OPEP+ estende cortes na produção de petróleo até 2025

  • ECO
  • 2 Junho 2024

O cartel de países produtores de petróleo decidiu este domingo estender por mais tempo os cortes voluntários de produção.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia (OPEP+) acordaram este domingo estender os cortes na produção, parte até ao final de 2025 e outra parte até ao terceiro trimestre de 2024, mas admite começar a eliminá-los gradualmente, avança a agência Reuters, citando fontes ligadas ao processo.

Desde o final de 2022 que a OPEP+ tem vindo a restringir a produção, de forma a elevar a cotação da matéria-prima. O aumento de stocks e o crescimento mais lento da procura chinesa têm mantido o preço em torno dos 80 dólares, aquém do que pretendem alguns países.

Oficialmente, o corte atual soma 5,86 milhões de barris por dia, o equivalente a 5,7% da procura global.

As restrições envolvem várias rondas de cortes temporários. A primeira ronda, de 1,66 milhões de barris por dia, foi estendida até final de 2025, e a segunda, de 2,2 mil milhões de barros, foi alargada para o terceiro trimestre de 2024, avança a Reuters. Segundo a agência, foi também discutida a eliminação progressiva no próximo ano.

Os Emirados Árabes Unidos receberam um aumento de 300 mil barris por dia na sua produção para o próximo ano.

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Marcelo considera investigação da PJ a caso das gémeas “natural” e passo “muito positivo”

O Presidente da República "acha muito bem" que o Ministério Público tenha dado indicações à Polícia Judiciária para investigar o caso das gémeas luso-brasileiras que o envolve.

O Presidente da República votou este domingo antecipadamente para as eleições europeias, no Centro Escolar de Celorico da Beira. À saída foi confrontado com a entrega do caso das gémeas luso-brasileiras tratadas com o medicamento Zolgensma, no Hospital Santa Maria, à Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária. Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se satisfeito com o passo dado na investigação.

“No plano de investigação do Ministério Público desde novembro que há um processo contra desconhecidos. E portanto, logo na altura disse que tudo o que seja feito para apurar em matéria judicial o que se passou, como se passou e se há responsabilidades, é muito positivo. A utilização da PJ é natural porque tem uma capacidade especializada para apoiar o Ministério Público. Acho muito bem, acho muito positivo“, afirmou em declarações transmitidas pelas televisões.

O pedido de tratamento das gémeas luso-brasileiras, que terá custado cerca de 4 milhões de euros, chegou à Presidência da República através do filho de Marcelo Rebelo de Sousa, que o remeteu “sem favor” ao Governo. O Chefe de Estado afirmou que a informação foi já toda remetida ao Ministério Público. “A Presidência da República, até antes de se saber que havia certa tramitação no Ministério Público, disponibilizou a documentação disponível na Presidência“, disse.

O Correio da Manhã noticia este domingo que o caso das gémeas luso-brasileiras já está a ser investigado pela Polícia Judiciária. O processo foi distribuído pelo Ministério Público à Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC). Os crimes investigados são, entre outros, abuso de poder e tráfico de influências.

No Parlamento foi já constituída uma comissão parlamentar de inquérito ao caso. As audições arrancam na quinta-feira com António Lacerda Sales, antigo secretário de Estado da Saúde.

Marcelo Rebelo de Sousa não esclareceu se vai responder por escrito ou se estará presencialmente na comissão de inquérito. “Isso é algo que eu não tenho respondido, como é uma iniciativa partidária e eu tenho-me abstido de comentar iniciativas partidária em pleno debate eleitoral”, respondeu questionado este domingo pelos jornalistas. “Depois de dia 9 pronunciar-me-ei em função daquilo que for recebido a partir do Parlamento“, acrescentou.

O Presidente da República foi também confrontado com a existência de ações de campanha próximo dos locais onde este domingo decorre o voto antecipado para as eleições europeia, defendo que ou se clarifica a lei ou há bom senso.

"Ou a lei é clarificada um pouco ou então tem de haver bom senso e equilíbrio para não parar a campanha mas não estar demasiado próxima das secções de voto.”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidência da República

“É um problema da lei. Por um lado a lei estabelece que não possa haver junto às secções de voto campanha eleitoral. Isso foi votado logo desde o início da nossa democracia. Mas por outro lado não havia na ocasião voto antecipado, e a campanha está a decorrer. Ou a lei é clarificada um pouco ou então tem de haver bom senso e equilíbrio para não parar a campanha mas não estar demasiado próxima das secções de voto”, defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou também a campanha: “Teve mais debates, maior participação mediática, foi mais completa em temas, os mais variados. Não houve praticamente nenhum tema mundial, europeu e até nacional relacionável com as eleições para o PE que não tenha sido tratado de uma forma ou de outra”.

(Notícia atualizada às 14h14)

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Semana de quatro dias obriga a mudanças para aumentar competitividade

  • Lusa
  • 2 Junho 2024

Governo aguarda que seja apresentado o relatório final da fase de teste de modelo da semana de quatro dias para decidir se mantém o projeto.

A redução do tempo de trabalho para a semana de quatro dias implica mudanças que aumentem a competitividade, nomeadamente o recurso à tecnologia, refere o coordenador do projeto-piloto da semana dos quatro dias, Pedro Gomes.

Das 41 empresas a experimentar a semana de quatro dias em Portugal (com 21 empresas a coordenarem o começo do teste através do projeto-piloto em junho de 2023), registaram-se quatro desistências (com regresso à semana de cinco dias de trabalho) e apenas uma teve necessidade de contratar mais trabalhadores.

Aquelas quatro reversões, observou Pedro Gomes, professor de Economia em Birkbeck, Universidade de Londres, em declarações à Lusa, aconteceram porque as empresas em causa não conseguiram tirar grandes benefícios operacionais desta nova organização do tempo de trabalho.

Pedro Gomes salienta que a aplicação de um modelo de quatro dias de trabalho por semana implica várias mudanças que potenciem a produtividade. Só assim é possível reduzir o tempo de trabalho em 20% e manter a competitividade — já que este modelo implica a manutenção da remuneração dos trabalhadores, por exemplo.

A ideia não é apenas reduzir dias de trabalho, mas conciliar isto com a melhoria da organização do trabalho nos quatro dias“, refere o coordenador do projeto-piloto, apontando mudanças como a redução do número de reuniões ou um maior recurso à Inteligência Artificial (IA).

A propósito do ano cumprido sobre o arranque do projeto-piloto da semana dos quatro dias, foi elamantborado um relatório final da fase de teste deste modelo, com divulgação prevista para a semana de 24 a 28 de junho.

Nesse relatório haverá dados sobre as mudanças aplicadas pelas empresas de forma a conseguirem reduzir o tempo de trabalho, bem como os modelos adotados — porque as soluções são distintas, havendo algumas que optaram por reduzir meio-dia por semana, outras que optaram pela quinzena de nove dias ou outras que cortaram um dia inteiro na semana de trabalho.

Pedro Gomes acredita que após este projeto-piloto, será importante a forma como esta nova forma de organização do tempo de trabalho vai envolver empresas, associações empresariais e representantes dos trabalhadores.

A Lusa questionou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre se é intenção do Governo manter este tipo de projeto (que foi lançado pelo anterior Governo), mas fonte oficial disse que “aguarda que seja apresentado o relatório final da fase de teste de modelo da semana de quatro dias, realizada com a colaboração das empresas e respetivos trabalhadores que voluntariamente optaram por testar o modelo”.

A terceira fase do projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho arrancou em 05 de junho do ano passado.

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Líder do PS quer saber se consultora teve acesso “a dados sensíveis sobre doentes e patologias”

Secretário-geral do PS quer que Governo esclareça se consultora IQVIA Solutions teve acesso a dados sensíveis do SNS que possam vir a ser partilhados com operadores privados.

Pedro Nuno Santos quer que o Governo esclareça se a consultora que participou na elaboração do Plano de Emergência da Saúde teve acesso a dados sensíveis sobre patologias por região, que poderão ser posteriormente usados pelo setor privado. O líder do PS sonsidera que esclarecimento dado pelo Ministério da Saúde é insuficiente.

A questão mais relevante para mim é saber se esta consultora privada teve acesso a base de dados muito importantes do SNS, nomeadamente o sistema de informação de doentes por patologias e por região, porque isso é informação muito relevante para a organização da oferta de cuidados de saúde. Obviamente é uma consultora privada que trabalha também com grupos privados e por isso é que a questão foi levantada”, afirmou em declarações às televisões, durante uma ação de campanha para as eleições europeias.

São dados muito sensíveis, sobre doentes e patologias por região, sobre necessidades de diferentes zonas do território. Percebem a importância que essa informação tem para os operadores privados da saúde“, acrescentou Pedro Nuno Santos.

O secretário-geral do PS considerou também insuficientes os esclarecimentos prestados entretanto pelo Ministério da Saúde. “A única coisa que está ali é assumir que houve uma participação de consultores privados. Se forem à ficha técnica do plano de emergência não está lá a empresa mas estão lá quatro ou cinco consultores dessa empresa. Podia estar assumido desde início na ficha técnica que essa consultora participou de alguma maneira na elaboração o plano”, disse. “A questão mais relevante é saber se teve acesso a bases de dados do SNS“, insistiu.

O líder socialista criticou também a “orientação política” do plano: “Obviamente que a participação da consultora privada e de outros que têm experiência no setor privado da saúde e que estão na ficha técnica também ajudam a perceber melhor a orientação para o privado deste plano“. Apontou ainda a “ausência de especialistas em cuidados de saúde primários na comissão técnica”, que “mostra também que a prioridade deste plano não foi a prevenção e os cuidados de saúde primários”.

O primeiro-ministro Luís Montenegro rejeitou este domingo a existência de conflitos de interesse na contratação da consultora IQVIA Solutions para ajudar o Governo na elaboração do Plano de Emergência da Saúde, apresentado pela ministra Ana Paula Martins na quarta-feira passada.

“Não tem pés em cabeça, essa acusação”, disse Luís Montenegro em declarações transmitidas pelas televisões, após votar antecipadamente em Espinho este domingo. Questionado sobre de que conflitos de interesse estaria o líder do PS a falar, respondeu: “Isso tem de lhe perguntar a ele”.

Ainda no sábado, o Ministério da Saúde enviou uma nota à agência Lusa onde confirma a contratação da consultora IQVIA Solutions, para “organizar e estruturar” o trabalho da ‘task force’ responsável pelo Plano de Emergência da Saúde. Diz ainda que a consultora “faz parte da bolsa de consultoras que tem trabalhado com o universo Ministério da Saúde nos últimos anos“ e que o contrato “é público e tem o valor de 9.250€ + IVA”.

Nas declarações aos jornalistas, Pedro Nuno Santos criticou ainda o Governo por enviar cartas a professores e pensionistas durante o período da campanha eleitoral para as Europeias, pedindo a intervenção da Comissão Nacional de Eleições.

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Greve de 10 dias nos portos em junho suspensa depois de negociações

  • Lusa
  • 2 Junho 2024

Governo diz que foi possível chegar a um entendimento sobre o Acordo Coletivo de Trabalho com as administrações portuárias e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias.

A greve marcada para os portos em junho, durante dez dias, foi suspensa, na sequência de conversações entre o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP) e o Governo, segundo um comunicado.

Na nota, divulgada pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação, lê-se que “na sequência das conversações que decorrem” entre a tutela, “as administrações portuárias e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias, foi possível chegar a um entendimento sobre o Acordo Coletivo de Trabalho e sobre matérias salariais definidas em portaria conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério das Infraestruturas e Habitação”.

“Como resultado”, indicou, “o SNTAP comunicou formalmente a suspensão do pré-aviso de greve emitido em 17 de maio de 2024, que abrangia dez dias alternados do mês de junho e que teria forte impacto negativo na economia nacional”.

O SNTAP tinha convocado 10 dias de greve, em junho, nos portos do continente e das ilhas, por aumentos salariais este ano.

De acordo com o pré-aviso de greve, a convocatória abrangia os trabalhadores dos portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa, Setúbal, Sines e Algarve, Açores, Madeira e da CLT (incluindo quer os trabalhadores da Administração dos Portos de Sines e do Algarve que ali desempenham funções, quer os trabalhadores do quadro da empresa).

Segundo o sindicato, em causa está a ausência de resposta das administrações à proposta de valorização remuneratória para 2024 apresentada há mais de meio ano e o bloqueio do processo de revisão do Acordo de Empresa em vigor.

O SNTAP acusava ainda as administrações dos portos de “reiterada atitude de hostilidade” relativamente à estrutura que representa os trabalhadores, que se reflete, por exemplo, “na ausência de resposta a pedido de reunião”.

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Governo completa nova administração da Santa Casa. Rita Prates será vice-provedora

Ministério do trabalho nomeou quatro vogais para a mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e uma nova vice-provedora. Tomam posse segunda-feira.

O Governo já escolheu os membros da nova mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que vão acompanhar o provedor Paulo Duarte de Sousa na administração. Rita Prates, mentora e fundadora da Associação VilaComVida, será a nova vice-provedora.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, nomeou ainda David Lopes, Ângela Guerra, André Brandão de Almeida e Luís Carvalho e Rego para vogais. A cerimónia de tomada de posse decorre na Sala de Extrações da SCML, na segunda-feira, dia 3 de junho, pelas 10h30.

Segundo a nota divulgada pelo Ministério, a nova vice-provedora, Rita Prates, é “advogada, com mestrado pela King’s College – University of London, especializada em Regulação e Concorrência, mentora e fundadora da Associação VilaComVida – A Mais Valia na diferença, que promove a inclusão de pessoas com deficiência”. Foi ainda “representante nacional junto da Comissão Europeia, OCDE, ICN (International Competition Network) e ECN (European Competition Network)”.

David Lopes, é licenciado em Gestão de Empresas, com uma pós-graduação internacional (Cornell University e Chicago Kellogg University). Foi chefe de missão da Câmara Municipal de Lisboa na Jornada Mundial da Juventude, administrador executivo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, gestor da Parque Expo e do Oceanário de Lisboa e cofundador e administrador da Fundação Gil.

Na nova equipa há ainda uma ex-deputada e um ex-deputado do PSD. Ângela Guerra, que é licenciada em Direito, com pós-graduação em Gestão e Administração da Saúde. Foi ainda vice-provedora da Santa Casa da Misericórdia de Pinhel e membro da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. O outro é André Brandão de Almeida, médico dentista, que foi coordenador e diretor clínico do Serviço Odontopediátrico de Lisboa – Saúde Oral da SCML.

Por fim, Luís Carvalho e Rego, é licenciado em Administração e Gestão de Empresas e foi subdiretor do Banco BPI entre 2021 e 2023. Foi ainda presidente da IPSS – Jardim Infantil dos Anjos e participou nas equipas de Assessoria Económica e Financeira no Ministério da Saúde no âmbito das Parcerias Público-Privadas.

A anterior mesa, liderada por Ana Jorge, foi exonerada pelo Governo a 29 de abril, por “incapacidade de gestão”, na sequência dos problemas financeiros na SCML.

(Notícia atualizada às 11h48 com dados biográficos adicionais dos novos membros da mesa da SCML)

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Acusação de conflito de interesses no plano para a Saúde “não tem pés em cabeça”, diz Montenegro

Líder do PS questionou o recurso a uma consultora privada para ajudar o Governo na elaboração do plano para a Saúde. Acusação de conflito de interesses "não tem pés nem cabeça", diz Montenegro.

O primeiro-ministro Luís Montenegro rejeitou este domingo a existência de conflitos de interesse na contratação da consultora IQVIA Solutions para ajudar o Governo na elaboração do Plano de Emergência da Saúde, apresentado pela ministra Ana Paula Martins na quarta-feira passada.

A possibilidade de existirem conflitos de interesse no recurso a uma entidade privada foi suscitada na véspera pelo secretário-geral do PS durante um comício de campanha para as eleições europeias. , “Aparentemente uma empresa de consultoria privada participou nas reuniões de consulta a várias entidades, privadas e públicas”, e não se sabe “até que ponto esteve também na conceção do plano de emergência da saúde”, disse Pedro Nuno Santos, citado pela Lusa.

“Não tem pés em cabeça, essa acusação”, disse Luís Montenegro em declarações transmitidas pelas televisões, após votar antecipadamente em Espinho. Questionado sobre de que conflitos de interesse estaria o líder do PS a falar, respondeu: “Isso tem de lhe perguntar a ele”.

Poucas horas depois, Pedro Nuno Santos veio pedir que o Governo esclareça se a consultora que participou na elaboração do Plano de Emergência da Saúde teve acesso a dados sensíveis sobre patologias por região, que poderão ser posteriormente usados pelo setor privado. O líder do PS sonsidera que esclarecimento dado pelo Ministério da Saúde é insuficiente.

“A questão mais relevante para mim é saber se esta consultora privada teve acesso a base de dados muito importantes do SNS, nomeadamente o sistema de informação de doentes por patologias e por região, porque isso é informação muito relevante para a organização da oferta de cuidados de saúde. Obviamente é uma consultora privada que trabalha também com grupos privados e por isso é que a questão foi levantada“, afirmou em declarações às televisões, durante uma ação de campanha para as eleições europeias.

Ainda no sábado, o Ministério da Saúde enviou uma nota à agência Lusa onde confirma a contratação da consultora IQVIA Solutions, para “organizar e estruturar” o trabalho da ‘task force’ responsável pelo Plano de Emergência da Saúde. Diz ainda que a consultora “faz parte da bolsa de consultoras que tem trabalhado com o universo Ministério da Saúde nos últimos anos“ e que o contrato “é público e tem o valor de 9.250€ + IVA”.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, apresentou na quarta-feira passada o Plano de Emergência da Saúde, dividido em três níveis de prioridade (urgentes, prioritárias e estruturais) e cinco eixos de intervenção: redução das listas de espera, com destaque para a Oncologia, medidas dirigidas às mães e bebés, cuidados urgentes e emergentes, aumento do acesso a centros de saúde e médicos de família, e saúde mental.

(Notícia atualizada às 12h45 com declarações de Pedro Nuno Santos)

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Montenegro já votou. Prometeu “minimizar” falhas informáticas no dia 9

O primeiro-ministro votou antecipadamente para as Europeias este domingo. Luís Montenegro diz que o Governo está a fazer tudo para garantir votação sem falhas informáticas no dia 9.

Luís Montenegro votou este domingo antecipadamente para as eleições europeias, na Escola Básica n.º 2 de Espinho. Primeiro-ministro deixou elogios à campanha e garantiu que Governo está a trabalhar para que votação de dia 9 decorra sem falhas informáticas.

À saída, o chefe do Governo foi confrontado com a possibilidade de existirem falhas informáticas no dia 9 de junho que impeçam o exercício do direito de voto. Pela primeira vez o acesso aos dados dos eleitores será feito informaticamente, possibilitando o voto em qualquer mesa do país, desde que se tenha o cartão de cidadão.

Estamos há muitas semanas a tentar minimizar ou mesmo eliminar essa possibilidade. É a primeira vez que vamos ter a informatização total dos ficheiros e a necessidade de em cada mesa de voto haver um ficheiro acessível para identificar qualquer eleitor de todo o país”, disse em declarações transmitidas pela televisão. “Nós estamos a tentar minimizar essa possibilidade, fazer testes, fazer toda a preparação para que haja rede, todos os sistemas informáticos a funcionar e um controlo para que tudo corra da melhor maneira”, acrescentou, elogiando o enorme esforço que está a ser feito pela administração pública.

Olhando para a experiência dos últimos anos não me lembro de uma campanha para o Parlamento Europeu onde as questões europeias tenham sido alvo de uma apreciação das campanhas como nesta.

Luís Montenegro

Primeiro-ministro

Luís Montenegro deixou também elogios à campanha eleitoral. “Tem havido, quer nos debates, nas entrevistas, nas intervenções dos candidatos, uma preocupação de deixarem ideias, propostas, reflexões, sobre os instrumentos que estão à disposição de todos os órgãos europeus, mas em particular do Parlamento Europeu”, afirmou.

“Olhando para a experiência dos últimos anos não me lembro de uma campanha para o Parlamento Europeu onde as questões europeias tenham sido alvo de uma apreciação das campanhas como nesta. Isso é bom”, reforçou.

Inscreveram-se para o voto antecipado nas eleições europeias 252.209 eleitores, mais 20% do que os 208.007 que o fizeram nas eleições legislativas, de acordo com o Ministério da Administração Interna. Um número ainda assim reduzido face ao universo de mais de 10,8 milhões de eleitores.

“Este instrumento é muito fácil de poder ser usado para conciliar as agendas pessoais e profissionais com a possibilidade do exercício do direito de voto. Toda a experiência que acumulei, primeiro com a inscrição e depois com o voto, permitem-me dizer que devemos desenvolver futuramente este mecanismo para poder dar a todos a possibilidade de votar“, afirmou Luís Montenegro.

As eleições para o Parlamento Europeu têm habitualmente uma abstenção muito elevada em Portugal. Na votação anterior, realizada em 2019, só foram às urnas 30,73% dos eleitores, menos que os 33,84% que foram votar cinco anos antes.

(Artigo atualizado às 11h06)

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Consultora ajudou Governo a elaborar Plano de Emergência da Saúde

  • Lusa
  • 2 Junho 2024

Governo contratou a IQVIA Solutions, que diz fazer parte da “bolsa de consultoras que tem trabalhado com o universo Ministério da Saúde nos últimos anos”.

O Governo admitiu ter contratado uma consultora privada para “organizar e estruturar” o trabalho da ‘task force’ responsável pelo Plano de Emergência da Saúde, sublinhando que a empresa tem trabalhado com o Ministério da Saúde “nos últimos anos”.

As explicações do Ministério da Saúde surgem na sequência da pergunta lançada no sábado pelo secretário-geral do Partido Socialista, que questionou o Governo sobre se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde.

Numa nota enviada à Lusa, o gabinete da ministra da Saúde explica que “para organizar e estruturar os contributos/trabalho da task force foi contratada uma consultora privada, a IQVIA Solutions, que faz parte da bolsa de consultoras que tem trabalhado com o universo Ministério da Saúde nos últimos anos“.

O ministério acrescenta que o contrato “é público e tem o valor de 9.250€ + IVA”, prometendo publicitar, no início da próxima semana, “todos os contratos e respetivos projetos e valores dos últimos 8 anos”: “A transparência é um valor fundamental à governação”, conclui.

O comunicado acrescenta que o Plano de Emergência da Saúde foi concebido pelo gabinete da ministra e realizado por uma ‘task force’ “composta por um conjunto de peritos de diferentes áreas da saúde, coordenada por Eurico Castro Alves”, sendo que nenhum dos elementos teve “qualquer remuneração”.

“Ao longo das semanas de trabalho, a task force ouviu 167 entidades que deram a sua visão sobre o estado da saúde em Portugal”, acrescenta a nota em resposta às declarações feitas hoje por Pedro Nuno Santos na sua intervenção no comício das europeias que hoje decorreu no Porto.

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Presidente e primeiro-ministro entre os 252 mil eleitores que podem votar hoje antecipadamente

  • Lusa
  • 2 Junho 2024

Presidente da República e primeiro-ministro estão entre os mais de 250 mil que escolheram votar hoje antecipadamente para as eleições europeias de 09 de junho.

Mais de 252.000 eleitores portugueses, entre os quais o Presidente da República e o primeiro-ministro, podem votar este domingo antecipadamente para as eleições europeias, de 09 de junho.

De acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI), inscreveram-se para votar em mobilidade para as eleições europeias 252.209 eleitores, número mais de 20% superior aos 208.007 que optaram pelo voto antecipado nas últimas eleições legislativas, de 10 de março passado.

Este domingo, quem se inscreveu até quinta-feira passada, poderá exercer o seu direito no município que escolheu quando solicitou o voto antecipado.

Caso o eleitor se tenha inscrito para votar antecipadamente mas não consiga exercer esse direito hoje, poderá votar no dia das eleições, 09 de junho, em qualquer parte do país.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciaram que irão votar antecipadamente para as eleições europeias, para as quais são chamados a votar mais de 10,8 milhões de portugueses, que escolherão 21 dos 720 eurodeputados.

Em Portugal, concorrem às eleições europeias 17 partidos e coligações: a AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.

A modalidade de voto antecipado em mobilidade foi instituída com a entrada em vigor da Lei Orgânica n.º 3/218, por ocasião da eleição de deputados portugueses ao Parlamento Europeu em 2019.

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Pedro Nuno quer que Governo esclareça se consultora privada esteve envolvida no plano da saúde

  • Lusa
  • 1 Junho 2024

Secretário-geral do PS disse no comício para as Europeias que "aparentemente uma empresa de consultoria privada participou nas reuniões de consulta a várias entidades, privadas e públicas".

O secretário-geral do PS perguntou hoje ao Governo se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde, como foi contratada e a que informação do SNS teve acesso.

“Há uma pergunta que, já agora, gostaria de fazer ao Governo: aparentemente, tiveram a consultoria de uma empresa privada – eu digo aparentemente, por isso é que é uma pergunta – se este plano de emergência da saúde foi construído pelo Ministério da Saúde em parceria com alguma empresa privada“, questionou Pedro Nuno Santos na reta final da sua intervenção no comício das europeias que hoje decorreu no Porto.

Segundo o líder do PS, “aparentemente uma empresa de consultoria privada participou nas reuniões de consulta a várias entidades, privadas e públicas”, e não se sabe “até que ponto esteve também na conceção do plano de emergência da saúde”.

“Queremos começar desde logo por aqui porque se existe transparência, a transparência que se exige sistematicamente ao PS e à governação do PS: Este plano foi feito ou não com a cooperação de uma empresa privada na área da consultoria de saúde, de que forma é que essa empresa foi contratada, a que informação do SNS ela teve acesso“, questionou o líder socialista.

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Trabalhadores de saída? Não se esqueça de os entrevistar<span class='tag--premium'>premium</span>

Entrevistas de saída podem ser tão importantes como as de contratação: permitem perceber o que é preciso melhorar para reter talento e até conhecer as práticas dos concorrentes.

Este artigo integra a sexta edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.Por vezes, é o trabalhador de saída que consegue, finalmente, transformar uma empresa. As entrevistas de saída, assinalam os especialistas, são tão relevantes quanto as de contratação, e quem não as faz está a desperdiçar “dados valiosos”para a compreensão do que se está a passar não só internamente, como no mercado de trabalho. Em Portugal, nem todas as empresas têm esta prática implementada, mas as que têm deixam elogios. Comecemos por um exemplo no Norte do país. Depois de ter recebido feedbackem entrevistas de saída sobre a comunicação interna, a tecnológica Zühlke decidiu mudar o modelo das suas reuniões mensais: as apresentações passaram a ser partilhadas com os trabalhadores, as sessões gravadas para

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