Turismo desacelera em maio no número de hóspedes e dormidas

  • Lusa
  • 14 Julho 2022

Depois de ter registado em abril melhores números do que no período pré-pandemia, o turismo voltou a números abaixo dos de 2019 em maio, segundo o INE.

O alojamento turístico registou 2,5 milhões de hóspedes e 6,5 milhões de dormidas em maio, correspondendo a aumentos homólogos de 162,1% e 221,8%, respetivamente, mas ficando abaixo dos níveis de 2019, divulgou o INE esta quinta-feira.

Segundo as estatísticas da atividade turística do Instituto Nacional de Estatística (INE), os aumentos registados em maio comparam com a subida de 426,4% nos hóspedes e de 552,1% nas dormidas obtidas em abril, ficando 3,2% e 0,7%, respetivamente, abaixo de maio de 2019, antes da pandemia.

No mês de abril, o total de hóspedes e de dormidas tinha ficado, primeira vez desde o início da pandemia, acima do período homólogo pré-Covid-19.

Em maio, o mercado interno contribuiu com 1,8 milhões de dormidas (mais 47,7% do que no mesmo mês do ano passado) e os mercados externos predominaram, com 4,7 milhões de dormidas e um aumento de 489,5%.

“Comparando com maio de 2019, as dormidas de residentes aumentaram 11,6%, mas as de não residentes diminuíram 4,7%”, detalha o INE.

Os dados da atividade turística em maio apontam para “aumentos expressivos” das dormidas em todas as regiões do país, com o Algarve a concentrar 28,6% das dormidas, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (26,3%), o Norte (16,4%) e a Região Autónoma da Madeira (12,1%).

Comparando com maio de 2019, registaram-se aumentos na Madeira (+18,8%), Norte (+6,5%) e Alentejo (+1,2%), tendo o maior decréscimo sido observado no Centro (-7,4%).

“Relativamente às dormidas de residentes, registaram-se aumentos em todas as regiões, destacando-se a RA Madeira (+66,2%), Norte (+14,2%) e Alentejo (+10,0%)”, refere o INE, acrescentando que as dormidas de não residentes aumentaram na RA Madeira (+12,6%) e no Norte (+2,4%), enquanto as maiores diminuições ocorreram no Centro (-23,1%) e Alentejo (-11,1%).

A análise por municípios revela, por seu lado, que Lisboa registou 1,3 milhões de dormidas (19,5% do total do país). Na comparação com maio de 2019, as dormidas diminuíram 4,6% (+3,3% nos residentes e -5,9% nos não residentes).

O município de Albufeira concentrou 11,4% do total de dormidas, atingindo 743,9 mil, o que representa uma redução de 11,6% face a maio de 2019 (-5,9% nos residentes e -12,6% nos não residentes).

No Funchal e no Porto, as 524,1 mil e 452,4 mil dormidas registadas em maio, respetivamente, traduzem acréscimos de, pela mesma ordem, 16,5% e 1,6% face ao mesmo mês de 2019.

No conjunto dos primeiros cinco meses de 2022, as dormidas aumentaram 355,2% (+128,5% nos residentes e +775,8% nos não residentes), mas continuam abaixo (-9,0%) dos níveis do mesmo período de 2019, como consequência da diminuição dos não residentes (-14,4%), já que as dormidas de residentes aumentaram 4,9%.

No mesmo período, e considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 9,1 milhões de hóspedes e 23,1 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 282,9% e 320,6%, respetivamente.

Segundo o INE, em maio os proveitos totais do setor do alojamento turístico aumentaram 264,3%, para 456,1 milhões de euros, e os proveitos de aposento atingiram 338,4 milhões de euros, crescendo 275,1%. Comparando com maio de 2019, registaram-se aumentos de 11,8% e 11,9%, respetivamente.

Já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 56,5 euros em maio e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 96,1 euros. Em relação a maio de 2019, o RevPAR aumentou 8,0% e o ADR cresceu 9,4%.

A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (48,1%) aumentou 27,5 pontos percentuais em maio (+34,7 pontos percentuais em abril), ficando abaixo dos 50,1% observados em maio de 2019.

As taxas líquidas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (68,0%) e na AM Lisboa (59,2%), correspondendo também aos maiores acréscimos neste indicador (+43,6 pontos percentuais e +39,2 pontos percentuais, respetivamente).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Detenções e condenações de incendiários estão a aumentar

  • Lusa
  • 14 Julho 2022

Graças ao desenvolvimento das capacidades técnicas da PJ e da GNR, existem atualmente mais detenções e condenações em tribunal de incendiários, disse esta quinta-feira o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro defendeu esta quinta-feira que os agentes da Polícia Judiciária (PJ) e a Guarda Nacional República (GNR) desenvolveram as suas capacidades técnicas, permitindo que atualmente existam mais detenções e condenações em tribunal de incendiários.

Esta posição foi transmitida por António Costa em declarações aos jornalistas no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), após ter sido interrogado pelos jornalistas se o Governo pondera aumentar as penas para os incendiários.

De acordo com o líder do Executivo, quer a Polícia Judiciária, quer a GNR “têm desenvolvido uma capacidade técnica de deteção das origens dos incêndios, de recolha e de consolidação de prova”. “Ao longo dos últimos anos, isso tem permitido haver não só um maior número de detenções, como também, inclusivamente, um maior número de condenações, porque a prova chega a tribunal suficientemente sólida para determinar as condenações”, sustentou.

Perante os jornalistas, o primeiro-ministro referiu depois que, no final de 2017, foi criado um mecanismo na lei “que está agora a ser utilizado e que passa pela possibilidade de os tribunais aplicarem medidas de detenção domiciliária preventiva a pessoas que foram condenadas de forma recorrente por incêndio, ou que se sabe que têm uma propensão”.

“Nessas circunstâncias, independentemente de terem praticado um ato concreto, de forma preventiva e como medida de segurança, pode ser aplicado a esse cidadão uma medida de contenção domiciliária, sujeito a pulseira eletrónica, de forma a garantir que fica em casa e que é possível rastrear os seus movimentos”, justificou. De acordo com António Costa, “trata-se de uma medida acrescida, para além das medidas típicas do processo penal”.

“Em princípio, só há medidas de coação quando há um processo-crime. Neste caso, a lei permite a aplicação de medidas restritivas da liberdade de circulação mesmo quando não há um processo-crime, porque se conhece pela personalidade de determinantes agentes, pelo seu percurso histórico, que devem ser adotadas medidas de segurança preventivas nestes períodos de maior risco de incêndio”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Football Leaks: Inspetor da PJ diz que não foram “afinadas estratégias” com procuradora

O inspetor da Polícia Judiciária, Hugo Monteiro, sublinhou à juíza que não foram "afinadas estratégias" com a procuradora, mas antes prestados esclarecimentos técnicos.

O julgamento do hacker Rui Pinto no âmbito do processo Football Leaks retomou esta quinta-feira, dia 14 de julho, para mais uma sessão. Os inspetores da Polícia Judiciária, Hugo Monteiro e José Amador, marcaram presença. O primeiro a depor foi o inspetor da PJ Hugo Monteiro que sublinhou à juíza que não foram “afinadas estratégias” com a procuradora, mas antes prestados esclarecimentos técnicos.

“Foram prestados esclarecimentos técnicos que tinham a ver com provas do inquérito. A minha participação na reunião foi muito breve e fui dispensado muito cedo“, explicou o inspetor. Em causa está a explicação sobre o que se passou na reunião, divulgada na sessão de julgamento de 22 de abril pela inspetora Aida Freitas, entre a procuradora e os inspetores da PJ. Segundo Aida Freitas, no email de convocatória para essa reunião, José Amador invocava que o objetivo era “afinar a estratégia de inquirição” entre os vários inspetores.

Nesta sessão de julgamento, Hugo Monteiro adiantou que chegou atrasado à reunião, não teve “participação ativa” e saiu mais cedo, uma vez que o inspetor Rogério Bravo lhe disse que a sua presença não era necessária. O inspetor da PJ acrescentou ainda que não foi abordado, na sua presença, o tema do encontro na estação de serviço na A5 entre Doyen e Aníbal Pinto.

Sobre o relatório do encontro na estação de serviço na A5, Aida Freitas chegou a referir em tribunal, nas sessões anteriores, que quem elaborou o relatório foi o inspetor José Amador. Este encontro foi marcado para negociar o valor monetário que Doyen pagaria em troca da não divulgação dos documentos que Rui Pinto teria na sua posse.

O inspetor Hugo Freitas, que inicialmente tinha admitido ser o autor do relatório, já tinha esclarecido numa outra sessão que quando falou em “elaborar” falava do “conteúdo” e quem escreve o mesmo pode ser qualquer um dos elementos que participam na operação. Segundo o inspetor, o conteúdo foi “relatado” por ele, “mas quem escreveu no computador, pode até ser um estagiário”. Ainda assim, admitiu que foi o José Amador que o redigiu.

O segundo inspetor da PJ, José Amador, a ser ouvido na sessão desta quinta-feira voltou a negar qualquer tipo de coordenação com procuradora. Segundo o inquirido, foi a procuradora que solicitou a reunião para esclarecer “dúvidas técnicas”. “Não há aqui nenhuma estratégia. Há uma reunião com partes intervenientes no inquérito que pretendem ver esclarecidas dúvidas. Não queria afinar nada”, acrescentou.

Face às declarações, a defesa de Aníbal Pinto pediu ao tribunal que fossem extraídas certidões para investigar a atuação dos dois inspetores. Os juízes aceitaram o pedido e cabe agora ao Ministério Público decidir se existem ou não indícios suficientes para abrir um inquérito aos inspetores.

Rui Pinto responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

Entre os visados estão Jorge Jesus, Bruno de Carvalho, o então diretor do DCIAP Amadeu Guerra ou o advogado José Miguel Júdice, João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa.

Em janeiro, o julgamento foi interrompido uma vez que a juíza Margarida Alves pediu à PJ que Rui Pinto fosse as instalações consultar a prova do apenso F e e disco rígido RP3, que contém alguns dos mails pirateados pelo próprio.

O arguido Rui Pinto pediu o acesso aos mails que terá pirateado por considerar “indispensável para se poder defender em tribunal”. Os e-mails que alegadamente roubou encontram-se no chamado apenso F — uma parte do processo do caso Football Leaks onde a PJ guardou as caixas de correio eletrónico integrais encontradas nos discos apreendidos e que pertencem a responsáveis de clubes de futebol, a alguns dos mais importantes escritórios de advogados portugueses, como a PLMJ, aos advogados ex-PLMJ (João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa), a magistrados do Ministério Público, como Amadeu Guerra (à data diretor do DCIAP) ou a pessoas ligadas ao universo Isabel dos Santos.

O objetivo do pedido de cópia do apenso, alegou a defesa de Pinto, seria o de “analisar os ficheiros informáticos constantes no Apenso F, exclusivamente, do ponto de vista técnico, através de pesquisa forense, procedendo à análise de metadados e estruturas de dados, com recurso a ferramentas forenses que lhe permitam ter um conhecimento diferenciado da prova.”

“Todos os elementos acedidos ilicitamente por Rui Pinto, que constam do apenso F, apenas podem ser relevantes para a defesa se forem para a acusação, pelo que o arguido não precisa de ir procurá-los, o Ministério Público já o fez e disponibilizou-os aos sujeitos processuais. Permitir ao arguido que consulte e armazene tudo o que obteve ilicitamente e que, por isso, se encontra a ser julgado, apenas com base no jargão intimidatório de ser necessário à defesa é grave e inadmissível, além de ridículo”, alegaram os assistentes, no pedido de recurso que fizeram para a Relação.

A Relação veio decidir que “em caso algum serão entregues as duas pen drives que constituem o apenso F ao arguido para que este pura e simplesmente as consulte”, dizem os desembargadores, no recurso a que o ECO/Advocatus teve acesso, à data. Mas aceita que Rui Pinto tenha acesso aos ditos e-mails, mas nas instalações da PJ, sob a supervisão da mesma. “A cópia do apenso F apenas é possível ser consultada pelo arguido e a sua defesa, não se permitindo que, realizada a consulta, a cópia fique na posse dos mesmos”, diz a decisão.

Para os assistentes e para o Ministério Público, o facto de Rui Pinto ter acesso às caixas de correio eletrónico — que no fundo é a razão pela qual está a ser julgado — seria uma duplicação do crime e de penalização das vítimas. Além dos assistentes no processo, também o Ministério Público se opôs à entrega do apenso com e-mails a Rui Pinto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Imposto espanhol aos lucros extraordinários deve abranger Galp

  • Capital Verde
  • 14 Julho 2022

Além da Endesa, Iberdrola, Naturgy, Repsol e Cepsa, o Executivo espanhol está a analisar as contas de Galp, BP, Acciona, Axpo, Fenie, Fortia, Meroil, Disa e Saras, entre outros.

O imposto espanhol sobre os lucros extraordinários da banca e do setor da energia deverá visar 16 energéticas, entre elas, a Galp.

De acordo com uma notícia avançada esta quinta-feira pelo espanhol Expansion, a petrolífera portuguesa surge entre as 15 empresas que poderão ser visadas por este imposto que pretende arrecadar até sete mil milhões de euros para financiar medidas de combate à inflação, como passes gratuitos para os comboios.

Além da Endesa, Iberdrola, Naturgy, Repsol e Cepsa, o Executivo espanhol está a analisar as contas de Galp, BP, Acciona, Axpo, Fenie, Fortia, Meroil, Disa e Saras, entre outros, de acordo com o referido jornal.

A medida vai incidir sobre os lucros extraordinários de 2022 e de 2023 das “grandes entidades financeiras” e dos “grupos dominantes” do setor elétrico, do gás e do petróleo, anunciou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, durante o debate do Estado da Nação na passada terça-feira, 12 de julho.

Em cada um dos anos, o Estado espanhol conta obter dois mil milhões de euros junto das empresas energéticas e 1,5 mil milhões de euros sobre bancos e empresas financeiras, “que já estão a beneficiar da subida das taxas de juro”.

Sobre a aplicação desta medida em Portugal, o ministério da Economia afirmou, em declarações ao Eco/Capital Verde, que uma medida neste âmbito não está, para já, a ser equacionada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor a três meses também já está positiva

Está aí mais um sinal de aperto para as famílias: taxa Euribor a três meses também já regressou a valores positivos, sete anos depois e uma semana antes de o BCE começar a subir as taxas na Zona Euro.

A taxa Euribor a três meses — um dos principais indexantes nos empréstimos da casa — também já está em valores positivos, depois de sete anos a flutuar abaixo de zero, no último sinal de aperto das condições financeiras para as famílias com crédito à habitação. Atingiu os 0,02% esta terça-feira, mais 0,054 pontos do que na quarta-feira

Isto acontece pouco tempo depois de as Euribor com prazos a seis, a nove e a 12 meses também terem invertido para terreno positivo, refletindo as perspetivas de subidas das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), que se prepara para anunciar um aumento de 25 pontos base na próxima semana, na primeira subida em mais de uma década para travar a inflação.

Evolução da Euribor a três meses desde 2010

Fonte: Reuters

Em Portugal, mais de 90% dos empréstimos da casa têm taxa variável e são estes que estão sobretudo mais sensíveis às variações nas Euribor. O indexante a três meses é o segundo mais usado pelas famílias portuguesas (32% dentro do universo dos contratos com taxa variável) que continuam a preferir, ainda assim, a Euribor a seis meses na hora de pedir dinheiro ao banco para comprar habitação (41,6%).

A última vez que a Euribor a três meses registou um valor positivo foi a 20 de abril de 2015, quando foi fixada nos 0,001%, mas num contexto bem diferente do atual: na altura, o BCE tinha no terreno políticas acomodatícias para animar a procura e assim fazer subir inflação, agora é ao contrário. A taxa de inflação acelerou para 8,6% em junho.

Durante os últimos sete anos as famílias beneficiaram de condições inéditas de empréstimos baratos e aproveitaram as Euribor negativas para amortizar mais o crédito da casa junto dos bancos. Mas o cenário inverteu-se nos últimos meses e a tendência é de as taxas continuarem a subir nos próximos tempos.

Esta quinta-feira, a Euribor a 12 meses atingiu 0,952% e a Euribor a seis meses, depois de inverter para terreno positivo no mês passado, já vai nos 0,448%.

Como é que estas subidas chegam ao bolso das famílias? A prestação da casa está associada às Euribor, dependendo do prazo que escolher. Se a Euribor sobe, a prestação da casa também sobe. À semelhança dos meses anteriores, julho trouxe um novo agravamento dos encargos com habitação.

Fazendo as contas a um empréstimo de 150 mil euros, com o prazo de 30 anos e um spread de 1%, as famílias com créditos associados à Euribor a seis meses viram a prestação subir cerca de 10% no próximo mês, refletindo um agravamento de mais de 46 euros para cerca de 493 euros, segundo as simulações realizadas pelo ECO.

Mais penalizado saiu quem teve um empréstimo indexado à Euribor a 12 meses, que tem vindo a conquistar a preferência dos portugueses nos últimos anos. Neste caso, e assumindo os mesmos pressupostos do crédito de 150 mil euros, a prestação da casa agravou-se mais de 20%, com as famílias a pagarem mais 92 euros em relação à última revisão feita há um ano. A prestação mensal subirá assim para mais 542 euros.

Nos contratos com indexante a três meses, a revisão trouxe uma subida mais contida: a prestação da casa aumentou 3%, ou cerca de 13,80 euros, para 466 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gentiloni explica forte crescimento português com efeito “carry-over”

Forte crescimento de Portugal no primeiro trimestre do ano vai impulsionar desempenho anual. Para 2023, Comissão Europeia prevê abrandamento.

Nas novas previsões da Comissão Europeia, o crescimento de Portugal para 2022 foi revisto em alta, com o país a liderar o crescimento dos Estados-membros. O comissário com a pasta da Economia, Paolo Gentiloni, explica que este desempenho reflete em larga medida um efeito “carry-over“, devido a um primeiro trimestre forte.

Bruxelas vê o PIB português crescer 6,5% em 2022. Este “crescimento mais forte do que o esperado para Portugal é substancialmente baseado nos resultados do primeiro trimestre, que vai gerar um carry-over substancial para o resto do ano”, apontou Gentiloni, na conferência de imprensa para apresentar as previsões.

Portugal registou um crescimento de 2,6% em cadeia e de 11,9% em termos homólogos no primeiro trimestre do ano, o que foi “muito forte para Portugal”, apontou o Comissário europeu. Efeitos de base relacionados com a pandemia, bem como diferenças na forma como o aumento de preços se está a sentir em Portugal ajudaram a explicar o desempenho, segundo os economistas ouvidos pelo ECO.

O turismo foi também uma grande componente, que se vai manter ao longo do ano. “O que vemos é a reabertura de turismo internacional, sabemos que é importante para vários Estados-membros mas para Portugal em particular é extraordinariamente importante”, salientou Gentiloni.

O próprio ministro das Finanças português destacou este efeito, em antecipação das previsões europeias. Fernando Medina esperava já uma revisão em alta, com base no efeito “carry-over” de 2021 e do primeiro trimestre. “Isso tem a ver quer com o crescimento de 2021, quer com o crescimento do primeiro trimestre de 2022 e com aquilo que nós estimamos que possa acontecer ao longo do ano de 2022”, apontou aos jornalistas em Bruxelas.

A Comissão aponta que “depois de um início de ano forte, o crescimento de Portugal deverá moderar-se em termos trimestrais, mas manter-se significativo em termos anualizados”, no documento de Verão. Para 2023, no entanto, Bruxelas reviu em baixa as previsões, passando de 2,7% para 1,9%.

Já nas previsões da Primavera, a Comissão sinalizava que “os efeitos de carry-over podem ser particularmente fortes em tempos de subidas e quedas acentuadas”. “Dentro últimas duas décadas, a atividade económica caiu mais durante a Crise Financeira Global e quando a pandemia começou, mas o
diferentes tempos e dinâmicas das quedas e as recuperações subsequentes resultaram num equilíbrio diferente entre efeitos de carry-over e crescimento no ano”.

O carry-over é assim uma “herança” que acaba por ter impacto nos dados futuros, sendo que no caso da economia portuguesa foi um primeiro trimestre forte que vai impulsionar os resultados agregados do ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PRR

Governo e Banco de Fomento chamados ao Parlamento sobre fundos a empresa de Mário Ferreira

  • Lusa e ECO
  • 14 Julho 2022

Em causa estão os requerimentos do PSD, BE e PAN para audições do ministro da Economia e do Mar, do secretário de Estado do Planeamento e da presidente executiva do Banco Português de Fomento.

A comissão parlamentar de Economia aprovou esta quinta-feira as audições do ministro da Economia, do secretário de Estado do Planeamento e do Banco de Fomento, sobre a atribuição de fundos do PRR à Pluris Investment, de Mário Ferreira.

Em causa estão os requerimentos do PSD, do Bloco de Esquerda (BE) e do PAN, aprovados por unanimidade na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, para audições com caráter de urgência, com data a definir, do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, do secretário de Estado do Planeamento, Eduardo Pinheiro, e da presidente executiva do Banco Português de Fomento.

O Banco Português de Fomento, liderado por Beatriz Freitas, divulgou no final de junho a lista dos investimentos do Programa de Recapitalização Estratégica, criado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para apoiar empresas afetadas pela pandemia.

De um montante total de 76,7 milhões de euros, 40 milhões (52%) terão como destino a Pluris Investment, do empresário Mário Ferreira. Uma das empresas do grupo Pluris Investments, detida através da Mysticinvest Holding, é a Douroazul, que adquiriu o navio Atlântida aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo por cerca de 8,5 milhões de euros, tendo sido depois vendido, segundo o Diário Económico, por 17 milhões de euros.

Segundo informações divulgadas pela investigação Malta Files, Mário Ferreira terá utilizado empresas criadas naquele país para mediar a operação, com possíveis vantagens fiscais.

“É importante clarificar porque é que mais de metade da verba disponibilizada no apoio à capitalização de empresas afetadas pela pandemia é destinada a uma única empresa”, lê-se no requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do PSD.

Para o PSD, “importa ainda perceber e esclarecer quais os critérios usados para a atribuição dos 40 milhões de euros à empresa em questão, assim como que outras empresas concorreram ao apoio à capitalização, quais dessas empresas foram contempladas com apoios e com que verbas”.

Também o BE considerou que “as informações públicas sobre o passado e os negócios do empresário Mário Ferreira, sobretudo no que diz respeito à utilização de jurisdições com regimes fiscais claramente mais favoráveis, justificam, por si só, o escrutínio dos fundos agora atribuídos”.

“Por outro lado, importa aferir se as atividades do empresário Mário Ferreira se enquadram nas prioridades de desenvolvimento e diversificação da estrutura industrial portuguesa”, acrescentou o BE.

Por sua vez, o PAN afirmou, em comunicado, que “vai agora ouvir os esclarecimentos que venham a ser facultados”, e depois vai “considerar a necessidade de insistir numa posterior audição do ministro das Finanças, na Comissão de Orçamento e Finanças, enquanto membro do Governo com a tutela da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (organismo que representa o Estado no capital social do Banco ao abrigo dos respetivos estatutos)”.

No requerimento, o PAN referia também a necessidade de esclarecimentos quanto ao “défice de pessoal” no Banco Português de Fomento.

Mário Ferreira também é acionista do ECO.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Adiamento do novo aeroporto custa 6,8 mil milhões e 28 mil empregos estima CTP

Estudo da Confederação de Turismo de Portugal estima perda de 0,77% do PIB e 0,95% no emprego se Lisboa só tiver novo aeroporto em 2028.

O atraso na construção de uma nova infraestrutura aeroportuária representa uma perda potencial de riqueza de 6,8 mil milhões de euros até 2027 e menos 27,7 mil empregos, conclui o estudo “O custo da não decisão sobre a implementação do novo aeroporto de Lisboa”, da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e da EY.

Os números dizem respeito ao cenário considerado mais plausível: Portela+1 disponível em 2028 e existindo uma recuperação rápida da procura. O estudo estima ainda uma perda de receita fiscal de 1,9 mil milhões.

Se juntarmos ao valor acrescentado bruto não realizado os impostos não cobrados, o país pode perder cerca de 9 mil milhões de euros até 2027″, diz a CTP em comunicado. “As perdas económicas podem ascender a 0,77% do PIB e 0,95% do emprego nacional”, acrescenta.

O principal problema do Turismo chama-se novo aeroporto de Lisboa, que se arrasta há muitos anos. Podemos resolver todas as barreias e custos de contexto, mas se não houver infraestrutura para que os turistas nos possam visitar tudo fica comprometido”, afirmou Francisco Calheiros, presidente da Confederação de Turismo de Portugal. “É altura de dar um basta e tomar decisões”, sublinhou.

O estudo avaliou ainda um cenário extremo, em que a procura turística ultrapassa a registada em 2019 e o novo aeroporto só está pronto em 2034, daqui a 13 anos. Neste caso, o impacto estimado para a perda de riqueza acumulada é de 21,4 mil milhões de euros, menos 40 mil empregos anualmente e 6 mil milhões em receita fiscal perdida.

O exercício da CTP não avaliou alternativas de localização, mas Francisco Calheiros sublinhou que “o Montijo é de longe a solução mais rápida. É a que se assemelha à solução rápida do estudo [novo aeroporto em 2028]”. “Portela mais Montijo é perto de 60 milhões de turistas, que é equivalente ao aeroporto de Madrid”, acrescentou.

No final de junho, o ministro das Infraestruturas anunciou uma nova solução para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa que previa a construção de um aeroporto na atual Base Aérea n.º 6 do Montijo até 2026 e outro no Campo de Tiro de Alcochete, para entrar em funcionamento em 2035, que a prazo substituiria os outros dois.

O despacho que consubstanciava o plano foi, no entanto, revogado pelo primeiro-ministro, por a solução não ter sido consensualizada com a oposição, em particular o PSD, e sem a devida informação prévia ao senhor Presidente da República. A revogação quase levou à demissão do ministro das Infraestruturas, que acabou por manter-se no cargo após uma reunião em São Bento com António Costa.

O presidente da CTP revelou que o ministro lhe apresentou o seu plano no dia anterior a ter sido tornado público. “O que o ministro quis dizer foi que para já vamos ter Montijo. Para não estarmos mais 53 anos a decidir mais um futuro aeroporto, quando Portela mais Montijo se esgotar temos a alternativa do Alcochete”. A Confederação aplaudiu o plano e Francisco Calheiros diz que o voltaria a fazer, porque o importante é haver uma decisão.

Enquanto não há um novo aeroporto na região de Lisboa, deveria ser melhorada a eficiência do atual, ainda que a capacidade não vá aumentar. “Há obras na Portela que deveriam estar a ser feitas, mas aparentemente há um diferendo entre o Governo e a concessionária“.

Pedro Nuno Santos esteve esta quarta-feira no Parlamento, onde afirmou que Portugal é o terceiro país da União Europeia que mais está a recuperar em número de voos face a 2019 e que o Humberto Delgado está de novo saturado. O aeroporto de Lisboa tem uma capacidade declarada na Eurocontrol de 28 milhões. “Em 2019 atingimos os 31 milhões. Em 2022 na primeira semana de julho ficámos a 98% dos movimentos de 2019. Já está saturado para lá da sua capacidade declarada”, afirmou o ministro das Infraestruturas.

O ministro apelou também a um consenso o mais alargado possível para a nova solução de reforço da capacidade aeroportuária em Lisboa, apelando em particular ao PSD, sublinhando que “desde 1969 já foram estudadas mais de 17 localizações para um novo aeroporto, mas o país foi incapaz de decidir sobre a sua localização e iniciar a construção”.

“O consenso tem de imperar”, afirmou também Francisco Calheiros. “Com todas as pessoas com quem falei não ouvi ninguém que não achasse que é preciso tomar uma decisão“. O presidente da CTP já apresentou o estudo ao Presidente da República, ao Governo e ao PSD.

Durante a conferência de imprensa, um ecrã de televisão mostrava a evolução ao segundo do custo de uma não decisão. Ao fim de cerca de 50 minutos o valor já ia em 120 mil euros.

(notícia atualizada com mais informação às 11h50)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Escassez de mão de obra no sul da Europa ameaça “boom” da construção

Portugal, Espanha, Itália e Grécia, a braços com uma força laboral que não é suficiente para satisfazer as necessidades do setor, podem assistir a atrasos ou mesmo cancelamentos de obras.

Depois de um período de abrandamento, devido à pandemia da Covid-19, o setor da construção está, novamente, a dar sinais de crescimento. Mas em Portugal, Espanha, Grécia e Itália, a braços com uma força de trabalho diminuta, poderá haver atrasos e até cancelamentos de grandes projetos de construção.

Em Itália, Angelica Donati, CEO do Donati Immobiliare Group, mostra-se expectante com o lançamento dos fundos de reestruturação do Coronavírus da União Europeia para o financiamento de infraestruturas. Contudo, a escassez de mão de obra está a ameaçar o boom. E Itália não é a única nação a braços com uma força laboral diminuta. Portugal, Espanha, Grécia enfrentam o mesmo desafio de escassez de profissionais.

“É realmente difícil encontrar mão de obra e os preços enlouqueceram. Há tanta concorrência. As empresas estão a captar trabalhadores de umas para as outras”, afirma Angelica Donati, citada pelo Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Preocupados com a falta de profissionais na Europa do sul que satisfaçam as necessidades do setor, e com a consequente pressão salarial, os consultores acreditam que as pressões no mercado de trabalho podem comprometer a eficácia do apoio da União Europeia para as infraestruturas.

“Os projetos de infraestruturas financiados pela UE, que têm um prazo específico para a sua conclusão, enfrentarão grandes desafios“, alerta Giorgos Stasinos, presidente da Technical Chamber of Greece, o corpo consultivo de engenharia do governo federal.

Os salários mais altos, exigidos por profissionais em funções especializadas, como é o caso dos soldadores, serão, provavelmente, um “fardo” para muitas iniciativas, continua o responsável. “Com o aumento dos salários, os orçamentos também terão de ser aumentados, a fim de completar os projetos a tempo”, explica Stasinos.

Em Portugal, a produção na construção aumentou 2% em maio, comparativamente ao mês homólogo, abrandando face à variação positiva de 3,7% registada em abril, segundo os mais recentes dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A desaceleração de 1,7 pontos percentuais de abril para maio no crescimento do Índice de Produção na Construção explica-se pelo abrandamento registado nos segmentos de construção de edifícios e de obras de engenharia civil.

No que toca aos índices de emprego e remunerações, estes cresceram 2,3% e de 6,5%, respetivamente, face a 2,6% e 8,7%, em abril.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministério da Agricultura aprova ajuda de 24,3 milhões a agricultores

  • Lusa
  • 14 Julho 2022

Dos 24,3 milhões de euros aprovados, a maior fatia, de 13,5 milhões, destina-se ao setor do leite de vaca, seguido pelo da carne de suíno e das aves de capoeira.

A atribuição de um apoio de 24,3 milhões de euros aos produtores de leite de vaca, aves de capoeira e carne de suíno, afetados pela guerra na Ucrânia, foi publicada esta quinta-feira em portaria do Ministério da Agricultura. A ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, no preâmbulo do diploma, justifica a escolha dos setores das aves de capoeira, da carne de suíno e do leite de vaca por revelarem efeitos económicos negativos significativos, designadamente resultantes do aumento dos custos de produção no primeiro trimestre deste ano.

Segundo a ministra, a decisão de aplicação do apoio a estes setores foi efetuada a partir de uma avaliação de impacto da invasão da Ucrânia, tendo em conta o peso relativo dos fatores de produção mais relevantes nos custos totais de cada atividade, na avaliação da capacidade de ajustamento em resultado dos ciclos produtivos dos setores, bem como a relevância dos custos dos fatores de produção cujo preço mais aumentou desde o início da invasão da Ucrânia, nomeadamente a alimentação animal, a energia e os fertilizantes.

Dos 24,3 milhões de euros aprovados, a maior fatia, de 13,5 milhões de euros, destina-se ao setor do leite de vaca, seguido pelo da carne de suíno, com 6,4 milhões de euros, e o das aves de capoeira, com 4,4 milhões de euros.

O pagamento do apoio vai ser efetuado pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), por transferência bancária, até 30 de setembro.

A ministra justifica ainda que, nesta decisão, teve em consideração os instrumentos atualmente existentes e os previstos para o futuro próximo noutros âmbitos, como o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER), e ainda os apoios que estão a ser aplicados nos Estados-membros geograficamente mais próximos e que competem nos mesmos mercados que Portugal.

“Com efeito, com o presente apoio pretende-se promover a sustentabilidade económica da produção agrícola, a manutenção da sua atividade e a capacidade de abastecimento do mercado”, acrescenta Maria do Céu Antunes.

Este apoio aos agricultores portugueses integra um pacote de ajudas aprovado em março pela Comissão Europeia, de 500 milhões de euros, para “apoiar os produtores mais afetados pelas graves consequências da guerra na Ucrânia”.

No dia em que anunciou medidas para reforçar a segurança alimentar global e apoiar os agricultores e consumidores da UE, Bruxelas explicou ainda que, no âmbito deste pacote de 500 milhões de euros, “os Estados-membros podem fornecer apoio financeiro adicional” aos agricultores para contribuir para a segurança alimentar global ou para fazer face a perturbações do mercado devido ao aumento dos custos dos fatores de produção ou restrições comerciais.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UE pode ter de levantar sanções a alguns cidadãos russos

  • ECO
  • 14 Julho 2022

Advogados receiam que algumas sanções não estejam devidamente fundamentadas do ponto de vista jurídico, podendo ter de ser levantadas, avança a Bloomberg.

A União Europeia estará a estudar o levantamento de sanções impostas a alguns cidadãos russos, por receio de não estarem devidamente justificadas do ponto de vista jurídico. A notícia é avançada pela Bloomberg, que refere que estão em causa 30 pessoas alegadamente associadas à invasão da Rússia à Ucrânia.

A guerra já matou pelo menos 349 crianças desde que a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro, de acordo com dados oficiais recolhidos até quarta-feira. “Mais de mil crianças foram afetadas na Ucrânia como resultado de uma agressão armada em larga escala por parte da Federação Russa”, publicou a Procuradoria-Geral ucraniana na plataforma Telegram.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sofia Tenreiro é agora partner na Deloitte

A antiga administradora da Galp assume a liderança do setor de energy, resources & industrials, a nível nacional e internacional da consultora.

Sofia Tenreiro, partner da Deloitte

Sofia Tenreiro é, desde 1 de junho, partner da Deloitte anunciou a consultora. A antiga administradora da Galp assume a liderança do setor de energy, resources & industrials, a nível nacional e internacional, reforçando “as grandes apostas da organização em matérias de sustentabilidade, inovação e transformação digital.”

Com 25 anos de experiência, Sofia Tenreiro integrou em 2019 a Galp, empresa da qual ocupou o cargo de executive board member (COO Comercial), tendo liderado a transformação de negócio e a transição energética da multinacional. Teve ainda sob a sua responsabilidade a aceleração da transição digital e o negócio B2C e B2B da companhia.

Em 2016 assumiu a direção da Câmara do Comércio Americana em Portugal (Amcham), cargo que ocupou durante três anos, tendo-se mantido na direção.

Licenciada em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, tendo recentemente, concluído na Harvard Business School o curso Advanced Management Program, Sofia Tenreiro iniciou a sua carreira na Procter & Gamble — em marketing B2C, em Portugal, Espanha e, em funções estratégicas europeias em Genebra — e, depois, na L’Oréal Espanha.

No regresso a Portugal a profissional criou o departamento de marketing estratégico da Optimus, liderou a transformação comercial e de marketing no jornal Público, tendo mais tarde integrado a administração da Microsoft como responsável pelo negócio do canal de retalho, e, mais tarde, pelos negócios em todos os canais de consumo e PME. Foi diretora-geral da Cisco Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.