Pensões sobem até 3,85% em janeiro. Quem se reformou em 2024 também tem aumento

Portaria que dita atualizações das pensões de 2025 já está publicada. Reformas até cerca de mil euros vão subir 3,85% em janeiro, em resultado da inflação, da economia e do extra proposta pelo PS.

É oficial. As pensões vão subir até 3,85% em janeiro de 2025, à boleia da inflação, do crescimento económico e do aumento extraordinário proposto pelo PS e aprovado por uma maioria negativa no Parlamento. Estes reforços vão chegar, pela primeira vez, também a quem se reformou no ano imediatamente anterior, ou seja, quem passou à pensão em 2024 também vai ter direito a acréscimos.

De acordo com a portaria publicada esta terça-feira em Diário da República (que vem confirmar os cálculos que o ECO já tinha feito com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística), as pensões até 1.045 euros mensais brutos vão ter um aumento de 3,85%. Já as reformas acima de 1.045 euros, mas até 1.567,5 euros vão subir 3,35%.

Por outro lado, às pensões acima de 1.565,5 euros, mas até 3.135 euros, vai ser aplicado um reforço de 2,1%. E às pensões acima de 3.135 euros, será dado um aumento de 1,85%, sendo que as reformas acima de 6.270 euros continuarão congeladas.

Estes acréscimos têm duas origens. Por um lado, a fórmula que está prevista na lei e que tem por base dois indicadores: a média do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos dois anos e a variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços no Consumidor (IPC) sem habitação.

E, por outro lado, o aumento extraordinário (de 1,25 pontos percentuais para as pensões até cerca de 1.500 euros) que os socialistas propuseram no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 e os deputados aprovaram, à revelia da Aliança Democrática e do Governo de Luís Montenegro.

Importa notar que o PSD e o CDS-PP viram também aprovada uma proposta, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, que abre a porta a que os pensionistas tenham mesmo direito também a um suplemento extraordinário (além dos aumentos regulares e da subida extraordinária do PS), caso as contas públicas o permitam.

Estes reforços são aplicados no primeiro ano em que se aplicará uma regra que o Governo aprovou em 2024 em Conselho de Ministros: as pensões iniciadas no ano imediatamente anterior também têm direito a atualizações. Com esta mudança, resolveu-se um “problema antigo”, que terá um impacto de 42 milhões de euros, de acordo com a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho.

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Estado vai pagar 80% das receitas estimadas à Concessão da Beira Interior pelo fim das portagens

Fim da cobrança de portagens leva Governo a criar regime temporário que prevê o pagamento antecipado da receita perdida à concessionária da A23.

O regime temporário para indemnizar a Scutvias pelo fim das portagens na Concessão da Beira Interior prevê o pagamento antecipado de 80% das receitas brutas em tranches bimestrais. Regime vai vigorar até ao fim das negociações para a alteração do contrato ou, em caso de litígio, até a decisão transitar em julgado.

O fim das portagens em autoestradas do interior ou vias onde não existe alternativa, aprovada no Parlamento contra a vontade dos partidos do Governo, implica a perda integral da receita de cobrança de portagens.

O Decreto-Lei n.º 119/2024, de 31 de dezembro, publicado esta terça-feira em Diário da República, estabelece um “regime extraordinário e temporário” onde se prevê que o Estado pague antecipadamente à Concessionária “o montante correspondente a 80% das receitas brutas estimadas no Caso Base, para o ano respetivo, a liquidar em seis tranches iguais bimestrais”.

Com o fim das portagens, o Governo irá também proceder à renegociação do contrato de concessão, com vista à reposição do equilíbrio financeiro do contrato. O regime temporário irá vigorar até ao termo das negociações entre a Scutvias e o Estado ou, na ausência de acordo, até que se encontre transitada em julgado a decisão que ponha termo ao litígio.

Numa resposta ao grupo parlamentar do PSD, a tutela já tinha informado que a perda acumulada de receita até 2032, quando termina o contrato, deverá atingir os 142,2 milhões de euros sem IVA. Com imposto, o valor sobe para 174,9 milhões de euros. Mas o Executivo não se compromete com os valores a injetar no parceiro privado, responsável pela exploração da via que liga Guarda a Torres Novas e acena com a extensão da concessão.

A concessionária Scutvias pertence ao grupo espanhol Globalvia que é detido a 100% por três fundos de pensões: OPTrust, do Canadá; PGGM, dos Países Baixos; e USS do Reino Unido.

A criação do regime compensatório surge na sequência da aprovação de uma proposta do PS para acabar com as portagens em sete antigas vias sem custo para o utilizador (Scut) do Interior e Algarve: A4 – Transmontana e Túnel do Marão; A13 e A13-1 – Pinhal Interior; A22 – Algarve; A23 – Beira Interior; A24 – Interior Norte; A25 – Beiras Litoral e Alta; e A28 – Litoral Norte, nos troços entre Esposende e Antas, e entre Neiva e Darque.

A medida foi viabilizada em junho com ajuda dos votos favoráveis do Chega e deverá ter um impacto, no próximo ano, de 180 milhões de euros em perda de receita para o Estado, segundo as estimativas do Executivo de Luís Montenegro.

Entre as sete autoestradas em causa, apenas as portagens da A23 são receita da concessionária privada Scutvias, as taxas cobradas nas restantes seis vias vão para os cofres das Infraestruturas de Portugal (IP), que é detida pelo Estado.

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China Three Gorges compra megacentral solar em Espanha

A CTG adquiriu a Mula, na região de Múrcia, por cerca de 500 milhões de euros. Segundo o jornal 'Expansión', pagou cerca de 500 milhões de euros.

O fundo canadiano Northleaf Capital Partners vendeu o megaprojeto solar de Mula, na região espanhola de Múrcia, à China Three Gorges (CTG), acionista da EDP. A mudança de donos desta central fotovoltaica, com 494 Megawatts (MW) de capacidade, significa o concretizar de um dos maiores negócios de energias renováveis dos investidores chineses em Espanha.

A CTG adquiriu a central Mula por cerca de 500 milhões de euros, segundo o jornal Expansión. A operação foi realizada em conjunto com o parceiro de investimento minoritário – Qualitas Energy – numa venda conjunta à CTG de Espanha, uma subsidiária indireta da China Three Gorges Corporation, o maior grupo de energia limpa da China.

Fundos geridos pela Northleaf compraram a Mula em 2018 e, ao longo dos últimos anos, supervisionaram a construção e a otimização da fábrica antes de lançarem o processo de venda no final de 2023.

Para o diretor geral da Northleaf, a assinatura desta venda reforça que a sociedade se tem concentrado “em ativos de infraestruturas de média dimensão com um fluxo de caixa estável, forte rendimento e ligação à inflação”.

“A nossa abordagem de aquisição bilateral, crescimento prudente, redução de riscos e saída oportunista de ativos de infraestruturas essenciais é a forma como alcançamos retornos atrativos para os nossos investidores”, explicou Roderick Gadsby, que também é chefe europeu de Infraestrutura da Northleaf.

A conclusão da transação está prevista já para o início de 2025. A assessoria esteve a cargo do Société Générale, BBVA e Greenhill (financeira), Watson Farley & Williams e A&O Shearman (jurídica), consultora EY (contabilidade e impostos) e DNV (técnica).

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Gratuitidade chega a 800 km de autoestradas e pórticos desligam-se à meia-noite. Autarcas aplaudem

O Parlamento aprovou em junho o fim de portagens que vai ter um impacto em dezenas de municípios do país. Às 00h00 desta quarta-feira, 800 km de auto-estradas tornam-se gratuitos. Autarcas aplaudem.

Quando as 12 badaladas soarem, findo o ano 2024, os pórticos de sete autoestradas serão desligados de norte a sul do país, respeitando uma decisão tomada no Parlamento em junho, após proposta do PS e o apoio do Chega e dos partidos de esquerda – com abstenção da IL –, deixando PSD e CDS sozinhos na oposição à medida que trará custos ao erário público a rondar os 200 milhões de euros anuais.

Ao ECO/Local Online, a Ascendi, concessionária e gestora de cobrança em várias das autoestradas contempladas por esta “borla”, explica o procedimento às 00h00 desta terça-feira: a tarifa passará a 0 e os painéis informativos das tarifas serão removidos; todos os equipamentos associados à cobrança de portagem serão desligados, ainda que os pórticos continuem, de momento, a efetuar a contagem de veículos.

O condutor que tenha Via Verde deixará de ouvir o sinal acústico à passagem pelo pórtico, enquanto os que não dispõem de Via Verde deixam de ter de ir aos CTT pagar. Sobre a compensação a pagar pelo Estado, a Ascendi explica que “o tema não está ainda tratado sendo que a portagem cobrada era receita do Estado Português (IP) e não da concessionária”.

Aquando da aprovação da medida em plenário da Assembleia da República, os socialistas apontaram para um custo de 157 milhões de euros e o Governo de Luís Montenegro subiu a parada para 185 milhões, ordem de grandeza confirmada pelo Orçamento do Estado para 2025. A equipa das Finanças fez de imediato contas até ao fim das concessões, em 2040 (se não depois, mediante o resultado das renegociações a que o Estado se obrigou ao aprovar esta gratuitidade), para chegar a 1.500 milhões de euros.

A partir da meia-noite desta terça-feira, e numa extensão de 800 km, o Estado terá de se substituir aos condutores nacionais e estrangeiros que viajem estrada fora. Os utilizadores da A4 – Transmontana e Túnel do Marão; a A13 e A13-1 – Pinhal Interior; a A22 – Algarve; a A23 – Beira Interior; a A24 – Interior Norte; a A25 – Beiras Litoral e Alta; e a A28 – Litoral Norte (nos troços entre Esposende e Antas, e entre Neiva e Darque) deixam de pagar portagens no momento da passagem.

Maior capacidade de atrair e fixar empresas, mobilidade das populações, verdadeira alternativa a estradas sem capacidade de serviço e até potencial para a comercialização de segundas habitações a cidadãos espanhóis são algumas das vantagens encontradas pelos autarcas ouvidos pelo ECO/Local Online, embora também se encontre quem questione a fonte do financiamento para compensar o que deixa de ser pago no momento da passagem, ou no pagamento a posteriori, altura em que acrescem taxas que chegam a superar o próprio valor da portagem.

O ponto mais comum a vários dos autarcas contactados pelo ECO/Local Online é, contudo, o turismo.

Um dos grandes defensores dos benefícios para o turismo é o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). “Na nossa opinião, enquanto associação empresarial do turismo, é extremamente importante”. Por um lado, diz Hélder Martins, a gratuitidade da A22 “permite descongestionar a EN125”.

Por outro, “é uma porta aberta aos espanhóis, que passavam as passas do Algarve em períodos como a Páscoa e o Verão, ficando horas numa fila para validar um cartão” de pagamento das portagens virtuais desta autoestrada.

Em Alcoutim, Algarve interior, a cerca de 30 km do início da A22 junto ao Guadiana, Paulo Paulino, presidente da câmara, considera que “os impactos da abolição das portagens são enormes para os destinos mais periféricos da região, sendo benéfico sobretudo para o turismo, mas também para a redução de custos das empresas sediadas no território e para a maior mobilidade da população”.

Dando o exemplo da viagem até à capital da região, Faro, a opção do automobilista varia entre “uma eternidade” pela EN125 e um custo “muito dispendioso” pela A22.

Na outra extremidade da autoestrada também designada de Via do Infante, em Portimão, o presidente da autarquia também nota a falta de alternativa dada pela EN125. “Vejo com grande entusiasmo e otimismo o impacto que a gratuitidade da A22, a partir de 1 de janeiro, trará para o Algarve. Esta medida, que há muito era esperada, vem corrigir uma injustiça histórica e promete transformar profundamente a mobilidade na região”, defende Álvaro Bila.

Estou certo de que permitirá deslocações mais rápidas e seguras entre os municípios, aliviando a pressão sobre a EN125, que nunca foi uma alternativa viável”.

Vejo com grande entusiasmo e otimismo o impacto que a gratuitidade da A22, a partir de 1 de janeiro, trará para o Algarve. Esta medida, que há muito era esperada, vem corrigir uma injustiça histórica e promete transformar profundamente a mobilidade na região. Estou certo de que permitirá deslocações mais rápidas e seguras entre os municípios, aliviando a pressão sobre a EN125, que nunca foi uma alternativa viável.

Álvaro Bila

Presidente da Câmara Municipal de Portimão

O autarca portimonense diz ainda que “a eliminação das portagens cria condições favoráveis para fixar populações, atrair empresas e fomentar o desenvolvimento económico”. A gratuitidade constitui, também, “uma oportunidade única de reforçar a ligação com a Andaluzia.

Antes das portagens, muitos espanhóis escolhiam o Algarve não só como destino turístico, mas também para adquirir segundas habitações”. Abordando a possibilidade de voltar a ter condições de atrair este mercado, Álvaro Bila não deixa, contudo, de considerar “essencial garantir que a A22 receba a manutenção e os investimentos necessários para suportar o aumento do tráfego.

Esta é uma vitória para os algarvios e um sinal de que estamos no caminho certo para tornar o Algarve uma região mais dinâmica, acessível e competitiva”.

O potencial para atração de investimento é referido de norte a sul. No centro, o autarca de Vila Nova da Barquinha destaca as ações reivindicativas promovidas ao longo dos últimos anos em vários patamares da administração pública local, desde juntas de freguesia até à Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo.

Esta entidade, que reúne os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha, aprovou por unanimidade, em maio de 2016, uma moção em que recordava o documento “Portugal menos favorecido”. Saído de um Conselho de Ministros de 2004, nele se mencionava como territórios mais frágeis o Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Pinhal Interior Sul, todos atravessados pela A23.

Na mesma moção, aponta-se a perda de 14 mil residentes nestes concelhos entre 2001 e 2014 e alude-se a “repercussões sentidas de desistência de instalação das micro, pequenas e médias empresas, face aos encargos associados à mobilidade versus outras regiões”.

Entre os subscritores desta moção esteve o município onde a A22 se interliga com a auto-estrada do Norte, A1. “É com grande expectativa que encaramos a gratuitidade das autoestradas do interior, na qual se inclui a A23, já a partir de dia 1 de janeiro, desde logo do ponto de vista económico e empresarial”, diz o autarca Pedro Ferreira.

“Torres Novas assume-se hoje como um verdadeiro centro logístico de abastecimento de todo o país. Nesse sentido, a redução destes custos, que são muito significativos para todas as empresas já instaladas, permitirá o seu fortalecimento e aumentará a sua capacidade de resposta, a partir do nosso território”.

O fim do pagamento pelo utilizador traduz-se ainda num “forte fator de atratividade para a criação” e “instalação de novas empresas, deste e de outros setores”, diz o edil de Torres Novas. “Não é por acaso que as três principais zonas industriais do nosso concelho se localizam estrategicamente junto à A23”.

Torres Novas assume-se hoje como um verdadeiro centro logístico de abastecimento de todo o país. Nesse sentido, a redução destes custos, que são muito significativos para todas as empresas já instaladas, permitirá o seu fortalecimento e aumentará a sua capacidade de resposta, a partir do nosso território.

Pedro Ferreira

Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas

O vizinho de Constância destaca os benefícios para famílias e empresas e considera que a gratuitidade na utilização destas autoestradas, imposta no Parlamento ao Governo pelos partidos da oposição, “pode fazer com que outras unidades se instalem na região, criando riqueza e postos de trabalho”.

Nas conversas com empresários, estes lamentavam-se que ao final do mês o valor da portagem pesava na faturação e nos custos da empresa”, diz Sérgio Oliveira. Questionado sobre a utilização desta nova situação para promoção do seu território, o autarca assume que o fim das portagens se tornará um argumento: “É algo que nos torna mais competitivos”.

Adicionalmente, destaca Sérgio Oliveira, o trânsito de veículos pesados vai reduzir-se nas vilas e aldeias, melhorando a segurança e qualidade de vida, embora com potenciais reflexos negativos em restaurantes e cafés, situação que obrigará a uma atenção da parte dos municípios.

Também no Médio Tejo, Fernando Freire, edil de Vila Nova da Barquinha, refere, baseando-se em dados da Infraestruturas de Portugal (IP), a circulação acrescida de 10 mil veículos por dia dentro da localidade de Atalaia, vila do seu concelho, após ser colocado um pórtico de cinco cêntimos na A13, outra das vias tornada gratuita com as doze badalas da transição de ano.

Além do trânsito, também aumentaram o tempo de deslocação, consumo de combustível e “desgaste emocional”, salienta o autarca, salientando ainda a “injustiça dos preços praticados, muito acima da média nacional” e que “justificaram ações em tribunal, tomadas de posição políticas sempre permanentes e intensivas por impedir o investimento agrícola, comercial e industrial bem como a desertificação do interior do país”.

Fernando Freire destaca o Centro de Negócios em Vila Nova da Barquinha, junto à A13 e A23, considerando que “as empresas aqui sediadas muito vão beneficiar desta medida”.

Ainda a nível da comunidade intermunicipal do Médio Tejo, a moção defendida em 2016 destacava a decisão tomada pela Comissão Interministerial de Coordenação (CIC) dos fundos Portugal 2020, que estabeleceu medidas de discriminação positiva para 164 municípios considerados mais vulneráveis.

Nesse grupo constam dezenas de concelhos presentes no mapa das autoestradas agora tornadas gratuitas para o utilizador, exceção feita à A28.

Mapa com 164 municípios identificados como vulneráveis pela CIC dos fundos Portugal 2020. Apenas a A28 não atravessa este grupo de concelhos.

 

Sobre a A28, que liga o Porto a Viana do Castelo, e que vê dois pequenos troços ficarem isentos de portagem, o presidente da câmara vianense aponta que “as portagens eram um constrangimento de desenvolvimento económico, não só da indústria e turismo, mas também um impacto na mobilidade, no movimento pendular que existe entre a Galiza e Viana do Castelo, e entre Viana do Castelo e o Porto, o aeroporto e o porto de mar de Leixões”.

Justiça e equidade são dois termos usados pelo autarca de Viana do Castelo, que destaca a ausência de alternativa rodoviária e de transporte pesado de passageiros (comboio ou metropolitano) com a frequência necessária para responder às necessidades da população e das empresas.

Não tínhamos alternativa. Com esta alteração legislativa, a alternativa passa a existir, para os vianenses e para todos os agentes económicos terem condições de mobilidade gratuita num princípio de oportunidade e igualdade com outros agentes do território nacional e até da vizinha Galiza”, diz o autarca, considerando que “estão criadas as condições” para i concelho passar a ser “mais atrativo para a fixação de investimento e para atração e fixação de novos residentes”.

Mas as vantagens não abrangem apenas os municípios atravessados por estas autoestradas. Miguel Marques, presidente da câmara de Oleiros, território de um distrito onde se desenvolvem parte dos 207 quilómetros da A23, o de Castelo Branco, defende que “a eliminação do custo de circulação repõe a coesão territorial que o interior ambiciona. O fim das portagens nas ex-SCUT vem favorecer a mobilidade, a economia e o turismo das regiões de baixa densidade”.

A sul, Hélder Martins, presidente da associação de hoteleiros no Algarve, alude ainda a um dos pontos que mereceu críticas ao longo da quase década e meia em que o sistema de cobrança virtual, com uso de pórticos, tem estado em utilização.

Recorde-se que estes pórticos, substitutos da habitual cabina de portagem, foram a solução encontrada para as autoestradas cujo projeto inicial não previa portagem fixa, por terem sido concebidas em modo gratuito (caso da A22, que há 30 anos, ainda antes da introdução das SCUT ocorrida em 1997, já tinha em funcionamento troço entre Guia e a fronteira) ou sob o modelo de SCUT, sem cobrança ao utilizador.

Hélder Martins reforça o constrangimento criado por esta forma de cobrança junto dos condutores de veículos com matrícula estrangeira. Na entrada em Portugal, pela A22, estes eram conduzidos a uma zona de aquisição de um cartão de portagens, ali ficando em longas filas. Para não pagar, a alternativa seria sair da A22 logo no nó Castro Marim, ou no seguinte, em Altura, sobrecarregando a EN125.

Além da existência de cobrança, “o problema era também a forma como se pagava”, destaca o presidente da AHETA, notando ainda que o pagamento na A22 tem deixado o Algarve numa situação única para quem viaje de Espanha, provenha da Andaluzia ou de Barcelona: até às 23h59 deste último dia de 2024, esse condutor que percorra 1.200 km de Barcelona a Faro, apenas pagará portagem em 50 km… no Algarve.

A informação da gratuitidade já está a chegar aos espanhóis, explica Hélder Martins, tanto por via da comunicação social do país vizinho, como pelos operadores turísticos associados dos hotéis portugueses. Apesar do entusiasmo, o líder dos hoteleiros deixa uma questão no ar: “A dúvida é como é que iremos pagar esse valor [da isenção de cobrança ao utilizador]. Não há almoços grátis. Hão-de ir tirar a algum lado”.

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Inspeção automóvel fica mais cara em 2025. Ligeiros passam a pagar 36,64 euros

Condutores das viaturas ligeiras passam a pagar 36,64 euros, já com o IVA incluído, um aumento de 0,75 cêntimos. Para os veículos pesados, a tarifa aumenta 1,11 euros para 54,84 euros.

A partir de 1 de janeiro de 2025 as inspeções periódicas aos automóveis vão ficar mais caras. O preço sobe 0,75 cêntimos para os veículos ligeiros, passando de 35,89 euros para 36,64 euros, já com o IVA de 23% incluído, segundos os cálculos do ECO com base numa deliberação do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) publicada esta terça-feira em Diário da República.

Para os veículos pesados, a tarifa aumenta 1,11 euros, de 53,73 euros para 54,84 euros. No caso dos motociclos, triciclos e quadriciclos, o preço sofre um agravamento de 0,37 cêntimos, passando de 18,08 euros para 18,45 euros, com IVA incluído.

A atualização das tarifas em 2,09% tem por referência a inflação média anual sem habitação de novembro apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No caso das inspeções extraordinárias para veículos ligeiros, pesados, reboque e semirreboques, a tarifa vai ficar mais cara 2,62 euros, subindo de 125,31 euros para 127,97 euros, com IVA. No caso dos motociclos, triciclos e quadriciclos a tarifa é de 63,97 euros, mais 1,31 euros que o ano passado.

“Considerando que, de acordo com a última atualização do INE de 11 de dezembro de 2024, referente a novembro de 2024, do “Índice de Preços no Consumidor”, a taxa de variação medida anual (sem habitação) foi fixada em 2,09 % há que proceder ao cálculo do impacto deste índice nas tarifas em vigor, de modo a uniformizar os valores a pagarem todos os CITV’s”, de acordo com a deliberação assinado pelo presidente do IMT, João Jesus Caetano.

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Moçambique já exporta energia para sete países

  • Lusa
  • 31 Dezembro 2024

Moçambique exportou no ano passado um novo recorde de 11.585 GigaWatt-hora, sendo 9.079 GWh destinados à África do Sul, o principal cliente da energia moçambicana.

A África do Sul comprou em 2023 praticamente 80% da eletricidade produzida em Moçambique, que se assume como dos principais produtores de energia da África austral, exportando no ano passado para mais seis países vizinhos.

Segundo o anuário do Instituto Nacional de Estatística relativo a 2023, a que a Lusa teve acesso, Moçambique exportou no ano passado um novo recorde de 11.585 GigaWatt-hora (GWh), sendo 9.079 GWh destinados à África do Sul, o principal cliente da energia moçambicana.

Seguiu-se o Zimbábue, com 878 GWh comprados a Moçambique, o Botsuana, com 396 GWh, e a Zâmbia, com 235 GWh. Pequenos países vizinhos também dependem da energia moçambicana, como o reino de Essuatíni, que importou 132 GWh em 2023 e o Lesoto, que comprou 97 GWh, além do Maláui, que importou 4 GWh.

Além das exportações diretamente para países vizinhos, Moçambique também exportou 765 GWh, um decréscimo face à média anual desde 2019 acima de 1.000 GWh, para o mercado SAPP (Southern African Power Pool), uma rede elétrica comum formada pelas empresas energéticas da África austral.

A eletricidade exportada por Moçambique para os países vizinhos cresceu 9% em 2023, face a 2022, para um novo máximo, segundo o relatório e contas da estatal EDM, que sublinha a afirmação do país como polo regional.

“O nosso desempenho na região da África austral é bastante animador”, referia o anterior presidente do conselho de administrador, Marcelino Gildo Alberto, na mensagem que consta do relatório e contas de 2023 da EDM, noticiado anteriormente pela Lusa.

“Gradualmente, estamos a consolidar o objetivo de tornar Moçambique o polo regional de energia. Além da alta do volume de exportação, em 2023, aumentámos as vendas de energia ao Botsuana e concluímos, com sucesso, o processo de cobrança da dívida à ZESCO, nossa congénere da Zâmbia, no valor de 22 milhões de dólares [21,2 milhões de euros]”, lê-se na mesma mensagem.

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RTP negoceia saídas voluntárias de 80 trabalhadores no início de 2025

  • ECO
  • 31 Dezembro 2024

O objetivo é cortar 250 trabalhadores dos quadros até ao final do ano. Primeira fase do plano arranca no primeiro trimestre com trabalhadores em situação de pré-reforma.

O plano de saídas voluntárias de até 250 trabalhadores da RTP vai ter início no início do próximo ano, a começar pelos trabalhadores em situação de pré-reforma.

De acordo com a notícia avançada pelo Diário de Notícias esta terça-feira, a primeira etapa irá arrancar no primeiro trimestre do ano e vai abranger até 80 quadros, aos quais acrescem mais cerca de 35 em idade de reforma. Estas saídas terão um custo estimado de cinco milhões de euros, que serão suportados pelo orçamento da empresa.

Já no último trimestre do ano poderá ainda ser realizada uma segunda fase que prevê a rescisão voluntária de até 135 pessoas e que irá carecer de um financiamento extraordinário de 14,9 milhões de euros do Estado. Recorde-se que a RTP e o Governo têm travado negociações, nos últimos meses, para a saída voluntária de até 250 trabalhadores com o objetivo de cortar despesa com a massa salarial.

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Hoje nas notícias: Saúde, RTP e eficiência energética

  • ECO
  • 31 Dezembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Direção da Unidade Local de Saúde do Alto Minho à espera de ser demitida pelo Ministério da Saúde. RTP avança com programa de saídas voluntárias de 80 trabalhadores no início de 2025. Programa de eficiência energética do Fundo Ambiental anula quase 7.000 candidaturas. Estas são algumas das notícias em destaque nos jornais esta terça-feira.

Dirigentes de unidades locais de saúde estão à espera de mais demissões

Depois de nos últimos dias ter demitido as Unidades Locais de Saúde (USL) da Lezíria, do Alto Alentejo e de Leiria, o Governo deverá avançar com demissões na direção da administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Minho. Tal só não aconteceu ainda porque, embora o presidente do Conselho de Administração da ULS do Alto Minho tenha sido convocado para ir ao Ministério da Saúde, o encontro não se concretizou por estar de férias. Além da USL do Alto Minho, noutras unidades locais de saúde do país vive-se atualmente um clima de grande apreensão e de expectativa. Desde o início do ano, o Governo já demitiu nove ULS.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

RTP avança com programa de saídas voluntárias de 80 trabalhadores no primeiro trimestre

A RTP vai arrancar com um plano de saídas voluntárias dos trabalhadores em situação de pré-reforma em 2025. A primeira etapa, no primeiro trimestre do ano, irá abranger até 80 quadros — aos quais acrescem mais cerca de 35 em idade de reforma — e terá um custo estimado de cinco milhões de euros, a serem suportados pelo orçamento da empresa. Já no último trimestre do ano poderá ainda ser realizada uma segunda fase que prevê a rescisão voluntária de até 135 pessoas e que irá carecer de um financiamento extraordinário de 14,9 milhões de euros do Estado. Recorde-se que a RTP e o Governo têm travado negociações, nos últimos meses, para a saída voluntária de até 250 trabalhadores com o objetivo de cortar despesa com a massa salarial.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Programa de apoio à eficiência energética anula quase 7.000 candidaturas

A gestão das candidaturas da segunda edição do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis (PAE+S) tem gerado descontentamento entre as famílias que investiram na eficiência energética das suas habitações e acabaram por ver os seus pedidos de reembolso anulados. No total, mais de 6.700 submissões receberam o selo de “não elegíveis ou anuladas” desde que o Fundo Ambiental (FA) começou o processo de avaliação em julho. O programa lançado pelo Governo anterior, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), recebeu mais de 78 mil candidaturas. Cerca de 14 mil já foram ou estavam prestes a ser ressarcidas na última semana de 2024, com um valor elegível aprovado de 24,4 milhões de euros. Houve três mil desistências.

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Cabaz de alimentos básicos recua para preços de 2022

A inflação registada em 2022 e 2023 no setor alimentar baixou em 2024 e, apesar de não se estar perante um cenário de deflação generalizada, este alívio tem permitido que o preço de alguns produtos alimentares básicos recue para valores de 2022. Desde esse ano que o Jornal de Notícias monitoriza dois cabazes de 25 produtos cada, dos hipermercados Continente e Pingo Doce. Depois da subida generalizada dos preços em 2022 e 2023, o custo total do cabaz de produtos alimentares essenciais recuou, em 2024, para valores de há dois anos. O cabaz do hipermercado online do Continente custava 86,42 euros, em 2022, e recuou 0,09%, para 86,34 euros, em 2024. No Pingo Doce, o cabaz custava 84,65 euros, em 2022, e inflacionou 1,43% para 85,86 euros.

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Depois do fim das portagens, utentes exigem retirada dos pórticos

A partir desta quarta-feira, 1 de janeiro de 2025, os utentes vão deixar de pagar pelas portagens em sete ex-SCUT do país, as vias sem custos para o utilizador. A medida, aprovada pelo PS à revelia do Governo, gerou satisfação por parte dos automobilistas que lutavam há 13 anos pela abolição deste pagamento, mas a Comissão de Utentes do Médio Tejo (CUSPMT) e a Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) pede que se vá mais longe e que retire os pórticos das autoestradas. “A luta ainda não acabou. Agora, exigem a retirada de todos os pórticos ao longo da via para impedir a tentação de qualquer Governo de querer impor de novo portagens” afirma a CUVI, em declarações ao Jornal de Notícias.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 31 de dezembro

  • ECO
  • 31 Dezembro 2024

Ao longo desta terça-feira, 31 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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APECOM espera “estabilidade” e “ano histórico” com a regulamentação do lóbi para 2025

Domingas Carvalhosa, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação (APECOM), espera que 2025 seja um “ano histórico” para o setor, com a regulamentação do lóbi a “ver a luz do dia".

Maria Domingas Carvalhosa, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação (APECOM)

Apesar das incertezas, o setor da consultoria de comunicação “lida relativamente bem com as crises”, pelo que Domingas Carvalhosa prevê que 2025 será um “ano de estabilidade”. “Não acreditamos que o setor cresça muito em termos de vendas, mas também não nos parece que vá sentir perdas”, diz a presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação (APECOM).

Do ponto de vista legislativo, Domingas Carvalhosa espera que 2025 seja um “ano histórico” para o setor, com a regulamentação da representação legítima de interesses (lobbying) a “ver a luz do dia” e com Portugal a “fazer parte do lote de países desenvolvidos que optaram pela transparência de processos, no que diz respeito ao relacionamento entre entidades públicas e privadas”.

Em relação a este tema a APECOM, que integra 95% das consultoras que desenvolvem esta atividade no país, “vai continuar a contribuir ativamente para a clarificação de todas as questões pendentes junto do legislador e aguardará pelo final do processo legislativo”.

Domingas Carvalhosa espera que sejam integradas as “sugestões de adoção de um único registo de interesses, online, público e gratuito e da criação de um Código de Conduta, no sentido de contribuir para uma maior transparência e dignificação da relação dos poderes públicos com a sociedade civil e empresarial”.

Recorde-se que o lóbi — tema caro ao setor da comunicação, que luta pela sua regulamentação há quase uma década — esteve perto de ser regulamentado com o anterior Governo. Apesar de ter sido aprovado na generalidade a dez dias de o Parlamento ter sido dissolvido, o tema foi adiado para ser apreciado pelo novo Governo, que entretanto já o inclui no pacote anticorrupção que aprovou em Conselho de Ministros em junho.

Na altura, Domingas Carvalhosa considerou que esse foi um “primeiro passo positivo, mas ainda curto“. “Esperamos que, com a quantidade de informação já existente, devido às muitas tentativas de regulamentação, o Governo não precise de muito tempo para aprofundar as medidas e criar um diploma que regulamente a representação legítima de interesses”, comentou.

À regulamentação do lóbi, junta-se também a do marketing de influência e a das boas práticas de comunicação da sustentabilidade enquanto os três desafios em que a APECOM se vai empenhar no próximo ano.

“Esperamos também, em 2025, ter finalizado um documento — já em fase final — que nos permita reunir com a Direção Geral do Consumidor e com o legislador para lhes apresentar as nossas sugestões de boas práticas no que se refere ao marketing de influência de forma a harmonizar este mercado em ampla expansão“, adianta Domingas Carvalhosa.

Já quanto à questão da sustentabilidade, que se podem “resumir como a tomada de decisão para a realização de melhores resultados nos pilares sociais, ambientais e de governança”, o objetivo passa por garantir as empresas têm um “discurso e uma prática coerentes e consistentes com o propósito das organizações”.

“Mas a coerência só é possível se a comunicação cumprir com os níveis éticos exigidos pelas boas práticas. Neste sentido, em 2025, a APECOM irá também apresentar um conjunto de informação sobre boas práticas na comunicação da sustentabilidade“, avança a responsável.

Em termos internacionais, a APECOM deverá também, a partir do próximo ano, assumir a liderança de um novo grupo de trabalho de public affairs, a criar pela ICCO (The International Communications Consultancy Organisation), entidade internacional da qual a APECOM é associada e que representa associações congéneres de 82 países.

A APECOM olha, apesar de tudo, para 2025 com otimismo“, conclui Domingas Carvalhosa.

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Subida de preços não dá tréguas no próximo ano. O que fica mais caro em 2025?

Em 2025, com aumento dos salários e pensões sobem também os alimentos, medicamentos, transportes e serviços. Saiba o que fica mais caro no ano novo.

Se 2024 foi sinónimo de aumento de preços para muitas famílias, o ano de 2025 deverá acompanhar a tendência, algo que para muitas famílias vai significar mais um aperto no cinto. Laticínios, café ou pão são alguns dos alimentos na lista de compras que vão ficar mais caros no próximo ano. Mas não só: as faturas mensais da água e luz também prometem aumentos, à semelhança de serviços e transportes. Irá a subida do salário mínimo, dos salários na função pública e das pensões conseguir compensar estes agravamentos?

Alimentação

  • Laticínios

O preço do leite e dos produtos lácteos registou um aumento ao longo 2024 e no próximo ano a trajetória devera manter-se. Pelo menos, essa é a projeção da Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite (Fenelac) partilhada com a Lusa. Segundo a associação, as subidas “têm a ver com a lei da oferta e da procura”. Além do leite, esperam-se aumentos também no queijo, manteiga e natas.

De acordo com a análise da Deco Proteste, o queijo curado e o queijo flamengo verificaram um aumento de preços de cerca de 7% e 10%, respetivamente, entre janeiro e novembro de 2024. Os ovos, no final deste ano, estavam 7% mais caros face a janeiro e o preço dos iogurtes variaram entre 4% e 20%.

  • Pão

O preço do pão deverá voltar a subir em 2023, em função do aumento dos custos das matérias-primas e da energia, mas também impactado pela atualização do salário mínimo nacional, segundo as perspetivas da Associação do Comércio e da Indústria da Panificação (ACIP), em resposta à Lusa.

De acordo com a associação, apenas uma parte dos aumentos tem sido refletida no preço pago pelo consumidor, o restante tem sido suportado pelos produtores que, por sua vez, registam uma quebra nas margens de lucro. À RTP, a ACIP estima que o aumento seja de, pelo menos, 5%.

Em 2024, a Deco Proteste não acompanhou a evolução do preço de pão vendido em pasteleiras, mas no caso do pão de forma sem côdea a variação de preços foi de 22,29%, entre janeiro e novembro de 2024.

Um funcionário coloca o pão no forno na empresa Padarias Reunidas do Torrão (na freguesia com o mesmo nome), que produzem a marca Pão do Torrão, vendido no litoral alentejano, distritos de Évora e Beja mas também margem sul e Lisboa, em Alcácer do Sal, 11 de março de 2022. O ‘duplo impacto’ do aumento do preço dos combustíveis e da farinha está a ‘sufocar’ empresas de panificação do Alentejo, que se ‘veem obrigadas’ a fazer contas e já pensam em nova subida do custo do pão. (ACOMPANHA TEXTO DA LUSA DO DIA 15 DE MARÇO DE 2022). NUNO VEIGA/LUSANUNO VEIGA/LUSA
  • Bacalhau

Este ano, o preço do bacalhau para o comércio, sobretudo tradicional, voltou a subir por força da guerra na Ucrânia, disrupções nas cadeias de abastecimento e os acréscimos nos custos de transporte e energia. Mas também devido à redução das quotas de pesca no mar do Norte, que no próximo ano, deverá voltar a reduzir-se. Os operadores de importação e tratamento de bacalhau falam de aumentos na casa dos 25%.

Entre janeiro e novembro de 2024, o preço do bacalhau graúdo também sofreu alterações, mas pouco expressivas. Se no início do ano o preço deste alimento era de 13,34 euros o quilo, no final o seu preço já se situava nos 13,95 euros o quilo, ou seja, uma variação de 4,58% naquele período, segundo os dados da Deco Proteste.

  • Café

O café será outro dos produtos que vai aumentar no próximo ano.

Depois de o preço do grão ter atingido o nível mais alto de sempre nos mercados internacionais, este ano, as marcas de café estão a considerar aumentar os preços em 2025. Os motivos são variados. Sejam ambientais – a falta de chuva tem prejudicado as produções no Brasil e no Vietname – ou legislativas – a União Europeia adotou novas regras de combate à desflorestação, a nível mundial –, o mais certo será que os consumidores sintam um acréscimo nos preços, seja nos estabelecimentos comerciais ou nos supermercados.

  • Carne

Se sentiu que a ida ao talho este ano foi ficando mais cara, então prepare a carteira: para o ano a tendência deverá manter-se. Sobretudo no que toca à carne de novilho.

“Tudo indica que os preços irão subir face ao aumento dos fatores de produção”, indica fonte oficial da APIC ao ECO, acrescentando que “os preços no mercado são o resultado da lei da procura e oferta, e também dos aumentos sofridos na produção”. No caso do novilho, “um dos produtos que tem estado a subir” em 2024 a trajetória manter-se-á também em 2025.

Rendas

A partir do dia 1 de janeiro de 2025, os senhorios vão ter a liberdade de aumentar as rendas em 2,16%. Apesar do novo aumento, trata-se de um abrandamento significativamente em relação aos últimos dois anos, em que a escalada da inflação levou mesmo o Governo a impor travões.

Mas com o fim dos travões, as subidas podem subir até 11% em 2025. Assim, no próximo ano, embora as rendas possam aumentar até 2,16%, se o senhorio não tiver atualizado a renda nos últimos três anos, pode aplicar os coeficientes de atualização desses anos resultando num aumento de 11,1%.

Prédios Apartamentos habitação casas

Portagens

Viajar nas autoestradas nacionais também vai ficar mais caro no próximo ano. As taxas das portagens vão subir 2,21% a 1 de janeiro de 2025. O valor é apurado pela taxa inflação – excluindo a parcela da habitação – referente ao mês de outubro para o continente que se fixou em 2,11%, a que se soma 0,1% de compensação às concessionárias.

Por exemplo, a Brisa anunciou que a partir de 1 de janeiro de 2025 vai entrar em vigor o novo tarifário de portagem nas autoestradas. Isto significa que “52 das 93 taxas de portagem aplicadas na classe 1 (66% do total) serão atualizadas”.

No caso do percurso Lisboa-Porto pela A1, o preço das portagens para a classe 1 sobe 70 cêntimos e passa a custar 24,60 euros. Já o percurso Lisboa-Algarve, pela A2, vai custar mais 60 cêntimos, para 23,30 euros. No percurso Marateca-CaiaA2/A6a atualização será de 35 cêntimos para 15,05 euros.

Não obstante, entrará em vigor em 2025 o fim da cobrança de portagens nas antigas vias sem custo para o utilizador (SCUT). A partir de 1 de janeiro acaba a cobrança de portagens na A4 – Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1, A22, A23, A24, A25 e nos lanços da A28 entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.

Telecomunicações

A dona da Meo vai aumentar preços em janeiro de 2025, confirmou fonte oficial ao ECO. “A Altice Portugal vai proceder à atualização de preços em 2025, conforme contratualmente previsto e já divulgado, com exceção dos serviços da marca digital Uzo e da marca para o segmento jovem, Moche, que não vão ser atualizados”, respondeu a empresa.

Em sentido contrário, a Nos promete não mexer na tabela de preços em 2025.

Transportes públicos

Em 2025, a taxa de atualização tarifária (TAT) para o serviço público de transporte de passageiros vai aumentar. Isto é, o preço dos títulos de transporte ocasionais, ou seja, aqueles que são válidos apenas para uma viagem ou para um período curto, vai aumentar 2,02%, a partir de 1 de janeiro.

Contudo, este aumento não se vai refletir nos passes mensais, seja do Metro de Lisboa, Navegantes ou Metropolitano de Lisboa. Esses deverão ver os preços congelados.

Caso contrário serão os dos títulos ocasionais. O bilhete Carris Metro vai passar a custar 1,85 euros, à semelhança do bilhete Viva Go. Já o bilhete Zapping passará a custar 1,66 euros.

Relativamente aos bilhetes diários com a duração de 24 horas, o bilhete Carris/Metro custará sete euros, o título diário Carris/Metro/Transtejo (Cacilhas) passará a ter um custo de 10 euros e o bilhete da Carris/Metro/CP fica um euro mais caro, para um total de 11 euros.

Estação do Cais do Sodré durante o dia de greve convocada pelo Sindicato dos Maquinistas dos Transportes Ferroviários Portugueses, em Lisboa, 06 de dezembro de 2024. A greve convocada pelo Sindicato abrange sete empresas: CP – EPE, Fertagus, MTS – Metro do Sul do Tejo, ViaPorto, Captrain, Medway e IP – Infraestruturas de Portugal. FILIPE AMORIM/LUSAFILIPE AMORIM/LUSA

Medicamentos

Os medicamentos com preço de venda ao público (PVP) até aos 16 euros poderão sofrer aumentos de 2,6% em 2025, segundo a portaria para revisão anual dos preços publicada em Diário da República. Autorização para o aumento de preço é explicada com a tentativa de “evitar a erosão dos medicamentos com preços mais baixos”, ou seja, para impedir ruturas.

Luz e gás

2025 chega com boas perspetivas, mas apenas quanto à conta da luz. Embora a maioria dos comercializadores ainda não tenham revelado as suas ofertas, a indicação dada pelo regulador é de descida no preço. Os preços no mercado regulado vão aliviar entre 0,85 e 0,91 euros no início de 2025, e a EDP já confirmou que vai seguir a tendência, e os seus clientes deverão sentir, em média, uma redução de 7% nas suas contas da luz.

no gás natural, o movimento é oposto: o preço regulado subiu e os restantes operadores seguiram a batuta, ainda em outubro, quando são normalmente atualizados os preços desta energia. No início de 2025, apenas a EDP deu a indicação de que deverá manter os preços, depois de em outubro os ter elevado, na sequência de o regulador ter ditado o encarecimento de uma das componentes do preço. Em outubro, Goldenergy e Endesa também passaram aos clientes o custo mais elevado desta componente, enquanto a Galp anunciou uma subida média de 16% nos preços.

Água e resíduos

Na água e nos resíduos, a tendência é mesmo de subida, embora os tarifários ainda não estejam finalizados. Espera-se que aumentos no abastecimento de água, em média, se situem entre os 2,1% (entidades municipais) e 4,4% (concessões), enquanto no saneamento estarão entre os 5,9% (concessões) e os 6,4% (entidades municipais), consoante o tipo de entidade gestora (de gestão municipal ou em regime de concessão).

Na gestão dos resíduos urbanos, que está integrada na conta da água, as subidas devem posicionar-se entre os 4,8% e os 11,4%, novamente dependendo da entidade gestora em questão – nos regimes de concessão, o aumento é mais baixo.

Enquanto no caso das entidades com concessão, os preços respeitam uma fórmula, e portanto é certo que assim evoluam os preços, nos casos municipais esta é apenas uma estimativa de acordo com as propostas que já pediram parecer do regulador. Contudo, ainda não foram entregues todas as propostas e, em última instância, a decisão final é dos municípios.

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Montenegro quer mais investimento em 2025. PRR e melhoria das condições financeiras dão ajuda

Instituições económicas estimam que investimento aumente no próximo ano. Execução do PRR, menor restritividade das condições financeiras e IDE deverão ajudar.

“A palavra de ordem em 2025 é investimento, investimento, investimento”. Luís Montenegro lançou o mote e as previsões apontam para que o “desejo” de ano novo do primeiro-ministro se cumpra, graças sobretudo à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas também à melhoria das condições de financiamento e à captação de Investimento Direto Estrangeiro (IDE).

Em entrevista ao Diário de Notícias, publicada no domingo, Luís Montenegro defendeu que “o esforço principal tem de ser o de estimular o investimento e o de atrair investimento direto estrangeiro“, considerando que estas “são duas faces da mesma moeda”.

Um objetivo que, de acordo com as principais instituições económicas e internacionais, o país deverá alcançar. No Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), o Ministério das Finanças estima que o investimento acelere ligeiramente, passando de uma taxa de variação de 3,2% em 2024 para 3,5% em 2025. Na ótica do Governo, esta evolução irá resultar sobretudo da crescente absorção dos fundos do PRR e outros instrumentos de financiamento europeu, bem como da menor restritividade das condições de financiamento, com impacto para o investimento privado.

A perspetiva do Governo para o próximo ano é, ainda assim, menos otimista do que a das restantes entidades, fixando-se abaixo do intervalo entre 8,7% (Conselho das Finanças Públicas) e 3,7% (Comissão Europeia).

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O investimento será, caso as previsões se concretizem, um dos motores do crescimento económico, em larga medida influenciado pelo PRR. No Boletim Económico de dezembro, o Banco de Portugal destacou que em 2024 o crescimento da economia sustentou-se sobretudo no consumo, com o contributo do investimento a dever ser nulo. No entanto, prevê que será positivo em 2025 e 2026, voltando a ser nulo em 2027, refletindo neste ano a queda da componente pública.

À semelhança do Governo, também o Banco de Portugal espera que o investimento recupere dinamismo em 2025 e 2026 com a melhoria das condições financeiras e das perspetivas globais e o estímulo dos fundos europeus. “Em 2024, o crescimento de 0,5% da FBCF [Formação Bruta de Capital Fixo, correspondendo na prática ao investimento] decorre sobretudo da componente pública, com o investimento empresarial e das famílias em habitação a continuarem a ser penalizados pela restritividade das condições financeiras e pela baixa confiança”, pode ler-se na análise do regulador.

À semelhança do Governo também o Banco de Portugal espera que o investimento recupere dinamismo em 2025 e 2026 com a melhoria das condições financeiras e das perspetivas globais e o estímulo dos fundos europeus.

A instituição liderada por Mário Centeno espera que a situação melhore entre 2025 e 2027, “refletindo a redução adicional das taxas de juro”, enquanto “o investimento público acelera em 2025–26 com a maior execução esperada dos fundos europeus“.

Montenegro sublinhou, em entrevista, que o investimento público segue uma “boa trajetória”, mas o país está sujeito “a prazos muito apertados“. “Desse ponto de vista, recuperaremos nos próximos dois anos muito do investimento que se perdeu nos últimos oito. Agora, investir é a palavra de ordem”, vincou.

Subida do investimento público seria de apenas 4,8% sem o efeito do PRR, calcula o Conselho das Finanças Públicas.

Na análise ao OE2025, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) assinalou que o acréscimo previsto para o investimento público de 16,7% – fortemente impulsionado por investimentos ao abrigo do PRR – seria de apenas 4,8% sem o efeito do PRR.

O investimento público deverá assim subir 0,4 pontos e atingir 3,7% do PIB em 2025, o rácio mais elevado desde 2010 (sem o efeito do PRR, estabilizaria nos 2,6% do PIB), assinala o CFP. A instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral alerta, porém, que a previsão das Finanças deve ser “interpretada com prudência, tendo em conta que esta despesa tem ficado bastante aquém do previsto nos sucessivos” Orçamentos do Estado.

Investimento Direto Estrangeiro continua a subir

O primeiro-ministro quer “atrair grandes empresas e grandes projetos” e segundo o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal – AICEP, o país prepara-se para bater um novo recorde na atração de investimento este ano. Em entrevista ao ECO, divulgada em novembro, Ricardo Arroja revelou que até àquele momento foram contratualizados cerca de 50 milhões de euros, mas, até ao final de 2024, esse valor poderá subir para as centenas de milhões de euros.

Um valor esmagadoramente de origem estrangeira, segundo o responsável da AICEP. É certo que Portugal perdeu um lugar no ranking europeu de atratividade de investimento direto estrangeiro, ocupando o 7º lugar em 2023, de acordo com o EY Attractiveness Survey Portugal, divulgado em setembro. O país foi ultrapassado pela Polónia, que conquistou um maior investimento por parte dos Estados Unidos da América, porém, 84% dos investidores inquiridos têm planos para estabelecer ou expandir operações no país em 2025. Esta percentagem situa-se acima da média europeia, que não vai além dos 72%.

84% dos investidores estrangeiros têm planos para estabelecer ou expandir operações no país em 2025. Esta percentagem situa-se acima da média europeu que não vai além dos 72%.

Paralelamente, 77% dos inquiridos antecipam a melhoria da atratividade do país nos próximos três anos, percentagem que superam os 49% registado em 2021. De acordo com dados do Banco de Portugal, no final do terceiro trimestre de 2024, o stock de IDE em Portugal era de 196,5 mil milhões de euros, o correspondente a 70% do PIB português. Quer isto dizer que, entre o final de 2008 e o terceiro trimestre de 2024, este indicador mais do que duplicou e quando medido em percentagem do PIB aumentou 25 pontos percentuais.

E parece que irá continuar a subir, de acordo com os anúncios mais recentes de investimento com capital estrangeiro, entre os quais se inclui o da Lufthansa Technik sobre a construção de uma nova unidade de 54 mil metros quadrados em Santa Maria da Feira. A futura fábrica de reparação de peças de motores e componentes de aviões deverá estar concluída até ao final de 2027 e vai criar “mais de 700 empregos” na região.

Entre outros, a este soma-se o do grupo francês PGS, um dos maiores fabricantes e restauradores de paletes de madeira da Europa, que acaba de expandir a atividade para o mercado português com a construção de duas fábricas em Loulé e na Póvoa de Santa Iria (Vila Franca de Xira), num investimento avaliado em 2,5 milhões de euros. Ou o da Cimpor, que pretende investir 1,4 mil milhões de euros em Portugal até 2030, grande parte para fazer face ao “desafio número um” da descarbonização, com infraestruturas, tecnologia e novos produtos.

O país tem atualmente 60 projetos de Potencial Interesse Nacional (PIN) em acompanhamento, o que inclui projetos com capital estrangeiro ou nacional, mais cinco do que em agosto. Para ser considerado um projeto de PIN tem de, cumulativamente, representar um investimento global igual ou superior a 25 milhões de euros, criar um número de postos de trabalho diretos igual ou superior a 50, ter comprovada viabilidade económica, ser sustentável e ser apresentado por promotores de reconhecida idoneidade e credibilidade.

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