“É precoce admitir que tarifas possam acarretar recessão na Europa”, considera Nazaré da Costa Cabral

Presidente do Conselho das Finanças Públicas reconhece que políticas de Trump podem levar a uma recssão para alerta momento de grande volatilidade, com avanços e recuos na guerra comercial.

A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, alertou esta quinta-feira que a conjuntura é de elevada incerteza, com avanços e recuos, considerando “prematuro” admitir uma recessão na Europa devido à guerra comercial, descartando o cenário para Portugal.

O clima é ainda de incerteza. É precoce estar a admitir que guerra de tarifas possa acarretar uma recessão na Europa. A situação é complexa”, afirmou a responsável do CFP, em conferência de imprensa de apresentação do relatório de projeções macroeconómicas e orçamentais, em Lisboa.

Nazaré da Costa Cabral reconhece que as medidas tarifárias da Administração Trump podem afetar a procura dirigida às exportações europeias, quer de bens e serviços, mas ter também “efeitos gravosos” na redefinição das cadeias de produção e na estabilidade global a nível financeiro. Porém, defende ser “prematuro” procurar uma “ilação certa do que se está a viver”.

O clima é ainda de incerteza. É precoce estar a admitir que guerra de tarifas possa acarretar uma recessão na Europa. A situação é complexa.

Nazaré da Costa Cabral

Presidente do Conselho das Finanças Públicas

O momento está a ser muito marcado por avanços e recuos. Estamos a assistir ainda a negociações entre a Administração americana e os parceiros comerciais. O momento é de grande incerteza e volatilidade“, considerou.

Um dos episódios mais recentes dos avanços e recuos da guerra comercial é a mais recente pausa estratégica entre os Estados Unidos e a União Europeia. Após o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, na quarta-feira, suspendendo por 90 dias a aplicação de tarifas recíprocas sobre a maioria dos seus parceiros comerciais, Bruxelas seguiu esta quinta-feira o mesmo caminho.

A decisão de Trump surgiu após a União Europeia ter na quarta-feira aprovado uma resposta conjunta às tarifas norte-americanas aos produtos europeus de aço e alumínio. Os Estados-membros deram ‘luz verde’ à proposta da Comissão Europeia para aplicar taxas alfandegárias até 25% a uma lista de bens dos Estados Unidos em três fases distintas.

Para a responsável do CFP, “os efeitos ao certo em termos de desvio de comércio, a procura de mercados alternativos afetados por tarifas e como os países se vão reposicionar daqui para a frente é ainda incerto”, pelo que considera ser preciso “esperar um pouco mais” para uma maior clareza”.

Ainda assim, descarta um cenário de recessão em Portugal. “Era preciso um segundo trimestre catastrófico do desempenho económico“, disse. A instituição prevê um crescimento de 2,2% este ano e de 2% no próximo ano.

(Notícia atualizada às 12h29)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresários propõem redução do IRC para 17%, lei do trabalho “flexível” e “ressuscitar Simplex”

Confederações patronais apresentaram propostas "para um debate político responsável e gerador de confiança", como o alívio do IRC, a flexibilização da lei do trabalho e a renovação do Simplex.

Com o país a preparar-se, novamente, para ir às urnas, as cinco confederações patronais apresentaram esta quinta-feira aos jornalistas um conjunto de propostas, que vão, entretanto, fazer chegar aos vários partidos. Entre elas, estão, nomeadamente, a redução da taxa normal de IRC para 17%, o alívio do IVA, a eliminação das tributações autónomas e a flexibilização da lei do trabalho.

“Portugal precisa de um choque de produtividade e competitividade”, sublinhou Francisco Calheiros, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Coube ao presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) apresentar as propostas dos empresários, que se agrupam cinco grandes temas: alívio da carga fiscal, reforço da Concertação Social, investimentos em infraestruturas e na capacidade produtiva, mercado de trabalho, e simplificação administrativa.

Portugal precisa de um choque de produtividade e competitividade.

Francisco Calheiros

Presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP)

No que diz respeito à carga fiscal, as confederações patronais defendem que “os últimos indicadores dão sinal de que existe margem para uma redução“, pelo que propõem a redução da taxa normal de IRC para 17% (e para 15%, no caso das pequenas e médias empresas), a reversão do aumento da derrama estadual, a eliminação das tributações autónomas, e o alívio do IVA (para 6% em toda a reabilitação urbana e para habitação acessível).

Exigem, além disso, que deve ser implementada a agenda de simplificação fiscal que o Governo ainda em funções apresentou recentemente, apesar das eleições marcadas para 18 de maio.

No acordo assinado em outubro na Concertação Social, já constava o compromisso do atual Governo de reduzir, progressivamente, o IRC, mas essa foi uma das medidas mais difíceis e aprovar no Orçamento do Estado para 2025. Isso mesmo lembrou, questionado, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Armindo Monteiro, esta quinta-feira. “O Governo quase caiu por ousar, e estou a usar toda a ironia, reduzir em dois pontos percentuais o IRC. Acabamos por reduzir singelamente um ponto“, observou.

O Governo quase caiu por ousar, e estou a usar toda a ironia, reduzir em dois pontos percentuais o IRC. Acabamos por reduzir singelamente um ponto.

Armindo Monteiro

Presidente da CIP

Aos jornalistas, o “patrão dos patrões” assinalou que o que os empresários estão a propor é apenas que se adotem “as mesmas condições” de que dispõem os congéneres europeus. E realçou que é preciso acabar com a “bizarria” que é a progressividade que hoje existe nos impostos que se aplicam às empresas.

Patrões pedem reforço da Concertação Social

Reunião Plenária da Conselho Permanente de Concertação Social - 03ABR25
Confederações empresariais pedem o reforço da Concertação Social.Hugo Amaral/ECO

Já quanto à Concertação Social, os empresários reconheceram esta manhã que o modelo português é dos mais avançados da Europa, mas lembraram que o seu potencial nem sempre tem sido aproveitado.

Sobre este ponto, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), lembrou que os patrões suspenderam a sua participação nesse órgão ainda em 2021, quando o Governo de António Costa fez aprovar em Conselho de Ministros propostas de alteração à lei do trabalho, que não tinham sido discutidas previamente com os parceiros sociais.

Por outro lado, no que diz respeito aos investimentos em infraestruturas e na capacidade produtiva do país, Francisco Calheiros destacou o novo aeroporto, mas também a ferrovia.

Temos um exemplo histórico em Espanha, que desenvolveu a ferrovia em bitolas europeias nos circuitos principais, enquanto manteve uma série de linhas na bitola ibérica. Se queremos entrar na rede europeia, teremos de fazer opções nesse sentido.

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

A propósito, João Vieira Lopes destacou o exemplo espanhol, país onde se “desenvolveu a ferrovia em bitolas europeias nos circuitos principais enquanto manteve uma série de linhas na bitola ibérica“. “Se queremos entrar na rede europeia, teremos de fazer opções nesse sentido. É preciso tomar uma decisão”, apelou.

Ainda sobre os investimentos, Francisco Calheiros defendeu também, em nome das cinco confederações, uma estratégia construtiva para a água, a aceleração dos investimentos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a criação de um ambiente propício ao aumento da oferta de habitação.

Quanto à água, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça e Moura, salientou que esta tem “importância paralela com a construção do novo aeroporto“.

“É uma reforma estrutural do país. Se queremos crescer, precisamos de água, seja para o consumo humano, para o turismo ou para a agricultura. Não tem havido água suficiente para o que existe e muito menos ainda para pensarmos em crescer”, declarou, frisando que é preciso implementar a estratégia que o Governo apresentou.

Lei laboral mais flexível?

Confederações empresariais pedem lei do trabalho mais moderna e flexível.Freepik

Já quanto ao mercado de trabalho, a visão dos empresários centrou-se na legislação, avisando que as mudanças que têm sido feitas têm retirado flexibilidade. “Precisamos de legislação laboral mais moderna e flexível“, frisou o presidente da CTP, em conferência de imprensa.

Por fim, no que diz respeito à simplificação administrativa, Francisco Calheiros explicou que é preciso “ressuscitar o Simplex“, já que a Administração Pública precisa “de uma verdadeira reforma, que vá para além da digitalização dos processos, incluindo o quadro normativo e administrativo“.

Não é ainda tempo para abordarmos este ponto [do lay-off simplificado[. A situação ainda não está extremada. Devemos guardar para tempos mais difíceis.

Armindo Monteiro

Presidente da CIP

Na conferência desta manhã, as confederações empresariais foram ainda questionadas sobre a proposta do PS de aumentar o salário mínimo nacional para 1.100 euros até ao fim da próxima legislatura (em 2029). Em reação, Armindo Monteiro salientou que é preciso que a economia cresça, de modo a suportar esses reforços salariais.

Por outro lado, numa altura em que a guerra comercial ameaça os negócios portugueses, os empresários foram questionados sobre a necessidade de o Governo fazer regressar o lay-off simplificado, regime que, durante a pandemia, apoiou o emprego. “Não é ainda tempo para abordarmos este ponto. A situação ainda não está extremada. Devemos guardar para tempos mais difíceis“, respondeu o presidente da CIP.

Esta quinta-feira, o Governo aprova em Conselho de Ministros um pacote de medidas para ajudar as empresas a enfrentarem os efeitos da guerra comercial. O lay-off simplificado não deverá constar, mas haverá, por exemplo, um apoio à formação, que ajudará as empresas a segurar os seus empregados.

(Notícia atualizada às 13h11)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

União Europeia suspende por 90 dias tarifas de retaliação aos EUA após decisão de Trump

Bruxelas responde à pausa de Trump nas tarifas com abertura ao diálogo, mas avisa que as contramedidas estão prontas caso as conversas falhem.

A guerra comercial entre a União Europeia e os EUA pode ter encontrado uma pausa estratégica. Após o anúncio surpreendente de Donald Trump na quarta-feira, suspendendo por 90 dias a aplicação de tarifas recíprocas sobre a maioria dos seus parceiros comerciais, a União Europeia seguiu o mesmo caminho.

De acordo com um porta-voz da Comissão Europeia citado pela Reuters, a União Europeia anunciou a suspensão temporária das suas tarifas de retaliação a partir de 15 de abril, lançando igualmente uma mensagem é clara: “Estamos prontos para negociar, vamos conversar”, referiu fonte do bloco europeu.

“Queremos dar uma oportunidade às negociações” refere esta quinta-feira Ursula von der Leyen num post na sua conta da rede social “X”, sublinhando ainda que “enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE, que receberam um forte apoio dos nossos Estados-Membros, vamos suspendê-las durante 90 dias.”

Contudo, a presidente da Comissão Europeia sublinha que “se as negociações não forem satisfatórias, as nossas contramedidas entrarão em vigor”, salientando ainda que “prosseguem os trabalhos preparatórios sobre novas contramedidas”.

A decisão da União Europeia surge num momento em que as tensões comerciais transatlânticas atingiram o pico. Na semana passada, Trump impôs tarifas de 20% sobre quase todas as importações europeias e ameaçado novas medidas sobre automóveis e outros bens.

Em resposta, os Estados-membros do bloco europeu aprovaram esta quarta-feira um pacote de contramedidas de 26 mil milhões de euros repartido em duas fases, que inclui tarifas retaliatórias de até 25% sobre bens norte-americanos, incluindo produtos agrícolas e industriais. Estas medidas estavam programadas para entrar em vigor já na próxima semana.

Contudo, o anúncio de Trump de suspender as tarifas por três meses abriu uma janela para negociações. Fontes diplomáticas europeias indicaram que a suspensão das contramedidas pela União Europeia visa criar espaço para o diálogo, sem abdicar da pressão sobre Washington.

Apesar do tom conciliatório, as negociações estão longe de ser garantidas. Von der Leyen reiterou que “todas as opções permanecem em cima da mesa” e que o trabalho preparatório para novas contramedidas continua. A suspensão das tarifas por ambas as partes é vista como um movimento estratégico mais do que um sinal definitivo de resolução.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O beauty tech do momento? Dyson Airwrap i.d. e a arte de modelar sem stress

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 10 Abril 2025

A precisão da tecnologia Dyson eleva a experiência do styling. O Airwrap i.d. traz o melhor do design e performance para cabelos impecáveis, com um simples toque.

Vamos falar de cabelo — e de promessas tecnológicas que juram transformar a nossa rotina em algo digno de tutorial de YouTube com milhões de views. O novo Dyson Airwrap i.d.™, que chegou ao mercado este ano é, segundo a marca, o primeiro modelador multifunções inteligente e conectado. E sim, é tão bonito e futurista quanto parece.

Depois de o experimentarmos, podemos dizer que este gadget não é só mais um brinquedo caro para beauty addicts. É um aliado sério — e surpreendentemente intuitivo — na missão de conseguir caracóis perfeitos sem parecer que acabámos de sair de um laboratório (ou de um episódio de Black Mirror).

Primeira impressão: isto é a Apple dos secadores
O design é minimalista, quase escultórico. O estojo de apresentação vem com tudo organizado como se estivéssemos a abrir uma jóia tecnológica. Cores sofisticadas (ficámos rendidos ao Ceramic Patina & Topaz) e um detalhe que diz muito: a tampa do estojo traz um suporte para smartphone ou tablet — porque este modelador quer mesmo que utilizemos a app MyDyson como a nossa nova melhor amiga de styling.

O que há de novo (e vale mesmo a pena)
A grande estrela aqui é a funcionalidade i.d. curl™. Traduzindo: através da app, criamos um perfil personalizado com o nosso tipo de cabelo, comprimento e até nível de habilidade (obrigada, Dyson, por admitires que nem todas nascemos cabeleireiras). Depois é só carregar num botão — literalmente — e deixar que o Airwrap faça a dança: enrola, segura, fixa. É quase hipnótico.

Há dois novos acessórios que merecem toda a nossa atenção. O modelador cónico — ideal para quem quer mais definição na raiz (os caracóis ficam com aquele ar editorial). E o difusor Wave+Curl, que, mesmo em cabelo ondulado, faz magia: realça o padrão natural sem frizz e sem esforço.

Menos calor, mais brilho
O calor é sempre uma preocupação, e aqui nota-se que a Dyson fez o trabalho de casa. O Airwrap i.d.™ nunca ultrapassa os 150ºC, e graças ao motor digital V9 (tão silencioso que quase estranhamos), o fluxo de ar é potente mas gentil. O cabelo até ganha mais brilho.

Uma app que… ajuda mesmo?
Surpreendentemente, sim. A MyDyson não só guia o processo de styling como envia notificações para limpeza do filtro e até te dá sugestões de penteados. É como ter uma stylist digital no bolso — e sem os palpites indesejados. Outra estreia é a linha de produtos capilares Dyson Chitosan™. Com base em cogumelos ostra (quem diria?) e criada após mais de uma década de investigação, promete trabalhar em harmonia com as ferramentas Dyson. Ainda estamos a testar, mas podemos já adiantar: o cabelo fica leve, com textura natural e sem aquele efeito de “spray fixador de anos 90”.

Veredito final: vale os 549€?
Não é para todas as carteiras, mas para quem procura uma ferramenta versátil, inteligente e com uma curva de aprendizagem quase nula, o Airwrap i.d.™ justifica o investimento. É funcional, bonito e — acima de tudo — poupa tempo e frustração. E isso, convenhamos, tem o seu preço.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Habitação “não pode ficar dependente” de dividendos de qualquer banco, defende Montenegro

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

Montenegro criticou a proposta do PS e defendeu que o financiamento da habitação tem de passar "pelos recursos do Orçamento do Estado, dos fundos europeus e do Estado".

O primeiro-ministro defendeu esta quinta-feira que a habitação é tão prioritária no desenvolvimento do país que “não pode ficar dependente” dos dividendos de qualquer banco, ainda que do Estado, numa crítica implícita a uma proposta do PS.

Na abertura de Congresso Internacional de Habitação Pública, que decorreu no Taguspark, em Oeiras, Luís Montenegro disse não querer entrar em polémicas pré-eleitorais, mas acabou por se referir, indiretamente, a uma proposta que consta do programa do PS e que passa por utilizar parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos numa conta corrente estatal que permite financiar as autarquias na construção de habitação pública.

“A habitação é tão prioritária, é tão essencial na estratégia de desenvolvimento do país, que não pode ficar dependente agora do volume de dividendo de uma determinada entidade bancária, mesmo que seja do perímetro estatal. O seu financiamento tem que ser assegurado, ponto final, tem de ser assegurado pelos recursos públicos”, defendeu Luís Montenegro.

Para o primeiro-ministro, o financiamento da habitação tem de passar “pelos recursos do Orçamento do Estado, pelos recursos dos fundos europeus e pelos recursos que o Estado pode assegurar de instrumentos de financiamento a baixos custos, nomeadamente através do Banco Europeu de Investimento”.

“E é isso que um governo deve assegurar, seja ele qual for, e deve assegurar para o seu mandato e para os mandatos seguintes, para quem vier a seguir, é isso que nós estamos a fazer”, afirmou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

INE confirma abrandamento da inflação para 1,9% em março

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Abril 2025

Sem os produtos energéticos e os alimentos não transformados, a variação também foi de 1,9% em março.

A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 1,9% em março, menos 0,5 pontos percentuais face ao valor registado em fevereiro, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e que confirmaram a estimativa rápida.

Quanto à inflação subjacente, que retira da equação os produtos energéticos e os produtos alimentares não transformados, a variação homóloga no terceiro mês de 2025 foi também de 1,9%, contra 2,5% em fevereiro.

Fonte: INE

O índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para 0,1% em março em termos homólogos, em comparação com 1,5% no mês anterior.

Ao contrário dos preços da energia, a taxa de variação homóloga do índice referente aos produtos alimentares não transformados aumentou para 2,8%, acelerando quatro décimas face a fevereiro.

Nas maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC estão, segundo o INE, os restaurantes e hotéis, os bens alimentares e bebidas não alcoólicas e a habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis.

Comparando com fevereiro, destaca-se a diminuição da contribuição do vestuário e calçado, dos transportes e do lazer, recreação e cultura. “Em sentido contrário, nenhuma das classes teve contributo positivo significativo para a evolução da variação homóloga do IPC”, indica o gabinete estatístico.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, utilizado para comparação com os restantes países europeus, apresentou uma variação homóloga de 1,9% (2,5% no mês anterior). Este valor é inferior em 0,3 pontos percentuais à média estimada pelo Eurostat para os países da Zona Euro.

Face ao mês anterior, a variação do IPC foi de 1,4% (-0,1% em fevereiro e 2,0% em março de 2024).

(Notícia atualizada pela última vez às 11h55)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Disparo na despesa líquida ameaça meta de médio prazo acertada com Bruxelas, avisa Conselho das Finanças Públicas

Conselho das Finanças Públicas alerta que despesa líquida irá crescer acima do compromisso assumido por Portugal com a Comissão Europeia no plano orçamental estrutural de médio prazo.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) alerta que Portugal poderá incumprir a meta acordada com a Comissão Europeia no plano orçamental estrutural de médio prazo. Em causa está um crescimento médio da despesa líquida de 4,4%, acima do compromisso assumido com Bruxelas.

No relatório de projeções macroeconómicas e orçamentais, divulgado esta quinta-feira, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral projeta, com base na informação atualmente disponível, uma taxa de crescimento média da despesa líquida de 4,4% entre 2025 e 2028. As contas ultrapassam, assim, os 3,6% com os quais Portugal se comprometeu no plano enviado ao executivo comunitário em outubro e que recebeu ‘luz verde’ por parte do Conselho da União Europeia.

É evidente que a margem que temos se encurta para a tomada de novas medidas de política, a menos que possa haver medidas de compensação do lado da receita ou da despesa, se queremos estar preservados“, afirmou a presidente do CFP, em conferência de imprensa, em Lisboa.

É evidente que a margem que temos se encurta para a tomada de novas medidas de política, a menos que possa haver medidas de compensação do lado da receita ou da despesa, se queremos estar preservados.

Nazaré da Costa Cabral

Nazaré da Costa Cabral destaca que os “desvios previstos acima do que são os desvios tolerados pelas regras europeias em 2025 e 2027“.

O novo indicador central das avaliações de Bruxelas inclui a despesa líquida de encargos com juros, medidas discricionárias em matéria de receitas, despesas relativas a prestações de desemprego, medidas pontuais e outras medidas temporárias, despesas relativas aos programas da União inteiramente cobertas por receitas de fundos da União e despesas nacionais relativas ao cofinanciamento de programas financiados pela União.

O CFP explica que o cálculo para 2024 tem uma natureza provisória por não dispor da atualização das medidas discricionárias da receita. No entanto, na projeção, a partir de 2025 (inclusive), “o saldo acumulado na conta de controlo ultrapassa o limiar máximo permitido, o que pode implicar a elaboração de um relatório por parte da Comissão Europeia”, caso a execução de 2026 confirme a situação de défice orçamental projetado de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Fonte: CFP

(Notícia atualizada às 12h36 com as declarações da presidente do CFP)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Startupbootcamp tem cerca de 21 milhões para acelerar startups nacionais

Fundo tem como meta apoiar até final do ano 30 startups que vão integrar os "programas de aceleração da Startupbootcamp e terão como objetivo "escalar soluções inovadoras com impacto real".

A Startupbootcamp tem cerca de 21 milhões de euros para acelerar três dezenas de startups nacionais até ao final do ano. O novo fundo é conhecido esta quinta-feira no mesmo dia em que arranca em Aveiro o Future XPO, evento que marca a chegada da Startupbootcamp, a maior aceleradora de startups da Europa, a Portugal.

O novo fundo de investimento, o Startupbootcamp Growth Investment Fund, tem como nome provisório Flywheel Fund I (FWF I) e será gerido pela Octanova. “Este fundo, com sede em Portugal, será dedicado exclusivamente ao apoio, até ao final do ano, de 30 startups que vão integrar os programas de aceleração da Startupbootcamp, e terão como objetivo, escalar soluções inovadoras com impacto real”, informa comunicado. Disponível para investimento estão cerca de 21 milhões de euros, informa fonte oficial, questionada pelo ECO.

O fundo é conhecido no mesmo dia em que arranca o Future XPO, evento internacional que reúne em Aveiro mais de 400 participantes, entre empreendedores, investidores, especialistas e decisores. “O evento será palco para a apresentação de 25 startups nacionais e internacionais nas áreas mais promissoras da atualidade: Energia, Saúde e Bem-Estar e Inteligência Artificial”, informa comunicado.

O Future XPO marca o arranque de atividade em Portugal da aceleradora europeia, presente em mais de 20 países, tendo já acelerado e investido em mais de 1.700 startups, ligando-as a investidores, parceiros corporativos e mentores.

“Portugal é um early-adopter na questão da inovação e acreditamos que este é o momento certo para trazer a nossa experiência em aceleração para este ecossistema tão dinâmico. O Future XPO não marca apenas a nossa chegada ao mercado português — acreditamos que será um verdadeiro catalisador para colaborações significativas capazes de gerar valor e impacto real nas nossas vidas”, afirma Kauan Von Novack, CEO Global da Startupbootcamp, citado em comunicado.

Marleen Evertsz (Nxchange), Guga Stocco (MIT Review Brasil), Eva Cicinyte (Gnomi App), António Queirós (Indigo Power Solutions) e representantes de entidades como a Confederação Empresarial da CPLP, o EU Longevity Hub e o Banco Português de Fomento são alguns dos oradores previstos neste evento que prevê ainda um “hackathon que desafia jovens empreendedores a resolver problemas globais em apenas oito horas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Conselho das Finanças Públicas corta crescimento para 2,2% este ano e alerta para riscos da guerra comercial

Instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral está mais pessimista sobre crescimento e adverte que guerra comercial representa um risco significativo para a economia mundial e Portugal.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu em baixa as projeções de crescimento da economia portuguesa para este ano e o próximo, apontando agora para uma taxa de 2,2% e 2%, respetivamente. Apesar de salientar a resiliência que a atividade económica do país tem registado, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral alerta para riscos, entre os quais a guerra comercial.

No relatório de atualização de projeções macroeconómicas e orçamentais, divulgado esta quinta-feira, o CFP projeta uma aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos 1,9% verificados em 2024, para 2,2% este ano. Esta previsão encerra, contudo, um corte de 0,2 pontos percentuais (pp.) face ao relatório publicado em setembro.

Apesar do efeito de arrastamento do crescimento registado no último trimestre do ano passado, o impacto da revisão em baixa do crescimento intra-anual, particularmente na primeira metade do ano, no consumo e no investimento, é superior.

A instituição revela-se mais pessimista do que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que em ocasiões públicas tem apontado para uma taxa de 2,5%, acima dos 2,1% inscritos no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

A explicar a evolução face ao ano anterior, o CFP aponta para “o aumento da taxa de investimento, impulsionada sobretudo pelo reforço do investimento público, alicerçado na expectativa de uma maior taxa de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em face do ano precedente”.

Para 2026 e 2027 prevê um abrandamento no ritmo de crescimento do PIB para 2% e 1,6%, respetivamente, convergindo, no médio prazo, para 1,8%. Em setembro, a instituição apontava para uma taxa de 2,1% em 2026, enquanto o OE2025 prevê 2,2%.

O CFP justifica o abrandamento esperado em 2026 com “a subsistência de níveis de incerteza elevados, condicionando a evolução do consumo, investimento empresarial e exportações, mas principalmente a um impulso menos expressivo do investimento público”.

No entanto, adverte que as projeções estão envoltas em riscos descendentes. “O ressurgimento de políticas comerciais protecionistas e a imposição de tarifas de larga escala, anunciadas já após a data de fecho desta publicação, representam um risco significativo para a economia mundial e, também, para Portugal“, alerta.

“A incerteza gerada por estas medidas pode ter um impacto negativo no comércio, na inflação, no investimento e, consequentemente, no crescimento económico, justificando uma monitorização próxima das suas repercussões por parte do Governo e a preservação de espaço orçamental para a eventual necessidade de adotar medidas de mitigação desses impactos“, acrescenta.

Aponta ainda, ao nível interno, o risco da “possibilidade de o investimento público crescer a um ritmo inferior ao esperado, assim como atrasos adicionais na implementação financeira do PRR”.

Crescimento desacelerou fortemente no primeiro trimestre

O CFP assinala que após o desempenho surpreendente registado no último trimestre de 2024, com uma taxa em cadeia de 1,5% (após uma média de 0,4% nos três trimestre anteriores), “a economia portuguesa deverá desacelerar de forma expressiva no primeiro trimestre”.

O relatório aponta que o crescimento na reta final do ano passado foi “influenciado pelo impacto de medidas de dimensão significativa e de cariz pontual: o suplemento extraordinário de pensões e o ajustamento das tabelas de retenção em sede de IRS“.

Neste sentido, realça que, em conjunto, estas alterações representaram um impulso equivalente a 4% do rendimento disponível trimestral das famílias, pelo que terá um efeito transitório no crescimento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nos junta músicos em novo projeto para reforçar ligação ao território da música

  • + M
  • 10 Abril 2025

O projeto conta com duas temporadas, num total de 12 episódios, lançados quinzenalmente. A estreia é esta quinta-feira, com o encontro entre Lena D’Água e Milhanas.

A Nos lançou um novo projeto que junta músicos de língua portuguesa de diversas gerações e estilos para reinterpretarem, frente a frente, temas uns dos outros. O objetivo de “Nos canta ao outro e não ao mesmo” passa por apoiar e celebrar a diversidade da música portuguesa, bem como reforçar a ligação da marca de telecomunicações ao território da música.

Com esta iniciativa, a Nos reforça e fortalece a sua presença no território da música, um território natural para a marca, repleto de ligações positivas. A Nos está na música para que todos vivam momentos únicos, ligados entre si e com uma amplificação de todas as emoções”, diz António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da operadora, citado em comunicado.

“Este projeto vive muito da difusão via redes sociais e televisão, porque queremos estar onde as pessoas estão e levar a emoção da música ao máximo número de pessoas, acrescentando valor a esta experiência“, acrescenta.

O projeto conta com duas temporadas, num total de 12 episódios que são lançados quinzenalmente, às quintas-feiras, pelas 21h. Visando criar uma maior envolvência com o público, com cada episódio será lançado um conjunto de outros conteúdos, que vão desde o convite aos artistas até o processo criativo, para que as “pessoas possam seguir todo o processo” através das redes sociais e, em detalhe, no canal de transmissão da Nos no Instagram.

Ana Lua Caiano, David Bruno, Lena D’Água, Milhanas, Romeu Bairos, e Samuel Úria são os artistas convidados da primeira temporada, enquanto Dino d’Santiago é um dos nomes já confirmados para a segunda temporada. A curadoria artística é assinada por Henrique Amaro e Fred Pinto Ferreira.

O primeiro episódio estreia esta quinta-feira, com o encontro entre Lena D’Água e Milhanas. Para marcar o lançamento do projeto e celebrar a música portuguesa, a Nos preparou ainda uma listening party disponível aqui.

Os episódios estão disponíveis em nos.pt/musica e no canal de YouTube da Nos. No entanto, a grande novidade é o novo Canal de Transmissão da Nos no Instagram. Um canal “pensado com o objetivo de criar a maior comunidade de fãs de música, estreitando laços com os fãs de diferentes estilos musicais, testando novos formatos de conteúdos digitais e disponibilizando conteúdos exclusivos”, refere-se em nota de imprensa. Através do canal vão ainda ser oferecidos, semanalmente, bilhetes para o Nos Alive 2025.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais pessimista, Conselho das Finanças Públicas prevê défice de 1% no próximo ano

O Conselho das Finanças Públicas avisa que "a margem orçamental de Portugal é reduzida e já foi amplamente utilizada" a aconselha gestão "prudente" da despesa pública nos próximos anos.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) está mais pessimista e vê o país regressar aos défices já no próximo ano. Um regresso com estrondo: 1% do Produto Interno Bruto (PIB), influenciado em mais de metade pelo impacto dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Descontando este efeito, o saldo orçamental ainda seria negativo em 0,4% devido às medidas de política.

Na atualização das projeções macroeconómicas e orçamentais, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral revê em baixa a projeção orçamental de médio prazo face à apresentada em setembro, devido ao impacto orçamental de medidas de política económica de aumento da despesa pública e de redução da receita.

Para 2025 aponta agora para um saldo orçamental equilibrado (0,0% do PIB), quando anteriormente previa um excedente de 0,4%. Neste sentido, revela-se mais pessimista do que o Ministério das Finanças, que inscreveu no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) um saldo orçamental positivo de 0,3%.

 

“Para a deterioração anual do saldo orçamental em 2025 muito contribui o impacto de novas medidas de política que aumentam a despesa com pessoal, prestações sociais, subsídios e outra despesa corrente”, assinala o CFP.

No entanto, destaca que a projeção é “sensível a alguns fatores”. Entre estes elenca o grau de execução do investimento público, dos empréstimos PRR e a evolução dos impostos diretos, em particular do IRS, e da utilização de mecanismos de contenção orçamental. Assim, admite que “não se pode excluir a possibilidade de um ligeiro excedente orçamental”.

O cenário mais pessimista agudiza-se para o ano seguinte. Para a instituição, caso de mantenham em vigor as políticas atuais, o país irá regressar aos défices. Para 2026 prevê um défice de 1% e para os anos seguintes até 2029 perspetiva-se uma estabilização do défice orçamental em torno de 0,6%. Em setembro, a instituição admitia, para 2026, um excedente de 0,1%, em linha com o projetado pelo Ministério das Finanças.

O CFP explica que 0,6% do défice projetado para o ano seguinte deverá ser explicado pelo recurso aos empréstimos PRR para financiamento da despesa associada a projetos deste plano. Descontando este efeito, o défice seria de 0,4% do PIB.

O tema tem servido de arma de arremesso entre a AD (Aliança Democrática) e o PS, na pré-campanha para as legislativas de maio. No cenário orçamental do seu programa eleitoral, os socialiatas apontam para um défice de 0,4% no próximo ano, o que levou a críticas do partido do Governo. O ministro Adjunto Castro Almeida afirmou, em declarações à Lusa, na terça-feira que o PS fez “uma opção errada” ao apresentar um programa eleitoral que prevê défice para 2026, assegurando que a AD irá prever no seu programa “contas equilibradas”.

A margem orçamental de Portugal é reduzida e já foi amplamente utilizada, pelo que a gestão da receita e da despesa pública nos próximos anos tem de ser feita de forma prudente, sem comprometer o funcionamento dos estabilizadores automáticos nem a sustentabilidade de longo prazo das finanças públicas.

Conselho de Finanças Públicas

Para o CFP, a penalizar a receita fiscal está a a dissipação do efeito pontual do menor volume de reembolsos de IRS expectável em 2025 e o impacto do novo regime do IRS Jovem, bem como a redução da taxa de IRC. Paralelamente, acresce na despesa pública o agravamento do custo orçamental das medidas de revalorização salarial, com um impacto crescente até 2027, bem como o acréscimo de investimento financiado por fundos nacionais.

Ainda assim, prevê que o saldo primário, que exclui os encargos com juros, irá continuar excedentário, contribuindo para a diminuição do rácio da dívida pública. Neste sentido, acredita numa redução de 94,9% em 2024 para 91,8% em 2025, caindo para 90,3% em 2026.

O CFP estima ainda que a meta de gastos de 2% do PIB em defesa levaria o défice de 0,6% do PIB previsto para 2029 a agravar-se em 0,6 pontos percentuais e o rácio da dívida pública em 1,3 pontos percentuais.

Margem é “reduzida”

O CFP deixa ainda um aviso para o próximo Governo. “A margem orçamental de Portugal é reduzida e já foi amplamente utilizada, pelo que a gestão da receita e da despesa pública nos próximos anos tem de ser feita de forma prudente, sem comprometer o funcionamento dos estabilizadores automáticos nem a sustentabilidade de longo prazo das finanças públicas”, alerta.

A instituição assinala ainda que a trajetória orçamental prevista no seu relatório pode estar influenciada por fatores não considerados, como uma possível subestimação do Complemento Solidário para Idosos (CSI) após 2025, uma contribuição financeira de Portugal para o orçamento da União Europeia mais elevada e eventuais futuros apoios à Ucrânia ou a materialização de responsabilidades contingentes, entre outros.

Pelo lado positivo, a beneficiar a trajetória orçamental projetada estão dividendos mais elevados a receber de participações financeiras, uma menor execução de investimento público suportado por financiamento nacional ou pela componente de empréstimos do PRR ou menores encargos com juros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucro operacional da Volkswagen baixa 39% no primeiro trimestre para 2,8 mil milhões

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

O volume de negócios do grupo Volkswagen aumentou 3%, para 78 mil milhões de euros. A rentabilidade operacional sobre as vendas se situará entre 5,5% e 6,5%.

O grupo automóvel Volkswagen reduziu o seu lucro operacional em 39% no primeiro trimestre, para 2,8 mil milhões de euros, devido a perdas extraordinárias de 1,1 mil milhões de euros.

A Volkswagen informou na quarta-feira à noite que mantém a sua previsão de um aumento do volume de negócios de até 5% em 2025, apesar da política tarifária do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de modo a que a rentabilidade operacional sobre as vendas se situará entre 5,5% e 6,5%.

As ações do grupo Volkswagen, que inclui marcas como VW, Skoda, Seat, Cupra, Porsche e Audi, subiram 6,5% para 89,32 euros na abertura da Bolsa de Frankfurt, porque a confirmação das previsões foi avaliada positivamente.

O grupo Volkswagen afirmou que, de momento, não sabe qual será o efeito no volume de negócios, nos resultados e na tesouraria do aumento das tarifas de importação, nomeadamente nos Estados Unidos.

O volume de negócios do grupo Volkswagen aumentou 3% (78 mil milhões de euros). A rendibilidade operacional das vendas do grupo Volkswagen situou-se em 3,6% no primeiro trimestre (6% um ano antes).

As perdas extraordinárias de 1,1 mil milhões de euros são principalmente provisões de 600 milhões de euros relacionadas com a regulamentação das emissões de CO2 na Europa e 200 milhões de euros para a reestruturação da sua filial de software Cariad.

Além disso, o grupo reservou mais 300 milhões de euros para ajustamentos das reservas relacionadas com a manipulação das emissões dos veículos a gasóleo e para despesas com eventuais correções de valor dos veículos em transporte devido às tarifas aplicadas pelos Estados Unidos no início de abril.

A Volkswagen tinha uma liquidez líquida na divisão automóvel de 33 mil milhões de euros no final de março e espera ter entre 34 e 37 mil milhões de euros no final deste ano (34,4 mil milhões no final de 2024).

Prevê igualmente que o fluxo de caixa líquido desta divisão se situe entre dois e cinco mil milhões de euros no final do ano. A Volkswagen publica o balanço completo do primeiro trimestre a 30 de abril.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.