Investidor alemão “interessado” na falida fábrica de detergentes da Jodel, com dívidas de 45 milhões

Administrador de insolvência da produtora da Azambuja, que soma dívidas de 45 milhões, garante ao ECO que já tem "vários interessados, incluindo um alemão". Estado e Novobanco são os maiores credores.

A fabricante de detergentes Jodel entrou em insolvência com dívidas acumuladas de 45,5 milhões de euros, tendo o Estado e o Novobanco como principais credores (11,9 e 4,6 milhões de euros, respetivamente). No entanto, o administrador de insolvência adiantou ao ECO “que já existem vários interessados em comprar a empresa” da Azambuja.

Há vários interessados na empresa, incluindo um alemão, e todas as pessoas vão ter conhecimento de quando será [feita] a venda da unidade”, afirma José Eduardo de Castro Martins. O gestor judicial acredita que a “empresa valerá sempre acima dos 20 a 25 milhões de euros”, mas nota que tudo depende ainda da avaliação que irá ser realizada por uma entidade credenciada na CMVM.

Há vários interessados na empresa, incluindo um alemão. (…) A venda da empresa valerá sempre acima dos 20 a 25 milhões de euros.

José Eduardo de Castro Martins

Administrador de insolvência da Jodel

Além da dívida ao Estado, a Jodel deve um total de 16 milhões de euros a várias instituições financeiras. O Novobanco surge à cabeça, a reclamar um crédito de 4,6 milhões, seguido do BCP (3,7 milhões) e do Banco BIC (3,4 milhões). De acordo com a documentação consultada pelo ECO, a empresa deve ainda 5,3 milhões de euros aos trabalhadores.

“A lista de credores ainda não é a definitiva, ainda podem surgir credores que não tenham reclamado o crédito dentro do prazo”, sublinha o administrador de insolvência. Porém, José Eduardo de Castro contabiliza que a “lista definitiva de credores andará por volta dos 47 milhões de euros”. E traça, desde já, uma meta: “se conseguir pagar, no máximo, 70% aos credores, garantidamente é uma boa liquidação”.

Na assembleia de credores da Jodel, agendada para esta quinta-feira, o administrador judicial vai apresentar um plano para “estabilizar a empresa durante aproximadamente três meses”. Na fase seguinte ambiciona “vender a empresa no e-leilões, com os 70 trabalhadores incluídos, sem nenhuma intervenção de leiloeiras e prontinha a trabalhar e a lucrar”.

Quero vender a empresa no e-leilões, com os 70 trabalhadores incluídos, sem nenhuma intervenção de leiloeiras e prontinha a trabalhar e a lucrar.

José Eduardo de Castro Martins

Administrador de insolvência da Jodel

Questionado sobre o valor dos ativos da empresa, o administrador judicial diz que ainda é precoce avançar com um número, mas sustenta que o portefólio engloba a unidade industrial com os respetivos pavilhões, maquinaria, equipamentos e veículos.

Localizada em Aveiras de Cima, no concelho da Azambuja, a Jodel entrou em insolvência a 30 de outubro, requerida por uma ex trabalhadora. Já com falta de liquidez e tesouraria, a empresa ficou a dever três meses de salários referentes ao meses de julho, agosto e setembro, assim como o subsídio de férias. A 1 de outubro, os trabalhadores concentraram-se em frente às instalações da empresa para denunciarem os salários em atraso.

Prejuízos de quase 7 milhões em dois anos

Para a empresa continuar a laborar, o administrador de insolvência diz ter efetuado “um empréstimo pessoal à Jodel no valor de 200 mil euros para o pagamento dos vencimentos do mês de outubro, e de outras despesas mais prementes”, lê-se ainda na análise de viabilidade, a que o ECO teve acesso.

José Eduardo de Castro garante, por outro lado, que os 70 funcionários “continuam a trabalhar” e empenhados em fazer singrar a empresa. O administrador judicial menciona ainda que o “salário do mês de dezembro e o subsídio de Natal serão pagos”.

Com base nos dados apresentados, conclui que para fazer face aos gastos, e, considerando a margem bruta de 46,7%, a empresa necessita de ter o valor mínimo de vendas no montante de 441 mil euros por mês.

Considerando o início do plano em janeiro do próximo ano, lê-se no relatório que “para a empresa conseguir cumprir os pagamentos propostos no plano, necessitará de libertar durante o primeiro ano e seguintes o valor de 3,2 milhões de euros, o que representa cerca de 40% do volume de negócios da empresa a 31 de outubro de 2024″.

De acordo com o relatório de insolvência, a Jodel Hygiene Products Manufacturing acumulou prejuízos de quase 7 milhões de euros nos últimos dois anos. Em 2022, apresentou um resultado líquido negativo de 3,2 milhões de euros e em 2023 de -3,7 milhões de euros.

Fundada em 1968 por José Ferreira e Maria Manuela Ferreira, a empresa estava a ser gerida pelos filhos, Paulo e Filipa Ferreira (que assumiu a presidência em 2020). No início do mês de dezembro, em declarações ao ECO, Eduardo de Castro Martins não hesitou em dizer que foram os herdeiros “que destruíram a empresa, que foi criada pelos pais com muito carinho”.

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EuroAtlantic vai começar a voar para o Brasil e quer arrancar ainda este ano

A EuroAtlantic pretende arrancar com voos regulares até ao final do ano, aguardando apenas a autorização final do regulador. Em análise está um "voo semanal", começando com a rota Lisboa - São Paulo.

 

A EuroAtlantic Airways pretende arrancar com voos regulares para o Brasil até ao final do ano, começando pela rota Lisboa – São Paulo. A companhia portuguesa aguarda apenas a autorização final da Autoridade Nacional da Aviação Civil brasileira para arrancar com a operação.

“A EuroAtlantic aguarda a autorização para voos regulares entre Lisboa e vários destinos no Brasil”, afirmou ao ECO o diretor de vendas da companhia aérea, André Andrade, acrescentando que o objetivo é “fazer o primeiro voo este mês”. A autorização do regulador português já está assegurada.

Vamos abrir vendas muito rapidamente e temos uma parceria com um operador turístico para pacotes de fim de ano”, detalha André Andrade. A ligação inicial será entre Lisboa e São Paulo, mas a EuroAtlantic tem direitos de tráfego também para o Rio de Janeiro, Natal e Recife, afirmou o diretor de vendas.

A companhia aérea vai utilizar um Boeing 777 com capacidade para 293 passageiros, dos quais 30 em executiva e 24 em económica premium.

A EuroAtlantic vai abrir uma filial no Brasil, condição necessária para poder operar, uma informação avançada pelo site Aeroin. André Andrade afirma que o “objetivo é manter a rota, estando em análise um voo semanal”.

A companhia aérea vai utilizar um Boeing 777 com capacidade para 293 passageiros, dos quais 30 em executiva e 24 em económica premium.

A Euroatlantic conta atualmente com quatro aviões na sua frota, dois Boeing 777, um deles alugado à polaca LOT, e dois Boeing 767, um deles alugado pela moçambicana LAM. A companhia, conhecida pelos voos charter, tem já voos regulares para a Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe.

A aposta no Brasil faz parte da estratégia do novo acionista maioritário, a Njord Partners, um fundo de reestruturação britânico, que entrou inicialmente no capital em 2019, quando o fundador, Tomaz Metello, vendeu a empresa. Em abril, Stewart Higginson, gestor especializado em recuperação de empresas, foi nomeado CEO e presidente do conselho de administração.

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Está tudo a postos para a transformação do Riyadh Air Metropolitano numa das maiores pistas de gelo da Europa neste Natal

  • Servimedia
  • 19 Dezembro 2024

Madrid on Ice, a pista de gelo com um impressionante percurso de meio quilómetro à volta do relvado do estádio, abre as suas portas este sábado, 21 de dezembro.

O estádio Riyadh Air Metropolitano vai tornar-se uma das maiores atrações deste Natal ao acolher uma pista de gelo de 4.760 m², que será uma das maiores da Europa. De 21 de dezembro a 5 de janeiro, este espaço oferecerá uma experiência de patinagem “única”, com um percurso de meio quilómetro e capacidade para 1.500 patinadores em simultâneo.

Segundo os seus promotores, a iniciativa visa oferecer uma alternativa de lazer natalícia que combina desporto, entretenimento e tradição, num cenário emblemático como o Riyadh Air Metropolitan. Assim, para além da pista de gelo, os visitantes poderão desfrutar de um vasto leque de atividades destinadas a todas as idades, como espetáculos de luz, ateliers de Natal, um parque infantil supervisionado, um comboio temático e uma zona gastronómica onde poderão degustar produtos típicos da época, como churros com chocolate ou castanhas assadas.

Madrid On Ice promete ser uma das experiências mais marcantes da época festiva na capital. Atualmente, mais de 100 pessoas estão a trabalhar em turnos contínuos para completar a instalação, que inclui 340 toneladas de estrutura técnica. Uma instalação que tem como objetivo transformar o estádio no epicentro da diversão natalícia em Madrid.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 19 Dezembro 2024

António Costa estreia-se a presidir reunião do Conselho Europeu. Ministro das Finanças ouvido em Parlamento. INE, Eurostat e ACEA divulgam dados

António Costa preside pela primeira vez uma reunião do Conselho Europeu. Para o mesmo dia está marcada a assembleia de credores da Jodel. E o ministro das Finanças será questionado no Parlamento sobre a política fiscal para os combustíveis.

Costa estria-se a liderar reunião do Conselho Europeu

António Costa, ex-primeiro-ministro, vai presidir pela primeira vez a uma reunião do Conselho Europeu. O encontro terá a participação do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, estando prevista uma discussão entre os membros da instituição, onde será analisada “a melhor forma de honrar os compromissos” da União Europeia para com o povo ucraniano, escreveu António Costa no convite endereçado aos membros do Conselho Europeu. Em cima da mesa está ainda a atuação da União Europeia no mundo, o relatório de Sauli Niinistö “sobre o reforço da prontidão e preparação civil e militar da Europa”, as migrações, a evolução da situação no Médio Oriente e outros temas.

Ministro das Finanças clarifica “estratégia fiscal” para os combustíveis

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, será ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública no âmbito de um requerimento apresentado em setembro pelo grupo parlamentar do PS. Os socialistas querem que o ministro esclareça a estratégia fiscal para os combustíveis.

Taxas de juro e comércio na agenda do INE

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar quais foram as taxas de juro implícitas no crédito à Habitação em novembro. Em outubro, a taxa caiu para 4,277%, refletindo uma descida de 8,5 pontos base em comparação com o mês anterior, na maior queda em 12 anos. O INE vai ainda publicar as estatísticas do comércio e as estatísticas sobre as filiais das empresas estrangeiras em Portugal, ambos relativos a 2023.

Credores da Jodel discutem futuro da empresa

Realiza-se hoje a assembleia de credores da Jodel. A fabricante de detergentes entrou em insolvência no final de outubro, com dívidas superiores a 30 milhões de euros. Ao ECO, o administrador de insolvência adiantou que entre os principais credores estão o Estado, vários bancos e a Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI). José Eduardo de Castro Martins promete apresentar na reunião um plano para “estabilizar a empresa durante três a quatro meses”, “preservar os cerca de 70 postos de trabalho” e “recuperar os clientes que saíram, como o grupo Sonae e o Lidl”. Na fase seguinte, ambiciona “vender a empresa no e-leilões, com trabalhadores incluídos, sem nenhuma intervenção de leiloeiras, prontinha a trabalhar a lucrar”.

Como evoluem as vendas de automóveis novos na UE?

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) divulga números sobre as vendas em novembro de novos automóveis de passageiros. Segundo os dados mais recentes, o mercado automóvel europeu teve um aumento de 0,7% de novos registos nos primeiros dez meses do ano, para 8,9 milhões de unidades. Outubro teve o primeiro crescimento homólogo desde julho, de mais 1,1%, com 866.397 registos de automóveis.

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João Freire de Andrade: ‘Players’ clássicos têm dificuldades em adaptar-se. “Há necessidade de customização e novos tipos de riscos”

O diretor-executivo da Start Ventures destaca os obstáculos enfrentados pelas insurtechs e os fatores determinantes para o seu sucesso. João Freire de Andrade é o entrevistado no podcast "Insurtalks".

João Freire de Andrade analisa a evolução das insurtech no mercado português e internacional. Explica como criam valor e colaboram com incumbentes.

João Freire de Andrade é diretor-executivo da Start Ventures, empresa de capital de risco que investe em startups, e também presidente da associação que fundou – Portugal Fintech. No Insurtalks explica como é as insurtech têm sobrevivido no contexto socioeconómico global, aponta para os desafios e oportunidades das empresas, destacando a necessidade de inovação, customização e integração tecnológica para transformar o setor segurador e atender às novas exigências do mercado.

O Insurtalks é novo podcast a publicar com regularidade no ECOseguros — com o apoio da Sabseg –, onde serão aprofundados temas da atividade, divulgando as modificações e a evolução do setor, em diferentes áreas, face aos novos desafios que os consumidores e os riscos estão a colocar.

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Veja a Insurtalk com João Freire de Andrade aqui.

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EDP Renováveis ganha contratos para armazenamento de energia na Polónia

  • ECO
  • 18 Dezembro 2024

A empresa ganhou em leilão contratos de 17 anos para dois projetos de armazenamento de energia com capacidade de 160 MW.

A EDP Renováveis anunciou esta quarta-feira que ganhou contratos de 17 anos para armazenar energia no mercado polaco. Segundo os “resultados preliminares do leilão”, os dois projetos de armazenamento de energias por baterias “tem uma capacidade instalada total de 160 MW (641 MWh)”, indica a nota divulgada através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O primeiro projeto, que deve ter início em 2026, tem capacidade de 60MW (241 MWh) e o segundo, com 100MW (400MWh), está previsto iniciar-se em 2029.

“Com estes projetos, a EDPR reforça a sua presença no mercado de armazenamento, tendo já assegurado 100% do seu objetivo de 0,7 GW de adições de armazenamento para 2024-26 e com 57 MW já em operação”, avança a empresa, no mesmo comunicado.

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Montenegro tem uma “relação distante com o Parlamento e Presidente”, acusa Pedro Nuno Santos

  • ECO
  • 18 Dezembro 2024

Pedro Nuno Santos afirmou que o primeiro-ministro "desrespeitou profundamente o parlamento e a democracia parlamentar" no discurso desta terça-feira.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS) afirmou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem “uma relação distante com o Parlamento” e também “uma relação distante com o Presidente da República”, disse Pedro Nuno Santos à margem do jantar de Natal do grupo parlamentar do PS esta quarta-feira.

Referindo-se ao discurso de Luís Montenegro, na noite anterior durante o jantar do grupo parlamentar do PSD, o líder socialista afirma que “desrespeitou profundamente o Parlamento e a democracia parlamentar”.

No mesmo discurso onde reitera que “faltou vergonha e descaramento” a Montenegro na associação do PS ao Chega, Pedro Nuno Santos compara a relação dos dois maiores partidos do Parlamento com o liderado por André Ventura. Declara que o PS não se apropria nem integra “a agenda da extrema-direita”, acusando o Governo de o fazer.

“A extrema-direita não entra no Governo só quando se fazem acordos governativos”, mas “nas propostas políticas”, disse o líder socialista. Nesse sentido, Pedro Nuno reforça que o Governo tem adotado e defendido políticas para disputar o eleitorado do Chega.

Quanto à visão do Governo sobre a imigração afirma que “entende que a única forma de combater o avanço do Chega é incorporar a sua agenda” e por isso “fez uma eliminação da lei da imigração sem a ter substituído por nenhuma figura alternativa”.

O líder socialista aponta para a segurança como um dos temas onde o partido do Governo “faz uma grande ação de propaganda”, mas “não apresenta nada que não seja um programa ou uma política que já tenha sido lançada pelo PS”. Responsabilizou também o Governo de se “apropriar da imagem e do trabalho das forças de segurança”.

Também na saúde, Pedro Nuno acusa o Governo de inventar “problemas que não existem”, preocupados em disputar “com o Chega território eleitoral”. “São incapazes de resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde”, declara.

“Mas onde o ridículo atinge proposições do absurdo” é quando fala o primeiro-ministro fala sobre a Madeira, disse Pedro Nuno. Defende que o partido que lidera é coerente contra a constituição do governo regional e relembra que foi o PSD que fez acordos com o Chega para governar na Madeira e nos Açores.

Pedro Nuno repetiu que o Governo é “incompetente” e que “manipula os dados para esconder incapacidade e incompetência”. “Temos um problema grave de credibilidade” e recorda a diferença entre as promessas eleitorais da Aliança Democrática e os resultados governativos.

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Presidente da AIMA afirma que Portugal está abaixo da média europeia na imigração

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2024

"Há uma margem de acomodação ou de capacidade de população migrante" em Portugal, disse o presidente da Agência para a Imigração e Asilo.

O presidente da Agência para a Imigração e Asilo (AIMA) admitiu esta quarta-feira que Portugal tem ainda capacidade de acomodação de população migrante, uma vez que está abaixo da média europeia, que se situa nos 15%. Pedro Portugal Gaspar respondeu assim a perguntas dos jornalistas à saída da cerimónia de assinatura de um protocolo entre o Turismo de Portugal, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e a AIMA.

O presidente da AIMA recusou-se a responder a uma pergunta acerca da conclusão de um inquérito alargado da Fundação Francisco Manuel dos Santos divulgado por ocasião do Dia Internacional das Migrações, no qual 63% dos inquiridos querem uma diminuição dos imigrantes do subcontinente indiano, afirmando que essa questão “ultrapassa a função da instituição, que é uma autoridade administrativa”.

Contudo, Pedro Portugal Gaspar destacou como de importância superior que o estudo revela que Portugal tem uma média de receção de migrantes entre os 10 e os 11%, ficando aquém dos 15% dos países da União Europeia (UE), com exceção do Luxemburgo. “Significa que estamos dentro dessa média ou um pouco mais abaixo, o que se poderia permitir a ideia de que há uma margem de acomodação ou de capacidade de população migrante”, declarou aos jornalistas.

O mesmo responsável salientou que, ao contrário do que aconteceu no século XX, sobretudo nos anos 60 e 70, a Europa, no seu todo, foi um ponto essencial de migração para o exterior, designadamente para o continente americano, no século XXI tornou-se um local de destino de população migrante de vários países.

“Isto coloca novos desafios de compreensão dessas perceções mais imediatas ou reativas e é importante perceber esse quadro”, afirmou, acrescentando que, “em concreto, para a sociedade portuguesa é importante ver o que foram os anos 60 ou 70 (do século passado) com o destino de migrantes para a Europa e fora da Europa e hoje o país está a ser destino de chegada de imigração e isso faz toda a diferença neste enquadramento”.

Pedro Gaspar adiantou que, dos cerca de 440 mil pedidos de legalização que estavam pendente no final do verão, 150 mil estão ainda para ser apreciados. Segundo os dados, desses cerca de 440 mil processos, 250 mil já tiveram apreciação, sendo que 150 mil estão em tramitação e outros 108 mil estão ao abrigo de uma segunda oportunidade ao requerente, ou porque não compareceu ou não pagou as taxas.

“Neste segundo semestre houve uma inversão da situação. A pendência não está a zero, as pendências existirão sempre, agora há um caminho de inflexão da mesma situação, o que era uma meta para 2024″, disse, acrescentando que a AIMA está a um “bom ritmo para resolver as pendências”, com um objetivo até meados de 2025.

O protocolo assinado refere-se a um programa destinado aos imigrantes que queiram trabalhar no setor do turismo e tenham a situação regularizada, disponibilizando apoio personalizado aos cerca de mil formandos, bem como bolsa de formação, subsídio de transporte e alimentação.

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“É como conduzir no nevoeiro”. Incertezas sobre políticas de Trump afetaram alguns membros da Fed, diz Powell

Presidente da Fed admitiu que alguns membros do banco central já incorporaram nas decisões sobre as taxas as eventuais políticas de Trump, mas alertou que é prematuro chegar a conclusões.

Alguns membros do Federal Open Market Committee (FOMC) disseram na reunião de dois dias que tiveram em conta estimativas de impactos de eventuais politicas económicas a implementar por Donald Trump, afirmou esta quarta-feira Jerome Powell, presidente do banco central norte-americano, alertando no entanto que é cedo demais para chegar a conclusões.

“Algumas pessoas deram um passo muito preliminar e começaram a incorporar estimativas altamente condicionais dos efeitos económicos das políticas e disseram-no na reunião”, admitiu Powell, em conferência de imprensa depois da reunião em que a Fed decidiu cortar as taxas de juro em 25 pontos base para um intervalo de 4,25% a 4,50%.

“Algumas pessoas disseram que não o fizeram e outras pessoas não disseram se o fizeram ou não, portanto, há pessoas que fazem uma série de abordagens diferentes a esta questão”.

Powell explicou que alguns identificaram a incerteza política como uma das razões que os levaram a registar uma maior incerteza em relação à inflação.

“A questão da incerteza é que é do senso comum pensar que, quando o caminho é incerto, é preciso ir um pouco mais devagar“, vincou. “Não é muito diferente de conduzir numa noite de nevoeiro ou de entrar numa divisão escura de mobiliário, abrandamos”.

O chair da Fed falou ainda da questão das tarifas comerciais que a administração poderá implementar. “Quanto é que os direitos aduaneiros irão influenciar a inflação no consumidor, quão persistente será essa inflação, não sabemos, de facto, muito sobre as políticas atuais”.

“Por isso, é muito prematuro tentar tirar qualquer tipo de conclusão. Não sabemos o que é que vai ser imposto a partir de que países, durante quanto tempo e de que forma”, explicou. “Não sabemos se haverá tarifas retaliatórias, não sabemos qual será a transmissão de tudo isto aos preços no consumidor”.

“Podemos ser mais cautelosos”

Os membros do FOMC projetam agora que farão apenas duas reduções de taxas de um quarto de ponto percentual até ao final de 2025. Isto representa menos meio ponto percentual de flexibilização da política no próximo ano do que os previam em setembro.

“Com a decisão de hoje, reduzimos a nossa taxa diretora em um ponto percentual em relação ao seu máximo e a nossa orientação política é agora significativamente menos restritiva”, sublinhou Powell. “Por conseguinte, podemos ser mais cautelosos ao considerarmos novos ajustamentos à nossa taxa diretora”.

O presidente da Fed sublinhou os “grandes progressos”, com a inflação subjacente a 12 meses até novembro estimada em 2,8%, contra um máximo de 5,6%. “No entanto, a inflação a 12 meses tem estado a mover-se lateralmente, uma vez que estamos a ultrapassar os valores baixos registados no final do ano passado”.

Recordou que o setor da habitação está agora a descer de forma constante, embora a um ritmo mais lento, mas desceu substancialmente e está a progredir mais lentamente do que o esperado. ”

“Lembrem-se de que associámos esta decisão de hoje à linguagem de calendarização na declaração pós-reunião, que indica que estamos num ponto ou perto de um ponto em que será apropriado abrandar o ritmo de novos ajustamentos“, vincou.

Em relação a 2025, Powell disse que o ritmo mais lento de cortes reflete tanto as leituras de inflação mais elevadas deste ano como a expectativa de que a inflação será mais elevada.

Segundo as projeções do staff da Fed, a inflação, medida pelo Personal Consumption Expenditures (PCE) Price Index, deverá terminar este ano nos 2,8%, acima da projeção de 2,6% em setembro, antes de desacelerar ligeiramente para 2,5% em 2025 (também acima da projeção anterior de 2,1%).

Os progressos mais lentos ao nível da inflação, que não deverá regressar ao objetivo de 2% antes de 2027, traduzem-se num ritmo mais lento de redução das taxas e num ponto final ligeiramente mais elevado de 3,1%, também atingido em 2027, contra a anterior taxa “terminal” de 2,9% prevista em setembro.

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Trabalhadores da distribuição em greve a 24 e 31 de dezembro

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2024

"Lutamos por aumentos salariais justos, que reconheçam o esforço e dedicação, a conciliação entre a vida familiar e profissional", indica o sindicato.

Os trabalhadores da distribuição convocaram uma greve para os dias 24 e 31 de dezembro, em luta por aumentos salariais, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Sitese).

Numa nota divulgada no seu site, a estrutura sindical disse que enviou “para o Governo e parceiros sociais um aviso prévio de greve para os trabalhadores de empresas filiadas na APED [Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição] para os dias 24 e 31 de dezembro de 2024”.

“Lutamos por aumentos salariais justos, que reconheçam o esforço e dedicação, a conciliação entre a vida familiar e profissional, um direito essencial para a qualidade de vida dos trabalhadores”, indicaram. No ano passado, o Sitese também avançou com uma greve, na altura do Natal.

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Costa admite “frustração” dos Balcãs sobre adesão mas fala em “novo impulso”

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2024

"Devemos aproveitar ao máximo o novo impulso e criar todas as condições necessárias para o alargamento porque não há dúvida de que o futuro dos Balcãs Ocidentais está na nossa União", disse Costa.

O presidente do Conselho Europeu admitiu esta quarta-feira “as frustrações” dos Balcãs Ocidentais relativamente ao processo de adesão à União Europeia (UE), dado que estes aguardam há vários anos, destacando, porém, um “novo impulso” para avançar no alargamento à região.

Todos sabemos que persistem alguns desafios, que os diferendos bilaterais e os dilemas da vizinhança ainda têm de ser resolvidos. Temos de nos concentrar em reformas credíveis e sustentáveis (…). Hoje, ouvimos falar das frustrações da região, mas acredito que, juntos, podemos superá-las e temos agora um novo impulso”, disse António Costa.

Em declarações aos jornalistas em Bruxelas no final da cimeira UE-Balcãs Ocidentais, a primeira por si presidida, António Costa realçou os “progressos significativos no último ano” dos países da região, bem como o “sentido coletivo de responsabilidade e uma nova vontade de trabalhar mais e mais depressa.”.

“Por isso, devemos aproveitar ao máximo o novo impulso e criar todas as condições necessárias para o alargamento porque não há dúvida de que o futuro dos Balcãs Ocidentais está na nossa União”, salientou.

Depois de se ter reunido, ainda antes da cimeira com líderes dos Balcãs Ocidentais em Bruxelas, o novo líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE vincou que “o momento da cimeira de hoje não poderia ter sido melhor”.

“Foi a primeira reunião que partilhei enquanto presidente do Conselho Europeu e isto põe em evidência a prioridade política de reforçar a cooperação com os Balcãs Ocidentais”, concluiu.

A primeira cimeira presidida pelo novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, juntou esta quarta em Bruxelas líderes da UE e dos Balcãs Ocidentais, que pretendem reforçar a parceria estratégica num contexto de tensões geopolíticas, numa altura em que países da região se encontram à espera há vários anos para entrar no bloco comunitário.

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Santander cumpre requisitos mínimos determinados pelo BCE para 2025

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2024

O banco assegura que cumpre os requisitos definidos pelo BCE para os rácios de capital (CET1, de Tier 1 e rácio total) para o próximo ano.

O Santander Totta adiantou esta quarta-feira que os seus rácios de capital, com referência em 30 de setembro, cumprem “plenamente” os novos requisitos mínimos do Banco Central Europeu (BCE) para 2025, segundo um comunicado enviado ao mercado.

Além dos requisitos mínimos, “o Banco de Portugal comunicou a reserva adicional que é exigida à SGPS”, lê-se em comunicado. “A SGPS cumpria plenamente, considerando os rácios de capital (fully loaded) registados em 30 de setembro de 2024, os requisitos definidos, em termos de CET1 (Common Equity Tier 1), de Tier 1 e rácio total”, indica o banco.

O banco divulgou também os requisitos mínimos prudenciais para 2025, que são de 9,581% no CET1, 11,391% no Tier 1 e 13,803% totais.

Segundo o Santander, “os ‘buffers‘ [amortecedores] incluem a reserva de conservação de fundos próprios (2,5%), a reserva O-SII (0,75%), a reserva de risco sistémico setorial (0,85%, em vigor desde 01 de outubro, sendo calculada trimestralmente) e a reserva contracíclica específica (0,05%, sendo atualizada trimestralmente)”.

“O requisito de Pilar 2, em 2025, definido no âmbito do SREP, manteve-se em 1,65%”, acrescenta o banco.

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