Pequim critica pressão “infundada” sobre empresas chinesas após caso Huawei

  • Lusa e ECO
  • 14 Março 2025

Numa referência à investigação sobre a alegada corrupção ligada à Huawei no Parlamento Europeu, o porta-voz da diplomacia pediu um "ambiente comercial não discriminatório" para as empresas chinesas.

O Governo chinês pediu esta sexta-feira que não se politize questões comerciais nem se recorra a medidas “infundadas” para reprimir empresas chinesas além-fronteiras, em referência à recente investigação sobre a alegada corrupção ligada à Huawei no Parlamento Europeu.

“A China sempre exigiu que as suas empresas cumpram rigorosamente as leis e os regulamentos dos países onde operam”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.

“Esperamos que as partes relevantes respeitem as regras económicas e comerciais internacionais e proporcionem um ambiente comercial justo, transparente e não discriminatório para as empresas chinesas na Europa”, acrescentou.

Mao sublinhou que “as questões comerciais não devem ser politizadas e as empresas não devem ser reprimidas através de meios infundados”, numa resposta ao inquérito de Bruxelas contra a Huawei, cujos lobistas estão a ser investigados por alegado suborno, falsificação e branqueamento de capitais no Parlamento Europeu, num caso que envolve uma empresa com sede em Portugal.

O gigante tecnológico chinês afirmou também esta sexta-feira que tem “tolerância zero” para a corrupção. “A Huawei leva estas alegações a sério e vai comunicar urgentemente com os investigadores para compreender melhor a situação”, disse um porta-voz da empresa, em comunicado.

O caso, que levou ao encerramento dos gabinetes dos assistentes parlamentares no Parlamento Europeu, reacendeu o debate sobre a presença de empresas chinesas em setores estratégicos na Europa.

A Comissão Europeia recomendeu a restrição ou exclusão da Huawei das redes 5G dos Estados-Membros a partir de 2023, uma medida apoiada pelos Estados Unidos na sua política de contenção da tecnologia chinesa.

Pequim tem repetidamente rejeitado as acusações contra as suas empresas tecnológicas, dizendo serem tentativas de bloquear o seu acesso aos mercados ocidentais sob falsos pretextos de segurança.

Na quinta-feira foram feitas 21 buscas pela Polícia Federal em Bruxelas, nas regiões belgas de Flandres, Valónia e em Portugal. Os detidos para interrogatório são suspeitos de terem corrompido eurodeputados e ex-eurodeputados, sendo que as transferências de dinheiro foram feitas através de uma empresa portuguesa.

 

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Hoje nas notícias: Montenegro, eleições e Novobanco

  • ECO
  • 14 Março 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Câmara de Lisboa terá impedido a Polícia Municipal de fazer uma vistoria às obras que a família de Luís Montenegro está a fazer para juntar dois apartamento T1 num apartamento T2 duplex, em Lisboa, mas o município nega favores. Quando ainda era apenas candidato a primeiro-ministro, Luís Montenegro prometeu entregar toda a documentação relacionada com a construção da sua casa em Espinho à Justiça, mas não foi isso que fez ao ser contactado pela PJ em julho do ano passado. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Câmara de Lisboa trava vistoria às obras do duplex da família de Montenegro

A Câmara de Lisboa terá impedido a Polícia Municipal de fazer uma vistoria às obras que a família de Luís Montenegro está a fazer para juntar dois apartamentos T1 num apartamento T2 duplex, em Lisboa. A autarquia afirmou, numa resposta enviada ao Correio da Manhã, que “trata todos por igual” e que “todas as obras são suscetíveis, a todo o momento, de serem alvos de inspeção/fiscalização por parte dos serviços competentes da autarquia”, mas não esclareceu se já foi feita uma vistoria às obras, que implicam uma intervenção na estrutura do prédio.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Montenegro prometeu, mas não entregou faturas da casa de Espinho à PJ

Luís Montenegro estava em campanha para as legislativas pelo PSD quando a Procuradoria-Geral da República anunciou um inquérito à construção da sua casa em Espinho. O então candidato a primeiro-ministro anunciou em conferência de imprensa, horas depois, que iria entregar toda a documentação relacionada com a casa à Justiça. Mas ao ser contactado, em julho de 2024, por uma inspetora da Polícia Judiciária, não foi isso que o já chefe do Governo fez. Numa resposta ao Expresso, já esta semana, disse apenas: “Reitera-se que nesse dossiê estão todas as faturas respeitantes à obra, para efeito de verificação pelas autoridades, se e quando entenderem.”

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Governo tinha 137 milhões para três eleições. Agora são quatro mas valor é o mesmo

O Orçamento do Estado (OE) deste ano alocava 137 milhões de euros às três eleições que já estavam previstas (autárquicas, presidenciais e regionais na Madeira). Apesar de ter sido acrescentada ao calendário político mais uma ida às urnas, com novas legislativas antecipadas, o Governo de Luís Montenegro vai manter o valor orçamentado no OE. Segundo o Ministério da Administração Interna (MAI), será necessário desembolsar 26,5 milhões de euros para as eleições marcadas para 18 de maio (mais 8,1 milhões do que nas legislativas de 2024), mas que esse valor não obrigará a alterar a rubrica do Orçamento.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Gouveia e Melo lidera corrida às eleições presidenciais

Gouveia e Melo (35,6%) continua a liderar as intenções de voto para as eleições presidenciais do próximo ano, segundo a sondagem da Intercampus. Em segundo lugar surge Luís Marques Mendes (13,9%), que é seguido de perto pelo presidente do Chega, André Ventura (12,4%). O antigo secretário-geral do PS António José Seguro (7,7%) ganha vantagem em relação ao outro socialista, António Vitorino (5,6%). Na eventualidade de uma segunda volta, o ex-almirante também ganha a todos os adversários.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Novobanco admite perdas com grupo de Luís Filipe Vieira

O Novobanco chegou a acordo com o fundo de investimento que, em 2017, ficou com as imobiliárias do grupo empresarial de Luís Filipe Vieira para que elas entrem em recuperação judicial. As empresas — que terão um valor em dívida ao banco de cerca de 90 milhões de euros — têm de arrancar com procedimentos concorrenciais para a venda dos ativos e o Novobanco conta ficar com 85% dos montantes alcançados para cobrir os créditos concedidos (a maioria dos tempos do BES). O Novobanco tem ainda mais de 100 milhões de euros em capital no fundo, pelo que terá uma exposição global superior a 200 milhões de euros ao fundo que ficou com as empresas de Vieira em 2017.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

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LALIGA e EA SPORTS FC lançam a quarta edição de VS RACISM com a arte urbana como protagonista

  • Servimedia
  • 14 Março 2025

A LALIGA a EA SPORTS FC, lança pelo quarto ano consecutivo e por ocasião da celebração do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, a 21 de março, a campanha VS RACISMO.

O artista SUSO33, através de “A Melting Pot of Cultures”, mostra como o futebol e a arte urbana são linguagens universais que transcendem as fronteiras, quebram barreiras e incentivam o diálogo e o respeito entre diferentes culturas.

Esta é a quarta edição da campanha VS RACISMO, que se junta às anteriores campanhas Unidade VS Racismo, Juntos VS Racismo e #1vozVSRACISMO. Em 2025, para além de recuperar o hino que deu voz à última edição, a LALIGA e a EA SPORTS FC contaram com a colaboração de SUSO33, que funde a arte urbana e o futebol para refletir a diversidade e a riqueza cultural que ambos representam. VS RACISM é mais um passo em “Transforming The Game”, o objetivo das duas empresas de construir o futebol do futuro, um futebol capaz de criar um impacto positivo na sociedade.

Para Jorge de la Vega, Diretor Geral de Negócios da LALIGA, “o racismo não tem lugar no futebol nem na nossa sociedade. Na LALIGA, continuamos a trabalhar ano após ano para erradicar qualquer forma de ódio, promovendo valores de respeito, diversidade e inclusão. O desporto deve ser um reflexo da unidade e da convivência entre culturas.

Para dar vida a esta campanha, que tem a arte como pilar fundamental, o artista madrileno adaptou a sua obra “Crucible of Cultures”, que simboliza a essência do que somos. Os promotores da iniciativa indicam que “num mundo onde as identidades evoluem através do encontro e do intercâmbio, o futebol e a arte partilham a mesma linguagem: não compreendem fronteiras, mas sim criatividade, talento e paixão. A arte humana de SUSO33 torna-se o eixo da ação e consegue transmitir a mensagem de consciencialização e sensibilização contra o racismo. Isto reflete-se todos os dias na LALIGA, onde jogadores de diferentes raças e nacionalidades coexistem em campo, demonstrando que a diversidade é uma das maiores forças do desporto”.

Além disso, em julho passado, a Comunidade de Madrid anunciou a inclusão de amostras de arte urbana no seu inventário do Património Imaterial. Entre os artistas selecionados para esta proteção encontra-se SUSO33.

Durante todo o mês de março, será levada a cabo uma campanha 360 que envolverá diferentes atores relevantes da indústria do desporto, bem como uma série de ações para reforçar a ação.

Tal como nos anos anteriores, os jogadores da LALIGA entrarão em campo na 28ª jornada do EA SPORTS LALIGA e na 31ª jornada do LALIGA HYPERMOTION com uma camisola comemorativa. Esta, por sua vez, será integrada no EA SPORTS FC 25 a partir de 21 de março, onde os adeptos poderão desbloquear a camisola ao completarem uma série de desafios. Através desta iniciativa, a EA SPORTS e a LALIGA reforçam o seu compromisso com a diversidade, o respeito e a inclusão, levando os valores promovidos nos estádios para o campo virtual. Os jogadores do EA SPORTS FC 25 de todo o mundo poderão equipar as suas equipas com esta camisola especial, tornando-se parte ativa da luta contra o racismo dentro e fora do campo. Esta iniciativa faz parte de uma campanha de longa duração da EA SPORTS FC para apoiar orgulhosamente os seus parceiros da liga na luta contínua contra o racismo.

Nos estádios, as informações sobre a iniciativa também serão apresentadas em vários locais, como no LED do relvado, em painéis publicitários, nas braçadeiras dos capitães e nos painéis de vídeo. Desta forma, o compromisso do futebol com a diversidade e o respeito é reforçado, envolvendo jogadores, clubes e adeptos numa causa que nos une a todos.

Além disso, a bola PUMA, que será utilizada na 29ª jornada da LALIGA EA SPORTS, na 33ª jornada da LALIGA HYPERMOTION e na 24ª jornada da Liga F, será uma edição especial inspirada no trabalho do SUSO33, reafirmando o contexto da campanha no relvado. Com este design exclusivo, a PUMA junta-se ativamente à iniciativa, utilizando a bola como símbolo da diversidade e da luta contra o racismo.

LUTA CONTRA O RACISMO

Desde a época 2015/2016, a LALIGA denuncia qualquer ato de violência ocorrido dentro e fora dos estádios à Comissão Estatal contra a Violência, o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância no Desporto, bem como ao Comité de Competição da RFEF. Embora tenham sido solicitados mais poderes sancionatórios, a LALIGA destaca três grandes marcos para as sentenças racistas em Espanha desde então.

A primeira, em junho de 2024, contra três arguidos acusados de insultar Vinicius Jr. num jogo entre o Valencia CF e o Real Madrid, com uma pena de 8 meses de prisão, proibição de entrar num estádio durante dois anos e as despesas do processo; a segunda, em setembro de 2024, contra a mesma pessoa acusada de insultar Vinicius Jr num jogo RCD Mallorca-Real Madrid, e Chukwueze num jogo RCD Mallorca-Villarreal CF, com penas para cada uma das infrações de seis meses e proibição de entrar em estádios de futebol durante um ano e seis meses; a terceira, em 25 de fevereiro, a LALIGA recebeu a notificação da sentença contra o adepto que proferiu insultos racistas contra o jogador Carlos Akapo durante o jogo Granada CF – Cádiz CF em 28-02-22. A sentença condena o arguido a um ano de prisão e a um ano e dois meses de proibição de acesso aos estádios. Está agora consolidado um critério jurídico sobre as consequências penais deste tipo de comportamento.

Além disso, a LALIGA luta contra o racismo nas redes sociais através do MOOD, uma ferramenta independente para monitorizar a conversa sobre desporto em Espanha. Em junho de 2024, a LALIGA e o Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migração assinaram um acordo de colaboração com o objetivo de combater o racismo no desporto, promover a inclusão e gerar debate para erradicar comportamentos discriminatórios no desporto. Entre os aspetos incluídos no acordo estava a transferência, pela LALIGA, do MOOD desde o início da época.

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UGT associa-se ao CCOO e apela a uma concentração do setor das telecomunicações na Europa para o tornar mais forte

  • Servimedia
  • 14 Março 2025

A secção de Comunicações e Cultura da UGT emitiu um comunicado em que apela à concentração do setor das telecomunicações na Europa.

A secção defende que a região precisa de “desenvolver um sistema circulatório completo e funcional para regressar à vanguarda da competência técnica, o que nos dará uma soberania tecnológica que é hoje considerada indispensável no contexto de uma nova ordem mundial”.

Neste sentido, junta-se à reivindicação das Comisiones Obreras (CCOO), que emitiu recentemente um comunicado no qual pede à União Europeia que “simplifique o quadro regulamentar digital, favoreça as consolidações e dê autonomia a um serviço essencial que abrange domínios tão comprometidos como a defesa das liberdades ou a segurança dos próprios Estados”.

Na mesma linha, a UGT salienta que “a forma mais rápida de atingir este objetivo é a consolidação, entendida na sua expressão mais ampla”. “A regulamentação e a legislação devem mudar para favorecer os movimentos e as alianças em todo o ecossistema digital europeu”, conclui o documento.

Assim, consideram que a regulamentação atual “se tornou cada vez mais ineficaz”, com uma “tendência inexplicável e imparável para favorecer o operador que menos investe e menos inova”, tornando-se “um muro intransponível para todas as telecomunicações espanholas e europeias”. Desta forma, o sindicato exige que as grandes empresas do sector concorram “em pé de igualdade com as suas congéneres americanas e asiáticas”.

Estas exigências estão em sintonia com as feitas pelas grandes empresas do sector. A este respeito, Marc Murtra, presidente da Telefónica, pediu às autoridades europeias, na sessão de abertura do MWC em Barcelona, que “adaptem as suas regulamentações e objetivos para permitir a consolidação tecnológica e das telecomunicações”.

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Quirónprevención promove a saúde cardiovascular no local de trabalho

  • Servimedia
  • 14 Março 2025

No Dia Europeu da Prevenção do Risco Cardiovascular, reafirma o seu compromisso, promovendo hábitos saudáveis e concebendo estratégias de prevenção no local de trabalho.

Recordou que se trata de um dia que se centra na importância da saúde do coração e na necessidade de adotar medidas preventivas para reduzir a incidência das doenças cardiovasculares. As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte no mundo, e muitos dos fatores de risco que as desencadeiam estão intimamente relacionados com o estilo de vida e as condições de trabalho: o stress, o sedentarismo, os maus hábitos alimentares e o tabagismo são alguns dos principais fatores desencadeantes que podem ser agravados em ambientes de trabalho com pouca cultura preventiva.

Neste contexto, a Quirónprevención sublinha a importância de incorporar programas específicos de prevenção cardiovascular no ambiente empresarial. Francisco Javier Agudo Díaz, médico especialista em Medicina do Trabalho da empresa, explica que “é fundamental que as empresas integrem estratégias de prevenção do risco cardiovascular nos seus planos de saúde ocupacional. A sensibilização e a deteção precoce dos fatores de risco podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida dos trabalhadores”.

CHECK-UPS E ACOMPANHAMENTO

Um dos pilares fundamentais da prevenção são os check-ups regulares que permitem detetar precocemente qualquer alteração da saúde cardiovascular. “Os exames médicos no local de trabalho são uma ferramenta fundamental para a identificação precoce de fatores de risco como a hipertensão, a diabetes ou níveis elevados de colesterol. Um diagnóstico precoce permite a adoção de medidas adequadas antes do desenvolvimento de patologias mais graves”, afirmou Agudo Díaz.

O departamento de Medicina do Trabalho defende a implementação de programas de saúde que incluam não só avaliações médicas, mas também campanhas de consciencialização sobre hábitos saudáveis e recomendações personalizadas para cada funcionário.

Por esta razão, insistem que a promoção de um ambiente de trabalho saudável é um fator determinante na redução do risco cardiovascular. De acordo com os especialistas da Quirónprevención, a incorporação de pequenas mudanças na vida quotidiana pode gerar grandes benefícios para a saúde dos trabalhadores. Incentivar pausas ativas, melhorar a alimentação nas cantinas das empresas, proporcionar espaços para a prática de exercício físico e implementar políticas de redução do stress são algumas das medidas recomendadas.

“O bem-estar dos trabalhadores deve ser uma prioridade para as empresas. Criar uma cultura preventiva no ambiente de trabalho não só tem um impacto positivo na saúde cardiovascular, como também melhora a produtividade e o ambiente de trabalho”, afirma Agudo Díaz.

SAÚDE CARDIOVASCULAR

A Quirónprevención sublinhou que continua a reforçar o seu compromisso com a saúde no local de trabalho, desenvolvendo iniciativas destinadas a prevenir as doenças cardiovasculares e a promover o bem-estar. Através da sua área de Medicina do Trabalho, a empresa trabalha em estreita colaboração com empresas de diferentes setores para conceber planos de ação adaptados às necessidades específicas de cada organização.

“O Dia Europeu da Prevenção do Risco Cardiovascular é uma oportunidade para refletir sobre a importância da saúde do coração e a necessidade de adotar medidas preventivas. Neste caminho, a Quirónprevención posiciona-se como uma referência na promoção do bem-estar cardiovascular no local de trabalho, contribuindo ativamente para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e reduzir a incidência de doenças cardiovasculares”, conclui a empresa.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 14 de março

  • ECO
  • 14 Março 2025

Ao longo desta sexta-feira, 14 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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PGR investiga transportadora por suspeitas de fraude com fundos europeus

A Auto Viação Feirense, liderada por Gabriel Couto, tentou obter mais verbas do PRR no mais recente concurso para aumentar as frotas de autocarros de emissões nulas, mas ainda não obteve resposta.

O Ministério Público está a investigar a transportadora Auto Viação Feirense por suspeitas de fraude com fundos europeus. A empresa é, há muito, beneficiária de fundos europeus, tendo recebido no Portugal 2020 mais de oito milhões de euros e no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já recebeu 2,1 dos 8,4 milhões que lhe foram atribuídos como apoio à aquisição de veículos elétricos para atuação na Área Metropolitana de Lisboa.

A Procuradoria-Geral da República confirmou ao ECO que no Ministério Público de Santa Maria da Feira está a decorrer um inquérito que se encontra “em investigação e está sujeito a segredo de Justiça externo”.

O ECO sabe que o Ministério Público já solicitou documentação ao Fundo Ambiental e ao Sustentável 2030, o programa temático que sucedeu ao POSEUR, sobre esta empresa de Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira.

No entanto, Gabriel Couto, o presidente do conselho de administração da Auto Viação Feirense, contactado pelo ECO, disse não ter conhecimento de qualquer inquérito e que lhes foi pedido “nenhum detalhe ou informação” pelo Ministério Público. “Já ouço esses boatos há tantos anos”, desabafou o responsável, lamentando o facto de ser “acusado de tudo e mais alguma coisa”, desde que começou “a crescer e a dar nas vistas”.

O inquérito do Ministério Público terá sido aberto na sequência de uma denúncia de uso indevido de fundos europeus. Ao que o ECO apurou, poderá estar em causa a utilização de autocarros limpos comprados para renovação e reforço das frotas na Área Metropolitana de Lisboa, mas que afinal estavam a ser utilizados no Porto. Mas também uso indevido de verbas destinadas aos carregadores elétricos destes mesmos autocarros. E, por outro, a opção da empresa em comprar autocarros em segunda mão e não novos, como definido no contrato.

O ECO contactou o Fundo Ambiental, o beneficiário intermediário dos projetos de apoio à aquisição de veículos elétricos para atuação na Área Metropolitana de Lisboa, no âmbito do PRR, e o Sustentável 2030, o programa temático que sucedeu ao POSEUR do Portugal 2020. Nenhum confirmou ter sido a entidade denunciante, reconhecendo apenas terem sido financiadores de projetos da Auto Viação Feirense.

A empresa de Santa Maria da Feira conseguiu 8,44 milhões de euros do PRR para a compra de 44 autocarros limpos para a área metropolitana de Lisboa e a compra de oito postos de abastecimento, num investimento total de 23 milhões de euros. Um apoio a fundo perdido concedido a 22 de setembro de 2022 e que só foi igualado pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, que recebeu 8,44 milhões de euros, dos quais 7,5 milhões de euros já pagos.

Todas as empresas selecionadas neste concurso do PRR (C15-i05) são grandes empresas, com exceção da Auto Viação Feirense, que é uma PME. E todas têm quase a totalidade dos apoios concedidos pagos, com exceção da empresa em investigação e da Carris, que recebeu cerca de metade dos 1,22 milhões atribuídos para a compra de autocarros elétricos e a hidrogénio para sua frota. De sublinhar que este concurso tinha data de conclusão prevista para dezembro de 2023.

A Auto Viação Feirense recebeu 2,1 dos 8,4 milhões que lhe foram atribuídos, de acordo com o Portal da Transparência. Gabriel Couto queixa-se deste atraso “injustificado”: “Já temos todos os autocarros comprados e a funcionar. O último, comprado há mais de um ano, já tem mais de 130 mil quilómetros feitos a atravessar a ponte Vasco da Gama e ainda não recebemos o dinheiro”.

Questionado por que razão não recebeu ainda a totalidade do dinheiro, o responsável retorque: “Isso perguntamos nós todos os dias ao PRR”. Gabriel Couto explica que a equipa do PRR está agora a “debruçar-se” sobre o seu processo depois de um ano inteiro sem o fazer por ter estado dedicada ao novo concurso de autocarros elétricos. “Todas as semanas mandamos para lá informação e depois voltam a pedir-nos informação”, duas e três vezes, “a ponto de achar que tudo isto é uma fraude porque daqui a pouco estamos falidos”, alerta.

“Os pressupostos para ter acesso a estas candidaturas são demonstrar que, sem o acesso aos fundos, não tínhamos capacidade para investir. E estamos sem o dinheiro, apesar de termos demonstrado que precisamos dele e já termos o investimento feito”, explicou o responsável, sublinhando que a empresa já tem 86 autocarros elétricos na estrada todos os dias.

A empresa liderada por Gabriel Couto tentou obter mais verbas do PRR, no mais recente concurso para aumentar as frotas de autocarros de emissões nulas e expandir a rede de infraestruturas de carregamento e abastecimento em todo o país, que teve um reforço de 137 milhões de euros no âmbito da reprogramação do PRR (C21-i12), elevando o total do investimento para 227 milhões de euros.

Mas não obteve qualquer resposta das autoridades de gestão, disse o próprio ao ECO, manifestando preocupação pelos atrasos que a crise política possa gerar neste processo, já que a compra de autocarros implica o lançamento de concursos públicos — “que são todos impugnados pelos perdedores”, atesta – e depois são necessários vários meses para as empresas fornecerem os autocarros. “Os chineses são os mais rápidos e mais baratos, mas mesmo assim demoram oito a dez meses a fornecer os veículos”, avançou. Todos os investimentos do PRR têm de estar concluídos até final do segundo trimestre de 2026.

Esta PME, criada há 88 anos, e que conta com cerca de 470 trabalhadores, também já obteve apoios do Portugal 2020, nomeadamente do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos. Foram 8,01 milhões de euros (81% do investimento total) atribuídos para a “aquisição de 60 autocarros (20 viaturas elétricas e 40 viaturas a gás natural para o transporte público de passageiros”, confirmou ao ECO fonte oficial do Sustentável 2030.

Sem adiantar mais informações, a mesma fonte remeteu para o site do programa no qual constam os dados públicos sobre este projeto e onde se pode ler que a “AVF já adquiriu todos os seus autocarros e orienta se agora para a componente dos postos de abastecimento quer elétrico maior maturidade quer a gás natural”. Estava previsto, segundo a empresa, o “investimento num posto de abastecimento a gás natural e cinco pontos de carregamento elétrico”.

no âmbito do Compete, vulgarmente conhecido como o programa temático das empresas, em 2019, a Auto Viação Feirense recebeu 154,78 mil euros para a qualificação das PME, nomeadamente “investimento em software para integração da informação em plataformas B2B e B2C e criação de acessos à plataforma Tuding Bus”, como explica a empresa no seu site.

A empresa de Santa Maria da Feira, que tem um acordo de parceria com a Flixbus para assegurar viagens entre Lisboa e o Porto, e vice-versa, num autocarro movido a energia elétrica, tem sido notícia pelas greves convocadas por não cumprimento do contrato coletivo de trabalho. Aliás, a empresa tem pelo menos 33 ações judiciais intentadas contra ela desde 2020 (uma delas já este ano) por trabalhadores que optam pela via judicial para fazer valer os seus direitos, nomeadamente a falta de pagamentos de horas extraordinárias e ajudas de custo, como noticiou o Dinheiro Vivo em 2023. Destas, apenas quatro estão resolvidas num valor global de 367,36 mil euros.

O ECO questionou ainda o Ministério do Ambiente e a Agência para o Desenvolvimento e Coesão, mas não obteve respostas até à publicação deste artigo.

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“A liderança é difícil de manter, acarreta muita responsabilidade e muito trabalho”

Filipa Appleton, diretora de brand & marketing do Continente, aponta os desafios de comunicação da marca, que este ano assinala os 40 anos. Maior anunciante do país reforça a importância dos meios.

Filipa Appleton, Head of Brand & Marketing da marca Continente, em entrevista ao ECO/+MHugo Amaral/ECO

“É sempre um papel de algum conforto, ou de facilmente se associar a algum conforto, o papel da liderança. O Continente é líder de mercado, é uma marca que lidera o awareness . Quando perguntamos que marca é que se lembra, o Continente lidera semanalmente. Mas o que é certo, é que esta liderança acarreta uma grande responsabilidade”. Quem o diz é Filipa Appleton, diretora de brand & marketing do Continente, insígnia que assinala em 2025 os 40 anos da primeira loja. Hoje são quase 400, entre hipermercados, supermercados e lojas de vizinhança.

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O desafio é manter a liderança. “É uma marca portuguesa, cuja estratégia é definida 100% por nós e, portanto, gera esta grande responsabilidade, esta inquietude, que é “o que eu vou fazer para ser cada vez mais relevante? O que é que vou fazer para satisfazer cada vez mais consumidores? O que é que vou fazer para satisfazer os meus consumidores, não só os atuais como os futuros, mas ao longo da sua jornada de vida? E que é que vou trazer para os surpreender? Se ficar neste papel da liderança que de alguma forma pode parecer, porque só parece, confortável… a vida passa também muito rápido e o que é certo é que a sociedade, o mercado, o consumidor, à data de hoje, é muito mais exigente e muito mais conhecedor, mas também é muito mais capaz de tomar decisões diferentes de forma muito rápida. Quer seja porque muda de sítio que faz as compras, quer seja porque tem um novo hábito de consumo, quer seja porque agora quer uma nova forma e uma nova experiência de marca”, descreve a responsável em entrevista ao +M.

É importante ter um setor de retalho que consiga conversar sobre assuntos relevantes.

Os 40 anos começaram a ser assinalados no início de março com a campanha “A vida passa a comer”, que vai guiar a comunicação da marca este ano, tanto em campanhas sazonais como de produtos específicos. “Este insight é muito valioso, dá-nos pano para mangas para uma grande conversa ao longo deste ano de celebração dos 40 anos”, aponta. A próxima campanha, no dia 17, será sobre frescos, uma área que se cruza com “a nossa responsabilidade enquanto patrocinadores e de uma alimentação mais saudável”.

“Se há 40 anos o marketeer se queixava e se queria muitos dados, à data de hoje, felizmente, temos muitos dados. Temos sido pioneiros na forma como utilizamos estes dados em prol de uma comunicação mais eficaz para cada um dos nossos clientes”, aponta também a marca, pioneira em cartões de fidelização e que este ano, para além do “Festival Comida Continente”, vai percorrer o país nos meses de julho e agosto com o “Cinema na Praça”, que em ano de aniversário vai juntar ao cinema a comida.

Quando dizíamos que há 20 a 40 anos não havia dados, à data de hoje há muitos dados. A riqueza de termos muitos meios ao nosso dispor é exatamente utilizá-los de forma a responder aos diferentes objetivos de comunicação

Setor com muita pressão, também em termos de comunicação, Filipa Appleton refere que as marcas de distribuição, para além de concorrentes, são também parceiras em algumas iniciativas. “É importante ter um setor de retalho que consiga conversar sobre assuntos relevantes. E podemos falar, por exemplo, da diminuição do consumo de plástico, podemos falar sobre iniciativas de desperdício alimentar, podemos falar sobre iniciativas como o Banco Alimentar”, dá como exemplos.

 

Filipa Appleton, Head of Brand & Marketing da marca Continente, em entrevista ao ECO/+MHugo Amaral/ECO

De acordo com a Media Monitor, o Continente é o maior anunciante do país, e Filipa Aplleton reforça a ideia de que todos os meios são importantes. “A importância do media mix, ou a importância da escolha dos meios, recai muito em quais os objetivos que queremos atingir. E quando dizíamos que há 20 a 40 anos não havia dados, à data de hoje há muitos dados. A riqueza de termos muitos meios ao nosso dispor é exatamente utilizá-los de forma a responder aos diferentes objetivos de comunicação”, aponta. Para este ano, o investimento vai manter-se em linha.

Também presidente da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN), a responsável antecipa 2025 como “um ano em que a publicidade e e a comunicação vá dar grandes passos no sentido em tornar as marcas mais robustas, mais resistentes e mais capazes de enfrentar os desafios do dia a dia”.

A publicidade tem um papel muito relevante na capacitação, na informação e na capacidade de dar mais informação ao cliente para escolher, seja o que for, em variadíssimos setores de atividade. Permite também a existência de uma série de projetos, que são viabilizados por patrocínios, por parcerias, por apoios publicitários”, refere a representante dos anunciantes.

Os planos de comunicação para celebrar o aniversário, a relevância dos diferentes canais de comunicação, a importância da segmentação e personalização, o papel da inteligência artificial na publicidade e marketing, os critérios que determinam a escolha dos temas a comunicar, a importância da inovação no lançamento de produtos ou a escolha das agências são alguns dos temas abordados na entrevista.

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Falta de regulação e de ação estão a travar o biometano, alerta o setor

Falta um enquadramento legal mais claro e a concretização do plano nacional para o biometano, assinala o setor, no rescaldo de um concurso com maus resultados para este gás.

O biometano ficou muito aquém das expectativas no último concurso de gases renováveis, cujos resultados foram conhecidos em meados de fevereiro. Os representantes do setor apontam como justificação os atrasos na concretização do plano nacional para este gás, assim como a falta de um enquadramento regulatório que promova o desenvolvimento dos projetos. Ainda assim, mostram-se confiantes no futuro deste gás em Portugal.

A Direção Geral da Energia e Geologia (DGEG) selecionou em meados de fevereiro as empresas que irão receber as verbas do leilão de 140 milhões de euros para apoio a projetos de gases renováveis. Entre elas, houve várias com projetos de hidrogénio verde vencedores, mas conta-se apenas uma candidatura na área do biometano, da Dourogás Renovável, que foi admitida.

A Dourogás Renovável assegurou a adjudicação de 1.990 megawatts-hora (MWh), o que significa que a capacidade adjudicada para este gás renovável ficou 75 vezes abaixo do limite previsto no âmbito do concurso, os 150 gigawatts-hora (GWh).

A maior distribuidora de gás no país, a Floene, aponta como a “grande justificação” para o resultado (negativo) do leilão, no caso do biometano, o facto de a estratégia para o hidrogénio verde estar mais avançada do que a do biometano.

No momento do leilão, para este último gás, “faltavam ainda a concretização das regras, dos mecanismos e do enquadramento legislativo/regulatório necessários para o real desenvolvimento dos projetos”.

Numa carta aberta entregue à Assembleia da República e ao Governo, na semana passada, várias personalidades e entidades do setor afirmam que o Plano de Ação para o Biometano, que data de fevereiro de 2024, “é uma oportunidade única para o nosso País, que não pode ficar no papel”, pelo que “é urgente, inadiável e indispensável a sua implementação, com ações e medidas concretas”.

"Urge implementar o Plano de Ação para o Biometano, com metas claras e ambiciosas, articulado com um melhor enquadramento legal e regulatório.”

Carta Aberta pelo Biometano

Neste sentido, os signatários apontam que “urge implementar o Plano de Ação para o Biometano, com metas claras e ambiciosas, articulado com um melhor enquadramento legal e regulatório (desde logo, para a produção e injeção de biometano na rede)”.

Os mesmos consideram necessário um reforço de incentivos fiscais e financeiros, nomeadamente ao investimento em unidades de produção e respetivas ligações, assim como a simplificação de processos de licenciamento. Pedem ainda o envolvimento e coordenação de vários ministérios e entidades e a criação de estratégias de apoio a iniciativas e parcerias locais e regionais.

A Floene, na voz do responsável pelas operações (COO) Miguel Farias, sublinha ainda que a constituição do Grupo de Acompanhamento e Coordenação do Plano de Ação para o Biometano (GAC-PAB) foi lançada em fevereiro deste ano mas que a considera incompleta, já que ficam de fora as entidades reguladoras dos resíduos (ERSAR) e da energia (ERSE), assim como representantes das autarquias e os operadores das redes de distribuição, grupo no qual a Floene se insere.

De momento, o despacho que prevê a criação deste grupo inclui 16 membros, que se desdobram entre representantes do Governo, dos agricultores e de associações empresariais e de proteção ambiental.

A própria regulamentação da sua utilização [dos resíduos] é pouco esclarecedora, o que não garante a estabilidade necessária para que o setor se desenvolva em todo o seu potencial.

Nuno Moreira

CEO da Dourogás

No entender de Nuno Moreira, CEO da Dourogás, a circularidade, que considera uma das grandes vantagens do biometano, pode ao mesmo tempo representar “um desafio acrescido para a sua produção”, visto implicar o envolvimento de vários agentes, a começar pelo acesso à matéria-prima.

O biometano pode ser produzido a partir de resíduos orgânicos como os resíduos urbanos ou agropecuários, mas “existe ainda alguma dificuldade de acesso a estes resíduos”, acrescenta o CEO da Dourogás.

A própria regulamentação da sua utilização [dos resíduos] é pouco esclarecedora, o que não garante a estabilidade necessária para que o setor se desenvolva em todo o seu potencial”, pontua. Por fim, entende que é importante que o setor seja olhado como um todo e que estes concursos evoluam a par com investimentos nas infraestruturas.

Valores de apoio no concurso foram limitados

A Dourogás Renovável assegurou a adjudicação dos 1.990 MWh de capacidade de produção de biometano ao preço de 62 euros por MWh. A nota do Governo que anunciava o lançamento do leilão aponta que era o preço máximo a praticar no caso do biometano.

De acordo com o Plano Nacional de Biometano, indica contudo Nuno Moreira, o valor de 62 euros consegue custear a limpeza do biogás, mas não a sua produção. Esta última implica a construção de novos digestores, as infraestruturas que transformam resíduos em biogás e, lê-se no mesmo plano, estes custos representam o dobro do valor. Miguel Farias afere que, para a purificação de biogás, o preço definido neste concurso é adequado, mas para projetos de raiz “o preço terá de ser superior” e dependerá do tipo de resíduo utilizado e valorizado.

No caso da Dourogás Renovável, questionada sobre o motivo pelo qual o concurso se afigurou como interessante para submeter a candidatura, o CEO indica que “a experiência e os resultados que a Dourogás tem produzido [desde que se iniciou no biometano, em 2010] mostra que temos todas as capacidades para podermos para apresentar e concretizar projetos eficientes”, e confirma que já possuía um digestor anterior à candidatura.

O COO da Floene acrescenta que os promotores de projetos de hidrogénio verde já garantiram fundos também no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e têm processos de licenciamento mais simples, em comparação com o biometano.

O gestor da Dourogás sugere ainda que a taxa de carbono cobrada ao sistema de gás – que atualmente financia sobretudo o défice tarifário elétrico – seja utilizada para ajudar a descarbonizar o setor do gás, apoiando projetos de biometano.

Setor espera mais sucesso no futuro

“Esperamos por novos procedimentos que analisaremos para perceber quais os moldes em que poderão ter mais sucesso”, afirma Nuno Moreira. Além disso, defende que é necessário perceber as razões que condicionaram as candidaturas dos promotores e agir no sentido de as corrigir, “apoiando e criando condições mais adequadas”.

Questionado sobre se o futuro do biometano em Portugal está em causa, face aos recentes desenvolvimentos, Nuno Moreira crê que não: “Portugal tem feito um caminho notável no setor da energia e acreditamos que o biometano será mais um bom exemplo”.

O facto de sermos os últimos dá-nos oportunidade de implementar as melhores práticas da Europa. Mas é urgente acelerarmos e recuperarmos o tempo em atraso.

Miguel Faria

COO da Floene

Miguel Faria concorda que as perspetivas são positivas: “Estamos certos de que o próximo leilão de biometano será um sucesso. Criadas as condições, os projetos aparecerão – e em força”. O mesmo sublinha que está a registar-se “um grande interesse neste mercado”: ao longo de 2024, os pedidos de injeção de biometano na rede aumentaram 500%.

Para o COO da Floene, “é expectável” que Portugal siga o exemplo de outros Estados-membros. Em França, todas as semanas têm sido ligadas duas a três unidades de biometano, assinala, enquanto em Espanha nasceram 30 projetos em 2024.

O facto de sermos os últimos dá-nos oportunidade de implementar as melhores práticas da Europa. Mas é urgente acelerarmos e recuperarmos o tempo em atraso”, conclui.

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Portuguesa Sinergeo usa IA para ajudar a encontrar novos minerais

A inteligência artificial pode ajudar a identificar áreas com possíveis recursos minerais e aumentar a eficiência do processo de prospeção, argumenta o cofundador da Sinergeo.

Bruno Pereira, Jorge Oliveira e João Azevedo estudaram Geologia na Universidade do Minho. Em 2006, dois anos depois de terem terminado os estudos, voltaram a juntar-se para fundar a Sinergeo. Quase duas décadas depois, o trio está convicto que a inteligência artificial (IA) pode ser um “aliado” para ajudar a encontrar novos minerais.

A tecnologia pode ser usada na “prospeção e pesquisa de novos recursos base de minerais que até agora não se conhecem e pode ajudar-nos a decidir qual o melhor local para começar a procurar um determinado recurso mineral”, explica ao ECO o cofundador Jorge Oliveira.

A inteligência artificial pode ajudar-nos a decidir qual o melhor local para começar a procurar um determinado recurso mineral.

Jorge Oliveira

Um dos fundadores da Sinergeo

A empresa tem investido em investigação e desenvolvimento (I&D) de IA aplicada à prospeção geológica e ao estudo de sistemas geológicos particulares, nomeadamente matérias-primas minerais e energia geotérmica. Jorge Oliveira explica que “Portugal continua a ser um país pouco explorado nesta matéria, pelo que ainda há muito para descobrir”.

Natural de Braga, o geólogo enumera que uma das causas “é a falta de cobertura cartográfica de base publicada e revista”. Deste modo, territórios como a Beira Baixa e Alto Alentejo têm sido alvo de atividades de investigação por parte da Sinergeo.

Três anos depois de criarem a empresa bracarense, os três colegas desenvolveram dois projetos de investigação científica financiados pela Comissão Europeia e pelo Estado português, em parceria com a Universidade do Minho.

Em 2009, iniciaram o projeto Agrocontrol, voltado para a medição do teor de humidade do solo por georadar, e em 2010 arrancaram com o Prospeg, concluído em 2013, que deu origem ao livro Prospeg Projeto de Prospeção, Análise Distanciada e Deteção Remota de Pegmatitos — rochas com minerais que são matérias-primas críticas definidas pela Comissão Europeia.

Um dos fundadores da empresa de geofísica aplicada conta ao ECO que “este projeto impulsionou a entrada da Sinergeo na área de proteção e pesquisa de recursos minerais”.

Jorge Oliveira, um dos fundadores da Sinergeo

“Temos uma área que vamos investigar e já está contratualizada com o Estado, recursos minerais e geotérmicos”, conta o geólogo de Braga. “Temos a prospeção e a eventual ocorrência do hidrogénio geológico (armazenado em reservatórios naturais na Terra), mas ainda está numa fase muito, muito precoce”, detalha o cofundador.

O responsável explica ainda que quando se inicia a prospeção, é porque “há indicadores que podem materializar-se ou não”. “Estamos a promover a I&D e podemos estar a gerar um recurso valioso para o nosso território”, sublinha.

Precisamos de conhecer os recursos minerais e geotérmicos que o país tem e vamos continuar a apostar na prospeção. Quem sabe se vamos conseguir encontrar algum hidrogénio geológico”, antecipa o porta-voz da empresa, que tem o selo de I&D da Agencia Nacional de Inovação (ANI), emprega sete geólogos e fatura quase meio milhão de euros ao ano. “Além da prospeção, vamos continuar a apostar na investigação e desenvolvimento”, diz.

O geólogo recorda que há um conjunto de metais que são críticos e raros, como o cobre e o lítio, e a empresa pretende “contribuir para que, no nosso território, se possa identificar locais onde existem esse tipo de materiais”.

A empresa que estuda o subsolo e faz estudos geotécnicos, geofísicos e hidrogeológicos, trabalha para municípios, empresas de prospeção e recursos minerais, empreiteiros e gabinetes de engenharia e projeto.

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“Tenho sempre de provar que consigo”. As mulheres no trabalho, das quotas à parentalidade

"Mulheres com ECO" está de volta. Cátia Sá Guerreiro, da AESE, Inês Odila, da Coverflex, Sara Silva, da L'Oréal Portugal, e Sónia Lourenço, do Portal da Queixa, debatem o papel da mulher no trabalho.

Da esquerda para a direita, Sónia Lourenço, CEO do Portal da Queixa, Cátia Sá Guerreiro, diretora do programa One Step ahead – Líderes no feminino da AESE, Inês Odila, country manager da Coverflex, e Sara Silva, diretora de relações humanas da L’Oréal.Hugo Amaral/ECO

Estudou enfermagem, embarcou em missões internacionais e regressou, mais tarde, ao país para apostar na gestão. Nunca sentiu que ser mulher estivesse a travar o acesso a oportunidades profissionais. Mas há algo que sente e que quer deixar claro. “Sinto que tenho sempre de provar que consigo”. O testemunho é de Cátia Sá Guerreiro. A hoje diretora do programa One step ahead – líderes no feminino da escola de negócios AESE não está, porém, sozinha.

Numa conversa no âmbito do projeto “Mulheres com ECO” (que pode ouvir ou até ver abaixo), Cátia Sá Guerreiro, Inês Odila, country manager da Coverflex, Sara Silva, diretora de relações humanas da L’Oréal Portugal, e Sónia Lourenço, CEO da Portal da Queixa, partilham as suas experiências, enquanto mulheres, no mundo do trabalho.

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Por exemplo, esta última frisa, na mesma linha, que teve sempre de “demonstrar mais” do que os seus pares, por ser mulher e também por ser mãe. “Com um esforço adicional sempre”, afirma, denunciando o preconceito que sentiu. “Não me sinto coitadinha, acho que me tornou mais resiliente”, atira, ainda assim.

Já Inês Odila assegura que nunca sentiu que não conseguia progredir na carreira por causa do seu género, mas reconhece micro agressões. Por exemplo, ver o seu nível de expertise posto em dúvida ou ser assumida como alguém com um nível hierárquico inferior, só por ser mulher. “Se olhar para a minha carreira, acho que fiquei para trás por ser mulher? Não, mas tenho a certeza que tive certas experiências por ser mulher”, salienta a country manager da Coverflex.

Por sua vez, Sara Silva garante que não tem sentido o género como um impedimento na sua carreira, realçando que foi mesmo promovida quando estava grávida. “Posso ser uma inspiração de que realmente as coisas são possíveis”, observa a diretora de relações humanas da L’Oréal Portugal. Não se sente a exceção e diz que está rodeada de exemplos de mulheres de sucesso, mas faz questão de destacar os números que mostram que há ainda muito caminho para ser feito por elas no mercado de trabalho.

Questionadas, todas salientam que as quotas para mulheres em cargos de chefia são um mal necessário, uma ferramenta que deve ser apenas transitória para acelerar a igualdade de género no seio das empresas. “Que seja uma ferramenta transitória e não o objetivo final”, declara Sónia Lourenço.

Já sobre a parentalidade – um dos principais fatores do fosso salarial, de acordo com a investigação que deu o Prémio Nobel a Claudia Goldin –, reconhecem que existe, sim, algum preconceito, mas essa é também uma experiência que reforça certas competências, como a resiliência e a negociação.

Por fim, de olhos nas gerações de mulheres que estão a chegar ao mercado de trabalho, deixam conselhos. Sara Silva, por exemplo, recomenda investimento no autoconhecimento. “Em função disso, as decisões vão sendo mais fáceis”. Já Inês Odila aconselha confiança.

Cátia Sá Guerreiro deixa uma nota de otimismo: “vamo-nos habituando a olhar para a competência como uma característica que não tem género e para a liderança como um desafio assexuado”.

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A iniciativa “Mulheres com ECO” reúne as várias marcas do universo ECO, com um novo episódio todas as sextas-feiras.

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Autoeuropa: “Não se consegue um investimento destes sem apoio do governo”, diz Mira Amaral

O CEO da multinacional alemã agradeceu "o apoio do governo de Portugal, que nos proporcionou as melhores condições para atrair este novo projeto para o País".

O ID. EVERY1, o novo elétrico da Volkswagen, que vai ser comercializado com um preço de venda de 20 mil euros, vai ser produzido da fábrica da multinacional alemã em Portugal.Volkswagen Group

A Autoeuropa foi a unidade escolhida pela Volkswagen para produzir o seu novo elétrico ID. EVERY1, cujo lançamento está previsto para 2027 e que vai ser comercializado com um preço de venda na casa dos 20 mil euros. A fábrica de Palmela venceu a concorrência a Leste e garantiu o futuro da fábrica portuguesa por “muitos anos”, uma vitória para a qual foi determinante o incentivo do governo. “Não se consegue um investimento destes sem o apoio do governo“, reconhece o ex-ministro Mira Amaral.

A confirmação oficial de Portugal como a localização do novo elétrico low cost foi feita esta segunda-feira, 10 de março, ao final do dia, gerando reações do governo e da empresa situada no distrito de Setúbal. “Conseguimos trazer para Portugal e para a Autoeuropa a produção de um novo carro elétrico da Volkswagen“, disse o primeiro-ministro Luís Montenegro, no dia da votação da moção de confiança.

Gostaríamos de agradecer o apoio do governo de Portugal, que nos proporcionou as melhores condições para atrair este novo projeto para o País.

Thomas Hegel Gunther

CEO da Volkswagen Europa

Gostaríamos de agradecer o apoio do governo de Portugal, que nos proporcionou as melhores condições para atrair este novo projeto para o País“, disse Thomas Hegel Gunther, CEO da Volkswagen, na conferência de apresentação de resultados anuais, que decorreu no mesmo dia, 11 de março.

As declarações destes responsáveis deixam pouco espaço para dúvidas em relação à atribuição de incentivos à Volkswagen para trazer para o país o novo modelo, um apoio que, aliado ao bom desempenho e aos níveis de produtividade da fábrica, foi determinante para a escolha da unidade de Palmela, onde no ano passado foram produzidas 236.100 unidades, que representam 4% das exportações nacionais e 1,3% do PIB de 2023.

O apoio do Governo foi importante. Não se consegue um investimento destes sem o apoio do governo, porque todos os governos de outros países fazem o mesmo. Normalmente são incentivos financeiros e fiscais e depois apoios na formação profissional.

Mira Amaral

Antigo ministro da Indústria

“A Autoeuropa está sempre a competir com as outras fábricas do grupo. A Autoeuropa tem apresentado uma excelente performance e está a produzir o T-Roc que tem uma excelente performance”, apontou Mira Amaral, antigo ministro da Indústria e um dos responsáveis pela entrada da Autoeuropa no país, em declarações ao ECO.

Para o antigo ministro, “os níveis de produtividade e competitividade muito elevados”, aliados à qualidade da mão-de-obra “são tudo atributos para que pudesse atrair o novo modelo”.

O antigo governante reconhece que “também teve o apoio do governo — e bem — , a dar incentivos para a construção deste modelo. O governo, através da AICEP, deu um conjunto de incentivos para o investimento na Autoeuropa“, reforçou.

“O apoio do Governo foi importante. Não se consegue um investimento destes sem o apoio do governo, porque todos os governos de outros países fazem o mesmo“, explica, acrescentando que, “normalmente são incentivos financeiros e fiscais e depois apoios na formação profissional“.

Fábrica reforça aposta na eletrificação

Com a construção do novo elétrico do grupo, a fábrica portuguesa da multinacional alemã “assegura o futuro da unidade de Setúbal de uma fábrica de nova geração da Volkswagen, e de uma enorme cadeia de valor de fornecedores nacionais, por muitos anos”, conforme realçou o ministério da Economia. Além de garantir a continuidade da empresa, o novo modelo vai ainda permitir à Autoeuropa reforçar a aposta na eletrificação.

“A Autoeuropa também já tinha comunicado que vai produzir o novo modelo híbrido do T-Roc, o que para mim era um sinal que ia eletrificar na produção“, destacou Mira Amaral.

A fábrica de Palmela, que fechou o último ano com um volume de negócios de cerca de 3,8 mil milhões de euros e 4.842 colaboradores, vai ter de apostar na transição energética do setor, afirmando-se como uma fábrica de futuro.

De acordo com o ministério da Economia, este novo investimento vai permitir à unidade converter-se numa “fábrica eletrificada de nova geração e a adoção de processos de produção e logísticos, bem como a assemblagem robotizada de sistemas de baterias”.

A fábrica de Palmela vai tornar-se mais eficiente e capaz de competir com fabricantes mundiais, alinhando a empresa, e Portugal, com os objetivos climáticos europeus de neutralidade carbónica, num cenário em que a União Europeia está a limitar a produção de carros a combustão e híbridos”, aponta também o gabinete de Pedro Reis, que fala num investimento “da ordem de várias centenas de milhões” de euros, sem revelar um valor exato.

Palmela ganhou às fábricas a Leste

A Autoeuropa disputou o novo modelo com outras fábricas da Volkswagen localizadas no Leste da Europa, tendo ficado a decisão final entre a fábrica portuguesa e a eslovaca, localizada em Bratislava, que, em 2023, produziu quase 329 mil carros e que é a única unidade do grupo que produz quatro marcas.

Se a Autoeuropa é a casa do T-Roc, um dos modelos mais populares do grupo germânico, a fábrica de Bratislava, que foi criada no mesmo ano da Autoeuropa — 1991 — , produz o Volkswagen Touareg; Volkswagen Passat; Audi Q7; Audi Q8; Porsche Cayenne; Porsche Cayenne Coupé; Škoda Superb. Cerca de 99% da produção [a mesma percentagem da Autoeuropa] destina-se à exportação.

Tal como a fábrica portuguesa, também a eslovaca vai produzir um modelo elétrico: o futuro SUV Porsche Cayenne. Contabilizando a unidade de Martin, onde são produzidos componentes, a Volkswagen emprega mais de 11 mil pessoas na Eslováquia.

Enquanto algumas fábricas da construtora alemã enfrentam dificuldades na Alemanha, com a empresa a preparar-se para fechar unidades de produção no país pela primeira vez na sua história, a fábrica da Volkswagen de Bratislava tem conseguido manter uma evolução positiva. Fechou 2023 (os últimos resultados apresentados pela empresa no seu site) com uma faturação recorde de 11,76 mil milhões de euros, três vezes mais que as receitas geradas em Portugal.

Além do ano de criação, as duas unidades partilham o bom desempenho — com receitas e produção crescente — e a aposta na eletrificação. Apesar da maior dimensão da fábrica eslovaca, Portugal levou a melhor do braço-de-ferro para a construção do novo carro da Volkswagen.

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