Montenegro recusa entregar provas dos trabalhos da Spinumviva à Entidade para a Transparência

  • ECO
  • 27 Junho 2025

Primeiro-ministro interpôs recurso da decisão da Entidade para a Transparência que exigia o envio de provas dos serviços prestados pela Spinumviva aos seus clientes.

A Entidade para a Transparência (EpT) exigiu ao primeiro-ministro o envio de provas dos serviços prestados pela Spinumviva, empresa da sua família, aos seus clientes. No entanto, Luís Montenegro discordou da decisão da EpT, não entregando a prova desses trabalhos e interpondo um recurso no Tribunal Constitucional contra a decisão do organismo, revela o Correio da Manhã (acesso pago).

O recurso deu entrada no Tribunal Constitucional este mês e, segundo informou o Palácio Ratton, “encontra-se a ser tramitado nos termos legais aplicáveis e não foi ainda objeto de apreciação, não se prevendo sequer que possa sê-lo antes do termo das férias judiciais”. De “natureza confidencial”, por “envolver elementos e informações abrangidos pelo sigilo a que se refere o artigo 12.º do Estatuto da EpT”, acrescenta que “não é possível antecipar, nesta fase, qual o sentido da decisão”.

A exigência destas provas ocorreu na altura em que a Entidade para a Transparência obrigou o primeiro-ministro, nos termos da Lei n.º 52/2019, que controla a riqueza dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, a declarar os clientes da Spinumviva, o que Luís Montenegro acabou por fazer no final de abril.

Por outro lado, o Procurador-Geral da República espera que a averiguação preventiva ao caso Spinumviva esteja concluída até 15 de julho, embora não deixe garantias que isso aconteça. Em entrevista à Radio Observador, Amadeu Guerra fala da “admiração por Luís Montenegro”, mas garante que “se houver fundamento para abrir inquérito, [abrirá] inquérito, como é evidente, como acontece para todos os cidadãos”.

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Governo antecipa descida do IRS para agosto com receio do abrandamento da economia

  • ECO
  • 27 Junho 2025

Redução das taxas de IRS já em agosto tem como objetivo aumentar o consumo no verão, com o Governo a temer um abrandamento da economia.

O Governo prepara-se para antecipar a prometida descida adicional de IRS em 500 milhões de euros para que entre em vigor já no início de agosto, avança o Expresso (acesso pago). O objetivo é aumentar o consumo no verão e tentar travar o abrandamento da economia, uma preocupação assumida, para já, apenas nos corredores do poder.

Um membro do núcleo duro do Executivo, não identificado pelo semanário, justifica a entrada rápida em vigor da medida com o período de férias e o início das aulas em setembro, garantindo que “não tem relação” com as eleições autárquicas, previstas para o outono. Mas esta antecipação esconde o receio de que o crescimento económico deste ano possa ficar abaixo das previsões (2,4%), com fontes do Executivo a admitirem este cenário como possível.

No primeiro trimestre, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a economia registou uma contração de 0,5% face aos três meses anteriores, uma desaceleração pesada face aos 1,4% registados no último trimestre de 2024 – com uma redução do consumo privado. Se os dados até ao final deste mês mostrarem nova contração, o país entra tecnicamente em recessão.

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Loja centenária lisboeta de ginjinha promete resistir ao fecho nos tribunais

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Com ordem para encerrar a loja na próxima segunda-feira, o gerente da Ginjinha Sem Rival, em diferendo com o proprietário do edifício, um empresário alemão, assegura que vai manter as portas abertas.

A histórica loja Ginjinha Sem Rival, instalada na zona histórica de Lisboa desde 1890, tem ordens para fechar portas no final do mês, mas o gerente promete “lutar até ao fim”, nem que seja nos tribunais.

Em causa está um diferendo entre o gerente da Ginjinha Sem Rival, Nuno Gonçalves, e o atual proprietário do edifício, Axel Gassnann, um empresário alemão que instalou no mesmo prédio um hotel e que denunciou o contrato de arrendamento da loja centenária, situada na Rua das Portas de Santo Antão, a poucos metros da Praça do Rossio.

A mediar este conflito está a Câmara Municipal de Lisboa, através do vereador responsável pelo programa “Lojas com História”, Diogo Moura, que admitiu à agência Lusa que o desfecho mais previsível é este diferendo acabar a ser esgrimido nos tribunais.

Alheios a este problema, centenas de turistas continuam a entrar diariamente na Ginjinha Sem Rival para provar o tradicional licor de ginja, deixando Abílio Coelho, há mais de 50 anos atrás do balcão deste estabelecimento, sem mãos a medir.

Com um rosto mais fechado, o gerente deste espaço centenário, Nuno Coelho, bisneto do fundador, lamentou a intransigência do atual senhorio em anuir a permanência deste negócio com a mesma gerência.

“A posição do senhorio é totalmente irreversível. Há mais de um mês que não mostra qualquer vontade, nem de dialogar connosco, nem com a Câmara Municipal de Lisboa, porque acha que tem o direito de ficar com a loja. Nós não concordamos e, portanto, serão os tribunais a decidir”, afirmou.

Nuno Gonçalves referiu ainda que recebeu uma proposta “irrisória” de Axel Gassman para a aquisição da Ginjinha, classificando-a como “inaceitável”. “A minha família até a considerou, além de inaceitável, ofensiva, porque o senhor ofereceu 250 mil euros por este negócio de 135 anos”, frisou.

Ainda que tenha ordem para encerrar a loja na próxima segunda-feira, o gerente da Ginjinha Sem Rival assegurou que vai manter as portas abertas até que um tribunal determine que as feche.

“Vamos manter o nosso ritmo de trabalho normal e, muito provavelmente, o senhor irá pôr uma ação de despejo, à qual nós iremos contestar em tribunal porque achamos que estamos protegidos como Loja com História até ao final do ano de 2027”, argumentou.

A Ginjinha Sem Rival, criada em 1890, é uma das 162 lojas distinguidas pela Câmara e Lisboa no âmbito do programa Lojas com História, criado com o objetivo de proteger estabelecimentos emblemáticos da cidade.

A legislação em vigor garante proteção dos contratos até ao final de 2027, sendo esse o entendimento tanto da gerência da Ginjinha Sem Rival, como da Câmara de Lisboa, segundo disse à Lusa o vereador com o pelouro das Lojas Com Historia, Diogo Moura.

“A Câmara está a acompanhar este processo e tem um entendimento sobre aquilo que é o reconhecimento destas lojas e esta distinção que é aplicada nos seus estabelecimentos. A lei define que há uma proteção legal destes contratos até dezembro de 2027 e esse é também o entendimento do inquilino”, observou.

Reconhecendo os limites da sua intervenção numa disputa entre privados, o autarca assegurou estar a fazer tudo o que a lei permite para evitar o fecho da Ginjinha Sem Rival e disponibilizou-se para ter uma intervenção jurídica, caso o diferendo avance para os tribunais.

Paralelamente, Diogo Moura referiu que a Câmara de Lisboa está a ultimar uma proposta de revisão do regulamento das Lojas com História, para permitir o alargamento do número deste tipo de estabelecimentos e explicou que esse trabalho está a ser realizado com a colaboração de 14 municípios.

O vereador defendeu também uma alteração da lei por parte do Governo que permita “clarificar os direitos dos novos contratos de arrendamento e reforçar a proteção de negócios que, para além do valor histórico, demonstre viabilidade económica e relevância cultural”.

Por sua vez, numa resposta enviada à agência Lusa, fonte oficial da Europe Hotels International (EHI), detentora do prédio da Ginjinha Sem Rival, disse esperar que o espaço esteja desocupado na segunda-feira, mas manifestou a sua disponibilidade para um entendimento.

“A EHI afirma continuar aberta a um entendimento, reiterando que existe uma proposta financeira, “muito vantajosa”, apresentada aos responsáveis pela Ginjinha Sem Rival, que permitiria a mudança da loja para outro local, mantendo a produção e alargando até a distribuição da bebida no próprio hotel. A empresa considera que a solução está nas mãos dos arrendatários, apelando ao “bom senso” para evitar que o caso avance para tribunal.

A mesma fonte assegurou ainda que o objetivo passa por manter a loja com a sua traça original e a venda de ginjinha ao público, como atualmente, mas com a realização de obras de reabilitação, tanto no interior como no exterior.

“Sobretudo, pretendemos renovar o espaço e melhorar a sua imagem mantendo totalmente a tradição. Temos uma visão no sentido de manter as tradições de Lisboa e da sua cultura. Não queremos adulterar as tradições de Lisboa, por isso, a decisão de manter a loja, o seu conceito e a inserção de uma imagem de qualidade da loja na baixa pombalina”, sublinha a EHI.

Para o atual proprietário do prédio da Ginjinha Sem Rival, o contrato do estabelecimento já não está abrangido pelas regras das Lojas com História, uma vez que a gerência celebrou em 2014 um novo acordo com a empresa russa que detinha anteriormente o edifício.

Este diferendo está a mobilizar cidadãos e associações da capital, como o Fórum Cidadania LX, uma das entidades que fomentou a criação do programa Lojas com História e que agora lamenta o possível encerramento de mais um estabelecimento comercial centenário.

“Realmente é uma tristeza que estejamos aqui agora, numa loja que foi classificada no Lojas com História, com os mesmos problemas que tínhamos há 15 anos, quando a loja também esteve ameaçada, mas ainda não havia Lojas com História”, refere Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania Lx.

Paulo Ferrero lembrou que a criação do Lojas Com Historia se deveu, em parte, a uma mobilização popular para proteger a Ginjinha Sem Rival.

Para o ativista, o risco de encerramento de esta e de outras lojas centenárias de Lisboa deve-se à ausência de uma política de urbanismo comercial estruturada e criticou o facto de as decisões camarárias nem sempre protegerem o património da capital.

Apesar do fim do prazo do contrato, a Ginjinha Sem Rival promete continuar de portas abertas, servindo o tradicional licor a lisboetas e turistas. Entretanto, no dia 5 de julho, pelas 20:00, está prevista uma ação de solidariedade junto à entrada do estabelecimento, aberta a toda a comunidade.

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Ganhar visibilidade, afirmar identidade e inspirar o país: o impacto real de vencer o Prémio Autarquia do Ano

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  • 27 Junho 2025

Ao vencer 15 galardões, na edição passada, Freixo de Espada à Cinta conquistou reconhecimento nacional e reforçou a confiança nas políticas públicas que tem vindo a implementar.

Em 2024, Freixo de Espada à Cinta foi o Município mais premiado na cerimónia do Prémio Autarquia do Ano, arrecadando 15 distinções, incluindo dois Grandes Prémios. Quase um ano depois, o município continua a demonstrar que o investimento em políticas públicas ajustadas à identidade do território é uma via sólida para o desenvolvimento sustentável, o reconhecimento externo e, sobretudo, o bem-estar da população. Neste sentido, o município partilha o impacto do prémio, as aprendizagens no terreno e a importância de valorizar as boas práticas que nascem fora dos grandes centros urbanos.

Quase um ano depois de terem sido distinguidos com o Prémio Autarquia do Ano, que impacto é que o projeto vencedor continua a ter na comunidade local?

O impacto registado pela atribuição destes 15 galardões ao Município de Freixo de Espada à Cinta tem sido extremamente positivo e de uma grande importância para o desenvolvimento e para o reconhecimento nacional e internacional do concelho, que tem vindo a ser notado e alvo de exemplo pelos seus projetos, implementados e reconhecidos pela vossa iniciativa, que destacam áreas de grande relevo para a população e para o território. Estes projetos continuam a fazer parte da vida quotidiana do concelho de Freixo de Espada à Cinta, aplicados e reajustados, com vista à sua contínua melhoria, sempre que necessário.

Que desafios enfrentaram e que aprendizagens retiraram ao longo do caminho?

Para projetar todos estes programas, de grande impacto em várias áreas, é necessária a realização de um estudo contínuo das necessidades da nossa população e do nosso território, assim como a salvaguarda, preservação e respeito pelo passado, pela essência e identidade do concelho. É imprescindível também atender às necessidades e problemáticas do presente, às várias questões que dominam a atualidade e àquilo que se pretende para um futuro coeso e sustentado. Basicamente, todas as medidas/projetos que têm vindo a ser implementados no concelho de Freixo de Espada à Cinta são regidas por dois pilares: “praticar o Interior”, “respeitar o passado, trabalhar o presente e projetar o futuro”. Foi nesta base que se construíram estes projetos, implementados e adaptados à nossa realidade, e continuarão sempre a ser alvo de monitorização, uma prática que pretende levar a que funcionem cada vez melhor.

O que representou para a vossa autarquia vencer o Prémio Autarquia do Ano?

À semelhança dos anos anteriores em que o Município tem vindo sempre a ser reconhecido e, de ano para ano, a somar cada vez mais prémios, a cerimónia de 2024 representou um momento único e inesquecível devido ao facto de Freixo de Espada à Cinta ter sido a Autarquia mais galardoada a nível nacional e, também, por ter arrecadado 2 Grandes Prémios (um deles, o Grande Prémio Especial Jurados). Vencer todos estes galardões é um orgulho imenso, um reconhecimento que vem comprovar que o trabalho que tem vindo a ser implementado em prol da população e do concelho é alvo de exemplo a nível nacional e traz um grande impacto positivo.

Para além disto, estes galardões são também prova de que estas medidas são benéficas para o nosso concelho, que é e sempre será a prioridade, e que hoje mostra que é capaz de posicionar e ombrear com os grandes Municípios do País, assumindo posições de elevado relevo e de reconhecido mérito no que se refere às boas e inovadoras práticas desenvolvidas em prol do interesse público e da qualidade de vida e bem-estar dos Munícipes. O caminho agora passa pela continuidade na aposta de sucesso que é a defesa do território, do património histórico, cultural e natural, das tradições, na inovação e na salvaguarda da identidade do concelho de Freixo de Espada à Cinta que, ano após ano, tem vindo a provar que a dimensão geográfica é apenas um número e que os projetos de grande envergadura só parecem impossíveis até estarem feitos.

Qual é a importância de existirem prémios como este para valorizar o trabalho que é feito pelas autarquias?

Consideramos que é de enorme importância existirem este tipo de prémios que reconhecem as boas práticas e medidas inovadoras aplicadas pelas autarquias em prol dos seus territórios e das suas populações. Em Freixo de Espada à Cinta procuramos diagnosticar as vulnerabilidades e apresentar respostas que se adequem às caraterísticas do nosso tecido social. Nos últimos 4 anos temos vindo a assistir a um contínuo e sustentado desenvolvimento, sempre de forma sustentada, que nos tem permitido alcançar patamares de reconhecimento nunca antes imaginados. Este é um trabalho árduo que nunca se encontra terminado, mas que tem sido efetuado com imenso orgulho e sentido de “dever cumprido”.

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Comissão da Carteira de Jornalista volta a ir a votos para eleger presidente. Vai manter-se o impasse que dura há cinco meses?

A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista está sem liderança desde fevereiro por empate nas votações. Vai novamente a votos esta sexta-feira, mas tudo indica que o impasse se mantenha.

Sem presidente desde fevereiro por empate nas votações, a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) volta a ir a votos, num plenário que tem lugar durante a manhã desta sexta-feira. Acabar-se-á com o impasse na cooptação do presidente da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas esta sexta-feira? A perspetiva é que o mesmo se mantenha, uma vez que os dois grupos que votam defendem posições diferentes.

Em causa está o facto de os membros eleitos pelos jornalistas considerarem que deve ser um jornalista a presidir ao órgão, enquanto os membros eleitos pelos operadores do setor da comunicação social não apresentam uma linha de critério tão “fechada”, apontando inclusive que a lei defende que o elemento a ser eleito deve ser um “jurista” e não um jornalista.

Sublinhe-se que o presidente da CCPJ tem de ser “um jurista de reconhecido mérito e experiência na área da comunicação social, cooptado, por maioria absoluta, pelos oito jornalistas que compõem a CCPJ”, lê-se no Regime de Organização e Funcionamento da CCPJ e da Acreditação Profissional dos Jornalistas.

A jornalista e jurista Luísa Meireles e o advogado Henrique Pires Teixeira foram os candidatos indicados pelas partes até aqui e que levaram ao impasse, ao dividirem por igual o número de votos, não conseguindo nenhum deles obter a maioria prevista na lei. Os membros da CCPJ indicados pelos operadores do setor consideram que Luísa Meireles, atual diretora de informação da agência Lusa, não é a pessoa indicada para o cargo, e os eleitos pelos jornalistas defendem que a pessoa a ser eleita presidente deve ser jornalista.

Para o plenário desta sexta-feira, Luísa Meireles voltará a ser a proposta dos membros eleitos pelos jornalistas, enquanto os membros designados pelas empresas de comunicação social vão apresentar nome de uma outra pessoa, também jurista (e não jornalista), sabe o +M.

Luís Mendonça, um dos elementos da CCPJ designados pelos operadores do setor, diz que os dois nomes (de Luísa Meireles e de Henrique Pires Teixeira) “já não fazem parte da equação”, referindo que perante o impasse que se tem verificado “ficou combinado” no último plenário a apresentação de uma “terceira via”, ou seja, de outros candidatos, por ambas as partes.

Neste sentido, Mendonça diz que os elementos eleitos pelos jornalistas não selecionaram uma outra pessoa e que lançaram comunicados, aos quais os membros designados pelos operadores do setor foram “obrigados a reagir”. O jornalista e diretor do Notícias de Vila Real acrescenta ainda que os jornalistas designados pelos operadores do setor tinham a intenção de dar a conhecer previamente o nome que vai ser proposto esta sexta-feira em plenário mas que, após as “posições públicas” tomadas, tal não aconteceu.

Já Alexandra Correia, dos elementos eleitos pelos jornalistas, defende que a apresentação de uma terceira via foi “uma sugestão”, não tendo isso ficado efetivamente combinado. Segundo a porta-voz, essa opção não foi recusada pelos eleitos pelos jornalistas, mas também não houve um comprometimento em apresentar outro nome, até porque o nome que têm indicado é “fortíssimo” e “credível”.

“Se quiserem apresentar uma terceira via não recusamos. Estamos empenhados numa solução”, diz ao +M, embora sublinhando que o voto em alguém que não seja jornalista “está fora de questão”. Os eleitos pelos jornalistas defendem inclusive uma revisão da lei para que o presidente da CCPJ não tenha, obrigatoriamente, de ser jurista.

Luís Mendonça concorda que eventualmente se mude a legislação nesse sentido, mas que agora o importante era conseguir-se chegar a um consenso, apontando que os eleitos pelos jornalistas “não querem negociar”. Além disso, tendo a presidência dos últimos dois mantados sido assumida por jornalistas, “talvez seja hora de voltar a um jurista”, diz, relembrando que a última presidente, Licínia Girão, foi eleita por proposta dos eleitos pelos jornalistas, tendo três destes acabado por renunciar depois ao cargo durante o seu mandato por “divergências” com a presidente.

Espero que consigamos chegar a um consenso. Era importante, principalmente nesta altura de véspera de negociações“, diz também Alexandra Correia, tendo em conta a recente tomada de posse do Governo que anunciou a pretensão de avançar com alterações legislativas de fundo relacionadas com o setor.

No plenário desta sexta-feira, os membros eleitos pelos jornalistas deverão assim manter a aposta no nome da jornalista e jurista Luísa Meireles, enquanto os membros designados pelos operadores do setor vão apresentar um outro nome, sendo também ele jurista e não jornalista.

Com os membros eleitos pelos jornalistas a defenderem afincadamente que a presidência da CCPJ deve ser de um jornalista e com os elementos designados pelos operadores do setor a não validarem o nome de Luísa Meireles, é expectável que o impasse, que já dura há cerca de cinco meses, se mantenha.

Membros eleitos pelos jornalistas não abdicam de jornalista na presidência

Perante o impasse na cooptação do presidente da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas, e já depois do último plenário, os jornalistas eleitos lançaram também um comunicado onde reafirmaram “o seu compromisso inicial, assumido desde o momento da sua candidatura: manter um jornalista à frente da CCPJ”.

Segundo estes, “o órgão que regula uma classe profissional deve ser liderado por alguém que conheça, entenda e viva a profissão que rege“. Ora, salientam, num momento em que os jornalistas eleitos para a CCPJ defendem que “esse ponto deve ser uma das prioridades na discussão com o Governo”, não podem aceitar que o presidente daquele órgão “não subscreva” aquela que é uma das suas preocupações.

Apesar de discordarem da exigência de que a Comissão seja presidida por um jurista, os jornalistas eleitos — “como a lei assim o exige” — salientam ter indicado Luísa Meireles por se tratar de “um nome relevante na profissão e que, simultaneamente, cumpre o requisito de jurista, imposto pelo regime legal”.

Para os jornalistas eleitos para o plenário, a prioridade é “lutar pelo reforço da dignidade da CCPJ, resistindo a tentativas de intromissão que ponham em causa a sua independência”. Neste sentido, sustentam, e “num momento em que o Governo anunciou alterações legislativas de fundo, como a revisão do Estatuto dos Jornalistas que pretende inclusivamente definir o ‘ato jornalístico’, a vasta experiência e indiscutível mérito de Luísa Meireles será uma mais-valia para a CCPJ”.

Sindicato também apoia eleição de jornalista

Entretanto, também o Sindicato dos Jornalistas (SJ) reagiu ao impasse na eleição, observando que o mesmo é “nocivo“. O SJ, no entanto, apontou baterias aos membros da CCPJ designados pelas empresas de comunicação social.

Receamos que a inflexibilidade até aqui demonstrada pelos membros indigitados pelas organizações patronais leve a um maior desgaste e descredibilização da CCPJ, órgão que está fragilizado, em particular, pelo subfinanciamento que dificulta o objetivo dos serviços de exercerem uma fiscalização mais eficaz às violações ao Estatuto dos Jornalistas”, referiu em comunicado na semana passada.

Condenando “a tentativa de menorização dos jornalistas que significaria a escolha de um elemento estranho ao jornalismo” para regulação da profissão, o Sindicato disse ainda não poder aceitar “esta tentativa de regresso ao passado” por entender que o órgão regulador da atividade dos jornalistas deve ser presidido por jornalistas, como sucedeu nos dois mandatos anteriores.

A escolha por Luísa Meireles “tem o total apoio do Sindicato dos Jornalistas, que vê na atual diretora da agência Lusa uma “pessoa com uma sólida experiência, um currículo profissional e uma postura social que são garantia de seriedade, rigor e independência para o exercício das funções”. Por isso, disseram ainda não entender o veto a Luísa Meireles “por parte dos membros indigitados pelas organizações patronais e empresariais”.

Para o SJ, este impasse “artificializado na cooptação da pessoa presidente só serve para impedir a resolução dos problemas efetivos, e mostra a necessidade de o plenário da CCPJ passar a ser constituído, exclusivamente, por jornalistas eleitos entre pares”.

Reação dos jornalistas designados pelas associações

Perante a tomada de posição por parte do Sindicato dos Jornalistas, a reação dos membros designados para a CCPJ pelas associações não se fez tardar, tendo os mesmos “repudiado” as declarações emitidas pelo Sindicato dos Jornalistas. O comunicado do Sindicato revelava “uma visão profundamente sectária e divisionista dos profissionais do setor, que em nada contribui para a estabilidade e eficácia da CCPJ“, apontaram.

Na nota enviada pela Associação Portuguesa de Imprensa (API) e assinada ainda pelos representantes dos Operadores de Televisão, Associação Portuguesa de Radiodifusão e Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, lia-se que “os jornalistas designados para a CCPJ pelos operadores do setor da comunicação social repudiam as declarações emitidas pelo Sindicato dos Jornalistas, considerando-as desinformadas, divisionistas e lesivas da credibilidade do órgão regulador“.

“Os jornalistas designados pelos operadores do setor lamentam que o Sindicato insista numa retórica que não só desinforma como procura dividir artificialmente os jornalistas, promovendo uma visão redutora do pluralismo e da legitimidade que deve reger este órgão regulador”, acrescentava-se no comunicado.

Enquanto o Sindicato dos Jornalistas (SJ) considerou que o impasse na cooptação de quem vai presidir à CCPJ, que se prolonga há cinco meses, os representantes dos operadores “reafirmam a legitimidade do processo em curso, bem como a necessidade de preservar a CCPJ como uma entidade reguladora da atividade jornalística, plural, independente e isenta de lógicas corporativas ou sindicais”.

Consideram também que a CCPJ “não é, nem pode ser, uma extensão do sindicato”, salientando que “existe para defender a atividade jornalística, e não exclusivamente os jornalistas — essa é a função do sindicato, que deveria concentrar-se em cumpri-la com maior responsabilidade e menos ingerência em processos institucionais democráticos”.

Segundo o comunicado, “a acusação de atraso no processo de cooptação do(a) Presidente da CCPJ é, além de infundada, um exemplo flagrante de desonestidade intelectual“, acrescentando que “desde o primeiro momento em que o atual Plenário tomou posse (a 19 de fevereiro) sempre existiu, da parte dos jornalistas designados pelos operadores do setor, um candidato à presidência da CCPJ: o advogado Henrique Pires Teixeira”.

Os representantes dos operadores atribuem a culpa do atraso aos jornalistas “eleitos através da lista apresentada pelo Sindicato”, assegurando que pediram dois adiamentos, em março, e que “o nome de Luísa Meireles [diretora de informação da Lusa] surgiu pela primeira vez no Plenário de 1 de abril”.

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Governos de direita mexem mais nas direções-gerais, esquerda prefere institutos públicos

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Conheça as conclusões do estudo "Continuidade e Mudança nas Políticas Públicas em Portugal", da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que analisou dados de 3.000 entidades da administração pública.

A maioria das mudanças nos dirigentes da administração pública acontece em momentos de alternância partidária, sendo que os governos de direita tendem a mexer mais nas direções-gerais, enquanto a esquerda opta tendencialmente pelos institutos públicos.

A conclusão faz parte do estudo “Continuidade e Mudança nas Políticas Públicas em Portugal”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), que analisa as três principais ferramentas à disposição dos governos para controlarem a direção das políticas públicas: as reorganizações administrativas, as alocações orçamentais e as nomeações para cargos dirigentes.

“Os governos tendem a utilizar as nomeações para cargos superiores como uma forma de garantir que a administração pública vai agir conforme as suas preferências políticas, especialmente em momentos de alternância partidária”, aponta o estudo elaborado por António F. Tavares, Patrícia Silva e Pedro J. Camões e que analisa a evolução das políticas públicas entre 1976 e 2020.

Segundo os investigadores, que analisaram dados de mais de 3.000 entidades da administração pública (AP), incluindo 1.692 nomeações de dirigentes de 1.º grau, as políticas públicas em Portugal têm demonstrado uma tendência de estabilidade, pelo que a alternância de governos é o principal fator que leva a mudanças minimalistas e moderadas.

No que toca às lideranças da AP, “mais de metade nas nomeações estudadas (64%) aconteceram em momentos de alternância de partidos no governo”, enquanto nos períodos sem alternância “as nomeações tendem a ocorrer com mais frequência a meio do mandato”.

Em termos setoriais, o estudo revela que áreas como a saúde e a educação sofrem mais mexidas de lideranças em momentos de transição política (42%), em contraste com os setores técnicos, que apresentam apenas 25% de renovação nessas circunstâncias.

Há também diferenças entre o tipo de entidades, bem como a ideologia dos partidos no poder. Segundo o estudo, os institutos públicos, bem como as inspeções-gerais tendem a sofrer mais alterações nas suas lideranças com a mudança partidária de governo, ao passo que nas direções-gerais, “mais próximas do controlo ministerial, as mudanças são menos frequentes”, lê-se.

em termos de ideologia política, “os governos de direita preferem nomear para as direções-gerais, enquanto os governos de esquerda nomeiam mais frequentemente para os institutos públicos”.

“Estes resultados sugerem que os governos de esquerda procuram controlar um perímetro maior da administração (…) Em paralelo, não deve ser descurada a hipótese de que estas dinâmicas possam também estar relacionadas com uma estratégia de mobilização de um dos seus grupos eleitorais mais significativos — os funcionários públicos — como parte de um esforço para reforçar a base de apoio político”, concluem.

Ao mesmo tempo, o estudo da FFMS revela que governos de esquerda tendem a nomear mais líderes para institutos públicos nas áreas sociais e técnicas, enquanto os de direita se concentram nas direções-gerais, sem distinção entre setores.

Quanto ao processo de recrutamento de novos dirigentes, o recrutamento interno é o mais utilizado, o que, segundo os investigadores, revela que, “além das preocupações com a sintonia entre governos e dirigentes, é também valorizado o conhecimento interno existente na administração pública”.

E também neste prisma há diferenças consoante a ideologia: a esquerda valoriza mais a experiência no setor público na escolha de dirigentes, enquanto a direita prioriza profissionais do setor privado.

Por outro lado, de uma forma global, os investigadores apontam que “a ideologia dos partidos no governo pode ser um fator determinante” na concretização das mudanças nas políticas públicas.

“Os governos liderados por partidos de direita tendem a focar-se em fusões e extinções de entidades, especialmente em períodos de crise económica, ao passo que os governos de esquerda priorizam a criação de novas entidades e mantêm uma maior continuidade em contextos de estabilidade económica”, sustentam.

Acrescentam que a alternância partidária e o apoio maioritário no parlamento “tendem a surgir associados a mudanças mais frequentes e significativas”, enquanto governos minoritários “demonstram uma maior tendência para a estabilidade nas estruturas da administração pública”.

No que respeita ao orçamento disponível, predominam as pequenas alterações, mas observam-se diferenças entre instituições: as direções-gerais são mais afetadas por cortes orçamentais do que os institutos públicos, enquanto as inspeções-gerais apresentam menos alterações drásticas.

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Hoje nas notícias: impostos, Spinumviva e educação

  • ECO
  • 27 Junho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo vai acelerar a entrada em vigor da descida adicional do IRS. O primeiro-ministro discordou da decisão da Entidade para a Transparência de fazer prova dos serviços prestados pela Spinumviva aos seus clientes e interpôs um recurso no Tribunal Constitucional. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Governo antecipa descida do IRS para agosto com medo da economia

O Governo prepara-se para antecipar a prometida descida adicional de IRS em 500 milhões de euros para que entre em vigor já no início de agosto, com o objetivo de aumentar o consumo no verão e assim tentar travar o abrandamento da economia, uma preocupação assumida para já apenas nos corredores do poder. Apesar de, em público, tanto o primeiro-ministro como o ministro das Finanças manterem o cenário deste ano, fontes do Executivo já admitem que “pode ficar abaixo das previsões” (2,4%). “As pessoas precisam de dinheiro nas férias e em setembro, quando começam as aulas”, justifica um membro do núcleo duro do Governo, garantindo que a entrada rápida em vigor da medida, prometida na campanha das legislativas, “não tem relação” com as eleições autárquicas.

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Montenegro recusa dar provas dos trabalhos da Spinumviva

A Entidade para a Transparência (EpT) exigiu ao primeiro-ministro o envio de provas dos serviços prestados pela Spinumviva, empresa da sua família, aos seus clientes. No entanto, Luís Montenegro discordou da decisão da EpT, não entregando a prova desse trabalho e interpondo um recurso no Tribunal Constitucional contra a decisão do organismo. O recurso deu entrada no Tribunal Constitucional este mês, “encontra-se a ser tramitado nos termos legais aplicáveis e não foi ainda objeto de apreciação, não se prevendo sequer que possa sê-lo antes do termo das férias judiciais”.

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Menos de metade dos alunos conclui a licenciatura no tempo esperado

Dos 51.668 alunos inscritos no 1.º ano, pela primeira vez, de uma licenciatura no ano letivo de 2017/2018, apenas 45,6% concluíram-na no tempo esperado — ou seja, em três anos. Nos mestrados de dois anos, a percentagem não chega aos 30%. Os dados constam do portal InfoCursos, atualizado recentemente pelo Ministério da Educação, em que se revela também que duplicaram os cursos com taxa de desemprego zero, para um total de 87, e que a taxa de desistência nos cursos de curta duração (CTeSP) ultrapassa já os 28%.

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Estado recebeu 251,6 milhões em dividendos da Galp em oito anos

O Estado, através da Parpública, é o segundo maior acionista da Galp, detendo 8,24% do capital, uma posição avaliada em cerca de 952 milhões de euros. Porém, esta é uma das participações estatais que o Ministério das Finanças está a avaliar para decidir se é estratégica — e para manter na esfera do Estado — ou se se deve privatizar. Desde 2017, ano em que reforçou ligeiramente a participação na empresa, o Estado recebeu 251,6 milhões de euros em dividendos pagos pela Galp Energia. Nestes últimos oito anos, o exercício que deu mais retorno foi o de 2019, quando o encaixe foi de 40,3 milhões de euros, de acordo com os relatórios da Conta Geral do Estado.

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Erros e mau planeamento geram caos no aeroporto de Lisboa

Desde maio, quando o Serviço de Segurança Interna (SSI) instalou novas máquinas para controlo de passaportes, o tempo de espera dos turistas para entrar no país através do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, ultrapassa muitas vezes as quatro horas. Para sair, a espera ronda, em média, uma hora. O problema deve-se ao facto de o SSI ter instalado o novo sistema de controlo automático de passaportes sem avisar atempadamente a ANA Aeroportos — a entidade gestora do aeroporto — e sem realizar os testes necessários para garantir o correto funcionamento. Além disso, não existe um plano de contingência para responder a eventuais falhas que pudessem surgir.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

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Banco Central Europeu acusado de perpetuar pobreza ao ignorar inflação dos “luxos”

A política monetária do BCE está a falhar ao descurar a inflação discricionária, condenando milhões de trabalhadores precários e agravando o ciclo de pobreza na Europa, alertam os especialistas.

Imagine um médico que durante décadas trata a febre de um doente em vez de curar a pneumonia que está justamente a criar essa febre e que realmente o está a matar. É exatamente isto que o Banco Central Europeu (BCE), liderado por Christine Lagarde, tem feito desde 1999, segundo uma investigação que promete abalar os fundamentos da política monetária europeia.

O estudo “A despesa discricionária é o ciclo e porque é que é importante para a política monetária”, conduzido por quatro dos economistas respeitados da City londrina — incluindo Paolo Surico, ex-conselheiro do Banco de Inglaterra –, descobriu algo que vai contra tudo o que os bancos centrais acreditam há décadas. Segundo estes economistas, o BCE e os seus pares estão a combater a inflação errada e, ao fazê-lo, estão a provocar um massacre silencioso entre os trabalhadores mais pobres.

A descoberta é tão perturbadora quanto simples. Segundo os autores deste paper, que será apresentado oficialmente no fórum anual do BCE na próxima semana em Sintra, enquanto o BCE se concentra obsessivamente na inflação geral, deveria estar de olho apenas na inflação dos gastos discricionários, ou seja, nos gastos que os consumidores podem adiar ou cortar quando a vida aperta: restauração, entretenimento, viagens, roupa de marca, bens eletrónicos e atividades de lazer. Segundo os dados apresentados neste estudo, estes gastos representam quase metade de tudo o que os europeus gastam (44% do orçamento das famílias europeias).

[Após um aperto monetário pelo BCE] o consumo discricionário declina notavelmente, atingindo uma contração máxima de aproximadamente 80 pontos base quatro trimestres após um choque de política monetária de um desvio-padrão. Em contraste, o consumo essencial mostra pouca ou nenhuma resposta.

Michele Andreolli, Natalie Rickard, Paolo Surico e Chiara Vergeat

Autores do paper Discretionary Spending is the Cycle, and Why it Matters for Monetary Policy

Paulo Surico e os seus colegas mostram que a política monetária assente na taxa de inflação geral faz com que o BCE ao subir as taxas de juro para combater a inflação, os primeiros a sofrer sejam sempre as mesmas atividades: as pessoas deixam de ir ao restaurante, cancelam férias, adiam a compra de roupa nova, etc. As empresas destes setores, que empregam cinco vezes mais trabalhadores vulneráveis do que os setores essenciais, começam a despedir. E estes trabalhadores, que vivem praticamente ao dia, cortam drasticamente todo o seu consumo, criando uma espiral descendente que atinge toda a economia.

Segundo a análise destes economistas, 37% dos trabalhadores de menores rendimentos que trabalham em indústrias discricionárias são classificados como “hand-to-mouth” (vivem ao dia), comparando com apenas 8% nas indústrias essenciais. Quando há crise, é aqui que o desemprego explode primeiro e com mais violência.

É por isso que Paolo Surico e os seus colegas defendem que para “mitigar os efeitos adversos das recessões nos trabalhadores de baixos rendimentos e, assim, estabilizar a procura agregada da zona euro de forma mais eficaz”, será mais eficaz que a política monetária do BCE deva abandonar a orientação com base na taxa de inflação geral e se foque apenas na inflação dos gastos discricionários.

O poder preditivo escondido

A análise dos investigadores tem como amostra um conjunto de dados desde 1999, que revelam padrões claros na resposta dos diferentes setores à política monetária. Após um aperto monetário pelo BCE, “o consumo discricionário declina notavelmente, atingindo uma contração máxima de aproximadamente 80 pontos base quatro trimestres após um choque de política monetária de um desvio-padrão. Em contraste, o consumo essencial mostra pouca ou nenhuma resposta”, referem os investigadores.

Nos mercados financeiros, o padrão repete-se. “Após um choque de política monetária, a resposta imediata dos preços das ações discricionárias é duas vezes maior do que a das ações essenciais”, referem os investigadores. Os dividendos das empresas discricionárias também caem aproximadamente o dobro das empresas de bens essenciais, concluem os autores.

Paradoxalmente, os preços comportam-se de forma inversa. “As respostas de preços nos setores essenciais são notavelmente maiores, caindo cerca do dobro em relação aos preços nos setores discricionários”, revelam os investigadores.

Segundo os investigadores, caso a política monetária do BCE fosse mais focada na inflação discricionária e não na taxa de inflação geral permitiria estabilizar mais eficazmente tanto o emprego quanto o consumo agregado na Zona Euro.

Esta investigação revela também que diferentes indicadores setoriais têm capacidades preditivas distintas para a economia. “A capacidade dos preços agregados para prever a produção na Zona Euro é inteiramente explicada pelo subíndice de preços dos bens e serviços essenciais, enquanto a capacidade da taxa de emprego agregada para prever a inflação pode ser explicada apenas pelo movimento na taxa de emprego das indústrias discricionárias”. Esta descoberta sugere que os bancos centrais poderiam melhorar significativamente as suas previsões económicas prestando mais atenção a estes indicadores setoriais específicos.

A análise da recente crise inflacionista de 2021-2023 oferece dados particularmente valiosos que ajudam a sustentar os argumentos deste paper. Os investigadores concluem que “a maior parte do pico de inflação em 2022 foi impulsionada por mudanças de preços em bens essenciais não-duráveis, como mercearia, combustível e energia, enquanto a maior parte da persistência de 2023-2025 deveu-se principalmente à inflação em serviços discricionários”. Este padrão reforça a tese de que diferentes tipos de inflação requerem respostas políticas distintas.

Com base nestas evidências, os autores desenvolveram um modelo teórico que suporta a ideia de que o BCE deveria “abandonar o targeting da inflação geral e focar-se exclusivamente na inflação dos gastos discricionários”.

A lógica desta conclusão assenta na ideia de que os gastos discricionários são mais sensíveis às taxas de juro e empregam mais trabalhadores vulneráveis e, por isso, caso a política monetária fosse mais focada neste setor permitiria estabilizar mais eficazmente tanto o emprego quanto o consumo agregado. “Ao visar a inflação discricionária, o banco central proporciona às famílias um incentivo para suavizar os seus gastos discricionários; por sua vez, isto melhora os efeitos negativos no emprego dos trabalhadores de baixos recursos nas indústrias discricionárias”, explicam os autores.

Com o BCE a enfrentar desafios desde a gestão da inflação pós-pandémica às pressões demográficas e climáticas, a proposta de Paulo Surico e dos seus colegas oferece uma nova perspetiva sobre como tornar a política monetária mais eficaz e socialmente justa. Os autores reconhecem que a sua proposta representa “uma nova forma de repensar as flutuações do ciclo económico” e que requer uma mudança fundamental na forma como os bancos centrais concebem o seu mandato.

Embora o estudo se foque na Zona Euro, as suas implicações podem estender-se a outras economias desenvolvidas que enfrentam desafios similares de desigualdade e volatilidade económica. Para Portugal, país onde as disparidades de rendimento permanecem significativas, esta abordagem poderia oferecer uma forma mais eficaz de proteger os trabalhadores mais vulneráveis durante os ciclos económicos.

A questão que se coloca é se o BCE estará disposto a considerar uma mudança tão fundamental na sua estratégia, especialmente numa altura em que a estabilidade de preços continua a ser vista como o seu objetivo primordial.

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Von der Leyen avisa EUA que União Europeia se prepara para desacordo sobre tarifas

  • Lusa e ECO
  • 27 Junho 2025

Comissão Europeia irá "defender os interesses europeus sempre que necessário" e tem "todas as opções em cima da mesa" para as negociações entre Bruxelas e Washington que decorrem até 9 de julho.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, avisou os Estados Unidos de que a União Europeia (UE) se está a preparar para a possibilidade de não haver um “entendimento satisfatório”, prometendo defender os interesses europeus.

“Recebemos o mais recente documento dos Estados Unidos para prosseguir com as negociações e estamos a analisá-lo neste momento”, começou por dizer Ursula von der Leyen, falando em conferência de imprensa após um Conselho Europeu dedicado em parte a assuntos de competitividade económica, em Bruxelas.

E afiançou: “A nossa mensagem de hoje é clara: estamos prontos para chegar a um acordo, mas, ao mesmo tempo, estamos a preparar-nos para a possibilidade de não se alcançar um entendimento satisfatório”.

De acordo com a líder do executivo comunitário, a Comissão Europeia irá “defender os interesses europeus sempre que necessário” e tem “todas as opções em cima da mesa” para as negociações entre Bruxelas e Washington que decorrem até 9 de julho.

Fontes comunitárias ouvidas pela Lusa apontaram que a UE ambiciona e ainda acredita num acordo com os Estados Unidos, rejeitando uma prorrogação do prazo por implicar discussões mais pormenorizadas.

As mesmas fontes adiantaram que a parte mais difícil das negociações se deve ao défice comercial norte-americano face ao bloco comunitário e ao interesse dos Estados Unidos em vender automóveis à Europa.

Presente na conferência de imprensa, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou: “Um acordo é sempre melhor do que um conflito, e zero direitos aduaneiros é sempre melhor do que um direito aduaneiro”. “A incerteza é a pior coisa para a nossa economia e temos de avançar para dar certezas aos nossos investidores, aos nossos trabalhadores, às nossas empresas, o mais rapidamente possível”, apelou.

António Costa defendeu ainda, como abordado no Conselho Europeu, o “reforço da posição da Europa no palco mundial”, e que para tal contribuirão “as próximas cimeiras com o Japão, a China e os países da América Latina, das Caraíbas e da União Africana, na segunda metade deste ano”.

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, apelou a um “acordo rápido”, defendendo que a situação atual não pode durar “para sempre”. “Há um desejo real entre os europeus de concluir (…) Mas não queremos concluir rapidamente a qualquer custo”, acrescentou, após uma cimeira dos 27 Estados-membros em Bruxelas.

As tensões comerciais entre Bruxelas e Washington devem-se aos anúncios de Donald Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.

A suspensão acalmou os mercados, que chegaram a registar graves perdas, e foi saudada e secundada pela UE, que suspendeu, durante o mesmo período e até meados de julho, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.

A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal. Bruxelas quer conseguir negociar com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.

Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse, em janeiro passado. Segundo a instituição, está em causa uma taxa média de direitos aduaneiros dos Estados Unidos mais elevada do que na década de 1930.

Prazo de julho para negociação de tarifas “não é crítico”, alegam EUA

Por outro lado, a Casa Branca alega que não considera “crítico” o prazo de 9 de julho inicialmente fixado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, para negociar novos acordos comerciais com os seus parceiros e evitar assim a aplicação “tarifas recíprocas”.

“O prazo não é crítico. O Presidente pode simplesmente oferecer um acordo a esses países se eles se recusarem a fazer um acordo connosco antes do prazo, e isso significa que o Presidente pode escolher uma taxa tarifária recíproca que considere vantajosa para os Estados Unidos”, afirmou a porta-voz da administração, Karoline Leavitt, numa conferência de imprensa.

Quanto ao progresso das negociações comerciais, Leavitt acrescentou que o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, “está a trabalhar arduamente e tem tido discussões muito boas e produtivas” com vários dos principais parceiros comerciais de Washington.

Questionada por um jornalista sobre o que irá acontecer depois de 9 de julho com a suspensão das tarifas, a porta-voz da Casa Branca respondeu que “essa é uma decisão que cabe ao Presidente tomar”.

No início de junho, o líder republicano já tinha manifestado abertura para alargar os prazos dos novos acordos comerciais e disse que “a dada altura” o seu Governo iria enviar cartas aos países com novos pactos elaborados pelos EUA e que estes poderiam “aceitar ou rejeitar”. “Eles não têm de o utilizar (o acordo). Não têm de comprar aos Estados Unidos, como eu disse”, acrescentou.

Desde que regressou ao poder em janeiro passado, Trump impôs tarifas globais, erradamente consideradas “recíprocas”, que depois suspendeu até 9 de julho para dar espaço aos restantes países para negociarem novos pactos comerciais com Washington.

Atualmente, a administração republicana chegou a um acordo informal com o Reino Unido e a outro pacto com a China para reduzir as tarifas. Trump especificou no início deste mês que estava a negociar com cerca de 15 países, incluindo o Japão e a Coreia do Sul, e insistiu que tinha “mais de 150” ainda em espera.

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Catawiki bloqueou 10 milhões de euros de contrafações em 2024

  • Servimedia
  • 27 Junho 2025

De acordo com a plataforma, na quinta-feira, o valor total dos artigos contrafeitos intercetados pelas alfândegas europeias aumentou 77% em 2023, em comparação com o ano anterior.

A Catawiki, a plataforma de leilões online de objetos especiais, bloqueou contrafações no valor de 10 milhões de euros em 2024.
De acordo com a plataforma, na quinta-feira, o valor total dos artigos contrafeitos intercetados pelas alfândegas europeias aumentou 77% em 2023, em comparação com o ano anterior.

“À medida que os objetos de coleção ganham popularidade, valor e atração de investimento, tornam-se também um alvo crescente para os falsificadores. Só em 2024, o número de artigos rejeitados pelos peritos da Catawiki por motivos de autenticidade aumentou 20% em comparação com os dois anos anteriores. Em termos monetários, estima-se que mais de 10 milhões de euros de artigos tenham sido bloqueados em todo o mundo, o que demonstra o elevado nível de proteção proativa da plataforma em comparação com outras no mesmo mercado. Em Espanha, quase 1 milhão de euros de artigos contrafeitos foram impedidos de entrar no mercado”, explicou a plataforma.

Os dados também mostram que as categorias relacionadas com a moda são as mais atraentes para os falsificadores. Em Espanha, em 2024, a Catawiki rejeitou a maior percentagem de anúncios falsos em categorias como malas de mão (10,47 %), sapatos de marca (7,79 %) e acessórios de moda (4,34 %). As recordações desportivas também registaram uma elevada percentagem de rejeições de autenticidade (4,59%), em especial artigos de futebol (4,53%). As coleções LEGO e Disney também se encontram entre as 10 categorias com maior número de rejeições.

Em termos de categorias com o maior crescimento anual da atividade de contrafação, as moedas antigas e os cartões Pokémon lideraram a lista em Espanha, com mais do dobro do número de anúncios falsos detetados pelos especialistas da Catawiki em 2024 (+103,85% e +101,41%, respetivamente) em comparação com o ano anterior.

“Garantir a qualidade começa com um rigoroso processo de revisão no qual uma equipa de centenas de especialistas internos da Catawiki analisa e seleciona cuidadosamente cada objeto especial que é carregado na plataforma. Os compradores também estão protegidos pela Garantia do Comprador da Catawiki, que inclui o cancelamento e o reembolso total no caso improvável de um objeto ser considerado não autêntico”, detalhou a plataforma.

“A contrafação é uma realidade infeliz, mas crescente, e estamos a fazer tudo o que podemos para a combater. Na Catawiki, temos tolerância zero para artigos contrafeitos e enfrentamos o problema com ferramentas robustas e conhecimentos profundos”, afirmou Ravi Vora, CEO da Catawiki.

Assim, “ao combinarmos o conhecimento humano com a tecnologia, estamos a detetar mais contrafações do que nunca e a elevar continuamente a fasquia da qualidade em grande escala. É um esforço contínuo: os nossos especialistas mantêm-se alerta e adaptam-se continuamente aos desenvolvimentos do mercado. Os dados mostram que estamos no caminho certo e continuaremos a investir para nos mantermos na vanguarda.

DICAS

Um exemplo revelador de como a experiência é crucial para determinar a qualidade e o valor dos objetos pode ser encontrado no mundo dos ténis exclusivos. “As sapatilhas combinam uma elevada procura por parte dos consumidores, colecionabilidade e um forte potencial de revenda, o que as torna um alvo crescente para os falsificadores”, afirma Kris Panavara, especialista em sapatilhas e streetwear da Catawiki. “As edições limitadas populares podem esgotar-se em minutos e atingir preços na ordem dos milhares de euros. Os falsificadores tiram partido desta urgência com técnicas cada vez mais sofisticadas, sendo muitas vezes necessário um olho treinado para as detetar.”

As principais dicas do Panavara para os compradores de sapatilhas que procuram garantir que compram um par autêntico começam por examinar o exterior e a forma geral, uma vez que “a má qualidade de construção é muitas vezes um sinal óbvio”. Quando autênticas, as sapatilhas verdadeiras têm normalmente costuras consistentes e apertadas, com curvas bem formadas, especialmente à volta do calcanhar, da entre sola, da perfuração e da biqueira, enquanto as falsas têm frequentemente costuras irregulares, fios soltos ou construção desalinhada. Deve prestar-se atenção a curvas desleixadas ou painéis que não estejam corretamente alinhados.

As etiquetas internas e os números de série também devem ser inspecionados: os sapatos falsos têm frequentemente pormenores internos em falta, como a etiqueta da língua. As etiquetas genuínas são limpas, com tipos de letra consistentes, espaçamento uniforme e códigos QR que conduzem ao produto correto, mas as etiquetas falsificadas parecem frágeis, com espessura de letra incorreta, texto desalinhado ou códigos QR que conduzem a páginas não relacionadas.

Outra parte a verificar é a palmilha e a costura interna, uma vez que a qualidade de construção interna é difícil de falsificar. Assim, as autênticas têm geralmente uma costura limpa e precisa sob a palmilha, especialmente perto da curva do calcanhar, enquanto as falsas têm muitas vezes linhas sujas, costura apressada ou acabamentos irregulares. Mesmo as falsificações bem feitas tendem a negligenciar estes pormenores ocultos.

Além disso, este especialista recomenda sempre a utilização de plataformas fiáveis: “Evite vendedores privados ou não verificados e opte por plataformas de confiança. Na Catawiki, cada par de sapatos é cuidadosamente analisado digitalmente por especialistas internos, que utilizam uma combinação de tecnologia e experiência no setor antes de os aprovarem para leilão.

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Nortia torna-se acionista da Expertia Seguros

  • Servimedia
  • 27 Junho 2025

Juan Antonio Alcaraz, CEO da Nortia, junta-se ao Conselho de Administração.

A holding Nortia Capital adquire uma participação significativa na Expertia Seguros, no âmbito da sua estratégia de diversificação e reforço da sua posição no setor financeiro e segurador.
Com esta transação, a Nortia continua a investir em empresas com elevado potencial de crescimento em sectores-chave. Para além disso, o CEO da Nortia, Juan Antonio Alcaraz, junta-se ao Conselho de Administração da seguradora.

A entrada da Nortia na Expertia Seguros apoia a visão de futuro da Expertia e reforça a posição da seguradora no mercado espanhol, numa nova fase em que procura continuar a crescer num mercado em mudança.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 27 de junho

  • ECO
  • 27 Junho 2025

Ao longo desta sexta-feira, 27 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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