Exportadoras portuguesas festejam ‘antídoto’ Mercosul para crise na Europa e Trump na Casa Branca

Cerca de 1.800 empresas portuguesas exportam 2.500 milhões de euros por ano para os países do Mercosul. Acordo comercial contraria perdas na Alemanha e França e onda protecionista de volta nos EUA.

A Comissão Europeia e os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) concluíram a parte política do maior acordo comercial a nível mundial, equivalente a 25% da economia global e que abrange 780 milhões de pessoas, cerca de 10% da população mundial. Com Bruxelas a acenar com poupanças anuais de 4 mil milhões de euros em direitos aduaneiros para os negócios europeus, os empresários portugueses acreditam que este entendimento – começou a ser negociado em 1999 e ainda terá de ser ratificado pelos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) – vai ajudar a diversificar os destinos das exportações numa fase em que os principais mercados no Velho Continente atravessam dificuldades e em que Donald Trump se prepara para reforçar o protecionismo nos EUA, o quarto melhor cliente de Portugal.

Cerca de 1.800 empresas portuguesas exportam para os países do Mercosul, perfazendo um volume de negócios de cerca de 2,5 mil milhões de euros por ano. Rafael Alves Rocha, diretor-geral da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, considera que uma zona de comércio livre entre a UE e o Mercosul irá “criar melhores condições para as exportações nacionais, permitindo às empresas portuguesas diversificar os seus mercados de comércio e investimento, sobretudo quando alguns dos nossos principais mercados de destino estão a passar por uma evolução desfavorável”, dando o exemplo de França e a Alemanha.

“A redução gradual dos direitos aduaneiros, bem como a simplificação e redução de muita da burocracia e barreiras que afetam o comércio com o Mercosul, beneficiará não só setores que já têm uma forte presença naqueles mercados, como o vinho, azeite e conservas, como abrirá oportunidades para a diversificação das exportações, nomeadamente em setores como a indústria automóvel, farmacêutica, agroalimentar, têxtil e metalomecânica. De assinalar também o investimento em energias renováveis, uma vez que aqueles países têm demonstrado interesse em desenvolver as suas capacidades energéticas”, acrescenta o porta-voz da CIP.

Beneficiará não só setores que já têm uma forte presença naqueles mercados, como o vinho, azeite e conservas, como abrirá oportunidades para a diversificação das exportações, nomeadamente em setores como a indústria automóvel, farmacêutica, agroalimentar, têxtil e metalomecânica.

Rafael Alves Rocha

Diretor-geral da CIP

O presidente do conselho de administração da Associação Empresarial de Portugal (AEP) destaca igualmente o impacto que este acordo pode ter “ao nível da estratégia do reforço da diversificação dos mercados de destino das exportações portuguesas para países fora da União Europeia, absolutamente crítica face à incerteza vivida nos nossos principais parceiros comerciais, nomeadamente França e Alemanha”. “Numa altura em que assistimos a uma onda de protecionismo pelo mundo”, Luís Miguel Ribeiro tem “fortes expectativas” quanto ao reforço do relacionamento bilateral entre estes dois grandes blocos económicos, quer em termos de fluxos comerciais quer de investimento, no curto, médio e longo prazo.

“O acordo comercial Mercosul-UE representa uma excelente oportunidade de negócio para as empresas portuguesas, pois permitirá exportar para mercados a custos mais competitivos, em especial nos setores dos vinhos, têxtil, farmacêutico e tecnológico. De qualquer forma, como irá reforçar as relações comerciais, será muito positivo para a maioria dos setores de atividade, quer pelo acesso a matérias-primas mais baratas, quer pelo acesso competitivo a novos mercados. Os consumidores também vão beneficiar, através dos ganhos de bem-estar fruto da redução dos preços pela queda das tarifas alfandegárias e pelo reforço da competitividade empresarial”, enquadra o líder da maior associação patronal do Norte do país.

Destaco o que este acordo pode representar ao nível da estratégia do reforço da diversificação dos mercados de destino das exportações portuguesas para países fora da UE, absolutamente crítica face à incerteza vivida nos nossos principais parceiros comerciais, nomeadamente França e Alemanha.

Luís Miguel Ribeiro

Presidente da AEP

Segundo um estudo recente realizado pela Universidade Católica, a aprovação deste acordo comercial entre a UE e o bloco sul-americano do Mercosul pode ter um impacto de 0,2% no PIB nacional, à volta de 290 milhões de euros, o dobro da vantagem para a Europa, salientou à Lusa o então diretor do centro de estudos aplicados da Católica.

Sobre os setores que mais irão beneficiar, o economista Ricardo Ferreira Reis, entretanto indigitado para vice-presidente do regulador dos transportes (AMT), admitiu “um impacto menor, até negativo, na agricultura e produção animal”, em contraponto com um efeito “amplamente positivo nas indústrias de fabricação de têxteis e vestuário, e nos bens de capital e investimento”.

O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) descreve uma “oportunidade estratégica” para as empresas nacionais, em particular no acesso ao Brasil, “um dos mais dinâmicos da região”, uma vez que “a eliminação de barreiras tarifárias permitirá competir de forma mais equitativa e explorar o enorme potencial deste mercado”. O reforço da competitividade, antecipa Mário Jorge Machado, virá ainda da “simplificação dos procedimentos aduaneiros” num país que “apresenta uma procura crescente por têxteis e vestuário de qualidade.

Garantir “controlos sérios”

Por outro lado, reconhecendo que, “como qualquer acordo, levanta alguns pontos de preocupação” – como na carne bovina –, mas “abre também várias oportunidades para a agricultura portuguesa”, com o azeite e os vinhos à cabeça, o presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal avisa que é preciso garantir “controlos sérios e que os Estados se empenhem” neles para garantir também a saúde dos consumidores e proteger o ambiente. No entanto, tal como a CIP ou a AEP, faz questão de enquadrar igualmente a assinatura deste acordo na atual “situação geopolítica mundial”.

Álvaro Mendonça e Moura, presidente da CAPLusa

“Temos de ter consciência que a UE não se pode deixar isolar e, portanto, temos de aproveitar todas as oportunidades que tenhamos no exterior porque somos o maior exportador mundial de bens de agroalimentar. A UE tem de ser inteligente nesta matéria. Os países do Mercosul nunca tinham celebrado um acordo de comércio livre. E os acordos de comércio livre têm demonstrado nos últimos anos serem favoráveis para a agricultura da UE”, remata Álvaro Mendonça e Moura.

Jaime Piçarra, secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA), concorda que é “essencial olhar com atenção à monitorização e ao cumprimento das mesmas regras de produção que são exigidas aos operadores nacionais e que têm de ser observadas pelos congéneres do Mercosul”. Mas, além da relevância económica, pelo impacto que terá nas empresas, salienta também a “importância política e estratégica no contexto atual”. A começar pelo facto de ter sido alcançado no arranque do segundo mandato de Ursula von der Leyen, “mostrando que o bloco europeu está vivo e recomenda-se”.

Acordo mostra o peso político da UE no contexto da geopolítica global, com toda a instabilidade que se vive, e a poucos dias do início da presidência de Donald Trump.

Jaime Piçarra

Secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA)

“No plano político, surge numa altura e na sequência de um enorme esforço desenvolvido pela Presidência espanhola da União Europeia, e em que Alemanha e França estão claramente em dificuldades, económicas e sociais, o que mostra a fragilidade do eixo franco-alemão. De facto, se o acordo foi possível neste momento, depois de anos de negociação e em que não foi possível a implementação pelo dossiê agrícola, pese embora a contestação da França e as ameaças dos seus agricultores, é um sinal claro dessa debilidade do Presidente Macron”, sustenta.

Por outro lado, nota Jaime Piçarra, países como Portugal, tal como Alemanha ou Espanha, necessitavam deste acordo pelas vantagens para o mercado automóvel, têxtil ou propriedade intelectual – e mesma na parte agrícola para setores relevantes como os vinhos e o azeite. O responsável salienta ainda “o peso político” que a UE mostra “no contexto da geopolítica global e com toda a instabilidade que se vive (…) e a poucos dias do início da presidência de Donald Trump”. Sem esquecer o acesso a matérias-primas críticas, como o lítio, o níquel ou o manganês, relevantes para indústrias como a dos componentes automóveis, em alternativa à China e para baixar os riscos de vulnerabilidade nas cadeias de abastecimento.

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Serviland e Universidade IE defendem a aplicação de regras de planeamento urbano transversais que promovam a sustentabilidade

  • Servimedia
  • 12 Dezembro 2024

A Serviland, em conjunto com o Centro IE para as Cidades Sustentáveis da Universidade IE, propõe-se estabelecer um novo modelo de regulamentação urbanística.

Este novo modelo denominado Regulamentação Urbanística Transversal, no qual parâmetros tradicionais como a edificabilidade se associam a parâmetros ambientais ou sociais para promover o desenvolvimento sustentável das cidades.

Esta é uma das principais propostas contidas no estudo que elaboraram para analisar, avaliar e propor estratégias para promover um modelo de desenvolvimento urbano sustentável, com especial incidência nas fases iniciais de planeamento e urbanização.

O relatório conclui que, embora a implementação de medidas de promoção da sustentabilidade possa, em alguns casos, conduzir a um aumento económico das obras de urbanização, só através de uma abordagem de médio e longo prazo é possível compreender o retorno do investimento.

É por isso que, para compensar a contradição entre os benefícios sociais e ambientais e a falta de retorno económico a curto prazo, a Serviland e o Centro IE para as Cidades Sustentáveis propõem um sistema de Regras Transversais de Desenvolvimento Urbano que promova o desenvolvimento sustentável através de incentivos e bónus que favoreçam o investimento na sustentabilidade.

Ernesto Tarazona, Diretor-Geral da Serviland, salienta que “ao contrário dos incentivos existentes para a construção sustentável, no caso do planeamento e da urbanização existe uma lacuna na forma como a administração pública pode incentivar o desenvolvimento urbano sustentável. Este novo quadro defende a criação de parcerias público-privadas para promover o desenvolvimento sustentável dos ambientes urbanos.

Tarazona reconhece ainda que “a sua aplicação exige a participação fundamental da administração pública, mas também dos promotores urbanos, do setor financeiro e até da sociedade em geral, com um papel ativo dos cidadãos”.

REFERÊNCIAS

O estudo mostra que a Andaluzia e a Catalunha são as regiões com a regulamentação mais atualizada e a integração mais eficaz dos princípios de sustentabilidade nas suas leis do solo, promovendo a integração das energias renováveis, a gestão eficiente da água e a participação da comunidade.

No entanto, regiões como Múrcia e La Rioja apresentam áreas significativas de melhoria. Estas regiões têm uma integração menos sólida da sustentabilidade nos seus regulamentos e revelam uma falta de coesão na aplicação das políticas de gestão da energia e da água.

Uma comparação dos regulamentos de planeamento urbano das principais cidades espanholas revela que existe uma diversidade significativa na forma como as políticas sustentáveis são abordadas. Cidades como Barcelona e Madrid destacam-se pelas suas abordagens avançadas e holísticas à sustentabilidade urbana.

A este respeito, o estudo sublinha a importância de manter as leis do solo atualizadas e alinhadas com os princípios da sustentabilidade, promovendo a integração das energias renováveis, a gestão eficiente da água e a participação ativa da comunidade.

Manuel Pérez, Presidente do Centro de Cidades Sustentáveis do IE, afirma que “embora esta investigação se baseie num quadro teórico sólido, foi concebida como uma ferramenta prática para facilitar a sua aplicação por parte de planeadores urbanos, decisores políticos e investigadores empenhados na sustentabilidade urbana”.

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“Queremos uma Inteligência Artificial responsável que super capacita o humano”

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  • 12 Dezembro 2024

Desde o seu verdadeiro impacto a questões relacionadas com a ética, a Inteligência Artificial é, atualmente, um tema incontornável nas organizações.

A Inteligência Artificial (IA) está a revolucionar todas as áreas das organizações, desde a automatização de tarefas simples até à análise avançada de dados, oferecendo suporte para decisões estratégicas. Numa conversa no Estúdio ECO, Nuno Saramago, Diretor-Geral da SAP Portugal, e Ayise Trigueiros, Solution Advisor – Data & Analytics e SAP Business AI Expert, destacaram a relevância da IA no contexto empresarial, os avanços da SAP nesta área e os desafios éticos que surgem com a sua utilização.

Ambos os especialistas são de opinião que a implementação da IA tornou-se indispensável para as empresas que procuram aumentar a sua produtividade e competitividade. Segundo Nuno Saramago, “mesmo que as organizações não tenham definido uma metodologia para a utilização destas ferramentas, elas entram no dia a dia de forma natural, muitas vezes trazidas pelos próprios colaboradores.”

"O nosso objetivo é pôr a inteligência artificial generativa ao serviço dos processos de negócio das empresas”

Nuno Saramago, Diretor-Geral da SAP Portugal

De acordo com o diretor, na SAP, a empresa está a aproveitar a conjuntura atual para aplicar a inteligência artificial generativa aos processos de negócio nas 26 indústrias que suportam. “O nosso objetivo é pôr a inteligência artificial generativa ao serviço dos processos de negócio das empresas”, afirma, acrescentando que não há como fugir a esta transformação.

Mais produtividade, melhores resultados

Um dos exemplos mais concretos, apresentado por Nuno Saramago, foi como a IA pode resolver disputas complexas de faturação em segundos, tarefa que antes exigia horas de análise manual. Embora, não substitua as pessoas, Nuno Saramago acredita que a IA dá ao ser humano outro tipo de capacidades que ajudam a aumentar exponencialmente a produtividade nas empresas.

“As organizações devem identificar áreas onde a IA possa ser disruptiva”, aconselha Nuno Saramago

Ayise Trigueiros deu exemplos de casos de sucesso: um cliente reduziu 350 horas mensais em tarefas repetitivas, enquanto outro automatizou 99% do tempo gasto em conferências de faturas. “No final do dia, estamos a falar de valores mensais e um impacto muito significativos”, diz.

O desafio ético

A IA não é apenas uma ferramenta para aumentar a eficiência, é também uma tecnologia que requer um compromisso ético rigoroso. A SAP é pioneira nesse campo, tendo criado, já em 2018, um Comité de Ética para o Desenvolvimento da Inteligência Artificial.

Se estamos a utilizar inteligência Artificial generativa num contexto de negócio, temos de garantir que aquela informação e resultados não vão ter alucinações ou qualquer tipo de deduções erradas e completamente aleatórias com as respostas que vão dar às pessoas que estão nas organizações. Tem de ser uma resposta fidedigna e que, no final, possa ser auditável, porque os nossos sistemas são auditáveis e têm de estar de acordo com a legislação em vigor”, explica Nuno Saramago.

A abordagem ética da SAP também se reflete em soluções que promovem inclusão. Por exemplo, na área de recursos humanos, os sistemas da SAP identificam automaticamente disparidades salariais entre homens e mulheres, promovendo decisões justas e transparentes. “Queremos ter uma inteligência artificial que seja uma boa cidadã”, acrescenta Nuno Saramago.

De olhos postos no futuro

Ayise Trigueiros destacou as tendências da IA, que evoluem de chatbots simples para agentes autónomos capazes de resolver problemas complexos e tomar decisões sem intervenção humana. Contudo, a SAP mantém-se firme em operar dentro dos limites definidos pela AI Act, garantindo a conformidade das suas soluções.

Para os gestores de empresas, a mensagem é clara: “As organizações devem identificar áreas onde a IA possa ser disruptiva”, aconselha Nuno Saramago. Num cenário de mudanças rápidas, apostar em IA não é apenas uma opção, mas sim uma necessidade estratégica.

Assista à conversa completa aqui:

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EDP já realizou mais de um milhão de visitas a casa dos clientes para check-ups energéticos e assistências técnicas

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  • 12 Dezembro 2024

De empresa pública fornecedora de energia e gás aos portugueses para um parceiro com soluções de transição energética.

A EDP quer ser muito mais do que um fornecedor de eletricidade e de gás. É o que mostra a sua mais recente campanha “Packs EDP, eu escolho ter tudo impack”, um conjunto de serviços que pretendem responder às necessidades diárias das famílias, desde a redução de custos com a fatura de energia até outros benefícios, como o plano EDP Saúde/Pets ou 50€ por mês para descontar em compras do dia a dia e lazer.

Um dos focos da empresa é tornar-se num parceiro estratégico da sustentabilidade das famílias e empresas. Esta abordagem já alcançou um marco significativo, com mais de 800 mil visitas anuais a residências e mais de 210 mil assistências técnicas, com o objetivo de promover eficiência energética em lares de todo o país.

A EDP tem vindo a transformar-se para acompanhar as novas exigências dos consumidores no contexto da transição energética. Com cerca de 55% das reduções de emissões no caminho para a neutralidade carbónica dependentes das escolhas dos consumidores – como a aquisição de carros elétricos, a melhoria da eficiência das habitações ou o uso de bombas de calor elétricas –a empresa procura facilitar essas decisões através de ofertas simples e acessíveis.

De acordo com o estudo The Energy Consumer Confidence Index (ECCI) da EY de 2023, 40% dos consumidores consideram adquirir aparelhos de eficiência energética, enquanto cerca de 50% ponderam a compra de um veículo elétrico. Contudo, há uma discrepância significativa entre intenção e ação. Para reduzir essa barreira, a EDP tem adaptado a sua oferta às novas necessidades dos consumidores, destacando-se os Packs EDP, uma solução integrada que promove comportamentos mais sustentáveis e eficientes energeticamente.

Os Packs EDP abrangem diversas áreas, como saúde, gestão de energia e cuidados para animais de estimação, oferecendo benefícios como a possibilidade de poupar até 8% na fatura de energia e acesso a descontos numa vasta rede de parceiros. Estas soluções ajudam a tornar as mudanças mais acessíveis e menos dispendiosas para os consumidores.

Além disso, a EDP aposta em parcerias como a EDPxNOS, que oferece descontos e vantagens para clientes EDP, incluindo até +2% de desconto na fatura de energia durante o primeiro ano +1% após esse período, o dobro dos dados móveis, vouchers para equipamentos e soluções como Energia Solar e Mobilidade Elétrica. Outra parceria, com a BP, permite que os clientes acumulem descontos na fatura de energia – por cada 40 litros de combustível acumulados mensalmente, recebem automaticamente 4€ de desconto.

Com estas iniciativas, a EDP reforça o seu compromisso com a transição energética, respondendo às necessidades dos consumidores e incentivando escolhas mais sustentáveis para um futuro neutro em carbono.

Este produto que combina a eficiência energética com energia 100% verde e descontos em atividades e necessidades do dia a dia, tem atraído mais de 540 mil famílias, representando um crescimento de 800% em apenas quatro anos. Estes packs incluem um check-up anual aos sistemas de eletricidade e gás, gestão de consumo em tempo real e até manutenção gratuita de caldeiras e ar condicionado.

Os Packs EDP destacam-se não apenas pela promoção da eficiência energética, mas também por um conjunto de vantagens exclusivas que oferecem aos seus clientes. Entre os benefícios, destaca-se um desconto de 20% em viagens nacionais com a Flixbus, fruto da parceria EDP x Flixbus, que inclui um marco importante: a inauguração do primeiro autocarro elétrico a realizar a rota Lisboa-Porto. Esta colaboração reforça o compromisso com a sustentabilidade e a mobilidade elétrica, promovendo alternativas mais ecológicas para viagens de longa distância.

Além disso, os Packs EDP oferecem vantagens com parceiros de renome. Entre os benefícios destacam-se descontos e vantagens em marcas como o Continente, Pingo Doce, Minipreço, Netflix, Bolt, NOS, BP, Amazon, Delta, Worten, Wook, Paez, Lanidor, Fitness Hut, A Farmácia, Alberto Oculista, Poke House, Glovo, Edreams e Benamôr.

Através dos Packs, a EDP assegura aos clientes energia 100% verde, com um fornecimento anual de mais de 1,4 TWh de eletricidade renovável. Além disso, os clientes podem obter até 600€ para assistências técnicas e reparações e usufruir de até 8% de desconto na fatura de energia, proporcionando uma experiência que alia eficiência, poupança e sustentabilidade.

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Privatizada a 30%, a seguradora ENSA é estrela na bolsa de Luanda

Um mês após a privatização de 30% do capital e da entrada em bolsa, a cotação das ações da ENSA fechou esta quarta-feira num valor 40 % acima do realizado no IPO.

A ENSA, seguradora líder do mercado de Angola, concluiu a venda de 30% do seu capital pelo Estado em 25 de outubro passado, obtendo uma receita de cerca de 8.973 milhões de Kwanzas ou 9,33 milhões de euros.

O Secretário de Estado para as Finanças e Tesouro de Angola, Ottoniel Lobo Carvalho dos Santos e Mário Mota Lemos, Presidente do Conselho Executivo da ENSA, na sessão em que se concluiu a privatização de 30% do capital da seguradora.

Este valor coloca a ENSA com um valor de mercado de 31,1 milhões de euros para uma seguradora que em 2023, sempre ao câmbio desta quarta-feira, emitiu prémios de cerca de 100 milhões de euros com um resultado líquido de 5,6 milhões de euros. A margem técnica líquida de resseguro ascendeu a 29,3 milhões de euros.

O ativo da empresa no final de 2023 era de quase 280 milhões de euros, com capitais próprios de 56 milhões de euros, apontando-se um retorno para o, então único, acionista Estado angolano de 10%.

A ENSA foi criada em 1978 e tem uma quota de 27% do mercado angolano sendo a 46.ª maior no top das seguradoras africanas. Tem 30 agências em todo o país vendendo também através do canal bancário do BFA, Millennium Atlantico, Banco Poupança e Crédito e BAI. Tem rede de mediadores exclusivos e tem ainda parcerias com agências de viagem, concessionárias de automóveis e superfícies comerciais.

Sucesso em bolsa

A ENSA entrou na bolsa no passado dia 1 de novembro com uma cotação de 12.499 kwanzas (cerca de 13 euros) mas sete dias depois já atingia 28.000 kwanzas (29 euros) tendo entretanto descido para 18.300 kwanzas (19 euros) esta quarta-feira.

Na Oferta Pública de Venda (OPV) colocou 720.000 ações correspondentes a 30% do capital sendo 28% destinado ao público em geral e 2% a trabalhadores.

De qualquer forma, a ENSA tornou-se uma estrela na BODIVA, a Bolsa de Valores de Angola, que também esta semana colocou 30% do seu próprio capital no mercado através de uma OPV que resultou numa procura 778% superior à oferta da OPV.

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Partido de al-Assad anuncia suspensão de atividade

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2024

"Todos os bens e verbas do partido serão colocados sob a supervisão do Ministério das Finanças, e os seus juros serão depositados no Banco Central da Síria", acrescentou o partido Baath.

O partido Baath, no poder na Síria há mais de 50 anos, anunciou esta quarta-feira a suspensão das suas atividades “até nova ordem”, três dias após a queda do Presidente da República, Bashar al-Assad, deposto pelos rebeldes.

A direção central do partido decidiu “suspender todas as atividades do partido (…) até nova ordem” e “entregar todos os equipamentos, veículos e armas” ao Ministério do Interior, declarou o secretário-geral adjunto do partido, Ibrahim al-Hadid, em comunicado.

Além disso, “todos os bens e verbas do partido serão colocados sob a supervisão do Ministério das Finanças, e os seus juros serão depositados no Banco Central da Síria”, acrescentou.

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Portugal “muito interessado” em atrair investimento norte-americano, diz Montenegro

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2024

O primeiro-ministro destaca, em particular, que os turistas dos Estados Unidos são os que deixam mais dinheiro per capita no país.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, declarou esta quarta-feira que o Governo tem “muito interesse” em atrair o investimento norte-americano, destacando que os turistas dos Estados Unidos são os que deixam mais dinheiro per capita no país.

Questionado pelo deputado João Almeida (CDS-PP) sobre a relação de Portugal com a futura administração norte-americana de Donald Trump, durante o debate parlamentar sobre o Conselho Europeu dos próximos dias 19 e 20 – o primeiro presidido pelo antigo primeiro-ministro português António Costa –, Montenegro garantiu que “o Governo português apostará fortemente em dinamizar as relações bilaterais” e insta a União Europeia “a fazer o mesmo”.

Os EUA são, sublinhou, “um parceiro político, um aliado militar e um parceiro económico cada vez mais relevante”. Portugal tem “muito interesse em atrair investimento americano e em continuar a fazer crescer a visita de turistas, que são o terceiro contingente, mas o mais importante no dinheiro per capita que deixam aqui”.

O antigo presidente republicano Donald Trump sucederá a Joe Biden (democrata) no próximo dia 20 de janeiro, depois de ter derrotado a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, nas eleições presidenciais norte-americanas de 5 de novembro.

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FC Porto proibido de vender bilhetes nas provas da UEFA

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2024

O Comité de Controlo, Ética e Disciplina da UEFA também multou os 'dragões' em 20 mil euros, tendo em conta o comportamento dos adeptos 'azuis e brancos' na visita aos belgas do Anderlecht.

O FC Porto foi proibido de vender bilhetes para um jogo fora nas competições europeias de futebol, numa pena suspensa por dois anos, devido ao uso de pirotecnia e ao arremesso de objetos, anunciou esta quarta-feira a UEFA.

O Comité de Controlo, Ética e Disciplina (CEDB) do organismo também multou os ‘dragões’ em 20 mil euros, tendo em conta o comportamento dos adeptos ‘azuis e brancos’ na visita aos belgas do Anderlecht (2-2), em 20 de novembro, da quinta jornada da fase de liga da Liga Europa.

A proibição de venda de bilhetes para o próximo encontro do FC Porto como visitante nas provas da UEFA está suspensa por dois anos, mas poderá ser efetivada se for cometida nova infração similar por parte dos adeptos portistas durante aquele período probatório.

Até à conclusão da remodelada fase de liga da segunda prova continental de clubes, o calendário dos ‘dragões’ contempla apenas uma partida fora, frente ao campeão israelita Maccabi Telavive, em 30 de janeiro de 2025, para a oitava e última jornada, que será realizada em Belgrado, capital da Sérvia, devido à ação militar de Israel na Palestina.

O FC Porto, 23.º classificado, com cinco pontos, recebe o Midtjylland, 20.º, com sete, na quinta-feira, às 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, em jogo da sexta jornada da fase de liga da Liga Europa, sob arbitragem do macedónio Aleksandar Stavrev.

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Diretor do FBI norte-americano abandona cargo em janeiro

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2024

A intenção de Wray de renunciar era esperada, dado que Donald Trump já havia anunciado a escolha para o cargo de Kash Patel na sua futura administração.

O diretor do FBI, Christopher Wray, revelou esta quarta-feira que pretende deixar a liderança desta agência federal norte-americana de investigação no final do mandato do Presidente Joe Biden, em janeiro, antes do sucessor Donald Trump tomar posse.

Numa reunião com a equipa do departamento federal, Wray disse que deixará o cargo em janeiro e antes do final do mandato, “após semanas de cuidadosa reflexão”, noticia a agência AP.

A intenção de Wray de renunciar era esperada, dado que Donald Trump já havia anunciado a escolha para o cargo, na sua futura administração, de Kash Patel, um forte crítico dos procedimentos do FBI e apoiante intransigente do movimento político do Presidente eleito.

Wray havia sido nomeado anteriormente por Trump, após o ex-presidente demitir o então diretor do FBI James Comey, iniciando em 2017 um mandato de 10 anos – um período destinado a isolar a agência da influência política das diferentes administrações.

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Associação de lesados pondera impugnar venda do Novobanco pela Lone Star

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2024

A associação diz que o Governo "continua a não dar andamento ao grupo de trabalho, mas deu o aval a este final do acordo de contingência” sem olhar para os “legítimos direitos" dos lesados.

A Associação de Defesa dos Clientes Bancários (Abesd) está a ponderar avançar judicialmente para impugnar a venda do Novobanco pela Lone Star, depois de ter sido anunciado o fim antecipado do acordo de capitalização contingente na instituição.

Em comunicado, a associação repudiou “o fim do acordo de capitalização do Novo Banco sem o devido e basilar respeito por quem perdeu as poupanças de uma vida”, salientou. “Com a convicção que este processo financeiro (o judicial está na fase de julgamento) só poderá ser encerrado quando as vítimas do BES forem ressarcidas do crime económico-financeiro de que foram alvo”, a associação “pondera agir judicialmente para impugnar e impedir a venda do Novo Banco pela Lone Star”, referiu.

A Abesd acredita que “ao longo dos últimos dez anos, o estado de exceção que o Novobanco viveu é um verdadeiro escândalo nacional”, dizendo que a instituição “gozou de uma impunidade face crises nacionais, tendo sido beneficiário de injeções sucessivas de capital do Estado (através do Fundo de Resolução) no valor total de 3.405 milhões de euros”.

A associação lamentou ainda que, apesar de o banco ter acumulado “prejuízos atrás de prejuízos”, quando “foi o momento de aumentar os seus administradores” e “distribuir prémios de performance, o Estado nada fez”.

Impõe-se indignadamente esclarecer que, o Novo Banco, também chamado ‘BES Bom’, só é ‘Bom’ porque foi capitalizado com as provisões que estavam destinadas a cobrir a venda fraudulenta de produtos”, disse ainda, salientando que o banco “foi também (e acima de tudo) capitalizado com cash/dinheiro vivo dos contribuintes, sendo as vítimas do BES duplamente lesadas – quer nos seus impostos, quer pelas suas poupanças de vida que nunca lhes foram ressarcidas”.

“Continua assim por repor a mais básica equidade, pois já tiveram solução os lesados das agências em Portugal Continental mas os lesados, com os mesmos papéis comerciais, das sucursais exteriores (fora de Portugal Continental – Ilhas e emigrantes) continuam por ver as suas poupanças de vida repostas”, lamentou a associação.

A associação disse que o Governo português “infelizmente continua a não dar andamento ao grupo de trabalho, mas deu o aval a este final do acordo de contingência” sem olhar para os “legítimos direitos” destes lesados, e, “ao mesmo tempo, vai receber os dividendos do banco que foi capitalizado com o dinheiro da provisão e poupanças de vida das vítimas do BES e ainda foi protegido de possíveis contingências”.

Francisco Carvalho, presidente da associação, disse que que “aparentemente o Estado está resignado com este desfecho, mas a Abesd não”.

Mas que ética e Estado temos quando as vítimas continuam sem receber as suas poupanças, mas o mesmo Estado recebe dividendos e um fundo de investimento estrangeiro receberá lucros astronómicos no caso de uma dispersão bolsista”, questionou. Na segunda-feira, o Governo confirmou a conclusão do acordo relativo à venda do Novo Banco, há sete anos, falando num “bom acordo” que permite “normalizar” a instituição financeira, reduzir os encargos do Estado e encaixar 400 milhões de euros.

Segundo o Novo Banco, o fim do acordo de capitalização contingente terá um custo de 62,7 milhões de euros na sua demonstração de resultados, entre outros efeitos, incluindo “a extinção da proibição contratual de distribuição de dividendos”. A Abesd representa 1.994 vítimas do colapso do Grupo BES e Banco Espírito Santo, segundo adianta no comunicado.

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A competitividade europeia tem de ser uma preocupação dos gestores, diz McKinsey

O atraso competitivo da Europa não pode ser apenas um tema de Bruxelas e tem de passar também pelos conselhos de administração, afirmam responsáveis da McKinsey.

Reduzir o fardo regulatório, criar um verdadeiro mercado único, promover uma maior consolidação na Europa ou mobilizar poupanças para investir nas empresas são algumas das medidas defendidas pela McKinsey para melhorar a competitividade da Europa e reduzir o fosso para os Estados Unidos. Uma discussão que também tem de passar pelos conselhos de administração das empresas.

O reforço da competitividade da União Europeia não passa apenas pelos decisores políticos. “Todos os conselhos de administração terão de falar sobre geopolítica e competitividade“, afirmou Massimo Giordano, managing partner para a Europa da McKinsey, durante um evento da consultora com jornalistas, em Londres. “Há muita coisa que o setor privado pode fazer”, acrescentou.

Vivemos numa economia política. Num mundo bilateral as regras vão mudar muito depressa. Cada vez mais os CEO terão de intervir nessa economia política.

Sven Smith

Chair do McKinsey Global Institute

“Vivemos numa economia política. Num mundo bilateral as regras vão mudar muito depressa. Cada vez mais os CEO terão de intervir nessa economia política”, considerou Sven Smith, chair do McKinsey Global Institute.

Estamos numa era em que o valor será criado não só navegando a tendência mas também os choques. Quão robusto é o balanço e quão rápido é o processo de decisão?”. Para Michael Birshan, global co-Leader da McKinsey’s Strategy & Corporate Finance Practice, são estas as questões que vão fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso.

A Europa está obrigada a acelerar a sua competitividade. Para a McKinsey, é preciso seguir as recomendações deixadas nos relatórios coordenados por Mario Draghi e Enrico Letta.

Há três coisas essenciais: união do mercado de capitais, um verdadeiro mercado único (se perguntarmos às empresas elas dizem que não existe de facto porque as regras diferem de país para país) e menos regulação”, enumerou Massimo Giordano.

Mobilizar poupanças e fundos de pensões

“A competitividade é uma discussão nos conselhos de administração e não só em Bruxelas”, destaca também Solveigh Hieronimous, senior partner da McKinsey, acrescentando outro ingrediente essencial: a fusão e aquisição de empresas para ganhar escala.

A consolidação das empresas vai ser muito importante, dentro dos países e transfronteiriça. Nos EUA há quatro empresas de telecomunicações, na Europa há 400″, afirmou a sócia sénior da consultora americana.

O relatório Draghi aponta que a Europa precisa de investir anualmente 800 mil milhões de euros para não perder competitividade. Massimo Giordano considera que há muito dinheiro nos fundos de capital de risco que pode ser mobilizado para esse investimento, mas não só.

Se fôssemos capazes de mobilizar parte das poupanças e do dinheiro dos fundos de pensões para o investimento em empresas ajudaria imenso.

Massimo Giordano

Managing partner para a Europa da McKinsey

“Se fôssemos capazes de mobilizar parte das poupanças e do dinheiro dos fundos de pensões para o investimento em empresas ajudaria imenso”, defendeu o managing partner para a Europa da McKinsey, sugerindo a criação de incentivos fiscais.

Outra área onde a Europa tem ficado para trás face aos EUA é no desenvolvimento de novas tecnologias, como a inteligência artificial generativa. Ainda que as grandes plataformas sejam americanas, “o que vai fazer a diferença é a aplicação da tecnologia”.

O jornalista viajou a convite da McKinsey

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Desastres naturais e por ação humana geram prejuízos de 300 mil milhões de euros em 2024

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2024

Dos prejuízos económicos causados, apenas 136.368 milhões de euros foram segurados, o que representa um aumento de 15,2% em relação ao ano anterior e de 33,3% em relação à década anterior.

As perdas económicas globais causadas por catástrofes naturais e provocadas pelo homem atingiram 320.000 milhões de dólares (303.039 milhões de euros) em 2024, mais 6% do que no ano passado, segundo um relatório da Swiss Re.

Deste montante, 293.569 milhões de euros deveram-se a catástrofes naturais e 10.417 mil milhões de euros a catástrofes provocadas pelo homem e, em comparação com a média dos últimos 10 anos, as perdas económicas registadas foram 26% superiores.

Dos prejuízos económicos causados, apenas 136.368 milhões de euros foram segurados, o que representa um aumento de 15,2% em relação ao ano anterior e de 33,3% em relação à década anterior.

“Pelo quinto ano consecutivo, as perdas seguradas resultantes de catástrofes naturais ultrapassam a marca dos 100.000 milhões de dólares [94.700 milhões de euros]“, explicou Balz Grollimund, diretor de catástrofes da seguradora Swiss Re.

“Grande parte deste peso crescente das perdas deve-se à concentração de valor nas zonas urbanas, ao crescimento económico e ao aumento dos custos de reconstrução. Ao promover as condições que conduziram a muitas das catástrofes deste ano, as alterações climáticas estão também a desempenhar um papel cada vez mais importante. O investimento em medidas de atenuação e adaptação deve, por conseguinte, tornar-se uma prioridade”, acrescentou o direto.

O relatório refere, em particular, que a Europa sofreu “inundações intensas” em 2024, resultando nas segundas maiores perdas seguradas de inundações da história da região.

A Swiss Re mencionou a tempestade “Boris” que atingiu o centro do continente e o DANA de Valência como eventos de grande impacto.

Por outro lado, os Estados Unidos foram afetados por dois grandes furacões, nomeadamente o “Milton” e o “Helene”, e por uma elevada frequência de tempestades destrutivas, que foram responsáveis por pelo menos dois terços das perdas seguradas do ano.

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