Excedente orçamental volta a encolher até abril. Receita fiscal sobe 11%

Excedente orçamental de 134,8 milhões de euros até abril, em contabilidade pública, contraria o défice registado em igual período do ano passado, mas deteriora-se significativamente face a março.

O Estado registou um excedente orçamental de 134,8 milhões de euros até abril, em contabilidade pública, contrariando o défice registado em igual período do ano passado, mas caindo drasticamente face a março. Os dados da Direção-Geral do Orçamento (DGO) revelam uma queda de 1.581 milhões de euros quando comparado ao valor dos primeiros três meses do ano.

A redução até abril face a março repete a tendência de diminuição já verificada nesse mês quando comparado com fevereiro. No entanto, quando comparado com os primeiros quatro meses do ano passado verifica-se uma melhoria de 2.111,4 milhões de euros, período em que registou um défice de 1.976,6 milhões de euros. Esta evolução resultou de um crescimento da receita (9,9%) superior ao verificado na despesa (3,3%).

Fonte: Direção-Geral do Orçamento

Os dados divulgados esta sexta-feira pela DGO são na ótica de compromissos, distinta do saldo em contabilidade nacional, apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e utilizado nas comparações internacionais.

A ajudar as contas públicas esteve o crescimento de 11% da receita fiscal face ao período homólogo, para 17,4 mil milhões de euros. Nos impostos diretos registou-se uma subida de 9,4% da receita, resultado do aumento de 9,1% com o IRS, para 5.885,4 milhões de euros, e de 12% com o IRC, para 511,6 milhões de euros.

Nos impostos indiretos, a receita arrecadada pelo Estado aumentou 12% para 11 mil milhões de euros. O IVA rendeu aos cofres do Estado mais 12,3% de receita, totalizando 8.038 milhões de euros, destacando-se também o aumento de 13,1% da receita com o ISP, que ascendeu a 1.212,1 milhões de euros. Já a receita com o imposto de consumo sobre o Tabaco aumentou 32,6% para 463,9 milhões de euros.

Já as contribuições para sistemas de proteção social aumentaram 8,1%, essencialmente devido à evolução das contribuições para a Segurança Social, enquanto na receita não fiscal e não contributiva registou-se um crescimento de 7,8%, influenciado pelo desempenho das transferências (19,1%) e das taxas, multas e outras penalidades (11,1%).

Fonte: Direção-Geral do Orçamento

Os dividendos do Novobanco entregues ao Estado, no valor de 44,7 milhões de euros (correspondendo a 20,3 milhões de euros entregues ao Estado, via Direção-Geral do Tesouro e Finanças, e a 24,3 milhões de euros entregues ao Fundo de Resolução) também contribuíram para o excedente orçamental.

Despesa com pessoal sobe 8,6%

Por outro lado, a despesa do Estado cresceu 3,3%, com a despesa com pessoal a subir 8,6% face ao ano anterior. Para esta evolução contribuíram, por um lado, as atualizações salariais da função pública e das valorizações salariais das diferentes carreiras – “associado a um efeito base no período homólogo que tenderá a mitigar-se, dado que algumas dessas valorizações iniciaram os seus efeitos ainda em 2024” –, mas também a atualização do salário mínimo.

Paralelamente, a despesa com a aquisição de bens e serviços cresceu 2,5%, influenciada sobretudo pelo volume de pagamentos nos produtos vendidos em farmácias e nos serviços de saúde associados aos meios complementares de diagnóstico e de terapêutica.

Já a despesa com transferências aumentou 1,5%, refletindo o efeito de base, no período homólogo, da transferência relativa à compensação pela disrupção dos mercados e subida dos preços dos produtos energéticos, efetuada pelo Fundo Ambiental e pelo pagamento do acordo de transação extrajudicial, no âmbito do processo do Aproveitamento Hidroelétrico do Fridão, pela Secretaria-Geral do Ministério das Finanças, explica a DGO.

Já a despesa de investimento, excluindo os encargos com as parcerias público-privadas (PPP), cresceu 23,9%, “significativamente influenciado pela evolução dos investimentos em habitação e em outras construções e infraestruturas”.

(Notícia em atualização)

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Próximos passos até à tomada de posse do Governo. Veja as datas

A primeira sessão da Assembleia da República realiza-se a 3 junho, dia em que é eleito o presidente do Parlamento, e o Executivo de Montenegro é empossado a 5 ou 6 de junho.

Fechados os votos da emigração, a 28 de maio, e indigitado Luís Montenegro como primeiro-ministro, no dia seguinte, a 29 de maio, está confirmado que a primeira sessão plenária da Assembleia da República realiza-se a 3 de junho, data em que também é eleito José Pedro Aguiar-Branco como presidente do Parlamento, e o Governo toma posse já a 5 ou 6 de junho, antes do feriado do Dia de Portugal (10 de junho), como deseja Marcelo Rebelo de Sousa.

As regras ditam que se, após a contagem dos boletins dos emigrantes para os círculos Europa e Fora da Europa, não houver reclamações no prazo de 24 horas, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) aprova de imediato os resultados eleitorais.

André Wemans, porta-voz da CNE, revelou ao ECO que “não houve registo de impugnações”, pelo que “o plenário vai reuniu esta sexta-feira e validou o mapa oficial e o nome dos eleitos e vai enviar para publicação em Diário da República no sábado”, dia 31 de maio.

Primeira sessão plenária a 3 de junho

“Isto significa que o Parlamento tem de tomar posse na terça-feira, 3 de junho, e a Conferência de Líderes reúne de véspera, na segunda-feira, 2 de junho, para decidir os lugares dos deputados no hemiciclo na primeira sessão plenário”, explicou ao ECO o ainda porta-voz da Conferência de Líderes e deputado do PSD, Jorge Paulo Oliveira. O parlamentar salienta que, na Conferência de Líderes anterior, não houve consenso quanto à localização do novo deputado único do Juntos Pelo Povo (JPP).

Entretanto, a CNE confirmou, esta sexta-feira à tarde, os resultados aos serviços do Parlamento e o gabinete do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, emitiu uma circular aos grupos parlamentares, confirmando a primeira sessão plenária a 3 de junho, próxima terça-feira: “Concluído o apuramento eleitoral dos círculos da emigração e não tendo sido interposto qualquer recurso, confirma-se que a primeira reunião plenária da XVII Legislatura terá lugar no dia 3 de junho, conforme previsto, após a publicação, no Diário da República de 31 de maio, do mapa oficial com o resultado da eleição e da relação dos deputados eleitos para a Assembleia da República”.

Caso a CNE tivesse recebido alguma reclamação ou os prazos derrapassem por uma qualquer circunstância e os resultados só fossem publicados segunda-feira, 2 de junho, uma vez que não há Diário da República ao domingo, o Parlamento só tomaria posse na quarta-feira, 4 de junho. Daí que os deputados tenham estabelecido um intervalo entre 3 e 5 de junho para a instalação da Assembleia.

Governo toma posse a 5 ou 6 de junho

Como o Parlamento reúne a 3 de junho, o Governo estará em condições de tomar posse a 5 ou 6 de junho. “A nomeação e posse do Governo ocorrerão após a publicação dos resultados definitivos das eleições e a reunião constitutiva da nova legislatura da Assembleia da República”, segundo a nota da Presidência da República sobre a indigitação de Luís Montenegro, presidente do PSD e líder da coligação – PSD/CDS, para chefiar o seu segundo Executivo.

Depois de ter sido reconduzido no cargo de primeiro-ministro, esta quinta-feira à tarde, Montenegro indicou aos jornalistas que, “nos próximo dias, se irá dedicar à tarefa de formar Governo”, salientando que ainda não há calendário definido para a tomada de posse. O mais provável é que os ministros sejam designados na quinta-feira, 5 de junho, e os secretários de Estado, a 6 de junho.

Há outros dois cenários possíveis: ministros são empossados na manhã de 6 de junho e os secretários de Estado à tarde do mesmo dia; ou o Presidente nomeia os ministros a 6 de junho e dá posse aos secretários de Estado no sábado de manhã, a 7 de junho. Certo é que tudo deverá acontecer antes do feriado do Dia de Portugal (10 de junho), que é a vontade Marcelo Rebelo de Sousa.

Após a nomeação do primeiro-ministro, o Executivo tem 10 dias para apresentar o programa do Governo no Parlamento, o que poderá acontecer a 16 de junho. O documento não tem de ser aprovado e nem votado pelos deputados.

Porém, no contexto da sua discussão, qualquer grupo parlamentar pode propor a sua rejeição – o PCP já anunciou que iria avançar com a iniciativa – e também o Governo pode solicitar a aprovação de um voto de confiança.

Quer o chumbo do programa, que exige maioria absoluta dos deputados, quer a não aprovação de um voto de confiança nesse contexto, que exige apenas maioria simples, determinam a demissão do Executivo.

Eleição de Aguiar-Branco deverá ser à primeira, desta vez

Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-BrancoLusa

A primeira sessão plenária da Assembleia da República, a 3 de junho, que antecede a tomada de posse do Executivo da AD, arranca às 10h. Verificados os poderes dos deputados eleitos, os trabalhos são retomados às 15h para eleger o Presidente da Assembleia da República e os restantes membros da mesa (quatro vice-presidentes, quatro secretários e quatro vice-secretários).

José Pedro Aguiar-Branco, atual líder do Parlamento e deputado do PSD, será novamente candidato e, tudo indica, que a sua reeleição será pacífica. No ano passado, só à quarta conseguiu ver o seu nome validado, por acordo com o PS, uma vez que o Chega tinha rasgado o entendimento que antes tinha firmado com a AD.

Desta vez, o presidente do Chega, André Ventura, já deu nota que “estão a existir conversas entre as bancadas” e que “o partido está a ter uma postura construtiva”.

“Não é uma situação igual à do ano passado. Tudo indica que teremos fumo branco”, salientou. Para além disso, revelou que Marcelo Rebelo de Sousa quer que “a Assembleia da República entre rapidamente em funções”.

Paralelamente, o presidente do PS e secretário-geral interino, Carlos César, já transmitiu ao Chefe do Estado que irá viabilizar o nome que será indicado pela AD para presidente do Parlamento, José Pedro Aguiar-Branco.

“Tanto votaremos o candidato para o cargo de Presidente da Assembleia da República como de vice-presidente e de secretário da mesa que a AD apresentar como o inverso também”, salientou. E “confia” que os deputados respeitem as indicações da direção do PS.

A primeira sessão legislativa, que deveria terminar a 15 de junho, vai ser prorrogada até 25 de julho e a última reunião plenária decorrerá a 18 de julho.

As eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, provocadas pela queda do primeiro Governo de Luís Montenegro, na sequência do chumbo da moção da confiança e do caso Spinumviva, deram uma vitória reforçada à AD de Luís Montenegro, que conquistou 91 deputados, 89 pelos círculos nacionais, mais dois pelos círculos da emigração.

Ainda assim, não alcançou maioria absoluta, pelo que o Executivo continuará forçado a negociar com Chega e PS. Entretanto, os dois partidos já asseguraram que iriam viabilizar o programa do Governo, mas deixaram em aberto o voto do Orçamento do Estado para 2026.

O Chega destronou o PS e ascendeu a segunda força política e líder de oposição, ao conseguir eleger 60 parlamentares, 58 pelos residentes em Portugal e dois pelo estrangeiro. E o PS que, pela primeira vez na história, desce para terceiro lugar sem conseguir um único deputado pela emigração, fica reduzido a uma bancada de 58 cadeiras. No ano passado, o partido, que ainda era liderado por Pedro Nuno Santos, tinha segurado um lugar pela emigração, no círculo pela Europa, com Paulo Pisco.

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Oreo oferece cinco passes para todos os jogos em casa de um clube à escolha

  • + M
  • 30 Maio 2025

A campanha enquadra-se na recente parceria com a Liga Portugal para a época 2025-2026, em que a Mondelēz Portugal se tornou patrocinadora oficial da Liga Portugal Betclic e da Allianz CUP.

A Oreo lançou uma campanha onde vai oferecer cinco passes individuais, permitindo a cinco adeptos assistir a todos os jogos em casa de um clube à sua escolha na Liga Portugal Betclic.

Com esta campanha, queremos celebrar com os portugueses o regresso do principal campeonato de futebol do nosso País. Oreo é a companhia perfeita para viver a emoção do jogo e vai oferecer passes do clube preferido dos nossos consumidores, um prémio que vai mesmo fazer bater mais forte o coração dos fãs”, diz Rita Alves, marketing lead da Mondelēz Portugal, dona da marca de bolachas.

Para participar, os consumidores apenas precisam de comprar dois packs de Oreo à escolha, submeter o talão de compra no site da campanha (www.ligamaissabor.pt), introduzir os seus dados pessoais e jogar um jogo para se habilitarem a ganhar. Será apurado um vencedor semanalmente, durante cinco semanas, com base nas pontuações obtidas.

A campanha enquadra-se na recente parceria com a Liga Portugal para a época 2025-2026, em que a Mondelēz Portugal se tornou patrocinadora oficial da Liga Portugal Betclic e da Allianz CUP.

A ação é amplificada através da sua presença em televisão, outdoor, pontos de venda e meios digitais, com o objetivo de “reforçar a ligação emocional da marca com os momentos de descontração e partilha”. A criatividade é da Euro M e o planeamento de meios da Publicis.

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Trump acusa China de ter violado tréguas na guerra de tarifas

  • ECO
  • 30 Maio 2025

O Presidente norte-americano acusou Pequim de ter violado o acordo celebrado há duas semanas para reduzir temporariamente as tarifas que aplicaram mutuamente.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, acusou a China de ter violado a trégua na guerra comercial anunciada há duas semanas, podendo fazer escalar as tensões entre as duas partes.

“Fiz um ACORDO RÁPIDO com a China para os salvar do que imaginava ser uma situação muito má, e não queria que isso acontecesse. A China estava com um grande problema há duas semanas” devido às elevadas tarifas impostas pelos EUA, referiu Trump esta sexta-feira.

“A má notícia é que a China, talvez não surpreendendo algumas pessoas, VIOLOU TOTALMENTE O NOSSO ACORDO”, escreveu na sua rede Truth Social.

Há duas semanas, num encontro em Genebra, China e EUA chegaram a um acordo para reduzir temporariamente as suas tarifas de retaliação, que chegaram a atingir os 145%.

As afirmações de Trump surgem depois de o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ter dito à Fox News na quinta-feira que as negociações comerciais entre os responsáveis das duas maiores economias do mundo estavam “um pouco estagnadas”, considerando que poderia ser necessária uma conversa telefónica entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping.

Trump não explica como é que a China violou o acordo, nem ameaçou voltar a impor tarifas elevadas aos produtos chineses. Ainda assim, os comentários do Presidente americano podem acender de novo o rastilho e fazer escalar as tensões entre as duas partes.

Enquanto os responsáveis americanos tentam negociar acordos com os seus parceiros, o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA bloqueou as chamadas “tarifas recíprocas” anunciadas por Trump no início de abril. Situação que a Casa Branca contornou com um recurso que foi aceite por um tribunal federal e mantém as tarifas temporariamente em vigor.

Wall Street abriu a sessão desta sexta-feira em baixa, com o S&P 500 a cair 0,33%. Nasdaq e Dow Jones também recuam perto de 0,3%.

(Notícia atualizada às 14h32)

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Metro do Porto reduz prejuízo para 13,4 milhões em 2024

A Metro do Porto registou um prejuízo de 13,4 milhões de euros, apesar de ter atingido o melhor ano em termos de validações, com 89,8 milhões.

A Metro do Porto registou prejuízos de 13,4 milhões de euros em 2024, o que representa uma redução de 70,5% face aos 45,5 milhões registados em 2023, num ano em que aumentou a procura e o investimento e entrou em operação a nova extensão da Linha Amarela (D), entre Santo Ovídio e Vila d’Este.

As contas de 2024, divulgadas esta sexta-feira, destacam o crescimento de 17% no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que se fixou em 61,907 milhões de euros.

Já as receitas cresceram 13,7%, para 74,7 milhões de euros, enquanto os custos operacionais agravaram-se em 1,2%, atingindo 46,8 milhões.

Os níveis de procura do Metro voltaram a subir para um nível recorde, com 89,8 milhões de validações, o que corresponde a uma subida de 13,4% face a 2023. Um feito que se deve ao facto de “a Metro do Porto ter aumentado a produção em torno dos 10%, a quilométrica dos 9,8% e a comercial dos 10,5%, com mais lugares/passageiros também pelo impacto da nova frota de veículos CT, já a operar integralmente”, diz Tiago Braga, presidente do conselho de administração da Metro do Porto, citado em comunicado.

Em termos de investimento, e face às várias empreitadas em curso ou planeadas, a Metro do Porto investiu 202 milhões de euros. Em causa estão a extensão da Linha Amarela a Vila D´Este, entretanto inaugurada; a continuidade da empreitada da Linha Rosa, que avançou para a sua reta final; a consignação e arranque da empreitada de construção da Linha Rubi; e a conclusão da empreitada do metroBus na ligação Boavista – Império.

“A colocação em serviço comercial de cerca de 3 km de infraestrutura, por muitos factos importantes e positivos que se tenham verificado na vida da empresa ao longo de 2024, é o aspeto que merece – pela sua importância na estratégia da empresa, no futuro do ecossistema de mobilidade da região – ser realçado”, afiança o presidente do conselho de administração da Metro do Porto.

Para o futuro, o presidente da Metro do Porto tem uma meta ambiciosa: “Reconhecemos que o objetivo dos 150 milhões de clientes a alcançar no horizonte 2030 é exigente”, diz Tiago Braga, destacando que “os resultados atingidos até aqui dão-nos a confiança, com responsabilidade, e sobretudo a ambição para enfrentamos os próximos anos comprometidos com um ecossistema de mobilidade cada vez mais inclusivo, sustentável e fundamentalmente centrado nas pessoas”, concretizou.

(Notícia atualizada às 17h00 para corrigir o valor do prejuízo. Aos nossos leitores pedimos as nossas desculpas)

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⛽ Combustíveis voltam a descer. Gasolina e gasóleo baixam meio cêntimo esta semana

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,517 euros por litro de gasóleo simples e 1,679 euros por litro de gasolina simples 95.

Valeu a pena esperar pelo início desta semana para encher o depósito do seu carro. Tanto o preço do gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, como o da gasolina devem descer meio cêntimo a partir desta segunda-feira, avançou ao ECO fonte do mercado.

Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,517 euros por litro de gasóleo simples e 1,679 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Assim, desde o início do ano, os preços do diesel já desceram 11,6 cêntimos e os da gasolina 6,7 cêntimos, caso se confirmem estes valores.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, a gasolina desceu 0,7 cêntimos e o gasóleo 0,9 cêntimos. O mercado que apontava para descidas mais expressivas (1,5 cêntimos no gasóleo e um cêntimo na gasolina).

Os contratos futuros do brent, que servem de referência para o mercado europeu, estão esta sexta-feira a subir 0,84%, para 63,88 dólares por barril, mas caminham para a segunda queda semanal consecutiva, que será superior a 1%, devido à pressão das expectativas de outro aumento da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e dos seus aliados (OPEP+) em julho, e pela nova incerteza após a última reviravolta legal que manteve em vigor as tarifas do Presidente Donald Trump.

A queda semanal é explicada, em grande parte, pela perspetiva de aumento da oferta. A OPEP+ reúne este sábado e “o cenário está pronto para outro aumento expressivo da produção”, disse Robert Rennie, chefe de investigação de commodities e carbono do Westpac, citado pela Reuters. Um aumento que pode ser potencialmente superior ao aumento de 411 mil barris por dia (bpd) decidido nas duas reuniões anteriores.

O potencial aumento ocorre numa altura em que o excedente global aumentou para 2,2 milhões de bpd, exigindo provavelmente um ajuste de preços para estimular uma resposta do lado da oferta e restaurar o equilíbrio, disseram os analistas do JPMorgan numa nota.

Os mercados do petróleo bruto atravessam uma fase delicada e altamente sensível, na qual se cruzam fatores geopolíticos, decisões políticas e alterações estruturais na oferta e na procura”, sublinha, por seu, Rania Gule, analista de mercados senior na XS.com. “O caminho para preços mais elevados tornou-se estreito e complexo. Na verdade, pode dizer-se que é mais desafiante do que nunca”, escreve a analista numa nota enviada ao ECO, sublinhado que os sinais do mercado permanecem mistos, variando entre o otimismo cauteloso e os alertas explícitos de fraco momentum de alta”.

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Dormidas no turismo aumentam 9,2% em abril à boleia das férias da Páscoa

  • Joana Abrantes Gomes
  • 30 Maio 2025

Setor do alojamento turístico registou 2,9 milhões de hóspedes e 7,1 milhões de dormidas em abril, o que equivale a aumentos homólogos de 8,5% e 9,2%, respetivamente.

Depois do abrandamento registado em fevereiro e março, as dormidas em alojamentos turísticos regressaram à trajetória de crescimento em abril, fruto do efeito do período de férias associado à Páscoa. No total, o setor registou 7,1 milhões de dormidas, mais 9,2% do que no mesmo mês do ano passado.

Este aumento das dormidas deve-se, sobretudo, à subida de 13,1% observada nos residentes, num total de dois milhões, quando em março tinham crescido apenas 2,1%. As dormidas de não residentes, por sua vez, tiveram um crescimento de 7,7% em abril, para 5,1 milhões, após a quebra de 4,9% registada no mês anterior.

Evolução homóloga das dormidas no turismo

Fonte: INE

Os dados, que fazem parte da estimativa rápida da atividade turística em abril, publicada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que o setor do alojamento turístico acolheu 2,9 milhões de hóspedes em abril, o que representa um aumento de 8,5% em termos homólogos.

Neste contexto, as receitas totais cresceram 12,6% face a abril de 2024, para 571,1 milhões de euros, e os proveitos de aposento aumentaram 13,9%, atingindo os 436 milhões de euros.

O gabinete estatístico assinala que estes resultados “foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, pelo efeito do período de férias associados à Pascoa, que ocorreu este ano em abril, enquanto no ano anterior se concentrou, essencialmente, em março”.

Entre os dez principais mercados emissores em abril, que representaram quase três quartos (74,6%) do total de dormidas de não residentes, destaca-se o Reino Unido, com um peso de 18,2%, seguido por Alemanha e Estados Unidos (com quotas de 11,5% e 9,2%, respetivamente).

O mercado espanhol (9%), embora tenha sido o quarto maior emissor de turistas para Portugal no mês em análise, registou o maior crescimento (+43%), seguindo-se o irlandês (+12,1%). França, por sua vez, destacou-se com um decréscimo de 10,8%, ainda que ocupe a quinta posição entre os principais mercados emissores.

Em abril, todas as regiões do país registaram um crescimento do número de dormidas, com destaque para o Centro (+18,4%) e os Açores (+14,3%). O Norte (+12,8%), o Alentejo (+12,5%), o Algarve (+11,3%) e a Península de Setúbal (+10,6%) também tiveram aumentos expressivos.

No que toca ao mercado externo, as dormidas cresceram em todas as regiões — de forma mais expressiva nos Açores (+28,3%), no Centro (+15%) e na Península de Setúbal (+14,9%) –, exceto no Oeste e Vale do Tejo (-6,2%). Já ao nível do mercado interno, apenas os Açores tiveram um ligeiro decréscimo (-0,9%); a Madeira (+32,3%) e o Centro (+20,1%) tiveram os maiores aumentos.

Na globalidade dos estabelecimentos de alojamento turístico, a estada média foi de 2,50 noites, o que equivale a um aumento de 0,6% face a abril de 2024 (+2,6% nos residentes e +0,2% nos não residentes). A Madeira e o Algarve foram as regiões do país que registaram os valores mais elevados deste indicador — de 4,42 e 3,77 noites, respetivamente.

Quanto à taxa líquida de ocupação-cama, verificou-se um aumento de 3,1 pontos percentuais, para 50,4%, em abril. Já a taxa líquida de ocupação-quarto (60%) cresceu 2,4 pontos percentuais.

Variação da taxa líquida de ocupação-cama

Fonte: INE

O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 69,5 euros (+10,8%) e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 115,9 euros (+6,3%).

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Nevoeiro e sistema inoperacional voltam a cancelar voos no Aeroporto do Porto

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Entre as 6h10 e as 12 horas desta sexta-feira, foram cancelados quase duas dezenas de voos no Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

O nevoeiro aliado à inoperacionalidade temporária do sistema de aterragem por instrumentos (ILS), devido às obras em curso no Aeroporto do Porto, levaram a atrasos e ao cancelamento de vários voos nesta sexta-feira, situação que se repete.

Segundo a página na Internet da ANA – Aeroportos de Portugal, entre as 06:10 e as 12 horas foram cancelados quase duas dezenas de voos, entre aterragens e descolagens, assim como se registam atrasos em diversos voos. Quatro voos tiveram que divergir para outros aeroportos.

A mesma situação já se tinha verificado na segunda-feira, 26 de maio, dia em que a NAV Portugal adiantou à agência Lusa que o nevoeiro que se fez sentir nessa manhã na zona do Porto “teve algum impacto nas operações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com registo de divergências nas primeiras duas horas de operação”.

“Importa sublinhar que o sistema de aterragem por instrumentos do Aeroporto do Porto se encontra temporariamente fora de serviço de forma programada devido às obras em curso naquela infraestrutura”, indicou então a empresa responsável pela gestão do tráfego aéreo.

Na segunda-feira, a NAV explicou que “a conjugação entre a indisponibilidade temporária do ILS e as condições de visibilidade reduzida explica as restrições verificadas” naquele dia, o que se voltou a verificar.

A NAV disse ainda que a situação no Aeroporto do Porto “foi comunicada atempadamente a todos os operadores aéreos e enquadra-se no planeamento habitual para este tipo de intervenções”.

As obras estão previstas decorrerem até fevereiro de 2026.

À semelhança do que aconteceu na segunda-feira, a Lusa questionou, nesta sexta-feira, a ANA – Aeroportos de Portugal sobre quantos voos é que foram afetados e quando é que o ILS estará novamente operacional, mas, até ao momento, a gestora aeroportuária não respondeu.

Em 27 de maio de 2024, a ANA anunciou que o reforço da pista do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, distrito do Porto, teria início em 31 de julho desse ano, acrescentando que a empreitada demoraria 19 meses e teria um investimento de 50 milhões de euros.

A ANA explicou que as obras visavam “reforçar as condições operacionais do aeroporto, sendo esta a maior intervenção realizada na pista desta infraestrutura”.

A intervenção na pista e áreas adjacentes inclui a repavimentação completa da camada de desgaste da pista 17-35, intervenções de reforço estrutural da pista, ajustamento da geometria da faixa da pista (strip), e na linha de aproximação (sinalização luminosa) das pistas 17 e 35, bem como a substituição dos sistemas de luzes da pista por LED.

A obra prevê ainda renovação integral do sistema de drenagem da pista e a instalação de infraestruturas civis para a implementação de equipamentos de navegação (ILS categoria II) na pista 35, que vão permitir operações em baixa visibilidade.

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“A Europa está claramente numa fase de excesso de regulação”, aponta economista Luís Cabral

O economista Luís Cabral aponta à complexidade da regulação europeia como um dos fatores que contribuiu para que a Europa tenha ficado "atrás na revolução digital" e estar "muito atrás" na inovação.

Na Europa, a teia da regulação está a apertar tanto que já sufoca a inovação e afasta investidores. O alerta foi lançado esta sexta-feira, em Lisboa, por Luís Cabral, professor de economia na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque, perante uma plateia atenta na conferência anual da CMVM, na Fundação Gulbenkian.

Num momento em que o Velho Continente procura recuperar o atraso face aos EUA e à China na corrida tecnológica, Luís Cabral colocou o dedo na ferida, referindo que “a Europa está claramente numa fase de excesso de regulação”.

As palavras do economista ecoaram numa plateia repleta de reguladores e decisores dos mercados financeiros, numa altura em que o debate sobre o papel da regulação na competitividade europeia ganha novo fôlego. A conferência, subordinada ao tema “Uma Nova Ambição para os Mercados de Capitais”, serviu de palco para Luís Cabral desenvolver uma análise provocadora sobre o estado da regulação nos dois lados do Atlântico.

A grande depressão dos anos 1930 teria acontecido se houvesse boa regulação? É difícil de fazer essa suposição, mas felizmente hoje temos mecanismos de regulação que permitem que não aconteçam com a escala da grande depressão de 1929.

Luís Cabral

Professor Paganelli-Bull de Economia e Negócios Internacionais na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque

O professor, que é também diretor do departamento de economia da prestigiada escola de negócios nova-iorquina desde 2015, não poupou críticas ao modelo europeu atual, embora tenha defendido uma visão com maior nuance do papel da regulação na economia.

Luís Cabral estruturou a sua intervenção em torno do conceito de que a regulação deve ser vista à imagem do filme “O Bom, o Mau e o Vilão”, exemplificando com casos históricos e contemporâneos para demonstrar as diferentes faces da intervenção regulatória. “A grande depressão dos anos 1930 teria acontecido se houvesse boa regulação? É difícil de fazer essa suposição, mas felizmente hoje temos mecanismos de regulação que permitem que não aconteçam com a escala da grande depressão de 1929“, argumentou.

O economista destacou também o exemplo da Securities and Exchange Commission (SEC) americana como um caso de “boa regulação”. “A vontade dos investidores fazerem negócios na bolsa americana deve-se também muito à força das instituições como a SEC”, sublinhou, numa clara alusão à importância de instituições regulatórias sólidas para o funcionamento eficaz dos mercados financeiros.

A Europa ficou atrás na revolução digital em curso. E estamos muito, muito atrás na inovação em muitos campos.

Luís Cabral

Professor Paganelli-Bull de Economia e Negócios Internacionais na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque

No polo oposto, Cabral apontou o setor da aviação europeia como exemplo bem-sucedido de desregulação, lembrando que se em 1986, na Europa, os voos tinham um custo médio de 51 cêntimos por milha contra 15 cêntimos nos EUA, em 2010 (realidade que se mantém mais ou menos igual hoje), essa relação inverteu-se completamente, com o custo a passar para 11 cêntimos na Europa face a 21 nos EUA. Essa evolução demonstra que a liberalização do setor aéreo europeu gerou benefícios tangíveis para os consumidores.

A análise mais dura de Cabral centrou-se no défice de inovação europeu. “A Europa ficou atrás na revolução digital em curso. E estamos muito, muito atrás na inovação em muitos campos”, com o economista a citar essa realidade pelo número de patentes de grande valor “em que o gap face aos EUA e à China é enorme”.

Luís Cabral reconheceu ainda que “a regulação não é uma palavra com boa fama”, mas argumentou que “pode e tem um valor enormíssimo.”

Para Luís Cabral, este fosso resulta de um “conjunto de barreiras à inovação na União Europeia, como a falta de capital, mercados fragmentados, um ecossistema de inovação pouco desenvolvido, o papel dos governos, fuga de cérebros e regulação.”

O timing desta crítica não podia ser mais pertinente. Recentemente, António Campinos, presidente da Organização Europeia de Patentes, admitiu recentemente que a Europa “perdeu produtividade e competitividade nas últimas duas décadas” ao concentrar-se demasiado na elaboração de regulamentos.

O equilíbrio no meio do Atlântico

Apesar das críticas ao modelo europeu, Luís Cabral mostrou-se igualmente preocupado com a direção oposta. “No caso dos EUA vejo o contrário. Os EUA até precisam de mais regulação e não esperava dizer isto”, confessou com alguma graça, defendendo que o equilíbrio da regulação estará “algures no meio do Atlântico”.

Esta posição reflete uma crescente consciência de que nem o laissez-faire absoluto nem a “hiperregulação” constituem soluções ótimas. “Mais do que quantidade de regulação é qualidade de regulação” e “para haver boa regulação tem de haver fortes instituições”, sublinhou o economista.

Luís Cabral reconheceu ainda que “a regulação não é uma palavra com boa fama”, mas argumentou que “pode e tem um valor enormíssimo”, sublinhando ainda que “não lhe damos tanto valor como devíamos.”

Esta defesa da regulação bem desenhada surge numa altura em que a União Europeia procura encontrar o equilíbrio entre manter os seus padrões de proteção e competir globalmente.

As declarações de Luís Cabral ecoam as preocupações expressas no relatório de Mario Draghi sobre competitividade europeia e nas propostas da “Bússola para a Competitividade” de Ursula von der Leyen, que procuram um “choque de simplificação” sem comprometer as garantias fundamentais.

O desafio, como ficou claro na intervenção do professor da NYU, será encontrar esse ponto de equilíbrio que permita à Europa recuperar terreno na corrida global pela inovação sem sacrificar os valores que a definem.

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Ordem dos Médicos avisou Governo sobre “disparidades” nas cirurgias fora de horas

Bastonário Carlos Cortes considera que houve uma "evidente falha de gestão local e nacional" e vai pedir formalmente a participação da Ordem no regime de controlo das listas de espera.

A Ordem dos Médicos vai enviar novo documento ao Ministério da Saúde e à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) sobre as cirurgias adicionais no âmbito do SIGIC e pedir formalmente a sua participação no sistema de resposta às listas de espera, alegando que tem avisado o Governo para esta situação desde 2019.

O bastonário Carlos Cortes considera que houve uma “evidente falha de gestão local e nacional”. Na manhã de sábado, logo após a divulgação pública do primeiro caso, a Ordem dos Médicos dirigiu um ofício à ULS de Santa Maria solicitando esclarecimentos formais que “até hoje permanecem por responder”, afirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa.

Formalmente, a Ordem dos Médicos remeteu à ACSS e ao Ministério da Saúde um ofício a 11 de junho de 2024 sobre “incongruências, perda de informação e disparidades nos valores dos atos de cirurgia”, bem como sobre a “falta de fiabilidade” no SIGIC. “Por exemplo, cirurgias complexas e prolongadas são muito menos valorizadas do que cirurgias menores”, detalhou o bastonário.

“Nos últimos dias, tornaram-se públicas notícias preocupantes de alegadas irregularidades no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde, em que estão envolvidos profissionais de saúde. Situações que, a confirmarem-se, representam desvios inaceitáveis aos princípios da ética e da justiça na prestação das realidades de saúde”, afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos.

Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos MédicosLusa

 

Questionado sobre o próximo ministro da Saúde, Carlos Cortes referiu apenas que as políticas públicas têm de mudar. Quanto ao novo sistema de gestão de lista de espera, que está a ser preparado por um grupo de trabalho especializado, admitiu que não conhece os trâmites do mesmo, mas apelou a uma “mudança profunda” e a um “plano de gestão robusto, transparente, escrutinável” composto por cinco pontos:

  • Mecanismos de validação clínica dos atos codificados (verificações independentes e regulares que assegurem que os atos médicos registados correspondem à realidade clínica)
  • Sistemas de alerta precoce para produção anómala centralizados na direção executiva do SNS (ferramentas que sinalizem automaticamente padrões anómalos de produção ou codificação)
  • Controlo externo regular (auditorias independentes com peritos)
  • Avaliação dos resultados produzidos
  • Inclusão formal da Ordem dos Médicos na operacionalização, monitorização e avaliação (incluindo apoio técnico)

As declarações do bastonário da Ordem dos Médicos surgem após a polémica em torno do dermatologista do Hospital de Santa Maria que recebeu mais de 400 mil euros por dez dias de trabalho. Na sexta-feira, a CNN Portugal revelou que o médico uma dezena de sábados de trabalho adicional em 2024, sendo que um deles foi utilizado para retirar lesões benignas aos pais.

As cirurgias ‘fora de horas’ foram realizadas através do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite fazer procedimentos cirúrgicos fora do horário laboral para reduzir as filas de espera nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O caso ganhou mediatismo e, no início desta semana, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) decidiu abrir um processo de inquérito ao serviço de dermatologia da Unidade Local de Saúde Santa Maria e outro de auditoria transversal sobre cirurgias adicionais no SNS, onde existem 39 ULS e três institutos de oncologia (IPO) onde há produção acrescida (cirurgias além do tempo de trabalho normal).

O inspetor-geral da IGAS disse ao ECO que o órgão público que fiscaliza a saúde vai também avançar com uma auditoria aos sistemas de cirurgia robótica utilizados nos hospitais do Estado.

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Governo apela aos proprietários para “logo que possível” limparem terrenos

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Governo sublinha ainda que "é proibida a realização de queimadas", as "queimas requerem autorização prévia" e os trabalhos "devem, sempre que possível, ser feitos nas horas de menor calor".

O Governo apelou esta sexta-feira aos proprietários para que, “logo que possível”, limpem os seus terrenos, mas tendo em consideração as condições de segurança, após ter prolongado até 15 de junho o prazo de gestão de combustível devido à meteorologia.

Em comunicado, os ministérios da Agricultura e Pescas e da Administração Interna explicaram que, “considerando que as condições meteorológicas dos últimos meses limitaram os períodos disponíveis para a realização de trabalhos” de gestão de combustível na rede secundária, foi prolongado “o prazo de limpeza de matos e terrenos” até 15 de junho.

“Durante este período, a realização de trabalhos de limpeza e gestão de combustível continua sujeita às regras previstas no Decreto-Lei 82/2021, de 13 de outubro”, especialmente “nos dias com nível de perigo de incêndio rural ‘muito elevado’ ou ‘máximo'”, acrescenta-se na nota.

Nestes casos, salientam os ministérios de José Manuel Fernandes e Margarida Blasco, “os trabalhos só podem ser realizados com autorização prévia da autoridade municipal de proteção civil, mediante pedido com a localização e o calendário previsto das ações”, e desde que cumpram as condições de segurança estabelecidas.

Assim, os trabalhos “apenas podem ser realizados por entidades com códigos de atividade económica (CAE) identificados no anexo do decreto-lei”, as “viaturas de apoio a trabalhos sem maquinaria devem dispor de um extintor adicional com capacidade mínima de 2 kg” e, nos trabalhos com maquinaria, “devem ser aplicadas as medidas de segurança definidas” e usados “equipamentos com dispositivos de retenção de faíscas/faúlhas e extintores operacionais”.

Adicionalmente, os ministérios sublinham que “é proibida a realização de queimadas”, as “queimas requerem autorização prévia“, os trabalhos “devem, sempre que possível, ser feitos nas horas de menor calor (manhã ou final da tarde)”, e é “obrigatório garantir meios de vigilância e de primeira intervenção no local durante os trabalhos”.

“O Governo apela a todos os proprietários, entidades gestoras e demais responsáveis para que realizem, logo que possível, a limpeza dos seus terrenos, tendo sempre em consideração as condições de segurança, especialmente nos dias de maior calor”, lê-se na nota.

O prolongamento do prazo para os proprietários procederem à limpeza de terrenos florestais e agrícolas em redor de edificações e infraestruturas, como pediram as associações do setor, foi esta sexta-feira publicado em Diário da República, através de um despacho conjunto dos secretários de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, e das Florestas, Rui Ladeira.

O despacho altera um anterior, de 16 de abril, que determinava que os trabalhos na rede secundária de faixas de gestão de combustível podiam decorrer até ao próximo sábado.

A decisão foi tomada após consulta à AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Guarda Nacional Republicana, Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e Infraestruturas de Portugal.

A gestão de faixas de combustível em terrenos florestais em redor de edificações, infraestruturas e aglomerados, prevista na lei até 30 de abril, visa prevenir fogos rurais, mas a Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais (FNAPF) pediu ao Governo o prolongamento de “mês e meio” no prazo, devido às condições meteorológicas.

Perante as dificuldades na contratação de empresas para a limpeza, nomeadamente por escassez de mão-de-obra e limitação de equipamentos, a FNAPF e a ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente consideraram insuficiente o prazo para a realização da maior parte dos trabalhos e pediram mais tempo, antes que as autoridades iniciem a fiscalização dos incumprimentos e aplicação de contraordenações.

O presidente da FNAPF, Luís Damas, disse à Lusa que voltou a pedir ao Governo o prolongamento do prazo pelo menos até meados de junho e, perante a decisão de prolongar até 15 de junho, mostrou-se satisfeito e comentou: “Ao menos temos mais esta janela de 15 dias”.

 

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Diogo Mónica, fundador da unicórnio Anchorage, é o angel investor do ano

A unicórnio Sword Health, o fundo Bynd Venture Capital e a startup Oceano Fresco foram igualmente reconhecidos pela Investors Portugal.

Conferência "New Money" - 19MAR22Diogo Mónica, o fundador da unicórnio Anchorage Digital, foi reconhecido com o prémio “Angel of the Year 2024” pelo seu papel enquanto investidor em mais de 150 startups ao longo de uma década. A unicórnio Sword Health, o fundo Bynd Venture Capital e a startup Oceano Fresco foram igualmente reconhecidos pela Investors Portugal, associação que reúne fundos que apostam em empresas em fase inicial.

Engenheiro, empreendedor e business angel português, cofundador da Anchorage Digital, partner da Haun e chairman da organização sem fins lucrativos de promoção de inovação com impacto, NEAR Foundation, Diogo Mónica recebeu o prémio “Angel of the Year 2024”. O investidor, que já ajudou a financiar mais de 150 startups nos últimos dez anos, foi distinguido pelo seu “apoio, como business angel e advisor, a empresas e startups portuguesas, ajudando-as a ganhar escala, expandir e a alcançar uma audiência global, contribuindo para a dinamização do setor early stage em Portugal”, informa a Investors Portugal, em comunicado.

A ronda de 30 milhões de euros levantada pela Sword Health, com participação dos investidores nacionais Lince Capital e Oxy Capital, garantiu à unicórnio fundada por Virgílio Bento o prémio “Investment of the Year 2024”. No ano passado, a empresa captou ainda cerca de 100 milhões de dólares adicionais e elevando o seu valor total para mais de 3 mil milhões de dólares.

O fundo Bynd Venture Capital foi distinguida com o prémio “Early Stage Investor of the Year 2024”, o reconhecimento surge no ano em que a sociedade assinala 15 anos de atividade em Portugal, e após lançar o seu terceiro fundo o ano passado, no valor de 40 milhões de euros, o Fund III.

A sociedade de capital de risco já investiu em mais de 60 empresas desde a sua fundação, em 2010, contando com mais de 35 ainda ativas no seu portefólio.

Já a Oceano Fresco, startup especializada na aquicultura regenerativa de bivalves em viveiro em mar aberto, foi reconhecida com o “ESG Award of the Year 2024”. A startup, que levantou uma ronda de financiamento de 17 milhões de euros o ano passado, foi distinguida pelo “trabalho desenvolvido na área da Economia Azul, sendo pioneira no cultivo sustentável de amêijoas em grande escala e impulsionando impactos ambientais positivos, com destaque para o sequestro de CO2 pelas conchas e para a promoção da biodiversidade”, justifica a Investors Portugal.

Efeito multiplicador do capital de risco na economia

Cada 100 milhões de euros investidos em capital de risco podem ter um efeito multiplicador permanente de 0,22% no PIB nacional e de 0,16% no investimento, apontam as primeiras estimativas do estudo “Capital de Risco e o SIFIDE em Portugal – Avaliação do Impacto Económico”, realizado pela Investors Portugal – Associação Portuguesa dos Investidores em Early Stage, em parceria com a Universidade Nova de Lisboa.

O mesmo montante investido através de fundos SIFIDE pode ter um “impacto igual ou superior”, pois estes fundos são obrigados a investir grandes volumes do capital mobilizado em empresas com uma componente significativa de Investigação e Desenvolvimento (I&D), estima ainda o estudo.

Ainda assim, o “investimento em capital de risco em Portugal representa menos de 0.05% do investimento total registado no país e ainda que é bastante baixo em relação ao PIB, correspondendo a menos de 0.01% do mesmo, de acordo com dados recentes da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários”, destaca a Investors Portugal. “Esta realidade condiciona a competitividade de Portugal relativamente a outros mercados europeus, como o Reino Unido, Alemanha e até Espanha, onde o investimento em capital de risco é maior”, alerta.

“Estes dados preliminares revelam que o peso do investimento em capital de risco na economia portuguesa se encontra muito abaixo do verificado nos ecossistemas mais maduros e mais desenvolvidos na Europa”, afirmou Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal, citada em comunicado.

“De acordo com as estimativas, podemos compreender que o investimento em capital de risco é crucial para impulsionar não só o ecossistema empreendedor e da inovação em Portugal, mas sobretudo para alavancar o crescimento da economia nacional. A Investors Portugal, enquanto agregadora do ecossistema early stage no país, apela, por isso, à aposta em políticas públicas que incentivem o investimento em capital de risco, de modo a posicionar Portugal como um ecossistema competitivo e sustentável”, diz ainda.

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