Sindicato dos bombeiros sapadores sai de reunião sem acordo com Governo

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2025

Reunião entre o Governo e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores terminou sem acordo, com a estrutura sindical a indicar que a proposta apresentada pela tutela "é injusta".

A reunião entre o Governo e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) terminou esta sexta-feira sem acordo, com a estrutura sindical a indicar que a proposta apresentada pela tutela “é injusta” e a admitir novos protestos.

Governo e SNBS estiveram reunidos durante cerca de três horas e, no final do encontro, o presidente do SNBS, Ricardo Cunha, disse que o sindicato terá de se reunir com os bombeiros para analisar a proposta, mas que esta está ainda longe das reivindicações dos trabalhadores e não excluiu voltar às manifestações.

“Na parte salarial até estamos próximos, a diferença é de 52 euros, mas na parte do suplemento não estamos próximos, estamos a 100 euros”, explicou Ricardo Cunha à entrada do edifício sede do Governo, em Lisboa, junto dos cerca de 30 bombeiros que estiveram a acompanhar a tarde de negociações.

Este sindicato reivindica um suplemento de cerca de 300 euros para os bombeiros sapadores, valor semelhante ao que foi atribuído às forças de segurança no ano passado.

Na proposta a que a Lusa teve acesso, e que foi apresentada hoje aos sindicatos, o Governo propõe aumentos faseados até 2026 – um avanço em relação à proposta anterior, que tinha aumentos até 2027.

Já em relação ao suplemento, a proposta mantém-se igual e passa por 20% do salário base de cada trabalhador com um aumento faseado — 10% em 2025, 5% em 2026 e 5% em 2027.

O primeiro-ministro avisou na quinta-feira que o Governo esgotou a sua capacidade negocial com as entidades representativas dos bombeiros sapadores e que avançará unilateralmente sem ter em conta as mais recentes aproximações se o impasse persistir.

A reunião com o SNBS aconteceu depois de o Governo se ter reunido com os cinco sindicatos que apresentaram proposta conjunta – Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e Frente Comum -, o Governo reúne agora com o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS).

Estes cinco sindicatos não assinaram o acordo, tendo remetido a sua decisão para um comunicado a divulgar posteriormente.

No início de dezembro, o executivo suspendeu as negociações com os bombeiros sapadores, acusando-os de estarem a fazer pressão ilegítima, com um protesto que incluiu petardos, tochas e fumo junto à sede do Governo.

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DBRS revê em alta rating de Portugal

Depois de uma revisão em alta, DBRS admite voltar a fazê-lo na próxima avaliação se o rácio da dívida pública “cair para níveis significativamente mais baixos".

A DBRS reviu esta sexta-feira em alta o rating de Portugal. A notação financeira é agora de “A” elevado e a perspetiva passou para estável, uma atualização face à “notável redução da dívida pública de Portugal, sustentada por um forte desempenho orçamento, o que reforçou a sua qualidade de crédito”, justifica a agência de notação financeira canadiana.

A nova avaliação da agência de rating canadiana surge seis meses depois da última notação, altura em que manteve a notação da República em “A” — o sexto nível mais elevado da escala de classificações — tendo melhorado o outlook (perspetiva) para “positivo”.

A DBRS justifica também a “atualização com a redução significativa das vulnerabilidades externas ao longo das últimas décadas e um sistema bancário mais resiliente”. A DBRS sublinha ainda o facto de o rácio da dívida pública ter diminuído “acentuadamente” de 116,1% do PIB em 2019 para 97,9% em 2023, e a expectativa de que poderá ficar abaixo do limite de 90,0% do PIB nos próximos dois a três anos.

Uma expectativa que assenta nas previsões do Executivo de Luís Montenegro de que o rácio da dívida pública diminua para 95,9% do PIB em 2024 e continue a tendência decrescente até atingir 83,2% em 2028, graças a excedentes primários e um crescimento moderado do PIB nominal. Previsões secundadas pelo Conselho das Finanças Públicas, pelo Banco de Portugal e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que também antecipam uma descida acentuada do rácio da dívida, sublinha a DBRS.

A DBRS admite que poderá vir a rever em alta, novamente, o rating de Portugal se o rácio da dívida pública “cair para níveis significativamente mais baixos e se existirem evidências persistentes de que o país está a melhorar a sua resiliência económica e potencial de crescimento”. No entanto, uma deterioração das perspetivas de crescimento ou um abrandamento no compromisso da disciplina orçamental podem ditar uma revisão em baixa da dotação financeira.

Apesar de elogiar a significativa redução da dívida pública portuguesa, a DBRS frisa que “o nível de dívida ainda comparativamente elevado de Portugal aumenta a vulnerabilidade das finanças públicas à contração da economia e choques das taxas de juro ou à cristalização de passivos contingentes”.

“A gestão prudente da dívida e o declínio do rácio da dívida pública ajudam a mitigar os riscos associados ao ambiente de taxas de juro ainda elevadas”, sublinha a DBRS. “Os custos dos juros em percentagem do PIB são estimados em 2,1% em 2024, em comparação com 1,9% em 2022, e deverão atingir uma média de 2,1% durante o período de 2025–28, acrescenta a agência canadiana. Ainda assim, este valor é inferior aos 2,9% registados em 2019. O prazo médio da dívida pendente era de 7,6 anos em setembro de 2024, recorda a DBRS, em comunicado, o que “limita o risco de refinanciamento e abranda o aumento dos custos do serviço da dívida num ambiente de taxas de juro mais elevadas”.

De acordo com a DBRS, “a atual situação orçamental de Portugal está entre as mais fortes da zona euro”, lembrando que “Portugal registou um excedente orçamental global de 1,2% do PIB em 2023 e espera-se que registe pequenos excedentes em 2024 e 2025”.

Para a agência, a “aprovação do orçamento para 2025 é um bom presságio para a durabilidade do atual Governo no curto prazo” alertando que “a incerteza orçamental irá provavelmente aumentar ao longo do tempo”. Mas a DBRS considera que “o risco de Portugal se desviar significativamente do seu compromisso com uma política orçamental prudente é relativamente baixo”, assegurou.

A perspetiva estável reflete a opinião da agência de que “os riscos para as notações de crédito são equilibrados”, uma opinião sustentada “pelo facto de o país pertencer à área do euro e pela sua adesão ao quadro de governação económica da UE”, aliada ao “forte desempenho orçamental de Portugal desde 2016 e a posição reforçada do sistema bancário português também sustentam a notação de crédito do país”.

Para a DBRS, as “principais vulnerabilidades” de Portugal são o “elevado nível de dívida pública, a elevada dívida externa e o potencial de crescimento económico relativamente baixo”, sendo que a “gestão destas questões poderá tornar-se mais difícil se as taxas de juro se mantiverem elevadas durante um período prolongado”, alertou.

Notícia atualizada pela última vez às 22h13

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Ministra do Ambiente defende construção de pequenos projetos fotovoltaicos

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2025

Durante a inauguração da central fotovoltaica em Vilamoura, ministra do ambiente defendeu que pequenos projetos de energia renovável deviam estar "espalhados pelo país, sem perturbar a natureza".

A ministra do Ambiente e Energia defendeu esta sexta-feira, no Algarve, a construção de pequenos projetos de energia fotovoltaica por todo o país, durante a inauguração de uma central com uma capacidade de produção anual de 200 kW (quilowatt).

“A transição energética em curso tem de estar perto de todos e a população deve sentir-se parte dela. Gosto destes projetos que estão perto das pessoas”, disse Maria da Graça Carvalho durante a inauguração da Central Fotovoltaica para autoconsumo da Estação Elevatória na Praia da Marina, em Vilamoura.

Para a responsável governamental, os pequenos projetos de energia renovável deviam estar “espalhados pelo país” em espaços onde “não perturbam a natureza nem a paisagem”.

A central inaugurada está instalada num parque de estacionamento e tem uma capacidade de produção anual de 200 kW, energia que é utilizada para alimentar a estação elevatória de águas residuais da Alameda da Praia da Marina, reduzindo a dependência de fontes de energia não renováveis.

A nova infraestrutura tem 358 painéis de dupla face, podendo os equipamentos absorver a radiação solar na parte de cima, e também o calor que irradia do solo.

O investimento nesta infraestrutura foi de 240.000 euros, estando enquadrado na Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Município de Loulé.

O presidente dessa Câmara, Vítor Aleixo, agradeceu o “estímulo” dado pelo Governo no apoio à transição energética e assegurou que o município “está no caminho do futuro no combate às alterações climáticas”.

Por outro lado, Maria da Graça Carvalho também avançou que pretende “simplificar tudo o que tem a ver com o autoconsumo” das pessoas.

“É muito importante que cada um sinta que está a fazer a sua parte”, disse a ministra, acrescentando que os consumidores devem poder decidir ficar ligados à rede de eletricidade ou ficar totalmente independentes, com a sua própria produção.

A ministra começou o dia com uma apresentação dos responsáveis municipais sobre a política de ação climática de Loulé, com destaque para as áreas protegidas de iniciativa municipal, como a recente Reserva Natural Local da Foz do Almargem e do Trafal.

Em seguida visitou vários projetos amigos do ambiente com destaque para o empreendimento Arcaya, um novo condomínio residencial que se destaca pela sua forte componente de sustentabilidade, em harmonia com a natureza, e pelos elevados padrões de eficiência energética.

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Paulo Azevedo compra 300 mil em ações da Sonae

O ex-CEO da Sonae comprou 331.248 ações a um preço médio de 0,90566 euros.

Paulo Azevedo, presidente do conselho de administração da Sonae SGPS, comprou 331.248 ações da empresa a um preço médio ponderado de 0,90566 euros, o que representa um investimento de 299.998,06 euros, indicou o grupo esta sexta-feira, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Após esta transação, o antigo CEO da Sonae passa ter imputados “direitos de voto relativos à detenção direta de 1.650.067 ações” e à “detenção indireta de 4.786.242 ações”, através da sociedade por si dominada Migracom.

Paulo AzevedoRicardo Castelo

De acordo com o comunicado enviado à CMVM, as ações foram adquiririas entre 14 e 16 de janeiro e realizadas no mercado regulamentado da Euronext Lisbon.

A praça lisboeta fechou a sessão desta sexta-feira a subir 1,07% para 1.563,75, com todas as cotadas a negociarem no verde à exceção da Navigator e da Sonae — que viu as ações cair 0,22% nos 0,911 euros.

A Sonae registou um lucro de 357 milhões de euros em 2023, o que representa um aumento de 6,4% face ao ano anterior.

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Gandra d’Almeida pede demissão do cargo de diretor executivo do SNS

  • ECO
  • 17 Janeiro 2025

Diretor executivo do SNS terá acumulado funções incompatíveis e recebido mais de 200 mil euros. Ministério da Saúde aceitou demissão e anuncia sucessor "nos próximos dias".

António Gandra d’Almeida, diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pediu esta sexta-feira a demissão do cargo ao Governo, na sequência de uma reportagem da Sic Notícias que dava conta que o responsável terá recebido mais de 200 mil euros com a acumulação de funções incompatíveis. O pedido foi aceite pelo Ministério da Saúde que nomeará um sucessor “nos próximos dias”.

Foi hoje exibida uma reportagem num órgão de comunicação social que incide sobre a minha atuação profissional nos anos que precederam o exercício de funções como diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) – 2021, 2022 e 2023″, cita o Público o pedido de demissão enviado à ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Na sequência da mesma, diz, “(…) pedi, hoje mesmo, a Sua Excelência a Ministra da Saúde, que me dispense de imediato do exercício das minhas atuais funções“. António Gandra d’Almeida sucedeu a Fernando Araújo no cargo a 22 de maio do ano passado.

Segundo o responsável, a reportagem em causa “contém imprecisões e falsidades que lesam” o seu nome e, portanto, “a condição primeira para que possa servir, com toda a liberdade o SNS, os seus profissionais e os seus utentes, e honrar o convite que me foi feito pelo Governo”. Apesar das acusações, Gandra rejeita ter cometido “qualquer ilegalidade ou irregularidade”.

Momentos depois, o Ministério da Saúde divulgava um comunicado no qual informava ter aceitado o pedido do dirigente demissionário, informando que um sucessor será anunciado em breve.

“Atendendo às circunstâncias e a importância de preservar o SNS, a Ministra da Saúde aceitou o pedido de demissão. O novo diretor executivo do SNS será anunciado nos próximos dias“, lê-se no comunicado do gabinete de Ana Paula Martins.

De acordo com a notícia avançada esta sexta-feira pela Sic Notícias, no âmbito de uma investigação divulgada esta noite, Gandra terá exercido funções como médico tarefeiro em Faro e em Portimão enquanto era diretor da delegação regional do Norte do INEM, violando o estatuto do pessoal dirigente dos serviços e organismos da administração central, regional e local do Estado.

Através de uma autorização do INEM que dava a garantia de que não iria receber vencimento, Gandra terá contornado essa regra. No entanto, de acordo com os documentos a que o canal noticioso teve acesso, o atual CEO do SNS recebeu mais de 200 mil euros pelos turnos.

A Sic Notícias informa que os contratos terão sido celebrados com a empresa que Gandra d’Almeida criou com a mulher e da qual era gerente, e detalha que os contratos informam que os serviços médicos são prestados pelo cirurgião geral nas unidades hospitalares e que esse trabalho valia 50 euros por hora.

(Notícia atualizada às 22h10)

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Secretário de Estado da Administração Local investigado pelo Ministério Público

  • ECO
  • 17 Janeiro 2025

Hernâni Dias é suspeito de ter recebido contrapartidas enquanto foi autarca de Bragança. RTP teve acesso à denúncia que deu origem ao inquérito do Ministério Público e às contas das obras.

O secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território está a ser investigado pelo Ministério Público. Hernâni Dias é suspeito de ter recebido contrapartidas enquanto foi autarca de Bragança. Em causa pode estar um apartamento na freguesia de Paranhos, no Porto. O filho viveu no andar entre 2016 e 2022, na altura que estava a estudar na universidade.

A RTP teve acesso à denúncia que deu origem ao inquérito do Ministério Público e às contas das obras de ampliação da Zona Industrial brigantina continuam a levantar dúvidas.

A investigação debruça-se ainda ainda sobre a Câmara de Bragança, onde era presidente da autarquia na altura, por ter alegadamente aceitado faturas de trabalhos não realizados no valor de 800 mil euros. Em causa estava a empreitada de ampliação da Zona Industrial.

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Municípios alertam para riscos de “sustentabilidade ambiental” na dispersão de construções em solos rústicos

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2025

Associação Nacional dos Municípios diz que “é preciso criar uma base segura para a atuação que se pretende dos municípios”, com respeito pelas opções nos “instrumentos estratégicos municipais".

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) considerou, em parecer à proposta governamental de reclassificação de terrenos rústicos em urbanos para habitação, que a dispersão de construções em solo rústico deve ponderar “vários fatores e riscos”, incluindo a “sustentabilidade ambiental”.

“A dispersão de construções no solo rústico comporta uma fundamentada e sopesada ponderação de vários fatores e riscos, tanto ao nível da sustentabilidade ambiental, da guetização de pessoas, como dos encargos com a infraestruturação geral do território”, lê-se nas conclusões do parecer da ANMP.

O parecer, de 18 de dezembro, a que a Lusa teve acesso, foi emitido relativamente à proposta de decreto-lei de alteração do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), antes da versão final aprovada pelo Governo, como afirmou, no parlamento, um dos vice-presidentes da ANMP, Ribau Esteves (PSD).

A associação salientou acompanhar os objetivos da iniciativa de promoção da construção de habitação pública e acessível, bem como de soluções de venda a preços compatíveis para as famílias, afirmando que a proposta constitui “um passo nesse sentido”.

No entanto, para a ANMP, atendendo à abrangência da proposta, “que acaba por ultrapassar a finalidade habitacional, é muito importante que esta 7.ª alteração ao RJIGT se articule melhor com o restante edifício legislativo e instrumentos programáticos nacionais, em especial com as diretrizes do PNPOT [Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território] e com a Lei dos Solos”.

Para a associação, “é preciso criar uma base segura para a atuação que se pretende dos municípios”, com respeito pelas opções nos “instrumentos estratégicos municipais, desde logo na área da habitação”, e que “não propicie dúvidas quanto à sua legitimidade, quanto ao enquadramento legal destes novos ou melhorados instrumentos e à sua conformidade com todo o edifício legislativo”.

Por ser “incontornável que determinados usos do solo ou atividades” devem “localizar-se fora dos aglomerados urbanos” – por implicações de salubridade e na saúde das populações, ou acesso ágil a vias de comunicação –, a ANMP não concordou com a revogação de um artigo do RJIGT, advogando ser “da maior importância manter o procedimento simplificado de reclassificação de solo para zonas industriais, plataformas logísticas e infraestruturas de apoios ou portos secos”.

É preciso criar uma base segura para a atuação que se pretende dos municípios”, com respeito pelas opções nos “instrumentos estratégicos municipais, desde logo na área da habitação.

Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)

Na apreciação à proposta de decreto-lei, a associação reconheceu a “oportunidade e importância das medidas de flexibilização” apresentadas, na procura de medidas “mais diversificadas para responder ao problema do acesso à habitação”, embora vá “além da mera finalidade habitacional”, exigindo “algum esforço adicional de articulação ao nível legislativo”.

No documento salientou-se também que o novo regime especial de reclassificação para solo urbano com finalidades habitacionais, apenas previsto na propriedade pública, passa a incluir finalidades conexas e ‘usos complementares’”, e a ser aplicável à promoção privada de soluções de ‘habitação de valor moderado’”, considerando os preços médios de venda em território nacional ou do concelho.

O novo conceito procura “abranger o acesso pela classe média”, mas “os resultados da aplicação prática desta equação geram dúvidas e poderão resultar excessivos para muitas famílias”, como no caso de Lagos, semelhante a muitos outros municípios e não só do Algarve, cuja aplicação redundará “num preço de venda de 380.000 euros para fração de 100m2 (3.737 euros/m2)”.

O parecer notou que o RJIGT e a atual Lei de Bases de Solos “materializaram uma importante reforma do ordenamento do território” iniciada em 2014, durante um governo PSD, com “contenção dos perímetros urbanos e introdução de disciplina na transformação do solo rural em urbano”, pelo que a proposta deve articular-se nomeadamente com os vários instrumentos de planeamento territorial vigentes.

A nova geração de PDM [Planos Diretores Municipais] está a ser elaborada no pressuposto de contenção dos perímetros urbanos e introdução de disciplina na transformação excessiva do solo rural em urbano”, nota-se no documento, acrescentando também a necessidade de articulação com os indicadores estabelecidos no Relatório do Estado do Ordenamento do Território (REOT) quanto à proporção de solo urbano edificado e do número de fogos vagos (INE, 723.215).

“Qualquer análise à falta de solos destinados à construção de habitação deve procurar espelhar a realidade de cada município, em articulação com os investimentos públicos em infraestruturas urbanas, indissociáveis à prestação de um bom serviço público”, defende-se.

Nas conclusões, a ANMP recomenda que “o texto do articulado proposto deve ser melhorado”, com “adequada articulação com a restante regulação do ordenamento do território, tendo em vista a melhor e efetiva exequibilidade, pelos municípios, das medidas propostas”.

A alteração do RJIGT permitirá a reclassificação de solos rústicos em urbanos, para a construção de habitação, incluindo em áreas da Reserva Ecológica Nacional e da Reserva Agrícola Nacional.

O Bloco de Esquerda (BE), o PCP e o Livre solicitaram a apreciação parlamentar do diploma, com vista à sua revogação, mas o PS já disse que apenas pretende alterar o documento.

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CTT gastaram mais de 13 milhões e já detêm quase 3% do capital

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2025

Os CTT já detêm quase 3% do seu capital e gastaram mais de 13 milhões de euros, no âmbito do Programa de Recompra anunciado ao mercado em 19 de julho de 2024.

Os CTT já detêm quase 3% do seu capital e gastaram, no âmbito do programa de recompra de ações, mais de 13 milhões de euros, segundo um comunicado ao mercado.

Na nota, divulgada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT referiram que “à data de 16 de janeiro de 2025, a sociedade já tinha adquirido, no âmbito do Programa de Recompra anunciado ao mercado em 19 de julho de 2024, 2.853.641 ações, correspondendo o preço pago nestas aquisições a um montante total de 13.063.999 euros”.

“Em consequência, nesta data, a sociedade detém um total acumulado de 4.141.687 ações próprias, representativas de 2,99% do seu capital social”, destacou a empresa.

Os CTT detalharam ainda que, “no período compreendido entre 10 e 16 de janeiro de 2025 (inclusive), a JB Capital Markets, S.V., S.A.U. procedeu a aquisições de 145.000 ações representativas do capital social dos CTT, ao abrigo do programa de recompra de ações próprias da Sociedade e enquanto intermediário financeiro encarregue da execução do mesmo”.

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Cuatrecasas assessora Exus Renewables na aquisição de parque solar à Lightsource BP

A equipa foi liderada por Francisco Santos Costa e incluiu Miguel Lencastre Monteiro, Carolina Nogueira Martins, Piedade Pidwell Calheiros, Sara Quaresma, Daniela de Oliveira Colaço e Sofia Rosário.

A Cuatrecasas assessorou juridicamente a Exus Renewables, uma empresa líder nas energias renováveis, na aquisição do parque solar Cibele, em Rio Maior e no Cadaval, à Lightsource BP, líder global no desenvolvimento e gestão de projetos de energia renovável onshore de grande escala.

Com uma potência, a desenvolver, de 130 megawatts (MW) e uma capacidade eólica de 100MW, o parque solar Cibele vem reforçar os ativos de energia renovável que estão a ser desenvolvidos pela Exus na Península Ibérica.

A Exus prevê que as obras arranquem nos próximos meses e que a infraestrutura esteja operacional em 2026, sendo que a localização estratégica deste parque solar poderá comportar, mais tarde, uma instalação eólica. Em Portugal, a empresa está atualmente a desenvolver 200 MW de ativos eólicos e solares, com mais 70 MW em construção e 130 MW já operacionais, e, em toda a Europa, a Exus gere mais de 6 GW de ativos de energia renovável.

A equipa da Cuatrecasas envolvida na assessoria jurídica foi liderada por Francisco Santos Costa, advogado da área de Societário e M&A, e incluiu: Miguel Lencastre Monteiro, Carolina Nogueira Martins e Piedade Pidwell Calheiros, da mesma área; e Sara Quaresma, Daniela de Oliveira Colaço e Sofia Rosário, de Imobiliário e Urbanismo.

“Esta transação não só reforça o nosso compromisso de apoiar iniciativas verdes, como também reflete o nosso conhecimento na gestão de projetos complexos no âmbito das energias renováveis”, destaca Francisco Santos Costa.

A Cuatrecasas está entre as sociedades líder na assessoria jurídica em transações dos setores da energia e infraestruturas em Portugal, Espanha e América Latina (países de língua espanhola), prestando assessoria nalgumas das mais destacadas operações destes setores. Ao mesmo tempo, ocupa, ano após ano, as posições cimeiras nas tabelas comparativas de assessoria a fusões e aquisições, publicadas por agências internacionais de informação financeira, como a Mergermarket e a Transactional Track Record.

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“Não sabemos os custos indiretos” com novo aeroporto, alerta Rosário Partidário

Ex-coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente para o novo aeroporto alerta que as contrapartidas da ANA podem gerar "custos indiretos para a sociedade".

Maria do Rosário Partidário, ex-coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente (CTI) saúda o parecer do Governo em relação ao Relatório Inicial da ANA sobre a construção do novo aeroporto, salientando, no entanto, que falta ainda apurar quais são os custos indiretos que resultarão desta obra.

Já tínhamos dito que era perfeitamente possível [que os custos não viessem refletidos no Orçamento do Estado], no relatório da CTI, mas não sabemos os custos indiretos“, começou por afirmar a ex-coordenadora, em declarações à RTP 3, esta sexta-feira. Segundo a responsável, esses valores estão dependentes “das condições que venham a ser definidas”, “quer em relação às taxas e repartição de risco, quer em relação à extensão do contrato de conceção”.

De acordo com o relatório Inicial entregue pela ANA ao Governo, em dezembro, a concessionária prevê que o novo aeroporto de Lisboa custe 8,5 mil milhões de euros, dos quais sete mil milhões financiados através da emissão de dívida. Ademais, a ANA pede uma extensão da concessão em 30 anos e aumento das taxas aeroportuárias do aeroporto de Lisboa de 2026 a 2030.

“A partir do momento em que o Governo acorde numa extensão [do contrato de concessão] e que a ANA retenha taxas que possivelmente poderiam ficar do lado do Estado e do orçamento público, isso são perdas indiretas para a sociedade“, alertou Maria do Rosário Partidário.

Carlos Mineiro Aires, ex-presidente do Conselho Superior de Obras Públicas também parabeniza a decisão do Governo em dar ‘luz verde’ à obra, considerando que a contrapartidas deixadas pela ANA servem para “minimizar os riscos financeiros” da concessionária e que não irão recair sobre os contribuintes.

Ainda assim, deixa o alerta em relação aos prazos da obra: “Quanto mais se estenderem os prazos maiores serão os custos por causa da inflação“, alertou o antigo responsável pela Comissão de Acompanhamento aos trabalhos da CTI.

“Quanto mais rapidamente [se construir o aeroporto] mais rapidamente se contém os custos”, diz, admitindo um “um caminho longo” a ser percorrido agora que a obra entra em fase de consulta pública e será necessária uma nova Declaração de Impacte Ambiental. “Esses processos têm de ser acelerados”, recomenda.

O Governo informou esta sexta-feira a ANA que pretende que a concessionária avance com a preparação da candidatura à construção do aeroporto Luís de Camões e definiu como prioridades para a negociação a redução do custo total do projeto, a revisão e discussão do modelo financeiro da concessão, abreviar as fases anteriores ao início da obra para encurtar o prazo e acelerar os Estudos de Impacto Ambiental.

Segue-se um período de consulta pública aos “cinco maiores operadores aéreos e outras partes interessadas”, como prevê o contrato de concessão, bem como a entidades públicas. A ANA tem seis meses para apresentar um Relatório das Consultas com a síntese dos contributos.

A concessionária tem, ao todo, três anos para a preparação da candidatura, seguindo-se uma fase de negociação com o Governo. O Executivo propôs à ANA a assinatura de um memorando de entendimento “tendo em vista a clarificação dos momentos procedimentais que se seguem e clarificar o conteúdo pretendido pelo Concedente a incluir na candidatura ao novo aeroporto”.

Criou também a Estrutura de Gestão e Acompanhamento dos Projetos de Aeroportos para o acompanhamento técnico do contrato de concessão com a ANA e coordenar, em representação do Estado, a negociação com a concessionária sobre a construção do Aeroporto Luís de Camões e as obras no Humberto Delgado.

A construção do novo aeroporto de Lisboa nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete, que abrangem os concelhos de Benavente e Montijo, foi aprovada pelo Conselho de Ministros a 14 de maio de 2024, seguindo a localização apontada pela Comissão Técnica Independente como tendo mais vantagens.

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Ministra da Saúde não encontrou evidências de interferência para o tratamento no caso das gémeas

  • Lusa e ECO
  • 17 Janeiro 2025

Ana Paula Martins, ex-presidente do Hospital Santa Maria, recusou comentar a decisão da administração que a antecedeu por ter garantido o acesso ao medicamento Zolgensma.

A antiga presidente da administração do Hospital de Santa Maria e atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse esta sexta-feira não ter encontrado evidência de “qualquer interferência” do Presidente da República ou do ex-secretário de Estado António Lacerda Sales quanto ao tratamento das gémeas.

Nunca encontrei a mínima evidência, mínima que fosse, de qualquer interferência, contacto, carta, o que fosse, da parte nem do senhor Presidente da República, nem da Presidência da República, nem do senhor secretário de Estado António Sales, nem da secretaria de Estado, nem de ninguém“, afirmou Ana Paula Martins.

A atual ministra da Saúde foi ouvida na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com um dos medicamentos mais caros do mundo. Ana Paula Martins era presidente do Conselho de Administração Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte quando o caso foi tornado público. A antiga administradora, que já tinha sido ouvida na comissão de saúde sobre o caso das duas crianças com atrofia muscular espinal, disse que no departamento de pediatria “ia-se ouvindo um pouco essa designação de haver eventualmente casos onde tivesse havido interferência externa para estes medicamentos“.

Nas respostas aos deputados, Ana Paula Martins disse que a auditoria interna do hospital era o máximo que o Conselho de Administração poderia fazer na sequência de o caso ser conhecido. E assinalou que a auditoria concluiu que foi cumprida a lei no que toca à “admissão, tratamento e monitorização” de doentes tratados com Zolgensma no Hospital de Santa Maria, mas no que toca ao caso das gémeas, o mesmo não se aplica à marcação da primeira consulta, uma vez que as crianças foram referenciadas “pela Secretaria de Estado da Saúde, segundo o registo em dossiê clínico, como consulta marcada via telefone”.

“De acordo com a legislação que temos não é irrelevante” a origem da sinalização das crianças, defendeu. Mais à frente, rejeitou que houvesse uma lista de espera para crianças com esta doença e assinalou que não foi encontrado registo de “nenhuma criança que tivesse ficado para trás”, assinalou.

A antiga administradora disse que “é critério clínico residir em Portugal” para receber este tratamento e que, no caso das duas crianças luso-brasileiras, houve uma “intermitência em termos do contacto” entre os médicos e a família e uma “estadia prolongada no Brasil” após receberem o tratamento. Explicou ainda que as crianças tratadas com este medicamento “são avaliadas periodicamente porque o modelo de financiamento obriga a que o clínico possa ir avaliando o resultado periodicamente, porque é um modelo de partilha de risco”.

Questionada se será possível o ressarcimento do valor gasto com o Zolgensma caso se conclua que houve uma vantagem indevida, a governante disse que a auditoria não detetou “nenhuma situação ilegítima” e não saber como o hospital poderá voltar a receber esse dinheiro.

Ana Paula Martins, que foi presidente do Conselho de Administração do Santa Maria entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024, disse que teve conhecimento do caso em outubro de 2023 quando o hospital começou a receber perguntas da comunicação social e lhe chegou ao conhecimento a carta nos neuropediatras que manifestavam preocupação com a despesa que o Zolgensma acarretava. Essa carta, entregue ao anterior diretor clínico, “não estava nos arquivos do Conselho de Administração”, referiu.

Rejeita comentar decisão de antiga direção do Santa Maria

Ana Paula Martins rejeitou comentar a decisão da administração que a antecedeu por ter garantido o acesso ao medicamento Zolgensma para tratar doentes com atrofia muscular espinal. “Não faço qualquer comentário, nem farei, durante esta audição, às decisões tomadas pelo Conselho de Administração que me antecedeu”, afirmou a governante. Defendeu ainda que “compete às autoridades e ao Governo garantir que existe capacidade” de financiamento dos hospitais para obter o medicamento.

Sempre o defendi e hoje não defendo outra coisa diferente. Porque é colocar os hospitais, sobretudo em situações extremas, de custos muito elevados. Não estamos a falar de custos que possam ser absorvidos a partir de outras poupanças, como medicamentos genéricos ou biossimilares, ou outro tipo de protocolos clínicos. Tem de facto de haver uma linha de financiamento própria”, disse.

Aos deputados, Ana Paula Martins afirmou que “existem regras” e que a seu Conselho de Administração limitou-se “cumpri-las e a colocar a possibilidade mesmo, enfim, não tendo fundos, de adquirir o Zolgensma, se fosse ‘lifesaving’ (socorrismo, em tradução simples) ou se a médica nos justificasse que essa era a situação”.

Ana Paula Martins disse também que nunca teve contacto do ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales, do Presidente da República e do seu filho, Nuno Rebelo de Sousa sobre o tratamento das gémeas.

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João Massano entregou candidatura a bastonário dos advogados

Montalvão Machado é o advogado mandatário da candidatura de João Massano, o atual presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados.

João Massano já entregou nos serviços da Ordem dos Advogados (OA) a sua candidatura a bastonário. O advogado candidata-se com o lema “Devolver a Ordem aos Advogados” e escolheu Montalvão Machado para mandatário nacional.

Para João Massano, “há dois anos e meio, quando me recandidatei à presidência do Conselho Regional de Lisboa (CRLisboa), sentia-me dividido entre o trabalho que ainda tinha por fazer e uma vontade de devolver o prestígio à Ordem, com uma possível candidatura a Bastonário”. Para o mesmo, “essa divisão emocional entre dois projetos já não existe. Neste momento, uma candidatura que devolva a Ordem à Advocacia e aos Advogados é mais importante”.

O advogado lança esta candidatura a Bastonário porque acredita “que há outro caminho – um caminho melhor – para a Ordem dos Advogados. Um rumo que permita devolvê-la ao seu posicionamento original, de instituição que tem competências fundamentais”. Competências como “defender o Estado de Direito e colaborar na administração da Justiça, representar a profissão de advogado e reforçar a solidariedade entre os Advogados, promover o acesso ao conhecimento e aplicação do direito e contribuir para o desenvolvimento da cultura jurídica e ser ouvida na construção legislativa relevante para o exercício da Advocacia e o patrocínio judiciário em geral e colaborar na sua alteração para melhor”.

O mesmo acredita que, nos últimos anos, “estas competências têm sido descuradas, com efeitos perniciosos para a credibilidade da Ordem e para a reputação da Advocacia e de todos os Advogados. Assim, esse posicionamento, que considera errado, tem consequências: um clima de desunião e mal-estar na classe, que tem afastado os Advogados da vida da Ordem (que começa logo no próprio voto para eleição dos seus órgãos), uma erosão da reputação e da notoriedade da Ordem e, claro, da Advocacia, levando mesmo a que algumas portas se venham fechando ao seu contributo para construir uma Justiça melhor”.

O Conselho Geral da Ordem dos Advogados marcou as próximas eleições para os vários órgãos da instituição para 18 e 19 de março para a primeira volta e, caso aconteça, 31 de março para a segunda volta.

Licenciado em Direito desde 1994, ano em que concluiu a licenciatura, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Inscrito na Ordem dos Advogados pelo Conselho Distrital de Lisboa com a cédula profissional desde 19 de fevereiro de 1997.

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João Massano, presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos AdvogadosHugo Amaral/ECO

Em 2004 tornou-me sócio fundador da ATMJ. Mestre em Direito em 2006, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa manteve uma carreira académica durante cerca de 17 anos, como docente universitário na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, na Universidade Lusófona e na Universidade Moderna. Agora trabalha em prática individual, com escritório próprio.

Ligado ao Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados desde 2011. Primeiro, como Vogal-Tesoureiro do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, para o triénio 2011-2013, e, nos dois mandatos seguintes, como Vice-Presidente responsável pelo pelouro da Formação, nos triénios 2014-2016 e 2017-2019. Em novembro de 2019, foi eleito Presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados. Mandato que foi renovado há quase dois anos.

Lista de membros

  • Vice-presidentes: Maria Eduarda Proença de Carvalho (Lisboa), Filipe Pimenta (Cascais), Paula Ponces Camanho (Porto),
    Manuel Protásio (Lisboa) e Carlos Peixoto (Seia);
  • Vogal Secretária: Judith Minas (Lagos);
  • Vogais: Ágata Bulha (Almancil) , André Matias de Almeida (Lisboa), Ana Rita Babo Pinto (Lisboa), Bernardo Tranquada Gomes (Funchal), Conceição Figueiredo Lopes (Matosinhos), Carlos de Faria (Braga), Felícia Mourinha Ramalho (Estremoz), Carlos Mateus (Póvoa de Varzim), Marta Pinto Figueira (Coimbra), Clélio Toste de Meneses (Açores), Ivo de Almeida (Sobreda); Rita Brazete (Viseu), Jorge Humberto Bonifácio (Mafra) e Nuno Ricardo Guilherme (Loures).

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