Chineses querem fábricas que Volkswagen vai fechar na Alemanha

Aquisição de fábricas na Europa permitiria aos fabricantes da China ganhar influência na indústria automóvel e evitar pagar tarifas sobre os carros elétricos. Decisão de Berlim só depois das eleições.

A Volkswagen prepara-se para encerrar fábricas na Alemanha, pela primeira vez na sua história. Apesar de a gigante automóvel ainda não ter avançado com pormenores, estas unidades industriais já estão a gerar o interesse de investidores chineses, que procuram entrar naquele que é o berço das maiores fabricantes automóveis do mundo e, assim, tornar-se mais competitivas no setor na Europa.

O interesse chinês é avançado esta quinta-feira pela Reuters, que cita uma fonte próxima do governo chinês. A aquisição de uma fábrica na Europa permitirá à China ganhar influência na indústria automóvel alemã, num momento em que as empresas chinesas estão a procurar concorrer com o setor automóvel europeu, sobretudo na venda de elétricos.

Das telecomunicações à robótica, as empresas chinesas têm investido em várias indústrias na Alemanha, a maior economia da Europa, mas que travou o crescimento em 2024 pelo segundo ano consecutivo. No entanto, estes grupos asiáticos ainda não conseguiram estabelecer-se na produção automóvel, apesar de a Mercedes-Benz ter dois grandes acionistas chineses.

Caso estes investidores chineses consigam assumir o controlo de uma fábrica de carros na Alemanha, isto iria permitir às fabricantes de elétricos chinesas evitar pagar tarifas, assim como aumentar a concorrência face às empresas europeias.

O governo germânico terá, no entanto, a última palavra final sobre um investimento desta importância no país. Com eleições antecipadas marcadas para fevereiro, qualquer posição do Executivo de Berlim sobre este investimento apenas deverá surgir após a ida às urnas, em que Olaf Scholz será novamente candidato pelo SPD.

Em dezembro, a Volkswagen e o sindicato IG Metall chegaram a um acordo que visa o eventual encerramento de duas das suas dez fábricas na Alemanha, poupando cerca de quatro mil milhões de euros. Este entendimento surge depois de a multinacional ter admitido em setembro a possibilidade de fechar fábricas no país de origem, pela primeira vez na sua história.

Fabricantes europeus pedem à UE esforço para estimular setor

O novo presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) pediu esta quinta-feira à União Europeia (UE) um esforço conjunto para estimular o setor e defendeu que “não há vencedores em potenciais guerras comerciais”.

Numa carta enviada a líderes europeus, incluindo às presidentes da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, Ola Kallenius registou que “é agora crucial estabelecer as condições” para fortalecer e prolongar a importância do setor automóvel na Europa.

Na missiva, o responsável do principal lobby automóvel da Europa, que no início do ano sucedeu ao líder do Grupo Renault, Luca de Meo, assinalou que a economia do bloco e da indústria está “numa encruzilhada”. Nesse sentido, Kallenius, que também é presidente executivo do Grupo Mercedes-Benz, apresentou três prioridades para os responsáveis continentais para estimular o setor.

Um das prioridades sugeridas passa por um caminho realista para a descarbonização do setor – “um que seja guiado pelo mercado e não por penalizações”. “A indústria automóvel europeia continua comprometida com o objetivo de neutralidade carbónica de 2050, bem como com a mudança para o transporte e mobilidade sem emissões, mas a estratégia de descarbonização deve criar crescimento económico e competitividade, não limitá-los”, disse o responsável nascido na suíça e com nacionalidade alemã

Ola Kallenius acrescentou que o ecossistema da mobilidade elétrica deve tornar-se mais atrativo para os consumidores e pediu uma atualização das metas europeias. “Poucas previsões anteviram as realidades geopolíticas e macroeconómicas atuais, mas a maioria dos objetivos políticos estão assentes em previsões que não se materializaram” escreveu, apontando que estes “devem ser adaptados à diferente realidade”.

Com o objetivo de pressionar as fabricantes a controlarem as emissões, Bruxelas tem aplicado multas caso estas falhem os objetivos. Em setembro do ano passado, Luca de Meo estimou que as compensações pagas pelo setor por incumprimento das metas de emissões atinjam até 15 mil milhões de euros.

Ao mesmo tempo, o presidente da ACEA pediu uma estratégia regulatória que melhore a competitividade das indústrias europeias e que se assegurem ações coordenadas – incluindo através da conclusão da união do mercado de capitais.

“Além disso, devem ser promovidas políticas industriais que permitam aos fabricantes europeus serem altamente competitivos no mercado automóvel de forma global. Isso inclui investigação e desenvolvimento e inovação, bem como a sua tradução na comercialização”, sugeriu. “É fundamental assegurar uma cadeia de valor ágil e competitiva. Isto deve incluir componentes automóveis, desenvolvimento e fabrico de baterias, desenvolvimento de ‘software’ e semicondutores”, acrescentou.

A última prioridade, segundo o presidente da ACEA, passa pela promoção de novas abordagens, de forma a “criar relações comerciais mundiais e mutuamente benéficas”. Kallenius alertou que as diferenças políticas e comerciais entre UE, EUA e China estão em risco “de se aprofundarem ainda mais” e que, por isso, o bloco europeu e a indústria automóvel devem tentar “navegar entre a cooperação e a competição”.

“Nós, europeus, tivemos, nas últimas décadas, ganhos significativos com a abertura dos mercados e com o crescimento do comércio livre, mas, naturalmente, também teremos muito a perder se este desenvolvimento se reverter”, sublinhou.

O presidente da ACEA defendeu que não há vencedores em potenciais guerras comerciais e que as medidas protecionistas não são necessariamente a melhor solução.

Também hoje, num encontro com jornalistas noticiado pela Efe, Kallenius sugeriu que “um simples aumento das tarifas” pode ser “prejudicial para o modelo de negócio do setor automóvel”, uma vez que poderá levar a um consequente escalada em que todos aumentam as tarifas.

A Comissão Europeia (CE) passou a aplicar, em outubro, taxas punitivas de 35,3% ao fabricante chinês SAIC (MG e Maxus, entre outras marcas), de 18,8% à Geely e de 17% à BYD, por um período máximo de cinco anos.

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Ex-PGR Lucília Gago condecorada pelo Presidente da República

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2025

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou a ex-procuradora-geral da República Lucília Gago com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou a ex-procuradora-geral da República Lucília Gago com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, divulgou na quarta-feira à noite a Presidência.

Numa nota publicada no site da Presidência, pode ler-se que Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Lucília Gago com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, numa cerimónia realizada no Palácio de Belém.

Em 12 de outubro de 2024, na cerimónia de tomada de posse do novo procurador-geral da República, Amadeu Guerra, o chefe de Estado tinha agradecido a Lucília Gago pelos seus seis anos de serviço, reconhecendo que foram “mais de agruras e incompreensões” do que de bonança, salientando que exerceu o cargo num “contexto nada propício”.

“Agradeço-lhe estes seis anos, fundamentalmente mais de agruras, incompreensões, sacrifícios, do que bonança, mar sereno ou bons ventos”, declarou Marcelo Rebelo, dirigindo-se a Lucília Gago.

Num breve discurso, o chefe de Estado recordou que, há seis anos, Lucília Gago sucedeu a Joana Marques Vidal “em condições particularmente difíceis, nomeadamente um juízo coletivo muito crítico quanto ao tempo da Justiça, ainda mais crítico na justiça penal complexa, internacionalizada, envolvendo poderes políticos, administrativos, económicos e sociais”.

Lucília GagoLusa

Lucília Gago, de 68 anos, jubilou-se em 11 de outubro, no último dia do mandato de seis anos como procuradora-geral.

Tomou posse como PGR em 12 de outubro de 2018 e elegeu então como “uma das grandes prioridades” para o seu mandato “o combate à criminalidade económico-financeira, com particular enfoque para a corrupção”, considerando que se tornou “um dos maiores flagelos suscetíveis de abalar os alicerces do Estado e corroer a confiança dos cidadãos no regime democrático”.

O final de mandato de Lucília Gago ficou marcado pela divulgação da Operação Influencer, através de um comunicado cujo último parágrafo a informar que o então primeiro-ministro era também visado na investigação levou à queda do Governo, a uma crise política e eleições antecipadas, motivando críticas à atuação do Ministério Público, acusado de uma atuação politizada num caso em que António Costa não foi até ao momento constituído arguido.

A Operação Influencer levou no dia 7 de novembro de 2023 às detenções do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, do advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas. São ainda arguidos o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado João Tiago Silveira e a Start Campus.

O processo foi entretanto separado em três inquéritos, relacionados com a construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela sociedade Start Campus, a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.

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Euribor descem a três meses e sobem a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2025

Taxas usadas no cálculo da prestação mensal da casa tiveram comportamentos divergentes: desceram no prazo a três meses, mas subiram a seis e 12 meses.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, desceram a três meses e subiu a seis e a 12 meses, mantendo-se acima de 2,5% nos três prazos.

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje para 2,668%, mais 0,011 pontos do que na quarta-feira.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também subiu para 2,563%, mais 0,004 pontos.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses desceu para 2,744%, menos 0,004 pontos do que na sessão anterior.

Em dezembro, a média da Euribor desceu de novo a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em novembro e com mais intensidade no prazo mais curto.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,182 pontos para 2,825% a três meses (contra 3,007% em novembro), 0,156 pontos para 2,632% a seis meses (contra 2,788%) e 0,070 pontos para 2,436% a 12 meses (contra 2,506%).

Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez em 2024 e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 30 de janeiro em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Ligação regional parada leva Sevenair a perder funcionários e procurar novos serviços

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2025

O serviço regional Bragança-Portimão continua sem data para ser retomado e os atrasos nos pagamentos por parte do Estado obrigaram a empresa a entrar em lay-off.

A Sevenair já perdeu alguns funcionários enquanto está parada a ligação aérea regional Bragança-Portimão e está à procura de outros serviços para garantir a sua sustentabilidade, disse esta quinta-feira à Lusa o diretor de voos da empresa.

Na terça-feira, numa audição na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, a requerimento do Chega, o diretor da Sevenair, Carlos Amado, avançou que o serviço regional continua sem data para ser retomado e que os atrasos nos pagamentos por parte do Estado obrigaram a empresa a entrar em lay-off.

“Neste momento, já vamos com quase quatro meses de paragem, o que é certamente bastante nefasto para a empresa e para as regiões afetadas. (…) Quanto mais demorar, mais difícil é o recomeço. (…) Posso adiantar que alguns dos nossos funcionários já os perdemos. Não conseguiram sustentar a situação mais tempo”, afirmou Sérgio Leal, relembrando que a empresa tem cerca de 100 funcionários.

O Governo já pagou, entretanto, cerca de metade da dívida que tinha para com a empresa, que rondava os 3,8 milhões de euros, sendo que a Sevenair teve de reservar mais de 600 mil euros para a garantia bancária exigida para poder assinar o novo contrato de concessão, que ainda está parado.

Como é que temos aguentado? Nós temos outra ligação aérea e estamos à procura de outros serviços. Já não é surpresa e já tínhamos informado dessa situação. Não podemos ficar dependentes desta linha [Bragança-Portimão] que não começa. Até concorremos para uma outra ligação regional, dentro da Europa mas fora do país, e estamos à espera dos resultados. Torna-se incomportável. Se já estávamos numa situação deficitária em setembro, quando nos vimos forçados a parar, imagine agora”, lamentou Sérgio Leal.

A ligação Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão foi interrompida a 30 de setembro, terminado o último ajuste direto enquanto se esperava o desfecho do concurso público internacional para atribuir a concessão por mais quatro anos. Antes disso, em fevereiro, o número de voos diários já tinha sido reduzido.

Foi nesse mês que a companhia área anunciou que o transporte iria parar até que fosse paga a verba que tinha a receber do Estado, por estar numa situação de “estrangulamento de tesouraria”.

Desde o início da concessão até à paragem do serviço, foram feitos dois ajustes diretos, primeiro com a governação socialista e depois com o atual Governo, liderado por Luís Montenegro.

O resultado do concurso público foi conhecido no final de 2024, com a única concorrente, a Sevenair, que presta o serviço desde 2009, a ser escolhida para continuar a operar nos próximos quatro anos.

O Governo anunciou, em 21 de dezembro, que o processo da contração tinha sido concluído e o novo contrato assinado. “Concluído o concurso público, adjudicado o serviço à Sevenair e cumpridos os compromissos financeiros, bem como repostas as obrigações contratuais da Sevenair com o Estado, a prestação de serviço público prestada por esta ligação pode voltar a ser retomada na sua plenitude”, informou o Ministério das Infraestruturas e Habitação, considerando tratar-se de uma “conquista processual do executivo que permite repor serviço público”.

Este novo contrato, revelou à Lusa Sérgio Leal, “subiu substancialmente” o valor pago pelo Estado, em cerca de três milhões de euros, com um total de 13,5 milhões para os próximos quatro anos.

Contudo, o Tribunal de Contas recusou o visto e concluiu que este contrato tem de ser revisto, levantando questões sobre as datas constantes no documento. “A data de início continua a constar como a do caderno de encargos, a 01 de outubro de 2024. Obviamente, não começámos aí a operar. Era mais ou menos normal que o Tribunal de Contas mencionasse este aspeto, até porque, dado que (…) o contrato vai passar para 2029, tem de haver cabimento orçamental para esse ano”, detalhou Sérgio Leal, acrescentando não ter nenhuma justificação para o sucedido.

O contrato vai ter de ser refeito e assinado de novo, para ficar conforme, o que vai atrasar o regresso desta ligação aérea regional. “(…) As regiões, se não têm um serviço, vão procurando alternativas, por menos boas que sejam. Claro que depois, a recomeçar, é provável que seja um recomeço mais difícil nesse sentido, para termos uma taxa de ocupação que seja viável. É a realidade que temos de enfrentar”, considerou Sérgio Leal.

A taxa de ocupação em 2023 tinha voltado aos níveis pré-pandemia, fixando-se em 2019 em 65%, com 13 mil passageiros transportados anualmente.

Prevemos que para a recuperação deste tempo que estivemos parados e que tem os seus custos, se forem estes quatros meses, (…) um ano não chega. Infelizmente, vamos estar a lutar contra a maré durante os próximos tempos, mesmo que a linha regresse agora”, observou Sérgio Leal.

A Lusa contactou o Ministério das Infraestruturas e Habitação e aguarda resposta.

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Cessar-fogo em risco. Israel adia votação até esclarecimento do Hamas

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2025

"O Hamas está a renegar partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel, numa tentativa de extorquir concessões de última hora", acusa gabinete do primeiro-ministro Benjamim Netanyahu.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, diz que o Conselho de Ministros só se vai reunir para aprovar o acordo de cessar-fogo quando o Hamas esclarecer “crise de última hora”.

O gabinete do primeiro-ministro acusou esta manhã o Hamas de criar uma “crise de última hora”, depois de alegadamente ter tentado alterar pormenores do projeto de cessar-fogo anunciado na quinta-feira pelo Qatar.

Segundo fontes governamentais israelitas citadas pela agência norte-americana Associated Press, o Executivo israelita não vai aprovar a aplicação do acordo até que as divergências sejam esclarecidas.

“O Hamas está a renegar partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel, numa tentativa de extorquir concessões de última hora”, afirmou o gabinete do líder israelita.

As fontes acrescentaram que o Conselho de Ministros não se vai reunir até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas, que governa Gaza, aceitou todos os elementos do acordo.

O acordo alcançado entre Israel e o Hamas prevê um cessar-fogo completo durante 42 dias a partir de domingo, após 15 meses de uma guerra devastadora, e a troca de 33 reféns israelitas por centenas de prisioneiros palestinianos.

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CEO das principais empresas europeias ganham 110 vezes mais do que trabalhadores

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2025

Em 2024, os CEO das 100 maiores empresas europeias receberam uma remuneração média de 4,1 milhões de euros, enquanto um trabalhador a tempo inteiro recebeu, em média, 37.863 euros.

O Instituto Sindical Europeu (ETUI) afirma numa análise publicada esta quinta-feira que os presidentes executivos (CEO) das principais empresas da Europa ganham 110 vezes mais do que o trabalhador médio.

Em comunicado, a organização informou que, entre um salário médio de 1,571 milhões de euros e bónus até 200% dos seus salários, os CEO das 100 maiores empresas europeias receberam uma remuneração média de 4.147.440 euros no ano passado. Um trabalhador a tempo inteiro recebeu 37.863 euros.

A secretária-geral da Confederação Europeia de Sindicatos, Esther Lynch, afirmou no comunicado que salários mais justos “aumentariam a competitividade ao ajudar a acabar com a escassez de mão-de-obra e a garantir que mais dinheiro regressava à economia, em vez de se acumular em contas no estrangeiro”.

“Reduzir a desigualdade de riqueza e melhorar a qualidade dos empregos seria também a resposta mais eficaz à ameaça à democracia representada pela extrema-direita populista”, disse.

Num encontro com a imprensa, afirmou que é possível traçar uma linha reta entre o Fórum Económico Mundial (FEM) de Davos (Suíça) e o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a forma como o FEM “tem promovido a ideia de que os CEO têm as respostas para tudo, a ideia de que, por gerirem uma empresa, estão também mais bem posicionados para gerir sociedades”. “Não estão”, acrescentou Lynch.

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Selo do carro, reembolsos de IVA, regras de faturação. As primeiras medidas do pacote de simplificação fiscal

  • ECO
  • 16 Janeiro 2025

Conselho de Ministros vai aprovar esta quinta-feira a Agenda para a Simplificação Fiscal, que inclui um pacote de 30 medidas com mudanças abrangendo vários impostos. Conheça as primeiras medidas.

Dos procedimentos para a concessão de reembolsos de IVA às formalidades para a renúncia à isenção deste imposto nas operações imobiliárias, das regras de faturação a alterações em matérias como o IUC, o ISV, o Selo e o IRS, o Governo irá aprovar no Conselho de Ministros desta quinta-feira um pacote de 30 medidas no âmbito da Agenda para a Simplificação Fiscal.

Segundo avança o Jornal de Negócios, no IVA serão revistas as regras dos pedidos de reembolso e clarificados os requisitos exigidos para que possa ser efetivado, de modo a dar ao contribuinte a possibilidade de, a seu pedido, prestar garantia — relacionada com situações em que o valor do imposto a reembolsar é de mais de 30 mil euros, havendo, nesse caso, uma inspeção ou uma avaliação do Fisco à declaração apresentada. Sendo prestada garantia, a devolução é logo feita e a garantia levantada no final.

A revisão das formalidades necessárias para a renúncia à isenção do IVA nas operações imobiliárias é outra mudança prevista nesta matéria, designadamente quanto à necessidade e requisitos da emissão prévia de certificado para este efeito. A intenção do Governo passa por alargar este regime a outras situações além do mercado não habitacional. Adicionalmente, preveem-se medidas de alteração do prazo para o pedido de pagamento em prestações e no sentido da desmaterialização dos registos de IVA.

Estas são outras alterações previstas neste pacote de simplificação fiscal:

  • Simplificar o regime do SAF-T da contabilidade, para ficar em linha com o enquadramento da União Europeia e as alterações resultantes da revisão do Plano de Contas;
  • Simplificar a Informação Empresarial Simplificada (IES) que as empresas têm de enviar todos os anos ao Estado;
  • No que diz respeito às regras de faturação, flexibilizar os requisitos para a emissão de fatura eletrónica;
  • Introdução do Modelo 22 ao nível do pré-preenchimento da declaração anual do IRC;
  • Retenção na fonte de valores abaixo de 25 euros deixa de ser obrigatória;
  • Simplificação das regras para o pagamento do IUC: deixa de ser pago no mês da matrícula, mas numa data única para todos (no final do ano) e pode ser pago em duas prestações, dependendo do valor;
  • Simplificar o acesso das empresas importadoras ao estatuto de operador registado junto das alfândegas;
  • Clarificar as regras procedimentais na apresentação da Declaração Aduaneira de Veículos (DAV) junto da alfândega da área do seu domicílio fiscal.

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Media portugueses acentuam xenofobia e discriminação de imigrantes, segundo investigadores

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2025

Autores do Barómetro da Imigração, elaborado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, consideram que os media são corresponsáveis da má imagem dos imigrantes em Portugal.

Os autores do Barómetro da Imigração consideram que os media em Portugal estão a acentuar a má imagem dos imigrantes, com a repetição de estereótipos que mostram um país vítima de uma invasão.

O inquérito alargado da Fundação Francisco Manuel dos Santos foi apresentado em dezembro e os seus autores, em entrevista à Lusa, consideram que os media são corresponsáveis da má imagem dos imigrantes em Portugal, uma das conclusões do próprio estudo.

Exemplo disso é a visibilidade mediática dada a uma rixa numa zona de Lisboa no domingo, que causou apenas feridos ligeiros entre a comunidade do Bangladesh, afirmou Rui Costa Lopes, do Instituto de Ciências Sociais (ICS) de Lisboa.

“É necessário voltar a recordar sempre os critérios jornalísticos nas tomadas de decisão sobre o que é que faz notícias de capa”, afirmou, considerando que a rixa na rua do Benformoso “não abriria os três telejornais se tivesse sido noutro local ou se tivesse envolvido outras populações, como em Portalegre”, afirmou.

A isso soma-se a “excessiva mediatização” do fenómeno migratório, com “filas enormes de pessoas para obter uma documentação” na sede da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), como se existisse uma “invasão”, em vez de se abordar a “ineficiência dos recursos”, acrescentou.

Pedro Góis, da Universidade de Coimbra, foi mais longe e alerta para a fragilização dessas comunidades, com a “repetição das mesmas imagens, dos mesmos locais e das mesmas pessoas que têm uma cor diferente”, como se a imigração fosse apenas aquela, quando as populações do Bangladesh, Índia ou Nepal são minoritárias no contexto dos imigrantes.

“Se eu procurar sempre os mesmos locais para ilustrar os imigrantes, e são locais muito pouco óbvios para os cidadãos, essa imagem vai funcionar como looping na memória e vamos associar os migrantes a esses locais, pode ser à porta da AIMA, da Loja do Cidadão, do Centro de Saúde ou da rua do Benformoso”, em Lisboa, acrescentou.

“A rua do Benformoso não é representativa da imigração no país”, porque “a maioria dos migrantes estão dispersos pelo território nacional e são invisíveis, pelo que não dão boas imagens”, resumiu Pedro Góis.

Em Portugal, “temos outros exemplos de ruas do Benformoso noutras comunidades. O que é a Cova da Moura se não essa representação estereotipada da comunidade cabo-verdiana em Portugal?”, questionou, considerando que os media portugueses promovem a multiculturalidade positiva noutros países mas, em Portugal, contribuem para uma “imagem de multiculturalidade negativa”.

E foi com base na “extrapolação deste estereótipo” e a partir destas imagens mediáticas sobre imigrantes que “muitos portugueses responderam ao nosso barómetro”, mesmo que “vivam em Portalegre e não tenham visto, nos últimos meses, imigrantes”.

Para Pedro Góis, que é também o diretor científico do Observatório das Migrações, é “necessário ter um olhar humano sobre estes seres humanos” e esta visão estereotipada “retira-lhes humanidade”.

Por isso, o próximo inquérito irá focar na imagem que os imigrantes têm do resto da população e o tema da visibilidade mediática será também abordado.

Muitas das declarações racistas ouvidas nos media são também passíveis de ser punidas judicialmente, porque os jornalistas são corresponsáveis da visibilidade no espaço mediático.

Este tema “exige uma autorregulação e eu gostaria muito que essa autorregulação viesse dos próprios jornalistas ou do próprio sistema mediático e não fosse imposta do exterior”, acrescentou o investigador.

Segundo o estudo, apresentado em dezembro, 63% dos inquiridos querem uma diminuição dos imigrantes do subcontinente indiano, 68% dos inquiridos consideram que a “política de imigração em vigor em Portugal é demasiado permissiva em relação à entrada de imigrantes”, 67,4% dizem que contribuem para mais criminalidade e 68,9% consideram que ajudam a manter salários baixos.

Ao mesmo tempo, 68% concordam que os imigrantes “são fundamentais para a economia nacional”.

No mesmo inquérito em que 42% dos inquiridos sobrestima o número de imigrantes em Portugal, a maioria é favorável à atribuição de direitos, como o direito de voto (58,8%), facilitação da naturalização (51,8%) ou dos processos de reagrupamento familiar (77,4%).

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Hoje nas notícias: impostos, renováveis e investimento

  • ECO
  • 16 Janeiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo prepara-se para simplificar os procedimentos para a concessão de reembolsos de IVA e rever as formalidades necessárias para a renúncia à isenção de IVA nas operações imobiliárias, além de simplificar as regras de faturação. Portugal atingiu novos recordes no campo das renováveis, mas precisa de acelerar incorporação para os 90% na produção de eletricidade para conseguir mais investimento no setor. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Finanças simplificam reembolsos de IVA e regras de faturação

O Governo vai simplificar os procedimentos para a concessão de reembolsos de IVA e rever as formalidades necessárias para a renúncia à isenção de IVA nas operações imobiliárias, sendo que as regras de faturação serão igualmente simplificadas. As alterações, que fazem parte do pacote de 30 medidas da Agenda para a Simplificação Fiscal, vão estar em cima da mesa do Conselho de Ministros desta quinta-feira. Estão ainda previstas novidades em matérias como o IUC – deixará de ser pago no mês da matrícula, mas numa data única, e poderá ser pago em duas prestações -, mas também o ISV, o IRS e o Imposto de Selo.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

Recordes nas renováveis não chegam para ganhar corrida com Espanha no investimento

2024 foi um ano de recordes no setor elétrico, em que as energias renováveis abasteceram 71% do consumo nacional de eletricidade. Do total produzido, 80,4% da eletricidade (cerca de 36,7 terawatts hora (TWh)) proveio de fonte renovável, mais 10,8% do que em 2023. No entanto, falta o que se define como “áreas de aceleração” para a energia renovável (áreas em que à partida não existem condicionantes ambientais) e planos de investimento em novos pontos de injeção na rede elétrica, além de condições para que os projetos consigam angariar financiamento. Para isso, é importante Portugal chegar primeiro que Espanha aos 90% de incorporação de renovável na produção de eletricidade, segundo o presidente da Apren.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Ex-CEO da Start Campus diz ter mil milhões para “data centers” fora do país

Afonso Salema, fundador e ex-CEO da Start Campus — cargo que se viu forçado a abandonar depois de se ter tornado arguido na Operação Influencer — criou uma nova empresa, a Terrabyte Data Centers. Com sede em Londres, no Reino Unido, é em tudo semelhante à Start Campus. “Estou a contratar equipa e a preparar uma série de localizações. Mas fora de Portugal”, contou o empresário. O investimento inicial para este novo projeto já está fechado, com um montante situado “entre mil milhões e 1,5 mil milhões de dólares”.

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Montenegro insiste com Pedro Duarte para a Câmara do Porto

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem-se esforçado por convencer Pedro Duarte, um alto quadro da Microsoft que foi requisitar para o Governo, a ser o candidato do PSD à Câmara Municipal do Porto. No entanto, o ministro dos Assuntos Parlamentares está reticente em aceitar o convite, receando uma eventual incompatibilidade com a sua carreira futura na multinacional norte-americana, que o obrigue a desvincular-se. Entre os social-democratas há ainda quem veja com bons olhos a possibilidade de uma candidatura do vice-presidente de Rui Moreira, o independente Filipe Araújo, mas fonte próxima de Pedro Duarte disse que o partido terá um “candidato próprio” à segunda maior autarquia do país.

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Mais de 3.700 profissionais do SNS atingem a idade da reforma este ano, 1.400 são médicos

São, ao todo, 3.772 os profissionais de saúde que, até ao final deste ano, estão em condições de se reformarem por atingirem a idade atual de reforma, de 66 anos e sete meses, dos quais 1.426 são médicos, estima a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). De acordo com este organismo, aposentaram-se 12.319 profissionais de saúde (pelo menos 3.800 médicos) nos últimos seis anos, mas, ao mesmo tempo, o número de médicos reformados a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) nunca foi tão alto: até novembro, contabilizavam-se 716 clínicos em funções mesmo após a reforma.

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Companhias aéreas brasileiras Azul e Gol anunciam plano de fusão

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2025

Após a fusão, as duas companhias aéreas vão continuar a existir de forma independente, podendo compartilhar aeronaves, para assim aumentar as ligações aéreas.

As companhias aéreas Azul e Gol, duas das três maiores empresas de aviação do Brasil, anunciaram na quarta-feira planos para uma “potencial” fusão, divulgaram as empresas ao mercado financeiro.

A Azul e o principal acionista da Gol, Abra, assinaram um memorando de entendimento que foi descrito como uma “fase inicial” do processo de negociação.

A participação de cada companhia aérea na empresa resultante da fusão dependerá de uma avaliação económica que terá em consideração a estrutura de capital e as previsões de receitas de cada companhia aérea no momento da conclusão do processo.

“Após a conclusão da incorporação de ações, a Gol será incorporada à Azul ou vice-versa, conforme o caso”, lê-se no documento.

O presidente do conselho da futura empresa será da Abra por um período inicial de três anos e o diretor executivo será indicado pela Azul, enquanto o conselho de administração terá três conselheiros de cada uma delas, além de três conselheiros independentes.

Após a fusão, as duas companhias aéreas vão continuar a existir de forma independente, podendo compartilhar aeronaves, para assim aumentar as ligações aéreas.

A fusão está sujeita à autorização das agências reguladoras brasileiras e à conclusão do processo de reestruturação da dívida da Gol nos EUA.

De facto, a Gol disse aos acionistas que continua focada na conclusão das restantes etapas do processo, com o objetivo de sair do processo como uma empresa capitalizada.

A companhia aérea tem uma frota de cerca de 120 aeronaves e opera 60 rotas domésticas e 16 internacionais, segundo dados da empresa. A Azul, por sua vez, tem 180 aeronaves e voa para mais de 160 destinos.

O terceiro maior player do setor aéreo brasileiro é a Latam, que será a principal rival da futura empresa resultante da fusão.

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Startups portuguesas angariaram 3,6 mil milhões de investimento em três anos. País é o 16º na Europa

Portugal ocupa o 16º lugar entre os países europeus com maior investimento em startups. Portugal Ventures e European Innovation Council estão entre os principais investidores no país.

Portugal ocupa a 16º lugar entre os 39 países europeus com mais investidores ativos na área das startups tecnológicas, registando 1.488 transações e 3,6 mil milhões de euros de investimento entre 2000 e 2023, de acordo com um relatório da Organização Europeia de Patentes (OEP), publicado esta quinta-feira. O Reino Unido lidera o investimento em startups.

Os principais investidores em iniciativas de base tecnológica em Portugal por número de transações são a Portugal Ventures (196), European Innovation Council (115), EIT Health (55), Caixa Capital (42), Startup Braga (38), Armilar Venture Partners (37), Shilling VC (33), ESA BIC PORTUGAL (33), Eurostars SME programme (31) e o Indico Capital Partners (30). De acordo com o estudo, estas entidades representam cerca de 40% do investimento em Portugal na área das tecnologias.

Conforme apurou o ECO junto da OEP, por investimento, os dez maiores investidores em iniciativas de base tecnológica em Portugal são Portugal Ventures (72,4 milhões de euros), European Innovation Council (52,2 milhões), Armilar Venture Partners (51,3 milhões de euros), Indico Capital Partners (45 milhões de euros), Caixa Capital (23,6 milhões de euros), Shilling VC (19,7 milhões de euros), Eurostars SME programme (4 milhões de euros), Startup Braga (1,3 milhões de euros) e EIT Health (1,2 milhões de euros).

As startups desempenham um papel crucial na comercialização de ideias disruptivas com grande potencial para estimular o progresso“, afirma o presidente da OEP. “No entanto, conforme destacado no relatório de Mario Draghi, muitas empresas inovadoras enfrentam obstáculos financeiros para crescer na Europa” realça António Campinos, citado em comunicado.

Muitas empresas inovadoras enfrentam obstáculos financeiros para crescer na Europa.

António Campinos

Presidente da OEP

“Este défice de financiamento dificulta a transformação da inovação em startups escaláveis, levando os empreendedores a procurar oportunidades no exterior”, diz o líder da OEP, destacando que “colmatar esta lacuna é crucial para revitalizar o crescimento sustentável em toda a Europa”.

O relatório mostra ainda que o Reino Unido, Alemanha e França lideram o financiamento total e o número de transações, com uma forte presença de investidores no setor tecnológico. Em conjunto, estes três países foram responsáveis por um total de aproximadamente 75.800 transações, com um financiamento total de cerca de 392 mil milhões de euros entre 2000 e 2023, apoiado por cerca de 6.100 investidores com uma carteira de pelo menos dez empresas que operam nos três países.

Os Países Baixos, a Suíça, a Noruega, a Suécia e a Bélgica também apresentam níveis elevados de investimento apoiado por patentes, com mais de 240.400 transações acumuladas e quase 88,5 mil milhões de euros no mesmo período.

O relatório introduz uma nova métrica – o Technology Investor Score 1 (TIS) – que mede a percentagem de empresas na carteira de um investidor que apresentaram pedidos de patentes. O estudo revela que 88% dos investidores europeus têm carteiras que incluem empresas com patentes.

Os cinco investidores mais centrais da rede europeia de co-investidores são grandes entidades públicas especializadas no financiamento de tecnologias, nomeadamente o European Innovation Council (CEI), a Innovate UK, o Programa Eurostars para as PME, a Bpifrance e o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT). O top 100 inclui também instituições públicas pan-europeias, como o Banco Europeu de Investimento (BEI) e outras agências nacionais de inovação.

O estudo demonstra ainda que “entre os investidores privados que ocupam as 100 principais posições, 62% concentram-se no financiamento da fase inicial, enquanto apenas 22% se especializam no financiamento da fase final, o que sublinha o capital limitado disponível na Europa para aumentar a escala das tecnologias e colocar as invenções no mercado. Em oposição, os “investidores privados representam 98 dos 100 investidores mais importantes da rede de co-investidores dos EUA, sendo mais de metade especializados em empresas em fases avançadas, o que reflete um maior apoio privado à expansão das empresas de alta tecnologia”.

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Mais de 20% do património líquido dos portugueses está em depósitos bancários

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2025

"Preferência por depósitos para aplicar poupanças tem representado elevado custo de oportunidade, pois oferecem um rendimento que muitas vezes nem consegue cobrir a inflação", adverte estudo.

Mais de 21% do património líquido dos portugueses está em depósitos bancários e o rendimento disponível das famílias tem crescido há quatro trimestres, segundo uma análise da Corum Investments Portugal e da BA&N Research Unit.

“De acordo com dados do BCE [Banco Central Europeu] referentes ao primeiro trimestre de 2024, cada português tinha em média 22,3 mil euros no banco em depósitos”, lê-se no documento. Este valor representa 21,2% do património líquido das famílias, a parcela de riqueza mais elevada entre os países da zona euro.

A análise “Poupança das Famílias e Política Monetária” revelou que as famílias portuguesas têm conseguido guardar uma maior parte do rendimento disponível nos últimos trimestres, devido a taxas de crescimento mais altas no rendimento, que contrastam com as despesas de consumo.

O rendimento disponível das famílias cresceu 7,9% para mais de 188.999 milhões de euros nos 12 meses terminados em junho (dados do INE — Instituto Nacional de Estatística). Por sua vez, a despesa de consumo avançou 4,6% para 169.400 milhões de euros, permitindo uma poupança de cerca de 19.000 milhões de euros.

Nos primeiros três meses de 2024, cada português tinha, em média, um património líquido de 105.000 euros, um aumento homólogo de 6%. Já em comparação com o cenário pré-pandemia de covid-19, o progresso é de 29%. “Face ao registado há 10 anos (60,7 mil euros), a riqueza média de cada português aumentou 73%”, destacou.

No que diz respeito à dívida, o peso do crédito no património líquido passou de 22,4% (há 10 anos) para 13,4% em 2024. Em março, cada português tinha uma dívida bancária de 14.000 euros, “estabilizando face ao registado no período homólogo de 2023 e um aumento de apenas 6% em 10 anos”.

Em termos da composição do património, os portugueses têm 65.000 euros em imobiliário, sendo que, há dez anos, este valor estava abaixo dos 40.000 euros. Em segundo lugar aparecem os depósitos bancários, que têm um peso de quase 50% no total dos ativos não financeiros.

A análise concluiu ainda que o peso dos depósitos em Portugal reflete-se numa exposição “muito diminuta a títulos cotados nos mercados financeiros”. O investimento em títulos de dívida caiu para quase metade desde o início da pandemia, representando agora 0,4% do património líquido.

Cada português tinha, em março, 590 euros investidos em ações, o que equivale a 0,6% do património líquido. Há 10 anos, o peso era quase o dobro e antes da pandemia estava em 0,5%. Em fundos, por seu turno, o investimento rondava os 2.720 euros, o equivalente a 2,6% da riqueza líquida.

“A preferência por depósitos para aplicar as poupanças tem representado, no ano passado, um elevado custo de oportunidade, pois estes oferecem um rendimento que muitas vezes nem consegue cobrir a inflação. É o que se perspetiva que continue a acontecer agora que o BCE está a baixar os juros”, considerou, exemplificando que quem aplicou poupança em depósitos a prazo em setembro de 2023 teve um retorno bruto de 2,3% no período homólogo.

Esta análise tem como fontes o BCE, Reuters, Banco de Portugal, Confidencial Imobiliário, IGCP — Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública e a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

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