TAP assinala 80 anos com promessa de manter “portugalidade” e “foco no Brasil”

Administrador executivo salienta que "a TAP não esteve sempre na esfera pública e conseguiu sempre ser portuguesa". Aposta no Brasil e EUA é para manter, mas companhia está a explorar outros mercados.

Fundada a 14 de março de 1945, por iniciativa de Humberto Delgado, a TAP assinalou os seus 80 anos com uma cerimónia no seu espaço na feira de turismo BTL, em Lisboa. Mário Chaves, chief operating officer da companhia, acredita que, mesmo privatizada, a TAP manterá sempre a sua “portugalidade”. Foco no Brasil é para manter, mas a empresa está a olhar também para outras possibilidades de expansão.

“A TAP viveu muitos momentos nestes 80 anos. Se virem a história, a TAP não esteve sempre na esfera pública e conseguiu sempre ser portuguesa. Sendo português quero que a empresa fique sempre com a sua portugalidade. É uma marca, tem as nossas cores, é a TAP e a TAP é Portugal”, disse esta sexta-feira o administrador com o pelouro operacional, à margem do evento, quando questionado sobre a privatização.

No dia anterior, o CEO da transportadora aérea, Luís Rodrigues, admitiu um atraso no processo de venda devido à queda do Governo. “Neste momento, ninguém está a falar no fim da privatização da TAP, mas num adiamento de dois ou três meses”, afirmou na CNN Summit dedicada ao turismo que decorre na BTL, em Lisboa.

A TAP está, neste momento, a cumprir o seu plano de reestruturação. A TAP também vive num contexto de um aeroporto que está sobrelotado, em que as possibilidades de expansão são limitadas. Está a explorar caminhos alternativos para continuar o seu crescimento. No contexto mundial que existe mundial, a TAP tem de estar sempre com atenção àquilo que acontece em todos os mercados para se conseguir adaptar.

Mário Chaves

Administrador executivo com o pelouro operacional

Mário Chaves assinalou que a TAP “está a cumprir o seu plano de reestruturação” e “vive num contexto de um aeroporto que está sobrelotado, em que as possibilidades de expansão são limitadas”. A companhia está, no entanto “a explorar caminhos alternativos para continuar o seu crescimento”, disse.

O chief operational officer afirmou que “o foco no Brasil é, obviamente, para manter” e que existiu um investimento nos EUA que está a dar frutos”. “Temos de esperar pelos eventos para perceber como a TAP se adapta. Se se adaptou nos últimos 80 anos também se irá adaptar agora”, disse.

“A TAP tem-se expandido. Abriu este ano uma rota Porto-Boston e tem outros sítios onde está a procurar mercado e onde possa pôr mais voos e aumentar a oferta”, acrescentou.

Esta é uma empresa com um forte peso na economia nacional e uma marca distintiva do nosso país, uma empresa que sempre soube, e saberá, responder a todos os desafios que lhe são colocados.

Miguel Pinto Luz

Ministro das Infraestruturas e Habitação

O Ministério das Infraestruturas enviou na terça-feira à tarde um comunicado onde também assinala os 80 anos da companhia, destacando os 16,1 milhões de passageiros transportados em 2024. “A resiliência dos trabalhadores da TAP permitiu que a companhia alcançasse um nível de excelência e um papel estratégico e diferenciador a nível mundial. Esta é uma empresa com um forte peso na economia nacional e uma marca distintiva do nosso país, uma empresa que sempre soube, e saberá, responder a todos os desafios que lhe são colocados”, afirmou o ministro Miguel Pinto Luz, citado na nota.

O Supremo Tribunal de Justiça proferiu, na quinta-feira, a decisão final sobre a nulidade de uma norma do Acordo de Empresa anterior dos tripulantes de cabine, rejeitando a reclamação apresentada pela TAP, segundo avançou o Diário de Notícias. Os tripulantes com contrato de trabalho seja sem termo devem agora ser incluídos na categoria de “CAB I” com a subsequente evolução salarial. Num comunicado aos associados o SNPVAC pede agora uma reunião com “caráter de urgência” à administração da TAP. Confrontado com esta questão, Mário Chaves preferiu não responder: “Não há muitas companhias aéreas com esta idade. O foco hoje deve ser a comemoração dos 80 anos e nada mais”.

Estatuto “para a vida” no programa de milhas

Para assinalar o 80.º aniversário foi editado o livro “Voar É Preciso”, que inclui mais de 700 imagens, a maioria inéditas, que mostram a história de oito décadas da TAP. O trabalho resulta de uma parceria transatlântica entre Portugal e o Brasil, sendo da autoria de Rita Tamagnini, diretora de Comunicação Corporativa & Relações Externas da TAP, e Gianfranco Beting, empresário brasileiro, executivo do setor e publisher da revista Flap International, no Brasil.

Na cerimónia a TAP anunciou ainda o lançamento de um novo estatuto do programa Miles & Go, o Tier for Life, apresentado por Sofia Lufinha, a administradora executiva com o pelouro do serviço a clientes. “Os nossos clientes que viajaram connosco todos estes anos vão ganhar um estatuto para a vida, ou seja, quem fez dois milhões ou três milhões de milhas em acumulado, será gold ou navigator for life e vai manter todos os benefícios do estatuto a partir desse momento“, explicou. Quem tiver este estatuto irá receber o cartão correspondente, “feito com materiais dos aviões”. No site da TAP será possível consultar as milhas acumuladas desde 1998.

Foram também anunciados os seis novos chefes dos menus da classe executiva da TAP, que representam diferentes regiões de Portugal: Ana Moura, Marco Almeida, Ana Braz, Ricardo Luz, Rita Magro, António Galapito.

(notícia atualizada às 15h33 com comunicado do Ministério das Infraestruturas e Habitação)

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MB Way já é a forma de pagamento mais utilizada pelos portugueses nas compras online, segundo a Marktest

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  • 14 Março 2025

Os pagamentos através de multibanco ou de referência multibanco foram destronados para a segunda posição, com estas opções a serem utilizadas por cerca de 3,8 milhões de portugueses.

O MB Way passou a ser, pela primeira vez, a forma de pagamento mais utilizada pelos portugueses nas suas compras online. Este método de pagamento registou um crescimento de quase 500 mil utilizadores, havendo agora mais de quatro milhões de compradores online a pagar com MBWay.

Os pagamentos através de multibanco ou de referência multibanco foram assim destronados para a segunda posição, com estas opções a serem utilizadas por cerca de 3,8 milhões de portugueses. As conclusões fazem parte do Barómetro e-commerce, estudo da Marktest que realizou seis mil entrevistas.

A análise, que teve por objetivo identificar e caracterizar os comportamentos dos portugueses no que diz respeito ao comércio eletrónico, apurou ainda que o vestuário, calçado e artigos de moda, as viagens para férias, os bilhetes para espetáculos e eventos desportivos e os livros são as categorias de produtos nas quais os portugueses que já compram online assumem de forma mais evidente a intenção de comprar mais no futuro.

Estas já são, no entanto, as categorias mais compradas em ambiente online pelos consumidores portugueses, sendo que o vestuário, calçado e artigos de moda destacam-se, ao serem indicados por mais de 70% dos portugueses.

Entre as categorias de produtos comprados que também superam os 50% de referências surgem as de viagens (54%) e de bilhetes (51%), às quais se segue a de livros (48%).

Já os artigos de decoração para o lar, bem como os de filmes e música, foram os que apresentaram maior crescimento em relação a 2024, subindo mais de três pontos percentuais.

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Votação do alargamento da licença parental travada no Parlamento

Alargamento da licença parental partiu de uma iniciativa subscrita por 24 mil cidadãos. Foi aprovada na generalidade, baixou à especialidade, mas daí não saiu.

Num último esforço, Bloco de Esquerda, PCP, Livre e PAN ainda pediram que as votações na especialidade do alargamento da licença parental fossem feitas esta sexta-feira no plenário, mas o PSD, o CDS (ambos com votos contra) e o PS (com a abstenção) impediram-no. A iniciativa que tinha sido subscrita por 24 mil cidadãos deverá ficar, então, pelo caminho.

Atualmente, os progenitores têm direito a um subsídio correspondente a 100% da remuneração nas licenças de 120 dias (quatro meses), bem como nas licenças de 150 dias (cinco meses), mas apenas se cada um dos progenitores gozar, pelo menos, 30 dias (um mês). Caso não haja essa partilha, a licença de 150 dias paga 80% do salário de referência.

Há também a possibilidade de receber o subsídio parental inicial por 180 dias (seis meses), indicando a lei em vigor que o montante a receber é o correspondente a 83% da remuneração de referência, nos casos em que cada um dos progenitores goze, pelo menos, 30 dias (um dia).

O projeto de lei de iniciativa de cidadãos que esteve a a ser discutido no Parlamento viria dilatar estes prazos. Previa que o subsídio a 100% fosse pago nas licenças de seis meses, mesmo que não haja partilha entre os pais.

Por outro lado, criava a possibilidade de receber este subsídio por 210 dias (sete meses) com 100% do salário desde que cada um dos progenitores goze, pelo menos, 30 dias (consecutivos ou é dois períodos de 15 dias). Ou seja, numa licença de sete meses, bastaria um mês gozado pelo pai para que a licença fosse paga a 100%, segundo esse projeto de lei.

Na especialidade, vários dos partidos apresentaram propostas de alteração, mas não chegaram a ser feitas votações, porque foram sendo pedidos adiamentos e, entretanto, o país entrou em crise política. Num último esforço, BE, PCP, Livre e PAN pediram que essas votações fossem feitas esta tarde em plenário. Mas tal foi travado.

Importa notar que a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, tinha avisado que o alargamento proposto poderia agravar a desigualdade de género, já que a maioria dos cuidados com os filhos ainda recai sobre elas, prejudicando-as no mercado de trabalho.

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Portos de Sines e do Algarve já têm nova administração. Conheça a equipa

O novo executivo composto por Pedro do Ó Ramos, Fernanda Nunes e Jaime Puna, assume a liderança da administração numa altura de forte internacionalização para o Porto de Sines.

Pedro do Ó Ramos, Fernanda Nunes e Jaime Puna APS

O Portos de Sines e Algarve (APS) já tem um novo conselho de administração que entrou em funções na segunda-feira, dia 10 de março. Pedro do Ó Ramos assume o cargo de presidente, acompanhado por Fernanda Nunes e Jaime Puna, como vogais executivos.

“O novo executivo assume a liderança da APS numa altura de forte internacionalização para o Porto de Sines, destacando-se ainda os desafios inerentes à transição energética e sustentabilidade ambiental, bem como a prossecução da estratégia de inovação e digitalização”, lê-se no comunicado da administração dos Portos de Sines e do Algarve.

A nomeação de Pedro do Ó Ramos surge depois de o Governo substituir José Luís Cacho como presidente da administração dos Portos de Sines e do Algarve.

Licenciado em Direito, pela Faculdade de Direito de Lisboa, Pedro do Ó Ramos foi secretário de Estado do Mar e deputado em várias legislaturas na Assembleia da República. Foi ainda vogal do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Habitação (INH) e presidente da Comissão Executiva do projeto “Velhos Guetos, Novas Centralidades”, sob os EEA Grants, com funções interventivas de regeneração urbana.

Com pós-graduação em logística pela Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE), e Mestrado em Ciências Empresariais, também pela ESCE, Fernanda Nunes acumula uma vasta experiência na área de logística e gestão portuária. Recentemente foi diretora da delegação de Lisboa/Setúbal da Jomatir Logistics, tendo ainda exercido funções de business manager na Medway e logistics manager na Mediterranean Shipping Company (MSC) e Pionner.

É professora de gestão logística e portuária na Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal (ESCE IPS).

Jaime Puna, doutorado em Engenharia Química no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (IST/UL), desenvolveu funções de chefe de produção na antiga unidade de fabrico de produtos químicos para manutenção industrial, Triquímica. É atualmente professor adjunto no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) onde leciona nas áreas de Engenharia Química, Biológica, e Qualidade e Ambiente.

Foi investigador responsável (IR/co-IR) de projetos de I&D nas áreas da bioenergia, tendo sido responsável do Laboratório de Tecnologia Química do ISEL, entidade onde exerceu também funções de coordenador da Licenciatura em Engenharia Química e Biológica.

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Merz chega a acordo para aprovar plano de despesas para a Defesa e Infraestruturas na Alemanha

  • Joana Abrantes Gomes
  • 14 Março 2025

O futuro chanceler alemão e líder dos conservadores chegou a acordo com os Verdes, esta sexta-feira, sobre um aumento maciço do endividamento do Estado na maior economia da Europa.

O futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, chegou a acordo com os Verdes sobre o pacote de despesas no valor de 500 mil milhões de euros para Defesa e Infraestruturas, avança o Politico.

Os Verdes concordaram com o plano do líder dos conservadores alemães após terem garantido compromissos para proteger as despesas relacionadas com o clima, segundo pessoas familiarizadas com as negociações.

A União Democrata-Cristã (CDU), em coligação com a União Social-Cristã (CSU), espera aprovar o acordo durante a atual legislatura, onde terá a necessária maioria de dois terços com os votos do Partido Social-Democrata (SPD) e os Verdes.

A votação está marcada para a próxima terça-feira, 18 de março, antes da primeira sessão da nova composição do Bundestag, prevista para 25 de março.

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Costa desafia líderes europeus a debater defesa e recursos para o próximo orçamento da UE

Ucrânia e defesa na agenda, mas presidente do Conselho Europeu abre também porta à discussão sobre o próximo orçamento de longo prazo da UE e os novos recursos próprios para pagar a dívida pandémica.

Como garantir que o orçamento de longo prazo da União Europeia terá verbas necessárias para os objetivos a que se propõe, nomeadamente o investimento em defesa, e como é que será pago o ‘monstro’ da dívida europeia emitida para financiar a resposta à pandemia. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, quer iniciar o debate sobre o tema na reunião da próxima semana dos líderes europeus e já lançou o repto.

O tema tem vindo a ganhar peso nas instâncias europeias. Primeiro, devido à necessidade de aumento do investimento em defesa europeia e para o qual é preciso encontrar soluções de financiamento. Depois, porque a Comissão Europeia terá de começar, a partir de 2028, a pagar a dívida emitida para financiar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e os restantes programas de apoio para mitigar o impacto da pandemia. Uma ‘bomba relógio’ que, como o ECO explica aqui, coloca uma pressão acrescida nas negociações do próximo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia para 2028-2034 e que abrange quase 40 programas de despesa por um período de sete anos, estabelecendo limites máximos para cada domínio de despesa.

Na carta-convite dirigida aos líderes europeus para o Conselho Europeu de 20 e 21 de março, que terá lugar em Bruxelas, António Costa assinala que o elemento central da ordem do dia será a competitividade. No entanto, realça que o objetivo passará também por dar seguimento à reunião extraordinária do Conselho Europeu de 6 de março, nomeadamente abordando os acontecimentos mais recentes no que toca à Ucrânia e as próximas etapas no domínio da defesa.

António Costa abre, contudo, a porta a um novo tema e propõe ao Conselho Europeu “a primeira troca de pontos de vista sobre o próximo quadro financeiro plurianual (QFP) e os novos recursos próprios”, que deverá ocorrer durante o jantar de quinta-feira.

É necessária uma abordagem abrangente em matéria de despesas e receitas. O meu objetivo é que este contributo possa ser tido em conta pela Comissão nas suas propostas para o pacote QFP, que deverão ser apresentadas antes do verão.

António Costa

Presidente do Conselho Europeu

É necessária uma abordagem abrangente em matéria de despesas e receitas. Tendo em conta os desafios que estamos a enfrentar, é importante que todos encaremos este debate com um espírito de abertura e de responsabilidade coletiva. O meu objetivo é que este contributo possa ser tido em conta pela Comissão nas suas propostas para o pacote QFP, que deverão ser apresentadas antes do verão”, argumenta.

Neste sentido, aponta duas questões para guiar o debate:

  • Como abordar a principal equação financeira do próximo QFP, ou seja, como garantir que o orçamento disporá dos recursos necessários para a União Europeia alcançar os objetivos que se propôs?
  • Qual será o papel dos novos recursos próprios no próximo QFP, especialmente à luz do futuro reembolso do Next Generation EU?

Da agenda do dia farão parte outros pontos, como a migração e os recentes acontecimentos no Médio Oriente. De acordo com o programa previsto por António Costa, os líderes europeus terão um almoço de trabalho com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no qual debaterão “o multilateralismo e outras questões mundiais, em especial os preparativos para a Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos e a Quarta Conferência Internacional sobre o Financiamento do Desenvolvimento”.

Esforçar-me-ei por que a nossa reunião dure apenas um dia, mas, dada a incerteza que rodeia os eventuais desenvolvimentos a nível internacional, não posso excluir a possibilidade de termos de continuar na manhã de sexta-feira“, admite sobre um Conselho no qual o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá intervir na manhã do primeiro dia.

Os líderes europeus acordaram na semana passada acelerar a mobilização do financiamento para reforçar o investimento em defesa, apoiando o plano “Rearmar a Europa”, numa altura em que a apresentação do Livro Branco sobre o futuro da defesa europeia está prevista para a próxima semana, antes do Conselho.

Acolhendo com “satisfação” a recomendação da Comissão de “ativação, de forma coordenada, da cláusula de escape nacional sob o Pacto de Estabilidade e Crescimento como uma medida imediata”, na cimeira extraordinária de 6 de março, os líderes europeus pediram, contudo, ao executivo comunitário que “explore outras medidas, levando em consideração as opiniões do Conselho, ao mesmo tempo em que garante a sustentabilidade da dívida, para facilitar gastos significativos com defesa em nível nacional em todos os Estados-membros”.

Ademais, solicitou à instituição liderada por Ursula von der Leyen que proponha “fontes de financiamento adicionais para a defesa “inclusive por meio de possibilidades e incentivos adicionais oferecidos a todos os Estados-membros, com base nos princípios de objetividade, não discriminação e igualdade de tratamento dos Estados-membros, no uso de suas alocações atuais sob os programas de financiamento relevantes da UE, e que apresente rapidamente propostas relevantes”.

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Transporte aéreo cresce 6% no arranque do ano. Aeroportos portugueses receberam 4,2 milhões de passageiros em janeiro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 14 Março 2025

No primeiro mês do ano, 4,2 milhões de pessoas passaram pelos aeroportos portugueses. França foi o principal país de origem e de destino dos voos, seguida por Espanha e Reino Unido.

Os aeroportos portugueses receberam 4,2 milhões de passageiros em janeiro, o que evidencia uma subida de 5,9% face ao mesmo mês de 2024, de acordo com as estatísticas rápidas divulgadas esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Janeiro registou um desembarque médio diário de 65,6 mil passageiros, valor histórico e que é 6,8% superior ao observado no mesmo mês de 2024 (61,4 mil), enquanto o número de aeronaves que aterraram nos aeroportos nacionais em voos comerciais teve um ligeiro aumento de 1,6%, para 16 mil.

No mês em análise, 81,1% dos passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional, ou seja, 1,6 milhões. A maioria (63,2% do total) era proveniente do continente europeu, refletindo uma subida homóloga de 6,1%. O continente americano foi a segunda principal origem, com 11,1% do total de passageiros desembarcados (mais 7,1% face a janeiro de 2024).

Aeronaves aterradas e passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais – diário

Fonte: INE

Quanto ao destino dos passageiros, 82,4% corresponderam a tráfego internacional, num total de 1,8 milhões de pessoas. O principal destino foram países da Europa (66,4% do total), com um crescimento homólogo de 4,1%. O segundo principal destino dos passageiros embarcados foi, igualmente, o continente americano (10,3% do total).

O gabinete estatístico nota ainda que, no primeiro mês de 2025, verificou-se um decréscimo de 0,5% no movimento de carga e correio nos aeroportos nacionais face a janeiro de 2024, num total de 18,2 mil toneladas. Porém, em relação a dezembro, trata-se de uma desaceleração de 9,1 pontos percentuais.

França foi o principal país de origem e de destino dos voos em janeiro, com o número de passageiros desembarcados e embarcados a aumentarem 6,5% e 1,9%, respetivamente, em termos homólogos.

Espanha e Reino Unido ocupam a segunda e terceira posições, como principais países de origem, e posições inversas como principais países de destino, enquanto o Brasil e a Alemanha alternam a quarta e a quinta posição consoante país de origem ou de destino dos voos.

Ainda no período em análise, as estatísticas rápidas do transporte aéreo dão conta de que o aeroporto de Lisboa movimentou mais de metade do total de passageiros (56,9%), cerca de 2,4 milhões. Este valor aponta para um aumento de 6,9% comparativamente a janeiro de 2024.

O aeroporto do Porto, por sua vez, concentrou 22,4% do total de passageiros, com uma subida homóloga de 2,1%, para 949,6 mil. Funchal foi o terceiro aeroporto com maior movimento de passageiros em janeiro, tendo registado um crescimento de 9,3%, para 330 mil.

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Barcelense Mecwide dispara faturação e empregos após entrar nos data centers

Com fábricas em Portugal, Moçambique e Angola, o grupo de engenharia fundado e detido por Carlos Palhares aumentou 50% a faturação para 170 milhões de euros em 2024, empregando 1.600 trabalhadores.

A empresa portuguesa de serviços de engenharia especializada Mecwide alcançou um volume de negócios de cerca de 170 milhões de euros em 2024, o que representa um crescimento de mais de 50% face ao ano anterior.

“Somos um player de referência em Portugal, onde continuamos a reforçar a nossa posição de liderança, mas a maior parte do nosso negócio é realizado além-fronteiras, desde os Países Nórdicos ao resto da Europa, até à nossa forte presença em África”, afirma André Pinto, CEO da Mecwide.

“Acreditamos que a engenharia, a inovação e a gestão são os motores da nossa diferenciação e criação de valor e, por isso, temos vindo a reforçar a nossa aposta nestas áreas”, conclui o líder da empresa de Barcelos, citado em comunicado.

André Pinto, CEO da MecwideMecwide

No ano passado, a empresa criada por Carlos Palhares concluiu a construção de uma nova unidade industrial em Angola, no valor de 42,5 milhões de euros, o maior investimento da empresa de Barcelos no país.

O Grupo tem vindo a apostar no setor dos data centers e estabeleceu uma parceria com a norueguesa CTS. Em junho do ano passado, o braço norueguês CTS Nordics, a americana Victaulic e a barcelense Mecwide inauguraram em Vila Nova de Cerveira uma fábrica dedicada ao pré-fabrico de tubagens para a construção de data centers. Com perto de 60 trabalhadores no arranque, a unidade industrial no Alto Minho representou um investimento de oito milhões de euros.

E foi também com a colaboração da empresa liderada por Carlos Palhares que o CTS Group desenhou e construiu um complexo de data centers para a Green Mountain, “destinado exclusivamente ao TikTok”.

“Queremos produzir em Portugal, aproveitando o know-how e a capacidade industrial do país, levando essa expertise ao mercado global”, realça André Pinto, a propósito da parceria com o grupo norueguês.

Criado em 2009, com sede em Barcelos e 1.600 trabalhadores, o grupo Mecwide tem fábricas em Portugal, Moçambique e Angola. É atualmente controlada em exclusivo por Carlos Palhares, após o empresário ter recomprado 51% da empresa à capital de risco Inter-Risco, que esteve no capital durante cerca de uma década.

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Conselheira de Trump anuncia rescisão de contratos com AFP, AP e Reuters

  • Lusa
  • 14 Março 2025

Kari Laque escreveu nas redes sociais que os EUA "não devem pagar empresas de comunicação estrangeiras para lhe dizerem quais são as notícias".

Uma conselheira de Donald Trump anunciou na quinta-feira que os EUA iam anular os contratos que tinham com as três principais agências noticiosas internacionais.

Kari Laque escreveu nas redes sociais que os EUA “não devem pagar empresas de comunicação estrangeiras para lhe dizerem quais são as notícias”. Apontou em particular para para a Agência France-Presse (AFP), Associated Press e Reuters.

Lake tornou-se no mês passado conselheira especial da US Agency for Global Media (USAGM), um organismo público que supervisiona vários meios ativos no estrangeiro, como a Voice of America e a Radio Free Europe / Radio Liberty.

Agi hoje para anular os contratos onerosos e desnecessários da US Agency for Global Media com as agências de notícias, entre os quais contratos de dezenas de milhões de dólares com Associated Press, Reuters e a Agence France-Presse”, escreveu Lake. “Nós próprios devemos produzir a informação. E se não for possível, o contribuinte norte-americano deve saber porquê”, acrescentou.

Entretanto, Elon Musk, a quem Trump confiou uma missão de cortar nas despesas públicas, defendeu o “encerramento” da Voice of America e da Radio Free Europe, que considera inúteis, pouco escutados e caros.

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Euribor desce a três, sobe a seis e mantém-se a 12 meses

  • Lusa
  • 14 Março 2025

Esta sexta-feira, a taxa a três meses baixou para 2,478%, a seis meses subiu para 2,415% e a 12 meses manteve-se nos 2,451%.

A Euribor desceu esta sexta-feira a três meses, abaixo de 2,5%, subiu a seis e manteve-se igual a 12 meses em relação a quinta-feira. Com estas alterações, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido as taxas diretoras em 25 pontos base na semana passada, a taxa a três meses, que baixou para 2,478% (menos 0,023 pontos), continuou acima da taxa a seis meses (2,415%) e da taxa a 12 meses (2,451%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu para 2,415%, mais 0,029 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%. A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses. A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.

Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em 5 de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril, numa altura em que os juros das dívidas soberanas estão a subir. A próxima reunião de política monetária da instituição liderada por Christine Lagarde realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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⛽ Diesel vai descer dois cêntimos na próxima semana. Preço da gasolina não mexe

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá pagar 1,586 euros por litro de gasóleo simples e 1,699 euros por litro de gasolina simples 95.

Só o preço do diesel deverá descer na próxima semana. O gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, deverá descer dois cêntimos e a gasolina não deverá sofrer alterações, de acordo com os dados publicados pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP). Uma previsão confirmada ao ECO por fonte do mercado.

Quando for abastecer, passará a pagar 1,586 euros por litro de gasóleo simples e continuará a pagar, como esta semana, 1,699 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Caso estas descidas se venham a confirmar os preços do diesel e da gasolina estão próximos do valor pago na semana de 11 de novembro. O gasóleo caminha assim para terceira semana de descidas e a gasolina interrompe as quedas das últimas três semanas que ditaram uma descida de 7,4 cêntimos nos preços. Já o gasóleo desceu 5,8 cêntimos desde 24 de fevereiro e se esta nova descida se confirmar a poupança será de 7,8 cêntimos.

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo desceu 3,5 cêntimos e a gasolina desceu 4,1 cêntimos, um desempenho que correspondeu às expectativas do mercado.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está esta sexta-feira a subir 0,9% para os 70,51 dólares por barril — e caminha para uma estabilização dos preços em termos semanais –, depois de uma perda de mais de 1% na sessão anterior, em parte devido à constatação de que não será possível um fim rápido para a guerra na Ucrânia, que poderia trazer de volta mais fornecimentos de energia russa aos mercados ocidentais.

O petróleo brent tem oscilado em torno da marca dos 70 dólares nas últimas duas semanas. Se se manter neste nível na próxima semana dependerá das notícias políticas”, disseram os analistas do Commerzbank numa nota citada pela Reuters.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse na quinta-feira que Moscovo apoiava uma proposta dos EUA para um cessar-fogo na Ucrânia em princípio, mas procurou uma série de esclarecimentos e condições que parecem descartar um fim rápido para os conflitos.

“O apoio morno da Rússia a uma proposta de cessar-fogo de 30 dias com a Ucrânia reduziu a confiança de que este possa acontecer a curto prazo”, disse o analista de mercado do IG, Tony Sycamore.

Esta incerteza pode fornecer um suporte para os preços, evitando novas quedas e potencialmente elevando-os se o conflito persistir”, diz por seu turno George Pavel, diretor-geral da Naga.com Médio Oriente, numa nota enviada ao ECO.

A pressionar os preços em alta está ainda o facto de empresas estatais chinesas estarem a restringir as importações de petróleo russo devido aos riscos de sanções, segundo avançou a Reuters.

A Agência Internacional de Energia alertou na quinta-feira que a oferta global de petróleo poderá exceder a procura em cerca de 600 mil barris por dia este ano, devido ao crescimento liderado pelos Estados Unidos e à procura global mais fraca do que o esperado.

Por outro lado, “as novas sanções da Administração Trump ao petróleo iraniano acrescentaram outra camada de volatilidade. Uma redução significativa das exportações iranianas poderá restringir a oferta global de petróleo, dando algum apoio aos preços”, defende George Pavel.

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Estado encaixou mais de 230 milhões de euros com custas judiciais em 2024

O Estado recebeu mais de 230 milhões de euros em custas judiciais em 2024, um aumento de 6% face a 2023. Maior fatia vem das taxas de Justiça, cerca de 122 milhões de euros.

Em 2024, o Estado português recebeu mais de 230 milhões de euros em custas judiciais, mais 13.627.285 euros do que em 2023, segundo dados da Direção-Geral de Política de Justiça divulgados este sexta-feira. Este valor representa um aumento de perto de 6% em relação ao ano anterior. Nos últimos 20 anos, o valor mais elevado foi registado em 2018, com quase 265 milhões de euros.

As custas judiciais ou processuais correspondem ao preço que se paga ao Estado pela prestação do serviço público nos tribunais em cada processo judicial. As custas processuais incluem a taxa de justiça — pagos pelas partes/cidadãos ou empresas –, os encargos e as custas de parte.

Nos últimos cinco anos, foi em 2020, ano de pandemia, que o Estado menos recebeu em custas judiciais, tendo auferido 215.995.994 euros. A tendência de 2020 a 2022 tem sido de aumento da receita, mas em 2023 houve uma quebra, aproximando-se do valor do ano da pandemia. Invertendo a tendência, no ano passado o valor voltou a aumentar para 230.295.217,07 euros.

Dos cerca de 230 milhões de euros, a maior fatia (122,7 milhões) veio das taxas de justiça, que aumentaram face a 2023 (114,8 milhões). Esta taxa é o valor a pagar por cada interveniente num processo e o seu valor é calculado em função da complexidade da causa. Os valores estão fixados numa tabela publicada em Diário da República.

A taxa de justiça pode ter uma redução de 90% nos processos em que o recurso aos meios eletrónicos não seja obrigatório, mas em que a parte entregue todas as peças processuais através dos meios eletrónicos disponíveis.

O pagamento da taxa de justiça poderá ser feito em duas alturas diferentes. A primeira — e única em alguns casos — corresponde à taxa de justiça inicial, ou seja, o valor devido até ao momento da prática do ato processual. A segunda é paga no prazo de dez dias após a notificação para a audiência final. O pagamento é feito através do Documento Único de Cobrança (DUC).

A taxa de justiça é expressa com recurso à unidade de conta processual (UC). A UC é atualizada anual e automaticamente de acordo com o indexante dos apoios sociais (IAS), devendo atender-se, para o efeito, ao valor de UC respeitante ao ano anterior.

A segunda maior fatia advém de pagamentos a entidades, no valor de 49.433.228,63 euros, seguida dos reembolsos, de 24.248.745,95 euros, e de juros (16.791.313,70 euros). Logo de seguida, o Estado arrecadou mais dinheiro através de outros (13,711.574,47 euros) e com as custas de parte (3.355.799,86 euros).

As custas de parte são as despesas que cada parte foi fazendo com o processo — incluindo a taxa de justiça — e de que tenha direito a ser reembolsada pela parte vencida. Este reembolso deve ser pago diretamente à parte vencedora.

O pagamento das custas no final do processo, em regra, cabe a quem ficou vencido, na proporção em que o for. No processo penal, o arguido só tem responsabilidade pelas custas quando é condenado. Em certos casos, devem ser pagas por quem se constituiu assistente (acompanhando a acusação como interessado) no processo, quando, por exemplo, o arguido for absolvido. O denunciante de crime que tenha feito a denúncia de má‑fé (com intenção de prejudicar ilegalmente a pessoa contra quem fez a denúncia) ou com negligência grave (prejudicando a pessoa pela falta de cuidado grosseira) também pode ser condenado nas custas.

Em último lugar, ficou a procuradoria, que deu uma receita ao Estado de 45.442,21 euros.

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