Indústria seguradora deverá crescer acima do PIB na próxima década, prevê estudo da Allianz

  • ECO Seguros
  • 29 Maio 2025

O volume de negócios na Europa deverá aumentar impulsionado pelo investimento na defesa e infraestruturas e aumento do número de catástrofes naturais.

A indústria seguradora global deverá ter registado um crescimento de 8,6% em 2024 em termos homólogos, ultrapassando a subida registada no ano passado de 8,2%. Esta estimativa foi divulgada no relatório “Allianz Global Insurance Report 2025”. Somadas as seguradoras, o volume de prémios emitidos cresceu 557 mil milhões de euros, para 7 biliões de euros.

O seguro de Vida continua a ser o segmento mais importante com faturação de 2.902 milhões de euros, seguido do seguro de danos (2.424 milhões de euros) e seguro de saúde (1.682 milhões).

Já os seguros P&C cresceram 7,7% no ano passado, crescimento ligeiramente inferior ao registado em 2023 (8,3%). Crescimento esse impulsionado pelo maior mercado, da América do Norte, que regista mais de metade dos prémios, onde aumentaram 8,2%. Enquanto as receitas de prémios na Europa Ocidental aumentaram 6%, o mercado asiático foi menos dinâmico, crescendo apenas 4%

O seguro de vida foi também o que mais cresceu (10,4%) em 2024, mas ao contrário do que acontece nos seguros P&C, nestes, as quotas de mercado mundiais estão distribuídas uniformemente. A Ásia (incluindo o Japão e a China) lidera com mais de um terço dos prémios.

Quanto aos seguros de saúde, a procura é mais influenciada pela qualidade dos serviços públicos de saúde do que noutros segmentos. Globalmente, este segmento cresceu 7%, com maior incidência na Ásia revelando a baixa penetração destes seguros na região que é inferior a 1% em todos os mercados, com exceção de Taiwan.

“As incertezas geopolíticas e as tensões comerciais podem pesar sobre os volumes de seguros através de um crescimento económico mais fraco, do abrandamento do comércio e de riscos de crédito e de mercado mais elevados. Por outro lado, poderá também ser visível um efeito de proteção, uma vez que as empresas exigem mais soluções de gestão do risco neste ambiente incerto e de crise. A longo prazo, a fragmentação financeira e o enfraquecimento da cooperação internacional, nomeadamente em matéria de clima, cibersegurança ou preparação para pandemias, poderão aumentar o custo do seguro destes riscos”, indica o relatório.

O relatório conclui que as perspetivas de crescimento na Europa estão mais otimistas este ano, especialmente no ramo P&C. Considera que o aumento previsto do investimento na defesa e nas infraestruturas deverá ter um impacto positivo no setor dos seguros e que o aumento do número de catástrofes naturais vai levar a prémios mais elevados.

Os especialistas prevêem que os prémios de seguro europeu crescem 4,2%, um aumento de 0,6 pontos percentuais em relação à previsão anterior. Por outro lado, reduzem as previsões ligeiramente nos EUA e na Ásia nos seguros de responsabilidade civil. A nível global prevê uma taxa de crescimento de 5,3% anualmente nos próximos 10 anos, ligeiramente acima da produção económica. Em termos absolutos, o volume global de prémios crescerá 5 319 mil milhões de euros nos próximos dez anos.

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Investir na educação pode reduzir até 75% pobreza entre gerações

Um em cada quatro portugueses que cresceu com dificuldades financeiras mantém essa condição na idade adulta, alerta o Banco de Portugal, destacando a educação como chave para quebrar o ciclo vicioso.

Um em cada quatro portugueses que cresceu em famílias com dificuldades financeiras mantém essa condição na idade adulta, revela um estudo do Banco de Portugal publicado esta quinta-feira, que será incluído no Boletim Económico de junho.

As conclusões do estudo desenvolvido por Nuno Alves e Cristina Manteu confirmam aquilo que muitos sociólogos há muito suspeitavam: a pobreza e a privação material transmitem-se de pais para filhos como uma herança indesejada. Os números revelam que quem cresceu numa família com dificuldades financeiras tem uma probabilidade 13,7 pontos percentuais superior de viver em privação material na idade adulta.

O estudo teve por base os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) de 2023, analisou mais de 4.700 portugueses entre os 39 os 49 anos e conclui que “as pessoas que vivem em situação de pobreza ou de privação material e social durante a infância ou adolescência têm maior probabilidade de reviver essa situação na idade adulta”

A forte correlação entre educação e mobilidade social sugere que “a importância de políticas multidimensionais que intervenham desde o início do ciclo de vida dos indivíduos” deve estar no centro das preocupações dos decisores políticos.

A matemática da desigualdade é implacável. Segundo o estudo, mais de um quarto (25,8%) dos portugueses na faixa etária analisada (entre os 39 e 49 anos) reportaram ter vivido numa “má situação financeira” aos 14 anos. Mas o que torna estes dados verdadeiramente alarmantes é a forma como essas dificuldades se perpetuam.

Um português que teve uma boa situação financeira aos 14 anos apresenta apenas 5,8% de probabilidade de viver atualmente em privação material e social. Contudo, se a situação financeira na adolescência foi má, essa probabilidade dispara para 19,5%. A diferença – esses 13,7 pontos percentuais – representa aquilo que os investigadores designam como “persistência intergeracional da privação”.

No que toca ao risco de pobreza, o padrão mantém-se, ainda que com menor intensidade. Quem teve uma boa situação financeira na adolescência tem 12,5% de probabilidade de estar em risco de pobreza na idade adulta, percentagem que sobe para 19,2% no caso contrário. “A persistência intergeracional da pobreza ascende a 6,7 pontos percentuais”, conclui o estudo.

A chave para quebrar o ciclo está na educação

O estudo revela ainda o papel fundamental da educação como mecanismo de mobilidade social – ou, inversamente, como fator de perpetuação das desigualdades. “A educação desempenha o papel mais importante na redução da transmissão das circunstâncias passadas ao risco de privação ou pobreza (entre 70 a 75% da diminuição)”, destacam os investigadores.

A transmissão intergeracional da educação é, ela própria, um fenómeno preocupante. Quando a escolaridade máxima dos pais é o 9.º ano – situação que abrange 68% da amostra –, apenas 21,7% dos filhos completa o ensino superior. “Essa percentagem ascende a 57,9% quando os pais têm o ensino secundário e 79,7% quando têm o ensino superior”, revela o estudo.

Mas é quando se cruza a educação dos pais com a situação financeira da família que os dados se tornam ainda mais reveladores. Apenas 10,9% dos indivíduos cujos pais tinham no máximo o 9.º ano e que viviam com dificuldades financeiras conseguiu concluir o ensino superior, percentagem que sobe para 31,1% quando a situação financeira era boa.

Outras das conclusões mais significativas do estudo prende-se com a forma como as dificuldades financeiras da adolescência condicionam a vida adulta, mesmo depois de controlados outros fatores como educação e emprego. “Controlando para outros desenvolvimentos pessoais como a educação e o emprego, as dificuldades financeiras na adolescência continuam a condicionar a privação material e social na vida adulta”, mas curiosamente “deixam de ter um contributo direto no caso do risco de pobreza”.

Esta distinção não é meramente técnica. “Existe uma proporção significativa de indivíduos que se encontram em risco de pobreza sem viverem uma situação de privação material e social e vice-versa”, explicam os investigadores. Na amostra analisada, apenas 4,4% dos portugueses entre os 39 e os 49 anos vivia simultaneamente em risco de pobreza e em privação material e social1.

Quando comparado com outros países da União Europeia, Portugal ocupa “uma situação intermédia” na persistência intergeracional tanto da privação como do risco de pobreza, referem os dados do estudo do Banco de Portugal. Este posicionamento sugere que, embora o problema seja real e significativo, não estamos perante a pior situação europeia.

No entanto, o estudo mostra que “uma medida mais severa de dificuldades económicas aos 14 anos implica maior probabilidade de privação/pobreza em adulto”, sublinhando que as situações de maior fragilidade inicial tendem a produzir efeitos mais duradouros.

Mas os investigadores Nuno Alves e Cristina Manteu não se limitam a diagnosticar o problema. Deixam também pistas sobre possíveis soluções. “Compreender o grau e os mecanismos de transmissão da pobreza e privação entre gerações é importante para a definição de políticas que quebrem este ciclo de desvantagem intergeracional”, afirmam os autores.

A forte correlação entre educação e mobilidade social sugere que “a importância de políticas multidimensionais que intervenham desde o início do ciclo de vida dos indivíduos” deve estar no centro das preocupações dos decisores políticos.

O estudo vem assim confirmar aquilo que muitos especialistas em políticas sociais têm vindo a defender: quebrar o ciclo intergeracional da pobreza exige intervenção precoce, investimento em educação e políticas que não se limitem a tratar os sintomas, mas que ataquem as causas estruturais da perpetuação das desigualdades sociais.

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Porto tem novo “hub” de psicólogos para apoiar moderadores de conteúdos nas redes sociais

Concentrix lança novo serviço de apoio aos trabalhadores que exercem funções de moderação de conteúdos nas redes sociais. Hub do Porto conta com 15 psicólogos.

A norte-americana Concentrix Operation acaba de abrir um novo hub no Porto com psicólogos para dar apoio aos mais de 12 mil trabalhadores que exercem funções de moderação de conteúdos nas redes sociais.

“O aumento do volume de conteúdos que requerem mais moderação humana e a crescente complexidade dos mesmos levam a uma maior pressão psicológica sobre quem exerce este trabalho”, começa por explicar a multinacional, numa nota enviada esta quinta-feira às redações.

Perante este cenário, “a empresa criou um hub que oferece um serviço clínico personalizado, 24 horas, sete dias por semana e 365 dias por ano, realizado por profissionais altamente qualificados e com base em tecnologias inovadoras, algoritmos de bem-estar e programas de saúde mental”, é anunciado no comunicado.

No total, este novo serviço de apoio aos moderadores de conteúdos das redes sociais conta com 150 psicólogos. Destes, 15 vão atuar a partir do novo referido hub no Porto para “ajudar mais de 12 mil moderadores de conteúdo em oito países. “Além desta cidade, foi escolhida apenas uma outra – Manila – para este investimento do grupo de origem americana”, detalha a cotada, em comunicado.

“As funções de Trust & Safety são essenciais para manter um ambiente online seguro. Protegem os utilizadores de redes sociais, e várias outras plataformas, de conteúdos nocivos, abusivos e atividades fraudulentas. No entanto, as pessoas que fazem este tipo de trabalho são expostas diariamente a milhares de conteúdos complexos e sensíveis que podem afetar o seu bem-estar e saúde mental. O projeto Harmony tem como propósito combater os efeitos secundários que esta profissão pode ter nos colaboradores”, explica Serra Pittsa, global director of wellbeing in trust & safety na Concentrix.

Carlos Moreira é managing director da Concentrix em Portugal

Já Carlos Moreira, managing director da Concentrix em Portugal, explica que a decisão de implementar este hub no Porto “está relacionada com o elevado número de psicólogos qualificados que existem em Portugal, uma vez que a empresa precisava garantir o rigor na formação e serviço prestado para tantos países”.

Além deste hub, esta multinacional especializada em outsourcing e na prestação de serviços de apoio técnico ao cliente já emprega milhares de outros trabalhadores em Portugal: 5.500 empregados de 81 nacionalidades em Lisboa, Porto, Aveiro e Braga.

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Presidente angolano visita este ano a Rússia

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

"Existe uma cooperação muito estreita entre os nossos países, que se baseia na irmandade antes de tudo", diz o embaixador da Rússia em Angola.

O embaixador da Rússia em Angola disse esta quinta-feira que o Presidente angolano, João Lourenço, vai visitar o seu país ainda este ano e, sem avançar datas, assegurou que ambos os países têm uma “cooperação muito estreita baseada na irmandade”.

Sem especificar datas, Vladimir Tararov assegurou que a visita de João Lourenço à Rússia deve acontecer durante este ano e foi já confirmada a nível dos canais diplomáticos, sinalizando o “nível político mais alto de cooperação” entre Luanda e Moscovo.

“Existe uma cooperação muito estreita entre os nossos países, que se baseia na irmandade antes de tudo, porque nós também estivemos aqui, nós deixámos aqui o nosso sangue na terra sagrada de Angola e nós já somos irmãos”, disse o embaixador quando questionado sobre o alegado distanciamento do Governo de João Lourenço da Federação Russa.

Vladimir Tararov considerou que a relação de fraternidade entre Angola e a Rússia “dá um grande impulso na cooperação bilateral a todos os níveis, inclusive à um nível político mais alto”. “Nós esperamos esse ano a visita do Presidente João Lourenço à Rússia. Esta visita já foi confirmada entre ambas as partes, mas não vou dizer as datas”, respondeu o diplomata à Lusa.

À margem da Conferência Internacional sobre o Papel dos Países da Linha da Frente na Libertação Total da África Austral, Vladimir Tararov disse que a embaixada russa em Angola foi ampliada com a presença de conselheiros ligados à agricultura, para o reforço da cooperação nesse domínio. “Temos conselheiros dedicados a desenvolver a nossa cooperação nos domínios da agricultura, economia, tecnologias e outros setores de cooperação”, frisou.

O apoio da Rússia, ex-União Soviética, na libertação da África Austral, e sobretudo Angola, foi um dos temas abordados nesta conferência internacional, promovida, em Luanda, pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social de Angola.

Questionado sobre se existem perspetivas do reforço da cooperação militar entre Angola e a Rússia, Tararov disse apenas que o domínio mais desenvolvido da cooperação entre ambos os países foi e é a formação no domínio militar, recordando que mais de 27 generais angolanos passaram nas academias militares da Rússia.

“E é, por isso, que eles têm e possuem todas as tecnologias e mecanismos de defesa, de construção e de direção das Forças Armadas Angolanas, nos seus diferentes ramos, por isso mesmo é que esses mecanismos [de cooperação] existiam, existem e parece-me que serão bem desenvolvidos”, concluiu.

O ex-Presidente de Moçambique Joaquim Chissano, o general angolano António dos Santos França “Ndalu”, antigo chefe do Estado Maior das extintas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), e o general cubano Leopoldo Cintra Frias foram alguns dos oradores desta conferência.

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Marcelo indigita Montenegro como primeiro-ministro

O Presidente da República já indigitou Luís Montenegro para ser primeiro-ministro, depois de "assegurada a viabilização parlamentar do novo Executivo".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já indigitou Luís Montenegro para ser primeiro-ministro do segundo Governo que vai chefiar, depois de “assegurada a viabilização parlamentar do novo Executivo”, lê-se na nota da Presidência publicada esta quinta-feira no site de Belém.

“Atentos os resultados das eleições para a Assembleia da República, ouvidos os partidos políticos nela representados, nos termos constitucionais, e assegurada a viabilização parlamentar do novo Executivo, o Presidente da República indigitou Luís Montenegro como Primeiro-Ministro do XXV Governo Constitucional”, de acordo com o comunicado de Belém.

“A nomeação e posse do Governo ocorrerão após a publicação dos resultados definitivos das eleições e a reunião constitutiva da nova legislatura da Assembleia da República”, acrescenta ainda a mesma missiva.

A decisão foi tomada depois de ouvidos, esta quinta-feira à tarde, o presidente do Chega, André Ventura, e novo líder da oposição, Carlos César, presidente e secretário-geral interino do PS, partido que cai para a terceira força política de forma inédita e desastrosa, e Luís Montenegro, presidente do PSD e líder da AD – coligação PSD/CDS que ganhou as eleições de 18 de maio, mas sem maioria absoluta. Esta geometria que implica que é necessário a viabilização do respetivo programa de Governo por Chega e/ou PS, garantias que foram dadas pelos dois partidos a Marcelo Rebelo de Sousa.

No espaço de pouco mais de um ano, o Presidente da República volta a chamar Luís Montenegro para formar Governo, depois de umas legislativas antecipadas que deram a vitória reforçada, ainda que minoritária, à AD – coligação PSD/CDS. Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa só decidiu dar novamente o poder a Montenegro depois de ter a “certeza” de que Chega e PS iriam viabilizar o Executivo e dar condições de governabilidade.

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Nos destaca rapidez da fibra em novo spot da sua nova linha de comunicação

  • + M
  • 29 Maio 2025

Mafalda Creative, Mariana Bossy, Carlos Coutinho Vilhena e João Manzarra protagonizam o novo filme da nova linha de comunicação. A criatividade é d'O Escritório e a produção da Krypton.

A Nos lançou um novo filme no âmbito da sua nova linha de comunicação que tem o mote de “liga tudo a que ligas“. O novo filme coloca o foco sobre os serviços de fibra da operadora e a sua rapidez.

Em mais um episódio integrado na nova linha de comunicação da marca, regressa-se aos bastidores da produção, entrando pelo portátil dentro. Neste spot Mafalda Creative e Mariana Bossy regressam da gravação do seu podcast, ainda com um registo de velocidade acelerado (x2), o que não passa despercebido a Carlos Coutinho Vilhena e a João Manzarra, que, no seu registo habitual, não fica a dever nada à velocidade das autoras do podcast “Plágio”.

Com criatividade d’O Escritório, produção da Krypton e realização de Augusto Fraga, o filme marca presença em televisão e digital. O planeamento de meios é da Arena Media.

A Nos apostou no final de abril numa nova linha de comunicação, reformulando o ecossistema da sua marca e revendo a comunicação em todos os seus canais. O objetivo, estabelecido a longo prazo, passa por “continuar a alimentar a relação que a marca tem com os portugueses, através daquilo que estes mais gostam“, explicou António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da Nos.

Sob o mote “Liga tudo a que ligas“, esta linha de comunicação pretende evidenciar o papel da Nos como facilitadora da ligação entre pessoas, mas também da ligação das pessoas ao que estas mais gostam como futebol, música ou tecnologia.

Para isso, a marca de telecomunicações propôs-se a desvendar, através de uma série de comunicações publicitárias, os “bastidores” dos telemóveis, televisões e computadores, para contar uma série de histórias diferentes que acontecem enquanto se ouve música, se veem notícias ou se fala com as pessoas de quem se gosta.

Para a primeira vaga desta campanha, foi reunido um grupo de figuras como Filomena Cautela, Hélio Imaginário, Júlio Isidro, Salvador Martinha, Fredrik Aursnes, Vangelis Pavlidis, Pedro Gonçalves (Pote), Geovany Quenda ou ainda Carlos Coutinho Vilhena, João Manzarra, Mafalda Creative e Mariana Bossy, os protagonistas deste mais recente filme.

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Participação da REN em Cahora Bassa importante para Portugal, diz presidente da HCB

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

A REN mantém uma posição de 7,5% na Hidroelétrica de Cahora Bassa e os dividendos "têm sido significativos", afirmou Tomás Matola, presidente da HCB.

O presidente da Hidroelétrica de Cahora Bassa considerou esta quinta-feira que a posição de 7,5% que a REN tem naquela empresa de Moçambique é “importante” para o posicionamento de Portugal no país e pelos dividendos que a empresa portuguesa recebe.

“Penso que é importante do ponto de vista do posicionamento de Portugal nas ex-colónias e também do ponto de vista de alguma receita, porque os dividendos que a empresa tem pago, mesmo por esses 7,5%, têm sido significativos para a REN”, afirmou Tomás Matola, numa entrevista à Lusa no Estoril, à margem da II Conferência de Energia CPLP.

Cinquenta anos depois da independência do país, o presidente do conselho de administração da maior hidroelétrica de Moçambique, destacou a forma como foi feito o processo de reversão, com passagem do controlo a HCB e da sua gestão de portugueses para moçambicanos em 2007, altura em que a portuguesa REN – Redes Energéticas Nacionais, reduziu a sua participação no capital para 7,5%.

“Houve passagem de conhecimento por parte da REN. Daí até agora, tendo em conta que a REN tem uma posição, embora não executiva, no conselho de administração, temos (continuado a) troca de experiência” e também “a cooperação estratégica, afirmou. “A gestão e operação é feita pelos moçambicanos, porque houve de facto uma boa passagem de conhecimento”, sublinhou, conhecimento esse que foi também importante para o posterior desenvolvimento de outros projetos de energia em Moçambique.

“Houve desenvolvimento de capacidades em Moçambique, quer da parte da HCB quer do lado da Eletricidade de Moçambique [EDM]”, acrescentou, apontando como exemplo o aumento e modernização das linhas do sistema de transporte de energia. Há beira de celebrar 50 anos de vida, Cahora Bassa já não é a única hidroelétrica no país, que já tem “pequenas centrais hídricas”, mas continua a ser “a guardiã do conhecimento do ponto de vista de geração de energia hídrica”, enfatizou o gestor.

O “grande desafio” neste momento é dar resposta ao “crescimento da procura doméstica”, em virtude do desenvolvimento da economia e industrialização de Moçambique, e à “procura regional”, porque a região tem “um défice de energia agravado pela África do Sul”, mas ao mesmo tempo, é “uma oportunidade para Cabora Bassa crescer e expandir-se”, destacou Tomás Matola.

Por isso, Cabora Bassa que hoje ainda “tem a mesma capacidade de produção deixada pelos portugueses”, tem projetos de expansão, sublinhou. Um desses projetos é a Central Norte, em fase de estudos, mas que Tomás Matola acredita que “este ano” seja “aprovado em Conselho de Ministros”, podendo iniciar-se a sua construção dentro de dois anos, e prolongando-se até 2031 ou 2032.

Para este investimento, a HCB “vai abrir capital só para a Central Norte, numa perspetiva de projet finance, em 40%”, e os restantes 60% ficam na mão da HCB, que vai usar os seus próprios recursos, mas também terá de recorrer ao endividamento para garantir o financiamento necessário.

Além disso, vai ter um projeto de energia fotovoltaica para a geração inicial de 400 megawatts de energia solar, que está em fase de “pré-estudo”, mas que prevê expandir a capacidade, sendo aberto a operadores privados. Nessa sociedade, a HCB admite ficar com entre 5% a 10% do capital.

A 12 de maio deste ano a Hidroelétrica de Cahora Bassa anunciou em edital que iria distribuir 7.400 milhões de meticais (102,6 milhões de euros) em dividendos aos acionistas, entre o quais a REN, num valor de 0,28 meticais (0,4 cêntimos de euro) por ação.

A HCB é uma sociedade anónima de direito privado, detida em 85% pela estatal Companhia Elétrica do Zambeze e pela REN em 7,5%, possuindo a empresa 3,5% de ações próprias, enquanto o restante capital está nas mãos de cidadãos, empresas e instituições moçambicanas.

A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros, contando com quase 800 trabalhadores, sendo uma das maiores produtores de eletricidade na região austral africana, abastecendo os países vizinhos.

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Amazon vai utilizar conteúdos do New York Times para treinar IA

  • + M
  • 29 Maio 2025

Depois de ter processado a dona do ChatGPT por violação de direitos de autor, o New York Times celebra agora o seu primeiro acordo de licenciamento de conteúdo para treinar modelos de IA generativa.

A Amazon vai ter acesso ao conteúdo editorial do The New York Times (NYT) para o utilizar nas suas plataformas de inteligência artificial, mediante uma parceria celebrada entre as partes. Os termos financeiros do acordo não foram divulgados.

O acordo “levará o conteúdo editorial do Times para uma variedade de experiências dos clientes da Amazon”, refere a The New York Times Company, em comunicado, citada pelo NYT. Além de notícias do NYT, também estão abrangidos pelo acordo conteúdos do NYT Cooking (site de culinária e receitas) e do The Athletic (jornal desportivo que o grupo New York Times comprou em 2022 por cerca de 550 milhões de dólares).

O acordo é consistente com o nosso princípio de longa data de que vale a pena pagar por jornalismo de alta qualidade. Está alinhado com a nossa abordagem de garantir que o nosso trabalho é valorizado adequadamente, seja através de acordos comerciais ou da aplicação dos nossos direitos de propriedade intelectual“, refere Meredith Kopit Levien, diretora executiva do The Times, numa informação aos trabalhadores.

Segundo refere o próprio jornal norte-americano, o uso do seu conteúdo editorial pela Amazon será usado para treinar os modelos de IA da empresa. Este uso deve ainda estender-se à Alexa, assistente virtual desenvolvida pela Amazon.

O acordo “incluirá a exibição em tempo real de resumos e pequenos trechos de conteúdos do Times em produtos e serviços da Amazon, como a Alexa, e o treino de modelos” próprios de inteligência artificial da Amazon, avançou a empresa de notícias norte-americana, citada pela CNBC.

Esta é a primeira vez que o The New York Times concorda com um acordo de licenciamento dos seus conteúdos para o treino de inteligência artificial generativa.

Recorde-se que no final de 2023, o NYT processou a Microsoft e a OpenAI, criadora e proprietária do ChatGPT, por violação de direitos de autor, naquela que foi a primeira ação legal iniciada por um grande meio de comunicação social norte-americano contra as donas de plataformas de inteligência artificial.

O jornal norte-americano argumentava que “milhões” dos seus conteúdos e artigos publicados foram e estavam a ser usados sem a sua permissão para “alimentar” as plataformas de inteligência artificial das empresas tecnológicas, de forma a torná-las mais completas, fiáveis e inteligentes.

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Alunos da Faculdade de Economia do Porto ganham acesso a 12 terminais da Bloomberg

A FEP está a "revolucionar o ensino das Finanças": os alunos têm 12 terminais da Bloomberg à disposição para contactarem com as dinâmicas dos mercados financeiros.

Nelson Rodriguez (Bloomberg), Etienne Huret (Natixis) e Óscar Afonso (FEP) na inauguração do novo “Bloomberg Finance Lab, powered by Natixis” na Faculdade de Economia da Universidade do Porto29 maio, 2025

Os alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) passam a ter acesso ao Bloomberg Finance Lab, um espaço com 12 terminais da empresa de informação financeira que os vai aproximar da realidade dos mercados financeiros globais. A universidade está confiante de que este espaço vá “revolucionar o ensino das Finanças”.

“Dotar os estudantes da FEP de competências práticas que complementam a formação teórica dada em aula” é um dos grandes propósitos deste novo espaço. Segundo a FEP, estes sistemas vão permitir aceder a dados económicos e financeiros em tempo real, e acompanhar as principais notícias com impacto nos mercados.

Neste laboratório, financiado pela Natixis em Portugal — “que se assume agora como premium sponsor da faculdade” — os estudantes podem “simular operações de investimento e testar estratégias de gestão de carteiras e avaliação de risco, utilizando uma tecnologia amplamente adotada pelo setor”, detalha a universidade num comunicado.

A inauguração do Bloomberg Finance Lab é um marco importante no percurso de modernização da FEP.

Óscar Afonso

Diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP)

Presente na inauguração do novo espaço, Caio Gattai, gestor para o Sul da Europa da Bloomberg, considerou que “este novo espaço proporcionará aos estudantes o acesso às mesmas ferramentas e dados financeiros de ponta utilizados pelos principais profissionais do setor a nível mundial, enriquecendo a experiência académica com aprendizagem prática e aplicada”.

Os estudantes terão ainda a oportunidade de obter a certificação internacional Bloomberg Market Concepts (BMC).

Para Óscar Afonso, diretor da FEP, “a inauguração do Bloomberg Finance Lab é um marco importante no percurso de modernização” desta universidade. “Representa uma aposta estratégica na qualidade e na inovação do ensino, nomeadamente das finanças, e na futura empregabilidade dos estudantes”, assinalou.

Já Etienne Huret, CEO da Natixis em Portugal, destacou a importante ligação entre o setor financeiro e o meio académico “para impulsionar a inovação e preparar as novas gerações para os desafios de um mercado global cada vez mais exigente e tecnológico”.

Novo “Bloomberg Finance Lab, powered by Natixis” na Faculdade de Economia do Porto (FEP)20 maio, 2025

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Renova inaugura exposição de fotografia que retrata as bem-aventuranças na Igreja de Santa Cruz do Castelo

  • + M
  • 29 Maio 2025

A exposição assinala os 20 anos do livro “Amor Causa”, uma encomenda feita pela Renova a François Rousseau, com inspiração nos ensinamentos de Cristo aos 12 apóstolos.

A Renova inaugurou na Igreja de Santa Cruz do Castelo (Lisboa) uma exposição de fotografia que retrata as bem-aventuranças através da lente de François Rousseau, fotógrafo francês. A mostra, que conta com curadoria do Padre João Norton, tem como objetivo a angariação de fundos para a preservação do património cultural e religioso da Igreja de Santa Cruz do Castelo.

A exposição assinala os 20 anos do livro “Amor Causa”, uma encomenda artística feita pela Renova a François Rousseau, com inspiração nos ensinamentos de Cristo aos 12 apóstolos.

“O livro ‘Amor Causa’ é agora reeditado e tivemos o cuidado de incluir os textos das Bem-Aventuranças nas línguas que marcaram a sua transmissão ao longo dos séculos: o aramaico, que corrigimos nesta nova edição, o hebraico, o grego, o latim e, também, nas línguas modernas, de modo a mostrar o percurso dessas palavras e da forma como viajaram até nós”, diz Paulo Pereira da Silva, presidente do Conselho de Administração da Renova, citado em comunicado.

Já François Rousseau refere que este “é um projeto com um sentido humanista que encaixa na perfeição na missão da Igreja de Santa Cruz do Castelo: estar próxima e valorizar a comunidade à sua volta”.

O trabalho fotográfico de François Rousseau foi realizado nas favelas do Rio de Janeiro, onde François Rousseau “descobriu a pessoa que representou Cristo e os 12 cidadãos que assumem o papel de Apóstolos, não recorrendo a modelos ou a cenários artificiais, escolhendo fotografar pessoas reais, pessoas com vidas, por vezes periféricas, marcadas por dificuldades e por uma beleza crua”, refere-se em nota de imprensa.

“A exposição integra o programa de dinamização cultural de Santa Cruz, que tem como objetivo angariar fundos para a salvaguarda do património da Igreja, nomeadamente para o restauro dos altares e de 11 telas da Cartuxa de Évora, da autoria de Domingo António de Sequeira”, refere o padre Edgar Clara, pároco da Igreja de Santa Cruz do Castelo.

Patente até 31 de dezembro, a exposição pode ser visitada de segunda-feira a domingo, das 9h às 19h.

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A mobilidade como fator de coesão nacional, na Local Summit

Combater a "pobreza de mobilidade" e desenvolver esforços para encontrar 3.000 milhões de euros para transformação das frotas de autocarros são desafios para a mobilidade deixados na Local Summit.

Ana Paula Vitorino, Faustino Gomes, Luís Nobre e Nuno Piteira Lopes analisaram o estado dos transportes em PortugalAndré Dias Nobre

Num contexto político em que os partidos portugueses trocam considerações, acusações e farpas relativas a uma eventual revisão constitucional, a presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (IMT), Ana Paula Vitorino, levou à segunda edição da Local Summit a defesa de instituir a mobilidade e a acessibilidade aos transportes como direito constitucional, à semelhança do que acontece com a habitação, saúde e educação.

Durante a sua intervenção no painel “Mobilidade Urbana e Planeamento Sustentável nas Autarquias”, nesta Local Summit organizada pelo ECO/Local Online, Ana Paula Vitorino defendeu efusivamente que “a mobilidade e acessibilidade devem ser um direito equiparado a um direito constitucional”. Contudo, questionada sobre a pertinência de aproveitar as propostas de alteração à Constituição que estão a ser anunciadas para formalizar a proposta, Ana Paula Vitorino realça que o “‘ser equiparado a’ não obriga necessariamente a uma revisão constitucional – espero que não haja revisão constitucional, pelo menos nos termos em que tem sido falado”. Deve, sim, ser considerado um “direito constitucional nos atos de planeamento dos governos, Assembleia da República e das autarquias”, reitera.

Para a investigadora e ex-secretária de Estado dos Transportes, a fórmula para melhorar os transportes públicos passa por haver “mais e melhor oferta, e não poluente – o que implica a descarbonização das frotas de transportes públicos –, pela diminuição das deslocações não obrigatórias e por “um bom planeamento e ordenamento do território”.

Faustino Gomes, presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa, no Local SummitAndré Dias Nobre

Mas estas medidas exigem investimentos elevados. “A estimativa nacional são três mil milhões de euros, que não podem ser suportados inteiramente pelos operadores, pelo orçamento do Estado, muito menos pelo orçamento das câmaras”, contabilizou a presidente da AMT.

Por seu lado, durante a sua intervenção, o presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa, Faustino Gomes, citou o Plano Metropolitano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMMUS) como um exemplo de “planeamento que visa criar uma mobilidade metropolitana alinhada com as necessidades da população” e que funciona em rede entre os vários municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML).

“É fundamental termos um plano metropolitano, que é construído com base nas estratégias de cada um dos municípios, mas depois há que coser fronteiras, que a rede de cada um fale com a dos municípios do lado e passemos a olhar a rede como um todo”, advogou.

Cada município não é uma ilha, está interligado com todos os que estão à volta.

Faustino Gomes

Presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa

Partindo do princípio de que “cada município não é uma ilha, está interligado com todos os que estão à volta”, a rede entre as várias câmaras da AML reveste-se assim de notória importância para este responsável.

O papel das câmaras é igualmente defendido por Ana Paula Vitorino. Não se deve “pensar em políticas ativas de transporte sem ter uma participação ativa dos municípios”. Aliás, reforçou, “não vale a pena pensar o país sem os poderes locais. Não se pode ignorar o poder local“.

Há outra questão premente para a antiga governante socialista: “Temos de pensar no país como um todo”. Não se pode, diz, estar “sempre focado no litoral” no que diz respeito ao planeamento dos transportes públicos. Para Ana Paula Vitorino, existe uma outra realidade no país e que tem sido mais descurada em benefício da faixa junto ao mar. “A pobreza de mobilidade existe em todo o interior”, avisou, assinalando que “não é com benefícios fiscais” que se consegue “povoar e dinamizar a atividade económica” nesta zona do país. É preciso, sim, “criar as condições e depois as pessoas vão. Ninguém irá para um sítio onde não terá uma vida de qualidade”, alertou.

“A política também é um ato de coragem”

Luís Nobre, autarca de Viana do Castelo, notou que “os decisores sentem pressão” da comunidade quando se trata de implementar no terreno uma melhor rede de transportes que vá ao encontro das suas necessidades. Como resposta, o município não teve com meias medidas e decidiu “ir mais além do discurso” e “dar um sinal claro à sociedade” ao assumir o papel de operador numa altura em que se encontrava a desenvolver o plano de mobilidade sustentável municipal. Aqui, detalhou, os dois eixos fundamentais eram os modos suaves e a descarbonização.

Para Luís Nobre, “a política também é um ato de coragem”. E, como tal, adiantou, vai avançar com “esse serviço, a partir de setembro, e com uma frota totalmente elétrica”. O município também delineou uma “geografia superior, porque a definição de área urbana estava contida às freguesias do núcleo e periféricas, e criando mais um anel, com parques empresariais.”

Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, no Local SummitAndré Dias Nobre

Para o autarca de Viana do Castelo é importante encontrar soluções que vão ao encontro das necessidades da população. “Não interessam transportes se não forem inclusivos na dimensão da eficiência, mas também social e económica de acesso aos mesmos“.

No caso de Cascais, ainda há “um longo caminho longo a percorrer no que diz respeito à descarbonização, nomeadamente para atrair mais gente para o transporte público”, vincou o número dois da câmara, Nuno Piteira Lopes, que se vai candidatar à presidência da autarquia nas próximas eleições. A gratuitidade dos transportes públicos no concelho deu um “contributo”, mas não convence toda a população a utilizá-los em detrimento do veículo próprio. Segundo Nuno Piteira Lopes, ainda é preciso fazer “um caminho paralelo com os mais jovens”, uma vez que “são os catalisadores das grandes mudanças”.

Os números mais recentes não são os melhores: “Um dado que me tem preocupado é que apenas 12% dos alunos utilizam transporte público para ir para a escola, apesar de ser seguro, viável e ter videovigilância”. O município quer elevar a fasquia para os 30% utilizadores jovens nos próximos anos. O que passa por ir ao encontro dos interesses dos mais novos, como frotas com acessibilidade para necessidades especiais, videovigilância ou wifi.

Nuno Piteira Lopes espera que o número também aumente a par da requalificação da linha de comboio de Cascais e o alargamento de uma faixa em cada sentido exclusiva para uso dos transportes públicos, na A5 e até ao Centro Comercial Colombo.

A propósito desta matéria, o seu homólogo de Viana vai mais longe: é preciso “alguma literacia e sensibilização” para a troca do transporte individual pelo coletivo.

Um dado que me tem preocupado é que apenas 12% dos alunos utilizam transporte público para ir para a escola, apesar de ser seguro, viável e ter videovigilância.

Nuno Piteira Lopes

Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais

Por fim, neste painel da Local Summit, o vice-presidente da câmara de Cascais aproveitou a sessão para apelar aos seus homólogos da AML que, independentemente da cor partidária de cada um, não deixem cair por terra todos os avanços e dinamismo que foi conseguido até agora no que diz respeito a políticas de transporte público na região. E que prevaleça, por isso, uma coesão política.

Nuno Piteira Lopes fez este apelo uma semana depois das eleições legislativas que reconduziram a Aliança Democrática (AD) ao Governo e a poucos meses das eleições autárquicas. “Independentemente de quem venha a ser eleito [nas autárquicas, que haja um] compromisso no sentido de Estado para que as coisas continuem a correr bem”.

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Teresa Lameiras deixa direção de comunicação e marca da SIVA|PHS

Ligada ao setor automóvel há mais de três décadas, Teresa Lameiras liderou a comunicação de marcas como Seat, Volkswagen Audi, Škoda, Bentley, Lamborghini, Volkswagen Veículos Comerciais e Cupra.

Teresa Lameiras, diretora de comunicação da SIVA, em entrevista ao ECO - 19SET22

Teresa Lameiras deixou a direção de comunicação e marca da SIVA. “É com muita alegria que digo – Até sempre!! Comecei a minha carreira aos 19 anos, na Renascença, enquanto ainda estudava. Foi o primeiro passo de um percurso que me levou ao setor automóvel”, recorda a profissional no LinkedIn.

Licenciada em Direito, Teresa Lameiras iniciou o seu percurso profissional no setor automóvel em 1989 na área de relações públicas. Desde então desempenhou várias funções nas áreas de comunicação, formação, recursos humanos e marketing, tendo ficado responsável pelo marketing e comunicação da Seat em 2003, tendo sido responsável também pelo lançamento da marca Cupra.

Em 2021 assumiu também a direção de comunicação e marca do grupo SIVA|PHS, representando marcas como Volkswagen Audi, Seat, Škoda, Bentley, Lamborghini, Volkswagen Veículos Comerciais e Cupra, que manteve até ao momento.

Tenho um enorme orgulho neste trajeto, que só foi possível graças às equipas, jornalistas e parceiros com quem tive o privilégio de trabalhar. Termino este ciclo de sucesso com alegria e gratidão, iniciando um outro– diferente, mas igualmente desafiante – com maior enfoque na minha vida pessoal e familiar”, despede-se a profissional, desejando ainda “as maiores felicidades à nova Administração” do grupo.

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