Abate de árvores em Lisboa motiva petição que já supera 20 mil assinaturas

  • Lusa
  • 24 Março 2025

A Câmara de Lisboa pretende abater 25 jacarandás e transplantar 22 árvores, para construção de um parque de estacionamento subterrâneo em Entrecampos. Autarquia assegura que plantará dezenas mais.

A Câmara de Lisboa pretende abater 25 jacarandás e transplantar outras 22 árvores na Avenida 5 de Outubro, para construção de um parque de estacionamento subterrâneo, o que motivou uma petição contra esta decisão, com mais de 20.500 assinaturas.

No âmbito das intervenções no arvoredo municipal, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) informou no ‘site’ da autarquia que na Avenida 5 de Outubro se prevê, entre março e junho deste ano, a “remoção de 47 árvores, das quais 22 serão transplantadas para outras áreas verdes da freguesia [de Avenidas Novas], não reunindo, as restantes, condições para transplante”.

“Esta é uma intervenção no âmbito da operação urbanística de Entrecampos, necessária para a concretização da Unidade de Execução de Entrecampos e construção de um estacionamento subterrâneo na Avenida 5 de Outubro”, lê-se na informação disponibilizada pela CML.

A ficha técnica do arvoredo que sustenta esta informação confirma que há 25 jacarandás a abater, a maioria por apresentar lesões, e há outras 22 árvores, sobretudo jacarandás, a transplantar para outras áreas verdes, revelando ainda que há árvores que se irão manter na Avenida 5 de Outubro, mas sem precisar quantas.

A este propósito, a Direção Municipal de Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia (DMAEVCE) reforça que os trabalhos deverão ser executados por uma empresa profissional especializada na matéria e destaca a preparação das árvores para transplante, contribuindo para o aumento da taxa de sucesso dos transplantes.

“Em caso de insucesso do transplante, deverá esse exemplar ser substituído por árvore ou árvores com características equivalentes, considerando todos os serviços de ecossistema disponibilizados ou, caso não seja possível, deverá ser ressarcido o município, utilizando o método da Norma de Granada para atribuir valor monetário ao espécime”, determina a CML.

Em causa está a Operação Integrada em Entrecampos, nos antigos terrenos da Feira Popular, no âmbito de uma hasta pública realizada em 2018, tendo depois sido aprovada em 2019 a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.

“Já em 2022, na sequência da constatação de constrangimentos à execução do programa da unidade de execução, foi celebrado um acordo endoprocedimental, entre o município de Lisboa e o promotor”, recorda a CML, referindo que esse acordo serviu para, em cooperação, se ponderarem as soluções mais adequadas para conciliar o desenvolvimento das operações urbanísticas com a preservação e o reforço da estrutura arbórea existente.

Das 75 árvores existentes neste troço da Av. 5 de Outubro, de acordo com a autarquia, que pretendeu “preservar o máximo de exemplares possível do eixo arborizado existente” e garantir condições para a implantação de um novo alinhamento arbóreo, 30 serão para manter, 20 para transplantar na envolvente e 25 para abater, determinando-se ainda a plantação de 39 novas árvores, o que perfaz um total 89 árvores.

“Como medida mitigadora, a DMAEVCE, em articulação com os projetistas, propôs ainda a introdução de arvoredo nos passeios laterais da Av. 5 de Outubro e na rua da Cruz Vermelha”, num total de 59 novas árvores, refere a câmara.

Com o arvoredo atual e futuro, este troço da Av. 5 de Outubro passará a ter um total de 148 árvores (incluindo 20 transplantes para áreas adjacentes), de acordo com a autarquia.

Contra a decisão de abater árvores, está em curso a petição “Não ao abate dos jacarandás da Av. 5 de Outubro”, que, até 13:00 de hoje, reuniu mais de 20.500 assinaturas.

Os signatários condenam o abate destas árvores e a “falta de transparência na planificação da construção deste parque de estacionamento subterrâneo, em especial num local que se tem transformado cada vez mais numa ilha de asfalto, cimento, pó, automóveis e barulho, sem grande solução à vista por parte da CML”, recordando a petição “Entrecampos com mais segurança rodoviária e pedonal”.

No domingo, numa publicação na rede social X, a CML disse que “a Avenida 5 de Outubro vai ficar mais verde e com mais árvores”, explicando que a intervenção vai construir o novo parque de estacionamento público de Entrecampos e, “no final, será duplicado o número de árvores, o que contrasta com o plano original para a zona, que previa o corte de todas”.

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BYD ultrapassa Tesla em vendas em 2024

  • Lusa
  • 24 Março 2025

A empresa chinesa registou vendas de 107,2 mil milhões de dólares (99,29 mil milhões de euros) no ano passado.

O fabricante chinês de veículos elétricos BYD ultrapassou a rival norte-americana Tesla em 2024, com vendas recorde na ordem dos 99,29 mil milhões de euros, uma subida de 29% face a 2023.

A empresa, que se estabeleceu nos últimos anos como líder do mercado chinês de veículos elétricos, registou vendas de 107,2 mil milhões de dólares (99,29 mil milhões de euros) no ano passado, ultrapassando os 97,7 mil milhões de dólares (90,49 mil milhões de euros) anunciados pela Tesla no mesmo período.

A BYD (Build Your Dreams), sediada em Shenzhen (sul da China), também esteve presente nos mercados internacionais, nomeadamente na Europa, onde lançou grandes campanhas de comunicação, patrocinando em particular o Euro 2024 de futebol, e onde está a abrir cada vez mais concessionários.

Enquanto a marca norte-americana sofre as consequências do envolvimento de Elon Musk com a administração Trump nas últimas semanas, o gigante chinês registou um lucro líquido de 5,55 mil milhões de dólares (5,14 mil milhões de euros), mais 34% do que em 2023, de acordo com documentos publicados no site da Bolsa de Valores de Shenzhen esta madrugada.

Estes dados surgem após a BYD ter revelado uma nova tecnologia de bateria, que afirma permitir um carregamento ultrarrápido e que fez disparar o preço das suas ações em Hong Kong. A empresa apresentou um novo sistema de carregamento denominado “Super e-Platform”, que permite que os automóveis recuperem até 470 quilómetros de autonomia depois de estarem ligados à corrente durante apenas cinco minutos.

Estes carregadores oferecem até 1.000 kW de potência de pico, em comparação com apenas 500 kW dos superchargers da Tesla. O objetivo desta nova tecnologia é “aliviar fundamentalmente a ansiedade dos utilizadores em relação ao carregamento”, afirmou o fundador da empresa, Wang Chuanfu, no lançamento da nova bateria.

“O nosso objetivo é garantir que o tempo de carregamento dos veículos elétricos seja tão curto como o dos veículos de combustão interna”, acrescentou. A empresa, com sede em Shenzhen, revelou planos para construir mais de 4.000 estações de carregamento ultrarrápido na China.

Esta expansão segue-se a um crescimento exponencial, com as vendas de fevereiro a subirem 161% para mais de 318.000 veículos. Entretanto, a Tesla registou uma queda de 49% nas suas vendas no mercado chinês durante o mesmo período.

No conjunto do ano, as vendas mundiais da construtora norte-americana diminuíram pela primeira vez na sua história, cerca de 1%, para 1,79 milhões. Em janeiro, o grupo chinês anunciou que tinha vendido cerca de 4,3 milhões de veículos, o que representa um aumento de 40% em relação ao ano anterior.

As tensões geopolíticas e comerciais, num contexto de ameaças de tarifas por parte da administração Trump, podem, no entanto, complicar a tarefa do gigante chinês, que beneficiou de injeções financeiras no setor por Pequim. Os automóveis elétricos chineses vendidos na Europa são igualmente sujeitos a uma sobretaxa (17% para a BYD) introduzida pela Comissão Europeia para compensar as subvenções chinesas.

O grupo deverá começar a produzir automóveis elétricos no final de 2025 na sua primeira fábrica europeia, na Hungria. Esta fábrica está alegadamente a ser alvo de subsídios chineses por parte da Comissão Europeia, de acordo com a imprensa. A BYD “não tem conhecimento” de qualquer investigação nesse sentido, garantiu à AFP a sua vice-presidente Stella Li, numa entrevista no dia 20.

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Corcoran chega a Portugal e reforça mercado imobiliário de luxo

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 24 Março 2025

A mediadora imobiliária americana chega a Portugal em parceria com a Vanguard Signature e ABNSouza. Focada no segmento premium, inicia operação em Lisboa e expandirá para Comporta, Algarve e Porto.

A Corcoran, mediadora imobiliária de luxo norte-americana, está a expandir-se para Portugal através de uma parceria entre a Vanguard Signature e a ABNSouza Investimentos. As duas empresas criaram a Everstone, que representará a marca em exclusividade no país. Fundada em 1973 por Barbara Corcoran — investidora conhecida pela sua participação no programa televisivo “Shark Tank” —, a Corcoran destaca-se pelo seu posicionamento premium em mercados altamente competitivos como Nova Iorque, Hamptons e Palm Beach.

Portugal no radar dos investidores norte-americanos
Segundo José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Signature, a chegada da Corcoran está alinhada com o crescente interesse de compradores norte-americanos no mercado português. “Portugal é um destino muito valorizado pelos americanos, não apenas pela qualidade de vida e segurança, mas também pelo forte potencial de investimento imobiliário. A familiaridade com uma marca como a Corcoran será um fator decisivo para atrair este público”, destaca.

Os Estados Unidos já são o terceiro maior mercado emissor de turistas para Portugal, com 2,3 milhões de hóspedes registados, apenas atrás do Reino Unido e de Espanha. A nova rota direta entre Nova Iorque e Faro, operada pela United a partir de maio deste ano, contribuirá para fortalecer esta ligação.

Uma aposta estratégica no segmento premium
A Corcoran chega ao país com um plano de expansão ambicioso. Lisboa será o primeiro mercado-alvo, seguindo-se outras localizações de prestígio como a Comporta, o Algarve, o Porto e a Madeira. A mediadora irá comercializar não só ativos da Vanguard Signature, mas também de terceiros, focando-se exclusivamente em empreendimentos imobiliários de referência.

Barbara Corcoran, fundadora da consultora imobiliária norte-amenricana, ficou conhecida do público português pela sua participação no programa televisivo “Shark Tank”.

Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal e Espanha — empresa que faz parte do grupo ABNSouza —, sublinha que a estratégia da Corcoran passa por elevar a experiência de compra e venda de propriedades de luxo. “Estamos a atrair um perfil de cliente internacional sofisticado, que busca um serviço personalizado e um acompanhamento detalhado em todo o processo de aquisição imobiliária. O conceito de branded residences, que combina imobiliário com serviços premium, é uma das principais apostas”.

A atividade de mediação da Corcoran em Portugal será complementada com a Corcoran Atlantic Credit Platform, uma solução de financiamento pensada para facilitar o acesso a crédito aos clientes internacionais. Esta abordagem pretende reforçar a posição do país como um destino atrativo para investimentos imobiliários de prestígio.

Para Palmela Liebman, CEO do The Corcoran Group, a entrada no mercado português é um passo natural na expansão da marca. “A nossa abordagem personalizada e a experiência acumulada na comercialização de propriedades residenciais e novos empreendimentos justificam esta expansão global. Portugal é, sem dúvida, um mercado com um enorme potencial e um destino cada vez mais desejado pelos investidores internacionais.”

Com esta iniciativa, a Corcoran junta-se ao crescente leque de mediadoras internacionais que estão a apostar no mercado português, reforçando a posição do país como um dos principais destinos para o imobiliário de luxo.

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Caravela quer entrar no top 5 das seguradoras em Portugal

Luís Cervantes, presidente da seguradora, tem como objetivo atingir os 200 milhões de euros de prémios já em 2025, apontando para os ramos Vida e Saúde como decisivos para poder ambicionar ao top 5.

Luís Cervantes: “Temos menos atores no mercado, uma redução de 45 mil para cerca de 10 mil mediadores, mas muito mais profissionais e com capacidade de ir muito mais além”.

A seguradora Caravela multiplicou o volume de negócios 10 vezes nos primeiros 10 anos de vida e começou a expandir para os mercados de Espanha, França, Grécia e Países Baixos. Luís Cervantes, presidente da companhia, orgulha-se desse crescimento contínuo e de a seguradora contar com um dos melhores níveis de produtividade do mercado não vida em Portugal, com mais de 1,2 milhões de euros de volume de negócios por colaborador. Em entrevista a ECOseguros, Luís Cervantes, presidente do conselho de administração, revê o passado e aponta ao futuro.

Como resume o que se passou na Caravela desde que, em 2014, compraram a Macif em Portugal?

Foram dez anos muito intensos. A primeira fase, iniciada com a aquisição por parte dos fundadores da Caravela, foi marcada pelo processo de reestruturação. O volume de negócios era inferior a 20 milhões de euros e estavam a decorrer os trabalhos preparatórios para a implementação das regras de Solvência II. A equipa de Administração liderada pelo Diamantino Marques, com o Paulo Trigo como administrador delegado, deu os primeiros passos determinantes para que em 2017 se iniciasse um novo ciclo. A segunda fase iniciou-se com o primeiro private placement. Nesta altura, já comigo como presidente do conselho de administração, iniciámos o investimento em tecnologia que nos permitiu ir mais longe. O trabalho desenvolvido nesta segunda fase permitiu que fossem reunidas as condições para a terceira fase. Em 2019, um private equity sediado em Londres liderou um aumento de capital, que não só fortaleceu a posição de capital da Caravela, mas também permitiu continuar a senda de inovação e atingir, 10 anos após o aparecimento da marca, o 7.º lugar no ranking das companhias de seguros Não Vida.

Qual é a atual estrutura de capital da Caravela?

O referido private equity, o Toscafund, detém 48% do capital, sendo a única participação superior a 10%, sendo os restantes 52% detidos por um conjunto de 21 acionistas portugueses.

Desde 2020 a Caravela começou uma expansão para outras geografias. Qual é o propósito estratégico subjacente a este passo? Quais os mercados mais interessantes?

Existe um facto curioso que vale a pena recordar. A concretização do aumento de capital em 2019 foi realizada em dezembro. Três meses depois estávamos todos confinados na sequência da pandemia. Foram momentos muito difíceis para uma seguradora jovem e pequena, que não poderia tirar muito partido da redução da sinistralidade pois a carteira era muito pequena e se via confrontada com a dificuldade de novas relações com potenciais clientes. A prospeção de novos negócios ou novas parcerias não se consegue fazer através do Teams! É neste contexto que, aproveitando o tempo disponível, reatamos contactos antigos com o mercado ressegurador e com alguns atores importantes no mercado europeu e verificamos que existia uma oportunidade ao nível dos projetos de MGA (managing general agents, ou agentes de subscrição de riscos) que se estão a desenvolver na Europa. A realidade de MGA é muito comum nos EUA e no passado houve vários projetos que se desenvolveram na Europa a partir do Lloyd’s of London.

Como se desenvolve esse negócio?

É um processo que posso caracterizar como triangular. É composto pelo nosso parceiro especialista na distribuição de determinado produto em determinado mercado, denominado MGA, por nós enquanto companhia de seguros que emite as apólices, denominado de risk carrier, e pelo Ressegurador ou painel de Resseguradores que partilham o risco com o risk carrier.

No decurso do nosso desenvolvimento internacional estamos a observar novas tendências, novos atores e um conjunto de inovações que podemos vir a adotar. Por outro lado existem parcerias no mercado português que podem ser alavancadas, tal como a que existe com a Médis há mais de 10 anos.

Em que mercados atuam e qual é o peso atual deste negócio? Qual o objetivo de peso relativo para os negócios internacionais?

Iniciámos a nossa presença em 2021 no mercado francês, através de um MGA chamado Dune, em 2022 entramos no mercado da Grécia, através de um MGA chamado Brokins, em 2023 entramos nos Países Baixos através de um MGA chamado The Core/Biesbosch e em 2024 em Espanha através de dois MGA’s, Get Involved e Credican. Em 2024 o negócio de MGA’s representou 10% do volume de negócio, com tendência para aumentar nos próximos anos, podendo vir a representar em 2027 um quarto do volume de negócios total.

Nestes 10 anos multiplicaram o volume de negócios 10 vezes. E em 2024?

Do ponto de vista da atividade comercial mantivemos a nossa tendência de subir acima do mercado, com um crescimento superior a 17%, alargando a nossa base de parceiros estratégicos. Reforço que o nível de profissionalismo que continua a aumentar ao nível da mediação de seguros e é uma satisfação pessoal ver que os pilares lançados pela APROSE na década passada têm sido prosseguidos pelas várias direções se materializaram. O resultado é termos menos atores no mercado, uma redução de 45 mil para cerca de 10 mediadores, mas muito mais profissionais e com capacidade de ir muito mais além.

Do ponto de vista técnico e de infraestrutura de base tivémos em 2023 e 2024 um desafio muito grande. Por um lado, um processo de inflação que ao nível dos custos do ramo automóvel e dos custos com saúde ultrapassaram os dois dígitos, para o qual o setor segurador não estava preparado, o último processo inflacionista aconteceu em 2002/2003. Por outro lado, a implementação das novas regras IFRS17 em 2023, num contexto de extrema volatilidade de taxas de juro, apresentaram bastantes desafios que se prolongaram para 2024.

As consolidações continuarão quer ao nível da distribuição quer ao nível das seguradoras, principalmente se olharmos ao potencial que ainda existe à escala europeia.

A transição para IFRS17 foi interna ou recorreu a conselheiros externos?

A Caravela sendo uma companhia pequena, mas ágil do ponto de vista comercial, com um rácio de prémios por colaborador superior a 1,2 milhões de euros, seguramente o melhor rácio de produtividade do mercado Não Vida em Portugal, recorre a um conjunto de consultores especializados para este tipo de transição. Fizemos o processo de adaptação da IFRS17 com a KPMG e recorremos em 2024 à WTW para a realização de um assessment independente do nível de passivos.

E como correu 2024 do ponto de vista do negócio?

Em 2024 o Cash Flow Operacional foi superior a 30 milhões de euros, os capitais próprios tiveram uma evolução positiva, para os 70 milhões, com o resultado integral positivo. No entanto, foram reforçados os passivos relativos a serviços passados em mais de 17 milhões de euros, líquidos de resseguro, pelo que o resultado líquido do exercício foi negativo. O nível de solvência está acima dos 150%. Encontramo-nos numa boa posição e bem preparados para iniciar um novo ciclo.

Quais são as perspetivas para o futuro? Entrar no segmento Vida? Aquisições de empresas em Portugal ou fora? Novos ramos?

Neste novo ciclo, em Portugal, achamos que existem duas áreas de negócio onde deveremos passar a estar de uma forma muito ativa: a área Vida e a área de Saúde. Existem várias formas de desenharmos esta nova etapa, desenvolver novas parcerias, aquisições, acordos de distribuição ou banca seguros. Atingindo os 200 milhões de euros no ramo Não Vida já em 2025, o Ramo Vida e Saúde são áreas chave para podermos ambicionar atingir o Top 5 em Portugal. No decurso do nosso desenvolvimento internacional estamos a observar novas tendências, novos atores e um conjunto de inovações que podemos vir a adotar. Por outro lado, existem parcerias no mercado português que podem ser alavancadas, tal como a que existe com a Médis há mais de 10 anos.

Inteligência Artificial, FiDA (Open Insurance), contínua consolidação entre distribuidores e ainda de seguradoras. O que pensa disso?

Temos visto muita inovação a ser adotada não só na Europa, mas principalmente nos Estados Unidos da América. A Caravela está desde 2019 presente no InsureTech Connect e nos dois últimos anos o tema da Inteligência Artificial tem sido a questão principal. Já não é um hype, uma moda, como foi o BlockChain aplicado aos seguros. Não tivemos uma adoção massiva dos SmartContracts através de BlockChain.

Pelo contrário, ao nível da Inteligência Artificial, temos já exemplos de aplicação prática, nos contact center, nos assistentes operacionais e no tratamento e modelização de grandes quantidades de informação.

A tecnologia sempre foi e continuará a ser um fator de diferenciação e de eficiência, mas sempre dirigido pela capacidade humana. O livro do Neil D. Lawrence, “Humano, Demasiado Humano (o que nos torna únicos na era da inteligência artificial) é um excelente contributo para este debate.

As consolidações continuarão quer ao nível da distribuição quer ao nível das seguradoras, principalmente se olharmos ao potencial que ainda existe à escala europeia. A nossa aposta na internacionalização e desenvolvimento do negócio através de MGA’s faz parte desse caminho.

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Como a alemã SAP destronou a Novo Nordisk no topo das empresas mais valiosas na Europa

A tecnológica alemã dispara mais de 40% no último ano, enquanto a farmacêutica tem vindo a desvalorizar em bolsa. Mudança na estratégia e boom da inteligência artificial suportam escalada da SAP.

A empresa de software SAP ultrapassou, esta segunda-feira, a farmacêutica Novo Nordisk e tornou-se a empresa mais valiosa do mercado europeu. Num momento em que a inteligência artificial (IA) continua em destaque, a tecnológica alemã atingiu um valor de mercado acima de 314 mil milhões de euros, superando a capitalização de cerca de 308 mil milhões da Novo Nordisk, que era até agora a empresa com maior valor de mercado na região. Expectativa é que os ganhos da SAP não fiquem por aqui.

As ações da SAP acumulam uma valorização de cerca de 8% este ano, prolongando o forte desempenho registado pela empresa nos últimos 12 meses. No acumulado do último ano, os títulos da gigante alemã disparam mais de 40%, elevando o valor de mercado da empresa.

SAP dispara mais de 40% no último ano

A SAP é a maior fabricante de software da Europa, fornecendo aplicações para empresas. Nos últimos anos, a empresa tem adaptado a sua estratégia, que antes era focada em modelos de software mais tradicionais, para passar a apostar na venda de licenças de software na cloud.

Além desta aposta estratégica, as ações têm ainda beneficiado com o otimismo de que o seu negócio na nuvem será um dos vencedores com o recente investimento em inteligência artificial generativa.

A SAP fechou o último ano com resultados robustos, contrariando o mau momento da economia alemã. A registou receitas de 34,18 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 10% face ao ano anterior.

Segundo a empresa, os resultados foram suportados pelo negócio de cloud da empresa, que faturou 17,14 mil milhões de euros, mais 25% que no exercício anterior.

Enquanto os negócios da SAP e as ações têm prosperado, a Novo Nordisk tem registado uma tendência contrária, com as ações a desvalorizarem. Só este ano, a farmacêutica, que destronou a LVMH como a cotada europeia mais valiosa em setembro de 2023, desce quase 18%, arrastada pelos maus resultados dos ensaios clínicos do seu medicamente para a perda de peso, Cagrisema.

Novo Nordisk em queda

Apesar do bom momento das tecnológicas europeias, as capitalizações bolsistas na Europa continuam muito longe dos valores de mercado das megacapitalizações dos EUA. Empresas como a Nvidia, Alphabet ou a Microsoft valem biliões de dólares.

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Mau Tempo. Ministro abre porta a ajudas estatais a produtores afetados

  • Lusa
  • 24 Março 2025

“Vamos analisar se é necessário também auxílios de Estado”, disse José Manuel Fernandes, acrescentando que poderão ser apoiados agricultores elegíveis que registem perdas acima de 30% nas explorações.

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, deixou esta segunda-feira, em Bruxelas, em aberto a possibilidade de haver ajudas de Estado a agricultores prejudicados pela tempestade Martinho.

O levantamento dos estragos provocados na agricultura pela tempestade Marinho está a decorrer, lembrou José Manuel Fernandes, em declarações aos jornalistas. “Vamos analisar se é necessário também auxílios de Estado”, acrescentando que poderão ser apoiados agricultores elegíveis que registem perdas acima de 30% nas suas explorações.

O ministro recomendou aos agricultores que façam seguros das produções: “Precisamos de seguros, Portugal tem uma falha no que respeita aos seguros”, referiu o ministro, em declarações à margem à base da reunião com os seus homólogos da União Europeia (UE).

Entre quarta-feira e domingo, as autoridades de proteção civil registaram mais de nove mil ocorrências em Portugal devido à tempestade Martinho.

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Centeno diz que portugueses estão “mais capazes de responder aos desafios”

  • Lusa
  • 24 Março 2025

"Não tenho dúvida de que, através da aprendizagem, nós podemos dar resposta a esses desafios, encontrar soluções e seguir adiante”, afirmou Mário Centeno, na escola secundária da Lagoa.

O governador do Banco de Portugal destacou esta segunda-feira o trajeto da economia portuguesa e defendeu que os portugueses estão “mais capazes de responder aos desafios” atuais como a instabilidade política ou as tarifas da administração norte-americana.

“Aquilo que leio nos desenvolvimentos que nos rodeiam é que os portugueses hoje estão mais capazes de responder aos desafios que se colocam. Eu não tenho dúvida de que, através da aprendizagem, nós podemos dar resposta a esses desafios, encontrar soluções e seguir adiante”, afirmou Mário Centeno.

O governador do Banco de Portugal falava à comunicação social após uma aula aberta na Escola Secundária da Lagoa, na ilha açoriana de São Miguel, quando questionado sobre a capacidade de a economia nacional enfrentar ciclos governativos mais curtos. Recorrendo ao contexto do evento, Centeno realçou que numa escola se deve “transmitir a mensagem de que através do ensino se consegue dar resposta a desafios maiores”.

“Temos sempre de nos preparar antes desses desafios apareceram. Aquilo que temos vivido nos últimos tempos, quer em Portugal, quer no mundo, são questionamentos diferentes daqueles que estávamos habituados a ter”, declarou. A propósito das tarifas anunciadas pela administração norte-americana de Donald Trump, Mário Centeno lembrou que a Europa e os Estados Unidos têm “um trajeto comum construído ao longo de muitos anos” assente na “integração da economia”.

“A resposta a mais um desafio – e esse desafio vindo de fora – deve ser a de olharmos para o futuro e vermos para além dos dias que vamos enfrentar”, sublinhou. O governador do Banco de Portugal, que foi ministro das Finanças (2015-2020), enalteceu o trajeto da economia portuguesa na última década, frisando que o país está a “criar emprego em setores que pagam acima da média e que requerem qualificações” aos profissionais.

“Os resultados estão a aparecer. O país tem beneficiado muito dos investimentos que temos feito nos últimos anos, na última década e meia, na educação”, reforçou. A aula aberta de Mário Centeno, que encheu o auditório da Escola Secundária da Lagoa, foi organizada âmbito do programa Vocações para o Futuro, destinado a alunos inseridos no programa Mediadores para o Sucesso Escolar.

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DPD Portugal regista receitas recorde de 112 milhões com ajuda de novo hub de Loures

Novo centro de Loures contribuiu para resultados positivos da empresa francesa, que prevê continuar a investir no reforço da infraestrutura logística e na modernização das operações no país.

A empresa de transporte DPD Portugal, que emprega mais de 1.400 pessoas no país, fechou o último ano com receitas recorde de 112 milhões de euros, o que representa um aumento de 12% face ao valor faturado em 2023. Um resultado para o qual contribuiu o novo hub de distribuição de encomendas inaugurado em Loures no ano passado, que resulta de um investimento de 30 milhões de euros. Para 2025 estão previstos novos investimentos, que incluem um novo armazém em Leiria.

“O último ano foi marcado por um crescimento sustentado da DPD Portugal, consolidando a nossa posição no mercado de transporte expresso“, adiantou Olivier Establet, CEO da DPD Portugal, em declarações ao ECO.

O líder da empresa, detida pelo grupo Geopost, realça que “este desempenho positivo deve-se, em grande parte, ao reforço da nossa infraestrutura logística, incluindo a operação do novo hub de triagem e centro de distribuição em Loures, a expansão da nossa rede Pickup com 2.000 lojas e lockers e ao crescimento contínuo dos segmentos de e-commerce, entregas out-of-home e serviços internacionais”.

A empresa francesa inaugurou, em junho passado, o novo centro que conta com uma área total de 12.000 metros quadrados, dos quais 3.100 metros quadrados de escritórios, e capacidade para processar 10.000 encomendas por hora.

Este desempenho positivo deve-se, em grande parte, ao reforço da nossa infraestrutura logística, incluindo a operação do novo hub de triagem e centro de distribuição em Loures, a expansão da nossa rede Pickup com 2.000 lojas e lockers e ao crescimento contínuo dos segmentos de e-commerce, entregas out-of-home e serviços internacionais.

Olivier Establet

CEO da DPD Portugal

“A entrada em funcionamento do novo hub de Loures representou um marco na nossa operação, permitindo reforçar a eficiência e rapidez na distribuição. Equipado com tecnologia de ponta e capacidade para processar até dez mil encomendas por hora, este centro logístico tem demonstrado um impacto muito positivo, traduzindo-se numa otimização dos tempos de entrega e numa maior capacidade de resposta em períodos de maior exigência, como a Black Friday e a época natalícia“, explica Olivier Establet.

O mesmo responsável nota que, “além de impulsionar a modernização da rede, esta infraestrutura veio fortalecer a qualidade e a fiabilidade do serviço prestado, garantindo operações mais ágeis e eficientes”. “Atualmente, o hub conta com cerca de 140 colaboradores em funções administrativas e 230 dedicados à triagem e distribuição de encomendas, num universo total de 1.400 profissionais da DPD Portugal”, acrescenta.

Em termos de investimentos futuros, o líder das operações no país adianta que “2025 será mais um ano de investimento para a DPD Portugal. Vamos continuar a apostar no reforço da nossa infraestrutura logística e na modernização das operações, por exemplo através da criação de um novo armazém em Leiria, que nos permitirá reforçar a atividade na região”.

“Além da expansão da rede de pontos Pickup com centenas de novas lojas e lockers e da eletrificação da frota, estamos a avaliar novos projetos para melhorar a capacidade de triagem e a eficiência dos nossos serviços. O nosso compromisso é continuar a inovar e a criar soluções que respondam às exigências e procura dos nossos clientes”, referiu o CEO da DPD Portugal.

2025 será mais um ano de investimento para a DPD Portugal. Vamos continuar a apostar no reforço da nossa infraestrutura logística e na modernização das operações, por exemplo através da criação de um novo armazém em Leiria, que nos permitirá reforçar a atividade na região.

Olivier Establet

CEO da DPD Portugal

Quanto aos planos para avançar com um novo centro logístico no Norte do país no prazo de dois a três anos, o responsável reforça que “o Norte do país continua a ser uma região estratégica para a DPD Portugal, e o projeto para um novo centro logístico mantém-se como uma prioridade no nosso plano de crescimento“.

Estamos a avaliar a melhor localização e os requisitos técnicos para esta infraestrutura, de forma a garantir que responde às necessidades futuras da nossa operação e dos nossos clientes. O objetivo continua a ser avançar com este investimento dentro do prazo que já tínhamos estimado, mas irá depender da oferta do mercado”, explicou.

Portugal é um “mercado prioritário”

Olivier Establet destaca ainda que Portugal é um mercado estratégico para o grupo. “A Geopost tem sabido confirmar a sua posição de liderança no negócio crossborder intra-Europa, que cresceu 6,7% em receitas face a 2023, com uma aceleração no segundo semestre do ano e as filiais ibéricas têm tido particular relevância ao contribuírem para o incremento das receitas no serviço internacional”, justifica.

Quanto à operação em Portugal, refere que o país “tem registado um crescimento sólido no setor da logística e do transporte expresso, impulsionado pela digitalização do consumo e pelo aumento das compras online, além de ter reforçado a sua liderança no mercado doméstico do B2B”.

Este dinamismo tem colocado o país entre os mercados de melhor desempenho dentro do Grupo Geopost, evidenciando a sua relevância estratégica e sendo um mercado prioritário no contexto europeu“, remata.

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Garrigues assessora bancos na IPO do Novo Banco

A sociedade de advogados Garrigues está a assessorar juridicamente os bancos selecionados para a entrada em bolsa do Novo Banco. A equipa está a ser liderada pela sócia, Marta Graça Rodrigues.

A sociedade de advogados Garrigues está a assessorar juridicamente os bancos selecionados para a entrada em bolsa do Novo Banco. A equipa está a ser liderada pela sócia, Marta Graça Rodrigues.

A advogada é sócia do Departamento Societário da Garrigues, onde exerce a sua atividade profissional nas áreas de societário, fusões e aquisições, mercado de capitais, corporate governance, private equity, regulação financeira e contratação mercantil. Conta com experiência em todo o tipo de operações societárias, nomeadamente operações envolvendo entidades reguladas, bem como no assessoramento recorrente de empresas, incluindo sociedades cotadas.

Tem sido reconhecida pela sua experiência nas áreas a que se dedica nos principais diretórios internacionais, incluindo a Chambers & Partners, Legal 500, IFLR1000 e Best Lawyers. Em 2021 e em 2022 foi incluída no IFLR1000 Women Leaders como uma das advogadas mais destacadas a trabalhar nas áreas de transações financeiras e societárias em Portugal.

Do lado do Novo Banco, está a a Linklaters. Oficialmente, o banco não comenta a contratação da Linklaters, mas a própria sociedade de advogados – cujo escritório em Portugal é liderado por Marcos Sousa Monteiro – confirmou ao ECO que está “a atuar pelo Novobanco no tema do IPO”.

O Novobanco escolheu seis instituições financeiras para organizar a oferta pública inicial (IPO): Bank of America, Deutsche Bank e JPMorgan – que foram os primeiros a ser escolhidos – e o BNP Paribas, a Jefferies e a Keefe, Bruyette & Woods (KBW). Um IPO do Novo Banco poderá ser a maior entrada em bolsa desde a EDP Renováveis em 2008 e gerar a sexta maior cotada do principal índice nacional, o PSI.

O cenário de um IPO do banco, detido a 75% pelo Lone Star (e com o restante capital detido pelo Estado português e o Fundo de Resolução), tem sido admitido pelo CEO, Mark Bourke, em vários momentos, ainda que não coloque de parte uma venda direta. Qualquer que seja o modelo escolhido, Bourke aponta que a operação pode ter lugar no segundo ou terceiro trimestre deste ano.

Em fevereiro, o BCP admitiu avaliar o processo. “Se o preço for um preço adequado, se criar valor para os acionistas e fizer sentido para a economia portuguesa, poderemos considerar”, admitiu Miguel Maya, embora tenha afastado o interesse em participar num eventual IPO. E antes, o presidente da Caixa, Paulo Macedo, afirmou que “todas as hipóteses” de compra de outro banco estavam em cima da mesa para preservar a sua liderança no mercado.

O governador do Banco de Portugal considera que a abertura do capital do quarto maior banco do mercado, através de um IPO, seria “um bom resultado para o funcionamento e a competitividade do setor bancário”. Mas o interesse da Caixa deixa reservas em Mário Centeno. “É uma decisão de negócio com consequências sistémicas que têm de ser analisadas”, disse.

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Lucros da Lisnave recuam 60% para 6,4 milhões em ano de atividade afetada por obras

  • Lusa
  • 24 Março 2025

Empresa justifica quebra com "indisponibilidade temporária de alguns equipamentos que beneficiaram de grandes obras de recuperação ou reconstrução” e "significativo arrefecimento do mercado".

A Lisnave, empresa de reparação de navios, teve um lucro de 6,4 milhões de euros em 2024, menos 60% que em 2023, num ano em que viu a sua atividade perturbada pelas obras internas.

Depois de ter tido o seu melhor ano de sempre em 2023, no exercício de 2024 a Lisnave — Estaleiros Navais, S.A. registou um abrandamento para valores mais em linha com a sua atividade regular“, refere a empresa em comunicado divulgado esta segunda-feira.

No documento, a empresa acrescenta que a atividade de 2024 foi marcada por uma “indisponibilidade temporária de alguns equipamentos que beneficiaram de grandes obras de recuperação ou reconstrução”, bem como por um “significativo arrefecimento do mercado”.

Em 2024, a Lisnave teve receitas de 128 milhões de euros, menos 26% que no ano anterior, enquanto os gastos com a atividade baixaram 21% para 118,3 milhões de euros.

A Lisnave terminou 2024 com um efetivo de 106 trabalhadores, menos 12 que um ano antes, com a empresa a explicar que “a maioria dos quais por ingresso na situação de reforma por velhice”. A média de idades dos trabalhadores da Lisnave é de 57 anos.

Para 2025, a empresa tem perspetivas “animadoras, apesar dos desafios persistentes”. “À medida que as obras de manutenção e requalificação das infraestruturas e equipamentos do estaleiro forem ficando concluídas, espera-se poder aumentar a atividade e poder diminuir as consultas canceladas por falta de capacidade”, aponta o conselho de administração da Lisnave.

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Mercado livre compensa na luz, mas não no gás. Conheça as ofertas mais baratas

O regulador da energia fez um levantamento das melhores ofertas no primeiro trimestre. Saiba quais são elas, da eletricidade ao gás, passando pelas duais.

Nos primeiros três meses do ano, as ofertas do mercado livre da eletricidade foram mais baratas do que a do mercado regulado, de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Os clientes com maiores consumos de eletricidade podem poupar até 224 euros no mercado liberalizado, face ao regulado. Já no caso do gás, o mercado regulado foi sempre a melhor oferta, independentemente do tipo de cliente.

“Os consumidores com consumos anuais mais elevados são os que conseguem poupar mais, em termos absolutos, se optarem pelo mercado liberalizado”, indica o regulador, no boletim que se debruça sobre o mercado da eletricidade. Um casal com quatro filhos (consumidor tipo 3), que consome anualmente 10.900 quilowatts-hora (kWh) e tem uma potência contratada de 13,8 quilovolt-ampere (kVA), “pode poupar 224 euros por ano no contrato de eletricidade (poupança de 9%)”.

Um casal sem filhos (consumidor do tipo 1), com consumo anual de eletricidade de 1.900 kWh e potência contratada de 3,45 kVA, “pode poupar 48 euros por ano (poupança de 11%)”. O perfil intermédio, correspondente a um casal com dois filhos, consegue poupar 117 euros se optar pelo mercado livre. Para os dois primeiros perfis registam-se 13 ofertas do mercado livre mais em conta do que a oferta do mercado regulado.

Conheça as ofertas mais baratas por tipo de comercializador

 

Regulado compensa no gás e nalgumas ofertas duais

No caso das ofertas duais, ou seja, que juntam eletricidade e gás natural, o benefício já não é tão linear. Para um casal sem filhos existem três ofertas no mercado livre que compensam mais que as do mercado regulado. Estes podem poupar 16 euros por ano, optando pelo liberalizado. Já um casal com quatro filhos tem uma oferta mais barata à sua disposição no mercado livre, que permite poupar 23 euros num ano. Já para um casal com dois filhos, se preferir uma oferta dual, não encontrará nenhuma alternativa mais vantajosa no mercado livre, face ao regulado.

no que toca o gás natural, “as poupanças no mercado liberalizado são nulas, não existindo qualquer oferta comercial mais competitiva do que o mercado regulado, para os três consumidores tipo“, conclui a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

 

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Apple desenvolve câmaras alimentadas por IA para os seus smartwatches

  • Lusa
  • 24 Março 2025

Os dispositivos baseiam-se na ideia de utilizar câmaras e microfones incorporados para suportar a IA e fornecer contexto sobre o ambiente do utilizador.

A Apple está a desenvolver câmaras alimentadas por inteligência artificial (IA) para adicionar aos seus smartwatches como medida para impulsionar o segmento no mercado dos wearables com IA.

De acordo com o jornalista da Bloomberg, Mark Gurman, citado pela Europress, a empresa norte-americana vai juntar-se à “avalanche” de acessórios eletrónicos com IA no mercado como os óculos inteligentes Ray-Ban fabricados pela Meta.

Mark recordou que estes dispositivos se baseiam na ideia de utilizar câmaras e microfones incorporados para suportar a IA e fornecer contexto sobre o ambiente do utilizador, algo que entrou no portefólio da empresa com o iPhone 16 no ano passado.

Com a funcionalidade de inteligência visual, ligada à interface de controlo da câmara, é possível aceder a um campo onde é possível tirar uma fotografia e analisá-la com o ChatGPT ou com o Google.

Também é possível resumir ou traduzir texto e identificar objetos, locais de utilização ou animais, como ressalvou Gurman, que reconheceu que esta é uma funcionalidade desconhecida por estar apenas disponível no referido modelo de smartphone, embora seja alargada a mais gerações com o lançamento do sistema operativo iOS 18.4, no próximo mês.

Para complementar estas funcionalidades, a Apple está a trabalhar em novos Apple Watches com câmaras, que permitirão ao dispositivo conhecer o contexto que rodeia os utilizadores e utilizar a inteligência artificial para lhes fornecer informações de interesse.

O jornalista, que afirmou que estes modelos deverão estar “a várias gerações de distância do mercado”, disse que a empresa está a considerar adicionar estas lentes tanto aos relógios normais como aos modelos mais avançados.

Gurman acrescentou que, para suportar a inteligência visual nos seus relógios, a empresa terá de melhorar a sua no campo IA e espera-se que alcance os resultados esperados em 2027, altura em que também se espera que sejam lançados os fones sem fios AirPods com câmara integrada.

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