UEFA anuncia a distribuição de 240 milhões de euros para clubes com Euro2028

  • Lusa
  • 21 Maio 2025

Os valores vão ser divididos em dois grupos, com 104 milhões de euros para as duas edições da Liga das Nações, de 2024/25 e de 2026/27, e para a qualificação para o Euro2028.

A UEFA vai distribuir 240 milhões de euros peloss clubes, durante o ciclo com o Campeonato da Europa de 2028, anunciou esta quarta-feira o organismo que rege o futebol no continente.

Para o próximo ciclo, ligado ao Euro2028, serão distribuídos 240 milhões de euros, em conformidade com o memorando de entendimento entre a UEFA e a Associação Europeia de Clubes (ECA)”, lê-se no sítio oficial da UEFA na Internet.

No comunicado resultante da reunião do Comité Executivo da UEFA, na cidade espanhola de Bilbau, o organismo detalha que foi acordado com a ECA a transferência de três milhões de euros remanescentes do ciclo 2020-2024, para o programa de benefícios dos clubes com jogadoras no Euro2025 feminino, aumentando o ‘bolo’ de seis para nove milhões.

Estes valores vão ser divididos em dois grupos, com 104 milhões de euros para as duas edições da Liga das Nações, de 2024/25 e de 2026/27, e para a qualificação para o Euro2028, enquanto a fase final desse Campeonato da Europa vai beneficiar os clubes em 140 milhões de euros.

O Comité Executivo da UEFA deu ainda conta da atualização sobre o programa de criação de lugares em pé nas bancadas dos estádios nas 10 federações envolvidas, entre as quais a portuguesa, que permite o recurso ao ‘peão’, mas não foi implementado pelos clubes. Ainda de acordo com o organismo europeu, os lugares em pé nas bancadas são permitidos na Áustria, Bélgica, Inglaterra, França, Alemanha, Escócia e Países Baixos, enquanto a legislação de Itália e Espanha os impede.

A UEFA concordou prolongar o acompanhamento deste programa nas competições masculinas de clubes na época 2025/26. Da reunião que antecedeu a final da Liga Europa, entre os ingleses do Manchester United e os do Tottenham, a UEFA anunciou ainda que Zoran Laković foi nomeado secretário-geral adjunto do organismo para os Negócios e Relações Internacionais das Federações Nacionais.

A próxima reunião do Comité Executivo está agendada para 11 de setembro, em Tirana.

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Coca-Cola aposta no regresso da campanha “Partilha uma Coca-Cola”

  • + M
  • 21 Maio 2025

De alcance global, a campanha está disponível em Portugal com embalagens personalizadas com 156 nomes próprios. Objetivo passa por "celebrar o poder das ligações autênticas".

A Coca-Cola apostou no relançamento da icónica campanha “Partilha uma Coca-Cola”, com mais nomes e formas de personalização. A marca quer conquistar a Geração Z, mas também “reavivar memórias em quem já viveu a emoção de encontrar o seu nome numa Coca-Cola”.

Acreditamos que as ligações reais se constroem através de experiências partilhadas. A campanha ‘Partilha uma Coca-Cola’, lançada originalmente em 2011, tornou-se rapidamente uma campanha icónica e um verdadeiro movimento cultural, ao transformar a partilha de uma bebida num símbolo de conexão emocional. Desde então, tem evoluído em linha com a forma como a sociedade muda e como a ideia de ‘partilhar’ se reinventa nos dias de hoje – seja presencialmente ou através do digital”, diz Diogo Martins, diretor de marketing da Coca-Cola para Portugal, citado em comunicado.

“Com a campanha damos protagonismo ao consumidor e convidamo-lo a fazer parte da campanha — com o seu nome, o seu estilo e as suas relações. Queremos estar presentes nesses momentos de celebração entre pessoas e reforçar a magia que nos aproxima”, acrescenta.

Concebida pelo Grupo WPP, através da Open X, e com planificação de meios a cargo da Essence Mediacom, a campanha marca presença em televisão, social media, online, vídeo e outdoor (OOH), com o objetivo de “celebrar o poder das ligações autênticas“.

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De alcance global, a campanha está disponível em Portugal em latas de 33 cl e garrafas de 50 cl, em Coca-Cola Sabor Original e Coca-Cola Zero. Os consumidores poderão encontrar embalagens personalizadas com 156 nomes próprios, assim como apelidos carinhosos pré definidos, inspirados em expressões utilizadas pela Geração Z. Em Portugal, as embalagens personalizadas são produzidas localmente, através da fábrica da marca em Azeitão, que conta com cerca de 400 colaboradores.

Esta edição oferece ainda mais opções de personalização, possibilitando inclusive aos consumidores criarem a sua própria embalagem, bastando para isso fazer scan do QR code na lata e aceder ao site oficial da campanha. Além disso, o cliente pode também personalizar a sua lata no momento, diretamente no ponto de venda e através de uma experiência de personalização pop-up que vai percorrer várias cidades do país.

Entre os dias 20 e 22 de maio esta ação de personalização pop-up vai estar no ISCTE, em Lisboa, ocorrendo depois na Praça da República, em Coimbra, durante a Queima das Fitas (de 27 a 29 de maio) e em Armação de Pêra, no Algarve (entre 1 e 3 de agosto, e noutras localizações que serão anunciadas “em breve” pela marca.

Evoluímos para regressar com uma campanha mais forte e mais conectada com os novos consumidores e a forma como desfrutam dos nossos produtos através dos nossos clientes. Ativámos toda a nossa estrutura comercial e de marketing para continuar a impulsionar a categoria a partir da nossa posição de liderança“, refere Alexandre Lino, diretor commercial development da Coca-Cola Europacific Partners, citado em comunicado.

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Autocarro da simplificação na Europa vai poupar mais 400 milhões às PME

Empresas com menos de 750 empregados e um volume de negócios até 150 milhões de euros vão ter menores custos administrativos, num esforço para reforçar a competitividade na região.

As empresas de menor dimensão, com menos de 750 funcionários e um volume de negócios até 150 milhões de euros, vão beneficiar de um conjunto de medidas de simplificação burocrática, que a Comissão Europeia estima que poderão reduzir os custos destas empresas em 400 milhões de euros por ano. Trata-se de um novo pacote de propostas no âmbito do omnibus, um projeto de desburocratização lançado por Bruxelas que pretende reforçar a competitividade na região.

A Comissão Europeia prevê que estas novas medidas anunciadas no âmbito do “autocarro” da desburocratização europeu ajude as pequenas e médias empresas a crescer, digitalizar processos regulatórios e reduzir burocracia. A meta é “reduzir os custos administrativos em 25% no geral e em 35% para as PME até o final deste mandato“, antecipa Bruxelas em comunicado, adiantando que o pacote de 400 milhões de euros se junta a medidas já anunciadas no valor de oito mil milhões de euros.

Em vez de restringir os alívios a empresas com até 250 trabalhadores – o limite até ao qual podem ser consideradas PME –, a Comissão identificou uma nova categoria de empresas: as pequenas e médias capitalizações, ou seja, empresas com menos de 750 funcionários e até 150 milhões de euros em volume de negócios ou até 129 milhões em ativos totais, propondo alargar a estas companhias um conjunto de isenções e simplificações das quais as PME atualmente já usufruem.

“Estas pequenas e médias capitalizações – cerca de 38.000 empresas na UE – terão acesso, pela primeira vez, a certos benefícios existentes para PME, como derrogações específicas ao abrigo do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) ou regras simplificadas, como as regras de prospeto que tornam a cotação das PME na bolsa de valores mais simples e menos onerosa”, explica o mesmo comunicado.

No que diz respeito ao RGPD, Bruxelas propõe alargar as isenções aplicadas atualmente a empresas que empregam até 250 pessoas, para companhias com menos de 750 funcionários. “Também procuramos a simplificação, propondo limitar a obrigação de manter registos apenas para atividades de tratamento de dados de “alto risco”. As alterações propostas devem ajudar as empresas a economizar 66 milhões de euros por ano”, calcula a instituição.

No que diz respeito ao mercado de capitais, a Comissão propõe que, tal como acontece com as PME, também estas capitalizações intermédias – até 750 trabalhadores – possam apresentar um prospeto simplificado, em vez de um prospeto completo em operações de mercado, como a emissão de ações, uma simplificação que permitirá poupar cerca de 20.000 euros.

Outra das simplificações diz respeito às regras de diligência devida e de rastreabilidade das cadeias de abastecimento. Tal como acontece com o RGPD e as operações de mercado, também aqui a Comissão Europeia quer que as isenções atualmente aplicadas às PME sejam alargadas às empresas de média capitalização abrangida pelo Regulamento, o que poderá poupar 40.000 euros por empresa.

Este é o quarto pacote de propostas apresentado no âmbito do omnibus. O primeiro e segundo – e mais robustos – vieram “simplificar as regras relativas aos relatórios de sustentabilidade e às regras de due diligence, bem como aos investimentos da UE, proporcionando cerca de 6,3 mil milhões de euros em alívio administrativo anual”. Já na semana passada, Bruxelas apresentou o omnibus III, focado na simplificação da Política Agrícola Comum, permitindo uma poupança anual de até 1,58 mil milhões de euros para os agricultores e de 210 milhões de euros para as administrações nacionais.

Bruxelas prevê apresentar o próximo pacote Omnibus em junho de 2025, focado na defesa e “visa contribuir para o alcance das metas de investimento estabelecidas no Livro Branco, permitindo o desenvolvimento de empresas inovadoras”.

Eliminar as “terríveis 10”

Além das propostas para reduzir custos administrativos para empresas de menor dimensão, a Comissão Europeia propôs ainda uma estratégia para o mercado único da União Europeia (UE), que visa acabar com as dez barreiras mais reportadas pelas empresas comunitárias, as chamadas “terríveis 10”, através de aposta nos serviços, nas PME e na digitalização administrativa.

A nova estratégia de Bruxelas “centra-se na remoção das dez barreiras mais prejudiciais reportadas pelas empresas”, explicou a instituição à imprensa, especificando estar em causa o combate aos problemas no estabelecimento e operação das companhias, às regras complexas, à falta de empenho dos países, ao reconhecimento limitado das qualificações profissionais, à ausência de normas comuns, às normas fragmentadas sobre embalagens e à falta de conformidade dos produtos.

Acrescem ainda a regulamentação nacional restritiva e divergente nos serviços, as regras onerosas para o destacamento de trabalhadores em setores de baixo risco e ainda as restrições territoriais injustificadas que provocam preços elevados para os consumidores.

Para superar estas barreiras, Bruxelas propõe, por um lado, apoiar o crescimento das PME, apostar na simplificação e digitalização, e tirar maior partido dos benefícios do mercado único.

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Portugal e Espanha pedem “a mais alta prioridade” para as interconexões elétricas e reunião com França

Na missiva, as ministras apontam a "necessidade urgente" de completar as interconexões da Península Ibérica com o resto da Europa.

As ministras da Energia em Portugal e Espanha, Maria da Graça Carvalho e Sara Aagensen, enviaram esta quarta-feira uma carta ao comissário europeu com a mesma pasta, Dan Jorgensen, na qual apelam a que Bruxelas trate o reforço das interligações como um assunto da mais alta prioridade. Pedem ainda uma reunião com representantes da Comissão e de França, de forma a traçarem objetivos neste sentido e o caminho para lá chegar.

Na missiva, as ministras apontam a “necessidade urgente” de completar as interconexões da Península Ibérica com o resto da Europa, depois de o apagão de dia 28 de abril ter servido para “relembrar” a importância de um sistema mais interligado.

“Reafirmamos que acelerar o completar das interconexões elétricas com a Península Ibérica deve ser colocado entre as mais altas prioridades“, não só no que diz respeito a Espanha e Portugal mas sim à União Europeia como um todo.

Portugal e Espanha propõe uma reunião ministerial com França e a Comissão, de forma a desenhar-se um mapa com metas a serem atingidas ao longo do tempo.

Na carta, as responsáveis pela pasta da Energia em Portugal e Espanha frisam que “a Península Ibérica permanece uma ilha energética”, na medida em que a interligação com a restante Europa está abaixo de 3%, quando as metas para 2020 e 2030 eram, respetivamente, de 10% e 15%.

Ao longo do texto, vão sendo elencadas várias consequências negativas. A falta de interligação entre a Europa e a Península é tida como “um risco sistémico” para o sistema energético europeu, ditando que a exploração de energias renováveis em Espanha e Portugal não atinja o seu completo potencial, que os preços da eletricidade sejam mais elevados e fragilizando a segurança de abastecimento.

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Ouro do Banco de Portugal valorizou 34,5% no ano passado e já vale 30,9 mil milhões de euros

Reservas de ouro do banco central valorizaram 34,5% no ano passado.

O ouro detido pelo Banco de Portugal valia 30,9 mil milhões de euros no final do ano passado, com as reservas detidas pelo banco central a valorizarem 34,5% em relação a 2023.

A instituição liderada por Mário Centeno explica que esta evolução resultou da “evolução positiva da cotação da onça de ouro em euros”: mais concretamente, “deveu-se ao efeito conjugado da valorização do preço do ouro em dólares (+26,4%) e da apreciação do dólar face ao euro (+6,0%)”.

Há dez anos, as reservas estavam avaliadas em ‘apenas’ 12 mil milhões de euros e numa década valorizaram 160%. O ouro tem brilhado em 2025 por conta da instabilidade nos mercados, o que significa que as reservas de ouro do Banco de Portugal valerão hoje mais do que no final do ano passado.

O Banco de Portugal detinha 382,7 toneladas de reserva de ouro em dezembro de 2024, mais 0,1 toneladas do que um ano antes, “devido a diferenças no peso do ouro recebido por via das operações colateralizadas para rentabilização desta carteira”.

Ouro brilha nos cofres do Banco de Portugal

Fonte: Banco de Portugal

O supervisor explica que ao longo do ano passado continuou a efetuar aplicações em ouro, que se traduziam, essencialmente, em swaps de ouro por euros, registados contabilisticamente como empréstimos colateralizados.

“No final de ano, o montante destas operações era substancialmente menor em 7.374 milhões de euros face a 2023, em consequência da evolução das taxas de juro”, detalha o Banco de Portugal.

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Portugal paga menos para emitir 1.500 milhões em Bilhetes do Tesouro

No leilão de dívida de Bilhetes do Tesouro realizado esta quarta-feira, Portugal pagou 1,947% para emitir 600 milhões de euros a seis meses e 1,949% para emitir 900 milhões a um ano.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) voltou esta quarta-feira ao mercado para se financiar num total de 1.500 milhões de euros a seis e 12 meses através da emissão de Bilhetes do Tesouro, tendo pago taxas inferiores a 2% nas duas maturidades. O montante global indicativo era de entre 1.250 milhões de euros e 1.500 milhões.

Na maturidade mais longa, a um ano, o IGCP emitiu 600 milhões de euros, tendo pago uma taxa média ponderada de 1,949%, face aos 2,227% pagos num leilão a 19 de março. A procura superou a oferta em 2,74 vezes.

No leilão a seis meses, que contou com uma procura 3,42 vezes acima da oferta, Portugal conseguiu financiar-se em 600 milhões de euros pelo qual pagou uma taxa média ponderada de 1,947%, o que compara com 2,646% num leilão realizado a 4 de dezembro de 2024.

“Ambos os leilões registaram uma ligeira descida nas taxas de juro”, disse Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa. “Este ano, temos assistido a uma tendência de descida das taxas de juro de curto prazo, reflexo da atuação do Banco Central Europeu, que já reduziu a sua taxa diretora três vezes desde o início do ano.

“Atualmente, o mercado antecipa mais dois cortes até ao final do ano, o que poderá colocar a taxa ligeiramente abaixo dos 2%“, sublinhou. “No entanto, será necessário aguardar pelos próximos dados económicos e respetivas projeções, uma vez que as tarifas comerciais podem provocar um duplo impacto: por um lado, o enfraquecimento da procura e por outro, uma eventual subida da inflação”.

Bloomberg atrasou leilão

O leilão, que estava agendado para as 10h30, acabou por ser inicialmente adiado para as 11h30 devido a problemas técnicos nos terminais da Bloomberg, que afetaram de forma generalizada os participantes de mercados, informou o IGCP, em comunicado, tendo depois atualizado o horário previsto para as 14h30.

A 31 de março, no plano de financiamento do Estado para o segundo trimestre, o IGCP informou que o financiamento líquido através de BT em 2025 tinha diminuído ligeiramente face ao plano inicial, dos anteriores 4,6 mil milhões de euros para 4,4 mil milhões de euros. Entre abril e junho, a agência pretende emitir entre 3.000 milhões de euros e 3.750 através desse instrumento de dívida de curto prazo.

(Notícia atualizada às 15h25)

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Da carteira de encomendas às compras com multibanco: a economia em abril em 5 gráficos

Compras através de terminais de pagamento, clima económico, criação de emprego e expetativas dos consumidores subiram, enquanto encomendas externas da indústria transformadora caíram.

O clima económico subiu ligeiramente em abril, após três meses em queda, impulsionado sobretudo pela confiança no comércio e na construção e obras públicas. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o mês de abril ainda são escassos, mas já alguns sinais sobre o comportamento da economia.

Consumo privado

As compras através de terminais de pagamento automático subiram 9,2%, acelerando face aos 6,2% registados em março e aos 8% de abril de 2024.

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Clima económico

O indicador de clima económico subiu para 2,2%, em termos homólogos, um aumento face aos 2,1% verificados em março e aos 1,8% registados em abril do ano passado. Em abril, a confiança subiu no comércio, na construção e obras públicas e nos serviços, mas caiu na indústria.

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Encomendas na indústria transformadora

A carteira de encomendas externa da indústria transformadora caiu 15% em abril, face a igual período do ano passado.

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Criação de emprego

A criação de emprego total subiu 5,1% em abril, face a igual período do ano passado, mas representa uma desaceleração quando comparado com a taxa homóloga de 5,4% registado em março. O maior crescimento registou-se na construção e obras públicas.

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Expectativas de preços

A perspetiva dos consumidores sobre a evolução dos preços nos próximos 12 meses subiu pelo terceiro mês consecutivo, após ter caído em janeiro.

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Governo reforça consultores na unidade que acompanha as PPP

A dotação máxima sobe de 12 para 15 e é mantida a autonomia da UTAP, apesar da reforma das Finanças que extinguiu várias entidades, segundo duas portarias publicas em Diário da República.

O Governo reforçou o número de consultores da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP), que monitoriza o equilíbrio económico-financeiro das Parcerias Público-Privadas (PPP). A dotação máxima sobe de 12 para 15 e é mantida a autonomia técnica daquele organismo, segundo duas portarias publicas esta quarta-feira em Diário da República.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, já tinha adiantado, em entrevista ao ECO, que iria haver uma aposta nos recursos humanos e que, apesar da extinção de vários serviços e sua integração na nova Entidade do Tesouro e Finanças (ETF), a UTAP iria ter um gabinete autónomo, ou seja, não iria ser fundida. Estes dois pontos, que não tinham ficado claros no decreto-lei que aprovou a orgânica da ETF, levantaram “muitas dúvidas” ao Presidente da República aquando da sua promulgação.

Depois de ter avançado com mais cinco PPP na saúde e numa altura em se esperam novas concessões para a alta velocidade ferroviária e para o novo aeroporto de Lisboa, o Executivo de Luís Montenegro aprovou uma portaria que aumenta os recursos humanos da UTAP, unidade responsável por acompanhar a situação económico-financeira dos contratos de parcerias. “A dotação máxima de consultores é fixada em 15, sendo quatro de nível 1, seis de nível 2 e cinco de nível 3”, segundo a portaria assinada por Joaquim Miranda Sarmento que produz efeitos a 1 de abril deste ano.

Neste momento, a equipa pode ter no máximo 12 consultores: “quatro de primeiro nível, cinco de segundo nível e três de terceiro nível”, de acordo com a estrutura orgânica da UTAP em vigor. A nova portaria determina que este organismo pode agora ter até 15 dirigentes, ou seja, mais três do que atualmente.

No entanto, a UTAP apenas tem sete consultores (dois de nível 1, três de nível 2 e dois de nível 3), uma equipa que é coordenada por Rita Cunha Leal. Isto significa que está em défice de recursos humanos. Precisaria de contratar mais oito consultores para atingir a dotação máxima, de 15.

Outra portaria estabelece ainda que “é mantida a autonomia técnica da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) no que concerne ao exercício das competências anteriormente afetas àquela unidade, nomeadamente com a consignação de uma estrutura e de recursos para o efeito”.

Na prática, o diploma materializa o que já previa o decreto-lei que aprovou a nova Entidade do Tesouro e Finanças, ao estabelecer que a UTAP “goza de autonomia técnica e profissional”. Na promulgação do decreto, Marcelo Rebelo de Sousa levantou, contudo, “muitas dúvidas” porque não via com bons olhos a “extinção por fusão” da unidade que assegura o equilíbrio económico-financeiro das PPP.

Apesar de garantir a “autonomia” da UTAP, o mesmo texto legal também refere a “extinção, por fusão da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP)”. A portaria vem agora clarificar que o organismo se mantém, sendo que Miranda Sarmento já tinha assegurado, em entrevista ao ECO, que “a UTAP continua a existir, simplesmente está integrada numa estrutura maior, o que lhe vai dar mais massa crítica e capacidade maior de recrutamento”.

“É isso que pretendemos fazer no próximo Governo”, sublinhou. E lembrou que as “PPP e concessões são matérias” que conhece bem, até porque “fizeram parte” do seu “trabalho académico”. Assim, “enquanto que a UTAM foi extinta, porque as suas competências passaram para a Entidade do Tesouro e das Finanças, a UTAP integra como gabinete autónomo. Portanto, mantém uma autonomia operacional e administrativa”, esclareceu Miranda Sarmento.

“Vamos avançar com PPP na área da saúde, há as PPP de alta velocidade, vai haver o processo da construção do novo aeroporto de Lisboa, há reequilíbrios financeiros de concessões rodoviárias, há concessões rodoviárias que, até o final da década, vão terminar o seu contrato de concessão. Há muito trabalho nessa área. Por isso, pretendemos reforçar a UTAP”, disse o mesmo responsável ao ECO.

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Meo, OMD e Fuel lideram investimento em abril

No acumulado de janeiro a abril, o primeiro anunciante é o Ediclube, seguindo-se o Continente e a Unilever Fima. OMD e Fuel lideram nas agências.

A Meo foi o maior anunciante de abril, estatuto alcançado, este ano, pela primeira vez no último mês. De acordo com o ranking mensal elaborado pela MediaMonitor, a empresa investiu em publicidade — a preços de tabela, ou seja, sem os descontos negociados com os meios –, 65,2 milhões de euros.

Como segundo maior anunciante mantém-se o Ediclube, com 49,3 milhões, e o Modelo Continente ocupa agora a terceira posição, com 44 milhões de euros.

No top 5, surge ainda a L’oréal Portugal e a McDonald’s. Lidl, Nos, Unilever Fima, Viva Melhor Sempre e Pingo Doce são as restantes empresas no ranking dos dez maiores anunciantes do país.

Entre as agências de meios, e sempre a preços de tabela, o último mês foi mais uma vez liderado pela OMD, com 193,7 milhões de euros. Segue-se a Arena, com 142,2 milhões, e agora a Initiative, com 129,8 milhões.

A estas, nas primeiras dez posições do ranking, juntam-se a Dentsu Media, Zenith, Wavemaker, Havas Media, Universal McCann, Mindshre e PHD.

Nas agências criativas a primeira posição é da Fuel, seguindo-se agora a BBDO Portugal e a Publicis. O Escritório, Dentsu Creative, VML, McCann Erickson, Havas Worldwide, TBWA Lisboa e Uzina completam as primeiras 10 posições do ranking das agências de publicidade.

No acumulado do trimestre não há alterações no pódio, que se mantém preenchido pelo Ediclube, seguindo-se o Continente e a Unilever Fima.

O ranking das agências de meios tem nos primeiros lugares a OMD, a Arena e a Dentsu Media, com estas últimas a trocarem entre si de posição, e a tabela das agências criativas mantém-se liderada pela Fuel, seguindo-se a VML e a Publicis Publicidade.

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Execução do plano ferroviário sem atrasos, TAP e alta velocidade são prioridades do novo governo

  • Lusa
  • 21 Maio 2025

O ministro das Infraestruturas afirmou que os investimentos previstos no Plano Nacional Ferroviário são para executar "sem atrasos". Privatização da TAP e a linha de alta velocidade são prioritários.

O ministro das Infraestruturas afirmou esta quarta-feira que os investimentos previstos no Plano Nacional Ferroviário (PFN) são para executar “agora sem atrasos”, tendo apontado a privatização da TAP e a linha de alta velocidade como “prioritários” para o novo governo.

“A privatização da TAP é para continuar, essa é a prioridade que já era do XXIV Governo e transitará, (…) a construção do novo aeroporto (…), a continuidade do PFN, agora cumprindo prazos e pondo para o passado aqueles sete anos de atraso do Ferrovia 2020. Nós temos que acabar de facto o Ferrovia 2020 e começar a cumprir prazos”, afirmou Miguel Pinto Luz aos jornalistas, à margem do Portugal Railway Summit, que hoje arrancou no Entroncamento, no distrito de Santarém.

O ministro das Infraestruturas e Habitação presidiu à abertura da 6.ª edição do Portugal Railway Summit, realizada pela Associação da Plataforma Ferroviária Portuguesa, Cluster da Ferrovia, evento que decorre durante dois dias no Museu Nacional Ferroviário, tendo destacado a importância da ferrovia nos investimentos “estruturantes” para o país.

“É essencial a ferrovia para os portos, (…) para a logística, para garantir que os nossos concidadãos tenham mobilidade e (…) a aposta deste Governo é clara. O passe ferroviário verde tem mais de 300 mil passes vendidos e mais de 55 mil passageiros utilizam mensalmente o passe ferroviário verde”, declarou.

Nesse sentido, com “mais procura e mais passes” vendidos, “a CP tem mais passageiros a andarem nos [comboios] regionais, no intercidades, e tem mais receita, ou seja, não estamos a descapitalizar a CP como alguns vaticinavam, antes pelo contrário, estamos a colocar a CP ao serviço dos portugueses”, disse Pinto Luz, que apontou a “mais prioridades” na ferrovia.

“A alta velocidade, as três ligações transfronteiriças com a ligação Porto-Bragança-Zamora, a ligação Aveiro-Salamanca, a ligação Faro-Huelva-Sevilha são prioridades que este Governo colocou a debate também e para discussão com o Governo Espanhol”, declarou.

Por outro lado, notou, é também “importante garantir que os portos nacionais estão infraestruturados do ponto de vista da ferrovia para comboios de 150 metros e o compromisso deste Governo é a conclusão, até ao final deste ano, daquilo que é o corredor internacional sul no primeiro troço Évora-Elvas-Caia, que também servirá a alta velocidade no futuro, mas nomeadamente mercadorias, na primeira fase”, tendo apontado a “desafios” alargados.

“O novo aeroporto terá desafios, como a terceira travessia do Tejo, todas as ligações rodoviárias e ferroviárias que têm que ser garantidas para o novo aeroporto, o metro sul do Tejo, o alargamento do metro a norte do Tejo, o LIOS oriental, a LIOS ocidental…”, exemplificou.

“São muitas, há muita ambição, mas eu diria que há muito consenso em todas as forças políticas num parlamento que agora sai fragmentado, com uma nova arquitetura, mas eu penso que há um enorme consenso à volta destas decisões e isso é importante para garantir o futuro”, declarou.

Pinto Luz reiterou que “estas são as prioridades” e que o governo “tem que as cumprir”.

O Governo aprovou a 10 de março, em Conselho de Ministros, uma resolução que dá ‘luz verde’ ao PFN, incluindo ligações em alta velocidade, na sequência de um “amplo debate nacional e de consulta pública”.

Este diploma inclui “medidas que prepararão os estudos relativos às ligações em alta velocidade, que na recente cimeira com Espanha combinamos explorar, seja a ligação pelo Norte, seja a ligação pelo Algarve”, e “outras ligações ferroviárias que o país deve planear e desenvolver no longo prazo”, indicou na ocasião o ministro da Presidência, Leitão Amaro.

O Portugal Railway Summit visa abordar as questões centrais do futuro ferroviário — alta velocidade, inovação e inteligência artificial, intermodalidade, sustentabilidade e ESG, entre outras — e conta com 50 oradores, 40 ‘stands’ de exibição e cerca de 500 participantes inscritos.

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Coindu avança com despedimento de 123 trabalhadores em Famalicão

  • Lusa
  • 21 Maio 2025

Coindu avançou com despedimento coletivo de 123 trabalhadores e a colocou outros 237 em lay-off em Vila Nova de Famalicão. "São notícias muito violentas", sublinha dirigente sindical.

A Coindu, indústria de componentes têxteis para o setor automóvel, avançou com o despedimento coletivo de 123 trabalhadores e a colocou outros 237 em lay-off em Vila Nova de Famalicão, disse hoje fonte sindical à Lusa.

Segundo Francisco Vieira, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, os dois processos foram comunicados na segunda e na terça-feira, tendo a administração considerado que se trata de uma “inevitabilidade”.

“Alegam a crise no setor automóvel e a consequente falta de encomendas. Dizem que aguentaram até ao limite, mas que agora não dá mais”, referiu.

Segundo Francisco Vieira, a Coindu conta atualmente com 1.170 trabalhadores em Famalicão. O sindicalista acrescentou que a empresa pretende este ano ter uma disponibilidade de entre 800 e 825 trabalhadores.

Em 2026, esses números deverão subir para 950 a 1.050 trabalhadores.

São notícias muito violentas, há muita revolta e descontentamento, muita gente a sofrer por dentro“, disse Francisco Vieira, sublinhando que os visados serão essencialmente os mais novos na empresa, cujos despedimentos “ficarão, obviamente, mais baratos”.

Disse ainda que os problemas na Coindu começaram na pandemia de Covid-19. Em finais de 2024, a Coindu fechou a fábrica que tinha em Arcos de Valdevez, deixando sem emprego 350 trabalhadores.

Segundo Francisco Vieira, a empresa terá aberto “há meia dúzia de meses” uma fábrica na Tunísia, transferindo para lá parte da sua produção.

Em 2022, entre Arcos de Valdevez e Vila Nova de Famalicão, a Coindu empregava 2.100 trabalhadores.

A Lusa tentou ouvir a administração da Coindu, mas ainda sem sucesso.

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Garantia pública foi responsável por 13% do crédito à habitação no primeiro trimestre

O Banco de Portugal revela que os jovens que recorreram à garantia pública até março para comprar casa têm, em média, rendimentos mais elevados do que os jovens que obtêm crédito sem apoio do Estado.

A garantia pública no crédito à habitação jovem começa a ganhar tração no mercado. No primeiro trimestre, apenas três meses após o seu lançamento, o mecanismo que permite aos jovens até aos 35 anos financiar a totalidade do valor da casa representou 9% do número de contratos e 13% do montante total dos novos contratos de crédito à habitação no primeiro trimestre, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal no seu Relatório de Estabilidade Financeira.

O documento revela também que as instituições bancárias que aderiram ao protocolo para aceder à garantia do Estado já utilizaram 10% do montante máximo disponível entre janeiro e março. “No entanto, a utilização da garantia variou entre instituições; algumas usaram mais de 30% do limite atribuído, enquanto outras não chegaram a 5%”, destaca o Banco de Portugal.

Apesar destes números, Clara Raposo, vice-governadora do Banco de Portugal, refere que “ainda é cedo” para tirar conclusões do efeito da garantia pública, em função de ainda serem poucos os dados conhecidos.

A garantia pública, que entrou em vigor em janeiro, permite que o Estado atue como fiador dos jovens até 35 anos na compra da primeira habitação própria permanente, garantindo até 15% do valor da transação. Este mecanismo foi criado para facilitar o acesso ao crédito a 100% para jovens que, apesar de terem rendimentos suficientes para pagar a prestação mensal, não conseguem reunir o capital necessário para a entrada inicial.

A análise do Banco de Portugal revela que a taxa de esforço (rácio DSTI) dos mutuários que recorreram à garantia é, em média, 6 pontos percentuais superior à observada no conjunto das novas operações de crédito à habitação.

Segundo dados do Banco de Portugal, as áreas metropolitanas lideram claramente a utilização deste apoio estatal. A maioria dos imóveis adquiridos ao abrigo deste regime localizou-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, destacando-se os concelhos de Sintra, Vila Nova de Gaia e Seixal como os mais procurados. Um sinal claro de que a garantia está a responder a uma necessidade em zonas onde o valor das casas é mais elevado.

Os números do Banco de Portugal mostram ainda que o valor médio das casas compradas com garantia pública é significativamente mais elevado. O montante médio dos contratos com garantia atingiu 190 mil euros, superior aos 173 mil euros dos contratos de mutuários elegíveis que não recorreram à garantia. Este diferencial sugere que a medida está a permitir aos jovens aceder a habitações de valor mais elevado.

Um dado particularmente relevante é o perfil financeiro destes créditos. Os empréstimos com garantia pública registaram um rácio loan-to-value (LTV) médio de 99%, com 89% destes contratos a apresentarem um LTV de 100% — o que significa que o acesso à garantia está a ser feito pelo seu limite máximo. “Nos restantes mutuários elegíveis sem garantia, o rácio manteve-se estável e inferior, em torno de 83%”, revela o regulador, sublinhando que “o rácio subiu de 68% para 72%, entre julho e agosto de 2024, mantendo-se estável até ao final de 2024, antes da entrada em vigor do regime da garantia.”

Garantia pública está a ser procurada mais por jovens com rendimentos mais elevados

Outro aspeto relevante é a taxa de esforço destes jovens compradores. A análise do Banco de Portugal revela que a taxa de esforço (rácio DSTI) dos mutuários que recorreram à garantia é, em média, 6 pontos percentuais superior à observada no conjunto das novas operações de crédito à habitação e dois pontos percentuais acima da dos mutuários elegíveis que não recorreram à garantia. Isto reflete não só os montantes mais elevados dos empréstimos, mas também o facto de os jovens terem, tipicamente, rendimentos mais baixos no início da carreira.

Estes empréstimos têm também prazos mais longos. A maturidade média dos contratos com garantia ascendeu a 37 anos e oito meses, quase seis anos acima da média do total dos contratos à habitação. Esta extensão do prazo é uma forma de tornar as prestações mensais mais acessíveis.

Os dados do Banco de Portugal indicam que os mutuários que recorreram à garantia têm, em média, rendimentos mais elevados do que os jovens que obtêm crédito sem recurso a este mecanismo.

Contrariamente ao espírito e ao princípio da garantia pública, não são os jovens com menores rendimentos que mais estão a utilizar este apoio estatal. Os dados do Banco de Portugal indicam que os mutuários que recorreram à garantia têm, em média, rendimentos mais elevados do que os jovens que obtêm crédito sem recurso a este mecanismo.

De facto, os dois primeiros quintis de rendimento (os 40% com rendimentos mais baixos) têm uma representatividade 5 pontos percentuais inferior neste regime quando comparados com os mutuários elegíveis que não utilizaram a garantia, mostram os dados do Relatório de Estabilidade Financeira.

Quando são apenas considerados os mutuários elegíveis para a garantia — jovens até 35 anos, residentes em Portugal, sem histórico de crédito à habitação e que adquirem casa até 450 mil euros –, os dados do Banco de Portugal revelam que 59% dos contratos não recorreram à garantia. Isto sugere que muitos jovens, mesmo tendo a possibilidade de utilizar este apoio, optam por dar uma entrada inicial, possivelmente para reduzir o montante do empréstimo e, consequentemente, os encargos mensais.

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