Iniciativa da Vodafone dá competências digitais a mais 18.500 crianças

  • ECO
  • 12 Setembro 2024

Plataforma DigitALL pretende desenvolver digitalmente crianças por todo o país do primeiro e segundo ciclo através de conteúdos semanais. Vai chegar a 700 turmas de 140 escolas nesta edição.

A Fundação Vodafone vai voltar a lançar a iniciativa DigitALL, um programa que vai chegar a 18.500 crianças com idades entre os 6 e os 12 anos, mais 46% do que na edição anterior.

No total vão ser abrangidas cerca de 700 turmas de 140 escolas, localizadas em 28 municípios, referiu em comunicado esta quinta-feira. O programa pretende desenvolver aptidões digitais e de literacia nas crianças desde o início da formação escolar.

A plataforma conta com aulas de 50 minutos semanais com áreas de aprendizagem como Modelação, Inteligência Espacial, Construções, Artes Gráficas, Animação, Robótica, Programação e Pensamento Computacional. O programa tenciona implementar competências como pensamento critico, criatividade e colaboração alinhando com as ferramentas digitais. A aprendizagem pode ser feita também de forma autónoma e remota com a DigitALL em Casa.

A iniciativa conta com mil professores, alguns das áreas de ensino STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e 20 monitores, que vão assistir as crianças na transmissão dos conteúdos. O DigitALL é apoiado pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação com a parceria institucional da Direção-Geral da Educação, e com protocolos com os municípios e agrupamentos de escolas.

O programa foi vencedor dos World Summit Awards na categoria de educação e ficou classificado a nível mundial em 8º lugar na mesma premiação em 2022. Recebeu também o prémio “Reconhecimento de Práticas em Responsabilidade Social e Sustentabilidade” da Associação Portuguesa de Ética Empresarial, na Categoria de “Comunidade”.

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BYD vai contornar tarifas europeias com produção na Hungria

  • ECO
  • 12 Setembro 2024

Vice-presidente da fabricante chinesa de veículos elétricos assume não estar preocupada com a aplicação de taxas aduaneiras adicionais pela UE tendo em conta a nova unidade que vai abrir na Hungria.

A vice-presidente da BYD, Stella Li, disse, em declarações ao Jornal de Negócios, que não está preocupada com a imposição por Bruxelas de taxas adicionais às importações de veículos elétricos fabricados na China, porque a empresa “já vai começar a produzir na Hungria” a partir de setembro do próximo ano. Significa que o maior investimento da BYD na Europa vai ser impulsionado a partir de um país da própria União Europeia (UE), cujo primeiro-ministro Viktor Orbán tem estado frequentemente desalinhado com as posições dos restantes Estados-membros, em particular em matéria de política externa.

Desde 2017 que a BYD tem uma unidade de fabrico de autocarros na Hungria e, no verão passado, instalou no país uma fábrica de produção de baterias. “A BYD é uma empresa de longo prazo, uma visionária. Já decidimos fabricar na Europa, vamos investir mais na Europa, tornando-nos num dos fabricantes locais europeus“, justificou a vice-presidente executiva da fabricante chinesa a nível global e CEO para as Américas, acerca da fábrica que vai abrir no próximo ano naquele país, falando à margem da inauguração de um novo concessionário em Lisboa, em parceria com a Salvador Caetano.

Para Stella Li, a decisão da União Europeia de aplicar taxas aduaneiras adicionais aos fabricantes chineses de veículos elétricos — que, no caso da BYD, serão de 17% — só vai ter custos internamente. “Acho que deviam reduzir a maior parte das tarifas, porque estão a prejudicar o consumidor europeu. No fim de contas, é o consumidor que tem de pagar por isso. Não é uma decisão correta“, acredita a responsável, que considera que os fabricantes de automóveis tradicionais têm de ter uma “mentalidade aberta” para lidar com a nova concorrência asiática.

Ministro chinês vem à Europa discutir taxas

O ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, vai deslocar-se na próxima semana à Europa para discutir as tarifas impostas por Bruxelas sobre veículos elétricos provenientes da China, após uma investigação aos subsídios concedidos por Pequim aos fabricantes. O porta-voz do ministério, He Yongqian, disse em conferência de imprensa que Wang vai encontrar-se com Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo e comissário de comércio da Comissão Europeia, no dia 19 de setembro, para discutir a questão.

A tensão comercial entre China e União Europeia (UE) tem vindo a aumentar. No mês passado, a China anunciou a abertura de uma investigação sobre os subsídios atribuídos pela UE aos produtores de laticínios. A decisão surgiu um dia após a UE ter fixado a taxa de importação de veículos elétricos chineses em 36,3%. Bruxelas considera que os preços dos veículos chineses são artificialmente baixos devido a subsídios estatais que distorcem o mercado e prejudicam a competitividade dos fabricantes europeus.

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Governo aposta em encontro a “meio caminho” com PS sobre IRC e IRS

  • ECO
  • 12 Setembro 2024

Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, diz que o Governo está a conduzir as negociações do OE2025 "com humildade", alertando, em entrevista, que o país fica pior com duodécimos.

O ministro dos Assuntos Parlamentares afirma que o Executivo ainda não percebeu “qual a margem de manobra que o PS tem ou quer ter relativamente” ao IRC e o IRS Jovem, mas defende que “deve haver a humildade suficiente de ambas as partes” para se poderem encontrar “a meio do caminho”. Em entrevista conjunta ao Público e Rádio Renascença, Pedro Duarte não revela se têm havido conversas entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, como avançou o Observador, mas sublinha que é fundamental tentar ir ao encontro dos diferentes partidos da oposição.

“Há um nível de conversas que são, naturalmente, privadas e não são públicas. E, como são privadas, eu próprio não as conheço e, se conhecesse, não as poderia divulgar. E, portanto, não posso comentar isso. Mas posso fazer um apelo para que haja humildade por parte de todos os protagonistas. O Governo tem-no demonstrado. Não tem uma maioria absoluta no Parlamento e, portanto, tem tentado ir ao encontro dos diferentes partidos da oposição, mostrando abertura para recolher contributos e encontrar a melhor solução para o país“, disse o governante.

Perante a possibilidade de o Chega só estar disponível para negociar o Orçamento se o PS ficar de fora das negociações, Pedro Duarte diz que o Governo não terá “uma atitude excludente” e que é necessário “ir para uma discussão do Orçamento do Estado com um espírito construtivo e positivo”. “Se todos os protagonistas olharem para o interesse nacional, vamos ter um Orçamento do Estado aprovado. Uma crise seria péssima para o país”, alerta. Remetendo para o Presidente da República a decisão de haver ou não eleições antecipadas caso o OE seja chumbado, o ministro alerta que o país ficará “pior” com duodécimos se o documento não for viabilizado e garante que estão “a pôr todas as fichas na aprovação” deste documento.

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Hoje nas notícias: BYD, OE2025 e pensões

  • ECO
  • 12 Setembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A vice-presidente da BYD diz que, face à produção de veículos que vai arrancar na Hungria no próximo ano, não está preocupada com as taxas adicionais impostas por Bruxelas às importações de carros elétricos da China. O ministro dos Assuntos Parlamentares pede que haja “humildade suficiente” do Governo e do PS para que se possam encontrar “a meio do caminho” em matéria do IRC e do IRS Jovem. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

BYD vai contornar tarifas da UE com ajuda da Hungria

A vice-presidente da BYD, Stella Li, diz que não está preocupada com a imposição de taxas adicionais por Bruxelas às importações de veículos elétricos fabricados na China, porque a empresa “já vai começar a produzir na Hungria” a partir de setembro do próximo ano. Significa que o maior investimento da BYD na Europa vai ser impulsionado a partir de um país da própria União Europeia, cujo primeiro-ministro Viktor Orbán tem estado frequentemente desalinhado com as posições dos restantes Estados-membros, em particular em matéria de política externa.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Governo aposta em encontro a “meio caminho” com PS sobre IRC e IRS

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, diz que o Governo está a conduzir as negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) “com humildade”, alertando, em entrevista, que o país ficará “pior” com duodécimos se o documento não for viabilizado. Sobre o IRC e o IRS Jovem, Pedro Duarte afirma que o Executivo ainda não percebeu “qual a margem de manobra que o PS tem ou quer ter relativamente a essas duas matérias em concreto”. “Deve haver a humildade suficiente de ambas as partes para podermos encontrar-nos eventualmente a meio do caminho”, defende.

Leia a entrevista completa no Público (acesso condicionado) e Rádio Renascença (acesso livre)

Bónus a reformados alimenta “pedinchice” ao Estado, diz Ricardo Reis

O economista Ricardo Reis alerta que o bónus anunciado pelo Governo para os reformados cria uma relação do cidadão com o Estado em que todos os anos está “de mão estendida a pedir se [lhe] dá um bocadinho mais ou um bocadinho menos”. Em entrevista, o também professor na London School of Economics critica uma medida que leva a “esta atitude de pedinchice das pessoas em relação ao Estado”, apontando que conduz a política económica “para um sentido discricionário, no sentido de dependência e subserviência das pessoas em relação ao Estado e num sentido de evitar reformas, evitar estruturas, regras, que criem um sistema em que os reformados sejam mais bem tratados”.

Leia a entrevista completa no Observador (acesso pago)

Parque de estacionamento que ardeu e destruiu mais de 200 carros no Prior Velho não tinha licença para operar

O parque de estacionamento no Prior Velho, em Lisboa, onde em agosto ocorreu um incêndio que destruiu mais de 200 carros, estava licenciado apenas para armazém e não para estacionamento. Aliás, a licença de utilização do edifício proibia mesmo que o piso superior fosse usado para estacionar viaturas. O Correio da Manhã dá conta ainda de que a empresa tinha cinco contraordenações da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Autarca do Seixal defende transferência do depósito de munições da NATO

O presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva, defende que o depósito de munições da NATO situado em Fernão Ferro, que foi ameaçado pelo incêndio que atingiu o concelho na quarta-feira, seja transferido para Tancos ou Santa Margarida, locais onde existem outros depósitos. O autarca alerta que “o depósito de munições [ali localizado] constitui um perigo sempre iminente em caso de alguma catástrofe, como é o caso deste incêndio, que esteve muito próximo [do depósito]”.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

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A Bluewave Alliance e o Studio 46 promovem a proteção do Mediterrâneo na America’s Cup 2024 com a exposição Art Med

  • Servimedia
  • 12 Setembro 2024

10% das vendas reverterão a favor de projetos de conservação marinha promovidos pela Bluewave Alliance, uma organização impulsionada pela ISDIN.

A Bluewave Alliance, impulsionada pelo laboratório ISDIN, e o Studio 46 Barcelona Atelier & Private Galery, fundado pelo artista barcelonês Joan Barbarà, uniram-se para promover a proteção do Mediterrâneo para a America’s Cup 2024 com a exposição Art Med.

A exposição, que coincide com a 37.ª edição da America’s Cup, funde o poder da arte com uma mensagem urgente de conservação do ambiente. Através das obras de artistas internacionais, a Art Med procura inspirar o público a assumir um papel ativo na proteção de um dos ecossistemas marinhos mais valiosos do mundo.

A exposição Art Med foi comissariada por Martin Sky, Diretor de Arte do Studio 46 Barcelona Atelier & Private Gallery, e apresenta artistas de renome como Lorenzo Quinn, Juliana Piexxo, Om Barbarà, Cecilia Morales, JJ Walker, Lourdes Figuera Vidal, Mario Pasqualotto, Joan Barbarà, Ümit Sural, Tano Pisano e Joaquim Falco. Cada um deles oferece uma interpretação única da beleza e da fragilidade do Mediterrâneo, sublinhando a urgência de conservar os seus recifes e a vida marinha.

Esta proposta artística vai para além do visual, convidando o público a refletir sobre a ligação entre a arte e a natureza. O objetivo é mobilizar um público diversificado, promovendo uma maior sensibilização e apreciação do valor ecológico do Mediterrâneo.

SENSIBILIZAÇÃO

A colaboração entre a Bluewave Alliance e o Studio 46 tem como objetivo fazer do Art Med não só uma celebração artística, mas também um esforço concreto para a sustentabilidade. A Bluewave Alliance, promovida pela ISDIN, é uma organização sem fins lucrativos que reúne empresas empenhadas, empresários da sustentabilidade e a comunidade científica para restaurar a saúde do Mar Mediterrâneo.

Através de projetos de conservação e recuperação, combate a degradação deste ecossistema vital, promovendo simultaneamente a sensibilização do público. “Com o projeto SEASPORE, que combina ciência, arte e tecnologia para gerar vida marinha, já vimos que a arte é um excelente veículo para sensibilizar o público para a necessidade de preservar o Mediterrâneo. Agora, demos um passo em frente com esta exposição, onde artistas de renome reinterpretaram a fragilidade deste mar para continuar a sensibilizar as pessoas”, explicou Juan Naya, Diretor Executivo do ISDIN, a força motriz da Bluewave Alliance.

Ao longo dos 50 anos de história do Studio 46, artistas de renome como Picasso, Miró, Tàpies e Dalí trabalharam neste espaço sob a tutela do mestre gravador Joan Barbarà. Atualmente, o seu legado continua com o seu filho e neto, Virgili e Om Barbarà, que continuam a acolher talentosos artistas internacionais e locais.

Como resultado desta colaboração, 10% das receitas das obras vendidas durante a exposição serão doadas à Bluewave Alliance. Esta contribuição direta financiará projectos inovadores de conservação marinha, dando um contributo tangível para a luta contra as alterações climáticas e a degradação do Mediterrâneo. A exposição é apoiada tecnologicamente pela Art Tech da Suíça, uma empresa líder em soluções de certificação digital através da sua plataforma Smart Stamp.

TRÊS ESPAÇOS

A Art Med estará patente até outubro e decorrerá em três espaços de Barcelona: o Studio 46, sede do atelier de arte situado no bairro de Gracia, estará aberto aos visitantes apenas com marcação prévia; a hospitalidade do Porto de Barcelona (Tinglados: Moll Oriental, 3), que acolherá os visitantes com entrada prévia; e a Galeria de Arte BF4, este espaço situado no Born (Carrer de la Barra de Ferro, 4), abrirá as suas portas a 12 de setembro.

A America’s Cup 2024, que se realizará em Barcelona de 22 de agosto a 27 de outubro, atrairá 2,5 milhões de turistas à capital catalã e terá um impacto económico estimado em 1.115 milhões de euros.

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Ano letivo arranca com 60% das escolas abertas, mas milhares de professores em falta

  • Lusa
  • 12 Setembro 2024

O novo concurso de vinculação extraordinário, aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e dirigido às escolas mais carenciadas, deverá estar concluído até novembro.

O ano letivo arranca esta quinta-feira com cerca de 60% das escolas abertas, mas milhares de professores em falta, um cenário que o ministro da Educação admite que poderá agravar-se nos próximos dias, mas mantém as metas otimistas.

O arranque do ano letivo acontece até segunda-feira, mas em 60% das escolas, os portões abrem esta quinta-feira para receber os alunos e noutras 20% o regresso oficial às aulas acontece na sexta-feira.

“Nos primeiros dois dias, vamos ter 80% das escolas abertas e queria agradecer o esforço que os diretores fizeram para conseguir, tal como tínhamos desafiado, iniciar as aulas logo nos primeiros dias”, disse à Lusa o ministro da Educação, Ciência e Inovação.

Apesar desse esforço, repete-se o problema que tem marcado o regresso às aulas nos últimos anos.

No início da semana, os resultados da segunda reserva de recrutamento deixaram 1.091 horários por preencher, a que se somam os horários diariamente disponibilizados através da contratação de escola, o último recurso disponível para o recrutamento de professores.

O cenário, admite Fernando Alexandre, poderá agravar-se nos próximos dias, com a necessidade de substituir professores que apresentam baixa médica. “Não sabemos como vai ser este ano, mas a expectativa é que é possível que a falta de professores por essa razão aumente nos próximos dias, mas teremos esse esforço de colocação através da contratação de escola e iniciaremos rapidamente o novo concurso”, refere o ministro.

Ainda assim, a tutela mantém as metas otimistas: reduzir em 90% o número de alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina durante o 1.º período em relação a 2023/2024.

O novo concurso de vinculação extraordinário, aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e dirigido às escolas mais carenciadas, deverá estar concluído até novembro, mas não é o único instrumento para responder à falta de professores.

Com o plano “+ Aulas + Sucesso”, as escolas poderão contratar professores aposentados com uma remuneração extra, bolseiros de doutoramento, ou manter os docentes que já estão em condições de se reformarem, mas aceitam continuar a dar aulas.

“É uma tentativa de, através de novos perfis e de uma gestão mais flexível por parte dos diretores, conseguirmos mitigar esta falta estrutural de professores, que causa um dano muito significativo nas aprendizagens dos alunos”, sublinhou Fernando Alexandre, explicando que só a partir de outubro será possível avaliar o impacto destas medidas.

“Sabemos que, da parte dos aposentados, há muitas manifestações de interesse em voltar e ajudar a resolver este problema e esperamos conseguir essa mobilização porque, de facto, só com essa mobilização (…) é que poderemos resolver este problema”, acrescenta.

Por outro lado, o Governo vai também criar um apoio a professores deslocados colocados em escolas para onde é difícil contratar docentes, que poderão receber entre 150 e 450 euros. “A disponibilidade que o Governo tem mostrado para resolver o problema e para encontrar novas medidas imaginativas que nunca foram experimentadas mostra o compromisso com a resolução deste problema”, considera.

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Os fornecedores de eletricidade consideram desproporcionado proibir as chamadas para potenciais clientes e consideram que se trata de um ataque à livre concorrência

  • Servimedia
  • 12 Setembro 2024

As empresas comercializadoras de eletricidade rejeitaram categoricamente a proposta do Governo de proibir as chamadas telefónicas comerciais e as chamadas para contratar eletricidade.

O Ministério da Transição Ecológica quer pôr fim a estas chamadas para acabar, argumenta, com as más práticas de angariação de clientes e incluiu-a numa proposta de Regulamento Geral de Fornecimento e Contratação incluída num decreto real, cuja fase de exposição pública termina esta sexta-feira.

O setor preparou alegações, afirmando que este regulamento seria uma “grave” ameaça à livre concorrência no setor elétrico, significando ainda a consolidação da quota de mercado das grandes empresas elétricas verticalmente integradas – cerca de 90% do mercado – e um claro prejuízo para os consumidores, limitando o seu acesso a preços e ofertas alternativas de outras empresas que poderiam aliviar a sua economia doméstica.

Recordam que, em junho de 2023, entrou em vigor um regulamento – incluído na Lei Geral das Telecomunicações – que é mais protetor para os consumidores e que já estabelecia o seu direito a não receber chamadas indesejadas para fins comerciais sem consentimento prévio. Além disso, os consumidores têm a possibilidade de se inscreverem na lista de exclusão de publicidade (Lista Robinson) ou de exercerem os seus direitos de proteção dos dados pessoais.

As fontes consultadas afirmam que não faz sentido mexer no regulamento um ano e pouco depois, exigindo agora um pedido expresso, porque não houve tempo para ver resultados e, além disso, põe em causa uma forma importante de atrair e comunicar com os clientes para muitos comerciantes independentes.

O governo já proibiu a contratação de eletricidade e gás em residências e está agora a ponderar esta nova proibição em resposta aos relatórios da CNMC, que encontrou deficiências e abusos nestas práticas comerciais e de contratação.

A este respeito, o setor sublinha que as queixas devem ser contextualizadas em relação ao volume de clientes no mercado e acrescenta que a entidade reguladora tem uma perceção que não reflete a situação real. Concordam em monitorizar e incentivar um processo transparente que conduza à confiança dos consumidores.

Referem também a contradição que consideram estar implícita no facto de este organismo público, que deveria assegurar o grau de concorrência no setor, defender uma medida que, na opinião destas empresas, vai no sentido oposto, pois entendem que se destina a beneficiar os grandes grupos dominantes do setor energético em Espanha. As empresas comercializadoras exigem que esta medida seja devidamente justificada e motivada, pois defendem que os efeitos da sua possível aplicação são muito negativos em relação à livre comercialização no setor elétrico.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 12 de setembro

  • ECO
  • 12 Setembro 2024

Ao longo desta quinta-feira, 12 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 12 Setembro 2024

CCB abre as portas à conferência Energy 2024 organizada pelo ECO. Ex-ministro da Educação será ouvido no Parlamento. Ministério das Saúde reúne com enfermeiros e BCE toma decisão sobre taxas de juro.

O Centro Cultural de Belém recebe a Conferência Energy 2024 organizada pelo ECO. No mesmo dia, a ministra da Saúde reúne com o sindicato dos enfermeiros para negociar sobre os aumentos fraseados até 2026, o INE divulga dados dos salários e emprego na construção e o ex-ministro da Educação vai ser ouvido em Parlamento. Lá fora, o Banco Central Europeu (BCE) vai anunciar as decisões quanto às taxas de juro para a Zona Euro.

BCE anuncia decisão sobre taxas de juros

O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) reúne em Frankfurt, Alemanha, para mais uma decisão de política monetária. A presidente do BCE, Christine Lagarde, deve anunciar um novo corte das taxas de juro na conferência de imprensa e deixar pistas sobre o próximo encontro do banco central. Na última reunião, em julho, o BCE manteve as taxas de juro.

Como evoluíram os salários na construção?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os índices de produção, emprego e remunerações na construção relativas a julho e estatísticas rápidas do transporte aéreo do mesmo mês. Lá fora, o órgão estatístico europeu divulga dados sobre estadias em estabelecimentos turísticos em julho e a Agência Internacional de Energia disponibiliza o relatório mensal do mercado do petróleo.

Ministério das Saúde reúne com o sindicato dos enfermeiros

O Ministério da Saúde volta a reunir-se com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Em cima da mesa de negociações está a proposta da plataforma Compromisso pela Enfermagem (que junta cinco sindicatos) de aumentos faseados até 2026 de dois índices remuneratórios da tabela da carreira de enfermagem que corresponderão a cerca de 400 euros. Os sindicatos já avisaram que não vão abrir mão do aumento de dois índices remuneratórios.

Ex-ministro da Educação ouvido em Parlamento

O ex-ministro da Educação, João Costa, vai prestar esclarecimentos aos deputados acerca das irregularidades na colocação dos professores no âmbito do concurso interno e externo. Já na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública vai a votação os requerimentos para chamar a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, relativo ao relatório da Inspeção-Geral das Finanças às contas da TAP e o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

Conferência Energy 2024

A Conferencia Energy 2024 organizada pelo ECO vai ter lugar esta quinta-feira. No Centro Cultural de Belém vai estar em debate temas como a transição energética e os desafios renováveis. Entre os oradores encontra-se Pedro Verdelho, presidente do conselho de administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), João Galamba, ex-secretário de Estado da Energia, Nuno Ribeiro da Silva, professor universitário, Emanuel Proença, CEO da Savannah, e Maria João Pereira, secretária de Estado da Energia.

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Cimeira Global de Inteligência Artificial (GAIN) 2024, em Riade, chega ao fim com a presença de mais de 32 000 delegados

  • Servimedia
  • 12 Setembro 2024

O evento contou com mais de 450 oradores de mais de 100 países e acolheu 150 sessões de debate sobre várias questões relacionadas com a IA.

Líderes de Inteligência Artificial (IA) de todo o mundo reuniram-se durante a Cimeira Global de Inteligência Artificial (GAIN) em Riade, na Arábia Saudita. Organizada pela Autoridade Saudita de Dados e Inteligência Artificial (SDAIA), a GAIN 2024 – a terceira edição da cimeira – explorou tópicos-chave como a IA generativa, a IA na vida urbana e a sua governação ética, garantindo uma discussão abrangente sobre o impacto da tecnologia na sociedade, nos negócios e na governação.

Este evento marcante reuniu os maiores talentos da IA em quatro palcos: AI Minds, AI Synergy Sessions, Deep Learning Sessions e AI Unplugged Sessions, acolhendo simultaneamente painéis, mesas redondas, palestras e keynotes.

O GAIN contou com mais de 450 oradores de mais de 100 países e acolheu 150 sessões que discutiram o Agora, o Próximo e o Nunca da IA, com a presença de mais de 32 000 delegados ao longo dos três dias.

Os principais oradores incluíram Cristiano Amon (Presidente e CEO da Qualcomm Incorporated), Martin Kon (Presidente e COO da Cohere), Nick Studer (Presidente e CEO do Oliver Wyman Group) e Marc Raibert (Fundador da Boston Dynamics).

A GAIN realiza-se de 10 a 12 de setembro de 2024 no Centro Internacional de Convenções King Abdulaziz, em Riade, na Arábia Saudita.

 

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Mais de 70% dos executivos considera a chefia tóxica e 42% quer sair da empresa

Na hora de sair das empresas chefias tóxicas pesa mais do que os salários, aponta estudo da AESE junto a executivos entre os 40-55 anos. Há que "promover lideranças competentes e humanistas".

Cerca de metade dos executivos já “pensou seriamente” em sair da empresa no último ano, por causa de uma chefia e de uma cultura empresarial tóxica, aponta o estudo “Atrito e Retenção de talento”, da AESE Business School, a que o ECO teve acesso. Mulheres, profissionais com mestrado e que exercem cargos técnicos são quem mais considera sair da empresa por esse motivo. É recomendado, por isso, que sejam “promovidas lideranças competentes e humanistas”.

O estudo realizado pela AESE junto de antigos alunos da escola de negócios traça um retrato da relação que estes — na sua maioria (94%) executivos, com idades compreendidas entre os 40-55 anos — mantêm com a sua empresa. E o resultado não é animador: 42,3% considerou seriamente sair da empresa. Mais de metade motivada por chefias tóxicas (73,3%) e cultura empresarial tóxica (58%).

José Fonseca Pires, da AESE

 

José Fonseca Pires, diretor e professor de Comportamento Humano na Organização, da AESE Business School, e um dos autores do estudo, elenca o que leva estes profissionais a classificar como tóxica a sua organização.

“Os aspetos que mais contribuem para que os jovens executivos considerem a sua realidade empresarial como tóxica, e sem ter a preocupação de estabelecer um ranking, são: a comunicação ineficaz ou inexistente; os ambientes de competição desleal; uma liderança apoiada em comportamentos abusivos, favoritismos, microgestão; falta de reconhecimento; níveis de stress excessivos; ambientes onde existem práticas discriminatórias ou desigualdades nas oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional; falta de segurança psicológica e ambientes culpabilizantes“, enumera o docente.

Mulheres e quadros técnicos são quem mais quer sair

O estudo — que tem ainda como autores António Capela e Pedro Afonso (AESE) e Miguel Fonseca, da Universidade Nova de Lisboa, realizou-se junto de antigos alunos da AESE, tendo obtido 751 respostas (645 completas), de dois terços de homens, de diversos setores de atividade e de tipologia de empresas –, revela ainda que é junto das mulheres que essa vontade de sair da companhia é mais acentuada, com um total de 47,4% das mulheres vs 35,6% dos homens a manifestar essa intenção.

Uma diferença de género que pode resultar de uma combinação de “fatores sociais, culturais e organizacionais”. José Fonseca Pires enumera alguns deles: “as mulheres podem sentir uma pressão maior para equilibrar as exigências profissionais com as responsabilidades familiares. Em ambientes de trabalho tóxicos, as mulheres podem experimentar mais intensamente atitudes discriminatórias e comportamentos sexistas”.

“A falta de representação da liderança feminina pode resultar em menos suporte e valorização das mulheres; embora os ambientes tóxicos afetem a saúde mental de todos os colaboradores, as mulheres podem estar mais sintonizadas com suas necessidades de bem-estar e, priorizar mais a sua saúde emocional”, acrescenta.

É também entre os profissionais com mestrado (48,1%) e que exercem cargos técnicos (64,1%) que essa vontade de sair das empresas é mais acentuada, quando comparado com profissionais com o ensino secundário (26,1%) e com cargos de alta direção (35,4%).

A falta de representação da liderança feminina pode resultar em menos suporte e valorização das mulheres; embora os ambientes tóxicos afetem a saúde mental de todos os colaboradores, as mulheres podem estar mais sintonizadas com suas necessidades de bem-estar e, priorizar mais a sua saúde emocional.

Falta de autonomia e a possibilidade de assumir responsabilidades são outros fatores determinantes para esse sentimento. “Fala-se muitas vezes que, em Portugal, estamos perante ‘a geração mais bem preparada de sempre’; por isso, estas pessoas necessitam de ter oportunidade de ter um âmbito de decisão, de desenvolver projetos e equipas, de dar campo à sua criatividade e inovação. Muitos necessitarão de passar de uma função meramente técnica para uma área de gestão e de direção“, argumenta José Fonseca Pires.

Num momento em que no país se discute os baixos salários que levam à ‘fuga de cérebros’ para o mercado externo, as remunerações não são o fator mais destacado pelos inquiridos como motivo para a saída das empresas. “O estudo de campo que fizemos aponta, claramente, para a importância primordial de outros fatores, como causas de saída de talento das organizações; e por ordem de importância, chefia tóxica (73,3%), cultura empresarial tóxica (58,0%), falta de perspetivas de carreira (41,8%) e falta de reconhecimento (39,5 %)”, relata o docente.

“A baixa remuneração vem a seguir, com 38,3%; é um fator não despiciendo, mas as pessoas inquiridas não colocaram este fator como o principal motivo que os leva a pensar seriamente numa saída da empresa”, descreve o mesmo.

O que mudar nas empresas?

Face a este sentimento, de que modo as empresas podem atuar para reduzir os seus níveis de ‘toxicidade’ e, com isso, reduzir a saída de talento? A mudança começa na liderança de topo, sugerem os dados do estudo.

“Haverá dois tipos de estratégias: em primeiro lugar, reduzir o atrito, isto é, as saídas voluntárias; para tal, tudo começa por promover lideranças competentes e humanistas. É necessário reconhecer nos líderes ambos os aspetos: competência, para que se desenvolva confiança nas suas capacidades; E de humanismo para gerar confiança nos valores e nas intenções do líder da organização”, começa por referir o professor de Comportamento Humano na Organização, da AESE Business School.

Em segundo lugar, indica, as empresas devem implementar “estratégias que promovam a fidelização dos colaboradores; Aqui parecem ser relevantes os seguintes fatores: dar espaço para que tenham mais responsabilidades, e autonomia; políticas de reconhecimento do mérito e de valorização profissional, bem como fazer “um acompanhamento discreto, atento e personalizado que permita reagir prontamente diante de sinais de burnout”, assim como “dar oportunidades de formação em Direção e Gestão, de modo a dar ferramentas para a progressão profissional.”

Haverá dois tipos de estratégias: em primeiro lugar, reduzir o atrito, isto é, as saídas voluntárias; para tal, tudo começa por promover lideranças competentes e humanistas. É necessário reconhecer nos líderes ambos os aspetos: competência, para que se desenvolva confiança nas suas capacidades; e de humanismo para gerar confiança nos valores e nas intenções do líder da organização.

Os dados do estudo parecem sustentar esta visão, com 65% a apontar uma chefia que valoriza o trabalho e bom ambiente como um dos fatores que fidelização à empresa. Perspetivas de carreira (53,3%), o favorecimento de uma cultura empresarial positiva (50,8%) e incentivos financeiros (43,8%) são também fatores referidos no inquérito. Mas não só. Cerca de metade (46,5%) refere o fato da empresa fomentar um equilíbrio entre trabalho e família.

Nesse sentido, a adoção de modelos de trabalho, como a semana de quatro dias ou o híbrido, poderia contribuir para uma melhoria das relações, mitigando essa perceção de toxicidade? “Ainda está muito em aberto”, admite José Fonseca Pires. Para o docente, há “uma variabilidade grande consoante setores de atividade, nível de responsabilidade na empresa, função a desempenhar na organização, fatores pessoais e familiares…”.

“O isolamento e a quebra de relações pessoais e profissionais, favorecidas pelo trabalho remoto e pela menor presença no local de trabalho, são fatores de infelicidade e de desgaste pessoal… Mas também é certo que devemos ter em conta o tempo que se poupa quando se fica em casa a trabalhar, a conveniência que a presença em casa pode proporcionar, etc. É um tema para o qual não há respostas unívocas; a solução a adotar pelo líder deve basear-se naquilo que ouvir das pessoas, consultando a sua equipa de direção e afinando conforme o que for observando nas pessoas e no negócio“, sugere.

Em Portugal, o piloto da semana de quatro dias aliviou níveis de stress nos trabalhadores das empresas que adotaram a jornada de trabalho mais curta, sem aparente impacto na produtividade, mas os empresários dizem que há que testar mais.

“Parece-me prudente a atitude e as sugestões dos empresários. O tema é relevante, a preocupação pelo bem-estar dos colaboradores deve ser uma prioridade, mas a produtividade e a criação de riqueza é um imperativo das empresas, que lhes garante continuidade e que não deve ser descurado. Façam-se mais e melhores estudos, também longitudinais, para se perceber se estes efeitos se alteram com o passar do tempo, pois assuntos sérios devem ser encarados e resolvidos com ponderação e segurança”, diz o docente, quando instado a comentar a posição dos empresários.

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Não deixem que o Estado seja ridicularizado

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  • 12 Setembro 2024

Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & Partner, partilha a sua opinião sobre a fuga do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus.

Nos últimos dias o País assistiu de forma atónita, quase em directo, a mais um colapso da credibilidade do Estado. Primeiro, com a fuga do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus. Depois, com a conferência pública de diferentes agentes e forças do Sistema de Segurança Interna (de onde, em bom rigor, só se salvou o Diretor Nacional da Polícia Judiciária).

Perante o silêncio ensurdecedor da Ministra da Justiça o espaço público foi ocupado por 48 horas com diferentes representantes sindicais e com imagens sucessivas da famigerada escada da fuga que ridiculariza o Estado, ridiculariza a Direção-Geral dos Serviços Prisionais e ridiculariza, em geral, todos os agentes públicos.

Percebo que a Ministra preferisse falar quando estivesse munida de todas as informações relevantes. Percebo também que os Directores-Gerais têm que assumir responsabilidades, inclusivamente de comunicação (que saudades de Luis Miranda Pereira ou de Maria Clara Albino). Reconheço também que o excesso de comunicação pode ser pernicioso, sobretudo quando estamos a falar de políticos com provas profissionais dadas mas com reduzida – ou nenhuma – experiência política. E aí lamento dizê-lo mas não.

O Governo não falou no tempo devido. Falou tarde e falou mal. A comunicação efetuada – e a comunicação autorizada – em vez de tranquilizar levantou mais dúvidas. Em vez de clarificar trouxe perplexidade. Demonstrou que o problema é transversal e inclui igualmente Governos anteriores. Verdadeiramente, ninguém sai bem da fotografia.

"A ausência de comunicação, alimentada apenas com a comunicação do Director-Geral dos Serviços Prisionais foi um momento de gestão de crise absolutamente desastroso”

Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & Partner

Momentos de crise não são momentos normais de comunicação (recordo a aprendizagem obtida com o Ministro Miguel Macedo ou mesmo com o Vice-Ministro Paulo Portas em diferentes momentos de crise, vividos no Ministério da Administração Interna nos anos da troika). Não quero ser injusto com a Ministra da Justiça, pessoa com reconhecidas capacidades profissionais e profundo conhecimento do sector, mas o estado de graça desapareceu ao ritmo dos 4 minutos fatídicos da fuga. Terá que ser a primeira a ter noção disso, já que fica sem margem de erro.

A ausência de comunicação, alimentada apenas com a comunicação do Director-Geral dos Serviços Prisionais foi um momento de gestão de crise absolutamente desastroso. Atrevo-me mesmo a dizer que depois das declarações públicas proferidas pelo Diretor-Geral não restaria outra alternativa que não fosse uma saída consensualizada ou a demissão imediata do cargo.

O Governo deve reconhecer isso mesmo para evitar que comunicacionalmente situações destas se possam repetir. Também elas contribuem para a ridicularização das instituições e do Estado.

Numa altura em que o País político se entretém a discutir e negociar um orçamento do Estado que todos fingem não querer aprovar, mas que naturalmente terá que ser aprovado, há estruturas centrais da Governação que merecem, seguramente, um processo negocial intenso e rápido das principais forças políticas. O objectivo pode ser bem simples: evitar que o Estado, no âmbito do exercício das suas funções de soberania, seja ridicularizado ou volte a ficar numa situação tão insustentável como esta de Vale de Judeus ou como a outra de Tancos.

Infraestruturas obsoletas, escassez de recursos humanos especializados, ausência de perspetiva de carreira, falta de condições de progressão e carreira. Se pensarmos nas estruturas centrais da Governação, onde o Estado assume funções de soberania – Segurança, Defesa e Justiça – chegamos à conclusão que o cenário actual é preocupante. Há uma degradação evidente e falamos de profissões que precisam de futuro.

Com isto, não quero desvalorizar a importância da aprovação do Orçamento do Estado. Os principais Partidos seguramente não deixarão de encontrar a narrativa necessária para aprovar o OE 2025. Seja invocando o sentido de Estado, seja o cumprimento do programa político, seja o benefício da dúvida, seja até o próprio interesse nacional. É óbvio que o Orçamento para 2025 terá que ser aprovado e julgo que nenhum responsável político está hoje convencido do contrário (mesmo que não subscreva as opções políticas, económicas e sociais do actual Governo).

Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & Partner
Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & PartnerHugo Amaral/ECO

O País não se pode dar ao luxo de transmitir uma imagem de imaturidade, de incerteza e de instabilidade. Do ponto de vista económico, social e político é tudo aquilo que o País neste momento não precisa. É tudo aquilo que empresas e famílias agora dispensam, sobretudo num momento em que existe a expetativa de se conseguir começar a recuperar alguma competitividade financeira e bancária com impacto directo no orçamento das empresas e das famílias.

Os políticos responsáveis não podem ignorar esta realidade. Aliás, mesmo Pedro Nuno Santos, se fizer bem as coisas, poderá ter aqui o volte-face que tanto ambiciona para mostrar também que acima do seu interesse pessoal e partidário está o interesse nacional. Por outro lado, isso obrigará a que PSD se concentre mais na governação a prazo e não numa governação preocupada com as eleições do dia seguinte.

Dito isto, este é também o momento para que os Partidos do arco da governabilidade se encontrem e possam debater em conjunto soluções para evitar a degradação do Estado e das instituições. Ela está aí e entra todos os dias pela televisão, seja nas prisões, nos quartéis, nas esquadras ou nos Tribunais. Nestas três áreas de soberania importa definir um caminho que possa ser imune às naturais alternâncias partidárias. Os Partidos que estiveram no Governo, os que estão novamente, têm todos responsabilidades sérias nestas três áreas e só uma infantilidade política-partidária justifica que não se entendam sobre linhas mestras de actuação.

Há que recuperar o edificado, há que reforçar equipas de agentes e funcionários públicos essenciais às funções de soberania, há que dar perspectiva de carreira e de progressão e há que valorizar profissões.

Estamos a falar de profissões essenciais a funções de soberania: militares, polícias, guardas de forças e serviços de segurança especializados, magistrados, oficiais de justiça, apenas para dar alguns bons exemplos. Não podemos repetir Tancos ou Vale de Judeus.

Alguém pode garantir que amanhã mesmo não poderemos ser confrontados com uma qualquer situação bizarra numa Prisão, num Quartel, numa Esquadra ou mesmo num Tribunal?

Não deixem que o Estado seja ridicularizado. Não há tempo a perder.

Filipe Lobo d’Avila, Advogado.

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