IL convoca Conselho Nacional para dia 20. Militantes criticam atrasos nas contas do partido

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

"Se dizemos para fora que todos devemos ter contas certas – inclusive o Governo – é um bocado estranho o nosso partido não ser o primeiro a demonstrar transparência", indica conselheiro da IL.

A IL convocou o Conselho Nacional do partido para dia 20, em Coimbra, numa altura em que um grupo de conselheiros estava a procurar forçar essa reunião para pedir explicações à direção sobre atrasos na entrega das contas.

Na convocatória da reunião, a que a Lusa teve acesso, está previsto que os conselheiros nacionais da Iniciativa Liberal (IL) discutam, no próximo dia 20 de outubro em Coimbra, o Orçamento do Estado e a situação política nacional, as eleições autárquicas e façam “um novo ponto de situação do relatório e contas do exercício de 2023”.

A convocação desta reunião surge numa altura em que um grupo de conselheiros nacionais da IL estava a procurar reunir as 20 assinaturas necessárias, de acordo com os estatutos do partido, para convocar uma reunião extraordinária daquele órgão e pedir explicações à direção do partido sobre as contas de 2023.

Em causa, segundo disse à Lusa o conselheiro nacional Rui Malheiro, está o facto de a Comissão Executiva ter entregado à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), em junho, uma versão preliminar das contas de 2023 da IL sem a ter transmitido ao Conselho Nacional e ao Conselho de Fiscalização do partido, ao contrário do que estipulam os estatutos. Na convocatória lê-se que o Conselho Nacional “é convocado para esta data devido à necessidade de ter o contributo dos membros do Conselho Nacional da IL para a discussão do Orçamento do Estado”, sem qualquer menção quanto ao atraso nas contas.

Acresce ainda que se trata de uma reunião ordinária, de acordo com os estatutos da IL, que estipulam que o Conselho Nacional se “reúne ordinariamente a cada quatro meses, mediante convocação do seu presidente”. A última reunião deste órgão realizou-se precisamente há quatro meses: em 16 de junho de 2024.

No entanto, em declarações à Lusa, Rui Malheiro considerou que a Comissão Executiva “soube da convocatória extraordinária” que estava a ser organizada pelo grupo de conselheiros nacionais e “antecipou-se, marcado um Conselho Nacional exatamente com os mesmos pontos que os conselheiros nacionais estavam a prever”.

Este conselheiro nacional – que encabeçou uma lista ao Conselho Nacional nas últimas eleições internas da IL, em 2023, obtendo quatro dos 50 lugares em disputa – afirmou que a convocatória prevê ainda que não será nesta reunião que a direção irá fechar as contas de 2023. “A convocatória vem com um justificativo [que indica] que ainda não será desta que teremos contas. Mas existirá uma justificação para não termos contas, basicamente. Portanto, mesmo depois do dia 20, a IL ainda não irá entregar as contas de 2023”, criticou.

Rui Malheiro disse que a IL costuma entregar as contas anuais atrasadas – a ECFP estipula que os partidos têm de as submeter até ao dia 31 de maio – e referiu que, este ano, o partido só entregou, em junho, uma versão preliminar – e não a final – sem a ter apresentado ao Conselho Nacional ou ao Conselho de Fiscalização. “Isto é no mínimo estranho, porque, se dizemos para fora que todos devemos ter contas certas – inclusive o Governo – é um bocado estranho o nosso partido não ser o primeiro a demonstrar transparência e a calendarização não estar melhor programada”, afirma.

Questionado sobre porque é que acha que a direção da IL entrega contas atrasadas, Rui Malheiro referiu que só se pode especular, mas frisou que “o nível de profissionalização nesta área em específico deixa muito a desejar”, considerando “impossível” que o quarto maior partido português, com um orçamento de cerca de dois milhões de euros, “não consiga entregar as contas a tempos e horas”.

Interrogado sobre o que é que pretende dizer à direção no Conselho Nacional, Rui Malheiro prometeu instá-la a “resolver a situação o quanto antes, porque já é altamente penalizador para a imagem do partido não ter as contas apresentadas”. “O nosso intuito é claramente que o partido cumpra as formalidades legais a que está sujeito, sem pagamento de multas”, frisou.

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Fundo gerido pela Sonae Sierra fica com 100% do NorteShopping

Sierra Prime assume controlo exclusivo da sociedade proprietária do centro comercial de Matosinhos, com mais de 240 lojas, que era detido em conjunto por este fundo e pelo norte-americano TIIA Group.

O Fundo Sierra Prime, gerido pela Sonae Sierra, confirmou ao ECO a aquisição da totalidade do capital social do matosinhense NorteShopping, “reforçando a estratégia de investimento deste fundo em ativos prime de alta qualidade”.

“O NorteShopping é um exemplo paradigmático desta classe de ativos que continua a apresentar, consistentemente, não só resultados operacionais excelentes, como significativas oportunidades de criação de valor”, aponta fonte oficial da Sonae Sierra, sem adiantar mais detalhes sobre o negócio.

Desenvolvido pela Sonae Sierra em 1998, o NorteShopping era até agora uma propriedade conjunta do Sierra Prime e do fundo de pensões norte-americano TIAA Group. Situado na Senhora da Hora (Matosinhos), tem mais de 240 lojas e uma área bruta locável (ABL) de 67,5 mil metros quadrados.

O NorteShopping é um exemplo paradigmático da classe de ativos prime de alta qualidade, que continua a apresentar, consistentemente, não só resultados operacionais excelentes, como significativas oportunidades de criação de valor.

Fonte oficial da Sonae Sierra

Esta operação de concentração relativa ao controlo exclusivo sobre a Norteshopping – Centro Comercial S.A. já foi alvo de uma notificação, no final da semana passada, à Autoridade da Concorrência por parte da Sierra, braço imobiliário da Sonae, que este ano criou uma joint-venture com a gigante americana PGIM para investir em ativos do setor da hotelaria.

Em fevereiro de 2020, a Sonae Sierra e o fundo de pensões holandês APG acordaram a venda de 50% do Sierra Fund aos grupos seguradores Allianz e Elo. Envolvendo seis centros comerciais na Península Ibérica com um valor bruto de ativos a exceder os 3.000 milhões de euros, incluindo o NorteShopping, a transação garantiu na altura um encaixe aproximado de 525 milhões de euros aos vendedores.

O portefólio do Sierra Prime, no qual cada investidor passou a deter uma participação de 25% por um horizonte temporal de 15 anos, é composto por seis centros comerciais: os lisboetas Colombo (participação de 50%) e Vasco da Gama (50%), o NorteShoppping (agora a 100%), o CascaiShopping (100%) e dois ativos em Málaga, o Plaza Mayor (100%) e o McArthurGlen Designer Outlet Málaga (50%).

Uma classe de ativos imobiliários em Portugal que tem despertado a atenção e o capital dos investidores. Em julho, o fundo de capital de risco Shoppings Iberia I, gerido pela Point Capital Partners e que já detinha o algarvio Tavira Gran Plaza assumiu o controlo do TorreShopping (Torres Novas) através da aquisição de 100% do capital social da sociedade DPPFB.

Na semana passada, foi o fundo de investimento imobiliário espanhol Castellana Properties, num comunicado enviado à bolsa de Madrid, a anunciar o fecho da compra das empresas proprietárias de três centros comerciais portugueses por 176,5 milhões de euros: LoureShopping (Loures), 8ª Avenida (São João da Madeira) e Rio Sul (Seixal).

Novos shoppings no Brasil e Colômbia

Na atividade core dos centros comerciais, como referiu o CEO Fernando Guedes de Oliveira num encontro com jornalistas, em abril, a Sierra continua apostada em criar valor nos ativos que detém e a “prepará-los para o futuro”. Nos mercados europeus (Portugal, Espanha, Itália e Roménia) diz ter investido mais de 83 milhões de euros no ano passado, sobretudo em expansões e renovações. Mas a principal “avenida de crescimento” neste segmento está fora do Velho Continente, sobretudo no Brasil e na Colômbia.

No caso do Brasil, onde entrou no início do século e chegou sozinho a quinto maior operador, com 11 shoppings, fundiu-se em 2019 aquele que era na altura o quarto player (Aliansce). E no ano passado, a Aliansce Sonae avançou com a fusão com a brMalls, que era a segunda maior empresa do setor no país, para criar o maior operador de centros comerciais da América Latina. A Allos, como passou a designar-se, soma mais de 60 shoppings em operação no Brasil e tem uma capitalização bolsista superior ao grupo Sonae, equiparou Guedes de Oliveira.

Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra

Com 12,2%, o principal acionista da Allos é a CPP Investments, o maior fundo de pensões do Canadá, seguido de Alexander Otto, dono da gigante alemã dos centros comerciais ECE. A Sierra faz parte do grupo controlador com uma participação de 5,7%. “Vamos continuar a crescer também com a promoção de novos centros comerciais e há dois projetos em pipeline no Brasil”, indicou o gestor.

Na Colômbia, onde tem um centro comercial em operação em Cúcuta, junto à fronteira com a Venezuela, a Sierra comprou um “terreno grande” para avançar com um projeto comercial e residencial na cidade de Pasto, perto da fronteira com o Equador, que está em fase de licenciamento. “Tem capacidade construtiva adicional e pretendemos fazer escritórios e residencial”, indicou Fernando Guedes de Oliveira.

em Marrocos, a Sierra continua a construir o seu primeiro projeto perto de Casablanca, onde tem a cadeia sueca IKEA como partner. A previsão apontava para a conclusão em 2025, mas a administração da empresa portuguesa reconhece que pode “abrandar o ritmo” de construção para que este centro comercial venha a abrir ao mesmo tempo que os restantes equipamentos previstos para a zona de Zenata, entre os quais estão edifícios residuais, hospitais e universidades.

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Trabalhadores da distribuição marcam greve para 9 de novembro

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

Os trabalhadores exigem assim “o aumento dos salários de todos os trabalhadores e a fixação do salário mais baixo no setor em 1.000 euros a 1 de janeiro de 2025”, 25 dias úteis de férias.

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) convocou uma greve dos trabalhadores da distribuição para o dia 9 de novembro, depois de um plenário que se realizou esta segunda-feira, de acordo com um comunicado. Na nota, o sindicado indicou que os dirigentes e delegados sindicais do CESP nas empresas de distribuição se reuniram para discutir a situação no setor.

“Decidimos intensificar a luta ao longo do próximo mês, que culminará numa greve nacional no próximo dia 9 de novembro, com participação na manifestação convocada pela CGTP-IN para o mesmo dia”, indicou. “As empresas de distribuição, responsáveis por 12,4% do PIB [Produto Interno Bruto] nacional, empregam mais de 140 mil trabalhadores com salários mínimos, horários desregulados e ritmos de trabalho extremamente intensos”, denunciou a estrutura sindical.

“Nos últimos anos, têm apresentado ao sindicato representativo dos seus trabalhadores, o CESP, propostas de atualização do CCT [contrato coletivo de trabalho] inaceitáveis”, indicou, salientando que não irão aceitar “acordos que contenham salários mínimos, bancos de horas, nem a generalização da precariedade por via dos contratos a prazo no setor”.

“A revisão do Contrato Coletivo de Trabalho para os trabalhadores das empresas de distribuição arrasta-se desde 2020 e não é revisto desde 2016”, disse o CESP, numa resolução aprovada esta segunda, lembrando que definiu como objetivo o “aumento dos salários de todos os trabalhadores, com garantia da manutenção da diferença salarial existente entre níveis da tabela salarial, sem perda de qualquer direito”.

Segundo o documento, “a APED associação patronal do setor, além de querer impor um regime de banco de horas e o agravamento da precariedade, pretende compactar a carreira profissional de todos os trabalhadores, desvalorizando o trabalho e os trabalhadores, com propostas totalmente inaceitáveis”.

Os trabalhadores exigem assim “o aumento dos salários de todos os trabalhadores e a fixação do salário mais baixo no setor em 1.000 euros a 1 de janeiro de 2025”, 25 dias úteis de férias, “a valorização das carreiras e a manutenção da diferenciação salarial entre todos os níveis da carreira profissional e da tabela salarial”, a revisão do CCT, sem perda de direitos, o encerramento do comércio aos domingos e feriados, a redução do período de funcionamento até às 22:00 e o pagamento do acréscimo da retribuição do trabalho noturno a partir das 20:00.

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Israel ordena evacuação da costa no sul do Líbano

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

As autoridades israelitas já pediram a evacuação de mais de uma centena de cidades libanesas, incluindo Nabatieh, uma das principais do país.

As autoridades israelitas ordenaram esta segunda-feira a evacuação da costa libanesa a sul do rio Awali, a mais de 50 quilómetros da fronteira entre Israel e o Líbano, quando continua a ofensiva contra o grupo xiita Hezbollah. “As atividades do Hezbollah obrigam o Exército a agir e o Exército agirá em breve na área marítima contra as atividades terroristas do Hezbollah”, anunciou o porta-voz árabe das forças israelitas, Avichay Adraee, num comunicado.

Adraee pediu aos civis que evitassem estar nas águas da costa libanesa ou mesmo nas praias situadas a sul de Awali. Desde que iniciou a invasão do sul do Líbano – que Israel caracteriza como “incursões limitadas” contra as infraestruturas do Hezbollah ao longo da fronteira –, as autoridades israelitas pediram a evacuação de mais de uma centena de cidades libanesas, incluindo Nabatieh, uma das mais importantes do país.

Israel pediu aos civis que se dirigissem para norte do rio Awali, situado a mais de 50 quilómetros da fronteira. A área fica muito mais a norte do que o rio Litani (30 quilómetros), que marca a área desmilitarizada designada pela ONU após a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah, onde não deveria haver qualquer presença armada para além das autoridades libanesas e da missão das Nações Unidas no país (Unifil), o que suscita receios de um alargamento da ofensiva.

Israel tem atacado o grupo xiita Hezbollah através da fronteira libanesa há quase um ano e, na passada segunda-feira, após uma semana de intensos bombardeamentos contra o sul e leste do país, anunciou o envio de tropas para o sul do Líbano, para desmantelar milícias. Desde essa altura, pelo menos 11 soldados israelitas morreram em combate, segundo dados divulgados pelo Exército israelita.

Os intensos bombardeamentos israelitas – concentrados sobretudo no sul e leste do Líbano, mas também na capital, Beirute – já fizeram mais de 2.000 mortos e um milhão de deslocados, segundo as autoridades libanesas.

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Operação do aeroporto de Lisboa condicionada por condições adversas

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

A operação em Lisboa está “ligeiramente condicionada devido a turbulência e à permanência na região de vários cúmulos-nimbos, segundo a NAV.

A operação do aeroporto de Lisboa estava esta segunda-feira “ligeiramente condicionada” devido a turbulência e a um tipo de nuvens que obriga a adaptações nas rotas, disse à Lusa fonte da NAV – Navegação Aérea.

Durante o dia era possível verificar no site da ANA – Aeroportos de Portugal sucessivos atrasos nos voos, tendo a companhia aérea easyJet informado os seus passageiros de que a questão estava relacionada com restrições do controlo de tráfego aéreo.

Questionada pela Lusa, fonte oficial da NAV indicou que a operação em Lisboa se encontra “ligeiramente condicionada devido a turbulência e à permanência na região de vários cúmulos-nimbos (cumulonimbus), um tipo de nuvem de enorme desenvolvimento vertical, que obriga a adaptações nas rotas”.

Segundo a mesma fonte, “neste tipo de condições, e em prol da manutenção de rigorosos padrões de segurança, aumenta-se ligeiramente as separações entre aeronaves”.

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Galp lança “Todos os Passos Contam”. É a primeira campanha assinada pela Bar Ogilvy

  • + M
  • 7 Outubro 2024

A campanha decorre até ao dia 8 de dezembro e tem como objetivo alcançar um milhão de quilómetros percorridos para os materializar na oferta de um milhão de refeições.

A Fundação Galp lançou a quinta edição da iniciativa “Todos os Passos Contam”, agora com a particularidade de ser a primeira campanha assinada pela Bar Ogilvy, agência criativa da marca desde julho. A campanha está presente em televisão, rádio, out-of-home (billboards e mupis) e digital e assinala também o lançamento da nova identidade gráfica da empresa de energia. O planeamento de meios foi da EssenceMediacom.

“Todos os Passos Contam” é protagonizado por Filipa Martins, ginasta olímpica, Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares Contra a Fome, Mónica Jardim, da TVI, Pedro Ribeiro, da Rádio Comercial, e com os dois colaboradores da Galp, Beatriz de Medina (praticante ativa de padel) e Jorge Lúcio (que contribuiu fortemente no registo de quilómetros da edição passada).

O cantor Diogo Piçarra e a dupla musical Calema assumem-se igualmente como embaixadores da iniciativa, sendo que nas redes sociais a campanha é amplificada através dos contributos de A Pipoca Mais Doce e dos atores Madalena Aragão e Pedro Sousa.

Lançado em 2021, o projeto “Todos os Passos Contam” tem a ambição de apoiar famílias em situação de carência alimentar identificadas pela Rede de Emergência Alimentar. A campanha deste ano decorre até ao dia 8 de dezembro e tem como racional que “cada ação, por mais pequena ou quotidiana que seja, pode contribuir para uma causa social maior”.

Sejam os passos de uma caminhada à beira-mar, de uma corrida de fim de tarde, de uma ida ao supermercado, de uma saída à noite ou de uma partida de padel, “todos os passos contam”. O envolvimento na iniciativa é simples, sendo apenas necessário partilhar um print screen do registo de cada atividade, com o número de quilómetros percorridos visível, no site todosospassoscontam.galp.com.

O objetivo este ano passa uma vez mais por alcançar um milhão de quilómetros percorridos para os materializar na oferta de um milhão de refeições. Este movimento solidário da Fundação Galp já permitiu angariar 3,2 milhões de refeições nas edições anteriores.

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“Este Governo não é liberal”, garante Montenegro

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

O Governo “não tem estigmas” quanto à prestação de cuidado de saúde, disse o primeiro-ministro, que assegura que "a estrutura do sistema de saúde é o SNS".

O primeiro-ministro assegurou esta segunda-feira que o atual executivo PSD/CDS-PP “não é um Governo liberal do princípio ao fim”, mas social-democrata e democrata-cristão, e vê no SNS “a trave-mestra” do sistema de saúde. Luís Montenegro falava no lançamento da obra do novo Hospital de Todos os Santos, na freguesia de Marvila, em Lisboa, e, no final, não respondeu a perguntas da comunicação social sobre as negociações com o PS sobre o Orçamento do Estado para 2024.

“Não há dúvida que talento não vos falta”, disse, em tom bem-humorado, no final de alguns metros a ser questionado pelos jornalistas sobre o tema, e apenas respondendo, de forma breve, mas afirmativa às perguntas se estava bem-disposto ou otimista. Na sua intervenção na cerimónia, o primeiro-ministro reiterou que este Governo “não tem estigmas” quanto à prestação de cuidado de saúde.

“Lá onde o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não tem capacidade de responder melhor, mais depressa, nós vamos à procura dessa resposta no setor privado e no setor social”, disse. “Mas não se enganem, este não é um Governo liberal do princípio até ao fim, este é um Governo social-democrata e democrata-cristão e é um governo que não tem dúvidas: a estrutura do sistema de saúde é o SNS e está provado que o SNS tem capacidade para ser essa estrutura, esse esteio principal”, disse.

Montenegro quis também responder aos que entendem que os vários acordos de valorização de carreiras que o executivo PSD/CDS-PP assinou nos primeiros seis meses do seu mandato servem apenas para aumentar a paz social. “Eu sei que pode parecer que fizemos, aparentemente, o mais fácil e que esses entendimentos se circunscreveriam a questões laborais. É um erro pensar-se assim. O facto de nós termos valorizado as carreiras da administração pública (…) é uma decisão estrutural e estratégica”, disse.

O primeiro-ministro defendeu que “sem bons recursos humanos não há boa administração pública” e considerou que estas valorizações visam garantir o cumprimento dos serviços públicos “a médio e longo prazo”.

“Não é a pensar naquilo que acontecerá já no dia de amanhã, se calhar nem é para a vigência deste Governo e dos próximos. (…) Aqueles que possam ver – como vejo muitas vezes aí dito e escrito até na minha área política – apenas o efeito imediato de haver mais paz social, acreditem que as decisões que estamos a tomar e que continuaremos a tomar é no sentido de estratégica e estruturalmente preparar o país para as próximas décadas”, afirmou.

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Ventura convoca “reunião de urgência” do grupo parlamentar do Chega

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

A "reunião de urgência" está prevista para esta terça vai decorrer no Parlamento. Ventura referiu o "contexto delicado" atual "perante o OE para 2025" e a "responsabilidade perante o país".

O presidente do Chega convocou uma “reunião de urgência” do grupo parlamentar do partido para terça-feira, dois dias antes na entrega da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025, confirmaram à Lusa fontes do partido. De acordo com as mesmas fontes, esta “reunião de urgência” está prevista para as 17:00 e vai decorrer na Assembleia da República.

De acordo com o Observador, que avançou a notícia, na mensagem enviada aos deputados André Ventura referiu o “contexto delicado” atual “perante o OE para 2025” e a “responsabilidade perante o país”. O Conselho de Ministros pré-aprovou hoje “dentro do Governo” a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) que terá de entregar no parlamento na quinta-feira, mas a versão final aguarda ainda “negociações em curso” com PS.

A três dias da entrega do documento, o OE2025 tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento. Na prática, só a abstenção do PS ou o voto a favor do Chega garantem a aprovação da proposta orçamental do Governo.

Nas últimas semanas, André Ventura indicou que o Chega estava fora das negociações para a aprovação do orçamento e que o voto partido iria votar contra, uma decisão “irrevogável”. O líder do Chega disse ainda que o seu partido só mudaria de posição caso fosse construído um novo documento com contributos do seu partido, e não com o PS, criticando a aprovação do Governo aos socialistas.

Após mais de três meses de debate público, de avanços e recuos, entre o Governo e o PS, nas últimas duas semanas o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o líder socialista, Pedro Nuno Santos, reuniram-se por duas vezes, a sós, para negociar uma eventual abstenção do maior partido da oposição.

Dos encontros saíram uma proposta do líder do PS, uma contraproposta do primeiro-ministro e uma nova resposta de Pedro Nuno Santos. As divergências entre as duas partes para a viabilização do documento centram-se nos modelos do IRS jovem e, sobretudo nesta última fase, na descida do IRC pretendida pelo executivo.

A primeira votação do OE2025, na generalidade, está indicativamente marcada para 31 de outubro. Se for aprovado, segue-se o chamado debate na especialidade, nas comissões parlamentares, onde os ministros vão apresentar o orçamento das suas áreas, e o processo termina com a votação final global, em 28 de novembro.

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Sérgio Gomes reforça direção criativa da Uzina

  • + M
  • 7 Outubro 2024

Para além da contratação do criativo, vindo d'O Escritório, a agência promoveu Fernando Silva e Pedro Barroso a supervisores criativos.

A Uzina reforçou a direção criativa com a contratação de Sérgio Gomes, nos últimos cinco anos diretor criativo d’O Escritório.

“É com muita alegria que recebemos o Sérgio na Uzina. Como profissional, como colega e como pessoa, tenho a certeza de que vai ser uma grande mais-valia para os nossos clientes e para a nossa equipa. A visão que temos sobre o trabalho está muito alinhada, continuaremos a usar a criatividade para construir marcas que sejam relevantes para as pessoas”, diz Susana Albuquerque, diretora criativa executiva da agência, citada em comunicado.

O novo diretor criativo foi diretor de arte em Valência e foi copy na Opal e na Kiss. Em 2014, trocou as agências pelo cliente e fez uma incursão no mundo das startups tecnológicas, regressando de novo às agências.

Para além da contratação de Sérgio Gomes, a agência promoveu Fernando Silva e Pedro Barroso a supervisores criativos. A dupla está na agência desde 2021, tendo passado antes pela Wunderman Thompson, pela Fuel e pela Leo Burnett.

A agência tem como clientes principais Ikea, Aldi, Samsung, Mimosa, Nespresso, Super Bock, Nobre e CBRE.

No início de outubro, recorde-se, a Fuel anunciou o regresso de Andreia Ribeiro, desde março de 2021 diretora criativa da Uzina.

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CMVM alerta investidores para os riscos das “dicas” de influenciadores digitais nas redes sociais

O regulador questiona a qualidade dos conselhos financeiros online promovidos pelos influenciadores digitais nas redes sociais e apela à cautela dos investidores face a promessas irrealistas.

No arranque da semana mundial do investidor, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) lançou um alerta contundente investidores que seguem de perto as “dicas” dos chamados “finfluencers” – influenciadores financeiros –, na mais recente edição do “Guia do Investidor”, publicado esta segunda-feira.

Os finfluencers disponibilizam, frequentemente, informação de forma gratuita (embora possam estar associados a determinados intermediários financeiros/produtos financeiros específicos), em diversos formatos, através de uma linguagem simples (mas nem sempre correta/rigorosa)“, lê-se no relatório desenvolvido pela CMVM.

Esta afirmação sublinha a preocupação crescente com a qualidade e a adequação dos conselhos financeiros disseminados online, particularmente por parte dos influenciadores financeiros junto dos mais jovens, que têm ganho terreno nas plataformas digitais, prometendo dicas rápidas e lucros fáceis.

A CMVM apela aos investidores que suspeitem sempre de promessas exageradas, irrealistas ou de retornos elevados sem risco, alertando para a necessidade de “manterem “os pés na terra!”

A entidade liderada por Luís Laginha vai ainda mais longe e alerta os investidores de que muitos destes influenciadores podem não estar habilitados para prestar aconselhamento financeiro, um serviço que requer licenciamento e supervisão, e que “podem promover, através das redes sociais, investimentos ou instrumentos financeiros recebendo por isso uma compensação, mas sem divulgar esse conflito de interesse de maneira adequada.”

Esta não é a primeira vez que a CMVM se mostra preocupada com o papel que dos influenciadores no mundo do investimento. Há cerca de um ano, o regulador deixou o alerta para a publicidade de investimentos em criptoativos, particularmente a recebida através das redes sociais ou influenciadores digitais.

Como em qualquer investimento, promessas de ganhos elevados, em pouco tempo, merecem desconfiança, especialmente se não alertarem para os riscos envolvidos”, destacava a CMVM.

O risco de encarar o investimento como um jogo

Paralelamente ao escrutínio dos “finfluencers”, a CMVM salienta também os riscos inerentes à utilização de plataformas de investimento digital por parte dos pequenos investidores.

Apesar de reconhecer que estas plataformas “permitem aos investidores aceder a uma vasta gama de produtos financeiros e executar transações de forma rápida e conveniente”, oferecendo uma experiência de investimento mais acessível e intuitiva, a CMVM destaca que a facilidade de acesso que estas plataformas oferecem traz consigo desafios.

Segundo o regulador, as plataformas de investimento digital potenciam o risco de decisões impulsivas ou mal informadas, especialmente em plataformas que “gamificam” a experiência de investimento. Por essa razão, a CMVM sublinha a importância de os investidores compreenderem plenamente os produtos em que investem e os riscos associados.

Face a estes desafios, a CMVM reforça a importância da educação financeira, notando a importância de os investidores procurem informação de fontes credíveis e reguladas, incentivando-os a desenvolverem um espírito crítico face às informações financeiras que encontram online. “Não deixe de investir no seu próprio conhecimento”, lê-se no relatório.

A CMVM enfatiza ainda a necessidade de os investidores realizarem a sua própria due diligence antes de tomarem decisões de investimento, apelando ainda para que os investidores suspeitem sempre de promessas exageradas, irrealistas ou de
retornos elevados sem risco.

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Ordem dos Médicos preocupada com saída de onze cirurgiões do hospital Amadora-Sintra

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

A ameaça surge na sequência da reintegração de dois cirurgiões que tinham denunciado más práticas clínicas no início de 2023. Os especialistas deram um prazo até ao final deste mês.

A Ordem dos Médicos manifestou esta segunda-feira preocupação com a eventual saída de onze cirurgiões do hospital Amadora-Sintra devido ao regresso de dois médicos que denunciaram más práticas, alertando que comprometerá o Serviço de Cirurgia Geral e a urgência. O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos (OM), Paulo Simões, acompanhado pelo tesoureiro, Luís Campos Pinheiro, visitaram o Serviço de Cirurgia Geral, para avaliar as possibilidades de contributo para uma solução que contorne as dificuldades.

Em declarações à agência Lusa no final da visita, Paulo Simões afirmou que a OM está “muito preocupada” com a demissão dos especialistas, que deram um prazo até ao final deste mês, na sequência da reintegração de dois cirurgiões que tinham denunciado más práticas clínicas no início de 2023. Paulo Simões adiantou que a OM tem acompanhado este serviço devido a “uma situação de conflito, na altura, entre o ex-diretor de serviço e uma parte do serviço”.

“Na altura, o conselho de administração conseguiu, e muito bem, arranjar uma solução que, no fundo, foi uma mobilidade dos dois elementos que estavam em conflito com os restantes elementos do serviço, levando-os para outro hospital por acordo entre as partes”, uma solução permitiu que o serviço “tivesse crescido de uma forma muito satisfatória”.

O atual diretor de serviço conseguiu criar as unidades funcionais que pretendia (…) e tudo estava a correr muito bem, até que há uma informação de que os dois elementos que tinham saído em conflito estavam com intenções de regressar ao serviço”, o que criou “uma situação de grande desconforto” e levou cerca de metade dos cirurgiões do serviço a apresentarem demissão.

Ressalvando que a OM não tem capacidade de gestão nem decisão, Paulo Simões observou que existe “um problema de gestão, provavelmente, com algum âmbito jurídico ou legal, que convinha que fosse acautelado”. “A minha preocupação é, daqui a uns meses, estar a assistir a uma situação de um serviço sem capacidade de resposta de urgência”, afirmou, alertando ainda para o risco de se pôr em causa a idoneidade formativa do serviço.

Do que resultou da reunião, Paulo Simões disse que foi o conselho de administração ter afirmado “a inevitabilidade de receber estes médicos no serviço”, porque têm contrato de trabalho, e manifestado a intenção de dividir o serviço em dois”, uma solução que considera que não será bem acolhida pelos médicos, nem pelo diretor do serviço, “que entende que pode ser uma solução transitória, mas, obviamente, não é a solução”.

Contactado pela Lusa, o conselho de administração da ULS Amadora-Sintra adiantou que os dois especialistas em cirurgia geral regressaram na passada terça-feira, uma vez que pertencem ao mapa de pessoal. Segundo a ULS, foram nove os médicos que apresentaram carta de denúncia de contrato de trabalho, admitindo que a sua eventual saída “levará a uma necessária reorganização das áreas assistenciais”.

O Conselho de Administração realça que está a acompanhar esta situação “em proximidade” com a Direção do Serviço de Cirurgia Geral, que apresentou ao Conselho de Administração e aos médicos do serviço um conjunto de medidas, no sentido de assegurar a melhor solução, para salvaguarda dos interesses da instituição e dos utentes.

De acordo com Paulo Simões, a intenção da OM é, sobretudo, tentar encontrar “uma solução de consenso que parece não existir e que deriva”, segundo o que foi transmitido à ordem, “de anos e anos de ‘bullying’ e de assédio moral e profissional que muitos destes médicos sofreram pelo ex-diretor”. Lembrou, inclusive, que há um processo a decorrer na OM, em conselho de disciplina, que foi colocado por profissionais do serviço contra o ex-diretor, mas que ainda não tem decisão.

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Há mais Orçamento para lá do IRC e IRS jovem. Conheça as 20 propostas dos patrões do Norte

Associação Empresarial de Portugal (AEP) avança com 20 propostas divididas em cinco áreas, criticando o “enviesamento de algumas forças políticas” para aumentar a despesa, em vez de baixar impostos.

A Associação Empresarial de Portugal (AEP) adverte que “não faz sentido limitar a discussão do Orçamento do Estado em torno da questão do IRC e do IRS jovem” quando “os problemas de fundo da economia continuam por resolver”, pedindo um “ambiente propício ao desenvolvimento expectável dos negócios” para relançar e reorientar o investimento, reforçar o peso das exportações no PIB e melhorar a produtividade e competitividade da economia, assim como o rendimento disponível dos trabalhadores.

No dia em que o Governo pré-aprovou o Orçamento do Estado para 2025 e a três dias de o ministro das Finanças apresentar a proposta final na Assembleia da República, a mais representativa associação de empresário do Norte do país avança com um conjunto de 20 propostas divididas em cinco áreas: atratividade fiscal; demografia e mercado laboral; financiamento e capitalização das empresas; fomento de ganhos de escala às PME; e desburocratização da relação do Estado com as empresas.

Reconhecendo que “os recursos financeiros não são ilimitados e, por isso, cada exercício orçamental obriga a escolhas”, a organização patronal liderada por Luís Miguel Ribeiro, sediada em Leça da Palmeira (Matosinhos) aproveita ainda o comunicado emitida esta segunda-feira para criticar o “enviesamento, por parte de algumas forças políticas, de um maior enfoque na despesa – de caráter rígido e permanente – em detrimento da receita”.

Atratividade fiscal: redução, simplificação e previsibilidade fiscal

  • Reduzir a tributação sobre as empresas para melhorar a atratividade de investimento (nacional e estrangeiro), diminuindo progressivamente a taxa de IRC, para 15%, pelo menos até 2027, mantendo-se a discriminação positiva nos territórios do interior.
  • Criar um IRC desafiador para a atividade exportadora.
  • Reforçar os incentivos fiscais para investimento em inovação, transição digital e ambiental.
  • Eliminar gradualmente as tributações autónomas.
  • Reduzir a taxa de IRS e alterar os escalões de IRS por forma a atenuar a elevada progressividade em Portugal, das maiores dos países da OCDE.
  • Não tributar os prémios de produtividade até, pelo menos, ao valor de um salário mensal.
  • Não penalizar a tributação sobre o trabalho extraordinário, criando uma isenção de tributação para um uma situação equivalente a, pelo menos, um salário mensal.
Luis Miguel Ribeiro, presidente da AEP, em entrevista ao ECO - 13SET22
Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEPRicardo Castelo/ECO

Demografia e mercado laboral: flexibilizar a legislação laboral, (re)qualificar, fixar e atrair mão-de-obra

  • Flexibilizar a legislação laboral, permitindo a atribuição de novos conteúdos funcionais aos trabalhadores das empresas. Tal, vai permitir maior abrangência, não se limitando à atual mobilidade para funções conexas ou afins, o que é muito redutor.
  • Apoiar o esforço das empresas na admissão de jovens, mesmo fora das suas necessidades de recrutamento, por forma a contribuir para preparar a sucessão dos seus quadros (evitando fazer a renovação sempre in extremis) e a ter um potencial de resposta mais rápida à própria expansão das empresas. Os jovens trazem outra cultura e conhecimento à empresa.
  • Reforçar apoios à oferta formativa adequada para (re)qualificação de ativos, com envolvimento das associações empresariais.
  • Facilitar / gerir a entrada de mão-de-obra imigrante nas empresas e promover a sua integração social, priorizando o ensino da língua portuguesa, entre outras formações.
  • Apoio à família, com vista a sustentar o crescimento da população residente, (incentivos à natalidade, cobertura do pré-escolar e da infância), pela repercussão direta no mercado de trabalho (na estabilidade das famílias e das empresas).

Melhorar o financiamento e a capitalização das empresas

  • Criar uma linha de financiamento para investimentos privados apoiados por fundos europeus, com intervenção do Banco Português de Fomento (BPF), para uma melhor execução dos projetos de investimento aprovados, para que, com o termo de aceitação, a empresa possa obter um adiantamento, antes do reembolso.
  • Adequar os instrumentos de capitalização do BPF à realidade da estrutura empresarial portuguesa, tornando a sua utilização mais ampla e eficaz.
  • Abrir concursos em contínuo, no âmbito dos fundos europeus.

Redimensionamento empresarial: fomentar ganhos de escala às PME

  • Incentivo à capitalização de PME para alcançarem ganhos de escala, permitindo-lhes transformar uma parte muito significativa dos seus resultados em aumentos de capital, propondo-se no mínimo 50% dos resultados e não os “miseráveis” 5% que estão em vigor.

Tendo em conta que o IRC das PME é uma fatia pequena da receita do Estado, permitir que o capital das PME possa crescer com 50% das suas receitas permite-lhes rapidamente robustecerem a sua capacidade de investimento e a autonomia financeira, bem como a credibilidade perante as entidades de crédito.

  • Reforçar os apoios a processos de fusão ou aquisição, com amortização fiscal do goodwill dessas operações.
  • Simplificar o quadro normativo, reduzindo a burocracia nos processos de fusão e aquisição de empresas.
  • Cobertura de risco das exportações via seguros de crédito com garantia do Estado.

Desburocratização da relação do Estado com as empresas (Simplex)

  • Simplificar todo o enquadramento administrativo, legal, judicial, fiscal e garantia da sua previsibilidade, envolvendo as empresas, as associações empresariais e a Administração Pública neste processo. A simplificação e previsibilidade são aspetos fundamentais ao nível da atratividade do investimento, nacional e estrangeiro.

O Estado continua a ser um obstáculo, pela sua estrutura administrativa, a um maior desenvolvimento da economia do país. Simplificar e responder rápido significa ganhos de produtividade.

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