Desapareceu o “Papa extraordinário” de “abraço caloroso”. As reações à morte de Francisco
Da esquerda à direita, figuras da política portuguesa elogiam o percurso do Papa Francisco e a proximidade às pessoas. Defensor dos imigrantes e de uma economia mais justa e humana.
As reações à morte do Papa Francisco, aos 88 anos, não se fizeram esperar. Figuras da política portuguesa elogiaram o legado de humanismo e proximidade às pessoas, considerando que o argentino “foi a voz dos pobres” e que “sempre foi um defensor de uma economia mais justa”.
Desde logo, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, defendeu que “Francisco foi um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas”.
“As suas visitas a Portugal, no centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade”, disse Montenegro, numa publicação na rede social X, acompanhada de uma fotografia onde aparece a apertar a mão do líder da Igreja Católica.
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“Os portugueses e o mundo despedem-se do Papa Francisco com gratidão, o seu legado e a sua vida serão fonte de inspiração para gerações futuras dentro e fora da igreja”, disse Luís Montenegro, recordado que Portugal vai decretar três dias de luto nacional, na data “coincidente com as cerimónias fúnebres”, que serão anunciadas pelo Vaticano.
Entretanto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que falará esta segunda-feira ao país às 20h sobre a morte do Papa Francisco.
Já o presidente do PS, Pedro Nuno Santos, recordou que Francisco “foi um Papa dos pobres, dos excluídos, dos que não têm voz”. “Um defensor incansável do meio ambiente, da solidariedade entre os povos e da necessidade de uma economia mais justa”, apontou.
“Ao longo do seu pontificado, o Papa Francisco foi uma voz inflamada em defesa da justiça social, da dignidade humana e da paz. A sua liderança espiritual transcende fronteiras religiosas e políticas, tornando-se uma referência ética e moral para milhões em todo o mundo”, acrescentou Pedro Nuno Santos numa publicação na rede social X.
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Pedro Nuno Santos recordou a célebre frase de Francisco que disse que o “único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo é para ajudá-la a levantar-se”. “Esta mensagem de amor é uma mensagem poderosa que o Papa Francisco nos deixou”, disse o líder do partido socialista.
O líder do PS recordou que o líder da igreja católica foi um “crítico do populismo, um defensor da paz, um crítico do liberalismo e da economia que mata como ele dizia, uma economia que produz desigualdade e pobreza”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que “Francisco era o Profeta do Exemplo”. “Todos, todos, todos, sentiremos, não a sua falta, mas a sua presença“, apontou.
“Como pessoa, como cristão, como católico, devo-lhe tanto. Devemos-lhe tanto”, disse ainda Paulo Rangel, numa publicação na rede social X em reação à morte do Papa Francisco.
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Também o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, lamentou “profundamente a notícia da morte do Papa Francisco”. Já Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco, lembrou que o Pontífice, “nos últimos dias, exigiu o cessar-fogo em Gaza e opôs-se à corrida ao armamento”: “Condenou o ódio contra imigrantes e a ‘economia que mata’. Fez opção pelos pobres e pelo cuidado da Terra, casa comum. Crentes ou não crentes, a todos Francisco deu esperança”, escreveu a líder do BE, também no X.
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André Ventura, líder do Chega, lembrou que “o Papa Francisco deixa uma marca inspiradora de proximidade e simplicidade que a todos tocou profundamente”. “Que a sua vida intensa seja um exemplo para todos os que querem servir a causa pública”, indicou.
O patriarca de Lisboa, Rui Valério, recordou esta segunda-feira o “abraço caloroso, os gestos incansáveis, a alegria contagiante” do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, que teve lugar na capital portuguesa em agosto de 2023.
“O seu magistério e os seus gestos permanecem na nossa memória e elevamos a Deus um hino de gratidão por estes anos em que a Igreja foi pastoreada pelo seu esmero e dedicação incansáveis, como todos pudemos testemunhar”, realçou Rui Valério.
O cardeal Américo Aguiar disse “sentir uma profunda tristeza” pela morte do Papa Francisco. “O homem em quem o mundo confia, o homem que o mundo respeita, o homem que o mundo lê, procurando em cada uma das suas palavras uma luz que nos ilumine, peço (…) que nos ajude a construir este presente, tão atribulado, tão incerto”, disse o cardeal português.
A Câmara Municipal de Lisboa “manifestou o mais profundo pesar pelo falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, um líder espiritual cuja vida foi dedicada à paz, à justiça social e à defesa incansável dos mais vulneráveis”.
“A morte do Papa Francisco deixa-nos uma imensa tristeza, mas também uma marca única de uma herança de humanidade, proximidade e coragem, que perdurará”, disse Carlos Moedas. “Uma voz única, firme e de equilíbrio num mundo tantas vezes marcado pela indiferença. Um farol para milhões de crentes e não crentes, com a sua capacidade única de a todos convocar para os desafios em nome de um mundo melhor”, refere o autarca de Lisboa, em comunicado.
Lá fora, líderes homenageiam “humildade” e “amor ao próximo”
Ursula von der Leyen também reagiu ao anúncio da morte do Papa Francisco. “Inspirou milhões, muito além da Igreja Católica, com a sua humildade e amor tão puro pelos menos fortunados. Os meus pensamentos estão para aqueles que sentem esta perda profunda”, escreveu a presidente da Comissão Europeia, também no X.
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O Presidente francês elogiou a “resiliência” do Papa Francisco e o “amor ao próximo”. O Papa Francisco posicionou-se sempre ao lado dos mais vulneráveis e frágeis, e fê-lo com muita humildade. Em tempos de guerra e brutalidade, tinha um senso de proteção ao próximo”, escreveu Emmanuel Macron no X.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, elogiou o “sorriso contagioso” do Papa Francisco, elencando que “será recordado pelo seu amor à vida, esperança pela paz, compaixão pela igualdade e justiça social”.
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“Os seus esforços incansáveis para promover um mundo mais justo para todos deixarão um legado duradouro. Em nome do povo do Reino Unido, partilho as minhas mais sinceras condolências a toda a Igreja Católica”, escreveu o primeiro-ministro britânico Keir Starmer.
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O chanceler alemão, Friedrich Merz, recorda o “compromisso incansável com os mais frágeis, pela justiça e pela reconciliação”. “O primeiro latino-americano na Santa Sé tocou pessoas em todo o mundo e além-fronteiras”, disse Merz.
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Numa breve mensagem na rede social X, a Casa Branca prestou homenagem ao líder da igreja católica: “Que o Papa Francisco descanse em paz”. O vice-presidente, JD Vance, também enviou condolências “aos milhões de cristãos de todo o mundo que o amavam”.
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O Dalai Lama, líder espiritual dos budistas do Tibete, expressou que Jorge Mario Bergoglio “dedicou a vida a servir os outros”, destacando que o Papa Francisco dava “regularmente o exemplo de como levar uma vida simples, mas significativa”.
(Notícia atualizada)
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