Efeito Trump. Parlamento Europeu admite deixar empresas dos EUA fora do IRC mínimo de 15%

Depois das ameaças de retaliação, o Parlamento Europeu admite agora isentar as grandes empresas norte-americanas. Em contrapartida, pondera avançar com um imposto global sobre serviços digitais.

Depois das ameaças de retaliação da Administração Trump contra os países que tributarem as suas multinacionais à taxa mínima global de IRC de 15%, o Parlamento Europeu já admite isentar as empresas norte-americanas com atividade nos Estados-membros da União Europeia (UE), segundo fonte oficial do gabinete de comunicação da subcomissão parlamentar dos assuntos fiscais, numa resposta enviada ao ECO. Em contrapartida, os eurodeputados ponderam avançar com um imposto global sobre os serviços digitais.

“A reforma do Pilar 2”, que diz respeito à tributação mínima global de multinacionais com faturação igual ou superior a 750 milhões de euros, “foi concebida de forma a poder ser implementada unilateralmente”, começa por apontar a mesma fonte oficial do subcomité, liderado pelo eurodeputado Pasquale Tridico. “Contudo, os Estados-membros da UE podem decidir fazer cumprir a lei, mesmo sem a participação dos EUA. A fim de evitar retaliações por parte dos EUA, teriam de considerar a possibilidade de alterar a lei de uma forma a isentar as empresas norte-americanas sem prejudicar o objetivo da reforma no que diz respeito a outros países terceiros”, sugere o Parlamento Europeu.

É um claro recuo da instância europeia sediada em Estrasburgo, depois de o presidente Donald Trump ter rasgado o acordo histórico de 2021, assinado pelos EUA de Joe Biden e mais cerca de 140 países, para a aplicação de um imposto global mínimo sobre multinacionais com uma faturação igual ou superior a 750 milhões de euros. Durante a cerimónia da tomada de posse, na segunda-feira, Trump foi taxativo, ao declarar que esse pacto já “não tem força ou efeito”.

Num memorando presidencial, emitido horas depois de ter assumido o cargo, Donald Trump pediu ao Tesouro dos EUA que preparasse “medidas de proteção” contra os países que implementaram ou que irão implementar “regras fiscais que visem desproporcionalmente as empresas americanas”.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, terá agora 60 dias para apresentar as conclusões e recomendações sobre os países terceiros que não cumpram os tratados fiscais com os EUA ou que planeiam aplicar a taxa global mínima de 15%. De lembrar que, na semana passada, o mesmo governante considerou “um erro grave” a implementação da reforma do Pilar 2.

A Comissão Europeia lamenta a posição de Trump, “mas acredita que é possível discutir estas questões com a nova Administração dos EUA para compreender melhor as suas preocupações”, indicou ao ECO fonte oficial de Bruxelas.

A instituição, presidida por Ursula Von der Leyen, salienta que “tanto a UE como os EUA partilham os mesmos interesses em desencorajar a transferência de lucros para países com impostos baixos”. Por isso, considera que ainda há margem de manobra para debater esta matéria de forma a chegar a um entendimento, até porque está em curso “uma reforma fiscal interna nos EUA”, que deverá estar concluída no final deste ano. Será nesse palco que a Comissão poderá tentar alguma forma de negociação com o Tesouro norte-americano.

Tanto a UE como os EUA partilham os mesmos interesses em desencorajar a transferência de lucros para países com impostos baixos.

Comissão Europeia

Num tom mais crítico, o presidente da subcomissão do Parlamento Europeu para os assuntos fiscais, Pasquale Tridico, já reconheceu que a saída dos EUA do acordo global sobre a tributação das multinacionais representa “um revés significativo”. “A decisão de Trump beneficia multinacionais e ultrabilionários que apoiaram a sua campanha. O fardo recairá sobre os cidadãos e as pequenas e médias empresas, que continuarão a enfrentar impostos desproporcionalmente mais elevados em comparação com as grandes empresas”, criticou o eurodeputado do grupo da Esquerda Unitária.

Tridico sinalizou que, “há mais de um ano, a UE introduziu novas regras que determinam uma taxa de imposto efetiva mínima global de 15% para empresas multinacionais que operam nos seus Estados-membros”. “As ameaças de retaliação de Trump não devem deter-nos. O nosso dever é servir os cidadãos e as empresas europeias, que são fortemente penalizados pelas práticas de evasão fiscal das grandes multinacionais, especialmente dos gigantes tecnológicos”, defendeu.

Apesar desta posição de força, o Parlamento Europeu já veio admitir a possibilidade de isentar as multinacionais norte-americanas face às ameaças de retaliação de Donald Trump. “Existe o risco de tensões crescentes entre os EUA e a UE, se a UE avançar e decidir implementar” o imposto mínimo global “e impô-la às empresas dos EUA”, reconheceu fonte oficial em resposta às questões colocadas pelo ECO.

As ameaças de retaliação de Trump não devem deter-nos. O nosso dever é servir os cidadãos e as empresas europeias, que são fortemente penalizados pelas práticas de evasão fiscal das grandes multinacionais, especialmente dos gigantes tecnológicos.

Pasquale Tridico, presidente da subcomité dos assuntos fiscais do Parlamento Europeu

Por isso, a “UE terá de colaborar com a nova administração dos EUA e apelar a uma reforma do regime dos EUA para o tornar compatível com a reforma do Pilar 2”. Mas vai mais longe: “A fim de evitar retaliações por parte dos EUA, os Estados-membros teriam, no entanto, de considerar a possibilidade de alterar a lei de uma forma a isentar as empresas norte-americanas sem prejudicar o objetivo da reforma no que diz respeito a outros países terceiros”. Estrasburgo indica que esta isenção poderia se feita “a nível nacional”, mas o ideal seria um acordo “adotado a nível da UE”. Nesta fase, contudo, ainda “é demasiado prematuro prever o que os Estados-membros irão decidir”, acrescentou a mesma fonte.

O Parlamento Europeu chamou ainda a atenção para outra das consequências da retirada dos EUA do acordo para a tributação global mínima das multinacionais: “Os Estados-membros da UE já não se irão sentir vinculados ao compromisso com o Pilar 1, que determina a suspensão dos impostos sobre o digital e não introdução de novas taxas sobre estes serviços”.

Ou seja, os países europeus sentir-se-ão livres ou legitimados para criar novas taxas. “Para evitar que isto conduza a um aumento de múltiplos impostos nacionais, a Comissão Europeia poderia reconsiderar a sua anterior proposta de introdução de um imposto sobre serviços digitais à escala da UE”, sugere o Parlamento Europeu, recordando que já instou a Comissão “a reconsiderar um imposto digital alternativo da UE no caso de fracasso da reforma do Pilar 1, dado que uma parte das receitas geradas no âmbito desta reforma deveria ser atribuída ao orçamento da UE”.

A fim de evitar retaliações por parte dos EUA, os Estados-membros teriam, no entanto, de considerar a possibilidade de alterar a lei de uma forma a isentar as empresas norte-americanas sem prejudicar o objetivo da reforma no que diz respeito a outros países terceiros.

Parlamento Europeu

Todas estas matérias terão ainda de ser discutidas e definidas pela Comissão Europeia e pelo Conselho Europeu, uma vez que “o Parlamento Europeu desempenha apenas um papel consultivo em questões fiscais“, salientou a mesma fonte do gabinete parlamentar.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que promoveu o acordo multilateral para a criação de um IRC global mínimo de 15% sobre as multinacionais com faturação igual ou superior a 750 milhões de euros, também já reagiu à posição da Administração Trump.

A instituição mostrou-se igualmente preocupada com o recuo norte-americano, mas foi mais branda no tom, salientando que “os Governos dos países membros” da OCDE, incluindo os EUA, “representam os seus interesses como bem entendem”, referiu numa resposta ao ECO. “A OCDE continuará a trabalhar com os EUA e todos os países para apoiar a cooperação internacional de modo a promover a segurança, evitar a dupla tributação e proteger as bases tributárias”, indicou.

A OCDE continuará a trabalhar com os EUA e todos os países para apoiar a cooperação internacional de modo a promover a segurança, evitar a dupla tributação e proteger as bases tributárias.

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)

As grandes multinacionais, com uma faturação anual superior a 750 milhões de euros, estão, desde janeiro de 2024, e pela primeira vez, sujeitas a uma taxa mínima de IRC de 15%, à medida que entram em vigor as reformas fiscais de quase 140 países, incluindo as dos Estados-membros da UE.

Portugal falhou o prazo para transpor a diretiva europeia, até 21 de dezembro de 2013, e só aprovou a respetiva proposta de lei em julho do ano passado, tendo o diploma entrado em vigor em novembro.

O acordo estabelece que se o lucro de uma multinacional for tributado abaixo de 15% num país, outros países poderão cobrar uma taxa complementar até atingir aquele patamar mínimo. A OCDE, que promoveu esta reforma, estima que este imposto aumentará a receita fiscal anual em até 9%, ou seja, em 220 mil milhões de dólares ou 199 mil milhões de euros em todo o mundo.

Reino Unido, Noruega, Austrália, Coreia do Sul, Japão e Canadá foram os primeiros países a implementar o imposto global mínimo. Outros Estados, vistos como paraísos fiscais pelas multinacionais, por terem uma taxa inferior, de 5,5%, como Irlanda, Luxemburgo, Países Baixos, Suíça e Barbados, também vão participar. EUA e China apoiaram o acordo em 2021, mas não introduziram a taxa mínima na legislação. Com a Administração Trump a liderar a Casa Branca, o mais certo é que o imposto global não seja adotado pelos Estados Unidos.

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Só 43% dos alunos mais pobres ativaram contingente que lhes facilita entrada no ensino superior

Contingente prioritário para alunos carenciados que ingressem no ensino superior está a ser uma "medida positiva", mas "não está a chegar a todos". Bolsas insuficientes desincentivam adesão.

Menos de metade dos estudantes que poderiam ter ativado o contingente desenhado pelo Governo anterior para facilitar o acesso dos alunos mais carenciados ao ensino superior usou essa via no ano letivo de 2023-2024. O balanço é feito pelo think tank EDULOG, que, num novo estudo, alerta que a insuficiência das bolsas de estudo e do apoio aos estudantes deslocados ajuda a explicar este nível de adesão.

Anunciado em 2023 como projeto-piloto de adesão voluntária por parte das instituições de ensino superior, este contingente implica a reserva de 2% das vagas para os estudantes beneficiários do escalão A de ação social escolar, ou seja, procura fomentar a inclusão dos alunos mais carenciados no ensino superior.

E tem-no feito, mas “não está a chegar a todos os estudantes“, alerta Alberto Amaral, membro do conselho consultivo do EDULOG. Os números confirmam essa dinâmica.

Segundo o novo estudo, sem o contingente, cerca de 41% dos estudantes do escalão A que utilizaram esta via não teriam sido admitidos nos cursos e instituições em que foram colocados. Mais, esta medida aumentou em dez pontos percentuais a probabilidade de admissão de alunos carenciados e em 2,8 pontos percentuais a probabilidade de acesso a programas seletivos.

“Estes resultados refletem o papel facilitador do contingente no acesso a áreas de estudo mais competitivas por parte de estudantes de baixos rendimentos”, realça o EDULOG.

Contudo, “apesar dos benefícios”, só cerca de 43% dos candidatos elegíveis para este contingente O ativaram no momento da candidatura. Há três fatores a explicar essa trajetória, identifica Alberto Amaral, em conversa com o ECO.

Primeiro, a falta de informação sobre esta medida. Nos Açores e na Madeira, já estava previsto um outro contingente — que reserva uma parte das vagas no ensino superior no continente para os alunos insulares — e nessas regiões a adesão à via prioritária para alunos carenciados foi “notavelmente mais elevada“, o que mostra que a maior familiaridade com medidas deste tipo tem impacto na adesão.

Por outro lado, há a apontar a insuficiência dos apoios para os alunos deslocados, argumenta Alberto Amaral. É que o contingente até pode facilitar o acesso ao curso desejado, mas não assegura qualquer apoio extra à deslocação, cenário que é agravado pelo “custo crescente do aluguer de um quarto“.

“O valor modesto das bolsas de estudo para estudantes deslocados cria uma situação insustentável para os estudantes carenciados, impedindo que usem a totalidade das vagas criadas pela medida”, declara o também ex-reitor da Universidade do Porto.

Pior, para os alunos que se deslocam, muitos ficam em quartos em Lisboa e no Porto sem contratos de arrendamento, o que impede o acesso aos apoios desenhados para o alojamento.

Já o terceiro fator a desmotivar a adesão ao contingente para alunos carenciados tem que ver, segundo Alberto Amaral, com a perceção do grau de dificuldade dos cursos considerados de elite. É que os alunos que precisam de apoio social escolar têm de manter aproveitamento escolar e veem esses cursos como um “maior risco”, porque temem que sejam mais difíceis.

Recomendações para aumentar inclusão

Perante este cenário, o EDULOG deixa uma série de recomendações, a começar pela “necessidade de aumentar a divulgação e a consciencialização sobre o contingente, nomeadamente através da criação de vídeos tutoriais para professores e estudantes, e da disponibilização de informações mais claras no website da Direção-Geral do Ensino Superior”.

Além disso, o think tank sugere a publicação das notas mínimas de entrada para todos os contingentes, “de forma a ajudar os estudantes a tomar decisões mais informadas“.

Outra recomendação é a criação de apoios financeiros adicionais para despesas de deslocação e de alojamento, “que continuam a ser entraves significativos no acesso ao ensino superior”.

O EDULOG sublinha também a importância de uma monitorização contínua dos impactos deste contingente. “É essencial acompanhar os estudantes admitidos através desta medida, não apenas no que diz respeito ao seu percurso académico, mas também ao seu sucesso profissional, de forma a avaliar o impacto, a longo prazo, na empregabilidade e no rendimento destes jovens“, acrescenta o think tank.

Este think tank enquadra-se na Fundação Belmiro de Azevedo. O objetivo é, nomeadamente, “contribuir para a construção de um sistema de educação de referência” e a informação das políticas públicas “para a inovação e mudança na Educação”.

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Mais de 300 imigrantes detidos nas primeiras 24 horas de Trump na Casa Branca

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

O 'czar' da fronteira, Tom Homan, anunciou que a detenção de "308 criminosos graves" no primeiro dia de Donald Trump como presidente dos EUA.

A agência federal de Imigração e Alfândega norte-americana (ICE, na sigla em inglês) deteve 308 imigrantes irregulares no primeiro dia completo de Donald Trump na Presidência, indicou o responsável pela fronteira.

“Na terça-feira, nas últimas 24 horas, o ICE prendeu 308 criminosos graves. Alguns eram homicidas, outros violadores de crianças. Logo, o ICE está a fazer o seu trabalho (…). Um trabalho excelente no terreno e continuarão a fazê-lo a cada dia”, indicou à rede Fox News Tom Homan, o ‘czar’ da fronteira, termo como é conhecido o responsável pela fronteira do novo Governo.

Questionado sobre o que é que poderá motivar uma intervenção do ICE, Homan frisou que “basta estar no país ilegalmente” para ser procurado ou abordado pelos agentes.

“Nada na lei de imigração diz que a pessoa precisa de ter cometido um crime grave para ser removida do país” onde está de forma irregular, disse o responsável, reforçando que qualquer pessoa que estiver ilegalmente nos Estados Unidos poderá ser visitada pelos agentes do ICE e, eventualmente, deportada.

Contudo, explicou que, nesta primeira fase, os esforços estão concentrados “nos piores primeiro”, referindo-se a imigrantes criminosos que representem uma “ameaça para a segurança” da sociedade e dos Estados Unidos.

Donald Trump garantiu na segunda-feira, no seu discurso de tomada de posse, que irá expulsar “milhões e milhões” de imigrantes ilegais, uma das principais promessas da sua campanha eleitoral, durante a qual prometeu levar a cabo a “maior deportação em massa da história” do país.

Há cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos, segundo estimativas do Departamento de Segurança Interna de 2022, o ano mais recente com dados disponíveis – embora Trump tenha afirmado, sem provas, que o número real é cerca do dobro.

Homan prometeu implementar o plano de imigração do segundo mandato de Trump, inclusive em “cidades santuário” – onde existem leis locais e estaduais que protegem a população indocumentada e que acabam por ser um refúgio para pessoas que ainda não conseguiram regularizar a sua situação.

Newark, localizada no estado norte-americano de Nova Jérsia e que acolhe uma das mais significativas comunidades portuguesas nos Estados Unidos, é uma das várias “cidades santuário” do país e onde tem crescido o receio de uma intervenção do ICE sob a nova administração de Donald Trump.

Homan disse numa outra entrevista que os agentes do ICE compilaram uma “folha de alvos” de imigrantes ilegais com antecedentes criminais que pretendem prender e deportar.

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Tribunal rejeita pedido de seguradora para arquivar queixa por discriminação

  • ECO Seguros
  • 22 Janeiro 2025

O juiz indicou que para tomar uma decisão completa sobre o caso é necessário ter provas orais sobre o que aconteceu, e que um conflito entre os factos só poderia ser resolvido através de uma audiência

Um tribunal do trabalho rejeitou o pedido apresentado pela seguradora Marshmallow Technology para não dar seguimento à queixa apresentada por um ex-diretor financeiro que alega que foi despedido por discriminação direta por deficiência, avançou o Insurance Business Mag.

Andrew McCartney, ex-diretor financeiro da seguradora, alega que o seu despedimento esteve relacionado com a sua esposa ter sido diagnosticada com cancro da mama (foi submetida a cirurgia enquanto McCartney ainda trabalhava na Marshmellow).

Além de ter apresentado queixa em tribunal pelas circunstâncias do seu despedimento, também o fez porque meses depois de terminado o seu vínculo laboral com a empresa, solicitou que se iniciasse um processo formal de queixa, o qual a empresa alegadamente recusou.

A seguradora negou estas alegações, afirma que McCartney foi despedido pelo seu desempenho insuficiente e que o processo formal de queixas apenas se aplica a funcionários ativos, logo, o ex-diretor financeiro já não podia recorrer a esse procedimento, visto que já não fazia parte da empresa.

Após uma audiência preliminar, o juiz Andrew Jack, além de rejeitar o pedido da seguradora para arquivar a queixa apresentada, também rejeitou a queixa de discriminação direta por deficiência em relação à alegada falha da empresa em iniciar um processo formal de queixa. “Não há nenhuma ligação inteligível entre ter um parceiro com deficiência e recusar iniciar procedimentos de queixa”, afirmou.

Não obstante, o juiz indicou que para tomar uma decisão completa sobre o caso, era necessário obter provas orais sobre o que realmente aconteceu, e que um conflito entre os factos só poderia ser resolvido através de uma audiência.

“Não considero que a queixa de discriminação direta por deficiência em relação ao despedimento não tenha uma perspetiva razoável de sucesso”, decidiu o juiz. “O caso do reclamante em relação ao seu despedimento não está conclusivamente refutado nem é total e inexplicavelmente inconsistente com documentos contemporâneos não contestados”, indicou.

McCartney contestou a veracidade dos documentos apresentados pela empresa, que continham registos de reuniões, bem como as cartas de despedimento que o informavam de que o seu desempenho era insuficiente.

“Existem questões centrais de facto que dependerão de provas orais e não devem ser decididas sem ouvir essas provas orais”, acrescentou o juiz. “A razão para o despedimento é a principal disputa entre as partes, e essa disputa só pode ser resolvida ouvindo os responsáveis pela decisão.”

O juiz também afirmou que a alegação de McCartney de que sofreu danos emocionais devido à rejeição do seu pedido não conseguiu demonstrar prejuízo.

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Conheça os prestadores de serviços de seguros ‘Escolha do Consumidor 2025’

  • ECO Seguros
  • 22 Janeiro 2025

Três prestadores de serviços cobertos por seguros foram escolhidos pelos consumidores nas categorias de hospital privado, reparação e substituição de vidro automóvel e laboratório de análises clínicas

Há três prestadores de serviços ao setor dos seguros que foram nomeados como ‘Escolha do Consumidor’ na 13.ª edição do concurso: a Glassdrive, Lusíadas Saúde e a Joaquim Chaves Saúde.

A Glassdrive, marca do Grupo Saint-Gobain, destacou-se pelo 12.º ano consecutivo na categoria onde é especialista – reparação e substituição de vidro automóvel – com nota global de 77,3%, ficando à frente das cinco marcas avaliadas. Segundo a marca, tem acordos com a maioria das empresas de seguro em Portugal sendo que serviços que presta podem estar cobertos por contratos de seguro.

“Este reconhecimento inspira-nos a continuar a elevar os padrões do setor, sempre com foco na satisfação e confiança dos consumidores,” sublinha Rita Bastos, Diretora-Geral da Glassdrive e da Sekurit Service Portugal.

Por sua vez, a Lusíadas Saúde ficou em primeiro lugar entre as cinco marcas avaliadas na categoria de hospitais privados com nota global de 83,3%. A empresa tem parceria com a Global Seguros, Lusitania, Nossa (Seguros Angola), Popular Seguros – prestando os serviços para os seus seguradoras através da gestora de seguros e planos de saúde AdvanceCare. Ainda tem parceria com a da Médis (seguradora de saúde da Ageas Portugal), Allianz, KeepWells e Multicare (marca do Grupo Fidelidade).

Com a maior nota global dos três prestadores, a Joaquim Chaves Saúde destacou-se das outras duas marcas avaliadas na categoria de laboratório de análises clínicas com uma nota global de 85%. Segundo publicado no seu sítio da internet, tem acordos com a Cimpor, Açoreana Seguros, Logo, Lusitania, Companhia de Seguros Popular, Generali Tranquilidade, Mudum, Mgen, NOSSA, Una Seguros, Allianz, Future Healthcare, Aegon Santander Seguros, Saúde Prime, Victoria Seguros, Médis, Mútua Saúde e RNA Medical.

A “Escolha do Consumidor” é um sistema de avaliação e classificação de marcas com base na satisfação e aceitação que geram junto dos consumidores. Para chegar aos resultados identifica os atributos os consumidores mais valorizam em cada categoria, depois é atribuída classificação aos atributos mais valorizados e, por fim, é feita “avaliação da experiência com as principais marcas da categoria, avaliando-as e pontuando-as em relação ao seu desempenho nos atributos mais valorizados”.

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Vasco Girão Severo sai da Ageas para gerir grupo Concentra em Portugal

O gestor vai expandir a atividade no mercado português e consolidar resultados sólidos. O grupo espanhol já detém em Portugal a Melior, a Portinsurance e a Median.

O grupo espanhol Concentra acaba de nomear Vasco Girão Severo como Deputy Head of Portugal, função que assumiu oficialmente no dia 13 de janeiro reportando diretamente ao CEO, José Luis Ocon. O gestor era até agora Head of New Patnership no Grupo Ageas onde estava há mais de nove anos.

Vasco Girão Severo saiu do grupo Ageas para “continuar a trajetória de crescimento e inovação” do grupo de distribuição de seguros Concentra.

Segundo informação do grupo Concentra, “terá a missão de liderar mudanças organizacionais, expandir a atividade no mercado português e consolidar resultados sólidos, colocando o desenvolvimento das pessoas no centro da estratégia”. Vasco Severo conta com uma equipa de direção composta por Daniel Tabanez, José Dantas, João Almeida-Santos, Pedro Athouguia e Nuno Fidalgo.

O Grupo Concentra realiza intermediação de seguros e resseguros na Iberia, operando através de várias marcas em três linhas de negócio: retalho, grossista e extensão de garantias. Em Portugal detém a Portinsurance, a Median e Melior.

José Luis Ocon, CEO do Grupo Concentra, afirmou: “A experiência e visão estratégica de Vasco são exatamente o que precisamos para continuar a nossa trajetória de crescimento e inovação. A sua dedicação ao desenvolvimento das pessoas será um pilar essencial para o sucesso sustentável da nossa operação em Portugal.”

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Abriu o espaço realista do Museu Virtual do Seguro

Fica no Barreiro, na antiga CUF, é um espaço cheio de documentos e memórias visuais dos seguros em Portugal. Vitor Alegria do CHAPAS explica. Veja a Fotogaleria.

O Museu Virtual do Seguro tem um novo espaço, agora realista, na nova cidade dos arquivos, localizada nas antigas instalações da CUF, e depois Quimigal, no Barreiro.

Vitor Alegria, responsável pelo Museu do Seguro, vai dinamizar o espaço físico com iniciativas que provam a proximidade dos seguros com a vida das pessoas.Hugo Amaral/ECO

São mais de 800 peças museológicas, para além de uma biblioteca e hemeroteca com todas as muitas publicações já recolhidas pelos membros do Clube Chapas. É visitável às quartas feiras com marcação prévia e prepara para breve uma exposição Garagem dos Sinistros, em que num cenário de um automóvel e de uma moto destruídos em acidentes reais, a gente dos seguros chama-lhes perda total, serão sensibilizados jovens e mais velhos através de conversa animadas de especialistas de médicos a peritos.

Situada paredes meias com o arquivo histórico Ephemera, tanto promovida pelo historiador político Pacheco Pereira, este tem em Vitor Alegria – responsável pelo Museu do Seguro/Clube Chapas-, um par na promoção desta renovada cidade pós-industrial que ainda agrega o Arquivo da Fundação Amélia de Mello, Museu Industrial, Espaço Memória e o Arquivo dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra.

A ideia começou há 13 anos com entusiastas reunidos na fundação do CHAPAS -Clube História e Acervo Português da Actividade Seguradora, e Vitor Alegria tem capitaneado uma equipa de recolha, tratamento e arquivo documental e icónico que trace a importância dos seguros ao longo da história.

Depois de uma página Facebook que já acolheu mais de 10 mil posts com elementos históricos e de um site, denominado Museu Virtual dos Seguros, chegou o momento de criar um espaço físico para homenagear os seguros.

Os seguros estiveram sempre ligados à vida das pessoas ao longo da história de Portugal ”, diz Vitor Alegria, lembrando que o primeiro seguro foi feito e assinado por Dom Dinis em 1294, já protegendo os pioneiros navegadores em busca de comércio fora de Portugal.

O Clube Chapas continua a motivar e a receber doações das muitas recordações, documentos, imagens e ícones, que os portugueses que tiveram familiares e ancestrais ligados aos seguros detêm sem saber o que lhes fazer. Garante Vitor Alegria que serão bem tratadas e respeitadas.

Para preparar uma visita, veja a página do Facebook do Clube Chapas, o site do clube ou o site do próprio Museu Virtual do Seguro.

E Veja a Fotogaleria:

 

 

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Ex-administrador do BPP condenado a 13 anos e meio de prisão em cúmulo jurídico

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Paulo Guichard já cumpriu mais de dois anos e meio de prisão no âmbito de uma condenação a quatro anos e oito meses de prisão por falsidade informática e falsificação de documento.

O antigo administrador do BPP Paulo Guichard foi condenado a uma pena em cúmulo jurídico de 13 anos e seis meses de prisão, decisão que será alvo de recurso para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), adiantou a defesa.

De acordo com o advogado Nuno Brandão, que representa o antigo administrador Paulo Guichard, o juízo central criminal de Lisboa determinou na passada semana um cúmulo jurídico de 13 anos e seis meses de prisão, que substitui as condenações por crimes em três processos relacionados com o colapso do antigo Banco Privado Português (BPP).

Paulo Guichard já cumpriu mais de dois anos e meio de prisão no âmbito de uma condenação a quatro anos e oito meses de prisão por falsidade informática e falsificação de documento num processo com decisão em 2018 e no qual foram também condenados o antigo presidente do BPP João Rendeiro, que entretanto morreu, e Salvador Fezas Vital, também ex-administrador.

Paulo Guichard foi ainda condenado em maio de 2021, tal como Fezas Vital, a uma pena de nove anos e seis meses de prisão por fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais, e, num terceiro processo, a três anos de prisão, por burla qualificada no caso do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da sua pequena dimensão, teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.

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Empresários apoiam criação de área metropolitana do Minho contra “visão minifundiária”

Captação de investimento, mobilidade e desenvolvimento urbanístico são “decisões estruturais” que devem ser tomadas ao nível intermunicipal. AEMinho quer tema “sufragado” na campanha das autárquicas.

Depois de as comunidades intermunicipais (CIM) do Cávado e Ave terem assinado um acordo que prevê a concertação de projetos e ações conjuntas em várias áreas, com o autarca de Braga a falar de um “passo” para a criação da área metropolitana do Minho, os empresários da região elogiam a ideia que pode fazer com que “as grandes decisões estruturais sejam tomadas (…) numa dimensão intermunicipal”.

“É crucial entender a região como um todo e dar uma resposta mais efetiva e, acima de tudo, mais eficiente àquilo que são as suas necessidades, quer em termos de opções estratégicas na captação de investimento, quer em questões como a mobilidade, a mobilidade laboral ou até o próprio desenvolvimento urbanístico, apostando em clusters mais industriais”, refere a Associação Empresarial do Minho (AEMinho).

Ramiro Brito, presidente da Associação Empresarial do MinhoNuno Sampaio

E a campanha para as eleições autárquicas agendadas para o outono deste ano são “um bom momento” para debater o tema, sublinha o presidente, Ramiro Brito, lançando o “repto” aos candidatos dos municípios dos distritos de Braga e Viana do Castelo para “manifestarem as suas posições para que ele também possa, de forma indireta, ser sufragado” na próxima ida às urnas.

Em comunicado, o líder da AEMinho defende que “é estrutural para a região” que haja maior coordenação de políticas e que “as opções estratégicas da mesma sejam tomadas como um todo e não com uma visão minimalista e minifundiária de cada concelho”.

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R.Power vai investir em três novas centrais solares em Portugal

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Em 2025, a empresa polaca dará início à construção de três novos projetos em Paião, Feira e Trancoso. Hoje o portfólio da R.Power em Portugal abrange oito centrais fotovoltaicas.

A R.Power anunciou esta quarta-feira que vai reforçar o investimento em Portugal com a construção de três novas centrais solares em Paião, Feira e Trancoso e com o arranque da operação de dois projetos em Lagos e Portimão. Com este passo, a empresa polaca quer duplicar a capacidade do portfólio instalado em Portugal para 100 megawatt-pico(Mwp).

“Em 2025, a R.Power dará início à construção de três novos projetos em Paião, Feira e Trancoso, com uma capacidade combinada de 43 MWp. Estes projetos irão gerar 80 GWh [Giwatt-hora] de energia anualmente”, detalha a produtora de energia renovável em comunicado.

Até ao final do primeiro trimestre deste ano, a empresa planeia ainda colocar em operação novos projetos com uma capacidade total de 10 MWp em Lagos e Portimão, o que aumentará a produção anual em mais 20 GWh, anunciou a empresa em comunicado.

Simultaneamente, a produtora anunciou que tem planos para “expandir a sua presença na Península Ibérica com novos investimentos em Espanha e em tecnologias de armazenamento de energia”. A Lusa pediu mais informações e dados sobre estes investimentos, mas ainda não obteve respostas da R.Power.

Atualmente, a R.Power gere um portfólio de cerca de 50 MWp em Portugal, abrangendo oito centrais fotovoltaicas localizadas em Terena, Sertã, Mosteiros, Tremês, Alhais, Elvas, Mação e Arada. “Estas instalações já produzem aproximadamente 100 GWh de energia verde, anualmente, fornecendo eletricidade a milhares de lares”, segundo o mesmo documento.

“Portugal é um dos mercados-chave na nossa estratégia de desenvolvimento. Estamos empenhados em alcançar os nossos objetivos de construir uma capacidade total de 100 MWp nesta região da Europa, consolidando ainda mais a nossa posição como o maior investidor polaco no setor das energias renováveis no continente europeu”, afirma Przemek Pięta, cofundador e presidente executivo da R.Power.

O responsável destaca ainda que a expansão no mercado ibérico “é um passo estratégico” para a empresa. “Em Espanha, estamos a iniciar a construção de projetos com uma capacidade total de 23 MWp, que produzirão mais de 45 GWh anualmente”, acrescentou.

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Musk critica investimento em inteligência artificial de Trump

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

OpenAI, Oracle e SoftBank anunciaram esta quarta-feira a criação da Stargate, num investimento de 500 mil milhões. Musk afirma que sabe de "fonte segura" que as empresas "não têm dinheiro".

Elon Musk criticou esta quarta-feira o projeto de Donald Trump para um investimento privado maciço em inteligência artificial (IA), afirmando que os parceiros desta nova empresa “não têm dinheiro” para o financiar, uma afirmação contestada pelo CEO da OpenAI, Sam Altman.

Num evento na Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou a criação de uma nova entidade, a “Stargate”, que planeia investir “pelo menos 500 mil milhões de dólares” em infraestrutura ligada à IA. A “Stargate” resulta de uma parceria formada pela OpenAI, Oracle e SoftBank.

O CEO da SoftBank disse que a joint venture “começaria por investir 100 mil milhões de dólares imediatamente”, com o intuito de alcançar os 500 mil milhões em quatro anos. “Eles não têm dinheiro” para financiar este projeto, escreveu Elon Musk, numa publicação na sua conta da rede social X. “A SoftBank só tem garantidos 10 mil milhões de dólares”, disse, acrescentando: “Sei de fonte segura”.

O dono da Tesla gastou 277 milhões de dólares do seu próprio bolso para financiar a campanha de Donald Trump e foi incumbido de uma missão extra governamental para reduzir a despesa pública. “Falso, como provavelmente sabe”, reagiu o CEO da OpenAI, Sam Altman, também na rede social X, a estas acusações, oferecendo a Elon Musk a possibilidade de “visitar o primeiro local atualmente em construção”.

“Compreendo que o que é bom para o país nem sempre é bom para as vossas empresas, mas espero que, nas novas funções, ponham os Estados Unidos em primeiro lugar”, acrescentou Sam Altman.

Apontado como o homem mais rico do mundo, Elon Musk é um dos cofundadores da OpenAI e ataca regularmente Sam Altman, criticando-o em particular por se ter desviado da missão inicial da ‘startup’, que se centrava no desenvolvimento racional da IA.

A nova entidade, a “Stargate” ocupa-se principalmente da construção de centros e processamento de dados. Elon Musk está também envolvido na corrida à IA e as empresas que controla, nomeadamente a Tesla, têm investido fortemente nesta área.

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Candidatura a Património da Unesco do Queijo Serra da Estrela prevista para o verão

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Em julho de 2024, 17 municípios da região do Queijo Serra da Estrela assinaram um protocolo de cooperação para a elaboração da candidatura à Unesco da salvaguarda daquele produto regional.

A Estrelacoop – Cooperativa Produtores de Queijo Serra da Estrela DOP prevê entregar no final do verão deste ano a candidatura do Queijo Serra da Estrela a Património Cultural e Imaterial da Humanidade da Unesco.

O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo presidente da cooperativa, Joaquim Lé de Matos, na apresentação da feira Tábua e Sabores da Beira, em Tábua, no interior do distrito de Coimbra, que integra a Região Demarcada do Queijo Serra da Estrela.

A salvaguarda do fabrico do Queijo da Serra da Estrela a Património Cultural e Imaterial da Humanidade é um trabalho que já está muito avançado e posso dizer, não caindo em promessas, que está tudo comprometido para entregarmos este verão as candidaturas junto do Estado português e na Unesco”, disse o responsável.

Em julho de 2024, 17 municípios da região do Queijo Serra da Estrela assinaram um protocolo de cooperação para a elaboração da candidatura à Unesco da salvaguarda daquele produto regional, com coordenação técnica e científica de Paulo Lima, que também foi responsável pelas candidaturas do Fado, do Cante Alentejano, do Fabrico de Chocalhos e da Morna (música tradicional de Cabo Verde).

O acordo envolveu também a Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela (ANCOSE). No total, a EstrelaCoop, a ANCOSE e os 17 municípios, que pertencem a três comunidades intermunicipais (CIM) – Beiras e Serra da Estrela, Viseu Dão Lafões e Região de Coimbra – financiam “em quase 80 mil euros a candidatura”.

A candidatura à Unesco para salvaguarda do fabrico do Queijo Serra da Estrela a Património Cultural e Imaterial da Humanidade pretende preservar toda a fileira do queijo, nomeadamente “o trabalho árduo dos produtores e, sobretudo, dos pastores”, tornando a atividade mais rentável para atrair jovens para o setor.

Outra salvaguarda necessária relaciona-se com o número de efetivos da raça autóctone da Serra da Estrela, que tem de ser [ovelha] Bordaleira ou Churra Mondegueira, porque, segundo os dados existentes, está a haver uma diminuição de ano para ano.

No entanto, o presidente da Estrelacoop salientou que, fruto do trabalho realizado pela ANCOSE e pelos pastores, aquelas raças não estão em vias de extinção graças ao Queijo Serra da Estrela, embora se tenha registado uma diminuição do número de ovelhas “não muito significativa” e, consequentemente, da produção de leite de Denominação de Origem Protegida (DOP).

“Nestes três últimos anos, a produção de Queijo Serra da Estrela tem andando entre 160 e 180 toneladas, com uma procura muito superior à produção”, frisou Joaquim Lé de Matos, salientando que o número de produtores na última década se manteve estável.

Para o dirigente, este é um motivo de satisfação já que a Estrelacoop não pretende criar escala na produção do Queijo Serra da Estrela por se tratar de “um produto único genuíno, que se pretende preservar”.

A região demarcada da produção Queijo da Serra da Estrela abrange os municípios de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu. Destes concelhos, só Arganil ficou de fora do protocolo de financiamento da candidatura à Unesco.

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