Anacom aplica coimas totais de 6,5 milhões de euros em 2024

  • Lusa
  • 10 Março 2025

Entidade concluiu 266 processos de contraordenação no ano passado, tendo aplicado sanções em 234 que correspondem a um total de coimas de 6,5 milhões de euros.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) concluiu 266 processos de contraordenação no ano passado, tendo aplicado sanções em 234 que correspondem a um total de coimas de 6,5 milhões de euros.

Entre as 234 decisões condenatórias, a Anacom destaca uma contra a Meo, “por incumprimento de regras relativas a contratos com assinantes, em que foi aplicada uma coima única de 1,4 milhões de euros” e outra contra a NOS. Esta última por “incumprimento de regras relativas a contratos com assinantes, em que foi aplicada uma coima única de 858 mil euros, e por incumprimento de regras relativas à suspensão de serviços de comunicações eletrónicas, em que foi aplicada uma coima única de 744 mil”, lê-se no comunicado.

O regulador também destaca a decisão contra os CTT, “por violações de obrigações respeitantes ao serviço postal universal e de obrigações relativas à distribuição de envios postais, em que foram aplicadas coimas de 830 mil euros e de 399 mil euros”, outra contra a NOS Madeira, “por incumprimento de regras relativas a contratos com assinantes, em que foi aplicada uma coima única de 363 mil euros” e sobre a Vodafone, “por incumprimento de regras relativas ao barramento de serviços, em que foi aplicada uma coima única de 250 mil euros e uma injunção”.

A Anacom tomou ainda decisões relativas a violações de direitos dos consumidores em matéria de comunicações eletrónicas.

Foram objeto de análise inicial durante o ano 235 processos e foram instaurados 148 processos de contraordenação devido à existência de indícios suficientes da prática de infrações“, adianta.

Dos processos resultantes da existência “de indícios de violação de obrigações previstas na Lei das Comunicações Eletrónicas, destacam-se sobretudo os relativos ao incumprimento de regras aplicáveis aos contratos”, acrescenta a entidade reguladora.

Realça ainda os processos em que foram imputados incumprimentos da obrigação de prestação de informação à Anacom, quer pelos prestadores de serviços de comunicações eletrónicas, quer pelos prestadores de serviços postais, bem como das obrigações fixadas pelo regime de instalação de infraestruturas de telecomunicações.

Registaram-se também incumprimentos das obrigações relativas aos regimes de disponibilização no mercado de equipamentos; de regras aplicáveis às redes e estações de radiocomunicações; e de obrigações fixadas no regime jurídico do livro de reclamações, refere a Anacom.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Espanhola Velto e alemã Q Energy vão comprar projetos de renováveis em Portugal

As duas empresas assinaram um acordo para adquirir uma carteira de projetos de energia renovável. Parceria começa em França. Portugal segue-se “nas próximas semanas”.

A espanhola Velto anunciou esta segunda-feira que assinou um acordo com a alemã Q Energy para comprar uma carteira de projetos de energias renováveis de grande escala em diferentes países europeus, incluindo Portugal ao longo dos próximos anos. A parceria entre a Velto Renewables e a Q Energy Solutions vai começar por França, mas Portugal segue-se “nas próximas semanas”.

A primeira etapa do acordo foi a aquisição de uma carteira de projetos fotovoltaicos e eólicos com uma capacidade total de aproximadamente 130 megawatts (MW) em França. Logo a seguir, os parceiros esperam comprar 400 MW em Espanha e Portugal.

Em causa estão cinco projetos que se encontram em construção pela Q Energy: dois ativos solares fotovoltaicos, dois ativos eólicos e um parque fotovoltaico flutuante (Les Îlots Blandin) — considerado o maior da Europa com esta tecnologia de produção de energia sustentável – que foi criado em cima de lagos de água industriais.

Prevê-se que estes cinco projetos comecem a funcionar, gradualmente, entre a primavera de 2025 e o início de 2026. Quando estiverem totalmente operacionais, irão produzir mais de 210 mil MWh (Megawatts-hora) por ano, o equivalente a eletricidade limpa para abastecer mais de 50 mil casas.

Este investimento, em parceria com a Q Energy, é um passo importante para o crescimento estratégico da Velto. Além de triplicar a nossa capacidade energética, o desenvolvimento está alinhado com a nossa visão de diversificar o nosso alcance tecnológico e expandir a nossa presença internacional na Europa”, comentou o CEO da Velto, Lucas de Haro.

O CEO da Q Energy destacou o facto de a Velto ser apoiada por um investidor em infraestruturas globais (CDPQ). “É uma prova da sustentabilidade, inovação e excelência da Q Energy no domínio das energias renováveis e reforça a nossa posição como líder de confiança no setor, demonstrando que as nossas soluções de alta qualidade continuam a atrair parceiros de topo nível que partilham a nossa visão de um futuro mais limpo e sustentável”, referiu Junu Lee.

Sediada em Berlim, a Q Energy – antiga Q Cells — é detida pelo grupo sul-coreano Hanwha e tem o parque solar de Larinho (com capacidade de 12 MW) e o parque solar de Canha (com capacidade de 13 MW) em Portugal. A empresa, que tem escritório no Porto, foi a grande vencedora do leilão de energia solar de 2020, conquistando 315 megawatts do total de 670 megawatts que estavam em jogo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

António Vitorino diz-se mais preocupado com o “dia a seguir às eleições”

  • Lusa
  • 10 Março 2025

"Espero que haja bom senso e se encontre uma solução que garanta estabilidade. As eleições são legítimas. A mim preocupa-me mais é o dia a seguir às eleições”, disse o socialista.

O antigo comissário europeu António Vitorino pediu esta segunda-feira “bom senso” para que se encontre uma solução para o país que “garanta estabilidade”, apontando que se preocupa mais com o dia a seguir às eleições.

“Saberemos isso [se teremos eleições em maio] amanhã [terça-feira]. Espero que haja bom senso e se encontre uma solução que garanta estabilidade. As eleições são legítimas. A mim preocupa-me mais é o dia a seguir às eleições“, disse António Vitorino.

Em Vila Nova de Gaia, à entrada para a conferência “Imigração: O desafio da proximidade”, onde vai intervir na sessão de encerramento enquanto presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, António Vitorino não quis dar opinião sobre o momento atual da política portuguesa, nem sobre se esta podia ter sido evitada, sublinhando apenas a legitimidade das eleições.

As eleições são uma forma legítima de resolver situações de impasse“, disse António Vitorino, que ainda se encontra em reflexão sobre uma eventual candidatura à Presidência da República.

Em causa está a crise política que poderá ditar a queda do Governo PSD/CDS de Luís Montenegro com a não aprovação da moção de confiança apresentada pelo Executivo.

António Vitorino vincou que “cabe aos protagonistas políticos definirem quais são as regras do jogo e, sobretudo, o que é que podemos esperar de um resultado eleitoral”. “Em democracia o diálogo entre os partidos políticos é fundamental. Se há um impasse ou uma situação de irredutibilidade, as eleições são uma forma de solução”, terminou.

Esta segunda-feira decorre, em Lisboa, aquele que pode ser o último Conselho de Ministros do Governo em plenitude de funções dado que o Parlamento debate na próxima terça-feira uma moção de confiança ao Executivo minoritário PSD/CDS-PP, que tem chumbo anunciado, com os votos do PS e Chega.

Às 21 horas, o PS reúne, na sede nacional, também em Lisboa, a comissão política nacional do partido, um dia depois de um encontro, no domingo, do líder socialista, Pedro Nuno Santos, com os líderes das federações distritais.

No sábado, num almoço do Dia da Mulher, na Maia, Porto, Montenegro afirmou que lhe “parece que não há alternativa” a eleições antecipadas, garantindo que é sua responsabilidade “evitar que Portugal seja um país envolto em lama”.

Horas depois, em Lisboa, Pedro Nuno Santos respondeu e acusou o primeiro-ministro de “estar na lama” para a qual arrastou PSD, Governo e agora querer levar também o país. E avisou que o Executivo de direita “nunca poderá ter a confiança” dos socialistas.

O chumbo de um voto de confiança implica a demissão do Governo. O Presidente da República, face a este cenário, já antecipou que as datas possíveis para realizar legislativas antecipadas o mais breve possível são 11 ou 18 de maio.

A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, — e que passou esta semana apenas para os filhos de ambos — levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

Depois de mais de duas semanas de notícias — incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva –, de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a 5 de março a apresentação de uma moção de confiança.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PS confirma CPI. Foco na exclusividade e nas obrigações declarativas de Montenegro

A poucas horas da moção de confiança do Governo, socialistas apresentaram esta manhã os temas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) requerida sobre a empresa familiar do primeiro-ministro.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) imposta pelo PS vai centrar-se no cumprimento do regime de exclusividade pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e as suas obrigações declarativas. Os socialistas voltaram a apelar ao Governo para retirar a comissão de confiança e que o Chefe do Governo se sujeite ao escrutínio, mas garante que voltará a apresentar a iniciativa na próxima legislatura se o Parlamento for dissolvido.

O anúncio foi feito esta segunda-feira pela líder parlamentar dos socialistas, Alexandra Leitão, e os vice-presidentes da bancada Pedro Delgado Alves e Marina Gonçalves, em conferência de imprensa no Parlamento.

O PS continua a querer a estabilidade, mas não pode permitir que se mantenha uma situação de falta de transparência”, afirmou Alexandra Leitão, apelando a que o primeiro-ministro se sujeite à CPI “em vez de provocar uma crise política”.

Para os socialistas, “ao recusar sujeitar-se a um instrumento legal, democrático do regime parlamentar, que é uma CPI, avançando com uma moção de confiança que sabe e quer que seja rejeitada, o que primeiro-ministro está a dizer é que prefere sujeitar-se a eleições antes que isto seja esclarecido“. “Perde seguramente a democracia”, argumentou Alexandra Leitão.

O PS recusa deixar cair a CPI em qualquer cenário — mesmo que Montenegro retirasse a moção de confiança –, porque considera que há “um conjunto de contornos que estão pouco esclarecidos”.

Obviamente que a CPI continuará independentemente do momento que teremos a partir de quarta-feira, independentemente de ser nesta legislatura ou na próxima legislatura“, esclareceu Marina Gonçalves.

A líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Alexandra Leitão (C), intervém na conferência de imprensa sobre a atual situação política nacional, na Assembleia da República, em Lisboa, 10 de março de 2025. TIAGO PETINGA/LUSA

Os socialistas asseguram que a CPI, cuja duração pretendem que seja de 90 dias, não pretende imiscuir-se na vida privada do primeiro-ministro. “Não é uma CPI ao primeiro-ministro, não é uma CPI ao perímetro familiar do primeiro-ministro. Trata-se apenas de salvaguardar as instituições“, reiterou Pedro Delgado Alves.

No requerimento potestativo submetido esta manhã ao Parlamento para constituição da CPI, o PS estabelece como objetivo avaliar o cumprimento de Luís Montenegro “das regras relativas ao exercício do respetivo mandato e das medidas adotadas para a prevenção de conflitos de interesse pelo Governo”. Neste sentido apontam baterias (designadamente, mas não limitado a):

  • Apurar o papel e a atuação de Montenegro no quadro da Spinumviva, “seja enquanto prestador de serviços, seja enquanto detentor e beneficiário da mesma, durante o exercício de funções“. Assim, pretende verificar “as condições em que se desenvolveu a atividade efetiva da empresa no que respeita aos serviços prestados, aos recursos humanos afetos a esses serviços e à adequação dos valores faturados”;
  • Apurar o cumprimento das obrigações declarativas do primeiro-ministro enquanto titular do cargo político, nomeadamente declarar “os atos e atividades suscetíveis de gerar incompatibilidades e impedimentos, que compreende a identificação dos atos que geram, direta ou indiretamente, pagamentos, incluindo identificação das pessoas coletivas públicas e privadas a quem foram prestados os serviços”;
  • Apurar o cumprimento das regras do Código de Conduta do Governo, bem como “dos demais regimes jurídicos relevantes, designadamente o Código do Procedimento Administrativo, na avaliação, prevenção e eliminação da existência de conflito de interesses em relação aos clientes com os quais foram mantidas relações comerciais” pela Spinumviva.

A situação é relativamente complexa. O que está m causa é verdadeiramente perceber qual a atividade da empresa“, salientou Alexandra Leitão, defendendo que “o PS não parte para uma CPI de ânimo leve“.

(Notícia atualizada às 13h)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Exportações de mobiliário voltam a superar dois mil milhões de euros

França é o principal mercado da fileira casa com uma quota de 32%, mas foi a Suíça que mais se destacou com um aumento expressivo nas exportações.

As exportações portuguesas de mobiliário caíram 4%, mas voltaram a superar os 2,1 mil milhões de euros em 2024, alçando este marco pela segunda vez consecutiva, acordo com dados da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA).

No topo da lista de melhores destinos para o mobiliário português — cluster que inclui indústrias como o mobiliário, a colchoaria, os têxteis-lar, a cutelaria, a cerâmica, a iluminação e a tapeçaria — estão França (com uma quota de 32%), Espanha (26%) e Alemanha (7%). As vendas para os EUA e Reino Unido estão a ganhar terreno ao representarem 6% e 5%, respetivamente, das exportações desta fileira em 2023.

No entanto, um dos principais destaques do ano foi o mercado suíço, que registou um aumento de 21,95% nas exportações em comparação com o período homólogo, enquanto os Países Baixos apresentaram uma ligeira melhoria de 2%.

Apesar dos indicadores, a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins destaca que “ao longo de um desafiante ano de 2024, a fileira traçou um comportamento desigual nos principais mercados internacionais, com uma evolução global inferior em 4% ao ano anterior, refletindo sobretudo a desaceleração da inflação”.

Apesar de o mobiliário ter superado pela segunda vez a fasquia dos dois mil milhões em exportações no ano passado, o cluster está preocupado com a conjuntura nacional e internacional.

A inflação, os constrangimentos na cadeia logística internacional e uma desaceleração generalizada do consumo impactaram significativamente as operações das nossas empresas.

Joaquim Carneiro

Presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins

O ano de 2024 confirmou as nossas expectativas de enorme instabilidade e imprevisibilidade”, afirma o presidente da APIMA. “A inflação, os constrangimentos na cadeia logística internacional e uma desaceleração generalizada do consumo impactaram significativamente as operações das nossas empresas”, refere Joaquim Carneiro, citado em comunicado.

O líder da associação concluiu que a “promoção internacional ancorada nas feiras, com particular destaque para mercados emergentes, foi fundamental para conseguirmos alavancar novas oportunidades”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Custo para construir casa nova sobe 3,1% em janeiro. É o menor aumento desde março de 2024

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Março 2025

Subida dos custos de construção de novas habitações resulta, sobretudo, do aumento de 6,9% dos encargos com a mão-de-obra. O preço dos materiais registou um crescimento de 0,2% no arranque do ano.

Os custos de construção de habitação nova terão aumentado 3,1% em janeiro face ao mês homólogo, estima o Instituto Nacional de Estatística (INE). A subida do indicador, embora num valor 1,1 pontos percentuais abaixo do observado em dezembro, é influenciada principalmente pelo aumento do custo da mão-de-obra, sendo a menor desde março do ano passado.

De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo gabinete estatístico, o custo da mão-de-obra teve uma subida homóloga de 6,9%, menos 1,8 pontos percentuais do que no último mês de 2024. Já o preço dos materiais aumentou 0,2% em janeiro, depois de um acréscimo de 0,6% em dezembro.

Variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova:

Fonte: INE

O custo da mão-de-obra contribuiu com três pontos percentuais (3,9 pontos percentuais no mês anterior) para a formação da taxa de variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova e os materiais com 0,1 pontos percentuais (0,3 pontos percentuais em dezembro), detalha o INE.

Os betumes e o betão pronto foram os materiais que mais contribuíram positivamente para a variação agregada do preço, ao registarem subidas próximas dos 10% no mês em análise.

Em sentido inverso, o INE destaca as madeiras e derivados, os vidros e espelhos e os artigos sanitários, que tiveram uma descida acima de 10%, e as tubagens de aço, de ferro fundido e aparelhos para canalizações e a chapa de aço macio e galvanizada, com reduções de cerca de 10%.

No que diz respeito à variação em cadeia, a taxa de variação mensal do índice foi de 0,8% em janeiro, sete décimas acima do registado no mês anterior, tendo o custo dos materiais aumentado 0,6% e o da mão-de-obra 1%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Licenciados das Finanças no topo da carreira vão ganhar mais 56,53 euros

Técnicos superiores em orçamento, estatística e de políticas públicas, que estejam a ganhar 3.972,72 euros, vão passar a receber 4.029,25 euros. Primeira e segunda posições também dão um salto.

O Governo melhorou a proposta salarial para as novas carreiras especiais do Ministério das Finanças ao dar um novo incremento remuneratório de 56,53 euros a quem está no topo, isto é, a quem já ganha mais.

Isto significa que os técnicos superiores especialistas em orçamento, estatística e de políticas públicas vão passar a receber 4.029,25 euros, quando, neste momento, auferem 3.972,72 euros, revelou o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), José Abraão, no final de uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido. O diploma vai ser aprovado esta segunda-feira em Conselho de Ministros.

“A proposta melhorou no topo da carreira ao passar para o nível 63” da Tabela Remuneratória Única (TRU), com um salário de 4.029,25 euros euros brutos mensais, “que, neste momento, está no 62”, isto é, nos 3.972,72 euros, indicou o líder sindical. Apesar deste avanço, José Abraão assinalou que “a carreira tem 12 posições, o que é muito”, e que, “para se chegar ao topo, são preciso 50 ou 60 anos”.

Para além disso, a segunda posição também tem direito a uma nova valorização, tal como o ECO noticiou. Assim, quem ganha 1.758,36 euros, que corresponde ao nível 22 da Tabela Remuneratória Única (TRU), vai beneficiar de um avanço remuneratório de 52,63 euros, ficando com um ordenado de 1.810,99 euros (nível 23). As posições 8 e 11 também beneficiam de um reajuste, subindo 56,48 euros de 3.125,47 euros para 3.181,95 euros e de 3.803,29 3.859,77 euros, respetivamente.

E a nova carreira de técnico superior especialista de administração e políticas públicas é alargada aos licenciados da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, anunciou José Abraão.

Mas há ainda pontos negativos que se mantêm como a perda dos pontos de avaliação, designadamente para quem transita para a nova carreira e beneficia de um aumento salarial, ou a descida do prémio de produtividade, que obriga a isenção de horário, de 25% para 10%, caso os serviços falhem as metas, criticou o dirigente sindical. De salientar que o bónus é pago, este ano, a todos os funcionários públicos e só a partir de 2026 passa a depender da avaliação dos departamentos.

Se o Governo “não corrigir alguns aspetos”, sublinha o líder da Fesap, alguns funcionários públicos que, no prazo de 30 dias, não se oponham à transição para o novo regime arriscam ganhar menos 158 euros face ao ordenado que teriam se avançassem um nível na carreira onde estavam.

Em causa estão os técnicos superiores na primeira posição remuneratória da carreira geral, na iminência de progredirem para o nível salarial seguinte e que percam os pontos por passarem para o regime especial de orçamento, finanças e políticas públicas. Em vez de poderem receber 1.705,73 euros, após a avaliação, ficam com um salário de apenas 1.547,83 euros. Menos 157,9 euros por mês.

Salário de entrada deverá subir mais de 100 euros

Por isso, uma das condições para o Executivo obter o acordo da Fesap passa por deixar cair a perda de pontos para todos trabalhadores que sejam integrados nas novas carreira, “mas sobretudo para os que passem para a primeira posição”, defendeu Abraão. “Ou, em alternativa, que suba mais a posição de entrada destes trabalhadores, passando para o nível 19 ou 20, tal como está a ser negociador para os inspetores da Autoridade Tributária”.

Relativamente a esta matéria, “o Governo deverá melhorar novamente a proposta”, anunciou José Fragoso, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE). Neste momento, a posição salarial de entrada está nos 1.495,20 euros (nível 17). Inicialmente, o Governo já apontava para um salto de um nível (para o 18), que se traduz num aumento de cerca de 52 euros, passando o vencimento a começar nos 1.547,83 euros.

Respondendo às reivindicações dos sindicatos, a secretária de Estado, Marisa Garrido, admite agora avançar para o nível 19, que corresponde a um ordenado de 1.600,46 euros, revelou José Fragoso, do STE. Isto significa que os técnicos superiores especialistas das entidades Orçamental e das Finanças e do Centro de Pessoas e Administração Pública que estão na primeira posição vão ter um aumento salarial de 105,26 euros, segundo as contas do ECO com base a TRU.

Perda de pontos

Mantém-se, contudo, a perda de pontos para os trabalhadores que transitem para a nova carreira ou que já sejam técnicos superiores especialistas em orçamento e em estatística e que sejam alvo de um aumento. Esta moeda de troca tem sido muito criticada por todas as estruturas sindicais. Para nós, esta é uma linha vermelha”, atirou Artur Sequeira, membro da direção nacional da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).

A secretária de Estado terá indicado uma solução, segundo o mesmo dirigente sindical, para contornar a penalização pela perda de pontos: “Os trabalhadores podem integrar a carreira mais tarde, optando pelo regime de mobilidade, depois de beneficiarem dos pontos da avaliação para progredirem na carreira em que estão”.

No entanto, alertou, “não ficou claro se a transição, em regime de mobilidade, permite passar para a posição remuneratória imediatamente seguinte”, tal como prevê o regime para quem quer integrar as novas carreiras com perda de pontos.

Prémio alargado aos especialistas em informática

Sobre o bónus, que obriga a isenção de horário, de 25%, que pode baixar para 10%, caso os serviços não atinjam pelo menos 75% dos indicadores de desempenho, o Governo cedeu a uma das reivindicações do STE, alargando o prémio aos especialistas em informática que trabalhem nas três autoridades criadas na esfera das Finanças: Entidade Orçamental, Entidade das Finanças e do Tesouro e Centro de Pessoas e Administração Pública.

“O suplemento remuneratório vai ser alargado a outras carreiras de grau três, nomeadamente aos especialistas de informática”, afirmou José Fragoso, do STE. Em concreto, os especialistas de sistemas e tecnologias de informação que exerçam funções naquelas três autoridades também terão direito ao mesmo subsídio de isenção de horário.

O dirigente referiu ainda que o prémio será opcional: “É possível estar na carreira e não ter suplemento remuneratório. Quem transita, querendo, pode aderir mais tarde ao suplemento e é reversível. Caso esteja a receber e mais tarde não pretenda, pode reverter essa situação”.

Porém, este não é o entendimento de Artur Sequeira, da FNSTFPS. “Os trabalhadores podem escolher se querem ou não transitar para a nova carreira, mas se optarem por fazer essa transição é-lhes pago o suplemento, porque faz parte da nova carreira, não é opcional”, esclareceu. O mesmo dirigente sindical referiu ainda que “se o trabalhador já estiver a receber isenção de horário, o novo subsídio acumula”.

José Abraão, da Fesap, exigiu ainda ao Governo que melhore a proposta para o suplemento remuneratório, “subindo de 10% para 15% do salário base”, quando os serviços dos trabalhadores não cumpram os indicadores de desempenho. “E o Governo ficou de avaliar”, anotou.

As novas carreiras de técnico superior especialista em orçamento, de estatística e de administração e políticas públicas surgem no âmbito da reforma da orgânica do Ministério das Finanças com a fusão de serviços e a criação de três autoridades: Entidade Orçamental, Entidade do Tesouro e das Finanças e o Centro de Pessoas e Administração Pública.

Todos os trabalhadores que transitem para a nova carreira terão direito a um aumento salarial de cerca de 52 euros e a um suplemento de isenção de horário de 25%, que serão pagos, este ano, em julho com retroativos a abril. A partir de 2026, o prémio vai depender da avaliação dos serviços do ano civil anterior. Se não atingirem pelo menos 75% das metas, o trabalhador só recebe 10% do subsídio.

(Notícia atualizada às 13h37)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor sobem a três meses pela quarta sessão consecutiva e descem a seis e 12 meses

  • Lusa
  • 10 Março 2025

A Euribor subiu esta segunda-feira a três meses pela quarta sessão consecutiva e desceu a seis e a 12 meses, face a sexta-feira.

A Euribor subiu esta segunda-feira a três meses pela quarta sessão consecutiva e desceu a seis e a 12 meses, face a sexta-feira.

Com as alterações desta segunda-feira, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido as taxas diretoras em 25 pontos base na passada quinta-feira, a taxa a três meses, que avançou para 2,547%, continuou acima da taxa a seis meses (2,390%) e da taxa a 12 meses (2,461%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou para 2,390%, menos 0,018 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também baixou, para 2,461%, menos 0,020 pontos.

Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu esta segunda-feira pela quarta sessão consecutiva, ao ser fixada em 2,547%, mais 0,018 pontos.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.

A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.

A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.

Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em 5 de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril, numa altura em que os juros das dívidas soberanas estão a subir.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TTR: Morais Leitão lidera valor de operações de M&A com 161 milhões de euros

A Morais Leitão lidera por valor total das operações, cerca de 161,30 milhões de euros, bem como por número de transações, com seis.

O recente ranking do TTR Data, que analisa o período entre 1 janeiro a 28 de fevereiro, revela quais foram os principais escritórios de advogados e legal advisors, nas principais operações de M&A, Venture Capital, Private Equity e Asset Acquisition. A Morais Leitão lidera por valor total das operações, cerca de 161,30 milhões de euros, bem como por número de transações, com seis.

Segundo o relatório do TTR, nos primeiros dois meses do ano foram realizadas 68 transações que se traduziram num valor total de 315 milhões de euros. Das quatro áreas, M&A destacou-se com 31 transações (164 milhões de euros), seguida por Asset Acquisition com 21 transações (69 milhões de euros), Venture Capital com 10 transações (73 milhões de euros), e Private Equity com seis transações (10 milhões de euros).

Estes números representam uma queda de 40% no número de transações em comparação ao mesmo período de 2024. Também o capital mobilizado registou uma quebra de 85%. O setor de Real Estate foi o mais ativo, com 13 transações, seguido de Travel, Hospitality & Leisure, com 10.

O TTR selecionou como transação do mês de fevereiro o aporte de capital de 5,3 milhões de euros da Relive Portugal pela Bynd, Shilling Capital Partners e Indico Capital Partners. A operação contou com a assessoria jurídica da Morais Leitão.

Veja aqui todos os rankings.

M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

As sociedades em destaque são a Morais Leitão, com um valor de 161,30 milhões de euros, seguida pela Uría Menéndez, com 152 milhões, e a fechar o top 3 a SRS Legal com um valor total de 19,50 milhões de euros.

No que concerne ao número de transações em M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions a liderar a tabela ficou a Morais Leitão, com seis transações, seguida da Cuatrecasas, também com seis, e da Garrigues e PLMJ, com três transações cada.

Já relativamente aos “dealmakers“, advogados que centram a sua prática na área de M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions, seis sociedades de advogados estão representadas na tabela, face ao valor de transações. O sócio da Morais Leitão Jorge Simões Cortez ocupa o lugar cimeiro da tabela com duas transações que se traduzem em 152 milhões de euros.

Os “rising star dealmakers” na área de M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions, por valor de transações, pertencem a seis firmas: Morais Leitão, com cinco destacados, Cuatrecasas, com três, SRS Legal, com um, e CCA Law Firm, CS’Associados e Uría Menéndez, com um cada. Ana Isabel Seabra, consultora da Morais Leitão, Inês Magalhães Correia, associada principal da Morais Leitão, Maria Cortes Martins, associada principal da Morais Leitão, e Marta Sampaio Pinto, associada da Uría Menéndez, ocupam o primeiro lugar com um valor total de transações de 152 milhões de euros.

Private Equity

Na área de Private Equity as sociedades em destaque são a CS’Associados e a SRS Legal, com uma operação no valor de 9,50 milhões de euros..

Venture Capital

Na área de Venture Capital as sociedades em destaque são a Cuatrecasas, com um valor de 12,04 milhões de euros, a SRS Legal, com 10 milhões, e a Morais Leitão, com 5,30 milhões. A CCA Law Firm ocupa também a tabela com uma operação no valor de um milhão de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Política de imigração tem de ser “tão firme quanto moderada”

  • Lusa
  • 10 Março 2025

Ministro da Presidência lamentou a "coligação negativa" do PS e do Chega que não permitiu criar uma polícia de fronteiras.

O ministro da Presidência defendeu esta segunda-feira que, para evitar extremos, a política de imigração tem de ser “tão firme quanto moderada” e lamentou a “coligação negativa” do PS e do Chega que não permitiu criar uma polícia de fronteiras.

“Acreditamos que, se conseguirmos implementar uma política de imigração regulada e humanista podemos evitar que Portugal caia, como outros países caíram, nos extremos em que a raiva ao que é diferente cresce, a política fica partida e o debate público fica cheio de ressentimento”, disse o governante.

Numa intervenção por videoconferência na iniciativa “Imigração: O desafio da proximidade” que decorre esta sexta-feira em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, organizada pela Rádio Renascença, António Leitão Amaro resumiu: “Precisamos de uma política tão firme quanto moderada”.

Antes, o ministro da Presidência enumerou as políticas levadas a cabo pelo atual Governo, destacando quatro aspetos: regulação dos canais de entrada, reabilitação da resposta do Estado, reforço da fiscalização e melhoria da integração dos que acolhemos.

Tínhamos a proposta de criar uma polícia de fronteiras na PSP, mas infelizmente o partido à nossa esquerda, o PS, e o partido à nossa direita, o Chega, impediram a criação dessa autoridade” disse António Leitão Amaro, acusando os partidos liderados por Pedro Nuno Santos e André Ventura de terem feito uma “coligação negativa”.

Considerando que “há poucos temas que despertam tantas paixões e tantas divisões como o tema da imigração”, o governante apontou que “Portugal é dos países da Europa e do Mundo que maior choque, impacto e diferença sentiu com a imigração”, traçando uma diferença entre o período antes de 2018/2019 e a atualidade.

“Portugal tinha, até 2019, uma história de imigração relativamente inalterada com a entrada de pessoas de países de língua oficial portuguesa, uma cultura muito próxima, e, a espaços, a entrada de imigrantes do Leste da Europa. A partir de 2019 a realidade transformou-se muito com uma mudança de geografias de origem muito grande. Isto em si, independentemente de qualquer juízo, é um desafio”, considerou.

E continuou atirando mais um reparo ao partido que antecedeu o executivo de Luís Montenegro no poder: “Esse desafio é muito maior (…) porque o Estado, desmantelou a sua grande agência de imigração, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), de forma muito rápida e impreparada e não organizou os seus serviços públicos e as estruturas sociais de forma a fazer um acolhimento com humanismo”.

O Estado desmantelou a sua grande agência de imigração, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), de forma muito rápida e impreparada e não organizou os seus serviços públicos e as estruturas sociais de forma a fazer um acolhimento com humanismo.

António Leitão Amaro

Ministro da presidência

António Leitão Amaro reconheceu que estas mudanças podem causar “pressão e até sentimentos de intranquilidade na população residente”, referindo que o Governo tem de evitar os extremos, quer o de pensar que a situação se autorregula e não há nada a fazer, quer o discurso de ódio da rejeição e da negação.

“A resposta do extremo é indesejável e indigna. Qualquer das duas resulta pior para imigrantes e nacionais”, referiu.

O governante lembrou que “as pessoas que vêm de fora são pessoas a fugir de situações desesperantes, fomes, guerras, perseguições políticas, ou migrantes que procuram melhorar a sua vida social e economicamente”, sem esquecer que “Portugal precisa, mesmo na perspetiva económica e utilitária, da imigração”.

Sem esquecer o papel das autarquias e das associações de imigrantes, o ministro da Presidência destacou o desafio que as escolas têm, escolas que há 7 anos tinham 55.000 alunos estrangeiros e agora contam com 170.000, disse.

“A escola é um dos melhores instrumentos de boa integração para quem vem de fora”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo aprova calendário para serviços digitais da Administração Pública

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Março 2025

Decreto-lei publicado esta segunda-feira dita prazos para implementar medidas que visam disponibilizar serviços digitais pela Administração Pública, como da AIMA, INE ou CReSAP.

A disponibilização de serviços digitais pelas várias entidades públicas já têm data definida, de acordo com o decreto-lei publicado esta segunda-feira em Diário da República. Apesar da decisão ser de agosto do ano passado, a publicação do calendário é feita um dia antes da votação no Parlamento da moção de confiança que o Executivo apresentou e que pode ditar a realização de eleições antecipadas.

O diploma, assinado pelos ministros António Leitão Amaro e Margarida Balseiro Lopes, aplica-se à Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), ao Centro Jurídico do Estado (CEJURE), à Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), ao Gabinete Nacional de Segurança (GNS), ao Instituto Nacional de Administração (INA), ao Instituto Nacional de Estatística (INE) e ao Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas (PLANAPP).

Assim, a catalogação de todos os serviços prestados no Catálogo Único de Serviços Públicos terá de ser feita até dezembro deste ano, enquanto o prazo para a implementação de mecanismos de autenticação e assinatura disponibilizados pelo Estado em autenticação.gov, nomeadamente o cartão de cidadão e a chave móvel digital como únicos métodos de autenticação segura, é até junho de 2026.

Até dezembro do próximo ano, prevê-se a atualização dos canais de serviços digitais existentes para o design system de referência, em linha com o portal gov.pt; a integração ou migração dos canais de atendimento, bem como dos serviços mais procurados ou que envolvem várias entidades, para os canais indicados como porta única de entrada no Decreto-Lei n.º 49/2024; a adoção da Plataforma de Mensagens da Administração Pública na comunicação por SMS; e a adoção da Plataforma de Pagamentos da Administração Pública quando sejam utilizados meios de emissão e gestão de receita.

Já a constituição de segundas linhas telefónicas a integrar com a Linha Cidadão terá de ficar concluída até ao final de 2027 e, por fim, a disponibilização de dados em formato aberto de acordo com os princípios de transparência, participação e colaboração está prevista para até dezembro de 2028.

Ainda de acordo com o decreto-lei, que entra em vigor na terça-feira, “o calendário específico de implementação de cada entidade, serviço ou organismo é publicado em digital.gov.pt, o sítio institucional do Conselho para o Digital na Administração Pública (CDAP)”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Antas da Cunha Ecija reforça equipa de Fiscal

Gonçalo Brites da Silva, Inês Moreira dos Santos e Priscila Santos são os mais recentes reforços do departamento de Direito Fiscal da Antas da Cunha Ecija.

A Antas da Cunha Ecija reforçou o departamento Fiscal com a integração de três advogados: Gonçalo Brites da Silva, Inês Moreira dos Santos e Priscila Santos.

“É com grande satisfação que confirmamos a integração da Priscila, da Inês e do Gonçalo na nossa equipa. Estamos perante três advogados com percursos profissionais de excelência e com diferentes tipos de expertise, cuja integração espelha a nossa aposta num crescimento sustentado, assente na elevada qualidade técnica e humana dos nossos advogados e no compromisso de disponibilizar aos nossos clientes um serviço cada vez mais sofisticado e diferenciador”, refere em comunicado a sócia Joana Cunha d’Almeida.

A sócia sublinha ainda que a área de Fiscal da firma tem vindo a registar um crescimento “muito significativo” e acredita que essa tendência irá manter-se.

Transitando da consultora Ernst & Young, Gonçalo Brites da Silva integra a Antas da Cunha Ecija na qualidade de associado sénior. O advogado iniciou a sua carreira profissional como consultor Fiscal na Deloitte. Em janeiro de 2023, assumiu funções como adjunto do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do XXIII Governo da República Portuguesa. Integrou depois a Ernst & Young, onde prestou serviços de consultoria fiscal a clientes individuais, assim como a empresas nacionais e multinacionais.

Já Inês Moreira dos Santos era advogada in-house da direção de assessoria fiscal do Banco Comercial Português, integrando a equipa da Antas da Cunha Ecija na qualidade de associada sénior. A advogada conta com cerca de 20 anos de experiência na área do Direito Fiscal, com especial foco no planeamento fiscal nacional e internacional, operações de reestruturação e assessoria fiscal em operações financeiras nacionais e internacionais. O seu percurso conta com passagens na Garrigues, Vieira de Almeida e no BCP.

Por fim, Priscila Santos transita da PLMJ e integra a firma na qualidade de of counsel. Com cerca de 20 anos de experiência, atua principalmente na área do contencioso fiscal, prestando assessoria a importantes empresas dos setores da aviação, seguros, energia, imobiliário, construção e turismo. É ainda juiz-árbitro do CAAD (Tribunal Arbitral), membro da AFP – Associação Fiscal Portuguesa e da IFA – International Fiscal Association. O seu percurso conta com passagens pela Maltez, Amaro & Neto e pela PLMJ.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.