Funerária de Cantanhede expande para Coimbra com ambição de ser “a maior agência familiar” do país

Com a abertura da nova agência em Coimbra ainda este ano, a Funerária Boiça prevê chegar aos 600 funerais por ano.

Fundada em 1969 por Fernando Boiça, a Funerária Boiça, localizada em Cantanhede, faz cerca de 300 funerais por ano nas regiões de Coimbra, Montemor-o-Velho, Mira e Vagos, emprega dez pessoas e fatura 800 mil euros. Há oito anos, o fundador entregou a gestão da empresa às netas, que estão a dar continuidade ao legado familiar. A passagem já está a dar frutos, com a nova geração a preparar a abertura de uma agência em Coimbra. A abertura de portas ocorrerá entre novembro e o início de dezembro. O objetivo passa por chegarem à meta dos 600 funerais por ano.

Fernando Boiça entregou em 2016 a gerência às netas Guida e Ana Fontes. Guida, de 38 anos, já trabalha na funerária há 15 anos, enquanto a irmã decidiu continuar a exercer a profissão de farmacêutica, pelo que o marido, Hugo Gaspar, ficou com incumbência de a representar na tarefa de dar continuidade ao negócio. Hugo, formado em engenharia civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, nunca chegou a exercer, e começou a colaborar na empresa familiar quando ainda estava a tirar o mestrado. “Acabei por ficar na Funerária Boiça até porque já estava demasiado envolvido no negócio”, conta ao ECO/Local Online.

Guida Fontes e Hugo Gaspar, gerentes da Funerária BoiçaAgência Funerária Boiça

“Desde a transição do avô para as netas, temos vindo a crescer. Em 2016, éramos apenas três pessoas a trabalhar na agência e com um volume de faturação de 200 mil euros. Neste momento, já quadruplicámos a faturação e expandimos a nossa área de atuação“, realça Hugo Gaspar. O gestor, de 33 anos, detalha que um funeral custa no mínimo 1.200 euros, mas que a média ronda os 2.800 euros.

Dois anos depois de Fernando Boiça passar a gestão para as netas, a empresa familiar adquiriu a Agência Bicho & Santos e começaram a atuar em freguesias do concelho de Vagos, no distrito de Aveiro. “Como fazia parte da estratégia alargar a área de atuação, esta aquisição fez todo o sentido”, justifica o gerente.

A nossa visão a longo prazo é de nos tornarmos a maior agência funerária familiar de Portugal.

Hugo Gaspar

Gerente da Funerária Boiça

Hugo Gaspar detalhe que a “abertura da nova agência em Coimbra representa um passo estratégico no plano de crescimento da Funerária Boiça” e que a “inauguração marca o início de um plano ambicioso para atingir 600 serviços anuais até 2030″. “A nossa visão a longo prazo é de nos tornarmos a maior agência funerária familiar de Portugal”, realça o gerente.

A Funerária Boiça tem vindo a apostar na sustentabilidade com a compra de um veículo elétrico e a instalação de painéis fotovoltaicos. Com isso, reduziu-se a emissão de CO2 e a dependência energética em 60%.

A empresa familiar, que conta com uma frota de cinco veículos, foi distinguida com o Prémio 5 Estrelas Regiões 2024, no distrito de Coimbra. Hugo Gaspar orgulha-se de a Funerária Boiça ser “a primeira e única funerária em Portugal a obter esta distinção”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Viana do Castelo abre porta à produção de hidrogénio

  • ECO
  • 9 Outubro 2024

O município de Viana do Castelo aprovou uma declaração de interesse municipal para um projeto que pretende produzir hidrogénio verde através de fontes renováveis, na freguesia de Deocriste.

A Câmara Municipal de Viana de Castelo aprova uma declaração de reconhecimento de interesse municipal do projeto de produção de hidrogénio da empresa JAF H2 Verde, na freguesia de Deocriste.

“É uma oportunidade única para Viana do Castelo que devemos acarinhar, e daí propor o reconhecimento do interesse municipal. Devemos abraçar este projeto que pode ser o primeiro e único em Portugal”, referiu em comunicado o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, sobre o projeto que visa a produção de energia limpa e a redução da pegada de carbono industrial.

Este reconhecimento permite que a JAF H2 Verde inicie o projeto e o sujeite à apreciação da Reserva Agrícola Nacional (RAN). A infraestrutura utilizará energia renovável para a produção de hidrogénio verde, vindo de fontes renováveis como a solar ou eólica, por meio de uma membrana polimérica. Os produtos finais, hidrogénio e oxigénio (subproduto), vão ser injetados em redes de gás de distribuição local e rede de unidade industrial, no caso do hidrogénio, e para consumo industrial ou hospitalar, no caso do oxigénio.

A JAF H2 Verde, produtora de hidrogénio sediada em Guimarães, candidatou este projeto ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O local selecionado é a freguesia de Deocriste, num terreno com cerca de 2 mil metros quadrados, com proximidade à rede de gás. O terreno está próximo do ponto de interligação GRMS de Viana do Castelo e da unidade industrial DS Smith.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo apresenta Orçamento do Estado esta quinta-feira às 16h

A conferência de imprensa vai decorrer no Ministério da Finanças. Antes, a proposta vai ser entregue na Assembleia da República às 14h45. A descida do IRC em um ponto é para manter.

O Governo apresenta o Orçamento do Estado para 2025 esta quinta-feira, às 16h, no salão nobre do Ministério das Finanças, segundo fonte oficial do gabinete de Joaquim Miranda Sarmento. Antes, a proposta será entregue ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco às 14h45, de acordo com os serviços do Parlamento.

“O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, acompanhado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, entrega a proposta de lei do
Orçamento do Estado para 2025 ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, às 14h45”, de acordo com o comunicado dos Assuntos Parlamentares.

A descida do IRC em ponto para 20% é para manter e sem o compromisso, como exige o PS, para que o Executivo não aprove futuras reduções do imposto, nos orçamentos dos anos seguintes da legislatura, até 2028.

O Conselho de Ministros desta quarta-feira já fechou a proposta orçamental para 2025 mesmo sem o acordo com o maior partido da oposição, o PS, tal como revelou na terça-feira à noite em entrevista à SIC.

“Não posso anunciar que há um acordo ou desacordo, compete ao PS apresentar a sua decisão”, afirmou o líder do Executivo, sublinhando que “o Orçamento” que o Governo vai entregar “contempla todas as bases que fizemos com o PS”.

Montenegro defendeu que o Governo aproximou-se da posição dos socialistas ao deixar cair sua proposta de IRS Jovem, que contemplava uma tabela diferente com taxas até 15% e que abrangia rendimentos até ao 8.º escalão. O Executivo optou por assentar a sua medida no IRS Jovem já existente, da autoria do PS, e aprofundou-a, alargando-a a todos os jovens independentemente das habilitações académica. O benefício atual apenas aplica-se a quem tem pelo menos uma licenciatura. O limite etário passou dos 30 para os 35 anos. E a isenção máxima subiu dos 40 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que corresponde a 20.370 euros, para os 55 IAS ou 28.009 euros anuais.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, concordou com as alterações, apenas considerou o período da isenção demasiado longo, uma vez que o Governo pretendia aumentar dos atuais cinco para 13 anos. Propôs então um alargamento do benefício para sete anos e Montenegro respondeu com 10.

Já em relação à descida transversal do IRC em ponto, de 21% para 20%, no próximo ano, o secretário-geral do PS só aceita a medida caso o Governo assuma o compromisso de não avançar com futuras reduções do imposto nos orçamentos dos anos seguintes da legislatura, isto é, em 2026, 2027 e 2028.

O primeiro-ministro não aceitou essa exigência. “Não é uma birra, são visões diferentes” dos dois lados, concluiu, na entrevista à SIC. E passou a bola para os socialistas. Mas Pedro Nuno Santos só tomará uma decisão depois de conhecer a proposta. Esta terça-feira, o líder do PS esteve reunido com as federações distritais do partido, durante a tarde, e com o grupo parlamentar, durante a noite. E não há uma posição unânime, pelo contrário, as divisões são muitas.

A discussão e votação na generalidade da proposta do OE2025 está marcada para 30 e 31 de outubro e a votação final global será a 29 de novembro.

(Notícia atualizada às 12h23)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IL anuncia que não vai votar a favor e está inclinada para voto contra o Orçamento

Rui Rocha quer que o Executivo vá mais longe na descida dos impostos às empresas e mostra "abertura à discussão", antecipando que as discussões sobre o orçamento se irão prolongar até novembro.

O líder da Iniciativa Liberal (IL) anunciou esta quarta-feira que não vai votar a favor do Orçamento do Estado, e está inclinado para votar contra, mas disse esperar para conhecer o documento e ver quais foram as suas propostas que foram acolhidas.

“Há um cenário que, neste momento, face ao que conhecemos, nos parece absolutamente evidente: é que não votaremos a favor deste Orçamento. Já veremos como é que nos posicionamos em função da discussão que viermos a ter nos próximos dias”, afirmou Rui Rocha em conferência de imprensa em Lisboa.

O líder da Iniciativa Liberal reiterou que os sinais que tem recebido deste Orçamento são de “falta de ambição e de falta de energia para mudar o país”, pelo que a posição do partido “não é positiva” relativamente ao documento que vai ser apresentado.

No entanto, Rui Rocha salientou que, apesar de ainda não se conhecer o documento e não querer definir já um sentido de voto, a IL tem uma visão para o IRC “muito mais agressiva do que aquela que consta do programa da AD e destas negociações” e, apesar de “não ter nada contra” um IRS mais baixo para os jovens, acha que o imposto deve ser “mais baixo para todos”.

“Portanto, olhando para aquilo que foi discutido, eu acho que há algo que é evidente nesta altura: é que nós, a favor, não votaremos”, reforçou.

Questionado se um orçamento que preveja apenas 1% de descida no IRC e não abra portas a descidas desse imposto nos próximos anos mereceria o chumbo da IL, Rui Rocha disse não perceber como é que numa discussão orçamental “alguém pode limitar aquilo que vai discutir-se em orçamentos futuros”.

“Não faz nenhum sentido e isso dá uma indicação negativa sobre o voto que a IL pode ter”, apesar de salientar que não se quer comprometer “imediatamente com uma abstenção ou um voto contra”, porque pretende analisar o documento e perceber, de entre as propostas que a IL tem apresentado, “quais são acolhidas e quais não são”.

“Mas, com toda a sinceridade, a perspetiva que temos neste momento sobre o Orçamento é negativa e, portanto, estamos mais para votar contra do que para outro sentido de voto, mas não quer dizer que isto seja definitivo”, frisou.

IL defende descida “substancial” do IRC

Os liberais vão propor ao Governo a descida “substancial” do IRC para 12% para a generalidade das empresas e para 15% para as multinacionais, segundo adiantou Rui Rocha, que considerou “mesquinha” a discussão em torno da descida de um ponto percentual do IRC, um tema no centro das negociações entre o Governo e o PS para a viabilização do documento.

“Num ponto em que se discute tanto sobre o IRC — um ponto percentual do IRC — nós vamos propor, em linha com o que tínhamos apresentado no programa da Iniciativa Liberal, uma descida substancial do IRC para as empresas: 12% para a generalidade das empresas, 15% para as multinacionais, porque aí há um limite imposto pela legislação europeia”, detalhou o presidente dos liberais, em declarações aos jornalistas.

A medida anunciada faz parte de um conjunto de propostas para o Orçamento do Estado, que a Iniciativa Liberal fez chegar ao Executivo esta quarta-feira.

Rui Rocha insistiu que a discussão em torno da descida de um ponto percentual do IRC é “mesquinha” e acrescentou que “a visão que nós temos para o país é uma visão de empresas a crescer e sobretudo condições para o país captar investimento estrangeiro”, permitindo ter “uma economia em que os salários crescem para os jovens e para todos os portugueses”.

O IRC é uma das matérias que têm suscitado maior divergência nas negociações entre o PS e o Executivo, com Montenegro a mostrar-se disponível para dar um passo atrás na sua intenção de reduzir o imposto para 17%. Em vez de avançar com uma descida do IRC de 21% para 19% já em 2025, o Governo propõe agora que o imposto que incide sobre o lucro das empresas recue em um ponto percentual no próximo ano, para 20%. E, até 2027, a taxa baixa até aos 17% em vez dos 15% antes defendidos pelo Governo.

Na lista de medidas a apresentar ao Governo, Rui Rocha incluiu ainda a proposta para a criação do cheque creche. “As famílias que hoje supostamente têm acesso à gratuitidade da creche tenham mesmo acesso à gratuitidade da creche, escolhendo qual é a creche que querem que os seus filhos frequentem e não sendo o Estado a impor a freguesia, o concelho, a limitar”, referiu.

Nas medidas para as famílias, a IL propõe ainda a comparticipação em 90% dos suplementos prescritos para a gravidez, assim como a redução do IVA para a taxa mínima na alimentação para bebés

Do lado do apoio às pessoas com deficiência, o partido quer aumentar o valor da prestação social para a inclusão, fazer a revisão dos sistema de avaliação do grau de incapacidade das pessoas, e defende a isenção de IMT e de Imposto do Selo para pessoas com deficiência, à semelhança do que foi aprovado recentemente para os jovens.

As propostas da IL para o Orçamento do Estado chegam ao Governo num momento em que o documento está fechado, segundo adiantou esta quarta-feira o primeiro-ministro Luís Montenegro. “[As medidas] entrarão nas próximas fases de discussão do orçamento, que, como sabemos, irão provavelmente prolongar-se até ao final de novembro”, realçou o líder da IL.

Sem querer comentar diretamente as declarações de Montenegro, onde apontava a possibilidade de entendimentos com o partido, nomeadamente para as autárquicas em Lisboa, Rui Rocha disse que “a IL é um partido que está sempre aberto a discutir e a avaliar cenários“, destacando que já avaliou cenários de coligação antes das eleições e a possibilidade de integrar o Governo após as legislativas, cenários que não se concretizaram.

“Estamos ainda numa novela, que é a orçamental. Não vale a pena alimentar outras novelas. A posição da IL é sempre a mesma: abertura à discussão, enorme exigência para qualquer tipo de entendimento”, concluiu.

(Notícia atualizada às 12h com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

+M

Impresa e Porto Editora lançam projeto de literacia mediática que envolve um milhão de alunos

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

O protocolo de colaboração tem a duração de três anos, vai envolver mais de cinco mil escolas e cerca de um milhão de alunos, e engloba um concurso com inscrições abertas até dia 31 de janeiro.

José Fernandes/Expresso

A Impresa, com o Expresso e a SIC, e a Porto Editora anunciaram o lançamento do projeto de literacia nas escolas “Informar para Aprender”, que arranca em 25 de outubro e envolve um milhão de alunos.

Em comunicado, o grupo Porto Editora, através da Escola Virtual, e o grupo Impresa, com o Expresso e a SIC, informaram da assinatura do protocolo de colaboração de três anos, lançando a iniciativa “Informar para Aprender”.

Este projeto “reflete o compromisso de ambas as instituições com a responsabilidade social e a qualidade educativa” e arranca em 25 de outubro com o concurso “Informar ou Desinformar?”, e envolverá mais de cinco mil escolas e cerca de um milhão de alunos, referem as entidades.

“O objetivo é desafiar alunos e professores a explorar questões como as notícias falsas, a veracidade da informação e o impacto da desinformação“, adiantam.

Este projeto “enche-nos de orgulho. Promover a literacia mediática nas escolas, desde o ensino básico até ao secundário, é absolutamente fundamental no tempo em que vivemos. Saber interpretar conteúdos noticiosos e distinguir o que é informação verdadeira do que são as fake news é hoje quase tão relevante como saber ler e escrever“, afirma o presidente executivo (CEO) da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, citado em comunicado.

Esta iniciativa, pela sua dimensão e relevância, terá um cariz de serviço público essencial para a nossa sociedade” e “agradecemos à Porto Editora, nosso parceiro nesta iniciativa, que partilha connosco os mesmos valores e preocupações nesta era desafiadora no que respeita à qualidade da informação”, remata o gestor.

Por sua vez, Vasco Teixeira, administrador do grupo Porto Editora, também citado no comunicado, salienta que “é um privilégio unir forças com o grupo Impresa para um projeto que não só reforça a educação, mas também promove a literacia mediática entre os jovens“.

Numa altura em que a desinformação prolifera, “capacitar os alunos para questionar e verificar a veracidade das informações é uma prioridade para o grupo Porto Editora”. Neste “contexto dinâmico contamos, sem dúvida, com o apoio dos professores, que desempenham um papel essencial ao guiar os alunos na construção de uma visão crítica e responsável sobre a informação que consomem”, acrescenta Vasco Teixeira.

O projeto é dirigido a alunos do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, assim como do ensino secundário e profissional e o concurso “Informar ou Desinformar?” terá início oficial no dia 25 de outubro e as inscrições estão abertas até ao dia 31 de janeiro de 2025.

Promovido pela Escola Virtual em parceria com o Expresso e a SIC, a iniciativa “pretende incentivar as escolas para formar uma geração de jovens mais conscientes e responsáveis no consumo e partilha de informação“.

No concurso, os alunos são desafiados a desenvolverem o sentido crítico face aos conteúdos que consomem diariamente, a refletirem sobre o valor da verdade na comunicação e no jornalismo e a explorarem soluções inovadoras.

“Mais do que isso, convida-os a dar asas à imaginação, a questionarem o que sabem e a pensarem fora da caixa, promovendo novas perspetivas sobre o combate à desinformação e a construção de uma sociedade mais informada e justa”, lê-se no comunicado.

Após o período de inscrições, os trabalhos submetidos passarão para a fase de votação pública, que decorre entre 17 e 23 de fevereiro. Em seguida, um júri especializado procederá à análise detalhada dos trabalhos e os finalistas serão revelados no dia 10 de março de 2025.

A cerimónia de prémios realiza-se em 26 de março: “Esta data coincide com a semana Internacional do Direito à Verdade, reconhecido pela ONU, e destaca a importância da verdade e da promoção da justiça, reforçando o impacto deste concurso na formação de uma sociedade mais informada e crítica”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Media queriam “ação mais musculada” em relação às plataformas digitais

Os responsáveis de informação dos principais grupos saúdam o plano para os media mas queriam "medidas mais musculadas" em relação às plataformas digitais. Para o futuro, a perspetiva é positiva.

Os responsáveis de informação dos principais grupos de media do país encararam com bons olhos o plano de ação para os media, apresentado na manhã desta terça-feira por Luís Montenegro e Pedro Duarte. Os diretores destacaram a “transparência” das medidas e a coragem da intervenção, mas esperavam uma “ação mais musculada” em relação às plataformas digitais.

Alertando que o digital “fragmenta” tanto o consumo como a produção de conteúdos e que a sua monetização é absorvida em grande parte pelas grandes plataformas, o diretor-geral de informação do Grupo Impresa entende que este problema só pode ser resolvido através de um “ponto de vista político e fiscal“.

A solução que existe é uma atuação europeia por via fiscal. No momento em que isso se conseguir, os governos, tendo esse dinheiro do lado deles, podem decidir [onde o alocar]. É muito mais fácil assim”, argumentou Ricardo Costa, acrescentando que as abordagens nacionais não têm dado resultado.

Dizendo que também esperava uma “atitude um pouquinho mais musculada” por parte do Governo em relação às plataformas digitais – independentemente de considerar que a atuação deva ser feita a nível europeu – José Eduardo Moniz identificou-se como um “cético militante” e disse querer ver “na prática” o que vai resultar do plano apresentado, que “pode ser o início de um caminho”. “É preciso que a coragem que foi revelada no desenho das ações se concretize numa ação prática“, disse o diretor-geral da TVI e da CNN Portugal defendendo desde logo a ideia de que os media não se podem colocar numa posição “de mão estendida”, sob pena de perderem a sua “capacidade de afirmação”.

Com o conceito de serviço público audiovisual “pouco ajustado à realidade dos nossos tempos”, o responsável interrogou se o serviço público deve ser prestado apenas por uma entidade. “Todos nós temos a capacidade de fazer o que a RTP faz, depende se tivermos capacidade de financiamento para o fazer“, disse.

Deixando elogios à coragem do Governo em enfrentar e tentar enquadrar os problemas que os media em geral enfrentam, Carlos Rodrigues sublinhou como positivo o facto de o plano estar “definido para ultrapassar um profundo presente”, enfrentando diversos problemas, como o da empregabilidade, da revolução tecnológica, da atualização legislativa e de haver cada vez mais pessoas que não recebem jornais. “Nós não estamos disponíveis para abdicar de nenhum português”, acrescentou o diretor-geral editorial da Medialivre.

Carlos Rodrigues advogou ainda que um dos problemas principais dos media é que têm sido mal geridos ao longo dos anos e que a “coragem” do programa deste governo também “interpela” as próprias equipas de gestão: “Estamos a gerir bem as nossas redações e os nossos custos?”, interrogou.

Pedro Leal, diretor de informação Grupo Renascença Multimédia, congratulou a “transparência” do pacote de medidas e o facto de o plano apresentado ter desfeito o receio de que as medidas fossem para “entregar dinheiro aos órgãos de comunicação social” e defendeu a necessidade da revisão das leis existentes, que estão “totalmente anacrónicas”, nomeadamente – e no caso da rádio – a relativa à obrigatoriedade de uma quota de 30% de música portuguesa na rádio.

A nossa indústria tem levado porrada ao longo dos últimos anos como não aconteceu em quase nenhum setor“, começou dizer por parte do Público, o diretor David Pontes, saudando o “chegar à frente” deste governo, em “contraste com o que vem de trás” e que mostra que é possível apoiar o setor “sem qualquer ripo de condicionamento político”.

No entanto, o responsável alertou para o facto de que as medidas apresentadas “vão servir para mitigar alguns problemas”, mas que não servem para resolver os “problemas profundos que a indústria tem, particularmente no lado da imprensa”.

Responsáveis otimistas para daqui a 10 anos

Apesar dos problemas que dizem estar a ser enfrentados pelo setor, os responsáveis pela informação dos diversos meios presentes na conferência organizada em conjunto mostram-se otimistas em relação ao futuro.

Por parte da MediaLivre, Carlos Rodrigues diz que o grupo tem iniciado novos projetos, comprou duas rádios, lançou um novo canal e prepara-se para implementar um projeto de digital, estando a contratar “muita gente”. “Para o futuro, o ponto de vista da MediaLivre é positivo“, disse.

Ricardo Costa também se disse “bastante otimista”, pela trajetória que o grupo Impresa tem feito.Acho que é perfeitamente possível ter caminhos dentro de uma paisagem digital em que se consiga manter relevância, importância e volume“, disse. No entanto, mostrou-se cauteloso em antecipação ao impacto que a IA vai ter nos media, incluindo o que diz respeito à distribuição e à procura, recordando que “até empresas como a própria Google” estão preocupadas com o impacto da IA na pesquisa (search).

“O que pretendemos fazer é o que temos feito nos últimos anos”, avançou, por seu turno, Pedro Leal, sublinhando que a Renascença tem estado a registar um crescimento em termos de audiências e de retorno financeiro. O ponto digital vai continuar a ser um “ponto assente” para a rádio, sendo necessária também uma “navegação à vista” porque a realidade muda muito rapidamente. “A solução de hoje pode não ser a solução de amanhã“, afirmou.

No futuro, José Eduardo Moniz acredita que vai ver a Media Capital a fazer o que está a fazer hoje “mas melhor e a ser visto em diversas plataformas”. “O nosso posicionamento é empresarial” e importa no futuro “olhar para outras geografias, outro tipo de produtos e novas abordagens”, defendeu.

No que diz respeito ao Público, David Pontes mostrou-se convicto de que o futuro “vai ser muito diferente” e vai ter de se “alargar o espetro” de utilidade dos jornais, para que se aumente a capacidade de “as pessoas encontrarem em nós conhecimento”. A ajudar vai estar o facto de o Público contar com uma marca “boa e sólida”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal produziu até setembro tanta energia solar quanto em 2023

Foi ainda registado um pico de produção solar de 2.640 megawatts (MW), "muito acima do máximo de 2023" e também um recorde.

Até ao dia 5 de setembro deste ano, Portugal produziu energia solar equivalente à produzida em todo o ano de 2023, atingindo um novo máximo de produção deste tipo de energia, informa um comunicado da REN – Redes Energéticas Nacionais divulgado esta quarta-feira.

Nos primeiros nove meses deste ano foram gerados 3,99 terawatts (TWh), ultrapassando os 3,6 TWh produzidos entre o início de janeiro e 31 de dezembro de 2023, tornando 2024, já em setembro, um ano recorde em termos de produção solar em Portugal.

Mas esta não foi a única “medalha” arrecadada pelo Sistema Elétrico Nacional em 2024. No passado dia 14 de agosto, às 13h15, Portugal registou um pico de produção solar de 2.640 megawatts (MW), “muito acima do máximo de 2023” e também um recorde, informa a REN. O pico de 2023 foi 1822 MW, registado em 23 de setembro às 12h00.

Entre janeiro e setembro deste ano as renováveis abasteceram 73% do consumo nacional, dos quais 10% são correspondentes a produção solar, “demonstrando que Portugal tem mantido uma trajetória sustentável na progressiva incorporação de fontes renováveis endógenas”, escreve a REN, sublinhando que o país mantém os objetivos de segurança de abastecimento e de qualidade de serviço do sistema elétrico.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Horta Osório defende redução dos impostos para empresas aumentarem salários

  • ECO
  • 9 Outubro 2024

Gestor português defendeu que Governo deve usar margem orçamental para baixar IRC e TSU, permitindo que as empresas possam aumentar os salários e a qualidade de vida das famílias portuguesas.

António Horta Osório defendeu que o Governo deve utilizar a margem orçamental na redução dos impostos às empresas, nomeadamente o IRC e a Taxa Social Única, para que sejam mais competitivas e assim possam aumentar os salários e a qualidade de vida das famílias portuguesas.

“Na sociedade temos temos famílias, empresas e Estado. O único que cria riqueza são as empresas”, declarou o gestor na conferência “Oito chaves para o Futuro”, organizada pelo Jornal Económico.

“À parte das medidas de redistribuição de riqueza que os governos têm feito e bem, há que pensar como se utiliza o resto do excedente orçamental com efeitos multiplicadores, como investimos hoje 100 para ter 125 no futuro”, acrescentou.

Para Horta Osório, o Governo deve usar essa margem para reduzir os impostos às empresas. “Baixando o IRC, baixando a Taxa Social Única que tem um impacto direto no emprego e produtividade, porque isso aumenta a competitividade das empresas”, defendeu.

E nesse sentido, prosseguiu o antigo CEO do Lloyds e ex-chairman do Credit Suisse, “empresas mais competitivas podem exportar mais, inovar mais, contratar mais pessoas, aumentar os salários em linha com a produtividade. É apenas isso que pode conduzir a um aumento mais significativo dos salários e da qualidade de vida das famílias”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mau tempo deixa mais de 300 mil clientes sem energia sobretudo no norte

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

Nota-se um impacto mais acentuado em Viana, Braga, Porto e Aveiro e mais moderado nos distritos de Viseu e Vila Real.

Mais de 300 mil clientes estavam às 9h30 de hoje sem energia devido ao mau tempo que está a afetar sobretudo o norte de Portugal continental devido à passagem da tempestade Kirk, informou a E-Redes.

Numa informação enviada em resposta à agência Lusa, a empresa do grupo EDP indicou que, a partir de cerca das 5h da madrugada, os efeitos da tempestade começaram a causar grandes constrangimentos na rede elétrica, afetando com maior severidade os distritos de Viana, Braga, Porto e Aveiro e um impacto mais moderado nos distritos de Viseu e Vila Real.

“Ainda estamos com muitos disparos na rede elétrica e nesta altura não conseguimos prever quando ocorrerá a reposição integral, algo que acompanharemos e informaremos melhor ao longo dia”, refere a empresa, adiantando estar mobilizados no terreno 800 operacionais.

A empresa indica que às 7h30 estavam sem energia cerca de 250 mil clientes, às 8h30, cerca de 400 mil clientes e às 9h30, 314 mil clientes.

A E-Redes diz ter acionado o Plano Operacional de Atuação em Crise às 21 horas de terça-feira, ativando o dispositivo operacional dedicado ao estado de alerta em vigor, em estreita articulação com a proteção civil e demais autoridades.

A E-Redes é a empresa do grupo EDP responsável pela operação da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal continental, em baixa, média e alta tensão.

Por causa do mau tempo, sobretudo o vento forte, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou entre as 18 horas de terça-feira e as 9 horas de hoje 1.329 ocorrências, a grande maioria quedas de árvores.

A região norte foi a mais afetada pelo mau tempo com 988 ocorrências, sendo que o maior número 415 foi registado na Área Metropolitana no Porto com muitas quedas de árvores devido à ação do vento”, adiantou.

De acordo com José Miranda, o mau tempo não provocou danos em habitações, mas sim em viaturas e estava a afetar às 10 horas a Linha do Minho, em Barcelos, que se encontrava interrompida devido à queda de árvores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo propõe subida do salário mínimo no Estado aquém do previsto no acordo

Governo quer aumentar a base remuneratória em 48,67 euros ou 5,9% face ao valor atual. E mostrou abertura para atualizar os restante níveis salariais acima de 2%. Sindicatos defendem, pelo menos, 6%.

O Governo quer aumentar o salário mínimo no Estado em 48,67 euros ou 5,9% para 870,50 euros em 2025. Significa que a base remuneratória da Administração Pública (BRAP) vai ficar 50 cêntimos acima da retribuição mínima definida para o setor privado, de 870 euros, revelou esta quarta-feira a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, Maria Helena Rodrigues, à saída da primeira ronda negocial sobre a atualização do acordo plurianual com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido.

Mas esta atualização fica aquém da subida de cerca de 52 euros ou de 6,3% que está plasmado no acordo assinado pelas estruturas sindicais da UGT (STE e Fesap) e que o Executivo assegurou que iria cumprir. O ECO questionou o Ministério das Finanças se iria manter ou corrigir a proposta e aguarda uma resposta.

Este encontro ocorre no mesmo dia em que o Conselho de Ministros aprovou o Orçamento do Estado para 2025 e na véspera da entrega da proposta no Parlamento.

“Em relação à BRAP, a proposta é de 870,50 euros. Para já, é o que temos e é o que vamos estudar”, afirmou a líder da Frente Sindical que desvalorizou a diferença curta de 50 cêntimos em relação ao salário mínimo, que consta do acordo assinado entre Governo, patrões e sindicatos. Apenas a CGTP ficou fora deste pacto.

Já o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, foi bem mais crítico e classificou esta proposta de “provocação” por representar apenas uma diferença de 50 cêntimos face ao salário mínimo. O dirigente sindical indicou que “o Governo disse que vai cumprir com o acordo assinado com as outras estruturas sindicais de aumentos de 52 euros ou de 2%” e confirmou que a atualização da BRAP proposta “fica aquém do acordado”.

Do mesmo modo, o secretário-geral da Fesap, José Abraão, considera que “não faz sentido” uma proposta de aumento da BRAP para 870,5 euros, “porque nem sequer cumpre os 52 euros de que está no acordo”. No entanto, o sindicalista reconheceu que, no passado, Marisa Garrido tinha garantido que o Governo iria cumprir com o pacto, pelo que espera um avanço nas próximas reuniões. “O Governo disse que no que diz respeito ao acordo e aos aumentos salariais iria procurar cumprir”, frisou.

Neste momento, a base remuneratória da Administração Pública (BRAP) está nos 821,83 euros mensais brutos, isto é, 1,83 euros acima do salário mínimo no privado. Assim, o Governo pretende encurtar a distância entre o ordenado mínimo do público e do privado para 50 cêntimos.

Esta evolução, de 821,83 euros para 870,50 euros, em 2025, representa uma atualização de 48,67 euros ou de 5,9%, ou seja, é ligeiramente abaixo do salto definido para o privado, de 50 euros ou de 6,1%. Em outubro de 2023, em outubro de 2023, um quinto dos funcionários públicos, isto é, 164 mil trabalhadores em 749,7 mil, ganhavam o salário mínimo possível no Estado.

De lembrar que a BRAP subiu 52,63 euros para 821,83 euros, este ano, face ao valor de 769,2 euros praticado em 2023, o que corresponde a uma variação positiva de 6,8%. O que o Governo propõe agora de uma subida de 48,67 euros ou de 5,9% é menor que o firmado no pacto plurianual para a valorização dos trabalhadores da Administração Pública. Nesse acordo, ficou definido que os trabalhadores seriam aumentados em cerca de 52 euros até 1.754 euros e em 2% no caso de vencimentos superiores.

Para além disso, Santana referiu que, “não havendo alteração às tabelas de retenção na fonte de IRS e das próprias tabelas de IRS, “estes trabalhadores vão passar a pagar IRS por 50 cêntimos”. “Isto é nitidamente uma provocação”, insistiu. No entanto, é preciso lembrar que salários até cerca de 934 euros não fazem descontos e, com a apresentação de despesas à coleta, estes rendimentos também ficam praticamente isentos do imposto.

Frente Comum ameaça com greve geral a 25 de outubro

Quanto aos restantes níveis remuneratórios, segundo Maria Helena Rodrigues, a secretária de Estado mostrou-se disponível para aumentos acima de 52 euros até 1.754 euros mensais brutos e de 2% para montantes superiores, tal como estão definidos no acordo plurianual para a valorização dos rendimentos da Função Pública. O STE, afeto à UGT, defende um impulso remuneratório de 6% para todos. “Sobre essa proposta de 6%, o Governo ficou de estudar. Não há ainda uma decisão. Esta é a primeira reunião”, indicou Maria Helena Rodrigues.

Maria Helena realçou que o Governo referiu que a diferença entre os 2% de aumento, previstos no acordo, e a proposta de 6% é de apenas quatro pontos: “Então, quatro mais dois dá seis, diz o Governo, é uma conta fácil de fazer, o que até nos surpreendeu. Vamos ver até onde podemos ir”, indicou.

A Fesap defende antes uma atualização salarial de 6,5% num mínimo de 85 euros. Mas, no encontro com o Executivo, José Abraão apenas teve a indicação de que a “intenção do Governo é cumprir o que está no acordo”. “Já anteriormente a secretário de Estado tinha dito que o acordo, no que respeita a política salarial seria garantido. Estamos a falar de política de mínimos e o mínimo já foi ultrapassado em 2024 quando em vez de 2% tivemos 3%, não podemos caminhar no sentido dos atuais níveis remuneratórios”, afirmou o líder da Fesap, sublinhando que a estrutural sindical está disponível “25 horas por dia para ser parte da solução”.

“Temos um acordo de mínimos que tem de ser cumprido, para melhorá-lo tem de acontecer como aconteceu em sede de concertação social com os parceiros sociais. Como é que é possível que o maior empregador do país nem sequer dá o exemplo face ao que exige no setor privado”, atirou, classificando o atual acordo de “insuficiente”. Ainda assim, o líder da Fesap diz que “ainda há espaço para a negociação” e acredita que o acordo será aperfeiçoado.

Sebastião Santana, da Frente Comum, mostrou-se mais cauteloso com a “contraproposta” que o Governo deverá apresentar para a semana com atualizações salariais mais ambiciosas: “A proposta em cima da mesa é a da manutenção de um acordo que apelidamos de acordo de empobrecimento, com um aumento de 52 euro ou 2%. Isto não serve de maneira nenhuma para fazer face a um aumento de 23% dos bens alimentares essenciais, e de mais de 50% nos créditos à habitação”. No entanto, o coordenador da Frente Comum também referiu que “o Governo sinalizou que estaria preparado para evoluir na negociação”.

Se a aproximação face às reivindicações da estrutura sindical, afeta à CGTP, de aumentos salariais de 15% com um mínimo de 150 euros, for residual, a Frente Comum ameaça já com uma greve geral. “Esta proposta vai trazer muitos milhares de trabalhadores para Lisboa no dia 25 de outubro. Temos uma manifestação agendada e o Governo vai ser confrontado com a força da administração pública”, sublinhou Santana.

Quanto ao subsídio de refeição, que está, atualmente, nos seis euros por dia, o STE exige uma atualização para dez euros e a Frente Comum defende 10,50 euros. “Não temos ainda a proposta do Governo. Esta foi a primeira reunião. Vamos ter de ver a resposta do Governo na segunda reunião. Em termos remuneratórios, não temos mais do que isto”, apontou Maria Helena Rodrigues. O coordenador da Frente Comum indicou apenas que está à espera da “contraproposta do Governo”.

Nesta primeira reunião para a negociação anual geral, o Governo apenas apresentou uma proposta para a atualização da BRAP sem mostrar o caminho que pretende trilhar em relação aos restantes patamares remuneratórios. Uma vez que o Conselho de Ministros desta quarta-feira já vai fechar a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2025, Maria Helena foi questionada se não estranha o facto de o Executivo ainda não ter mostrado aos sindicados o desenho da revisão do acordo plurianual, que terá de ter uma dotação no OE.

Mas a líder do STE desvalorizou o timing. “Todos sabemos que o Orçamento do Estado que entra é uma proposta que tem um calendário e o processo da negociação entre os vários partidos e, em princípio, esse processo altera para melhor a proposta e é o que esperamos”, sublinhou.

Para além disso, a sindicalista lembrou que “o OE têm, normalmente, todos os anos uma dotação provisional, que serve para exceções, mas que tem servido, no passado, para acompanhar as atualizações remuneratórias da Administração Pública”, acrescentou.

“Já cá andamos há algum tempo e já fizemos processos negociais depois do Orçamento aprovado. Queríamos ter neste momento não só a proposta de um aumento bom e razoável, mas nunca assim aconteceu, estamos no processo negocial e continuamos a dizer que se houver boa-fé negocial conseguiremos chegar a um ponto”, frisou.

A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas determina, no artigo 351.º que “a negociação coletiva geral tem periodicidade anual, devendo iniciar-se a partir do dia 1 de setembro”. No entanto, não indica que o processo tem de se iniciar antes da aprovação do OE. “A negociação inicia-se com a apresentação, por uma das partes, de proposta fundamentada sobre qualquer das matérias previstas no artigo anterior, procedendo-se seguidamente à calendarização das negociações, de forma que estas terminem tendencialmente antes da votação final global da proposta de lei do Orçamento do Estado“, de acordo com o mesmo diploma.

Para Sebastião Santana, a decisão de o Governo começar a negociar em plena véspera da entrega do OE é um mau sinal. “Isto revela muito da boa-fé negocial deste Governo. No dia em que aprova o OE, em Conselho de Ministros, é que se senta à mesa com os trabalhadores da administração pública para discutir os aumentos. Isto é um enviesamento”, criticou.

De igual modo, o líder da Fesap frisou que “houve tempo para que este processo tivesse começado a 1 ou 15 de setembro”. “Podíamos ter construído um processo que não tinha que se iniciar agora. O nosso desconforto é evidente”, lamentou José Abraão.

Revisão das carreiras de inspeção e técnico superior de saúde só a partir de 2025

Ainda sem adiantar muitos detalhes sobre a proposta do Governo, a secretária de Estado da Administração Pública voltou a comprometer-se com a atualização das carreiras ainda não revistas, tal como está previsto no acordo plurianual para a valorização da Função Pública que as federações sindicais da UGT assinaram com o anterior Governo socialista, de António Costa.

“Tivemos da parte do Governo uma proposta de reuniões tendo em conta a revisão das carreiras ainda não revistas como as de técnico superior de saúde, das inspeções, da administração hospitalar, das carreias de reinserção social. Já estava no acordo plurianual do anterior Governo e este Governo disse que iria manter”, afirmou Maria Helena Rodrigues. A dirigente sindical considera que “esta questão é relevante” e, por isso, faz “um balanço positivo” do encontro.

De acordo com o calendário apresentado ao STE, o Governo pretende, ainda este ano, rever as carreiras de oficiais de justiça e bombeiros sapadores. Para 2025, serão as de técnico superior de saúde, medicina legal e de reinserção social/reeducação a serem revistas. E, em 2026, avança a atualização das carreiras inspeção.

De recordar que, em julho, a secretária de Estado já tinha assumido que iria rever as carreiras não revistas como as de técnicos profissionais de reinserção social, polícias municipais, técnicos superiores de saúde, administradores hospitalares e de inspetores externos. Mas, entretanto, as negociações ficaram paradas.

O acordo plurianual assinado entre o anterior Governo de António Costa e as federações sindicais afetas à UGT (Fesap e STE) – a Frente Comum, da CGTP, ficou de fora – previa que a revisão dessas carreiras deveria ocorrer durante este ano para produzir efeitos em 2025. No entanto, só as carreiras de oficiais de justiça e de bombeiros sapadores devem avançar já. As restantes serão a partir do próximo ano, tal como indicou a secretária de Estado à Frente Sindical.

Face a este atraso na revisão de algumas carreiras, cujo processo já deveria ter avançado, o líder da Fesap, José Abraão, exige maior celeridade por parte do Governo: “Não aceitamos que um conjunto de carreiras que, até agora, eram prioridade, cujas revisões já deviam ter sido feitas, como a dos técnicos superiores de saúde e como os técnicos da reinserção social, não aceitamos que se empurre para a frente, para 2025 e 2026, sem um calendário definido”.

No final do encontro, o Ministério das Finanças emitiu um comunicado, dando conta que “as propostas iniciais”, apresentadas pelo Governo, “centram-se nas carreiras não revistas que o Governo considera prioritárias para revisão ao longo da legislatura, bem como na Base Remuneratória da Administração Pública para 2025”, mas sem indicar valores concretos para os aumentos apresentados na reunião.

A tutela referiu ainda que “o Governo tem uma visão estratégica para uma Administração Pública competitiva, tendo já sido adotadas medidas com alcance estrutural e estratégico”. “Pretende-se ter uma Administração Pública motivada, competente e eficaz, com serviços públicos de excelência. Para tal, estão a ser criadas condições de atratividade com o objetivo de atrair e reter talento, defendeu.

As próximas reuniões entre as federações sindicais representativas dos trabalhadores da Administração Pública e a secretária de Estado, Marisa Garrido, estão marcadas para dias 16, 21 e 29 de outubro.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h46)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ordem dos Arquitetos admite “medidas mais duras” face a baixos salários e alta emigração

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

"Dentro das profissões mais qualificadas, que obrigam a um ensino com características diferenciadoras e responsabilidade, somos a profissão pior remunerada", lamenta presidente da Ordem.

Baixos salários e falta de condições de trabalho continuam a levar os jovens arquitetos a emigrar e revelam uma “desvalorização da profissão,” cuja responsabilidade a Ordem atribui sobretudo à inação do Estado, ponderando “medidas mais duras”.

Passado um ano de atividade da nova direção da Ordem dos Arquitetos (OA), o presidente, Avelino Oliveira, faz um balanço de “satisfação” pela dinâmica imprimida à associação profissional neste período, mas de “insatisfação” por não ter conseguido os principais objetivos junto dos decisores do Governo.

“A profissão é paga em Portugal a um quinto ou um sexto do que é paga noutros países europeus”, lamentou o responsável em entrevista à agência Lusa a propósito do primeiro ano do projeto com o lema “Agora, Futuro”, que venceu as eleições da OA para um mandato até 2026.

Cerca de 28 mil arquitetos estão atualmente inscritos na ordem – 22 mil no ativo — com entrada anual de cerca de 800 novos membros, segundo os números recentes. “Cerca de metade dos arquitetos inscritos tem menos de 40 anos”, sublinhou Avelino Ferreira sobre o perfil destes profissionais que, “no início de carreira recebem cerca de mil euros”.

“Dentro das profissões mais qualificadas, que obrigam a um ensino com características diferenciadoras e responsabilidade, ou seja, que obrigam a mestrado e mais um ano de estágio, somos a profissão pior remunerada”, lastimou o presidente da OA, apontando que, a juntar aos baixos salários, muitos arquitetos acumulam variadas funções, uma realidade “muito desmotivadora”.

Avelino Oliveira salientou que esta “desvalorização da profissão continua a empurrar os jovens arquitetos para a emigração, porque não se sentem reconhecidos, nem têm condições para ser autónomos e melhorar a sua vida”, encontrando-se “entre os profissionais que mais emigram”.

O responsável citou dados do Projeto REMIGR – que procura compreender a dimensão e características dos novos movimentos de emigração portuguesa – do Observatório da Emigração e da Fundação Manuel Francisco dos Santos sobre emigração em Portugal entre 2001 e 2020.

Os estudos referem que, neste período de vinte anos, 5,64% dos emigrantes nascidos entre 1970 e 1980 eram arquitetos e designers.

“Estima-se que tenham emigrado neste período 75 mil portugueses, portanto, pelas nossas contas, são pelo menos 2.500 arquitetos, cerca de 10% dos membros ativos da OA”, indicou Avelino Oliveira à Lusa.

Este cenário atual, que coloca os jovens arquitetos “entre as cinco profissões que mais emigram em Portugal, a par dos profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas”, é visto como “muito preocupante”, enfatizou o presidente.

Daí a sensação de frustração e insatisfação ao fim de um ano de mandato da nova direção, após vários contactos e reuniões ministeriais: “Não conseguimos os nossos principais objetivos juntos dos decisores do Governo, relacionados com a valorização da profissão e de melhores condições de trabalho dos arquitetos“.

“Nós vamos endurecer as posições se as coisas continuarem assim nos honorários e na desvalorização da arquitetura. Vamos tomar medidas mais fortes”, disse, sem querer, para já, avançar quais.

Para Avelino Oliveira, o quadro atual advém de um percurso de vinte anos de inação de decisores de vários governos, entidades públicas, reguladores, legisladores, autoridades do trabalho e da concorrência.

“Esta emigração é preocupante. Significa que há pouca retenção de talentos no país, e os jovens arquitetos que emigram não estão a regressar porque a situação não mudou”, reforçou o arquiteto formado na Escola do Porto, atualmente a lecionar no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa.

Entretanto, a OA criou um projeto chamado Remuneração Justa: “Falámos com os partidos, os grupos parlamentares, os ministérios que nos tutelam, tivemos várias reuniões, instituições que regulam o mercado, a Autoridade da Concorrência, e apresentámos dados. Todos mostraram compreensão e boas palavras, mas de concreto não conseguimos nada”.

Outro dado que veio a público este ano e que a Ordem dos Arquitetos considera preocupante relaciona-se com os honorários da encomenda pública pagos em Portugal: “Em média, o que o Estado encomenda aos arquitetos e engenheiros vale só 1,99% do valor total da empreitada“.

“É um valor abaixo de 2%. Isto é quase tratarem-nos como se fossemos a ‘Loja dos 2 Euros’ e isso preocupa-nos particularmente. É um valor que talvez não diga nada à generalidade da população, mas indica que o próprio Estado é o promotor da concorrência desleal e da desvalorização dos arquitetos. Nós analisámos mais de 100 concursos públicos que representam quase 400 milhões de euros de empreitada”, disse o arquiteto que possui ateliê em Matosinhos.

Ao longo do primeiro ano de mandato, a nova direção também diz ter percorrido o país para conhecer a realidade das carreiras de arquitetos da administração pública e no setor privado, realizando encontros e debates.

“Deparámo-nos com inúmeras questões, algumas delas muito complexas, que necessitam de alteração, porque há colegas que estão a trabalhar em condições e a fazer serviços acumulados. Fazem projetos, são responsáveis por obras, fiscalização, entre outras matérias”, descreveu à Lusa.

Para o presidente da OA, “o nível das carreiras é muito baixo e os arquitetos têm uma responsabilidade acrescida, sendo que as funções que desempenham, extravasam muito as meras carreiras gerais”.

O cenário é insatisfatório, mas — diz Avelino Oliveira — “os arquitetos têm pouca tendência para reclamar: queixam-se muito entre os colegas a baixa voz, mas não se manifestam”.

Neste quadro, a OA criou uma plataforma para propor uma alteração legislativa que quer formalizar até ao próximo congresso dos arquitetos, marcado para maio de 2025, em Évora, no Alentejo.

“Vamos apresentar uma proposta abrangente ao Governo, sobre, não só a remuneração das carreiras públicas, mas também do seu funcionamento. Estamos a começar a ver problemas nalguns territórios, em Portugal, que não têm arquitetos nem para os projetos, nem para a gestão urbanística”, alertou.

Avelino Oliveira diz que “a profissão na administração pública não é atrativa face às condições atuais, e está a começar a acontecer na arquitetura o que já é um problema grave com os engenheiros”.

“Já há falta de engenheiros nas entidades públicas e na administração pública. Na arquitetura está a começar a acontecer o mesmo em certos territórios”, apontou o responsável, relembrando que o setor da construção representa 16% do PIB.

Questionado sobre o ponto da situação das alterações ao estatuto das ordens profissionais, aprovado no parlamento há um ano, em clima de contestação — no caso da OA porque “os atos próprios e exclusivos dos arquitectos são colocados em causa” –, Avelino Oliveira disse não haver novidades, desde então.

“Este Governo prometeu que iria reabrir o processo, mas não o fez”, indicou, acrescentando que os arquitetos estão a aguardar a reabertura “não conformados, mas de certa maneira disciplinados”.

O novo estatuto “cria dificuldades orgânicas, para já, algumas complicadas para vários profissionais e precisa mesmo de ser revisto”, defendeu, indicando que a OA espera a reabertura por parte do Governo até ao final do ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor descem e a três meses tocam mínimo de abril de 2023

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

A Euribor desceu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira e no prazo mais curto para um novo mínimo desde abril de 2023.

A Euribor desceu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira e no prazo mais curto para um novo mínimo desde abril de 2023. Com as alterações desta quarta-feira, a taxa a três meses, que recuou para 3,223%, continuou acima da taxa a seis meses (3,047%) e da taxa a 12 meses (2,792%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, baixou esta quarta-feira para 3,047%, menos 0,011 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto mostram que a Euribor a seis meses representava 37,6% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,2% e 25,8%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também baixou esta quarta-feira, para 2,792%, menos 0,006 pontos do que na terça-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu esta quarta-feira, ao ser fixada em 3,223%, menos 0,042 pontos e um novo mínimo desde 20 de abril de 2023.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.