Conselho de Redação do Público demite-se e aponta “atropelos” aos valores do jornal

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

Contactada pela Lusa, a direção do Público garantiu que "escuta com muita atenção as recomendações do Conselho de Redação e considera que tem um papel essencial na vida do Público".

Os membros eleitos do Conselho de Redação (CR) do Público apresentaram a demissão, deixando críticas à direção editorial e “apontando atropelos aos mais elementares e essenciais valores” do jornal, segundo um comunicado a que a Lusa teve acesso.

Na nota, os membros eleitos do CR anunciaram a sua “demissão dos cargos para os quais foram eleitos no presente mandato”, explicando que o fazem por “ser inevitável perante a postura da Direção Editorial (DE) ao ignorar os apelos partilhados com o diretor sobre diversos temas, quer por iniciativa própria” quer “a pedido de jornalistas da redação“.

Face a um processo continuado de desvalorização do CR enquanto órgão de debate ao longo de várias direções, entendemos a demissão como inadiável quando se têm multiplicado atropelos aos mais elementares e essenciais valores do Público“, destacaram, constatando que “as promessas da DE em dar atenção a algumas das preocupações partilhadas nas reuniões dão lugar a recidivas” que consideram “danosas para o Público e a sua reputação, bem como para a qualidade do seu jornalismo”.

Contactada pela Lusa, a direção do Público garantiu que “escuta com muita atenção as recomendações do Conselho de Redação e considera que tem um papel essencial na vida do Público“.

Por isso, espera que “no mais curto espaço de tempo seja possível realizar eleições e ter um órgão em plenitude de funções. Quaisquer problemas e críticas levantadas por este órgão são para ser discutidos no seio da redação”, rematou.

Os membros eleitos do CR destacaram que entre os problemas para os quais tentaram “sensibilizar mais do que um membro da Direção está a pulverização dos princípios jornalísticos do Público“, salientando que “está em curso um desvio preocupante na linha editorial“.

Enquanto se exige um padrão ético e deontológico para o jornal produzido pelas secções, pela Redação representada neste órgão, aplica-se outro, antagónico, para projetos de que o jornal é parceiro”, referiram, salientando que tudo o que saia no jornal “tem de estar comprometido com o seu Livro de Estilo e, a montante, de respeitar o Código Deontológico do Jornalista, o que nem sempre tem sucedido com o Público Brasil”.

Os subscritores apontam “princípios inalienáveis como o combate ao sensacionalismo, o respeito pela privacidade dos cidadãos em assuntos manifestamente desprovidos de interesse público, a rejeição do tratamento discriminatório de pessoas, incluindo em função da ascendência ou território de origem, ou a retificação de informações inexatas“.

No comunicado, os membros eleitos do CR deram conta de que “algumas notícias recentes sobre desaparecimentos e custódias de crianças constituem sintomas exacerbados desta inflexão, com precipitações e enviesamentos ideológicos ou sensacionalistas que não passariam no crivo Público“, apontando várias “interpelações e mensagens” ao diretor ou a outros membros da direção sobre estes temas.

No entanto, lamentaram, “os problemas não foram tratados com a atenção e a coragem devidas”, indicando que muitas das recomendações “foram total ou parcialmente ignoradas”.

Os membros do CR indicaram ainda uma “frustração e indiferença” na redação, tendo instado “por mais do que uma vez a DE a promover uma maior mobilização e um mais ativo e participativo debate sobre as orientações e os objetivos estratégicos do jornal”.

Por fim, “concluído um processo de rescisões que levou à saída de jornalistas matriciais para o Público, faltam igualmente sinais de uma ideia para o futuro”, indicaram os membros eleitos do CR, garantindo que não ficam “indiferentes às métricas do tráfego e das assinaturas”, mas salientando que esse não deve ser “o único desígnio” do jornal.

O enfraquecimento aparentemente inexorável de algumas secções, bem como a insistência numa reorganização apenas funcional da Redação, sem orientações ou apostas editoriais claras, e sobretudo sem uma auscultação verdadeiramente empenhada e transversal do coletivo de jornalistas que a compõe, são, para nós, manifestações inquietantes”, destacaram.

Ainda assim, acreditam que “das próximas eleições pode sair um Conselho de Redação ativo e combativo, capaz de influenciar de forma mais produtiva a reflexão editorial”, que, na sua opinião, é hoje “tão urgente quanto imprescindível, e de robustecer um projeto editorial fundamental para a qualidade da nossa vida em democracia”.

O comunicado é assinado pelos membros eleitos do CR Ana Dias Cordeiro, Camilo Soldado, Inês Nadais, Joana Amaral Cardoso, João Pedro Pincha, Pedro Crisóstomo, Samuel Alemão e Sofia Neves.

No final do ano passado, o Público abriu um programa de rescisões voluntárias, segundo anunciou a administração do jornal, apontando uma “revisão na estratégica” do periódico.

O programa resultou na saída de 20 trabalhadores, a maioria jornalistas, o que deixou a Direção do Sindicato dos Jornalistas preocupada com a “degradação das condições de trabalho no jornal”.

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PS acusa AD de “desespero” e diz que PRR só não afeta saldo orçamental se não for cumprido

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

O ministro Castro Almeida “tinha a obrigação de saber” o impacto dos empréstimos que financiam as obras do PRR "para efeitos de saldo orçamental”, diz Mendonça Mendes.

O PS acusou esta segunda-feira o ministro Castro Almeida de desespero e de protagonizar uma “diatribe eleitoral” por criticar as contas do programa socialista, e defendeu que o PRR só não impactará o saldo orçamental se não for executado.

Em declarações aos jornalistas na sede do PS, em Lisboa, o dirigente do PS e ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, defendeu o cenário macroeconómico apresentado o programa eleitoral do PS – e que prevê défice orçamental para 2026 –, argumentando que se baseia “nas previsões das instituições nacionais e internacionais”.

Sobre as críticas feitas no domingo pelo social-democrata Manuel Castro Almeida, que qualificou o programa eleitoral do PS de uma “receita para o desastre” com a qual “Portugal voltaria a ter défice e a aumentar a dívida pública”, Mendonça Mendes insistiu que o ministro “tinha a obrigação de saber” o impacto dos empréstimos que financiam as obras do PRR “para efeitos de saldo orçamental” e que o ignora para “atacar o PS”.

Mendonça Mendes disse também que para “os empréstimos no PRR não impactem” no saldo orçamental é preciso que as “obras executadas, financiadas pelo PRR, não se realizem”.

“Significará então que, afinal, o PRR não acelerou e o PRR não será cumprido”, disse o deputado socialista. O antigo governante afirmou que o “Governo, no programa de médio prazo que apresentou à Comissão Europeia, diz textualmente” que o efeito do empréstimo do PRR “é transitório e se dissipa no ano seguinte”.

“Penso que o comentário que posso fazer à declaração de Castro Almeida é de que quando começa o desespero, acaba mesmo a seriedade. E este era um ministro que tinha a obrigação de saber, porque tem o PRR a seu cargo”, atirou.

Mendonça Mendes desafiou a AD a fazer um exercício orçamental “tão transparente e tão credível como o que o secretário-geral do PS quis para este programa eleitoral” e insistiu que os socialistas apresentaram as suas propostas a partir da margem anunciada pelo Governo para a descida da taxa de IRC.

“São 1.744 milhões de euros divididos entre medidas fiscais de 730 milhões de euros; prestações e apoios de 270 milhões de euros, habitação, Serviço Nacional de Saúde e outros [a custar] 744 milhões de euros”, detalhou Mendonça Mendes. O socialista considerou “estranho” que a coligação liderada por Luís Montenegro tenha optado por avançar para os debates eleitorais sem apresentar o programa eleitoral.

Mendonça Mendes acusou ainda o Governo de ter iludido os portugueses quando alterou as retenções na fonte, em sede de IRS, no ano passado, acrescentando que os “pensionistas são os mais prejudicados pelo truque de ilusionismo fiscal que o Governo fez”.

Segundo o dirigente, o programa eleitoral do PS é a “atualização do anterior” e afirmou que a “trajetória do saldo orçamental era exatamente a mesma” que foi apresentada.

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“Problemas” com médicos de família são “muito difíceis de resolver”, admite Montenegro

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

Montenegro defendeu que a resposta ao chamado "pico de Inverno" foi melhor em 2024, mas admitiu que há "problemas que são muito difíceis de resolver", como o dos médicos de família".

O primeiro-ministro apelou esta segunda-feira para que possa existir “um pacto de confiança no SNS”, não sendo possível um acordo interpartidário para a saúde, e defendeu que existiram melhorias neste setor durante o seu ano de governação.

Luís Montenegro presidiu à cerimónia comemorativa do Dia Mundial da Saúde, que decorreu no Parque Saúde de Lisboa, e recorreu a uma expressão usada na intervenção anterior por Alberto Caldas Afonso, presidente da Comissão Nacional de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente, e responsável pelo Plano de Reorganização das Urgências de Obstetrícia e Pediatria.

Não vou corroborar a expressão do professor Caldas Afonso de que nós precisamos de um pacto político interpartidário, porque de facto ele era desejável. Mas, não sendo esse o caminho, nós precisamos pelo menos de um pacto de confiança no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nos profissionais de saúde, nas opções estruturantes do nosso sistema de saúde”, disse.

Montenegro considerou que tal será essencial para, “no tempo político que for decretado pela vontade do povo português” nas eleições antecipadas de 18 de maio, dar melhores respostas aos portugueses nesta área.

“Eu estou convencido que nós temos alicerçado um conjunto de bases que tornarão a melhoria dos cuidados de saúde uma realidade que vai chegar a casa de todas as famílias portuguesas (…) Não acabarão os problemas de saúde, mas a nossa responsabilidade é que eles sejam cada vez menos. E quando ocorrerem, as respostas possam ser cada vez melhores”, afirmou.

O primeiro-ministro defendeu, por exemplo, que a resposta ao chamado “pico de Inverno” foi melhor em 2024 do que tinha sido em 2023 e que se registou uma diminuição dos tempos de espera para as consultas e para as cirurgias.

Por outro lado, admitiu que há “problemas que são muito difíceis de resolver”, como o dos médicos de família – que classificou com “um problema apaixonante na política portuguesa” –, mas mesmo nesta área enalteceu o que foi feito no ano da governação PSD/CDS-PP.

Nos últimos 11 meses conseguimos dar médico de família a mais 152.093 utentes mas, no mesmo período, inscreveram-se mais 208 mil utentes no SNS. Portanto, os números que nós temos estão enviesados porque a nossa capacidade de resposta foi relativamente elevada – não tanto quanto nós gostaríamos, devo confessar –, mas a inclusão de novos utentes afetou, do ponto de vista dos números, a perceção que se pode ter deste tema”, disse.

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UPS reforça apoio às PME com novo hub em Leiria

Novo hub da UPS em Leiria vai permitir "fornecer soluções logísticas mais rápidas e eficientes da recolha à entrega", melhorando, assim, a capacidade do grupo norte-americano em Lisboa e no Porto.

UPS inaugurou um novo hub em Leiria7 abril, 2025

O grupo logístico dos Estados Unidos UPS inaugurou um novo hub em Leiria para reforçar as suas capacidades operacionais de apoio às pequenas e médias empresas (PME) portuguesas, face “ao aumento da procura de produtos made in Portugal”. Tem capacidade para separar até 3.000 encomendas por hora, o equivalente a 16% do volume total da empresa no país.

Esta infraestrutura aumentará a nossa capacidade de apoiar o crescimento e o alcance internacional de pequenas e médias empresas em todo o país“, assinala Paco Conejo, diretor-geral da UPS para o Sul da Europa, citado num comunicado. Segundo este responsável, “Portugal é a terra de uma grande variedade de empresas que produzem bens e produtos de alta qualidade, que têm um potencial significativo à escala global”.

Esta infraestrutura aumentará a nossa capacidade de apoiar o crescimento e o alcance internacional de pequenas e médias empresas em todo o país.

Paco Conejo

Diretor-geral da UPS para o Sul da Europa

A abertura do hub em Leiria, numa área total de 11.000 metros quadrados (m²), surge na sequência da criação de uma nova unidade de brokerage da empresa no Porto, “demonstrando a confiança da UPS nas perspetivas de crescimento dos negócios em Portugal e em toda a Europa”.

Sem adiantar o valor dos investimentos, a UPS Portugal detalha que estes “permitem que a empresa aproveite o crescimento do comércio transfronteiriço no país, além da entrega doméstica. As exportações e importações portuguesas aumentaram 11,7% e 8,4%, respetivamente, em janeiro de 2025, segundo o INE”.

Já Sandro Pinto, Brokerage Manager da UPS Portugal, acrescenta, por sua vez, que “este hub vai melhorar a capacidade [da UPS] em Lisboa e no Porto, permitindo fornecer soluções logísticas mais rápidas e eficientes da recolha à entrega”. Sandro Pinto acredita que “a localização estratégica do novo hub em Leiria reforça a cobertura [da empresa] em todo o território nacional, particularmente nas regiões centrais, onde muitas empresas têm as suas fábricas e unidades de produção”.

“Os nossos robustos serviços de brokerage — juntamente com este novo investimento — refletem a confiança da UPS nas empresas portuguesas e o nosso compromisso em apoiá-las, com envios internacionais sem problemas e fiáveis, à medida que se expandem para os mercados globais”, salientou o Brokerage Manager da UPS Portugal.

A empresa logística abriu as primeiras instalações de carga em 2005, junto ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.

“A UPS é a única transportadora global integrada a oferecer uma solução de custo total garantido para envios internacionais, que é perfeitamente incorporada na sua tecnologia de envio, transformando a experiência de compra e oferecendo total transparência quanto aos custos”, conclui o grupo.

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Ministro da Economia antecipa reuniões com associações para avaliar impacto das tarifas

Pedro Reis antecipou os encontros para esta terça e quarta-feira e aumentou o leque de associações que vai. consultar para 18

O ministro da Economia vai reunir esta terça-feira com 18 associações para avaliar o impacto das tarifas norte-americanas no tecido empresarial nacional. Os encontros estavam previstos de quarta a sexta-feira desta semana, mas afinal vai acontecer já esta terça-feira e quarta. Além disso, em vez de 16, serão 18 as associações com quem Pedro Reis vai reunir ao longo dos dois dias, revela uma nota de agenda do ministro da Economia.

Pedro Reis já tinha anunciado a criação de um grupo de acompanhamento da guerra tarifária e anunciou que estava a desenhar medidas de apoio ao nível do programa temático Compete do Portugal 2030 e do Banco de Fomento para ajudar as empresas a resistir à escalada de tensão nas trocas comerciais.

No comunicado inicial quando anunciou a realização dos encontros, que vão decorrer em Lisboa e no Porto, o Ministério explicava que o objetivo é procurar “abrir um canal de diálogo com os setores que serão mais afetados pelo modelo das ‘tarifas recíprocas’”. Nestes encontros, segundo esse mesmo comunicado, vão estar presentes representantes da Aicep, IAPMEI, Compete, Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE) e Banco de Fomento.

O objetivo é ouvir as associações representativas das empresas com maior exposição aos EUA, para perceber qual o impacto das medidas anunciadas por Donald Trump, e perceber que propostas têm “para o mitigar e minimizar esse impacto nas exportações nacionais”.

Recorde-se que o Governo espanhol logo no primeiro dia anunciou um apoio de 14,1 mil milhões de euros em ajudas e incentivos às empresas espanholas.

As 18 associações chamadas para dialogar com o Governo são representativas dos vários setores que podem ser mais afetados pela guerra comercial:

  • Associação Portuguesa de Empresas do Setor Eléctrico e Electrónico (ANIMEE),
  • Associação Portuguesa de Fundição (APF),
  • Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL),
  • Associação Portuguesa das Indústrias do Plástico (APIP),
  • Associação Portuguesa dos Industriais da Borracha (APIB),
  • Associação Portuguesa das indústrias de mobiliário e afins (APIMA),
  • Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP),
  • Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de pele e seus Sucedâneos (APPICAPS),
  • Associação Portuguesa da Indústria de Curtumes (APIC),
  • Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP),
  • Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC),
  • Associação Nacional das Indústrias de Têxtil Lar (ANITLAR),
  • Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL),
  • Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR),
  • AQuimica,
  • Associação Industrial Portuguesa (AIP),
  • Confederação Industrial de Portugal (CIP) e
  • Associação empresarial de Portugal (AEP).

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Bolsa de Lisboa cai 5,6% na pior sessão em 5 anos com todas as cotadas a perderem mais de 1%

A política comercial agressiva de Trump voltou a provocar fortes quedas nas bolsas mundiais. O português PSI teve a pior sessão desde 12 de março de 2020 e está em mínimos de quase um ano.

Está a ser mais um dia de fortes quedas e com grande volatilidade nas bolsas mundiais à boleia da política comercial agressiva da Administração de Donald Trump, marcada por uma subida significativa das tarifas sobre importações.

Na Europa, os principais índices acionistas foram arrastados por uma onda vermelha, que foi espelhada por quedas entre 4,26% (Frankfurt) e 7,4% (Atenas), e com o pan-europeu Stoxx Euros 600 a cair 4,54%, perfazendo quatro sessões de quedas consecutivas.

O português PSI também não foi exceção, encerrando a sessão a cair 5,63% para os 6.262,28 pontos. No histórico do principal índice da Euronext Lisboa, tratou-se da pior sessão do PSI desde 12 de março de 2020, com o índice a negociar no valor mais baixo em quase um ano e com todas as cotadas a acumularem perdas acima de 1%.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

O setor da energia foi o mais penalizado na praça nacional, com destaque para os títulos da Galp Energia GALP 5,48% que tombaram 8,96% para 13,115 euros, na pior sessão dos títulos da petrolífera desde 12 de março de 2020, quando as ações corrigiram 10,1%. Com a queda desta segunda-feira, as ações da Galp Energia acumulam uma perda de 19,4% nas últimas quatro sessões de bolsa, estando atualmente a negociar em mínimos de setembro de 2023.

Destaque ainda para o mergulho de 8,08% da EDP EDP 3,50% , com as ações a negociarem nos 2,9 euros, renovando assim mínimos de fevereiro deste ano; e para o tombo de 6,52% das ações da EDP Renováveis EDPR 5,33% , com os títulos a negociarem nos 6,885 euros, o valor mais baixo dos últimos sete anos.

No grupo de títulos do PSI menos penalizados esta segunda-feira pela fuga dos investidores estão as ações da Semapa SEM 4,86% , Altri ALTR 4,18% e Ibersol, que acumularam desvalorizações de 1,01%, 1,02% e 1,16%, respetivamente.

Em destaque na sessão desta segunda-feira estiveram também as quedas dos preços das obrigações soberanas, com os investidores também a desfazerem-se destes títulos, vistos como refúgio nas últimas duas sessões.

Com o movimento desta segunda-feira, o PSI acumula em 2025 perdas de 1,8%, que são particularmente impulsionadas pela desvalorização de 40,36% das ações da EDP Renováveis e pela queda de 9,69% da Galp Energia. Também com perdas este ano entre os títulos do PSI estão as ações da Navigator e da Corticeira Amorim, com quedas de 10,5% e 5,7%, respetivamente.

A curva de rendimentos de Portugal, por exemplo, apresenta uma subida da yield de todas as obrigações do Tesouro. A taxa média ponderada dos títulos a 10 anos registaram esta segunda-feira uma subida de 2 pontos base, encontrando-se atualmente a negociar nos 3,261%. Já a yield das obrigações a dois anos seguem o mesmo caminho, contabilizando uma subida de 5,5 pontos base, estando a negociar nos 1,941%.

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Portugal espera acolher 1,2 milhões de visitas na Expo de Osaka

Cada bilhete custa 30 euros e só pode ser comprado online. É obrigatório preencher um formulário, fazer registo online e assinalar o dia da visita. A exposição decorre de 13 de abril a 13 de outubro.

Criado a partir do traço do arquiteto japonês Kengo Kuma, o pavilhão de Portugal convida os visitantes da Expo 2025 em Osaka a mergulhar e descobrir o oceano, seguindo os conceitos de sustentabilidade e economia circular. Com 9.972 cordas suspensas que pesam mais de 60 toneladas e redes recicladas, o impacto visual é inegável e é também graças a ele que a organização espera acolher 1,2 milhões de visitantes, ao longo dos 184 dias do evento.

A meta é ambiciosa, reconhece Joana Gomes Cardoso, a comissária-geral da exposição, sobretudo porque a venda de bilhetes não está a decorrer ao ritmo esperado. Cada bilhete custa 30 euros e apenas pode ser comprado online. É obrigatório preencher um formulário, algo complexo, fazer o registo online e assinalar o dia em que se pretende visitar a exposição, montada numa ilha artificial ao largo de Osaka criada especificamente para o efeito – a Ilha Yumeshima.

Os requisitos são impostos pelas autoridades nipónicas por questões de segurança, mas os países participantes têm tentado sensibilizá-las para simplificar o processo e assim atrair mais visitantes.

Por comparação, na Expo 2020 no Dubai foram recebidos 24 milhões de visitantes. Osaka espera 28 milhões. “Mas só no fim se verá”, diz a comissária. O pavilhão de Portugal em terras árabes recebeu 840 mil visitantes, mas este ano a fasquia está nos 1,2 milhões. O pavilhão está preparado para receber 17 a 19 mil visitantes diários, num sistema de entradas controladas, mas este número pode subir se a opção for entradas em free flow, ou seja a cada cinco minutos entrar um determinado número de pessoas.

Pela primeira vez nestas andanças das exposições mundiais Portugal integrou o restrito grupo de 20 países que tinha tudo pronto para receber visitantes numa pré-inauguração que decorreu este domingo, contou Bernardo Amaral, diretor do Pavilhão que tem 1.700 metros quadrados. Cerca de 45 mil de pessoas tiveram oportunidade de ver o que está a ser preparado.

O pavilhão português recebeu duas mil pessoas em quatro horas e apesar de terem esperado cerca de uma hora na fila, mesmo assim houve um feedback muito positivo. “O pavilhão gera imensa curiosidade e recetividade. O impacto estético e a arquitetura são muito comentados”, conta Joana Gomes Cardoso. Mas a localização perto do pavilhão do Japão também pode potenciar as visitas.

Mas o pavilhão também já deu que falar e não por boas razões. O facto de ser da autoria de um arquiteto japonês não foi bem aceite pela comunidade de arquitetos nacionais. A Aicep escuda-se nas regras. Portugal lançou um concurso público internacional e a escolha recaiu sobre Kengo Kuma que tem a arquiteta Rita Topa como associada.

O nipónico foi o arquiteto selecionado pela Gulbenkian para projetar a ampliação dos jardins, na ala sul da fundação, assim como a renovação e ampliação da nova entrada de acesso ao antigo Centro de Arte Moderna (CAM), mas é também do seu estirador que vai sair a reconversão do matadouro do Porto.

As exigências que as autoridades nipónicas impuseram quer ao nível das regras de segurança para a construção do pavilhão numa zona de grande atividade sísmica quer de projetos já feitos nos Japão excluía muitos dos profissionais nacionais.

“Todos nós gostaríamos que tivesse havido um regime de exceção para permitir que houvesse um arquiteto português, à semelhança do que aconteceu noutros pavilhões europeus”, admite Joana Gomes Cardoso, recordando que o concurso foi validado pelo Tribunal de Contas e que este nem sequer solicitou muitos esclarecimentos adicionais.

Agora, na extensa programação cultural estão previstas várias exposições de arquitetos portugueses, nomeadamente uma exposição dedicada a Siza Vieira que será inaugurada no Dia Nacional de Portugal na exposição a 5 de maio.

Neste dia estão previstos outros eventos como o concerto de Ana Moura, Camané e Ricardo Ribeiro em homenagem a Amália Rodrigues, uma das maiores embaixadoras da música portuguesa no Japão. Está prevista uma atuação de Dino Santiago para assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa e do grupo Crash Recycled que apresenta uma performance dedicada às crianças sobre a importância da reciclagem.

Outro dia em grande é mesmo o 10 de junho com o concerto de Carminho e no qual será dado grande destaque à literatura com uma iniciativa com autores portugueses traduzido em japonês, como José Luís Peixoto – ou clássicos como Fernando Pessoas – para analisar Haiku, um tipo de poemas curtos japoneses.

Mas a programação vai incluir um pouco de tudo para dar aos visitantes o máximo de oportunidades para ver o que de bom se faz em Portugal.

A narrativa no pavilhão foi construída em torno do oceano. “O oceano é o elo de ligação entre Portugal e o Japão que reflete a história, cultura e inovação”, explica o presidente da Aicep Ricardo Arroja. A exposição conduz os visitantes por cinco “ilhas”, com diferentes dimensões desta ligação e esta é uma dos elementos da exposição permanente.

Existe depois um segundo núcleo com “uma instalação digital imersiva para sublinhar a importância dos oceanos para a sustentabilidade do planeta e o papel da tecnologia portuguesa para esse fim”, acrescentou Ricardo Arroja lembrando que “só 25% dos oceanos estão mapeados” e que “há muito para descobrir ainda”.

Conteúdos Expositivos – Pavilhão Portugal – Expo 2025 Osaka

O pavilhão conta ainda com uma loja e um restaurante porque não há nada melhor do que ver e provar os produtos nacionais para promover um “turismo de autenticidade”. Na loja do pavilhão haverá 243 produtos nacionais de 25 empresas e um espaço de restauração dedicado à promoção da gastronomia nacional.

Haverá um chefe português em permanência, mas depois serão convidados chefs portugueses, para um programa partilhado com um chef japonês, que estarão em Osaka e em Tóquio. O primeiro será com Diogo Rocha, o chef da Mesa de Lemos, em Viseu, e que conta com uma estrela Michelin.

E como em todas as exposições mundiais Portugal tem uma mascote. A Umi é um cavalo-marinho, cujas nadadeiras, coroa e cauda são decoradas com azulejos portugueses azuis a brancos. Foi criada pelo Turismo de Portugal, tal como os logos da exposição, e “simboliza a forte e duradoura ligação entre Portugal e o Japão”. “Mais do que uma simples figura, a Umi, oceano em japonês, “representa uma fusão de culturas, histórias e visões de futuro, enraizadas na ligação comum com o oceano”.

Umi, a mascote Expo 2025 Osaka

A Expo de Osaka tem ainda uma outra vertente – uma exposição espelho que se desenrola em solo português. Já arrancou a 30 de novembro e irá decorrer ao longo de 2025 com eventos programados em várias regiões do país. “Em parceria com diversas instituições e entidades nacionais, serão promovidas exposições, conferências, ciclos de cinema, concertos e outros espetáculos, proporcionando ao público uma imersão na cultura japonesa e nas relações históricas e contemporâneas que unem Portugal ao Japão”, explica a nota de imprensa.

– 13 abril – 13 outubro 2025 (184 dias)
– 161 países | 7 organizações internacionais
– 28,2 milhões de visitantes estimados
– 12% visitantes de origem internacional | 88% visitantes japoneses

 

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SRS Legal reforça equipa de Laboral

Alexandra Marques Sequeira e Bernardo Mendes de Meneses são os novos reforços da equipa do Porto da SRS Legal. A consultora e o associado integram a equipa de Laboral e Segurança Social.

A SRS Legal reforçou a equipa de Laboral e Segurança Social do Porto com a integração de Alexandra Marques Sequeira, na qualidade de consultora, e de Bernardo Mendes de Meneses, como associado.

“O nosso crescimento sustentado já justificava uma presença em permanência na Zona Norte do país na área do Direito Laboral. A integração da Alexandra e do Bernardo permite-nos concretizar este objetivo, expandindo a operação do departamento e da SRS Legal, ao mesmo tempo que nos aproximamos ainda mais dos nossos Clientes baseados ou com operações no Norte”, asseguram Ana Luísa Beirão e Mariana Caldeira de Sarávia, responsáveis pelo departamento de Laboral e Segurança Social.

Transitando da Cuatrecasas, Alexandra Marques Sequeira centra a sua prática nas áreas de Direito Laboral e da Segurança Social, nomeadamente a assessoria em processos de reestruturação, na elaboração de regulamentos internos, na negociação e definição de modelos salariais, benefícios e planos de incentivos, bem como em processos disciplinares e contencioso laboral.

Já Bernardo Mendes de Meneses centra a sua prática em diversas matérias de assessoria e do Contencioso Laboral. O advogado transita também da Cuatrecasas.

Honra-nos a integração da Alexandra e do Bernardo, sendo um novo e significativo passo na nossa estratégia de expansão no Norte do país, alargando o espetro da oferta dos nossos serviços para as áreas incontornáveis do Laboral e Segurança Social”, referem em comunicado os managing partners César Sá Esteves e Octávio Castelo Paulo.

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Pedro Vaz de Almada integra equipa da LisbonLaw

O advogado Pedro Vaz de Almada vai coordenar a área de contencioso da LisbonLaw Advogados.

A LisbonLaw Advogados reforçou a equipa com a integração de Pedro Vaz de Almada. O advogado vai coordenar a área de contencioso.

“A dinamização da área de contencioso é essencial para o crescimento da LisbonLaw enquanto parceira legal dos seus clientes, nas diferentes vertentes jurídicas dos seus negócios. Acreditamos que o Pedro, com a sua experiência, vem contribuir de forma decisiva para esse crescimento“, refere em comunicado o sócio Vicente Falcão e Cunha.

Com uma vasta experiência na área do contencioso, Pedro Vaz de Almada iniciou a sua carreira na Vieira de Almeida, onde durante 6 anos trabalhou nas áreas de Contencioso & Arbitragem e Telecomunicações, Media & Tecnologias de Informação. Transita agora da Novartis Portugal, onde atuou como Legal & Business Affairs Manager, sendo responsável de Contencioso. Foi ainda membro do Conselho Fiscal da Novartis Portugal.

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Luís Amorim Teixeira integra CCAA Advogados

Advogado desde 1998, estava na Amorim Tax & Legal, tendo fundado a já extinta TLCB Advogados, e integrado o escritório português de uma das maiores sociedades de advogados espanholas.

A CCAA ADVOGADOS, sociedade fundada e liderada por Cristóvão Carvalho, contratou o advogado Luís Amorim Teixeira que abraça agora o desafio de liderar as áreas de prática de Fiscal e Reestruturações da sociedade.

Advogado desde 1998, estava na Amorim Tax & Legal, tendo fundado a já extinta TLCB Advogados, e integrado o escritório português de uma das maiores sociedades de advogados espanholas.

É licenciado em Direito pela Universidade Lusíada e pós-graduado em Ciências Jurídico- Empresariais e em Direito Fiscal, respetivamente, pela Universidade Católica Portuguesa e pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto.

Possui, ainda formação executiva na Nova School of Business and Economics em Blockchain & Smart Contracts e no MIT Massachusetts Institute of Technology em Blockchain: Disruptive Technology

Sempre exerceu maioritariamente a assessoria jurídica a empresas, especialmente em Direito Fiscal, tanto no Contencioso, como no Planeamento.

A CCAA tem como sócios Cristóvão Carvalho e Vanessa Laranjeira Cruz, e tem escritório no Parque das Nações, Lisboa tendo sido fundada há cerca de 15 anos e atuando em todas as áreas jurídicas relevantes para as empresas, assessorando também Organismos Estatais e Clientes Privados. As principais áreas de prática da firma são fiscal, Reestruturações, Comercial & Societário, Contratos, Laboral, Propriedade Intelectual, Penal, Contencioso & Arbitragem, Imobiliário e Administrativo.

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Paulo Rangel quer concertação com UE sobre tarifas dos EUA e recusa atraso no Governo

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

O Governo está “em consultas com a Comissão Europeia, que é quem tem competência exclusiva para negociar as tarifas”, indica o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português defendeu esta segunda-feira que Portugal deve reagir de forma concertada com a União Europeia (UE) à imposição de tarifas alfandegárias pelos Estados Unidos, recusando a ideia de que o Governo esteja atrasado.

Paulo Rangel falava aos jornalistas no Palácio da Justiça, em Porto, depois de ter entregado as listas da coligação AD às eleições legislativas antecipadas de maio, cujo prazo termina hoje.

O cabeça de lista pelo Porto da AD enfatizou que “a competência na área das tarifas é exclusiva da União Europeia”, quando questionado pela Lusa se Portugal poderia fazer como o Governo espanhol, que tornou público um pacote de 14,1 milhões de euros para apoiar as empresas em resultado das tarifas impostas pela administração norte-americana aos produtos importados da UE.

“Claro que os governos nacionais podem ter um papel, mas isso tem de ser visto também em concertação com a União Europeia, que é o que nós estamos a fazer”, disse Paulo Rangel, ressalvando compreender a “pressa” do governo espanhol “por causa da situação política interna”, mas assinalando “que grande parte dos apoios já existiam”.

O ministro revelou, a seguir, estarem os dois governos ibéricos “em conversações” sobre o assunto das tarifas e que os dois “ministros da Economia têm, aliás, uma conversa aprazada sobre esta matéria”.

“Nós temos tempo para tratar desse assunto e vamos tratá-lo com todo o cuidado. Isso pode ter a certeza absoluta”, frisou Paulo Rangel, defendendo não haver necessidade de o Governo se precipitar. Advogou “uma avaliação do impacto de uma forma que seja credível e não uma forma demagógica, de fazer um anúncio num dia em que nem sequer ainda se tem bem noção de como é que as coisas vão ocorrer a seguir”.

O ministro social-democrata declarou que o executivo demissionário está “em consultas com a Comissão Europeia, que é quem tem competência exclusiva para negociar as tarifas”, defendendo a importância contar com “os interesses portugueses” na resposta da União Europeia.

“Já estamos a trabalhar nisso há semanas. Isto é, a tentar proteger na resposta que a União Europeia venha a dar, os setores portugueses que poderiam ser mais impactados”, acrescentou, revelando que tudo “terá a sua resposta a seu tempo” e que “nada está atrasado” e a resposta será dada “também em breve”.

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Pausa nas tarifas? Rumor abanou os mercados, mas era “fake news”

O que parece ter sido uma má interpretação das palavras de um conselheiro do Presidente fez as bolsas americanas sofrer fortes oscilações. Pausa nas tarifas é "fake news", assegura a Casa Branca.

Os futuros já apontavam para uma abertura em forte queda das bolsas norte-americanas, devido ao impacto das novas tarifas dos EUA. Mas ninguém poderia prever o alto nível de volatilidade que fez um dos principais índices de Wall Street passar de uma queda de 4% a uma subida equivalente em apenas poucos minutos.

Não foi imediatamente clara a razão por detrás desta inversão, que até se alastrou ao mercado das matérias-primas, levando o barril de petróleo a escalar 2%. Entretanto, começaram a circular nos meios internacionais a notícia de que Donald Trump estaria a considerar uma pausa de 90 dias na imposição das tarifas, exceto as que incidem sobre as importações com origem na China. A origem da informação era atribuída a Kevin Hasset, conselheiro económico da Casa Branca.

Ora, a Casa Branca apressou-se a desmentir a informação, assegurando tratar-se de “fake news“. E os investidores, ainda a digerir a notícia original, levaram um novo safanão. Por esta altura, a volatilidade em Wall Street estava totalmente instalada, com os índices a oscilarem entre fortes ganhos e fortes perdas.

É uma loucura absoluta, os clientes não sabem o que fazer, está tudo meio perdido.

Laurent Lamagnere

Vice-presidente executivo da AlphaValue

Um erro caro

O que aconteceu afinal? Tudo pode não ter passado de uma má interpretação de declarações do conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hasset, em direto na Fox News.

Questionado no programa Fox & Friends sobre se consideraria uma pausa de 90 dias nas tarifas, Hasset respondeu “yeah”, mas rapidamente acrescentou: “Eu acho que o Presidente vai decidir o que o Presidente vai decidir. Há mais de 50 países a negociar com os EUA (…)”, respondeu.

Em causa, e a motivar a pergunta, estava o apelo recente do multimilionário investidor Bill Ackman, que pediu ao Presidente dos EUA para impor uma pausa de 90 dias, de modo a “resolver a posição comercial historicamente injusta dos EUA de forma cuidadosa e estratégica”.

Este fenómeno ilustra bem a atual sensibilidade dos investidores ao tema das tarifas. “Estamos a viver momentos bastante únicos em todo o mercado. Na minha opinião, a inversão que acabámos de ver é muito sintomática de várias coisas, incluindo o nervosismo extremo que é palpável no VIX”, reagiu Andrea Tueni, head of sales trading do Saxo Banque France, citado pela Bloomberg.

“Em segundo lugar, há muita gente por aí que não quer perder o fundo do mercado. A recuperação depois da Covid está na mente de todos e muitos investidores não querem ficar de fora, o que significa que estão dispostos a correr grandes riscos. Sinceramente, não vejo o atual nível de volatilidade a diminuir de forma significativa tão cedo”, acrescentou.

Já para o vice-presidente executivo da AlphaValue em Paris, Laurent Lamagnere, esta inversão “é bastante reveladora do estado do mercado”. “É uma loucura absoluta, os clientes não sabem o que fazer, está tudo meio perdido. Mostra mesmo como tudo depende da decisão de um único homem. E quando se pensa nisso, imaginemos que é verdade, que há realmente uma trégua de 90 dias para todos os países, exceto a China — e depois? O que se faz, sabendo que a situação pode voltar a mudar a qualquer momento?”, disse, citado pela mesma agência.

Na verdade, a situação mudou. Uma hora depois do desmentido da Casa Branca, Donald Trump anunciou nas redes sociais que irá aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não voltar atrás na retaliação anunciada na semana passada. Pelas 16h40 em Lisboa, o S&P 500 caía 2%. Mas, quando ler este texto, o cenário nas bolsas americanas JÁ poderá ser bem diferente.

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