#16 As férias de Luís Guimarães. “Gostaria de conversar com os políticos do nosso tempo”

  • ECO
  • 23 Agosto 2024

Luís Guimarães, empresário e presidente da têxtil Polopiqué, aproveita as férias, no mar, para fazer uma avaliação de desempenho do trabalho feito. E também para pensar no futuro do país.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Luís Guimarães não consegue desligar completamente nas férias porque a operação da Polopiqué nunca para. Este é um momento para fazer uma avaliação do seu desempenho e dos seus colegas. Mas não só. O empresário gostaria de conversar com os políticos do nosso tempo e fazer-lhes entender “o quão mal estão a desempenhar as funções“.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Quando vou de férias levo sempre comigo um livro que fale de um estadista (que, infelizmente, agora há poucos), de um empresário, português de preferência, ou de alguém que me inspire.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Não consigo desligar completamente da empresa porque a operação nunca para no período de férias. Trabalhamos os 12 meses do ano. Portanto, estou sempre em contacto duas horas por dia.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

A paragem para férias, para mim, representa o fim do ano, pois é quando faço a avaliação do meu desempenho e dos meus colegas e o que posso e devo melhorar na empresa. Defino normalmente a estratégia para o próximo ano enquanto viajo pelo mar que é onde gosto de passar as minhas férias. É também quando penso no nosso país, presente e futuro e o de quanto gostaria de conversar com os políticos do nosso tempo e fazer-lhes entender o quão mal estão a desempenhar as funções, o quão já hipotecaram e continuam a hipotecar um país que poderia ser talvez um dos mais ricos da Europa.

Reflito bastante, porque como viajo e sou bastante observador vejo os que com pouco souberam fazer muito e nós, com muito, fazemos muito pouco ou nada apesar de no passado termos feito algo. Infelizmente, não foi o suficiente e continuo a chegar à mesma conclusão que tudo continua a ser feito por conta de enriquecimento rápido daqueles que nos governam e pouco ou nada para o desenvolvimento do país. Mas até isso me ajuda a tirar ideias para um melhor desempenho que tiro tanto da área profissional como social.

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Portugal favorito a “ganhar” unidade de manutenção da Lufthansa no sudoeste europeu

O grupo alemão vai construir um hangar de manutenção e reparação de aeronaves e motores no sudoeste europeu. Portugal é a localização mais provável.

A privatização da TAP não é o único motivo de interesse da Lufthansa em Portugal. A companhia aérea vai investir numa unidade de manutenção e reparação de aeronaves no sudoeste da Europa e o país é o “preferido para essa expansão”, afirmou ao ECO fonte oficial do grupo alemão.

A novidade foi dada pelo CEO, Carsten Spohr, durante a conferência com analistas para apresentação dos resultados do segundo trimestre, no final do mês passado. Em resposta ao ECO, o grupo adianta que a “Lufthansa Technik está a planear estabelecer uma nova unidade de manutenção, reparação e revisão de componentes de aeronaves e peças de motores no sudoeste da Europa. Portugal é o país preferido para essa expansão da nossa rede“. A decisão deverá ser tomada “em breve”.

A Lufthansa Technik é uma das maiores empresas do setor no mundo, com contratos de manutenção para cerca de 4.000 aviões, perto de 25 mil trabalhadores e receitas de 6,5 mil milhões de euros (em 2023). Segundo o site, tem 35 subsidiárias operacionais e empresas afiliadas espalhadas pelo mundo, das quais 20 na Europa. A empresa definiu um plano de crescimento até 2030, que passa pela expansão do número de unidades e da presença internacional, incluindo através de aquisições.

A criação da nova unidade não estará dependente do processo de reprivatização da TAP (que tem o seu próprio negócio de manutenção), na qual a Lufthansa afirmou no passado ser uma das interessadas. O grupo alemão esteve, de resto, muito perto de adquirir a participação dos acionistas privados da transportadora aérea portuguesa, em 2020, com a pandemia da covid-19 a abortar o negócio.

A Lufthansa tem uma quota de mercado reduzida nos dois maiores aeroportos portugueses: 2% em Lisboa e 5% no Porto (juntando a Eurowings), segundo os dados mais recentes da Autoridade Nacional de Aviação Civil, referentes ao segundo trimestre de 2023.

O grupo alemão não quis avançar com mais detalhes sobre o investimento, por o processo de seleção do local não estar ainda concluído.

Outra área de aposta da Lufthansa Technik é o digital, onde o sudoeste europeu também terá um papel. Carsten Spohr referiu aos analistas que a Lufthansa Technik está também à procura de especialistas digitais, dada a escassez crescente na Alemanha. Questionada, fonte oficial da companhia afirmou que “está constantemente a avaliar o desenvolvimento e o potencial de talentos e inovação digital nos mercados europeus”, mas que “até ao momento não há planos para abrir um centro digital em Portugal”.

O universo de companhias do grupo alemão, que integra ainda a Swiss, Austrian Airlines, Brussels Airlines ou Eurowings, vai em breve crescer. A Comissão Europeia deu luz verde, no início de julho, à aquisição de 41% da ITA Airways, “herdeira” dos ativos da falida Alitalia.

A que poderá ainda somar-se a TAP, caso venha a concorrer e ganhar o processo de reprivatização que o Governo já prometeu relançar. O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, afirmou em julho que o processo está numa “fase de recato, de reavaliações, de definição de modelos” e será relançado em “momento oportuno”.

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Riade acolherá a terceira edição da Cimeira Mundial da IA

  • Servimedia
  • 23 Agosto 2024

Líderes mundiais da inteligência artificial vão reunir-se na terceira edição da Cimeira Global de Inteligência Artificial, que se realizará de 10 a 12 de setembro de 2024, em Riade, na Arábia Saudita.

Organizada pela Autoridade Saudita de Dados e Inteligência Artificial (SDAIA), a GAIN 2024 abordará temas cruciais como a IA generativa, a IA na vida urbana e a governação ética da IA, garantindo uma discussão abrangente sobre o impacto da tecnologia na sociedade, nas empresas e na governação.

O evento, que terá lugar no Centro Internacional de Conferências King Abdul Aziz, em Riade, contará com mais de 300 oradores de mais de 100 países, incluindo líderes mundiais e especialistas em IA. Estes não só impulsionarão os debates sobre o tema, como também abrirão caminho a colaborações internacionais para promover iniciativas globais de IA e a inovação ética a nível mundial.

A cimeira contará com sessões de alto nível, incluindo: um debate sobre o futuro da Inteligência Artificial Geral (AGI), painéis de discussão sobre medicina de precisão orientada para a IA e workshops sobre o papel da IA no desenvolvimento sustentável e nas cidades inteligentes.

Altos executivos de Silicon Valley, decisores políticos influentes e investigadores de renome no domínio da IA conduzirão debates sobre o futuro da governação da IA, as suas implicações éticas e o papel da cooperação internacional no aproveitamento do seu potencial, abordando temas altamente relevantes como o quadro ético para a IA e o impacto da Carta da IA do Mundo Islâmico.

Entre os especialistas participantes contam-se o Professor Simon See, Diretor Global do Centro de Tecnologia de IA da Nvidia; Antony Cook, Conselheiro Geral Adjunto da Microsoft; e Caroline Yap, Diretora Geral Global da Google Cloud.

Esta terceira edição é organizada sob o patrocínio de Sua Alteza Real o Príncipe Herdeiro Mohammed bin Salman bin Abdulaziz Al Saud, Primeiro-Ministro e Presidente do Conselho de Administração da Autoridade Saudita para os Dados e a Inteligência Artificial (SDAIA), e contará com a participação de gigantes da indústria como a Accenture, a Oracle, a Dell Technologies, a Siemens, a Boston Dynamics e a Google Cloud.

O presidente da Autoridade Saudita de Dados e Inteligência Artificial (SDAIA), Abdullah bin Sharaf Alghamdi, disse estar convencido de que “estamos a caminhar para o limiar de uma nova era onde o poder transformador da IA será aproveitado” para avançar para um futuro “onde a necessidade de colaboração internacional para aproveitar plenamente o potencial da IA e gerir o seu impacto de forma responsável nunca foi tão urgente”.

A GAIN 2024 servirá de catalisador para a inovação global no domínio da Inteligência Artificial, proporcionando aos participantes a oportunidade de participarem em mais de 120 sessões interativas, de estabelecerem contactos com pioneiros do setor e de contribuírem para colaborações inovadoras no setor que serão anunciadas durante a cimeira. Além disso, serão assinados vários acordos e feitos anúncios entre a SDAIA e gigantes tecnológicos mundiais no domínio da IA.

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Fogos sem impacto no alojamento turístico da Madeira, diz Governo Regional

Governo Regional da Madeira diz que fogos não terão impacto económico no alojamento e atividade das agências turísticas. Mas aumentaram os pedidos de informação da parte de turistas antes de viajarem.

A Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura da Madeira “não perspetiva qualquer impacto económico ao nível do alojamento e da atividade das agências de viagens” devido aos fogos que deflagram há uma semana e já destruíram quase 5.000 hectares do território. Ainda assim, aumentaram os pedidos de informação da parte de turistas sobre a segurança do destino antes de viajarem.

Em declarações ao ECO/Local Online, esta Secretaria Regional, sob a tutela de Eduardo Jesus, garante igualmente que “não existe uma relação entre os incêndios, que têm afetado algumas partes das serras da Madeira nos últimos dias, e os cancelamentos residuais que têm existido” nos alojamentos.

Desistências, aliás, que o Executivo madeirense não considera de todo significativas. “Não estamos a registar qualquer volume extraordinário de cancelamento de reservas, quer no alojamento tradicional, quer no alojamento local“, afiança este organismo público na sequência dos “contactos regulares” que tem, “desde o primeiro momento”, encetado com o setor turístico da ilha.

Não se perspetiva qualquer impacto económico ao nível do alojamento e da atividade das agências de viagens.

Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura do Governo Regional da Madeira

A Secretaria Regional destaca, contudo, o “aumento de pedidos de informação por parte de turistas, previamente à vinda para a região”, preocupados com a sua segurança devido ao fogo que lavra no arquipélago desde 14 de agosto. E que à data continua ativo no Pico Ruivo e no Pico do Gato, na cordilheira central da ilha, e no concelho da Ponta do Sol, indicou o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC).

“Estes pedidos de esclarecimento têm sido atendidos, quer pelos hoteleiros, quer pelos agentes de viagens e operadores turísticos”, detalha a Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura da Madeira. E realça “o esforço de comunicação que tem sido realizado, desde a primeira hora, pela Associação de Promoção da Madeira: Tem havido o cuidado de informar sobre a evolução rigorosa do estado da região”.

As entidades do setor turístico têm, por isso, trabalhado em conjunto para manter os turistas atualizados sobre a situação no arquipélago. O Executivo madeirense acredita que esta “atitude proativa tem trazido tranquilidade ao setor, não só aos operadores turísticos, como [também] a todos aqueles que são os recetores da comunicação institucional da Associação de Promoção da Madeira”.

Não existe uma relação entre os incêndios que têm afetado algumas partes das serras da Madeira nos últimos dias e os cancelamentos residuais que têm existido.

Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura do Governo Regional da Madeira

A Secretaria Regional, alerta, contudo para as “informações falsas, que estão a ser veiculadas em todo o mundo”, que tem monitorizado e retificado junto dos vários stakeholders do setor.

Ao contrário do que os ventos têm levado para outras paragens, a normalidade na atividade turística no arquipélago é corroborada pelo presidente da Mesa dos Agentes de Viagens da Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF-CCIM). “Gabriel Gonçalves afirmou que não se tem sentido qualquer tendência anormal no âmbito daquela atividade [alojamento turístico]”, segundo a Secretaria Regional de Eduardo Jesus.

O ECO/Local Online tentou contactar a ACIF-CCIM, mas até à hora de fecho deste artigo não foi possível.

O presidente da ACIF, Jorge Veiga França, já referiu, por sua vez, que os ventos fortes, que se têm feito sentir, levaram ao cancelamento, desde sábado, de dezenas de partidas e chegadas ao Aeroporto Internacional da Madeira, afetando milhares de passageiros.

O ECO/Local Online fez um périplo por algumas unidades hoteleiras na Madeira que garantem não ter cancelamentos devido aos incêndios que deflagram na ilha, como é o caso do Reid’s Palace, no Funchal. Apenas constataram alguns atrasos e alterações nas chegadas por causa dos voos. Já o Grupo Pestana prefere não fazer declarações por enquanto.

Os incêndios na Madeira não tiveram qualquer impacto na procura pela náutica de recreio das Marinas da região.

Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira

Também a administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira avança ao ECO/Local Online que “os incêndios na Madeira não tiveram qualquer impacto na procura pela náutica de recreio das Marinas da região, nem sequer na atividade das empresas marítimo-turísticas”. Aliás, reforça, “nem se prevê que tal venha a acontecer”.

Desde 14 de agosto já arderam quase 5.000 hectares nas serras da Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. O presidente do Executivo madeirense acredita tratar-se de fogo posto, estando a Polícia Judiciária a investigar as causas do incêndio.

Entretanto, as autoridades na Madeira consideram ainda ser prematuro contabilizar os prejuízos causados pelas chamas. Ainda assim, a secretária Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente, Rafaela Fernandes, já garantiu apoio aos apicultores afetados pelo fogo. O ECO/Local Online tentou apurar qual o valor em questão e como será prestado esse apoio, mas ainda não foi possível obter informações junto desta Secretaria Regional.

Os fogos, que lavram há vários dias, trazem à memória o fatídico incêndio urbano de 13 de agosto 2016 que tirou a vida a três pessoas, feriu outras 147, destruiu centenas de casas e causou um prejuízo de 157 milhões de euros, de acordo com informações divulgadas na altura.

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Mais de 8.500 médicos aderiram ao regime de dedicação plena do SNS

Número de médicos que até ao momento aderiram ao regime de dedicação plena em ULS e Institutos Portugueses de Oncologia é de 8.503, segundo dados do Ministério da Saúde.

O número de médicos que aderiram, até ao momento, ao regime de dedicação plena no Serviço Nacional de Saúde (SNS) subiu para 8.503. A informação foi avançada pelo gabinete da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em resposta a uma pergunta do grupo parlamentar do PS.

“O número de médicos que até ao momento aderiram ao regime de dedicação plena em ULS/IPO é de 8.503”, refere o chefe de gabinete de Ana Paula Martins.

Os socialistas questionaram a governante sobre qual o número de médicos que aderiram individualmente ao regime. O Ministério esclarece também que “o regime de dedicação plena não prevê a inclusão de outros profissionais de saúde para além de médicos”, razão pela qual não responde à questão sobre a discriminação de profissionais solicitada pelos deputados do PS.

Em julho, a ministra da Saúde sinalizou no parlamento que, até àquele momento, mais de 5.770 médicos tinham aderido à dedicação plena no SNS, pelo que se verificou uma subida de mais de 2730 médicos neste período.

O regime de dedicação plena foi criado no contexto da aprovação do novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo em vista evitar que os médicos do SNS trabalhem ao mesmo tempo no privado. A medida estava inscrita na Lei de Bases da Saúde, mas nunca tinha chegado a avançar, até ser aprovada em 2023, entrando em vigor em 1 de janeiro deste ano.

O regime aplica-se aos médicos que integrem as Unidades de Saúde Familiares (USF) e no caso dos hospitais, dirige-se às “equipas multiprofissionais que integrem os centros de responsabilidade integrados (CRI)”, bem como aos médicos “designados, em regime de comissão de serviço, para o exercício de funções de direção de serviço ou de departamento dos estabelecimentos e serviços de saúde do SNS“.

Podem ainda aderir os médicos de saúde pública, bem como os médicos dos centros de saúde ou hospitais, que a título individual, manifestem esse desejo.

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Governo atento à venda da Somincor

Ministério da Economia lembra que Somincor é uma empresa privada, mas sublinha que Governo exercerá as suas competências para garantir que regras serão respeitadas na venda da mineira.

O Governo está a acompanhar o processo de venda da Somincor, empresa que tem a exploração da mina de Neves-Corvo e que é detida pelos canadianos da Lundin Mining, num negócio que pode valer mil milhões de euros.

Lembrando que a Somincor “é uma empresa privada, de gestão igualmente privada”, o Ministério da Economia sublinhou que tendo em conta a “relevância social e económica” da empresa “para os trabalhadores, para a região e para o país, o Governo exercerá as suas competências na garantia de pleno respeito das normas legais e laborais em vigor”.

Esta foi a resposta do ministério liderado por Pedro Reis às questões colocadas pelo PCP a propósito do processo de venda da maior mina do país e que emprega 2.000 trabalhadores.

O ECO avançou na semana passada que a corrida pela Somincor está a ser dominada por investidores estrangeiros. A operação está a ser conduzida a partir de Toronto e Vancouver, pelo Banque de Montréal (BMO) e uma equipa da Lundin Mining, em absoluto secretismo.

A fase de entrega de ofertas non-binding decorreu nas últimas semanas e terá atraído cerca de duas dezenas de interessados. As propostas não vinculativas poderão ter chegado aos mil milhões de euros (equity), segundo fontes de mercado.

"A Somincor é uma empresa privada, de gestão igualmente privada. Consciente da relevância social e económica da Somincor para os trabalhadores, para a região e para o país, o Governo exercerá as suas competências na garantia de pleno respeito das normas legais e laborais em vigor.”

Ministério da Economia

A short list já foi selecionada. Fontes de mercado admitem que as propostas pelas duas minas que os canadianos pretendem vender – em Portugal e na Suécia — terão sido privilegiadas, e sabe-se que a portuguesa Almina apresentou uma oferta não vinculativa apenas pelas minas Neves-Corvo.

Neste momento estará em curso o processo de due diligence, não apenas financeiro, mas também operacional. E uma das questões-chave é mesmo saber o período útil de vida de Neves-Corvo para a extração de cobre e zinco. A Somincor – que já confirmou que está no mercado, após a notícia divulgada em primeira mão pelo ECO — apenas diz que “não irá nesta fase pronunciar-se sobre o processo em curso”.

Neves-Corvo tem cinco grandes jazigos em produção (Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador). Em 2023, a faturação da Somincor apresentou uma queda face ao ano anterior, para 393 milhões de euros, um resultado operacional (EBITDA) de 83 milhões e lucros, em queda, de cerca de 1,5 milhões (13 milhões de euros em 2022).

De acordo com informação oficial da empresa, o processamento do minério em Neves-Corvo é feito através de duas lavarias. A Lavaria do Cobre processa aproximadamente por ano 2,6 milhões de toneladas de minério de cobre. A Lavaria do Zinco, que processa minério de zinco ou chumbo, tem capacidade de tratar anualmente cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano.

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Margarida Balseiro Lopes

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  • 23 Agosto 2024

Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & Partner, partilha a sua opinião sobre o trabalho desenvolvido, até à data, da Ministra da Juventude e da Modernização.

Não conheço pessoalmente Margarida Balseiro Lopes. A atual Ministra da Juventude e da Modernização que tanto tem estado nos últimos dias debaixo dos holofotes por ter manifestado a sua concordância com a campanha pública (questionário online) da DGS sobre “pessoas que menstruam”.

Sim, quem não esteja atento ainda corre o risco de reduzir a ação da atual Ministra da Juventude à mais recente polémica, desvalorizando tudo aquilo que tem feito.

É óbvio que não concordo com a sua posição nem concordo com a campanha absurda da DGS – mesmo que a mesma se refugie supostamente em teses científicas internacionalmente aceites.

No mundo real tudo isto parece um perfeito absurdo que só serve para dividir sociedades. Já na Faculdade de Direito se ensinava que o princípio da igualdade consistia em tratar de forma igual o que que é igual e de forma desigual o que é desigual. Chegará o tempo, também no mundo político, em que progressistas serão aqueles que saibam defender este princípio da igualdade, sem complexos ou preconceitos.

Seja como for, este tipo de querelas normalmente serve apenas para entreter, para provocar polémicas inexistentes, para provocar divisionismos ou mesmo para esconder incapacidade de trabalho. Não é o caso desta Ministra.

"A grande vantagem de estar num Governo – ao contrário do que sucede num parlamento – é que a nossa atividade governativa pode efetivamente ajudar a mudar a vida das pessoas, pode contribuir para transformar a sociedade.”

Polémicas à parte – e reconhecendo o progressismo assumido da Ministra, tão característico numa determinada área política do PSD (e já agora do próprio CDS) – sou daqueles que gosto de avaliar a prestação dos políticos com base em factos concretos, na transformação do mundo que nos rodeia e não propriamente em meras proclamações.

A grande vantagem de estar num Governo – ao contrário do que sucede num parlamento – é que a nossa atividade governativa pode efetivamente ajudar a mudar a vida das pessoas, pode contribuir para transformar a sociedade. E sobretudo é mensurável.

E aí, no atual elenco governativo, é impossível não referir Margarida Balseiro Lopes.

Margarida Balseiro Lopes é provavelmente a primeira governante a tutelar a área da Juventude – seja Ministro ou Secretário de Estado – que em tão pouco tempo de exercício de funções já tem trabalho feito para apresentar. Uma Ministra que não se deixou subalternizar – como apontavam todos os vaticínios – e que já tem trabalho feito.

Se o Governo fosse hoje empurrado para eleições antecipadas, a Ministra da Juventude e da Modernização seria dos poucos membros do Governo que já teria trabalho para mostrar (ou que teria mesmo trabalho para apresentar). Digo-o, não querendo ser injusto com o Ministro da Educação que ao jeito da formiga (e não da cigarra) – sem proclamações e anúncios – vai fazendo um trabalho diário que é igualmente mensurável.

É bem verdade que na área da Modernização (e não do Progressismo ideológico) há ainda muito a fazer, seja na melhoria da Administração Pública, na melhoria dos procedimentos, no combate à burocracia, na transparência, na prestação de contas ou mesmo na prestação atempada dos serviços prestados pelo Estado (veja-se o caso da AIMA, do IMT ou mesmo no comportamento habitual da própria AT).

Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & Partner

Mas é também bem verdade que esta Ministra da Juventude já fez mais pelos jovens portugueses que todos os últimos responsáveis do sector dos últimos 20 anos.

Esse ímpeto reformista, de trabalho e de competência deveria ser uma bússola para tantos outros Membros do Governo que teimam em nada apresentar nas suas respetivas áreas setoriais, algumas delas assumidamente centrais na governação.

Repito que não concordo com a posição pública da Ministra – tal como uma boa parte do próprio do PSD, segundo percebi, também não concorda -, acho a campanha da DGS um absurdo, mas é impossível não acompanhar com reconhecimento e apreço o trabalho que a Ministra tem feito pela juventude.

Bastaria referir o IRS Jovem (redução em dois terços das taxas de IRS atualmente em vigor), a isenção do IMT e do Imposto de Selo na compra da primeira habitação, o aumento da oferta de alojamento estudantil ou as medidas de saúde mental.

"O trabalho desta Ministra na área da Juventude é toda uma lufada de ar fresco, tem lastro, tem futuro e representa exigência acrescida para outros responsáveis governativos.”

Não são proclamações, são factos concretos que mudam a vida de tantos jovens portugueses, em dimensões tão diferentes e igualmente importantes para todos os jovens portugueses. São fatores de permanência em Portugal e bons motivos de esperança num futuro melhor.

O trabalho desta Ministra na área da Juventude é toda uma lufada de ar fresco, tem lastro, tem futuro e representa exigência acrescida para outros responsáveis governativos.

Se conhecesse pessoalmente Margarida Balseiro Lopes agradecia-lhe o trabalho feito pelos jovens – e não acabado – mas pedia-lhe igualmente que olhasse pela área da Modernização.

Trata-se de uma área transversal no Estado e que também tanto precisa do inconformismo, trabalho e competência da Ministra.

Há áreas em que o Estado continua obsoleto e em vez de acrescentar valor à vida das pessoas e das empresas, resume-se ao papel de fardo, de empecilho e forte obstáculo.

Há empresas que sobrevivem apesar do Estado e para além do Estado. Muitas vezes só pedem que o Estado não atrapalhe.

Há que olhar por elas.

Em tempo:

Termino com uma curta nota sobre os incêndios da Madeira.

Em Julho de 2012 houve igualmente um incêndio de grandes proporções na Madeira. O Governo da República enviou uma força de combate da Força Especial de Bombeiros e prestou auxílios de diversa ordem, de forma proativa e imediata.

Tudo em estreita articulação com o Governo Regional da Madeira e no respeito pela autonomia regional. Era Presidente do Governo Regional da Madeira Alberto João Jardim e Ministro da Administração Interna Miguel Macedo.

O Ministro da Administração Interna Miguel Macedo deslocou-se pessoalmente à Madeira para estar com as forças de combate e prestar institucionalmente a solidariedade do Governo da República com o Governo Regional, visitando o teatro de operações.

No mesmo dia que visitou a Madeira o Ministro regressou a Portugal para acompanhar de perto o grande incêndio que se verificou no Algarve na zona de Tavira e Loulé.

Nessa hora de enorme dificuldade – como nesta -, o dispositivo de combate gosta de perceber que os agentes de proteção e socorro, incluindo aqueles que estão no patamar político, não estão de férias.

Filipe Lobo d’Avila, Advogado e antigo Secretário de Estado da Administração Interna

 

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Joaquim Cadete vai ser o próximo presidente da Parpública

Governo já escolheu nova equipa de gestão da entidade que gere as participações do Estado. Diretor do mestrado de Finanças da Católica Lisbon School of Economics sucede a Realinho de Matos.

Joaquim Cadete, diretor do mestrado de Finanças da Católica Lisbon School of Economics, vai ser o novo presidente da Parpública, apurou o ECO junto de fonte governamental, substituindo José Realinho de Matos, cujo afastamento foi conhecido esta quinta-feira.

Mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e doutorado em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Ciências Sociais, Joaquim Cadete passou por vários bancos de investimento estrangeiros, como o ABN Amro, o Citigroup Global Markets e a Rockbridge Advisers. Em Portugal, foi administrador financeiro do Banif Banco de Investimento, entre 2017 e 2018, e administrador não executivo da Euronext Securities Porto.

João Pinhão regressa ao cargo de administrador financeiro da Parpública, que desempenhou entre 2020 e 2023, saindo para ser CFO da Companhia das Lezírias. Da equipa fará ainda parte João Ferreira, líder de excelência operacional de Global Service Delivery da Mercer Portugal, e Cristina Carvalho, jurista da Estamo – Participações Imobiliárias e antiga associada sénior da sociedade de advogados CMS-Rui Pena, Arnaut. Haverá ainda mais uma vogal, cujo processo ainda não está finalizado.

A nova administração deverá tomar posse entre o final de agosto e início de setembro, segundo apurou o ECO junto da mesma fonte. Contactado, o Ministério das Finanças não quis fazer qualquer comentário. Será também no final do mês, a 30 de agosto, que será realizada a assembleia geral para aprovação das contas da Parpública.

O Governo decidiu afastar a administração da Parpública, tendo transmitido a decisão à administração cessante, liderada por José Realinho de Matos, na quinta-feira.

Fontes governamentais explicaram ao Jornal de Negócios que a gestão da Parpública “não teve uma postura preventiva na sua atuação”, mas antes “uma ação reativa”, colocando o Estado com pouca margem para tomar decisões.

O caso mais recente diz respeito à Inapa, que pediu insolvência no final de julho, com a administração a apontar responsabilidades à liderança da Parpública, o maior acionista, acusando-a de protagonizar uma “destruição de valor massiva facilmente evitável”.

A situação da empresa de distribuição de papel causou desconforto também nas Finanças, que souberam pela comunicação social do risco eminente de deixar de cumprir as suas obrigações com os credores, que levou à suspensão das ações em bolsa. Cerca de um mês antes, a administração da entidade gestora das participações do Estado já tinha conhecimento da necessidade de um financiamento com vista à reestruturação da empresa, como noticiou o ECO.

José Realinho de Matos e os administradores Elisa Cardoso e João Marcelo foram nomeados pelo anterior ministro das Finanças, Fernando Medina, com efeitos a 6 de novembro de 2023. Já o vice-presidente Marco Neves assumiu funções a 1 de dezembro. Da anterior administração tinham transitado José Azevedo Rodrigues e Maria João Pessoa de Araújo.

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Centros de atendimento da AIMA para resolver pendências abrem em setembro

  • Lusa
  • 22 Agosto 2024

O ministro da Presidência associou a paralisação a "um mal-estar gerado pela extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)" e à forma como foi realizada a transição para a AIMA.

O ministro da Presidência anunciou esta quinta-feira a abertura em setembro de centros de operações de atendimento e resolução de pendências processuais da AIMA em vários pontos do país, localizando-se o maior dos centros em Lisboa.

Em conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro disse que a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), com cerca de 400 mil processos administrativos de regularização de imigrantes pendentes, “terá os seus centros de operações de atendimento e resolução dessas pendências em funcionamento no mês de setembro, em vários pontos do país, sendo o maior dos centros localizado em Lisboa”.

“Este Governo tem resposta para as 400 mil pendências, podem afinal não ser tantos, muitos podem já ter abandonado o território nacional desesperados com a falta de resposta do Estado português. Prometemos e criámos uma estrutura de missão, que está a funcionar, a contratualizar espaços com autarquias, com outras entidades e ONG [Organizações Não Governamentais], com as Ordens, para termos centros de atendimento e equipas de backoffice para começarmos a tramitar estes processos de forma muito mais acelerada”, disse o ministro da Presidência.

Questionado sobre a greve dos trabalhadores da AIMA, que se recusam a fazer mais horas extraordinárias até ao final do ano em protesto contra a falta de recursos face ao trabalho acumulado, o ministro associou a paralisação a “um mal-estar gerado pela extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)” e à forma como foi realizada a transição para a AIMA.

“É verdade, não podemos deixar de concordar, eu próprio fiz referência a isso várias vezes, a forma como o SEF foi extinto, em morte lenta, como a AIMA foi debilitada pelo Governo anterior foi profundamente errada”, disse Leitão Amaro.

O ministro apontou uma “preocupação com os imigrantes que escolherem Portugal e que ao longo dos últimos sete anos apresentaram ao Estado português, muitos deles nos termos da lei, pedidos e que não foram respondidos”, afirmando que “a expressão caos”, usada por uma representante sindical e hoje citada por Leitão Amaro para descrever a situação vivida na AIMA, “talvez se possa aplicar”.

Sobre o pagamento das horas extraordinárias, reivindicado pelos trabalhadores em greve, o governante disse que “o que for legal e devido, naturalmente, o Estado é uma pessoa de bem e pagará”, acrescentando que a agência “não tem escassez de recursos financeiros, tem escassez de recursos humanos”.

“Temos medidas, temos alocação de recursos e vamos juntos resolver mais um problema dramático, desrespeitador de muitos seres humanos, que recebemos da governação anterior, que nesta matéria falhou clamorosamente”, criticou o ministro, que garantiu que sindicatos e Governo estão em contacto.

Ainda sobre os centros de atendimento que entram em funcionamento em setembro, Leitão Amaro sublinhou que se trata de “uma operação extraordinariamente complexa, porque tem uma dimensão administrativa, de tratamento e verificação de documentação e depois de atendimento presencial, reverificação, recolha dos dados biométricos e subsequente emissão dos documentos”.

“Nós reconhecemos a situação extraordinariamente difícil em que os funcionários da AIMA foram colocados. Havia uma estrutura, o SEF; que tinha um conjunto de trabalhadores amplo, com várias competências, foi desmembrado o SEF”, disse ainda o ministro, que referiu ainda que o desmantelamento de equipas com competências especializadas do SEF justificou a criação de novas equipas “que de alguma forma recompusessem as competências que existiam”.

A estrutura de missão inclui um reforço, por um ano, de 300 elementos para a AIMA e estará em funções até 02 de junho de 2025 e inclui dois tipos de reforços. Leitão Amaro explicou no final de junho no parlamento que, por um lado, está previsto um “grupo de especialistas, envolvendo trabalhadores da AIMA e ex-inspetores do SEF” que “podem ajudar a fazer o tratamento administrativo e documental dos processos” pendentes.

Este grupo incluirá 100 pessoas, divididas em equipas de 10. Por outro lado, a estrutura de missão contempla recursos para o reforço do atendimento presencial, com recolha de dados biométricos, num total de duas centenas de elementos. Na altura referiu que seriam criados, “pelo menos, três centros de atendimento”, com 60 a 70 pessoas, mas “com princípios de integração”, contemplando outros serviços complementares que ajudem os imigrantes na sua relação com o Estado português.

Além do apoio linguístico, esses novos centros terão estruturas do Instituto de Emprego e Formação Profissional, da Segurança Social e também associações migrantes.

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Marcelo promulga subsídio de risco da PSP e GNR

  • ECO
  • 22 Agosto 2024

Horas depois do diploma ser aprovado em Conselho Ministros, o Presidente da República promulgou o suplemento de risco da PSP, GNR e guardas prisionais.

O Presidente da República promulgou, esta quinta-feira, o suplemento por serviço e risco nas forças de segurança, horas depois do Governo o ter aprovado em Conselho de Ministros. Segundo nota de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa concordou com o “respetivo conteúdo genérico” deste diploma e mais dois, que também tiveram ‘luz verde’ da presidência.

O suplemento de risco da PSP, GNR e guardas prisionais já tinha causado uma mini-fricção política. Marcelo Rebelo de Sousa sentiu necessidade de responder às declarações do ministro da Presidência, no final da conferência de imprensa, de que o Governo estava preparado “em pouco tempo”, para processar o pagamento deste subsídio “após a promulgação por parte do Presidente”.

Numa nota, a meio da tarde, a Presidência frisava que ainda não tinha entrado nenhum diploma, sobre este assunto, em Belém e prometia que, mal chegasse às mãos de Marcelo, seria promulgado. E assim aconteceu, em tempo recorde. “Tendo acabado de os receber e concordando com o respetivo conteúdo genérico”, o chefe de Estado promulgou o diploma do suplemento e mais dois – o diploma que cria o novo Conselho Nacional para as Migrações e Asilo e o que cria o Fundo para a Aquisição de Bens Culturais.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o aumento do suplemento de risco para os agentes da PSP e os guardas da GNR de 100 para 400 euros brutos mensais, até 2026. Este ano, o subsídio sobe 200 euros para 300 euros e será pago com efeitos retroativos a 1 de julho.

Depois da subida de 200 euros deste ano, com efeitos a julho, a 1 de janeiro de 2025, esta componente do recibo de vencimento irá saltar 50 euros, atingindo os 350 euros e, no ano seguinte, sobe mais 50 euros, perfazendo os 400 euros.

Quanto à data de pagamento da subida do suplemento de 200 euros, atribuído este ano, com efeitos a julho, o governante não se comprometeu com datas, ainda que a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, tenha adiantado que será pago entre os salários de agosto e setembro.

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Portugal foi o quarto mercado emissor de turistas para Cabo Verde em 2023

  • Lusa
  • 22 Agosto 2024

INE verificou que 86.289 turistas portugueses visitaram Cabo Verde no ano passado, um aumento de 26,6% em relação a 2022.

Portugal foi o quarto mercado emissor de turistas para Cabo Verde em 2023, com 9,8% do total dos 877.892 que visitaram o arquipélago nesse período, divulgou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatísticas (INE). No seu inquérito aos gastos e satisfação dos turistas, o INE verificou que 86.289 turistas portugueses visitaram Cabo Verde no ano passado, um aumento de 26,6% em relação a 2022.

Segundo a mesma fonte, em 2023 o Reino Unido manteve-se como o principal mercado emissor, tendo representado 35,3% dos turistas que visitaram Cabo Verde, seguido pela Bélgica+Países Baixos (11,4%) e Alemanha (11,3%). Cabo Verde recebeu ainda turistas da República Checa (4,5%), França (4,4%), Itália (4%) Suécia (3,7%), Espanha (2,1%), Luxemburgo (1,2), Suíça (1,1%), Estados Unidos e Brasil (0,4%), enquanto outros países representarem um total de (10,5).

Para o INE, depois de dois anos em que o setor do turismo foi fortemente afetado pela pandemia da covid-19, o ano de 2022 foi significativamente marcado pelo regresso dos turistas estrangeiros a Cabo Verde, aproximando-se dos valores recordes de 2019 nos principais indicadores.

Assim, no ano passado, registou-se novo recorde no número de turistas que visitaram Cabo Verde, superando os alcançados em 2019, constatou o instituto cabo-verdiano. Estima-se que, em 2023, o número de chegadas de turistas a Cabo Verde tenha atingido 877.892, correspondendo a um acréscimo de 24,4% face a 2022, e superando os níveis de 2019 (+1,9%).

Em março, o INE divulgou que em 2023 os estabelecimentos hoteleiros registaram pela primeira vez mais de um milhão de hóspedes (1.010.739), um aumento de 20,9% face ao ano de 2022, alguns que poderão ter várias entradas no período de referência. Já estes novos dados dizem respeito à estimativa da entrada dos turistas no país através dos aeroportos internacionais.

E relativamente à frequência entre os quatro aeroportos internacionais, o Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, continua sendo o mais procurado, seguido do Aeroporto Internacional Aristides Pereira (AIAP), na Boa Vista.

Relativamente ao sexo, as mulheres representaram maior percentual (58,2%) em relação aos homens (39,7%), e a idade média dos turistas manteve-se igual ao ano passado (44 anos). À semelhança dos anos anteriores, a maioria dos turistas eram trabalhadores (72,6 %), ou seja, tinham uma ocupação profissional, seguindo-se-lhes os reformados (13,1%), prosseguiu o INE.

A maioria dos turistas (92,5%) recomenda Cabo Verde como destino turístico e 82,4% manifestou intenção de regressar a Cabo Verde. Do total de turistas que visitaram Cabo Verde no ano passado, 87% viajaram em pacote turístico, e destes, 74,3% no pacote tudo incluído, enquanto 12,8% declarou que viajou no pacote não tudo incluído.

As ilhas do Sal, Boa Vista e Santiago foram as onde os turistas estrangeiros passaram maior número de noites, representando 57,5%, 37,5% e 2,7%, respetivamente. Em termos gerais, a estadia média dos turistas em Cabo Verde foi de 8,9 dias em 2023, referiu o INE, indicando que, no ano passado, os turistas tiveram um gasto médio diário em Cabo Verde de 6.625 escudos (60 euros).

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Trump promete lançar plataforma de criptomoedas

  • Lusa
  • 22 Agosto 2024

"Os americanos foram espremidos pelos grandes bancos e pelas elites financeiras durante demasiado tempo. Está na hora de resistirmos juntos", justificou o candidato republicano.

O ex-Presidente dos Estados Unidos e candidato presidencial Donald Trump prometeu esta quinta-feira lançar uma plataforma de criptomoedas, apresentando-a como uma alternativa às ofertas dos grandes bancos e instituições financeiras.

“Os americanos foram espremidos pelos grandes bancos e pelas elites financeiras durante demasiado tempo. Está na hora de resistirmos juntos”, justificou o candidato republicano às presidenciais de novembro nas redes sociais X e Truth Social, esta última criada pelo próprio.

Donald Trump, que durante a sua presidência era contra as criptomoedas considerando-as uma fraude, mudou radicalmente de posição sobre esta matéria ao ponto de se apresentar agora como um campeão das moedas digitais. A plataforma prometida por Trump apoiar-se-á na chamada finança descentralizada, um mecanismo que permite não utilizar um intermediário como um banco para realizar transações com terceiros.

A finança descentralizada baseia-se na chamada tecnologia blockchain, que mantém um registo de transações teoricamente inviolável e acessível a todos. Documentos divulgados em meados de agosto revelaram que o ex-Presidente norte-americano detinha entre um milhão e cinco milhões de dólares em ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo.

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