Sismo que abanou Lisboa derrubou site do IPMA

Site do Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) indisponível logo após o sismo desta segunda-feira em Lisboa, levantando dúvidas do ponto de vista da preparação para uma situação de maior gravidade.

O sismo sentido na região de Lisboa ao início da tarde desta segunda-feira não terá, para já, causado vítimas nem danos materiais. Mas foi suficientemente forte para derrubar o site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A situação obrigou mesmo o IPMA a relançar o portal numa “versão simplificada”, devido a “um volume de tráfego excecionalmente elevado”.

Passavam 24 minutos da uma da tarde quando a terra tremeu na região da capital. O abalo sentiu-se durante poucos segundos, mas muitos dos cidadãos que terão tentado saber mais informação dirigindo-se ao site do IPMA não foram bem-sucedidos, pois a página não carregava.

Portal do IPMA voltou numa “versão simplificada”

O problema foi causado pelo elevado volume de acessos em simultâneo ao site do instituto que é a principal fonte de informação meteorológica e sísmica do país.

A situação levanta dúvidas do ponto de vista da preparação do país para um terramoto de maior intensidade, sobretudo na região de Lisboa, onde é público o elevado risco sísmico.

Entretanto, o site do IPMA voltou a ficar acessível alguns minutos depois do terramoto, mas a página normal foi substituída por uma “versão simplificada”.

Esta medida foi tomada “devido a um volume de tráfego excecionalmente elevado ou por ações de manutenção”, de acordo com a informação disponibilizada pelo IPMA. “Assim que a situação o permita, retornará à página original”, lê-se no portal.

O sismo teve uma intensidade de 4,7 na escala de Richter e teve epicentro ao largo do Seixal, a sete quilómetros de profundidade. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avançou, na rede social X que “não há registo de danos pessoais ou materiais”.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, fará “declarações” e um “balanço” pelas 16h00. A conferência de imprensa, entretanto antecipada, esteve inicialmente marcada para as 16h30.

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AICEP realiza Fórum Económico na Galiza para atrair novos investimentos

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

a Galiza é o primeiro cliente de Portugal, com cerca de 16% do total das importações espanholas com origem em Portugal", descreveu presidente da AICEP.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) inicia na quarta-feira, na Galiza, uma abordagem descentralizada ao mercado espanhol para “reforçar oportunidades de negócio” e “atrair novos investimentos”, disse esta segunda-feira o presidente da instituição.

“O objetivo deste Fórum Portugal-Galiza é reconhecer a importância económica e comercial que a relação bilateral entre Portugal e Galiza representa. Galiza é o principal destino das exportações portuguesas para Espanha. Ou seja, se considerarmos as regiões autónomas espanholas, a Galiza é o primeiro cliente de Portugal, com cerca de 16% do total das importações espanholas com origem em Portugal”, descreveu Ricardo Arroja, em declarações à Lusa.

Em causa estão exportações portuguesas “de valor superior a 2.500 milhões de euros em 2024” que se espera fomentar no Fórum Económico Portugal-Galiza, que se realiza na quarta-feira em Vigo.

“Vemos, por estes números, que há uma relação muito forte entre Portugal e Galiza e que tem vindo a intensificar-se nos últimos anos”, frisou o presidente da AICEP.

Na jornada económica do Fórum Portugal — Galiza vão estar em foco “três fileiras consideradas estratégicas para Portugal, alinhadas com o perfil económico da Galiza”, descreve a AICEP numa nota de imprensa.

Em causa estão a metalomecânica, com foco na digitalização do setor, indústria 4.0, inovação, automação e eficiência energética; a economia do mar, centrada nos biorecursos marinhos, cadeias logísticas, portos, transição energética e construção naval; e os têxteis técnicos, com aplicações na indústria automóvel, construção e saúde.

O fórum promove ainda encontros empresariais para fortalecer parcerias entre empresas portuguesas e galegas, bem como sessões de networking, tendo em vista a interação entre instituições científicas e outros agentes ligados a projetos transfronteiriços nas áreas em destaque.

De acordo com Ricardo Arroja, este Fórum Portugal — Galiza inicia uma nova estratégia da AICEP, de uma abordagem descentralizada a Espanha que vai passar também por outras comunidades autónomas do país vizinho.

“Com este fórum pretende-se descentralizar a abordagem que a AICEP procura ter em Espanha. Até pela proximidade, Espanha merece abordagem descentralizada da AICEP”, observou o responsável.

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Há 1.313 empresas com linhas Covid por converter em subvenção. Processo deve ficar concluído a 31 de março

Portal da Banca para submissão de todo o pack documental para a conversão da subvenção abriu a 10 de fevereiro. Processo será encerrado a 16 de março e a até 31 de março deverá estar tudo pago.

O Banco de Fomento quer ter concluído o processo de pagamento das verbas a fundo perdido que resultam do cumprimento dos requisitos das linhas Covid até 31 de março. Há 1.313 empresas que ainda não converteram o seu financiamento em subvenção a fundo perdido num total de 45 milhões de euros, revelou o CEO, Gonçalo Regalado, na apresentação do Plano de Ação do Banco Português de Fomento.

Quando o Governo lançou as linhas de crédito Covid para ajudar as empresas a lidar com os impactos da pandemia, foi decidido que seria possível a conversão de até 20% do crédito concedido em subsídio a fundo perdido. O Banco de Fomento começou a pagar essa regalia às empresas que cumprem os requisitos necessários em dezembro de 2022, mas, quase um ano depois, havia centenas de empresas a aguardar decisão.

O banco anunciou em dezembro de 2024, ainda sob a liderança de Ana Carvalho, que ia iniciar uma reapreciação dos processos de conversão em valores não reembolsáveis que apresentaram “irregularidades na submissão documental”, tendo já recebido as autorizações necessárias do Governo para reabrir o chamado Portal Banca.

Estava previsto que a plataforma, acessível exclusivamente aos bancos comerciais, seria reaberta em janeiro deste ano para a “submissão de documentação corretiva e probatória necessária à regularização dos processos”. Mas o Portal acabou por abrir apenas a 10 de fevereiro.

Há 1.313 empresas que ainda não converteram o seu financiamento em subvenção a fundo perdido, num total de 45 milhões de euros, revelou Gonçalo Regalado, sublinhando que o objetivo é eliminar divergências entre bancos comerciais, empresas e o Banco de Fomento, mas também garantir a estabilidade nos reembolsos. Em causa estão, sobretudo, “empresas da indústria e do turismo, os motores da exportações em Portugal”.

“Ao dia de hoje já pagámos 35 operações logo na primeira semana e já apoiámos mais de seis bancos”, disse o novo CEO, acrescentando que, “ao dia de hoje, há mais de 500 processos a serem instruídos”.

No dia 3 de fevereiro foi comunicado aos bancos e aos empresários o processo de avaliação destas elegibilidades, “um processo que é para ser feito com rigor” e a 10 de fevereiro foi aberto o Portal da Banca para a submissão de todo o pack documental para a conversão da subvenção. “Encerraremos esse processo a 16 de março e a até 31 de março queremos ter contas acertadas com os empresários. Pagar aquilo que é a nossa responsabilidade”, explicou Gonçalo Regalado.

Esta decisão resulta da conclusão de que “ao nível das subvenções era preciso dar um sinal de confiança e de reputação do BPF a todo o mercado”.

Cabia às empresas manifestar o interesse junto do banco para que parte do crédito fosse convertido em subvenção, devendo para isso facultar os elementos para futura verificação da condição relativa à manutenção dos postos de trabalho” e preencher uma declaração.

Isto porque, segundo as regras definidas nas linhas Covid, as empresas poderiam ter “uma parte do empréstimo convertida em subvenção não reembolsável, tendo como limite 20% do valor do financiamento” desde que mantivessem “a totalidade dos postos de trabalho face aos verificados na última folha de remuneração entregue à Segurança Social com detalhe de todos os trabalhadores antes da data da contratação da operação com a banca, durante pelo menos 12 meses a contar da data de contratação”.

Caso não mantivessem todos os empregos, então, a taxa máxima de conversão do empréstimo em subvenção a fundo perdido seria “reduzida na proporção correspondente à redução dos postos de trabalho”. Mas se a não manutenção de postos de trabalho fosse superior a 30%, então, este benefício não se aplicava.

Além disso, para ver parte do apoio ser convertido num subsídio a fundo perdido, a empresa teria de ter a situação fiscal e contributiva regularizada e respeitar os montantes máximos de auxílio por beneficiário de acordo com as regras definidas por Bruxelas. Isto é, o valor não reembolsável não poderia ser superior a 800 mil euros e a 120 mil euros por empresa ativa no setor das pescas e da aquicultura ou 100 mil euros por empresa ativa na produção primária de produtos agrícolas.

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Galp tomba 4,4% após divulgar perspetivas em baixa para 2025

A Galp espera atingir um EBITDA de, pelo menos, 2,5 mil milhões de euros em 2025, comparando em baixa com os 3,297 mil milhões de euros em 2024.

A Galp GALP 0,00% está a desvalorizar 4,37% para os 15,33 euros, e já chegou a tocar os 15,27 euros. Uma quebra justificada por algumas perspetivas em baixa e resultados que defraudaram também as expectativas.

A ação está a reagir às perspetivas fracas para 2025 tendo em conta a manutenção pesada nos segmentos de upstream e downstream e também cenários de preços em baixa para a refinação“, aponta Ahmed Ben Salem, analista da Oddo BHF, em declarações ao ECO/Capital Verde.

Num vídeo no qual a co-CEO, Maria João Carioca, se debruça sobre os resultados divulgados esta segunda-feira, a mesma indica que a Galp espera atingir um EBITDA de, pelo menos, 2,5 mil milhões de euros em 2025, comparando em baixa com os 3,297 mil milhões de euros obtidos em 2024. Já a previsão da empresa para o cashflow operacional é de 1,6 mil milhões de euros em 2025, também abaixo dos 2,1 mil milhões atingidos em 2024.

Em 2025, a produção do grupo deverá cifrar-se nos 105 mil barris por dia, descrito por Carioca como “ligeiramente” abaixo dos níveis de 2024, na sequência de um processo de manutenção extraordinário que decorrerá este ano.

Em paralelo, a folha de resultados mostra que o EBITDA ajustado caiu 4% para os 688 milhões de euros no quarto trimestre, abaixo da média de 715 milhões de euros que era apontada por 20 analistas, aponta a Reuters. O aumento de dividendos maior que o esperado, o quarto trimestre fraco e as perspetivas para 2025 vão levar a downgrades“, afirma a casa de investimento Jefferies, citada pela mesma agência noticiosa.

“Embora os resultados sejam satisfatórios, não foram brilhantes (nem péssimos) o que poderia levar a um aumento na volatilidade no preço das ações”, complementa Henrique Tomé, analista na XTB. O mesmo acredita que o preço das ações está a corrigir “ao mesmo tempo que o preço do Brent também tem vindo a corrigir”.

João Queiroz, responsável de Trading no Banco Carregosa, afirma que os itens nos quais a petrolífera pode colher uma apreciação mais negativa são o Ebitda e margens em declínio. “A deceção dos mercados está relacionada com o declínio de lucros e margens, apesar do forte cash flow e da forte redução de dívida (…). O mercado tende a reagir negativamente a reduções no lucro”, escreve Queiroz.

O lucro do quarto trimestre caiu 75% face ao período homólogo, para 71 milhões de euros. A Galp fechou 2024 com lucros de 961 milhões de euros, menos 4% do que em 2023, ano em que tinha alcançado um resultado líquido recorde superior a mil milhões de euros, revelou a empresa esta segunda-feira.

O Ebitda caiu 7% entre 2023 e 2024, dada a produção e preços mais baixos. A produção reduziu 11% entre os dois anos, “sobretudo tendo em conta a venda de ativos em Moçambique e e o declínio natural dos ativos no Brasil”, observa o responsável do Banco Carregosa. Em paralelo, as margens de refinação decresceram de 6,1 dólares por barril de óleo equivalente, no terceiro trimestre, para 5,2 dólares por barril.

A agravar o cenário está o desempenho da área de renováveis, cujo Ebitda desceu 64% de 2023 para 2024, para 9 milhões de euros, tendo apresentado um “pobre desempenho”, considera João Queiroz.

“Apesar dos ventos contrários atuais e das perspetivas, a posição financeira da Galp mantém-se robusta, com redução da dívida e retornos ‘amigáveis’ para os investidores. Se os preços do Brent estabilizarem e as margens de refinação melhorarem, e as renováveis retomarem o momentum, a ação pode ver subidas em 2025″, conclui.

(Notícia atualizada às 16:41 com mais informação)

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Sismo de 4,7 na escala de Richter sentido na região de Lisboa

  • ECO
  • 17 Fevereiro 2025

Um sismo foi sentido esta segunda-feira, pelas 13h24, na região de Lisboa e Setúbal. O abalo teve origem ao largo do Seixal. Não há registo de danos.

Um sismo de 4,7 na escala de Richter foi sentido na região de Lisboa e Setúbal esta segunda-feira, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O tremor de terra foi sentido pelas 13h24, sendo que o epicentro do abalo foi registado ao largo do Seixal, distrito de Setúbal.

O site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) esteve temporariamente indisponível logo após o sismo. Contudo, o instituto confirmou que “pelas 13h24 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente um sismo de magnitude 4.7 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 14 km a Oeste-Sudoeste de Seixal”.

“De acordo com a informação disponível, este sismo foi sentido, devendo em breve ser emitido novo comunicado com informação instrumental e macrossísmica atualizada”, refere ainda o mesmo comunicado.

O sismo foi sentido com intensidade máxima em Sintra (Lisboa) e Almada (Setúbal) e com menor intensidade nalguns concelhos da região Centro ao Algarve, revelou entretanto o IPMA, num segundo comunicado.

O abalo “até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima V (escala de Mercalli modificada) nos concelhos de Sintra (Lisboa) e Almada (Setúbal)”, explicou.

“Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Odemira (Beja), Coimbra (Coimbra), Albufeira, Portimão (Faro), Alcobaça, Leiria (Leiria), Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Oeiras, Vila Franca de Xira, Amadora, Odivelas (Lisboa), Abrantes (Santarém), Barreiro, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Sines (Setúbal)”, informou o IPMA num comunicado divulgado às 14:11.

Apesar deste sismo ter sido sentido nalguns concelhos da região Centro ao Algarve, “até ao momento, a intensidade máxima observada foi de V (escala de Mercalli modificada)”, expôs o IPMA, referindo que, se a situação o justificar, serão emitidos novos comunicados.

A intensidade V na escala de Mercalli — que varia entre 1 e 12 pontos — modificada significa que o sismo foi “percetível no exterior” e pode ainda ter como efeito a queda de pequenos objetos e pessoas a acordar, se estiverem a dormir.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil já tinha avançado, na rede social X que “não há registo de danos pessoais ou materiais até ao momento“.

De visita ao Brasil, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, adiantou que, o primeiro relatório que recebeu do primeiro-ministro Luís Montenegro, dava conta que “até àquele momento não havia registo de danos pessoais ou materiais significativos“. “E as informações que foram chegando a seguir, de Lisboa, iam no mesmo sentido”, acrescentou, questionado pelos jornalistas no Recife.

“[O sismo] foi sentido em Belém, por exemplo, posso dizer. Foi sentido na grande Lisboa”, realçou, destacando que hoje “há uma grande diferença que é que tem havido mais cuidado na construção em geral” e Portugal tem atualmente “uma escola de especialistas em matéria sísmica muito boa”.

Entretanto, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, fará “declarações” e um “balanço sobre o sismo sentido” esta segunda-feira na região pelas 16h00.

(Notícia atualizada pela última vez às 16:00)

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Politécnico de Leiria forma técnicos das Comunidades Intermunicipais na área predial

Cadastro predial, ordenamento do território, ambiente, floresta, recursos hídricos e direito registral são as áreas da formação destinada a técnicos de várias Comunidades Intermunicipais.

Instituto Politécnico de Leiria17 fevereiro, 2025

Capacitar com competências na área do cadastro predial os técnicos dos municípios da Região do Pinhal do Interior, nomeadamente das Comunidades Intermunicipais (CIM) da Região de Coimbra, Leiria, Médio Tejo, Beira Baixa e Beiras e Serra da Estrela. É este o objetivo principal da parceria entre o Centro de Competências para a Informação Geoespacial (CGEO) e o Instituto Politécnico de Leiria (IPL).

As duas entidades assinam esta terça-feira, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPL, o protocolo de colaboração para capacitar e formar recursos humanos nos setores empresarial e público, com foco especializado na área do cadastro predial. A cerimónia conta com as intervenções de Emílio Torrão, na liderança da CIM da Região de Coimbra, e Carlos Rabadão, presidente do IPL.

As competências a adquirir pelos formandos versam sobre as áreas de cadastro predial, ordenamento do território, ambiente, floresta, recursos hídricos e direito registral, com vista a uma gestão mais eficiente e integrada destes setores.

Liderado pela CIM da Região de Coimbra, o CGEO foi criado no âmbito do Programa de Valorização do Interior de modo a apoiar a expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado (eBUPi).

“Tem como missão impulsionar a inovação no tratamento e conservação de dados geoespaciais, promovendo também a capacitação de recursos humanos e a implementação de políticas públicas”, explana o CGEO em comunicado.

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CEO da Mota-Engil defende “movimentos de fusão” no setor da construção

O presidente-executivo da Mota-Engil sublinha que a estandardização dos concursos para habitação a custos controlados e a industrialização da construção são essenciais para resolver a falta de casas.

Perante uma plateia recheada de protagonistas do setor da construção, Carlos Mota Santos, presidente da Mota-Engil, defendeu que tem de existir uma maior consolidação do setor e uma estratégia de internacionalização ordenada. Apoiou também uma maior estandardização para os projetos de habitação a custos controlados, com recurso a elementos pré-fabricados, de forma a acelerar a construção.

“É importante ganhar dimensão no setor. As empresas têm de aproveitar esta onda de investimento público para duas coisas: terem um balanço mais saudável e serem capazes de enfrentar o desafio da Internacionalização; para ganhar escala devia haver movimentos de fusão no setor“, defendeu o CEO da maior construtora portuguesa. “Para a Mota-Engil era importante ter uma concorrência mais saudável e com mais competitividade”, acrescentou.

Esta segunda-feira, durante a conferência “Portugal 2030 Futuro Estratégico para o setor da Construção”, organizada pela AICCOPN, a associação do setor, Carlos Mota Santos afirmou que “em relação ao setor em Portugal há um maior otimismo, independentemente de todos os desafios”. E sublinhou a importância de aproveitar o ciclo atual de investimento em infraestruturas.

Não creio que haverá muito mais oportunidades destas no futuro. É melhor aproveitar esta do que esperar por uma próxima.

Carlos Mota Santos

CEO da Mota-Engil

“O que é que o setor quer fazer com a oportunidade que existe com o investimento em infraestruturas nos próximos anos? Quer internacionalizar-se? Quer ganhar dimensão? Quer trabalhar de forma simbiótica com outros atores para essa internacionalização? Não creio que haverá muito mais oportunidades destas no futuro. É melhor aproveitar esta do que esperar por uma próxima”, apelou. “O que queremos ser no contexto da economia nacional e em termos internacionais — é esse o desafio”, assinalou.

Carlos Mota Santos fez um raio-x à evolução do setor desde a crise financeira. “Há 15 anos o setor teve uma debacle. Olhando para o ‘top’ 20 de há 15 anos e o atual, cerca de 70% das empresas já não existem. Isso deveu-se a, de um dia para o outro, ter desaparecido o mercado da construção e as as empresas à altura não estavam preparadas. Havia um elevadíssimo investimento em infraestruturas que, de repente, se descontinuou”.

Para o gestor, em Portugal prevaleceu uma “visão muito individualista”, em vez de fazer como noutros países, nomeadamente em Espanha, onde “as empresas se juntaram para terem sinergias”. “Em Portugal, infelizmente não tivemos esse caminho e muitas empresas acabaram por desaparecer”, lamentou.

A crise no setor levou “a alguma fuga de recursos humanos, mais e menos qualificados” e a um “desinvestimento na formação”. A resposta à falta de mão-de-obra “passa pela imigração, com critério e qualidade”, defendeu o CEO da Mota-Engil, acrescentando que a construtora consegue trazer com facilidade pessoas de Angola, Moçambique ou Brasil, com contrato de trabalho, alojamento e garantia de repatriamento em caso de necessidade. Outra prioridade é a formação, com o gestor a defender que “é importante voltar a ter o conceito de escolas profissionais para ensino técnico“.

Maior aposta na estandardização e industrialização

Carlos Mota Santos defendeu, por outro lado, a standardização e a industrialização como um dos eixos para ter maior celeridade na execução de projetos, seja na construção de habitação a custos controlados, seja para infraestruturas.

O código de contração pública é bizarro porque inibe a inovação e práticas mais sustentáveis.

Carlos Mota Santos

CEO da Mota-Engil

Se existir estandardização na habitação de custos controlados, entre três a quatro tipos de projeto, as empresas terão uma capacidade de resposta muito maior. Não é isso que acontece. Cada projeto e cada município têm o seu critério”, criticou. O gestor apelou também “a concursos estandardizados de maior dimensão. É a única maneira de tentar começar a mitigar o problema da habitação”, disse.

Outro eixo é “uma simplificação muito grande do licenciamento municipal”, afirmou o CEO da Mota-Engil, defendendo que “não é necessário às câmaras aprovarem todos os projetos de especialidade”, uma responsabilidade que deve recair apenas nos responsáveis do projeto. “Em Espanha os projetos têm uma celeridade muito maior porque não há duplicação de funções e quase desresponsabilização dos engenheiros e arquitetos que fazem o projeto”, exemplificou.

O gestor considerou ainda que o código de contração pública “é bizarro porque inibe a inovação e práticas mais sustentáveis”, ao vedar a apresentação de soluções de construção diferentes das que constam do projeto, levando ao chumbo das propostas.

Sobre a lei dos solos, recentemente aprovada na Assembleia da República, considerou positivo o facto de facilitar a oferta de terrenos para a construção, mas alerto que “há outro tipo de regras, seja no arrendamento, seja na reconversão de espaços para habitação, que podem ser mais céleres”.

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Chinesa Tencent testa próprio modelo de inteligência artificial

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Alguns utilizadores do seu robô de conversação Yuanbao poderão agora dirigir perguntas ao DeepSeek ou ao seu novo modelo interno de raciocínio de IA, o "Hunyuan Thinker".

O grupo tecnológico chinês Tencent disse esta segunda-feira ter começado a testar o seu próprio modelo de inteligência artificial, depois de ter integrado o DeepSeek nos seus produtos.

A multinacional afirmou em comunicado que alguns utilizadores do seu robô de conversação Yuanbao poderão agora dirigir perguntas ao DeepSeek ou ao seu novo modelo interno de raciocínio de IA, o “Hunyuan Thinker”.

“Graças a estes dois modelos de raciocínio profundo, a resposta às perguntas é mais profissional, o raciocínio é mais avançado e as respostas parecem mais humanas”, afirmou o grupo.

Sediada em Shenzhen (sul da China), a Tencent é proprietária da aplicação WeChat (mensagens, redes sociais, pagamentos em linha), omnipresente no país, tendo também presença nos jogos de vídeo e na distribuição de conteúdos.

Recentemente a empresa tem procurado desenvolver as suas atividades no mercado da inteligência artificial.

A empresa terá começado a integrar o DeepSeek em vários dos seus produtos, tendo alguns utilizadores do WeChat notado a adição de uma função de pesquisa baseada em IA no domingo.

Um porta-voz da Tencent confirmou à AFP que a aplicação, que tem mais de mil milhões de utilizadores mensais ativos, tinha “lançado recentemente um teste beta para acesso ao DeepSeek”.

Outro interveniente chinês no campo da tecnologia, o Baidu, anunciou no domingo que ia integrar o DeepSeek no seu motor de busca tradicional.

Na semana passada, o gigante chinês dos veículos elétricos BYD afirmou também que iria integrar o DeepSeek nos seus automóveis, seguindo os passos de outros rivais nacionais como a Geely, a Great Wall Motors e a Leapmotor.

Apesar da sua proeminência na China, o DeepSeek continua a suscitar preocupações em alguns países devido ao tratamento dos dados pessoais dos utilizadores.

Esta segunda-feira, as autoridades sul-coreanas anunciaram que o DeepSeek seria temporariamente retirado das lojas de aplicações locais enquanto investigam a forma como esta lida com os dados.

Países como Itália, Austrália e alguns Estados americanos já adotaram medidas semelhantes.

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LoopOS levanta 3 milhões para promover economia circular

Expandir a operação em Portugal, Espanha e França entre os objetivos desta injeção de capital liderada pelo fundo de impacto da 3XP Global, com a participação da Beta Capital e da FundBox.

A LoopOS, que ajuda as empresas nos seus esforços de economia circular, concluiu a ronda de investimento de 3 milhões de euros para expandir a operação nos mercados português, espanhol e francês.

“A LoopOS foi criada para revolucionar a forma como empresas adotam a economia circular, permitindo-lhes transformar processos complexos em soluções simples e eficientes,” afirmou João Bernardo Parreira, CEO da LoopOS, em comunicado. “Este investimento é um passo essencial para levar a nossa tecnologia a mais mercados e promover um impacto ambiental e económico positivo.”

A injeção de capital, liderada pelo Impact Innovation Fund, fundo de impacto da 3XP Global, com a participação da Beta Capital e da FundBox, tem como objetivo “acelerar o desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial, com foco em algoritmos avançados de pricing, visão por computador e a criação de canais automáticos baseados em prompts” e, em paralelo, permitir à startup “expandir a sua presença em novas geografias europeias, com foco em mercados como Espanha e França”.

A LoopOS desenvolveu uma plataforma modular e escalável que permite às empresas gerir “qualquer tipo de canal de economia circular, como retomas, reparações, devoluções, aluguer ou C2C, de forma flexível e rastreável”.

Fidelidade, MC Sonae, Auchan, Fnac, CTT e Decathlon são alguns dos 100 clientes da LoopOS, cuja plataforma opera em mais de 50 categorias de produtos, estimando-se que tenha “gerado uma economia circular superior a 1,5 milhões de euros e um impacto ambiental significativo, evitando cerca de 20,6 toneladas de emissões de CO2”, informa em comunicado.

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Crédito ao consumo sobe 10% para valor recorde de 8,4 mil milhões em 2024

Empréstimos para a compra de carro dispararam 15% no ano passado e puxaram o crédito aos consumidores para um novo máximo histórico.

As famílias pediram um valor recorde de 8,4 mil milhões de euros de crédito ao consumo no ano passado, com o montante de novas operações a crescer 10% à boleia dos empréstimos para a aquisição de carro.

O crédito automóvel disparou 15% para 3,3 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal. No que toca ao crédito com reserva de propriedade, cresceu 20% nos novos e 12% nos usados para 756,8 milhões e 2,5 mil milhões, respetivamente.

Todos os segmentos de crédito aos consumidores tiveram crescimentos expressivos em 2024, que foi um ano marcado por taxas de juro ainda altas, mas em tendência de alívio, o que terá ajudado a aumentar a procura.

No crédito pessoal, o segmento mais relevante do crédito ao consumo, o montante de novas operações ascendeu a 3,7 mil milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 7% em termos homólogos. Dentro deste segmento, o crédito sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades aumentou 7% para 3,56 mil milhões, enquanto o crédito pessoal com finalidade de educação, saúde, energias renováveis subiu 2% para 144 milhões de euros.

O crédito concedido com cartão de crédito (crédito colocado à disposição do cliente, o chamado plafond) registou um aumento de 8%, atingindo os 1,4 mil milhões de euros.

Fonte: Banco de Portugal

Tudo somado, o novo crédito aos consumidores voltou a recuperar em 2024, depois da quebra no ano da pandemia, fixando valor mais elevado desde 2013, quando o Banco de Portugal começou a compilar estes dados. Naquele ano, bancos e financeiras concederam 3,7 mil milhões de euros, mostram as estatísticas oficiais.

(Notícia atualizada às 12h40)

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Euribor desce e a três meses para novo mínimo de mais de um ano

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que recuou para 2,510%, continuou acima da taxa a seis meses (2,489%) e da taxa a 12 meses (2,424%).

A Euribor desceu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses, e no prazo mais curto para um novo mínimo desde 01 de fevereiro de 2023 mas manteve-se acima de 2,5%.

Com estas alterações, a taxa a três meses, que recuou para 2,510%, continuou acima da taxa a seis meses (2,489%) e da taxa a 12 meses (2,424%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou esta segunda-feira para 2,489%, menos 0,025 pontos do que na sexta-feira. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a dezembro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,64% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,69% e 25,6%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também caiu esta segunda-feira, para 2,424%, menos 0,014 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,510%, menos 0,012 pontos que na sexta-feira e um novo mínimo desde 01 de fevereiro de 2023.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e que não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.

A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada em 2,500% em janeiro de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em janeiro voltou a descer a três e a seis meses, mas subiu a 12 meses, pela primeira vez depois de nove meses a cair.

Enquanto a média da Euribor a 12 meses subiu 0,089 pontos para 2,525% em janeiro, as médias a três e a seis meses continuaram a cair, designadamente, para 2,704%, menos 0,121 pontos percentuais do que em dezembro, e para 2,614%, menos 0,018 pontos.

Na reunião de política monetária de 30 de janeiro e como antecipado pelos mercados, o BCE baixou de novo, pela quarta reunião consecutiva, a principal taxa diretora em 25 pontos base.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de março em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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70% dos créditos à habitação na CGD são para comprar casas usadas 

"Estamos a reforçar o financiamento para habitação individual e às empresas de construção. Demos 26-27 mil milhões de euros [ao setor]. Não há outro banco no país com estes valores", diz Paulo Macedo.

O CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse esta segunda-feira que a maioria (70%) dos empréstimos à habitação concedidos pelo banco público destina-se à compra de casas usadas e que a quota do financiamento às empresas de construção aumentou 1% no último ano.

“Estamos a reforçar o financiamento para compra de habitação individual e para as empresas de construção. Concedemos 26 a 27 mil milhões de euros de crédito [ao setor]. Não há outro banco em Portugal com estes valores”, afirmou Paulo Macedo, numa conferência organizada pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).

O CEO da Caixa disse que, no segmento residencial, começa a ver-se uma maior oferta de construção nova e o investimento privado à construção também tem estado a crescer. “A CGD precisa é de projetos atrativos. Por vezes, vemos que o risco de execução da obra é muito grande, mas vontade em financiar existe”, referiu.

Ainda assim, a pressão sobre a oferta de casas em Portugal “não vai desanuviar” no curto prazo. “Não vale a pena dizer que o problema da habitação vai ficar resolvido para o ano. Isso é um disparate”, atirou, numa sessão intitulada “O setor da construção civil em Portugal – Estratégia 2030: Desafios e oportunidades”, que partilhou com o presidente da Mota-Engil, Carlos Mota Soares e o vice-presidente da AICCOPN, Ricardo Gomes.

“Vão ter de haver várias ações ou soluções para o mesmo objetivo, porque não só temos falta de habitação para os jovens, como temos falta de habitação para os imigrantes. O fluxo de imigrantes vai em 25% em concelhos como Sintra. Eles têm de ter uma vida condigna”, advertiu Paulo Macedo, na conferência que decorre no LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em Lisboa.

O banqueiro lembrou que os níveis de investimento público “estão anormalmente baixos” há cerca de 15 anos, quando aproximadamente de 70% da formação bruta de capital fixo era de construção. “Além da quebra do investimento, uma parte do tecido económico desapareceu com a crise financeira, que era quem construía edifícios de três andares”, recordou Paulo Macedo. É também por esse motivo que o foco tem de estar nos privados e que o banco pretende crescer no setor da construção.

Certo é que há diferentes análises para cada categoria da construção: nova, usada, residencial ou escritórios. Por exemplo, para o segmento premium, que tem uma procura “específica”, tem existido oferta de casas novas, de acordo com o presidente da comissão executiva da Caixa. “Este negócio é muito segmentado e a própria banca também o segmenta”, ressalvou.

Até setembro de 2024, a carteira de empréstimos para compra de casa aumentou 2,5%, em termos homólogos, para 25.070 milhões de euros. Paulo Macedo diz que o financiamento para residencial “nunca tem faltado” e o valor médio fixa-nos nos 170 mil euros.

E deixou ainda um alerta sobre a reduzida dimensão das empresas nacionais. “Temos um número de pequenas e médias empresas, em termos percentuais, superior ao de outros países da Europa”, sublinhou o presidente da CGD.

Questionado sobre os critérios de sustentabilidade, garantiu que há “apetência” da Caixa para financiar a transição energética e informar os clientes sobre a sua classificação no rating ESG e até inclusive ‘premiar’ os que receberem as pontuações mais altas.

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