economia nacional para este ano, a Comissão Europeia mantém uma perspetiva de que o país continuará a convergir economicamente com a média europeia, crescendo acima do ritmo da UE e da zona euro durante todo o horizonte de previsão.

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Candidato liberal vence eleições polacas que terão segunda volta

  • Lusa
  • 19 Maio 2025

Rafal Trzaskowsk, atual presidente de Varsóvia, derrotou ultraconservador Karol Nawrocki nas eleições polacas, que terão uma segunda volta.

Rafal Trzaskowsk, 53 anos, é oriundo de uma família de intelectuais de Varsóvia e europeísta assumido.Lusa

O candidato liberal e atual presidente da Câmara de Varsóvia, RafalTrzaskowski, derrotou o ultraconservador Karol Nawrocki nas eleições polacas, que terão uma segunda volta, confirmou a Comissão Eleitoral, com 100% da contagem dos votos concluída.

O candidato liberal apoiado pelo primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, obteve 31,36% dos votos nas eleições presidenciais de domingo, enquanto o candidato nacionalista, Karol Nawrocki, apoiado pela oposição ultraconservadora, obteve 29,54% dos votos.

Os dados confirmam também uma elevada taxa de participação dos cidadãos, de 69,71%, sendo que o caminho está agora aberto para a reta final que colocará o liberal e governista Trzaskowski contra o conservador Nawrocki, apoiado pelo partido ultraconservador e nacionalista Lei e Justiça (PiS), que governou de 2015 a 2023, na segunda volta, a 1 de junho.

O vencedor vai suceder ao conservador Andrzej Duda, que atingiu o limite de mandatos.

  • Rafal Trzaskowsk, 53 anos, é oriundo de uma família de intelectuais de Varsóvia e europeísta assumido. Conquistou a Câmara de Varsóvia em 2018 e foi reeleito no ano passado, após ter perdido por pouco a corrida para a presidência contra o atual chefe de Estado.
  • Karol Nawrocki, um historiador nacionalista de 42 anos apaixonado pelo submundo do crime, é um admirador do Presidente norte-americano, Donald Trump, de quem recebeu a previsão de que iria vencer. Durante a campanha, pediu que fossem realizados controlos na fronteira com a Alemanha para impedir a entrada de migrantes, que alegou estarem ser rejeitados por aquele país, e exigiu que Berlim pague reparações à Polónia pela Segunda Guerra Mundial.

A partir deste ano, começou a dirigir o Instituto da Memória Nacional polaco, que investiga crimes nazis e comunistas. Após alguma ambiguidade sobre a invasão da Ucrânia, defendeu a rutura das relações diplomáticas com a Rússia, “um Estado bárbaro, cruel e que devia ser isolado”.

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