Grupo Libertas avança com quatro novos projetos imobiliários de 100 milhões no Algarve

Faro, Albufeira e Loulé acolhem novos investimentos do grupo português, que em duas décadas desenvolveu 18 projetos imobiliários de 240 milhões de euros na região, com mais de 800 residências.

A comemorar duas décadas de atividade no sul do país, o grupo Libertas vai avançar com quatro novos projetos imobiliários em Faro, Albufeira e Loulé, num investimento global de 100 milhões de euros. A região do Algarve representa um terço da atividade do grupo português, fundado por António Gonçalves.

Além do Lux Garden Evo, em Faro, com 120 habitações, que começa a ser construído no próximo mês, o grupo vai lançar a construção do Unique Albufeira, com 150 frações, em fevereiro de 2025. Para o próximo ano tem ainda calendarizado o arranque de um aldeamento turístico junto à Marina de Albufeira, onde pretende desenvolver também um hotel, e ainda de um novo empreendimento em Loulé.

“É com um enorme orgulho que estamos há 20 anos no Algarve e com uma presença tão consolidada. O balanço é extremamente positivo, já que conseguimos afirmar-nos e tornar-nos numa referência no setor imobiliário e num dos maiores players a atuar na região sul do país”, comenta o administrador do Grupo Libertas, Pascal Gonçalves.

Nas últimas duas décadas, o grupo desenvolveu 18 projetos imobiliários no Algarve, totalizando mais de 800 unidades residenciais entregues, com investimentos na ordem dos 240 milhões de euros. Cerca de metade destas habitações foram adquiridas por portugueses residentes em território nacional e perto de 12% por portugueses residentes no estrangeiro.

Em Albufeira, no bairro da Correeira, a Libertas construiu de raiz uma zona residencial composta por 80 moradias e 320 apartamentos – os Albufeira Design Villas & Apartments. O grupo português assegura que “estão já outros projetos em fase de construção”, nomeadamente o empreendimento Albufeira Garden, que já se encontra em comercialização.

Também em Faro, junto ao Forum Algarve, colocou nos últimos anos no mercado um total de 298 apartamentos, repartidos pelos condomínios Lux Terrace, Panoramic Pool e Lux Garden, refere o grupo em comunicado enviado às redações.

Já em Lagoa, mais precisamente em Ferragudo, a aposta tem sido na construção e promoção de moradias familiares, com 64 unidades já finalizadas até ao momento, estando outras 29 a caminho: as Arade Villas.

O Grupo Libertas, de capital 100% português, emprega 90 pessoas, conta com mais de três décadas de experiência e concentra a a atividade sobretudo nas zonas litorais, designadamente em localidades como Lisboa, Alcochete, Seixal, Albufeira, Lagoa e Faro.

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Connected compra solução tech já usada para monitorizar vinhas no Douro

A startup do setor espacial vai "em breve" lançar um serviço pessoal para envio de mensagens com recurso a satélites em zonas remotas com operadora norte-americana.

Fundadores da Connected

A Connected, startup portuguesa que desenvolve soluções de conectividade NB-IoT (baixa largura de banda para a Internet das Coisas) a partir do espaço, comprou a solução de conectividade da SpaceWay, usada recentemente no Parque Natural do Douro Internacional para monitorizar vinhas em zonas com fraca cobertura de rede. A startup prepara-se para, “em breve”, lançar com uma operadora de telecomunicações norte-americana um serviço pessoal para envio de mensagens com recurso a satélites em zonas remotas.

“A Connected conta já com uma equipa de 17 pessoas, sendo que contamos fechar o ano com uma equipa de 20. Muito em breve, em parceria com um operador de telecomunicações americano, faremos o lançamento do nosso primeiro produto IoT para uso pessoal com capacidade de localização e envio de mensagens em zonas remotas, recorrendo a satélites no espaço”, revela Tiago Rebelo, cofundador e CEO da Connected, ao ECO.

“Do ponto de vista dos mercados, o nosso foco passa por consolidar o nosso crescimento na Europa, reforçando as nossas parceiras, em particular com operadores de rede móvel e fabricantes e operadores de satélites, algo que faremos em 2025 juntamente com a demonstração do nosso sistema proprietário de comunicações a partir do espaço“, refere ainda o CEO da startup, ao ECO.

Fundada em 2023 por André Guerra, Hélder Oliveira, Raquel Magalhães e Tiago Rebelo, com escritórios na Uptec, no Porto, e sede no Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, onde está incubada como parte da iniciativa de incubação de empresas da Agência Espacial Europeia (ESA-BIC), a startup desenvolve soluções de conectividade IoT a partir do espaço. Fechou em fevereiro uma ronda de investimento pré-seed de dois milhões de euros, a maior de sempre captada por uma empresa do setor espacial em Portugal. Entre os objetivos estava avançar com testes no espaço já este ano.

“Sendo o sistema da Connected embarcado a bordo de satélites de terceiros, neste caso o mesmo será testado no espaço a bordo de um satélite dos nossos parceiros”, explicava na época, Tiago Rebelo ao ECO.

Reforço com solução tecnológica

Agora acaba de comprar a solução de conectividade da SpaceWay, a UNioT, rebatizada de Sharing, bem como a base de clientes e parceiros. “A aquisição inclui a compra do produto, todo o IP do produto e direitos exclusivos de comercialização e parcerias, o que impede a SpaceWay de desenvolver e fazer negócio com produtos na área de negócios de comunicações IoT”, explica fonte oficial, quando instada a explicar os termos do negócio.

“O principal interesse da Connected com a aquisição é a tecnologia, uma vez que a startup vai usá-la para integrar outras tecnologias que a Connected já desenvolveu”, reforça.

Esta tecnologia “oferece conectividade IoT via satélite em áreas remotas ou com fraca cobertura de rede, combinando comunicação LoRa com satélites que atuam como repetidores de mensagens ou gateways no espaço”, explicam. A solução “capitaliza a infraestrutura de comunicações espaciais existente” e permite expandir “a cobertura das redes terrestres existentes sem a necessidade de alterar os dispositivos já instalados no terreno“, podendo ser aplicada em diversas indústrias, da agricultura, onde facilita a monitorização de atividades agrícolas em locais remotos, à monitorização ambiental, apoiando a conservação e a deteção de incêndios florestais, por exemplo.

“O acordo com a SpaceWay, que integra a aquisição da solução Sharing, antes chamada de UNIoT, alarga a abrangência dos nossos produtos e traz-nos a oportunidade de diversificarmos as nossas áreas de atuação. A eficácia desta solução, comprovada recentemente no Parque Natural do Douro Internacional com a monitorização de vinhas em zonas com fraca cobertura de rede, permitirá à Connected acelerar o seu crescimento no mercado, alargando a nossa oferta e o leque de clientes e parceiros estratégicos”, diz Tiago Rebelo, citado em comunicado.

A procura por conectividade a partir do espaço está a crescer, impulsionada pelo crescimento exponencial de dispositivos IoT em áreas desprovidas de cobertura de rede móvel celular terrestre. Estima-se que número de dispositivos IoT que precisarão de conectividade via satélite excederá os 21 milhões, em todo o mundo, até 2026. Cerca de 80% do planeta não tem cobertura de rede móvel celular terrestre, segundo números partilhados pela empresa.

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Sport Zone incentiva à retoma da prática desportiva pós-verão em nova campanha

  • + M
  • 4 Setembro 2024

A campanha, que vai estar no ar até 23 de outubro, visa reforçar o posicionamento da marca e motivar a comunidade a recuperar e a introduzir hábitos saudáveis e a prática desportiva na sua rotina.

É sob o mote “Nunca é tarde para as tuas metas” que a Sport Zone lança uma nova campanha com o objetivo de motivar a comunidade a retomar a prática desportiva no período pós-verão.

Procurando estabelecer uma ligação emocional com o público assim como reforçar o posicionamento da Sport Zone, a campanha conta com a participação das influenciadoras Raquel Antunes e Carolina Brazona e marca presença em televisão, digital e ponto de venda.

Assinada pela Rosebud, conta com o planeamento de meios da Zenith e a produção da Somos Montaña.

“Estamos entusiasmados por lançar a campanha de ‘Regresso ao Desporto’, que reflete o nosso compromisso em inspirar e apoiar a nossa comunidade na concretização dos seus objetivos desportivos. Com uma vasta gama de marcas internacionais e opções para várias modalidades, oferecemos aos nossos clientes a qualidade de que precisam a preços acessíveis”, diz Sara Ribeiro, global brand manager Sprinter & Sport Zone, citada em comunicado.

“Acima de tudo, queremos que a nossa comunidade sinta que nunca é tarde para transformar sonhos em conquistas, e que a Sport Zone está aqui para a acompanhar em cada passo desse percurso”, acrescenta.

Em termos televisivos, a campanha é transmitida num spot de 20 segundos com o conceito geral, assim como em três filmes adicionais de 10 segundos focados em cada um dos principais desportos em que a Sport Zone atua como marca – running, futebol e fitness.

A ideia passa por pensar que setembro é o verdadeiro janeiro — um mês de novos começos – com a Sport Zone a assumir-se como um “friendly coach” apoia a comunidade a alcançar as suas metas.

Já no digital, além da difusão da campanha, a marca aposta também numa ativação digital inspiradora intitulada “Transforma o teu ‘Eu Nunca’ num ‘Eu Já’” que conta com a participação de vários influenciadores.

Esta ação tem como principal objetivo “inspirar a comunidade a identificar novas metas desportivas, mostrando que com disciplina e motivação, nunca é tarde para transformar corpo e mente”, refere-se em nota de imprensa.

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Neeleman reitera explicações que deu em 2023 sobre investimento na TAP

  • Lusa
  • 4 Setembro 2024

Neeleman rejeitou que os chamados 'fundos Airbus' tenham sido usados para comprar ações da transportadora aérea, garantindo mesmo que ajudaram a salvar a companhia "de uma insolvência".

O empresário David Neeleman, antigo acionista da TAP, disse esta quarta-feira que não tem conhecimento do teor do recente relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) e reiterou as explicações que deu em 2023, segundo uma nota. “Sobre o recente relatório da IGF de que tive conhecimento apenas através de notícias da comunicação social portuguesa, não conheço o seu teor”, começa por dizer o empresário na informação, enviada à Lusa.

“Mas sobre o investimento na TAP, em 2015, remeto para as respostas escritas que dei à comissão de inquérito do parlamento português e para artigo que publiquei no jornal Expresso em março de 2023, no qual expliquei detalhadamente o nosso investimento e a privatização na TAP”, destacou.

Nas respostas à comissão de inquérito, conhecidas em junho do ano passado, Neeleman rejeitou que os chamados ‘fundos Airbus’ tenham sido usados para comprar ações da transportadora aérea, garantindo mesmo que ajudaram a salvar a companhia “de uma insolvência imediata”.

O empresário referiu nessa altura que os montantes qualificados como ‘fundos Airbus’, uma terminologia que considera estar a ser usada “impropriamente”, não “serviram para adquirir as ações da TAP”. Pelo contrário, assegurou, “as ações da TAP foram pagas pela Atlantic Gateway à Parpública pelo valor acordado e que correspondeu a 10 milhões de euros”.

Segundo Neeleman, “este preço foi pago com fundos próprios da Atlantic Gateway”, acrescentando que “antes de ser efetivado qualquer acordo com a Airbus”, antes de “ter administradores nomeados na TAP, antes de ter qualquer ação ou direito de voto na TAP, a Atlantic Gateway teve de pagar à Parpública, com fundos próprios, um adiantamento de preço no montante de dois milhões de euros, em 24 de junho de 2015, data da celebração do acordo de venda direta”.

Também o empresário Humberto Pedrosa considerou esta terça-feira ser “falso e leviano” afirmar que a TAP foi comprada com dinheiros próprios e garantiu que ficou com prejuízo após ter injetado dinheiro na empresa.

“É falso, por não corresponder à verdade, e leviano dizer que a TAP foi adquirida, no âmbito da privatização, por fundos da própria companhia”, afirmou Humberto Pedrosa, em declarações enviadas à Lusa, reagindo às conclusões do relatório da Inspeção Geral de Finanças (IGF) sobre a TAP.

No documento da IGF pode ler-se que a Atlantic Gateway, consórcio de David Neeleman e Humberto Pedrosa, adquiriu 61% do capital da TAP, SGPS, “comprometendo-se a proceder à sua capitalização através de prestações suplementares de capital, das quais 226,75 milhões de dólares americanos (MUSD) foram efetuadas através da sócia DGN Corporation (DGN) com fundos obtidos da Airbus”.

Aquele montante de capitalização, acrescenta, “coincide com o valor da penalização (226,75 MUSD) assumida pela TAP, SA, em caso de incumprimento dos acordos de aquisição das 53 aeronaves (A320 e A330), o que evidencia uma possível relação de causalidade entre a aquisição das ações e a capitalização da TAP, SGPS e os contratos celebrados entre a TAP, SA e a Airbus”.

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Chega mantém-se fora das negociações do OE, mas admite aprovar propostas sobre IRC e IRS Jovem

  • Lusa e ECO
  • 4 Setembro 2024

 Líder do Chega garante que está fora das negociações, mas está disponível para viabilizar IRS Jovem e IRC como diplomas autónomos. Estas são duas linhas vermelhas do PS.

O presidente do Chega garantiu esta quarta-feira que a decisão de o partido se excluir das negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) “é mesmo irrevogável”, mas admitiu aprovar propostas relativas a IRC e IRS Jovem se estiverem fora desse contexto.

“O que eu quero dizer ao dia de hoje é que o país sabe que o Governo nos enganou e, quando é assim, é mesmo irrevogável que nós estamos fora destas negociações, é com o PS que têm de negociar“, afirmou, antes de uma reunião na Valorsul, empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos na zona de Lisboa.

André Ventura garantiu que este “não é um irrevogável como um outro dado há 10 anos atrás”, numa referência à demissão do antigo vice-primeiro-ministro e líder do CDS-PP Paulo Portas, que acabou por não se concretizar, reclamando ser “um líder de caráter e de palavra”.

O líder do Chega admitiu aprovar algumas medidas, desde que não sejam incluídas no Orçamento, como o IRS Jovem e o IRC, que já entraram como diplomas autónomos no Parlamento, duas linhas vermelhas do PS.

Se o Governo quiser retirar do Orçamento, da negociação orçamental, e quiser fazer um retificativo, um documento isolado, ou um projeto legislativo diferenciado, onde constam os acordos a que chegou com as forças profissionais, ou em matéria de IRS e de IRC, nós cá estaremos para o aprovar, porque são medidas com as quais nós concordamos”, indicou, justificou que se o Governo “estiver realmente empenhado em aprovar estas matérias, vai retirá-las do Orçamento de Estado e vai pô-las noutra sede, e então terá a aprovação garantida pelo menos da parte do Chega”.

O líder do Chega considerou que “já não há condições” para um entendimento orçamental com o Governo e confirmou que enviou uma carta ao primeiro-ministro a dar conta de que as negociações “estavam suspensas“, à qual não teve ainda resposta. “O Governo escolheu o seu parceiro, deve levar até ao fim estas negociações com o seu parceiro”, defendeu, referindo-se ao PS. Adiantou ainda que o partido vai apresentar propostas de alteração à proposta orçamental que for apresentada pelo Governo.

Questionado se é impossível as negociações em torno do Orçamento do Estado para o próximo ano serem recuperadas, André Ventura reconheceu que “em política não há impossíveis”, mas acusou o Governo de traição.

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Líder dos advogados de Lisboa recusa-se a testemunhar em julgamento. Ministério Público já está a investigar

Em causa uma audiência de julgamento que decorreu a 28 de Junho em que o advogado foi chamado como testemunha num processo que envolvia uma funcionária da delegação de Sintra da Ordem dos Advogados.

O presidente do Conselho Regional de Lisboa (CRL), João Massano, tem um inquérito a decorrer no Ministério Público (MP) contra si por alegada desobediência à lei. Em causa uma audiência de julgamento que decorreu a 28 de Junho deste ano – no Tribunal de Trabalho de Cascais – em que o advogado foi chamado como testemunha num processo que envolvia uma funcionária da delegação de Sintra da Ordem dos Advogados (OA). Fonte oficial da PGR não respondeu, em tempo útil ao pedido de esclarecimento do ECO mas fonte do MP garantiu que o inquérito já deu entrada.

Chamado a depôr, o líder dos advogados de Lisboa da OA recusou-se a responder à questão da juíza, alegando o segredo profissional que vincula os advogados. Mas a magistrada não teve esse entendimento – defendendo que o advogado estava na sessão de julgamento enquanto membro do CRL da Ordem dos Advogados. “A posição assumida pela testemunha, de recusa de responder à pergunta que lhe foi formulada sobre as tarefas exercidas pela autora da ação na delegação de Sintra da OA não se afigura legítima, considerando que tal matéria não diz respeito às atribuições estatutárias da Ordem dos Advogados mas a uma relação laboral estabelecida entre a mesma delegação do CRL e a trabalhadora”, explica a magistrada na ata, a que o ECO teve acesso.

Contactado pelo ECO/Advocatus, João Massano explica que “resulta com meridiana clareza de uma interpretação literal da norma do art.º 92.º, n.º 1, al. b), do Estatuto da OA que, tendo tido conhecimento dos factos exclusivamente em virtude do cargo que ocupo e das funções por mim exercidas na Ordem dos Advogados, estou obrigado ao segredo profissional. Poderá eventualmente não ser assim numa análise casuística dos factos concretamente em causa, ponderando-se, convenientemente, o teor do facto (nem tudo o que é revelado ao advogado é, em si, um segredo) a forma como o conhecimento do facto chegou ao advogado, quem o revelou e em que quadro fáctico, as circunstâncias do conhecimento e da revelação. Por isso, nnão podia deixar de zelar pelo cumprimento estrito do EOA, acautelando o dever de guardar sigilo profissional/funcional que, em tese e em abstrato, sobre mim recaía”, diz o advogado.

João Massano explica ainda que, três dias antes da sessão de julgamento em que iria testemunhar – a 25 de junho – enviou um requerimento para que lhe fosse dado conhecimento dos factos sobre os quais se pretendia que depusesse. ” Sobre esse seu requerimento recaiu um despacho pelo qual se indeferiu o requerido pela testemunha, por nenhum fundamento válido se vislumbrar em tal pedido”. Criticando ainda a juíza do juízo de Cascais dizendo que “estava vedado à Meritíssima Juiz decidir pela ilegitimidade da escusa invocada sem ouvir previamente o Órgão da Ordem dos Advogados estatutariamente competente para se pronunciar acerca do sigilo, ainda que tal parecer possa não ser vinculativo. Não competindo assim à Meritíssima Juiz decidir, sem mais, pela ilegitimidade da escusa, dizendo que não tem dúvidas. Em primeiro lugar, ao contrário do que consta no segundo dos despachos recorridos, a matéria em causa relacionada com as relações laborais estabelecidas entre os trabalhadores da Ordem dos Advogados, designadamente das respetivas Delegações, e os seus Órgãos, diz respeito às atribuições estatutárias da Ordem dos Advogados”.

Já em Julho, o Tribunal Administrativo de Lisboa decidiu não dar seguimento ao pedido do Conselho Regional de Lisboa (CRL) da Ordem dos Advogados (OA), numa providência cautelar pedida pela instituição liderada por João Massano. Em causa a elaboração de um regimento para os trabalhadores do CRL sem alegadamente ter competência estatutária adequada, o que gerou conflito com o Conselho Geral da OA, liderado pela bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro.

Pelo que, no caso concreto, “não se mostra verificado o pressuposto do periculum in mora de que depende a adoção da presente instância cautelar, porquanto, sem a alegação de factos concretos, ao Tribunal não é possível aferir da constituição de uma situação de facto consumado e/ou da produção de prejuízos de difícil reparação. Pois que, o fundado receio a que a lei se refere é o receio apoiado em factos que permitam afirmar, com objetividade e distanciamento, a seriedade e a atualidade da ameaça e a constituição de uma situação de facto consumado. Não bastam, pois, simples dúvidas, conjeturas ou receios meramente subjetivos ou precipitados, assente numa apreciação ligeira da realidade”, pode ler-se no acórdão do tribunal, a que o ECO/Advocatus teve acesso.

O pedido de apreciação feito pelo CRL ao tribunal administrativo surge depois de, em Junho, o Conselho Superior da Ordem dos Advogados ter recebido uma participação disciplinar contra João Massano, acusado pelo Conselho Geral da Ordem de “violar normas éticas”. A participação disciplinar surgiu por o CRL iniciativa de elaborar um regimento de atribuições e competências para os trabalhadores do CRL. Iniciativa que contou com a oposição da bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro por considerar que extravasava as competências do CRL, uma vez que, alegou, estatutariamente a Ordem é uma única entidade. Neste sentido, caberia ao Conselho Geral elaborar o regimento para depois ser aplicado em todos os conselhos regionais. O CRL não se conformou e avançou então avançou para o tribunal administrativo com uma ação contra o CG.

Contactado pelo ECO/Advocatus, na altura, João Massano alegou que “o Tribunal não apreciou a questão de direito que opõe os dois órgãos da Ordem dos Advogados. Assim, o tribunal não fez qualquer apreciação sobre a ilegalidade da mencionada deliberação, nem mesmo num juízo meramente perfuntório e sumário, o qual apenas irá ter lugar na ação principal que está a correr os seus termos no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa”, disse o advogado. “Ao que acresce que a sentença proferida é passível de recurso, estando o Conselho Regional de Lisboa a proceder à sua análise cuidada para decidir sobre uma eventual interposição de recurso da mesma. O Conselho Regional de Lisboa mantém, por isso, a mais profunda convicção de que a deliberação do Conselho Geral é ilegal, violando as regras do Estatuto da Ordem dos Advogados, numa visão centralista desrespeitadora da autonomia dos órgãos regionais”, conclui o líder do Conselho Regional de Lisboa.

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Ministra anuncia 20 novos centros de saúde e admite falhas no plano de emergência

Além do 20 novos centros de saúde, Ministra anunciou que a tabela de preço das ecografia será atualizada entre 55 e 80 euros por forma a assegurar convenções com o SNS.

A ministra da Saúde Ana Paula Martins revelou que o Governo vai abrir 20 novos centros de saúde e proceder já esta quinta-feira, 5 de setembro, a uma atualização dos preços das ecografias, passando Estado a pagar entre 55 a 80 euros adicionais por estes exames que se realizam nos três trimestres da gravidez. Os dois anúncios foram feitos esta quarta-feira pela governante durante uma conferência de imprensa que serviu para fazer o balanço da execução do plano de saúde de emergência.

Segundo Ana Paula Martins, serão inauguradas dez unidades de saúde familiar modelo C em Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Algarve e outros cinco em Leiria por serem as zonas com mais falta de médicos de família. Estas unidades destinam-se em concurso a ser atribuídas ao setor social e ao setor privado. Vamos iniciar duas delas já com municípios”, acrescentou a governante.

Quanto às ecografias, e perante a dificuldade das grávidas em conseguirem realizar estes exames devido ao cada vez menor número de convenções, o Governo procederá a uma atualização da tabela de preços.

As ecografias do primeiro trimestre passarão a custar 70 euros (mais 55.50 euros); já as do segundo trimestre terão um preço de 120 euros (mais 81 euros) e as do terceiro trimestre passam a ter um preço de 70 euros (mais 55 euros). Esta atualização de preços terá um impacto orçamental de 3,6 milhões de euros por ano, anunciou a ministra.

Ministra da Saúde admite que “não correu tudo bem”

As novidades surgem depois de a ministra ter feito um balanço da execução do plano de emergência de saúde. Ana Paula Martins reconhece que nos últimos três meses não foi possível concluir todos os objetivos previstos, mas ainda assim faz um balanço positivo das metas concluídas.

“Em algumas medidas temos resultados tangíveis, noutras estruturais, e noutras ainda iniciais. Adaptamos o que foi necessário, corrigimos caminhos e conseguimos bons resultados”, afirmou esta quarta-feira perante os jornalistas. “Se conseguimos mudar tudo em três meses? Não, não conseguimos. Mas vamos ser sérios, nunca ninguém prometeu isso“, sublinhou.

O plano apresentado em maio pela ministra da saúde e pelo primeiro-ministro Luís Montenegro contém cinco eixos assentes em 15 medidas urgentes. Dessas, revela Ana Paula Martins, oito encontram-se “totalmente concretizadas”; duas foram “mais além” do que o previsto e uma não foi possível implementar. O motivo, diz a ministra, prende-se com a “legalidade e constrangimentos” que resultam da implementação de algumas medidas, e que apesar de demorarem tempo” não será possível prescindir delas.

Ainda assim, mantém-se confiante de que o plano de saúde será executado na sua totalidade. “É verdade que nem tudo o que estava previsto foi concluído. No dia em que o Governo desistir de reformar, desiste de governar. E achamos que conseguimos reformar o SNS. Fomos ambiciosos, mas sem ambição é impossível transformar”, atirou.

Entre os resultados tangíveis, Ana Paula Martins destaca um aumento de 15,8%, entre 1 de maio de 30 de agosto, das circungiras para os doentes com cancro face a 2023, tendo atingido um total de 25 mil cirurgias. Com esta medida, explica a governante, “deixou de haver doentes com cancro à espera de marcação para cirurgia acima do tempo medicamente aceitável”.

Ademais, foi possível, em três meses, agendar 7,370 cirurgias através da linha de atendimento SNS 24. Nesse período, foram registadas mais de 51 mil chamadas.

Relativamente à linha de atendimento do SNS exclusivamente para as mulheres grávidas, o SNS Grávida, foram atendidas 25,718 chamadas. Dessas, mais de três mil receberam o aconselhamento para ficar em casa e outras 3,685 foram encaminhadas para cuidados de saúde primários. Ou seja, “28,6% das grávidas que ligaram não tiveram necessidade de ir para uma urgência, dando espaço a 17,910 casos verdadeiramente urgentes“, explicou a ministra.

Apesar dos resultados, Ana Paula Martins reconhece que no setor da obstetrícia “não correu tudo bem”. “Todos sabemos que não, o país sabe que não”, admitiu, face às notícias que surgiram durante o verão de várias urgências de obstetrícias encerradas e de alguns nascimentos dentro de ambulâncias. Só no último domingo, 17 urgências estavam “de portas fechadas”, a grande majora, de obstetrícia. “Isto não pode acontecer”, lamentou a ministra.

Quanto aos nascimentos em ambulâncias, a governante diz que “no próximo verão a situação não deverá voltar a acontecer“, sublinhando que o ministério da Saúde continuará a “trabalhar nesta reforma”.

PS acusa Governo de ter criado “falsas expectativas”

A conferência de imprensa da ministra da Saúde já teve resposta da oposição. A vice-presidente da bancada parlamentar socialista acusou o Governo de criar “falsas expectativas” aquando da apresentação do plano de emergência para o SNS.

Em declarações transmitidas pela RTP3 a partir dos Passos Perdidos da Assembleia da República, Marina Gonçalves argumentou que “nunca foi o Partido Socialista que disse que os problemas se resolviam em três meses ou quatro meses”. “Quem o disse foi este Governo, foi a ministra da Saúde, foi o primeiro-ministro”, afirmou.

A deputada do PS acusou ainda o Governo de Luís Montenegro de estar a “destruir o que estava feito”, argumentando que os socialistas tinham uma estratégia definida “a médio/longo prazo” para o SNS quando estavam no Governo. O partido critica também o Governo PSD/CDS de não ter conhecimento da situação do SNS, acusando o Ministério de “impreparação para resolver e para ter um plano traçado”.

A antiga ministra da Habitação relatou ainda que a falta de concretização de medidas não é nova e que há um “padrão” que está refletido também nos planos para a Educação e Habitação. “Temos assistido [a isso] com muita clareza na Saúde ao longo destes últimos meses e que culmina com esta conferência de imprensa, que, como dizia, vem mostrar que este plano falhou”, afirmou a deputada.

(Notícia atualizada às 15h57 com reação do PS)

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Mais pessimista, Fórum para a Competitividade corta crescimento de 2024

Fórum para a Competitividade prevê crescimento do PIB português entre 1,5% e 2% em 2024 e considera que chumbo do OE pode não ditar eleições antecipadas.

O Fórum para a Competitividade cortou a perspetiva de crescimento da economia portuguesa para 2024, esperando agora uma taxa entre 1,5% e 2%, mas admite que poderá melhorar ligeiramente em 2025, de acordo com a nota divulgada esta quarta-feira.

O gabinete de estudos justifica que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abrandou, na comparação em cadeia, de 0,8% no primeiro trimestre para 0,1% no segundo trimestre e há sinais de abrandamento no início do terceiro trimestre. Em termos homólogos, registou uma taxa de crescimento de 1,5% em ambos os trimestres.

O Fórum prevê que “nos próximos meses, a economia pode beneficiar de algum alívio do IRS e do suplemento sobre as pensões a pagar em Outubro, mas, sobretudo pela descida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu” (BCE). No entanto, alerta que “o enfraquecimento da conjuntura internacional bem como a incerteza associada à aprovação do Orçamento para 2025 e as implicações políticas que poderá desencadear algum retraimento, sobretudo no caso do investimento”.

Neste sentido, atualizou em baixa a projeção para a globalidade do ano, já que anteriormente apontava para um intervalo entre 1,8% a 2,2%. Ainda assim, considera que pode “melhorar um pouco em 2025, se entretanto os significativos riscos internacionais e nacionais não se materializarem”.

Destaca ainda que a deterioração da conjuntura internacional “deve trazer alguma deceção ao cenário macroeconómico para 2025” e que “uma conjuntura menos favorável dificulta a execução de 2024 e retira margem negocial ao próximo Orçamento”.

Para o Fórum, mesmo que o Orçamento do Estado para 2025 não seja aprovado e que seja necessário funcionar com duodécimos, “não é evidente que isso redunde na convocação de eleições antecipadas, podendo haver acordos para questões muito específicas como os aumentos na função pública e a atualização das tabelas do IRS, como os socialistas já sinalizaram”.

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Sogrape e Porto Business School juntam-se para formar “entusiastas” do vinho

Com um custo de 5.500 euros, que inclui a estadia, a Porto WineXacademy decorre de 29 de setembro e 4 de outubro. Curso é ministrado em inglês e passa por várias localizações na Invicta e no Douro.

A Porto Business School (PBS) assinou uma parceria com a Sogrape Wine Academy para lançar o Porto WineXacademy, um programa de cinco dias sobre o património vitivinícola português. As inscrições estão abertas até 20 de setembro, com a formação a decorrer entre 29 de setembro e 4 de outubro. O curso tem o custo de 5.500 euros, incluindo cinco noites no The Lodge Hotel, localizado em Vila Nova de Gaia.

“É com grande satisfação que colaboramos com a Porto Business School, partilhando o nosso conhecimento para enriquecer este programa e oferecer aos entusiastas sobre o mundo do vinho a oportunidade de desenvolverem competências sensoriais através de uma abordagem prática”, comenta Filipe Gonçalves, chief marketing officer da Sogrape.

Para o porta-voz da empresa que faturou 333 milhões de euros no ano passado, dona de marcas como Mateus Rosé, Barca Velha, Esteva, Sandeman ou Porto Ferreira, “esta é mais uma parceria que a Sogrape Wine Academy celebra com parceiros reconhecidos, contribuindo para difundir o conhecimento vínico e promover a cultura do vinho”.

Dirigido a entusiastas do vinho, o Porto WineXacademy será ministrado integralmente em inglês e decorre em várias localizações icónicas da cidade do Porto e do Vale do Douro, entre as quais a Estação de S. Bento e a Livraria Lello no Porto, as Caves Ferreira em Vila Nova de Gaia ou a Quinta do Seixo, na região duriense.

O Porto WineXacademy permite aprofundar conhecimentos sobre a história do vinho, compreender o processo de produção, desde o cultivo da uva ao engarrafamento, descobrir as castas portuguesas, e explorar práticas inovadoras e sustentáveis. Da teoria à prática, os participantes terão masterclasses onde poderão criar o seu próprio blend.

“Esta é a primeira edição do Porto WineXAcademy, uma experiência educativa e cultural imersiva, que pretende aportar mais conhecimentos in loco sobre os vinhos portugueses, e tirar partido dos insights partilhados por especialistas do setor”, refere José Esteves, dean da Porto Business School, citado em comunicado.

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Regulador condena SU Eletricidade a coima de 45 mil euros

Conselho de Administração da ERSE reduziu a coima de 90 mil para 45 mil euros, após a empresa ter corrigido as infrações e ter-se comprometido a avançar com compensações.

A ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos condenou a SU Eletricidade ao pagamento de uma coima única, no valor de 90 mil euros pela prática de infrações, que foi posteriormente reduzida a metade, informa o regulador em comunicado.

As infrações apontadas prendem-se com a não divulgação de informação na sua página da internet, disponibilização de informação aos clientes, incumprimento do prazo de pré-aviso para redução de potência contratada e incumprimento de procedimento regulamentarmente previsto para a mudança de comercializador de energia elétrica.

No âmbito do procedimento de transação, proposto pela empresa, ao abrigo do Regime Sancionatório do Setor Energético, e atendendo à situação económica da visada, à sua colaboração durante a fase de inquérito, à demonstração da cessação da prática de infrações e ao compromisso na correção das demais e à atribuição de compensação, o conselho de administração da ERSE reduziu a coima para 45 mil euros.

A abertura do processo de contraordenação ocorreu na sequência de uma ação de verificação realizada pela ERSE.

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Lisboa com 200 mil euros para incentivar setor dos media e apoiar produção de conteúdos

O programa vai premiar 20 projetos relacionados com a cultura e a cidade. O júri é composto por Miguel Esteves Cardoso, Paula Moura Pinheiro, Pedro Boucherie Mendes e Rosália Amorim.

A Câmara Municipal de Lisboa lançou esta quarta-feira o Programa “Lisboa, Cultura e Media”, projeto que visa a valorização do setor dos media e pretende incentivar a criação de conteúdos relacionados com a cidade de Lisboa e com a cultura. O programa conta com uma dotação anual de 200 mil euros para premiar um total de 20 projetos.

A escolha dos projetos a apoiar cabe a Miguel Esteves Cardoso (presidente do júri), Paula Moura Pinheiro, Pedro Boucherie Mendes e Rosália Amorim, não havendo qualquer intervenção editorial por parte do município ou da Lisboa Cultura, assegura o executivo municipal.

O modelo divide-se em duas áreas de produção de conteúdos distintas, que passam pela produção de conteúdos jornalísticos e a respetiva publicação em órgãos de comunicação social (em qualquer formato) e pela produção de conteúdos informativos e respetiva difusão em plataformas digitais (incluindo redes sociais).

A verba anual para aplicar neste apoio é então de 200 mil euros, que se divide entre a atribuição de 10 mil euros de prémio para 10 projetos de cada uma das modalidades. O objetivo principal passa por estimular a criação, desenvolvimento e difusão de conteúdos relacionados com Cultura e com Lisboa.

As autarquias têm de estar na linha da frente no apoio ao jornalismo“, defendeu Carlos Moedas, presidente da CML, na sessão de apresentação, que decorreu esta quarta-feira, acrescentando que “o verdadeiro jornalismo só pode existir em democracia” e que “o bom jornalismo é um parceiro indispensável da democracia”.

“A razão deste programa é única, é valorizar o jornalismo através dos jornalistas. Este programa é mais do que um prémio, é um ponto essencial no momento em que vivemos da defesa da liberdade”, reforçou Carlos Moedas, sublinhando que o prémio é precisamente atribuído aos jornalistas (e aos produtores de conteúdos) e não aos órgãos de comunicação social.

O presidente da CML relembrou ainda a crise da Global Media e o período de salários em atraso dos seus trabalhadores, o que considerou ser “um aviso para todos, para a democracia, para valorizar os jornalistas”.

Quanto à escolha do modelo do programa, Carlos Moedas explicou aos jornalistas que este permite apoiar os profissionais de uma forma independente, sem que haja interferências, sejam elas políticas ou outras.

“Não queremos ter meios preferidos, não queremos apoiar financeiramente, não queremos intervir em conteúdos editoriais ou dar preferência a reportagens fofinhas. Esses princípios de não intervenção são essenciais quando se lida com um setor sensível como o da comunicação social“, argumentou também na apresentação Gonçalo Reis, administrador não executivo da Lisboa Cultura (EGEAC)

“É nossa obrigação lançarmos projetos concretos, transparentes e com impacto, para apoiar setores que consideramos relevantes. E o setor dos media não é um setor qualquer”, acrescentou o ex presidente da RTP.

O programa – criado pela Câmara de Lisboa através da empresa municipal Lisboa Cultura – visa assim estimular o setor dos media, conteúdos e jornalismo, através da atribuição destes prémios a novos projetos jornalísticos relacionados com a cidade de Lisboa, tanto no papel como em meio digital, explica a EGEAC. Os novos projetos têm de ter necessariamente uma componente cultural e serem sobre Lisboa.

As candidaturas já estão abertas e decorrem até às 11h59 do dia 31 de outubro, sendo que dia 15 de outubro há lugar a uma sessão de esclarecimento de dúvidas. O anúncio dos vencedores está marcado para janeiro de 2025, com a atribuição dos prémios a acontecer em março de 2025. Os premiados dispõem depois de um ano (31 de março de 2026) para assegurarem a conclusão dos projetos.

Este novo apoio dado aos media pela autarquia lisboeta surge numa altura em que se espera que o Governo apresente o plano de ação de apoio aos media, que deverá estar fechado “até ao final do ano”, numa iniciativa que vai ouvir todos os intervenientes do setor e que deve ter medidas “de caráter muito diversificado”.

Entretanto foi também criado o #PortugalMediaLab que, enquanto Estrutura de Missão para a Comunicação Social, visa “assegurar a coordenação da execução e a monitorização das políticas públicas no domínio da comunicação social, designadamente apoiando a conceção e a concretização do Plano de Ação para os Media”.

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Associação de TVDE rejeita contingentes mas admite excesso de veículos ativos

  • Lusa
  • 4 Setembro 2024

Em resposta à proposta do autarca do Porto para limitar o número de TVDE nas cidades, associação de TVDE alerta que a "existência de um contingente comprometeria totalmente a capacidade de resposta".

A Associação Portuguesa de Transportadores em Automóveis Descaracterizados (APTAD) rejeitou esta quarta-feira a proposta do presidente da Câmara do Porto para limitar o número de TVDE nas cidades, mas admite que há um excesso de veículos ativos nas plataformas.

Numa declaração enviada à Lusa, o presidente da APTAD, Ivo Miguel Fernandes, respondeu à sugestão do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que sugeriu ao Governo, após uma reunião na terça-feira com o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, na Área Metropolitana do Porto (AMP), a limitação do número de serviços TVDE nas cidades em dado momento através das plataformas, de forma a evitar tráfego excessivo.

“Contestamos a abordagem de limitar o número de veículos TVDE através de contingentes. Esta medida terá efeitos adversos, como a redução da oferta de serviços de transporte flexíveis e acessíveis, o que prejudicaria os utilizadores que dependem destes serviços para a sua mobilidade diária”, pode ler-se na declaração enviada à Lusa.

A associação recorda que o serviço TVDE tem, atualmente, “um âmbito nacional e que a legislação não prevê contingentes locais ou regionais”.

A APTAD refere também que em situações de picos elevados de procura, “a existência de um contingente comprometeria totalmente a capacidade de resposta”.

A associação do setor dos TVDE recorda também que já transmitiu, em julho, à AMP, “a sua posição e as soluções que defende para o setor TVDE nas áreas metropolitanas”.

Entre essas medidas estão a exigência às plataformas “que os veículos TVDE registados mantenham taxas de ocupação significativas, isto é, superiores a 70%”, valor que “demonstraria que os veículos TVDE existentes estariam a ser utilizados de forma eficiente”, evitando “a sobrecarga do mercado e do trânsito”.

A APTAD recorda que já denunciou que a taxa de utilização dos veículos TVDE registados nas plataformas “é, em 2024, inferior a 50%, o que demonstra inequivocamente um excesso de veículos TVDE ativos nas plataformas”.

A associação exigiu ainda “que os preços das viagens de TVDE subam”, algo “fundamental para garantir uma remuneração justa para os motoristas e complementar o efeito de não concorrer diretamente com os transportes públicos de massa, como autocarros, comboios e metro”.

“O aumento dos preços das viagens TVDE contribuiria para a dignificação do trabalho dos motoristas, proporcionando-lhes um rendimento mais justo e alinhado com o esforço e as horas dedicadas. Além disso, ajudaria a equilibrar a oferta e a procura de viagens, permitindo que os motoristas operem de forma mais sustentável e rentável”, referem.

Este foi precisamente um dos pontos levantados na terça-feira por Rui Moreira na AMP: segundo o autarca, com a limitação do número de TVDE, “por um lado resolve-se o problema da mobilidade, permite conhecer e mapear onde é que os TVDE estão” e “onde é que está o ‘enxame'”, e para os operadores também seria “vantajoso porque não vão entrar em dumping“.

A APTAD defendeu que “é igualmente essencial garantir que o serviço TVDE complemente, e não concorra diretamente com os serviços públicos de transporte”, já que “a coordenação entre os diferentes modos de transporte é fundamental para oferecer uma solução integrada de mobilidade, beneficiando todos os cidadãos e melhorando a eficiência global do sistema de transporte”.

Com o aumento dos preços das viagens TVDE, muitos dos atuais utilizadores poderão regressar ao uso dos transportes públicos, utilizando o TVDE apenas como complemento, o que também contribuirá para o descongestionamento do trânsito nas áreas metropolitanas”, vincam.

A APTAD acredita que “com a devida concertação entre todas as partes envolvidas, é possível encontrar soluções que beneficiem tanto os motoristas de TVDE quanto os utilizadores dos serviços, promovendo um setor mais equilibrado e sustentável”, manifestando-se disponível para dialogar com a Câmara do Porto e AMP.

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