Trump avisa que gostaria de encurtar o prazo para novos acordos comerciais

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou que gostaria de encurtar o prazo de 9 de julho dado aos outros parceiros comerciais para chegarem a novos acordos.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou esta sexta-feira que gostaria de encurtar o prazo de 9 de julho dado aos outros parceiros comerciais para chegarem a novos acordos.

“Podemos fazer o que quisermos. Podemos prolongá-lo, podemos encurtá-lo. Eu gostaria de o encurtar. Gostaria de enviar cartas a toda a gente: “Parabéns! Vão pagar 25%“, afirmou num evento na Casa Branca.

A China e o Reino Unido são os únicos dois acordos que já foram acordados.

Estamos a entender-nos com os países, mas alguns vão ficar desapontados porque vão ter de pagar“, acrescentou o líder republicano, que na véspera já tinha deixado escapar que não iria fechar acordos com todos.

A Presidência norte-americana já tinha afirmado na quinta-feira que não considerava “crítica” a data de 9 de julho inicialmente fixada pelo Presidente para negociar novos acordos comerciais com os seus parceiros e evitar assim a aplicação das suas mal chamadas “tarifas recíprocas”.

“O prazo não é crítico. O Presidente pode simplesmente oferecer um acordo a esses países se eles se recusarem a fazer um acordo connosco antes do prazo, e isso significa que o Presidente pode escolher uma taxa tarifária recíproca que considere vantajosa para os Estados Unidos”, afirmou a porta-voz da administração, Karoline Leavitt, numa conferência de imprensa.

Quanto ao progresso das negociações comerciais, Leavitt tinha adiantado que o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, “está a trabalhar arduamente e tem tido discussões muito boas e produtivas” com vários dos principais parceiros comerciais de Washington.

Questionada na quinta-feira por um jornalista sobre o que irá acontecer depois de 9 de julho com a suspensão das tarifas, a porta-voz da Casa Branca respondeu que “essa é uma decisão que cabe ao Presidente tomar”.

Desde que regressou ao poder, a 20 de janeiro, Trump fez aprovar taxas globais que depois suspendeu parcialmente para dar tempo aos outros países de negociarem novos pactos comerciais com Washington.

Em 2 de abril, Trump anunciou as chamadas “tarifas recíprocas”, taxas de importação que variam entre 11% e 50% sobre dezenas de países com os quais os Estados Unidos têm défices comerciais.

Contudo, depois de os mercados financeiros se terem afundado com o receio de uma perturbação maciça do comércio mundial, Trump suspendeu as taxas durante 90 dias para dar aos países a oportunidade de negociar reduções nas suas barreiras às exportações dos EUA.

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Trump rompe negociações comerciais com o Canadá devido a nova taxa sobre as tecnológicas

O Presidente sublinhou ainda que os canadianos estão a "copiar" a União Europeia e avançou que nos próximos sete dias informará o Canadá da tarifa que terá de 'pagar' para fazer negócios com os EUA.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta sexta-feira que pôs “termo” a todas as negociações comerciais com o Canadá, depois de aquele país ter anunciado a aplicação de um “imposto sobre serviços digitais” às empresas de tecnologia norte-americanas.

Na rede social Truth Social, o chefe de Estado norte-americano avançou também que nos próximos sete dias informará o Canadá da tarifa que terá de ‘pagar’ para fazer negócio com os EUA.

“Acabámos de ser informados de que o Canadá, um país com o qual é muito difícil fazer comércio, incluindo o facto de ter cobrado aos nossos agricultores, durante anos, tarifas de 400% sobre os produtos lácteos, acaba de anunciar que vai aplicar um imposto sobre os serviços digitais às nossas empresas tecnológicas americanas, o que constitui um ataque direto e flagrante ao nosso país“, escreveu Trump na rede social.

O líder americano sublinhou também que os canadianos estão a “copiar” a União Europeia, pelo que prometeu castigar o Canadá com novas tarifas, a anunciar na próxima semana.

Em causa está uma taxa de 3% sobre as receitas obtidas a partir de utilizadores no país, acima de 20 milhões de dólares canadianos obtidos durante o ano civil. A primeira ‘fatura’ vence já na próxima segunda-feira, com retroativos a 2022.

“Com base neste imposto flagrante, vamos pôr termo a todas as discussões sobre comércio com o Canadá, com efeitos imediatos. Informaremos o Canadá da tarifa que irá pagar para fazer negócios com os Estados Unidos da América nos próximos sete dias”, refere.

A taxa sobre os serviços digitais é uma forma de os países tributarem os serviços online, arrecadando assim receitas de grandes empresas que operam na internet. A taxa do Canadá afeta diretamente empresas com a Meta, Apple, Google, Amazon e Microsoft, todas elas com origem e sede nos EUA.

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Caixa emprestou 500 milhões para habitação só em maio. Paulo Macedo vê “paradoxo” no mercado

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD) identifica "paradoxo" no mercado da habitação, com a oferta a ser escassa, mas a procura por crédito à habitação a apresentar crescimentos significativos.

A Caixa Geral de Depósitos concedeu 500 milhões de euros de crédito à habitação em maio, indicou o presidente da comissão executiva, Paulo Macedo, considerando haver um “paradoxo” ao nível do setor, marcado pela “escassez de oferta”.

“Temos, por um lado, uma escassez de oferta de habitação e, por outro lado, um crédito de habitação muito significativo em termos de crescimento”, disse, explicando que a oferta de casas a valores mais baixos foi “bastante afetada”, mas a construção de habitação premium cresceu.

Paulo Macedo falava na abertura da sessão ‘Encontros Fora da Caixa’, no Funchal, subordinada ao tema ‘Madeira: Perspetivas do Próximo Ciclo Político e Económico’, na qual confirmou que o banco concedeu sozinho 500 milhões de crédito à habitação no mês passado.

O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD) destacou a diminuição das taxas de juro, a subida dos salários acima da inflação e “alguma diminuição” do IRS como fatores que dão “mais algum poder de compra” às pessoas, bem como “mais capacidade de endividamento”.

O responsável alertou, no entanto, para o impacto económico das tarifas propostas pelos Estados Unidos e da alocação de mais investimento para Defesa no quadro da NATO.

“Neste momento, a Europa toda está convencida que tem de investir — não é só uma obrigação se vai investir os 5% ou não –, mas está convencida que tem de fazer uma alocação no investimento em Defesa sem precedentes”, argumentou, considerando que esta problemática associada ao aumento das tarifas comerciais vai tornar o crescimento mundial mais lento.

Paulo Macedo defendeu, por outro lado, que a Região Autónoma da Madeira reúne os fatores essenciais para prosperar, como estabilidade, segurança, investimento na educação, aposta na economia do mar e no turismo.

Antes da intervenção do presidente da Caixa Geral de Depósito, o chefe do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, tinha afirmado que a região autónoma regista um “crescimento continuado” há 48 meses consecutivos e as previsões apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) regional vai atingir os 8.000 milhões de euros no final do ano.

“Neste momento, temos o desemprego mais baixo dos últimos 20 anos e estamos a importar mão-de-obra não qualificada, o que não é dramático desde que essa mão-de-obra seja consolidada em condições humanas de trabalho e de alojamento”, sublinhou.

Os ‘Encontros Fora da Caixa’ têm como principais objetivos fomentar o diálogo e a reflexão sobre temas cruciais da atualidade, bem como promover a partilha de conhecimento e experiências entre os participantes, abordando assuntos da economia e inovação à sustentabilidade e cultura, sempre focados em matérias de interesse estratégico para o futuro do país.

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Sindicatos e Casa da Moeda acordam aumento base de 57 euros

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Os sindicatos concluíram o processo negocial com a Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), que se traduziu num aumento base de 57 euros para todos os trabalhadores.

Os sindicatos concluíram o processo negocial com a Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), que se traduziu num aumento base de 57 euros para todos os trabalhadores.

“O SINTTAV [Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais] considera que o acordo obtido responde à posição aprovada pelos trabalhadores no último plenário deve ser assinado o quanto antes para que os trabalhadores possam receber o dinheiro que é seu no mês de julho”, lê-se numa informação enviada aos trabalhadores da INCM.

As negociações entre os sindicatos e a INCM começaram em 2024. Face ao caderno reivindicativo, a sociedade apresentou, inicialmente, uma contra proposta de 2,1% para as tabelas salariais, que foi rejeitada.

Posteriormente, defendeu um aumento de 36 euros, que também foi ‘chumbado’ pelos trabalhadores, que seguiram com formas de luta como plenários e duas greves.

Na quarta-feira, a INCM propôs um aumento base de 57 euros, o que para os trabalhadores “não sendo o necessário e desejável, já era aceitável”.

O aumento de 57 euros vai abranger 37,27% dos trabalhadores, enquanto 28,48% vão ter um acréscimo entre 58 euros e 66 euros e 34,25% vão receber mais entre 67 e 74 euros.

No âmbito da negociação, foi também criado um subsídio de segurança física e risco, em substituição do subsídio de trabalho gravoso, estando o início da produção de efeitos previsto para 1 de novembro do corrente ano.

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Universidade do Porto promove competição na inovação em congresso de engenharia. Veja aqui os projetos

Doctoral Congress in Engineering terá apresentação de 500 trabalhos de mestrado e doutoramento e acolhe 150 empresas e entidades. Evento decorre a 30 de junho e 1 de julho.

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) organiza esta segunda e terça-feira a sexta edição do Doctoral Congress in Engineering, encontro que mostrará a evolução da engenharia portuguesa e conta com um orçamento superior a 100 mil euros, angariados em 70% junto de patrocinadores.

A grande novidade deste ano é a competição “Venture Scientists”, na qual estudantes de doutoramento revelarão as suas propostas de inovação, num pitch de cinco minutos.

O evento reunirá 900 participantes, incluindo 150 representantes de empresas, entidades públicas, capital de risco e spin-offs, além centros de tecnologia e informação. Serão apresentados 500 trabalhos de mestrado e doutoramento e estarão em exibição 200 posters de trabalhos de investigação, descreve o comunicado da FEUP.

O encontro acolhe entidades do campo da investigação como a Fundação para a Ciência e Tecnologia, a Agência Nacional de Inovação e a Fundação la Caixa.

As propostas a concurso na competição Venture Scientists são, segundo o comunicado da FEUP, as seguintes:

  • LogIoTrix, um sistema de gestão de inventário inteligente que utiliza sensores para monitorizar automaticamente os níveis de stock.
  • Sistema compacto e automatizado para a recuperação de nutrientes de águas residuais, através da mistura de águas residuais ricas em nutrientes com produtos químicos para cristalizar a estruvite ou outros fertilizantes.
  • EcoWires, com nova tecnologia de impressão para circuitos eletrónicos flexíveis, baseada em materiais abundantes, acessíveis e renováveis, em alternativa aos condutores elétricos convencionais. Esta tecnologia tem como potencial aplicação o desenvolvimento de embalagens inteligentes sem plástico, integrando num só passo antenas RFID sem chip.
  • Projeto MyKneeRecovery, sistema inovador que ajuda a monitorizar a recuperação pós-cirúrgica do joelho de forma precisa e em tempo real, fornecendo dados sobre o movimento e a atividade muscular.
  • Projeto UPWIND, com um gerador eólico portátil baseado na tecnologia Airborne Wind Energy (AWE). O sistema utiliza um drone de asa fixa, ligado a uma estação terrestre por um cabo que gira em torno de um tambor rotativo conectado a um gerador elétrico.
  • BodyBoost, um wearable discreto e inteligente usado na zona lombar que monitoriza continuamente a postura e o movimento. O dispositivo deteta silenciosamente maus hábitos posturais e responde instantaneamente com uma suave vibração que espoleta uma correção rápida e natural, sem interromper o trabalho.
  • Adesivo cutâneo concebido para tratar o cancro da pele de uma forma orientada e não invasiva, funcionando à semelhança dos conhecidos monitores de glicose. Contudo, no lugar de monitorizar os níveis de açúcar no sangue, desencadeia reações fotocatalíticas e biocatalíticas que podem danificar as células tumorais quando expostas à luz.

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Advogado de Isabel dos Santos diz que instrução contraditória em Angola pode fazer “cair” algumas acusações

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

O advogado de Isabel dos Santos afirmou que a instrução contraditória do processo que envolve a empresária está a ser “útil”, admitindo que venham a cair alguns dos crimes.

O advogado de Isabel dos Santos, Sérgio Raimundo, afirmou que a instrução contraditória do processo que envolve a empresária está a ser “útil”, admitindo que venham a cair alguns dos crimes de que está acusada.

“A instrução contraditória tem sido muito útil, porque está a permitir esclarecer melhor alguns factos que constam da acusação”, sublinhou o jurista, em declarações à Lusa. “Se os nossos tribunais são idóneos, não têm como ignorar o que está a ser produzido agora. Marchar no sentido contrário seria transformar esta fase numa diligência meramente folclórica”, sublinhou.

Na fase de instrução contraditória, que se espera concluir até meados de julho, foram já ouvidas cinco das sete testemunhas arroladas pela defesa da filha do antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

A instrução contraditória, uma fase facultativa no processo penal angolano, foi solicitada pela defesa como forma de contestar a acusação do Ministério Público.

“O objetivo é contradizer tudo aquilo que foi narrado na acusação”, afirmou Raimundo, esclarecendo que as testemunhas não estão ao serviço da defesa, mas do tribunal, “obrigadas a dizer a verdade sob pena de perjúrio”.

A conclusão desta fase está prevista para 10 de julho, data em que se espera ouvir as duas últimas testemunhas e realizar o debate contraditório.

Caberá então ao tribunal decidir se aceita ou não a acusação tal como apresentada pelo Ministério Público, podendo rejeitá-la total ou parcialmente.

Questionado pela Lusa, Sérgio Raimundo recusou comentar quais os crimes que poderão cair, invocando o segredo de justiça, mas insistiu: “Acreditamos na justiça, por isso é que estamos lá, a dar a nossa contribuição no sentido de se fazer vingar um dos grandes princípios estruturantes da justiça penal angolana, que é o princípio da verdade material.”

O processo judicial centra-se nas alegadas irregularidades cometidas durante a gestão de Isabel dos Santos à frente da petrolífera estatal angolana, Sonangol.

A empresária é acusada de vários crimes, entre os quais gestão danosa, fraude, branqueamento de capitais e associação criminosa, sendo suspeita de ter montado um esquema fictício de contratação de consultores com o objetivo de desviar fundos públicos da Sonangol.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, os serviços não teriam sido prestados, apesar de terem sido pagos.

Isabel dos Santos tem negado todas as acusações, alegando que todos os contratos foram legais e eram auditados e visavam modernizar a Sonangol.

A empresária foi nomeada presidente do conselho de administração da Sonangol em junho de 2016, durante os últimos meses do mandato do seu pai enquanto Presidente da República.

Na sua gestão iniciou a reestruturação da petrolífera com a contratação de consultoras internacionais e centralizou as decisões no conselho de administração. Isabel dos Santos foi exonerada em novembro de 2017 pelo atual Presidente João Lourenço e vive fora de Angola desde 2018, após ter sido alvo de congelamento de bens e um alerta emitido pela Interpol a pedido da Procuradoria-Geral da República de Angola.

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BESA: Auditores viram indícios de que BES não esperava devolução de empréstimos

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

A responsável pela auditoria de 2014 ao BES centrada na exposição deste ao BES Angola disse que há indícios de que o banco não esperava ser ressarcido dos montantes que emprestava.

A responsável pela auditoria de 2014 ao BES centrada na exposição deste ao BES Angola (BESA) disse esta sexta-feira em tribunal que há indícios de que o banco português não esperava ser ressarcido dos montantes que emprestava à subsidiária angolana.

Em causa estão milhares de milhões de euros em que o Banco Espírito Santo (BES) financiou, com recurso a linhas do Mercado Monetário Internacional (MMI), o BESA entre pelo menos o final de 2007 e o verão de 2014.

Entre os indícios de que “não era expectativa do BES estar a receber estes montantes”, está o facto de terem sido detetadas renovações sucessivas, sem qualquer pedido formal por parte do BESA, dos empréstimos, explicou esta sexta-feira, no julgamento do caso, a responsável pela parte sobre a exposição do banco português à subsidiária angolana da auditoria pedida em 2014 pelo Banco de Portugal à consultora Deloitte.

Não há histórico de pagamentos do BESA ao BES”, sublinhou, na condição de testemunha, Vera Pita.

A consultora financeira acrescentou que só em fevereiro de 2013 foi instituído no seio do banco português um “limite global” para linhas de crédito do MMI, que, no entanto, não era respeitado.

Segundo a responsável, o primeiro pico de financiamento em MMI do BES ao BESA ocorreu no segundo semestre de 2008, quando o banco português emprestou cerca de 1.500 milhões de dólares à subsidiária em Angola para esta subscrever obrigações do Tesouro angolano.

Pelo menos 1.240 milhões foram efetivamente usados [para esse fim]”, afirmou a testemunha, acrescentando que a sua equipa não conseguiu descobrir como foram utilizados 760 milhões de dólares mais tarde resgatados pelo BESA desse investimento.

“Não há evidência de [o valor] ter sido usado para pagar MMI”, frisou.

De acordo com a acusação do Ministério Público, em 31 de julho de 2014 a exposição do BES ao BESA era de 4.783 milhões de euros.

Os ex-presidentes do BES, Ricardo Salgado, e do BESA, Álvaro Sobrinho, são dois dos cinco arguidos que estão a ser julgados neste processo, que incide, sobretudo, sobre o alegado desvio de fundos entre 2007 e 2012 de financiamentos do BES ao BESA em linhas de crédito do MMI e em descoberto bancário.

Em geral, os arguidos respondem por abuso de confiança, branqueamento e burla e negam a prática dos crimes.

O julgamento decorre desde 05 de maio passado, no Tribunal Central Criminal de Lisboa.

O BES faliu no verão de 2014 e o BESA foi liquidado em outubro seguinte.

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Moedas vai analisar lesados do sorteio anulado de casas municipais

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Recusando "decisões precipitadas", Carlos Moedas admitiu analisar todos os casos de pessoas que foram lesadas pelo concurso de casas municipais anulado e repetido esta sexta-feira.

O presidente da Câmara de Lisboa comprometeu-se a analisar todos os casos das pessoas afetadas pelo sorteio anulado de 133 habitações do Programa Renda Acessível, considerando que “é legítimo” que se sintam dececionadas, mas recusando “decisões precipitadas”.

“Estamos a analisar, vamos contactar as pessoas e vamos ver, mas é importante não tomar decisões precipitadas, até porque, como digo, muitas dessas pessoas acabariam por não ter a casa dada, porque aquilo era apenas uma afetação e tudo tinha de ser confirmado”, afirmou Carlos Moedas (PSD), referindo-se ao sorteio do 29.º concurso do Programa de Renda Acessível (PRA), que foi realizado prematuramente na segunda-feira e, por isso, foi anulado.

O autarca de Lisboa falava à margem da inauguração do prolongamento da carreira de autocarros 731 da empresa municipal lisboeta Carris, em que o percurso, que parte da Av. José Malhoa, foi alargado no concelho vizinho de Loures, chegando agora até Sacavém, em vez de terminar na Portela.

Questionado sobre um conjunto de pessoas que se consideram lesadas por ter existido um erro no sorteio de casas municipais e que, por isso, estão a preparar uma ação judicial contra a câmara, o social-democrata assegurou que vai analisar os casos, inclusive os mais graves, para “tentar resolver” e evitar processos judiciais. “Eu vou tentar resolver as coisas de maneira humana, como sempre o faço”, expôs.

Sobre o sorteio anulado do 29.º concurso do PRA, realizado um dia antes do previsto e que foi repetido esta sexta-feira, o presidente da câmara reiterou que “houve um erro humano” por parte de um dos trabalhadores municipais que, “sem querer e num dia em que já estava com algum cansaço, carregou num botão que, depois, espoletou algo que não era legal, porque o concurso tem de ser feito publicamente”.

Relativamente à comunicação de afetação de habitações no âmbito do sorteio anulado, Carlos Moedas reforçou que “aquelas casas foram afetadas, não foram atribuídas, até porque quando se envia estes e-mails, depois é preciso ver toda a documentação das pessoas”, acrescentando que “muitas delas acabam por não ser atribuídas”. “Vou ver com cuidado todos os casos, é algo que vou fazer politicamente”, frisou.

Em relação ao mecanismo do sorteio, que se realiza na plataforma online Habitar Lisboa, o autarca explicou que o erro que ocorreu poderia ter acontecido a qualquer momento, inclusive no anterior mandato, porque “nada mudou” quanto à certificação da atribuição de casas, nomeadamente o algoritmo, assegurando que o processo “é totalmente transparente”.

“É legítimo que as pessoas sintam essa deceção, mas muitas delas imediatamente estranharam e, portanto, elas próprias disseram ‘mas isto é mesmo assim’, porque [o sorteio] não foi público, e aí a resposta da câmara, em 24 horas, foi: efetivamente houve um erro, isto não foi público, portanto não é legal”, declarou, após ser questionado sobre se subscrevia as palavras da diretora municipal da Habitação, Marta Sotto Maior, que disse que os cidadãos afetados merecem um pedido de desculpa, “mas não mais do que isto”.

Assumindo o erro e procurando proteger os trabalhadores do município, o presidente da câmara afirmou que “não houve aqui nenhuma má intenção, houve um erro que foi cometido e que foi imediatamente corrigido”.

Carlos Moedas assegurou ainda que a câmara fará todas as auditorias que forem necessárias, ressalvando que se tratou de “um erro humano” de uma pessoa que trabalha há 30 anos na câmara, “que sempre fez isto, e naquele dia teve uma falha”. “Acontece a todos e, portanto, temos de ter a capacidade também, a humanidade de perdoar esse erro, corrigi-lo e fazer as coisas como devem ser”, defendeu.

A este propósito, a vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), determinou a abertura de um inquérito interno, que começou no dia 17 de junho e que tem a duração de 30 dias, e decidiu, em 20 de junho, lançar um procedimento público para contratar uma entidade externa que certifique os sorteios de atribuição de casas. Na quarta-feira, a câmara aprovou, por unanimidade, a proposta do PS para “uma auditoria externa e independente” ao processo do 29.º concurso do PRA.

É legítimo que as pessoas sintam essa deceção, mas muitas delas imediatamente estranharam e, portanto, elas próprias disseram ‘mas isto é mesmo assim’, porque [o sorteio] não foi público, e aí a resposta da câmara, em 24 horas, foi: efetivamente houve um erro.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Câmara repetiu sorteio de 133 habitações

Entretanto, a Câmara de Lisboa realizou esta sexta-feira o novo sorteio para atribuição de 133 habitações no âmbito do Programa Renda Acessível, de entre 7.362 candidaturas, na sequência da anulação do sorteio realizado inadvertidamente em 16 de junho, “por razões técnicas”.

A diretora municipal de habitação, Marta Sotto-Mayor, começou por referir-se na cerimónia do sorteio do 29.º concurso do Programa Renda Acessível (PRA) a “uma ocorrência” da qual o município pede “desculpas a todos os visados no anterior sorteio, que foi não em ato publico, daí o ter sido anulado”.

“Vamos agora sim proceder ao sorteio em ato público, com a presença de todos em streaming [pela Internet] ou na sala para acompanhar o lançamento do sorteio para afetação de 133 habitações”, afirmou a dirigente municipal, acrescentando que para este concurso tiveram “7.362 candidaturas”.

A técnica adiantou que no início de julho será lançado “um outro sorteio com aproximadamente 130 habitações”, ao qual podem concorrer os candidatos que não forem agora contemplados, e que até final do ano, com as do atual concurso, o município vai “ter um conjunto de aproximadamente 500 habitações”, que “ainda estão em obra”.

“As obras ainda estão a decorrer, mas vamos levar a cabo os concursos para afetar as habitações para conseguirmos atempadamente saber quem vai ocupar as habitações e termos tempo de verificar a conformidade das candidaturas”, explicou.

Após a verificação dos documentos apresentados pelos candidatos sorteados, Marta Sotto-Mayor admitiu que, “infelizmente”, existem “muitas situações de indeferimentos e desistências de pessoas que não têm os elementos conforme aquilo que declararam”, aconselhando, por isso, os suplentes para estarem atentos, pois “podem ser chamados” para substituírem quem não possui as condições para receber as chaves das habitações municipais.

O sorteio público realizou-se com o mesmo universo de concorrentes do sorteio anulado, realizado um dia antes do previsto, quando os serviços procediam a verificações e foram enviadas mensagens a candidatos com a comunicação de que tinham sido sorteados.

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Supremo dos EUA limita poderes de juízes para bloquear decisões do Presidente

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Numa vitória para Donald Trump, o Supremo Tribunal dos EUA decidiu que os juízes não têm autoridade para contrariar ordens executivas do Presidente.

O Supremo Tribunal dos EUA decidiu esta sexta-feira que os juízes não têm autoridade para contrariar ordens executivas do Presidente, mas não se pronunciou sobre as restrições de Donald Trump à cidadania por direito de nascimento.

O resultado da votação do Supremo Tribunal — com seis votos de juízes conservadores a favor e três votos de progressistas contra – foi uma vitória para o Presidente republicano, que se queixou de juízes, individualmente, estarem a criar obstáculos à sua agenda política.

Contudo, o Supremo Tribunal não se pronunciou sobre a constitucionalidade do decreto presidencial de Trump que revoga a cidadania aos filhos nascidos nos EUA de pessoas que se encontram ilegalmente no país.

A cidadania por direito de nascença torna automaticamente qualquer pessoa nascida nos Estados Unidos num cidadão norte-americano, incluindo as crianças nascidas de mães que vivem ilegalmente no país.

O direito foi consagrado logo após a Guerra Civil nos Estados Unidos, na 14ª Emenda da Constituição.

Numa decisão do Supremo Tribunal de 1898 – Estados Unidos v. Wong Kim Ark – foi decidido que as únicas crianças que não recebiam automaticamente a cidadania norte-americana quando nascem em solo dos Estados Unidos são os filhos de diplomatas que devem lealdade a outro Governo, inimigos presentes nos EUA durante uma ocupação hostil, os nascidos em navios estrangeiros e os nascidos de membros de tribos nativas norte-americanas soberanas.

Os EUA estão entre cerca de 30 países onde a cidadania por direito de nascença — o princípio do ‘jus soli’ ou “direito do solo” — é aplicada.

Trump e os seus apoiantes argumentam que deve haver normas mais rigorosas para alguém se tornar cidadão norte-americano – o que o Presidente chamou de “um presente inestimável e profundo” -, na ordem executiva que assinou no seu primeiro dia de mandato, em janeiro.

O Governo de Trump considera que os filhos de não cidadãos não estão “sujeitos à jurisdição” dos Estados Unidos – uma expressão utilizada na emenda da Constituição – e, por isso, não têm direito à cidadania.

Contudo, os governos estaduais, imigrantes e grupos de defesa dos direitos humanos que apresentaram ações judiciais para bloquear a ordem executiva acusam o Governo de tentar desestabilizar o entendimento mais amplo de cidadania por direito de nascença que foi aceite desde a adoção da emenda.

Em sentido contrário, o Departamento de Justiça argumenta que os juízes, individualmente, não possuem o poder de dar um caráter de efeito nacional às suas decisões.

O Governo de Trump pretende que os juízes permitam que o seu plano nesta matéria entre em vigor para todos os estados e situações, exceto para os casos de pessoas e grupos que contestam esta decisão e cujo processo judicial ainda está em curso.

Para estas situações — e há recursos judiciais em 22 dos 50 estados – o Governo admite que o plano pode permanecer temporariamente suspenso.

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McDonald’s promove nova coleção de copos em campanha

  • + M
  • 27 Junho 2025

Na campanha participam Rebeca Caldeira, Catarina Moreira, Cláudio de Castro, Vicky Jacobi e Leonor Filipa. A criatividade é da TBWA, a produção da Playground e o planeamento de meios da OMD.

É com uma campanha sob o mote “Coleciona. Desfila. Arrasa” que a McDonald’s promove o regresso de uma nova coleção de copos Coca-Cola. A campanha “pretende inspirar os fãs da marca a colecionarem os cinco copos da nova coleção cromática, cheios de cores diferentes e um visual atual e atrativo”.

Assinada pela TBWA/Lisboa, a campanha conta com a participação da influenciadora digital e criadora de conteúdos, Rebeca Caldeira, que desfila “cheia de atitude e estilo” no metro. “Todos os intervenientes e personagens que se apresentam no metro estão espantados com a atitude da protagonista que orgulhosamente exibe um dos copos desta nova coleção da McDonald’s”, descreve-se em nota de imprensa.

A comunicação da campanha conta ainda com a participação da comunicadora e apresentadora de rádio, Catarina Moreira, do ator e modelo, Cláudio de Castro, da criadora de conteúdos, Vicky Jacobi, da influenciadora digital, Leonor Filipa.

“Cada um dos participantes personifica uma cor — lilás, verde, laranja, vermelho e amarelo — e tem como objetivo representar cada copo colecionável. A aposta na colaboração com estes perfis autênticos e reconhecidos procura aproximar a marca dos consumidores e reforçar a sua ligação com a comunidade”, lê-se em nota de imprensa.

Com produção da Playground e planeamento de meios da OMD, a campanha marca presença em televisão, em exterior, digital (redes sociais e display) e ponto de venda.

“Os copos Coca-Cola da McDonald’s são já uma tradição muito aguardada pelos fãs da marca. Este ano, com o conceito ‘Coleciona. Desfila. Arrasa’, trazemos uma coleção audaciosa, moderna e inspiradora. O objetivo é proporcionar experiências memoráveis e reforçar a relação dos consumidores com a nossa marca, que transforma cada visita aos nossos restaurantes num momento especial. Queremos continuar a ver os icónicos copos da Coca-Cola a desfilar nas casas dos portugueses”, diz Rita Montenegro, gestora do departamento de marca e experiência do cliente da McDonald’s Portugal.

Para obter um copo da nova coleção, os consumidores devem adquirir qualquer McMenu Grande e escolher a cor, mediante disponibilidade em stock. Os copos podem ser adquiridos em todos os 213 restaurantes da marca em Portugal até 28 de julho ou mediante disponibilidade de cada restaurante.

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Petróleo em queda livre após “Guerra dos 12 Dias”

Os receios em torno do ouro negro desmoronaram-se, com o Brent a anular a subida relâmpago da semana anterior, ao registar a maior queda semanal desde 2023, num mercado refém de promessas de paz.

O barril de Brent está a protagonizar uma correção histórica nos mercados internacionais. Depois de na semana passada a cotação do ouro negro ter disparado cerca de 16%, esta semana o Brent prepara-se para fechar com uma queda semanal de 12%, que se traduzirá na correção semanal mais acentuada desde março de 2023.

Esta montanha-russa da cotação do Brent que teve como ponto de ebulição o início dos bombardeamentos israelitas sobre Teerão a 13 de junho ilustra como os fatores geopolíticos podem rapidamente inflacionar e depois esvaziar os preços do crude.

A volatilidade dominou o mercado petrolífero durante a chamada “Guerra dos 12 dias” entre Israel e Irão, apanhando investidores, consumidores e analistas de surpresa, transformando o que inicialmente parecia ser uma crise energética global numa lição sobre como os prémios de risco geopolítico podem evaporar-se quase instantaneamente quando os receios de interrupções no fornecimento revelam-se infundados.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

O ataque israelita, denominado “Operação Leão em Ascensão”, envolveu cerca de 200 aviões e teve como alvos a capital Teerão, as centrais de enriquecimento de urânio de Fordo e Natanz, o aeroporto de Mehrabad e diversas bases militares. Contudo, quando se tornou claro que nem Israel, nem o Irão, nem os EUA atacaram infraestruturas relacionadas com o petróleo, e que Teerão optou por não tentar bloquear o estratégico Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de 20% do petróleo mundial, os mercados reagiram com uma correção implacável.

Posteriormente, a queda do preço do petróleo foi consolidada quando o fumo da guerra dissipou-se com o anúncio do cessar-fogo entre Israel e o Irão pelo presidente norte-americano Donald Trump na quarta-feira. Com este anúncio, o prémio de risco geopolítico acumulado desde o primeiro ataque israelita ao Irão, que se traduziu em cerca de 10 dólares por barril, desapareceu por completo.

A volatilidade extrema que dominou os mercados petrolíferos nas últimas duas semanas ilustra de forma crua como os fatores geopolíticos podem rapidamente inflacionar e depois esvaziar os preços do crude. Basta lembrar que há apenas uma semana, as previsões das principais casas de investimento pintavam cenários dramaticamente diferentes. O J.P. Morgan chegou a elevar a probabilidade do seu “cenário mais adverso” de 7% para 17%, estimando que os preços do crude podiam explodir até aos 130 dólares caso o Estreito de Ormuz fosse encerrado.

O Barclays estimava que, se as exportações iranianas fossem reduzidas para metade, o crude poderia escalar para os 85 dólares por barril, ultrapassando potencialmente os 100 dólares num cenário de conflito mais alargado.

Mais conservador, o Goldman Sachs mantinha a sua projeção base de queda do Brent para os 60 dólares no quarto trimestre, assumindo ausência de interrupções no fornecimento, mas reconhecia que num cenário de redução da oferta iraniana o preço podia disparar “ligeiramente acima dos 90 dólares”.

Os analistas do Goldman Sachs chegaram inclusive a estimar que o preço do Brent poderia atingir brevemente 110 dólares por barril se o fluxo através do Estreito de Ormuz fosse reduzido pela metade durante um mês.

Segundo os analistas do Goldman Sachs, os mercados incorporam atualmente uma probabilidade de 60% de que o Brent se mantenha na casa dos 60 dólares nos próximos três meses e apenas 28% de probabilidade de exceder os 70 dólares.

Durante os dias mais tensos do conflito, dois superpetroleiros, o Coswisdom Lake e o South Loyalty, chegaram mesmo a dar meia-volta no Estreito de Ormuz, ilustrando os receios reais de uma interrupção no fornecimento. Muitos investidores temiam que o Irão pudesse fechar o Estreito de Ormuz, uma via fluvial crítica para abastecimento mundial de petróleo.

Mas com a dissipação das tensões geopolíticas, os mercados de futuros e opções ajustaram rapidamente as suas expectativas. Segundo os analistas do Goldman Sachs, os mercados incorporam atualmente uma probabilidade de 60% de que o Brent se mantenha na casa dos 60 dólares nos próximos três meses e apenas 28% de probabilidade de exceder os 70 dólares.

Para dezembro, o resultado mais provável é também que os preços se mantenham nos 60 dólares, embora com apenas 35% de probabilidade, com mais de 20% de hipóteses tanto de cair para os 50 dólares como de subir para os 70 dólares.

Particularmente relevante é a redução dramática da probabilidade de uma grande disrupção que possa empurrar os preços acima dos 90 dólares por barril. Esta probabilidade recuou de um pico de cerca de 15% para níveis muito baixos de início de junho, situando-se agora abaixo dos 4%, segundo o mercado de opções.

Produtores de petróleo ganham protagonismo

Com a cotação do Brent a recuar até aos níveis que transacionava antes de 13 de junho, todas as atenções voltam-se agora para a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Marcada para 6 de julho, esta reunião da OPEP tem como ponto de discussão os níveis de produção de petróleo para agosto, numa altura em que têm acelerado o regresso da oferta ao mercado mais rapidamente do que inicialmente estava planeado.

Para o tecido empresarial português, que há uma semana se preparava para o impacto de uma nova crise nos combustíveis, a correção nos preços representa um alívio importante.

A volatilidade das últimas duas semanas serve como lembrete de que os mercados energéticos permanecem vulneráveis a choques geopolíticos, mas também demonstra como rapidamente os prémios de risco podem evaporar-se quando os receios de interrupções no fornecimento revelam-se infundados.

Para já, os 67,73 dólares a que o Brent está a negociar atualmente nos mercados internacionais oferece uma folga nos orçamentos de empresas e famílias que se espelha por uma correção de 4 cêntimos por litro no diesel e de 3 cêntimos na gasolina já na próxima semana, depois de terem disparado no arranque desta semana.

No entanto, a reunião da OPEP e a evolução das tensões comerciais entre EUA e China determinarão o rumo dos preços nas próximas semanas.

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Santos Silva faz “nova reflexão” e anuncia quarta-feira se será candidato a Belém

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

O socialista Augusto Santos Silva afirmou que a decisão de António Vitorino de não se candidatar às presidenciais faz com que tenha que fazer “uma nova reflexão” sobre a sua eventual candidatura.

O socialista Augusto Santos Silva afirmou esta sexta-feira que a decisão de António Vitorino de não se candidatar às presidenciais faz com que tenha que fazer “uma nova reflexão” sobre a sua eventual candidatura, anunciando a sua decisão na próxima quarta-feira.

Através de uma publicação nas redes sociais, o antigo presidente da Assembleia da República referiu que “as três candidaturas até agora formalmente apresentadas não esgotam nem o espaço político nem as propostas e perfis que devem estar representados” e que, “pelas suas qualidades políticas”, seria “bem-vinda uma candidatura de António Vitorino” às presidenciais, uma hipótese que foi na véspera afastada pelo próprio.

Este facto obriga-me a uma nova reflexão sobre o quadro de candidaturas presidenciais possíveis, incluindo a eventual apresentação da minha própria”, explicou, acrescentando que nos próximos dias vai consultar as pessoas cuja opinião preza.

Santos Silva remeteu para a próxima quarta-feira a comunicação pública da sua decisão de se candidatar ou não, caso tudo corra normalmente e tendo em conta os seus próprios afazeres profissionais.

O antigo comissário europeu António Vitorino anunciou na quinta-feira à noite que não vai concorrer às eleições presidenciais do próximo ano, referindo que a sua candidatura “não conseguiu reunir o consenso” para poder ser única na sua área política.

Na sequência deste anúncio, a antiga candidata presidencial Ana Gomes defendeu que o PS deve apoiar o ex-líder socialista António José Seguro nas presidenciais do próximo ano para “federar esquerda e democratas”, considerando que outra opção “será divisionista”.

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