Presidente da Comissão de Auditoria da Impresa renuncia ao cargo

Impresa comunica renúncia de Manuel Guilherme Oliveira da Costa, que presidia o órgão que fiscaliza a administração e pugna pelo cumprimento da lei. Nada é referido sobre o que motivou esta decisão.

Manuel Guilherme Oliveira da Costa renunciou esta terça-feira às funções de presidente da Comissão de Auditoria e vogal do Conselho de Administração do grupo Impresa.

A informação foi comunicada pela própria sociedade, num documento submetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Nada é referido sobre o que motivou esta decisão.

De acordo com os estatutos da Impresa, dona da estação televisiva SIC e do jornal Expresso, compete à Comissão de Auditoria “fiscalizar a administração da sociedade” e “vigiar pela observância da lei” e dos próprios estatutos, entre outras responsabilidades.

Em 2024, a Comissão de Auditoria reuniu 13 vezes, de acordo com informação disponível no portal da Impresa.

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Hoje nas notícias: Centros de saúde, espaço e ACT

  • ECO
  • 22 Abril 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Pelo menos 15 entidades formalizaram junto da Administração Central do Sistema de Saúde a respetiva candidatura no âmbito do novo modelo de unidade de saúde familiar (USF). Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Há 15 propostas para abrir novos centros de saúde. ULS já podem avançar com o processo

Pelo menos 15 entidades formalizaram junto da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) a respetiva candidatura às novas unidades de saúde familiares (USF), modelo C. Os Ministérios da Saúde e das Finanças já aprovaram o estudo económico para que as unidades locais de saúde (ULS) das zonas onde estes novos centros de saúde vão poder começar a funcionar abram os concursos públicos. A ULS Amadora/Sintra, onde atualmente 33% da população inscrita não tem médico de família atribuído (cerca de 185 mil pessoas), recebeu oito manifestações de interesse, uma do setor social e as restantes do setor privado.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Portugal na calha para receber pólo da Universidade do Espaço

A Universidade Internacional do Espaço (ISU, na sigla em inglês), a única universidade dedicada exclusivamente ao espaço, está a considerar a hipótese de criar um pólo em Portugal. Na semana passada, o presidente da instituição visitou o norte do país, tendo confirmado as intenções de expandir a ISU, colocando Portugal no radar. “Sinceramente, estou de olho em Portugal para criar uma bandeira da ISU onde possamos ter programas de educação e formação”, afirmou John Wensveen. Embora não haja nada oficializado, o responsável teve reuniões com o reitor da Universidade do Minho e o presidente da Escola de Engenharia desta instituição, onde uma futura parceria entre a ISU e a Universidade do Minho também foi discutida, com a possível construção de um pólo da ISU na região.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

ACT encontrou 39 infrações ao salário mínimo em quatro anos

Entre 2020 e 2024, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) detetou 39 infrações relacionadas com o incumprimento do salário mínimo nacional, que deram origem a oito advertências e 31 coimas. Em causa está o artigo que determina que constitui contraordenação muito grave a violação da norma segundo a qual “é garantida aos trabalhadores uma retribuição mínima mensal, seja qual for a modalidade praticada, cujo valor é determinado anualmente por legislação específica, ouvida a Comissão Permanente de Concertação Social”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Queda dos juros ainda só anula um quarto do aumento

Os juros do crédito da casa têm vindo a beneficiar de uma descida que dura já há mais de um ano, desde que o Banco Central Europeu (BCE) começou a baixar as taxas de referência. Mas essa descida ainda está longe de compensar o anterior aumento dos juros, entre abril de 2022 e janeiro de 2024. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação diminuiu para 3,735% em março. Considerando o último máximo, de 4,657%, atingido em janeiro do ano passado, a redução acumulada é de 92,2 pontos base. Porém, representa menos de um quarto do valor da subida, que se situou em 385,2 pontos base.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

TdC perdoa infrações na Ordem dos Psicólogos devido à inexperiência dos responsáveis

O Tribunal de Contas (TdC) identificou falhas na gestão da Ordem dos Psicólogos Portugueses durante o exercício de 2022, tais como adjudicações de serviços jurídicos por ajuste direto sem cumprimento dos requisitos legais e a publicitação tardia de contratos. Apesar das infrações, o TdC decidiu não aplicar sanções financeiras, justificando que se trata de erros por negligência, dado que os responsáveis possuem competências principalmente na área da psicologia.

Leia a notícia completa na CNN Portugal (acesso livre).

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Saiba quais são as subcategorias com desconto esta semana

  • Conteúdo Patrocinado
  • 22 Abril 2025

A segunda ronda de descontos já começou. Descubra as subcategorias em destaque esta semana e aproveite a campanha de 35% para inscrever o seu projeto. A sua autarquia pode ser a próxima vencedora.

A campanha semanal do Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros continua a destacar áreas essenciais para o fortalecimento do poder local. Esta semana, mais subcategorias foram selecionadas para beneficiar de um desconto de 35% no valor da inscrição.

O objetivo? Reforçar a participação em áreas-chave para o desenvolvimento do território, dando visibilidade a projetos que fazem a diferença todos os dias na vida das pessoas.

A iniciativa decorre todas as semanas, com novas subcategorias abrangidas pela campanha promocional. Veja as subcategorias com desconto nesta segunda semana e não perca a oportunidade de dar palco ao que a sua autarquia tem feito de melhor.

Categorias/subcategorias com desconto de 35%

APOIO SOCIAL

  • Apoio às Crianças
  • Combate à Exclusão Social

CULTURA E PATRIMÓNIO

  • Artes Plásticas
  • Cinema

DEMOCRACIA, IGUALDADE E PARTICIPAÇÃO CÍVICA

  • Combate à Homofobia
  • Combate ao Abstencionismo Eleitoral

DESPORTO E VIDA SAUDÁVEL

  • Apoio ao Desporto Amador
  • Apoio ao Desporto Profissional

ECOLOGIA E CUIDADO DOS ANIMAIS

  • Mobilidade Sustentável (carros elétricos, bicicletas, transportes públicos)
  • Proteção e Conservação da Biodiversidade

ECONOMIA

  • Incentivos às Pescas
  • Indústria

EDUCAÇÃO

  • Ensino Básico
  • Ensino Pré-Primário

MOBILIDADE

  • Estacionamento Responsável
  • Mobilidades dos mais jovens

SEGURANÇA E PROTEÇÃO CIVIL

  • Combate e Prevenção da Criminalidade
  • Combate e Prevenção de Catástrofes Naturais

TURISMO

  • Turismo Balnear
  • Turismo Cultural

URBANISMO E ESPAÇOS VERDES

  • Boas Práticas de Sustentabilidade
  • Espaços Verdes

SAÚDE E BEM-ESTAR

  • Criação de unidades de saúde móvel
  • Serviços de apoio hospitalares

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Empresas mais interessadas na moeda chinesa face a incerteza no mercado obrigacionista dos EUA

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Dólar mais fraco criou "janela de oportunidade" para a internacionalização do yuan, estando a subir o número de empresas interessadas nesta divisa, indica estudo da Universidade Renmin em Pequim.

As empresas estão cada vez mais interessadas em utilizar a moeda chinesa, o yuan, na liquidação de pagamentos internacionais, segundo os resultados de um inquérito publicados esta terça-feira pelo Instituto Monetário Internacional da Universidade Renmin.

O enfraquecimento do domínio do dólar norte-americano, exacerbado por uma série de políticas da nova administração dos Estados Unidos, criou uma “janela de oportunidade” para a internacionalização do yuan, argumentaram os autores.

As conclusões da Universidade Renmin, que fica no norte de Pequim, sobre a internacionalização do yuan nos últimos trimestres são coerentes: a percentagem de empresas que planeiam aumentar as transações em yuan subiu de cerca de 21,5% no segundo trimestre de 2024 para quase 24% no primeiro trimestre deste ano.

Cerca de 68% das empresas inquiridas afirmaram que estão a utilizar o yuan para liquidações comerciais transfronteiriças, enquanto 53% estavam a utilizar a moeda para transações cambiais.

“A volatilidade crescente no mercado do Tesouro dos EUA marca um ponto de viragem”, afirmou Yang Changjiang, professor de Finanças, salientando que, ao contrário de anteriores situações de turbulência, desta vez o capital global deixou de fluir para os EUA.

Nas últimas duas semanas, registou-se uma venda de obrigações do Tesouro norte-americano, que chegou a fazer subir os juros para títulos com prazo de maturidade a 30 anos em meio ponto percentual, após o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar “tarifas retaliatórias” contra o resto do mundo.

A guerra comercial com a China — que viu as tarifas dos EUA sobre produtos chineses aumentarem 145% este ano, contra 125% impostos pela China — intensificou as preocupações sobre o impacto da dissociação EUA-China na economia global.

Num documento conhecido como “Acordo de Mar-a-Lago”, Stephen Miran, presidente do Conselho de Conselheiros Económicos da Administração Trump, defendeu um enfraquecimento do dólar norte-americano e a troca de títulos do Tesouro norte-americano de curto prazo por obrigações a 100 anos.

“Costumávamos considerar a liquidação do comércio como o principal motor da internacionalização do yuan, mas agora o foco mudou para a possibilidade de o yuan servir como um ativo de refúgio”, disse Yang. “Esta é uma oportunidade que temos de aproveitar”, apontou.

A segunda maior economia do mundo também registou um aumento das emissões de obrigações denominadas em yuan, conhecidas como obrigações panda. O montante acumulado atingiu 950 mil milhões de yuan (quase 113 mil milhões de euros) em meados de abril, segundo dados do governo.

Apesar da crescente inclinação para utilizar a moeda chinesa além-fronteiras, o alcance dessa utilização continua a ser muito inferior ao do dólar norte-americano.

O yuan continua a ser a quarta moeda de pagamento mais utilizada, com uma quota de 4,13% em março, segundo dados do Swift, o sistema que permite transações interbancárias internacionais. Em comparação, a quota do dólar norte-americano está em 49,08%, de longe a mais alta.

A moeda chinesa representa também apenas 2,18% das reservas mundiais de divisas, em comparação com 57,8% do dólar norte-americano, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional.

Quando questionados sobre os principais riscos e desafios que rodeiam a utilização do yuan nas transações comerciais, mais de 40% das empresas inquiridas pela Universidade Renmin afirmaram que os seus parceiros comerciais têm relutância em utilizar a moeda.

Alguns inquiridos também apontaram barreiras que impedem um maior papel internacional para o yuan, incluindo questões de convertibilidade, controlos de capitais e a sua vulnerabilidade a influências externas.

Tu Yonghong, vice-diretor do Instituto da Universidade Renmin, afirmou que o sistema monetário mundial irá provavelmente tornar-se mais diversificado, dado o atual panorama mundial, o que beneficiará a utilização da moeda chinesa no estrangeiro.

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Índia impõe “taxa de salvaguarda” de 12% sobre alguns produtos de aço

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Tarifa sobre as importações de alguns produtos de aço visa proteger produtores indianos do "impacto adverso dos aumentos repentinos das importações" e garantir concorrência justa no mercado.

A Índia anunciou uma “tarifa de salvaguarda” de 12% sobre as importações de alguns produtos de aço, para proteger os produtores do país do “impacto adverso dos aumentos repentinos das importações” e garantir concorrência justa no mercado.

O Ministério do Aço e das Indústrias Pesadas da Índia, liderado por Shri H.D. Kumaraswamy, declarou que a “medida vai proporcionar um alívio crucial aos produtores nacionais [de aço], especialmente às pequenas e médias empresas, que têm enfrentado uma enorme pressão devido ao aumento súbito das importações”.

“O direito de salvaguarda vai ajudar a restabelecer a estabilidade do mercado e a reforçar a confiança da indústria nacional”, declarou o ministério indiano, num comunicado divulgado na noite de segunda-feira.

De acordo com os últimos dados de produção anual da Associação Mundial do Aço, que representa 160 produtores de aço, a Índia era, em 2024, o segundo maior produtor mundial de aço bruto, com mais de 149 milhões de toneladas produzidas por empresas do país.

A China, que ultrapassou a marca de mil milhões de toneladas de produção de aço bruto em 2020, ocupa o primeiro lugar em termos de produção desse material.

A situação atual dos produtores de aço indianos está a ser afetada pelas tensões e pela guerra comercial a nível mundial, que, no caso do setor siderúrgico, foi agravada pelas tarifas gerais de 25% impostas às importações de aço e de alumínio pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 11 de fevereiro.

O envio de aço e alumínio indianos para os EUA representam uma pequena proporção das exportações de Nova Deli para Washington, embora os exportadores de aço tenham beneficiado de uma forte procura no mercado norte-americano.

De acordo com um relatório publicado em fevereiro pela Moody’s Investors Service, esta situação pode vir a forçar os produtores indianos a procurar mercados alternativos, intensificando a concorrência noutras regiões e afetando potencialmente as margens de lucro.

Na Bolsa de Valores de Bombaim, onde estão cotadas as principais empresas indianas, a líder do setor siderúrgico, Tata Steel, subiu 0,57% após o anúncio da “tarifa de salvaguarda”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 22 de abril

  • ECO
  • 22 Abril 2025

Ao longo desta terça-feira, 22 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Rebuild 2025 deixará um impacto económico de 67 milhões de euros numa edição marcada pela habitação social industrializada

  • Servimedia
  • 22 Abril 2025

A partir de amanhã e até sexta-feira, 25 de abril, mais de 27.000 profissionais do sector estarão reunidos na maior feira de construção industrializada da Europa.

A Rebuild iniciará a sua oitava edição amanhã, 23 de abril, na Ifema Madrid e decorrerá até sexta-feira, 25 de abril. A maior feira de construção industrializada da Europa acolherá mais de 27.000 profissionais de toda a cadeia de valor da construção, que descobrirão mais de 2.400 inovações apresentadas por 634 empresas expositoras, 80% das quais dedicadas a soluções industrializadas.

Com o desenvolvimento da Rebuild, Madrid posicionar-se-á como a capital europeia da construção industrializada, tornando-se o centro de interesse do setor e reforçando o seu compromisso com o novo modelo de construção, que já foi impulsionado por iniciativas como o Plano VIVE. A organização do REBUILD 2025 terá um impacto económico de 67 milhões de euros.

O encontro acolherá o Advanced Architecture and Construction 4. 0 – um fórum de referência para o setor devido à sua agenda de conteúdos e às vozes de referência que reúne – que contará com 707 oradores internacionais do gabarito de Stefano Boeri, conhecido pelos seus projectos de arquitetura verde como o Bosco Verticale em Milão; Carlo Ratti, arquiteto moderno que se destaca por integrar tecnologia, urbanismo e sustentabilidade; Dominique Perrault, que desenhou a Aldeia Olímpica para os Jogos de Paris 2024; Massimiliano Fuksas, distinguido pelo seu trabalho no campo da arquitetura; Dominique Perrault, que projectou a Aldeia Olímpica para os Jogos de Paris 2024; Massimiliano Fuksas, que se destaca pelas suas propostas vanguardistas que exploram a relação entre forma, espaço e tecnologia; ou Silja Tillner, pioneira na Áustria pelas suas propostas de habitação a preços acessíveis. De facto, o acesso a uma casa e a expansão do parque de habitação social na Europa e em Espanha serão temas que ocuparão grande parte do programa do Congresso.

Neste sentido, o fórum acolherá uma cimeira em que representantes de todas as administrações a nível nacional se reunirão para partilhar estratégias e reunir as melhores práticas para aumentar a promoção da habitação, essencialmente a habitação acessível. A Ministra da Habitação e da Agenda Urbana do Governo, Isabel Rodríguez, juntamente com conselheiros e diretores de habitação de uma dezena de regiões como a Comunidade de Madrid, Andaluzia, Comunidade Valenciana, Região de Múrcia, Castela e Leão, Castela-La Mancha, Cantábria, Aragão e País Basco serão alguns dos que se reunirão em diferentes sessões tendo como pano de fundo o recente PERTE proposto pelo Executivo.

Da mesma forma, vereadores e delegados de habitação e urbanismo de câmaras municipais como Valência e Madrid estarão presentes no Congresso para analisar as normas com as quais se pode reforçar a oferta de habitação social. Nesta linha, a Áustria – país convidado desta edição – e Navarra – Região Europeia Inovadora 2025 – partilharão o seu modelo exemplar baseado na colaboração público-privada e nas políticas de bem-estar.

Assim, o REBUILD 2025 tornar-se-á o principal ponto de encontro dedicado à industrialização, onde também serão discutidas as dificuldades do setor na realização de projetos sob este conceito. Um desses desafios é o acesso ao crédito, que se deve à falta de legislação sobre o modelo fora de obra no Código Técnico da Edificação, e que será aprofundado.

TECNOLOGIA

A transformação que a construção está a adotar para descarbonizar e digitalizar será outro eixo que será a espinha dorsal do Congresso de Arquitetura Avançada e Construção 4.0. Por esta razão, as recentes diretrizes europeias para ser zero emissões até 2050 serão discutidas em profundidade, tais como a nova Diretiva sobre a Eficiência Energética dos Edifícios, que procura reduzir o consumo de energia na construção, ou o Passaporte Digital de Produtos, que permitirá minimizar a pegada de carbono das cadeias de abastecimento.

Tudo isto sem esquecer o papel dos materiais circulares para atenuar o impacto e melhorar o bem-estar, como a madeira, que será explorada, entre outros especialistas, por Andrew Waugh, um “guru” mundial que aposta nela como alternativa ao aço ou ao betão, ou María Mora, associada sénior da Michael Green Architecture, o estúdio que desenvolveu de raiz o primeiro edifício de escritórios para a Google utilizando madeira maciça.

Quanto à revolução tecnológica, os auditórios do fórum irão rever a evolução do BIM, agora que passaram dez anos desde a sua chegada a Espanha e dois desde que o Plano BIM Espanha – que promove a utilização da metodologia nos contratos públicos – começou a ser gradualmente implementado. Paralelamente, será analisado o impacto da IA, do blockchain, dos gémeos digitais ou da realidade virtual nos diferentes segmentos da construção, com responsáveis do CSCAE e diferentes desenvolvedores.

Estas questões serão debatidas por nomes conhecidos do setor, como Josep Llinàs, distinguido com a Medalha de Ouro de Arquitetura 2024; Amaia Celaya, especialista da ONU em migração urbana; Diego Escario, chefe do estúdio Cano y Escario; Rosa Mª Peña Alonso, Chief Operating Officer da Vía Ágora; David Martínez, CEO da AEDAS Homes; e Juan Manuel Borrás, COO da Culmia, entre muitos outros.

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📹 Mais-valias pela venda de casa. Como beneficiar da isenção em IRS?

Tem de reinvestir o o valor da alienação numa nova habitação própria no prazo de três anos e fazer esse reporte numa declaração de substituição do ano da alienação do imóvel, explica João Espanha.

É possível beneficiar da isenção em IRS das mais-valias geradas pela venda de casas, mas apenas em determinadas circunstâncias. O imóvel em causa tem de ser habitação própria e permanente do contribuinte há pelo menos dois anos, caso a alienação tenha ocorrido até 10 de setembro de 2024, ou pelo menos um ano, para vendas a partir de 11 de setembro de 2024, e os ganhos obtidos devem obrigatoriamente ser reinvestidos na aquisição de uma habitação própria e permanente no prazo máximo de três anos, desde a data da venda da anterior casa, explica ao ECO o fiscalista João Espanha, da Broseta. Segundas habitações não usufruem desta benesse fiscal.

Mas não basta aplicar o valor da venda na compra de uma habitação própria e permanente para ficar livre do imposto. É preciso fazer o devido reporte no anexo G da declaração de IRS. Assim, “o contribuinte tem de declarar o valor de aquisição, o valor de realização e a intenção de reinvestimento, para que a tributação da mais-valia fique suspensa”, indica o perito em Direito Fiscal.

Depois, quando os ganhos forem reinvestidos numa nova habitação, “é preciso fazer uma declaração de substituição relativamente ao ano da alienação da casa anterior”. “Aí retiro a intenção de reinvestimento e coloco o efetivo reinvestimento”, adverte o fiscalista.

“Se o contribuinte não entregar essa declaração de substituição, vai ser tributado. Há depois maneiras de reclamar, mas é sempre melhor prevenir do que remediar”, aconselha.

João Espanha exemplifica: “Estamos em 2025. Vendi agora. Tenho a intenção de reinvestir, seleciono a intenção de reinvestir no anexo G da declaração de IRS. Em 2027, faço o reinvestimento, então tenho de substituir a declaração de 2025 e já não coloco a intenção de reinvestimento, antes seleciono o efetivo reinvestimento”.

A campanha para a entrega da declaração do IRS arrancou a 1 de abril e termina a 30 de junho.

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ISDIN e a tenista Mirra Andreeva organizam uma masterclass de ténis para o Mutua Madrid Open

  • Servimedia
  • 22 Abril 2025

Mirra Andreeva, a sétima melhor tenista do mundo de acordo com o ranking WTA e embaixadora da ISDIN, deu uma aula magistral sobre ténis e fotoproteção a um grupo de influencers de renome.

A ISDIN é mais uma vez o fotoprotetor oficial do Mutua Madrid Open, que se realiza de 21 de abril a 4 de maio na capital. Este é o oitavo ano em que a ISDIN renova a sua aliança com o torneio para promover o seu objetivo de inspirar um futuro sem cancro da pele através da prevenção e da sensibilização para a importância da fotoproteção.

Um dos destaques deste ano foi a masterclass de ténis organizada pela ISDIN com Mirra Andreeva, a sétima melhor tenista do mundo de acordo com o ranking WTA e embaixadora da marca. No evento, que teve lugar hoje na Caja Mágica, Andreeva partilhou dicas e conselhos que aplica no campo com um pequeno grupo de influencers proeminentes que participaram no meet & greet, como a cantora Marina Reche, Lucia Lapuerta e ByCalitos. Para eles, foi uma oportunidade única de conhecer o carisma, a história e o lado mais próximo da atleta. Além disso, Mirra Andreeva participou como juíza numa partida disputada pelos influenciadores.

Durante o encontro, a embaixadora da ISDIN sublinhou ainda a importância de se proteger do sol, tanto nos desportos ao ar livre como no dia a dia, para ter uma pele saudável e prevenir o cancro da pele.

Desde 2018, a ISDIN tem vindo a impulsionar esta parceria com o Mutua Madrid Open, no âmbito da sua campanha global de sensibilização para a proteção solar. De facto, para além de Mirra Andreeva, embaixadores da ISDIN, como Carlos Alcaraz, estarão presentes no torneio.

A marca está também presente noutros torneios internacionais, como Roland Garros, ATP Buenos Aires, Rio Open, Chile Open, Los Cabos Tennis Open, Abierto Mexicano de Tenis e Millennium Estoril Open.

O sucesso de Mirra Andreeva, com marcos como tornar-se a mais jovem vencedora da história do Dubai WTA 1000, a sua entrada no top 10 do ranking WTA ou a sua vitória no Indian Wells Open, confirma o sucesso do ISDIN no apoio a talentos emergentes, algo que já aconteceu com Alcaraz. De facto, o laboratório patrocinou o tenista de Múrcia desde a sua adolescência e acompanhou-o em todos os grandes êxitos da sua carreira profissional.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 22 Abril 2025

Em dia de debate para as legislativas, a IL reúne com a Confederação Empresarial de Portugal. Já o Banco de Portugal e o FMI divulgam dados sobre a economia e a Tesla revela resultados trimestrais.

O dia será marcado pelo frente a frente entre o PAN e Livre, o líder da Iniciativa Liberal (IL) vai reunir com a Confederação Empresarial de Portugal. Destaque ainda para as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) relativas à economia mundial e para o relatório de emissão monetária do Banco de Portugal (BdP). Lá fora, a empresa do homem mais rico do mundo e atual conselheiro para a Casa Branca – Tesla – vai apresentar resultados financeiros do primeiro trimestre.

CIP reúne com líderes dos partidos com assento parlamentar

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) vai reunir-se, a partir desta terça-feira, com alguns líderes dos partidos com grupos parlamentares na Assembleia da República, para conhecer os programas económicos e apresentar medidas. O primeiro encontro será com o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, às 13h00.

Resultados da Tesla chegam em clima de incerteza

Os investidores que acompanham o mercado acionista norte-americano estarão atentos aos resultados financeiros do primeiro trimestre da Tesla, que serão divulgados esta terça-feira. Este relatório é aguardado com expectativa, dado o contexto de desafios enfrentados pela empresa. As ações da Tesla sofreram uma desvalorização de aproximadamente 40% desde o início do ano, refletindo preocupações dos investidores quanto à direção estratégica da empresa e ao impacto da reação negativa dos consumidores à crescente associação do CEO, Elon Musk, com a administração Trump, onde lidera o Departamento para a Eficiência Governamental (DOGE).

PAN e Livre debatem às 18h15

Os debates para as eleições legislativas nas televisões portuguesas continuam esta terça-feira. Desta vez, estarão frente a frente Rui Tavares (Livre) e Inês Sousa Real (PAN), para discutir as suas propostas, bem como aquilo que os separa e une. O encontro está marcado para as 18h15, na RTP3. Pode aceder ao calendário dos debates carregando aqui.

Previsões do FMI para a economia mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai divulgar o relatório sobre as perspetivas económicas mundiais, onde apresenta análises e projeções da economia global a curto e médio prazo. A conferência de imprensa começa às 14h00. A organização internacional vai ainda revelar o relatório sobre a estabilidade financeira mundial.

Banco de Portugal divulga emissão monetária

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar o relatório de emissão monetária relativo ao ano passado. O relatório descreve as atividades do banco central no âmbito da emissão de notas e moedas e, de acordo com os últimos dados divulgados, saíram do Banco de Portugal 6.372,7 milhões de euros em notas e entraram 10.113,6 milhões de euros em 2023. O regulador vai ainda divulgar dados sobre a dívida direta do Estado referente a março, bem como detalhes adicionais da dívida das Administrações Públicas de fevereiro e do financiamento das mesmas no mesmo mês.

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Aicep admite ajustar plano de promoção externa nos EUA

“O Plano de Promoção Externa da Aicep é um instrumento dinâmico, ajustado em função das alterações do contexto internacional”, disse ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Ricardo Arroja.

A guerra comercial pode levar a Aicep a alterar o seu Plano de Promoção Externa. A agência encarregue de promover as exportações nacionais e o investimento está a “acompanhar atentamente a situação” e recorda que o plano é “um instrumento dinâmico”.

De acordo com o plano da Aicep, este ano, a maior parte das ações de promoção externa estão concentradas nos Estados Unidos: estão previstas 15 ações. Em segundo lugar surgem 12 previstas em França, dez na Alemanha e sete na China. Mas com a escalada da guerra tarifária, e a forte instabilidade, a Aicep admite fazer ajustamentos.

O Plano de Promoção Externa da Aicep é, como habitualmente, um instrumento dinâmico, ajustado em função das alterações do contexto internacional”, disse ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Ricardo Arroja.

Face à atual conjuntura geopolítica, a Aicep está a acompanhar atentamente a situação, em articulação com a sua tutela no Governo”, acrescentou a mesma fonte.

O plano da Aicep tem previstos 15 roadshows, sete missões empresariais, sete campanhas de promoções entre participações em feiras, fóruns, organização de eventos e feiras, etc.

A grande aposta são os Estados Unidos. Com 8,9 mil milhões de euros exportados, em 2023, este ano as missões vão concentrar-se em setores como a Saúde e as ciências da vida, automóvel, engenharia e construção, tecnologias de informação e agroalimentar. Os produtos farmacêuticos são a principal categoria de bens exportados para os EUA (24,5%); a que se seguem os produtos energéticos (18%) e as máquinas e aparelhos (10%).

Em Portugal há 3.401 empresas que vendem para os EUA, ou seja, 5% das exportadoras nacionais, empregam 316 pessoas e têm um volume de negócios de 74 mil milhões de euros. São na sua maioria exportações de bens (83%) que compara com apenas 7,5% de empresas que exportam serviços. Além disso, a indústria das bebidas e o comércio a retalho representam 15% das empresas que vendem aos EUA.

Desde 12 de março, às exportações de aço e alumínio foi imposta uma tarifa de 25%, sendo que os produtos derivados estão incluídos. A guerra comercial desencadeada por Trump intensificou-se a 2 de abril, com o anúncio de “tarifas recíprocas” para o resto do mundo, uma medida que mais tarde retificou face à queda dos mercados e ao aumento do custo de financiamento da dívida dos EUA. Mas enquanto suavizava a ofensiva contra a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10%, Trump decidiu aumentar as taxas sobre a China para 245%, por ter respondido com tarifas de retaliação. Pequim retaliou aumentando as suas tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125%.

As ações de promoção externa podem assumir particular relevância neste contexto de guerra tarifária, no qual as empresas vão ser confrontadas com a necessidade de diversificar mercados para evitar reduzir o contributo das exportações para o PIB.

As exportações atingiram um peso no PIB de 47,4% em 2023 e a meta é chegar aos 50%. Mas com a incerteza na economia mundial, o Orçamento do Estado para 2025 prevê que as exportações tenham um contributo nulo para o crescimento económico.

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Salários até têm crescido, mas baixa produtividade impede aproximação aos melhores da Europa

Os salários até têm subido em Portugal, na última década, mas continuam longe dos melhores da Europa. Baixa produtividade tem travado saltos mais expressivos, salientam os economistas.

  • O ECO vai divulgar cinco séries semanais de trabalhos sobre temas cruciais para o país, no período que antecede as eleições legislativas de 18 de maio. Os rendimentos das famílias, a execução dos fundos europeus, o crescimento da economia nacional, a crise da habitação e o investimento na Defesa vão estar em foco. O ECO vai fazer o ponto da situação destes temas, sintetizar as propostas dos principais partidos e ouvir a avaliação dos especialistas.

Embora esteja a subir há dez anos sem parar, o salário mínimo português está hoje mais longe dos campeões da União Europeia. E o mesmo se pode dizer do salário médio. Apesar dos aumentos dos últimos anos — e dos acordos assinados (e revisitados) na Concertação Social para a valorização dos vencimentos –, Portugal continua a sair mal na fotografia europeia. Não tem faltado ambição, sublinham os economistas ouvidos pelo ECO. Mas a baixa produtividade da economia nacional continua a travar os reforços mais expressivos dos rendimentos.

Comecemos pelo salário mínimo nacional. Após ter estado vários anos (durante a crise) congelado em 485 euros, em 2015 subiu para 505 euros, engordando, assim, 20 euros (o correspondente a 4,1%). António Costa chegou pouco depois ao poder e levou a cabo nove aumentos consecutivos da retribuição mínima nacional, mesmo durante os anos difíceis da pandemia.

Tanto que, quando o seu último Governo chegou ao fim, o salário mínimo estava em 820 euros brutos mensais. Entretanto, já com Luís Montenegro no poder, a retribuição mínima garantida subiu para 870 euros em janeiro deste ano, um aumento de 50 euros face a 2024, o equivalente a 6,1%.

Salário mínimo cresceu 6,1% este ano

Fonte: INE

Contas feitas, entre 2015 e 2025, o salário mínimo nacional engordou 365 euros, o que é sinónimo de um salto de 72,3%. Ainda assim, continua longe dos melhores da União Europeia.

De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat em fevereiro, embora tenha avançado mais de 6% este ano, o salário mínimo português foi ultrapassado pela Lituânia (depois de já ter sido ultrapassado pela Polónia em 2024) e só não desceu no ranking europeu, porque o Chipre desceu nessa tabela.

Assim, o salário mínimo português está, neste momento, em 11.º lugar entre os Estados-membros que têm fixados salários mínimos. Há cinco anos, não estava muito longe: em 12.º lugar.

Luxemburgo tem o salário mínimo mais atrativo da UE

Fonte: Eurostat

Pior, a diferença face ao salário mínimo mais expressivo da União Europeia (o do Luxemburgo) agravou-se: em 2020, distava 1.401 euros. Agora, está a 1.623 euros.

O mesmo aconteceu face ao segundo melhor da Europa: em 2020, a diferença entre a retribuição mínima portuguesa e a irlandesa era de 966 euros. Hoje? Há quase 1.300 euros a separar estes dois vencimentos.

E mesmo se considerarmos que os diferentes países praticam preços diferentes (e, portanto, um mesmo salário tem um poder de compra diferente em cada Estado-membro), Portugal não compara bem com os demais países europeus. Está sensivelmente a meio da tabela europeia (13.º lugar), ficando atrás da Polónia e da Lituânia, mesmo depois de se ajustar os rendimentos às diferenças nos preços.

O nosso rendimento per capita continua muito longe dos melhores, e não tem melhorado muito.

Pedro Braz Teixeira

Diretor do gabinete de estudos do Fórum para a competitividade

O nosso rendimento per capita continua muito longe dos melhores, e não tem melhorado muito”, assinala Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade.

Não tem faltado ambição, o que tem faltado é prudência. Em 2015, o rácio entre o salário mínimo e o salário médio (índice de Kaitz) era de 56%, tendo subido para 68% em 2023, tornando-se o mais elevado da Zona Euro. A percentagem de trabalhadores a auferir o salário mínimo subiu de 18% em 2015 para 23% em 2023“, destaca o economista.

Também Filipe Grilo, professor da Porto Business School, salienta que o problema não é Portugal não ter tido Governos suficientemente ambiciosos.

“O Governo do PS foi bastante ambicioso na subida do salário mínimo e, verdade seja dita, aproveitou um momento perfeito do mercado de trabalho para o fazer. Com o desemprego em queda e uma forte dinâmica de criação de emprego, este era o melhor contexto para subir o salário mínimo sem efeitos imediatos negativos sobre o emprego. Mas isso não significa que esta subida agressiva não cause outros problemas importantes na sociedade portuguesa“, afirma.

Na visão deste economista — em linha com Pedro Braz Teixeira –, o “principal problema” é que o salário médio não está a crescer ao mesmo ritmo do salário mínimo, colocando Portugal entre os países da Europa onde essa diferença é menor. “A distância entre o salário mínimo e o salário mediano está perigosamente curta, e isso fragiliza a classe média“, enfatiza o professor.

Não é uma questão de falta de ambição política. É, isso sim, uma limitação estrutural da nossa economia. Para que o aumento do salário mínimo seja sustentável, é preciso criar as condições para que a produtividade acompanhe: melhor estrutura empresarial, setores com mais valor acrescentado e incentivos ao crescimento das empresas”, indica Filipe Grilo.

Já João Cerejeira, professor da Universidade do Minho, salienta que a Lituânia e a Polónia têm tido “um crescimento muito maior do que Portugal“. Põe, por isso, o foco na produtividade, argumentando que Portugal precisa de um perfil de especialização com uma maior aposta em setores de capital intensivo e com mais inovação para que os salários acelerem e se aproximem dos melhores exemplos europeus.

Salário médio ganha 36%, mas nem chega ao top 15 da UE

Enquanto o salário mínimo nacional é fixado por decreto — e, portanto, tem crescido por decisão dos Governos –, o salário médio só cresce se houver o ambiente adequado para tal.

Entre 2015 e 2024, a remuneração bruta total média por trabalhador aumentou cerca de 36%, de acordo com as contas do ECO, com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística. Ou seja, bem menos do que o salário mínimo nacional. Em termos absolutos, o salário médio passou de 1.179 euros brutos em 2015 para 1.602 em 2025, uma diferença de 423 euros.

Remuneração bruta média aumentou 35,9% entre 2015 e 2024

Fonte: INE

Já no que diz respeito à comparação europeia, os dados mais recentes do Eurostat são relativos a 2023 e mostram que Portugal está em 18.º lugar na tabela comunitária, ficando abaixo da média da União Europeia.

Em 2022, já estava nessa posição, mas entre esse ano e 2023 agravou-se a diferença face à média e ao topo (Luxemburgo, Dinamarca e Irlanda).

Salário médio português está abaixo da média da UE

Fonte: Eurostat

“Entre 2015 e 2024, o PIB subiu 21%, com um crescimento de 15% do emprego e apenas 5% da produtividade. O nosso PIB tem crescido de forma limitada, mas sobretudo devido ao emprego e não da produtividade, pelo que não há condições para grandes aumentos do salário médio“, explica o economista Pedro Braz Teixeira.

Mais uma vez, é a produtividade a chave para que Portugal consiga aproximar-se dos campeões, entende o especialista, que sublinha que, para tal, seria preciso aumentar a dimensão média das empresas, reduzir a burocracia e atrair investigação e desenvolvimento de elevada produtividade.

“Para que os salários cresçam, temos de atacar as debilidades estruturais da economia portuguesa“, atira, no mesmo sentido, o professor Filipe Grilo, defendendo que é, portanto, essencial apostar em setores de maior valor acrescentado, reduzir a burocracia, tornar o regime fiscal mais favorável ao investimento produtivo e criar condições para que as empresas cresçam.

O nosso tecido empresarial continua extremamente fragmentado. Estas empresas, por muito que se esforcem, têm dificuldades em investir em tecnologia, em processos e em pessoas — tudo aquilo que gera produtividade e, com ela, salários mais altos.

Filipe Grilo

Professor da Porto Business School

“O nosso tecido empresarial continua extremamente fragmentado: como vimos, as microempresas representam 82% das empresas em Portugal. Ora, estas empresas, por muito que se esforcem, têm dificuldades em investir em tecnologia, em processos e em pessoas — tudo aquilo que gera produtividade e, com ela, salários mais altos. Neste ponto, seria importante incentivar fusões, consolidações e o crescimento orgânico”, observa o docente da Porto Business School.

“A mentalidade empresarial portuguesa, muitas vezes marcada por aversão ao risco e por modelos de gestão familiar muito fechados, é uma barreira importante. Mas também o regime fiscal não ajuda: o IRC é progressivo por escalões, o que significa que empresas que crescem e têm mais lucro pagam automaticamente uma taxa mais elevada — o que pode desincentivar a ambição de crescer“, realça.

Sem surpresas, pensões comparam mal com UE

No caso das pensões, da lei consta uma fórmula que dita as atualizações que devem ser aplicadas todos os anos, à boleia da inflação e do crescimento económico. Mas na última década, os Governos até têm sido mais generosos.

Durante os Executivos de António Costa, durante vários anos foram aplicados aumentos extraordinários às reformas mais baixas (conforme lembrou ainda recentemente o socialista Pedro Nuno Santos) e este ano tal voltou a acontecer, embora à revelia do Executivo de Luís Montenegro (que preferia dar um suplemento pago de uma vez).

De acordo com os dados da Segurança Social, entre 2017 e 2024, o valor médio mensal da pensão de velhice pago por pensionista aumentou quase 185 euros, o equivalente a um salto de 41%.

Pensão média ultrapassou 600 euros em 2024

Fonte: Segurança Social

Ainda assim, também neste ponto, Portugal compara mal com os demais países europeus, o que não surpreende, uma vez que as pensões são um resultado dos salários. Os dados do Eurostat são relativos ao rendimento médio das pessoas com 65 anos ou mais e Portugal está longe do topo (mais uma vez, é o Luxemburgo que se destaca, seguindo-se a Dinamarca e os Países Baixos).

Salários baixos implicam, inevitavelmente, reformas baixas“, nota o professor Filipe Grilo. “Tem que ver com o fraco rendimento per capita, mas também com um envelhecimento muito rápido, mais do que na média da UE. Com pouco PIB, não há margem para grande generosidade. Com muitos pensionistas, comparados com o número de trabalhadores, também não é possível pagar pensões muito elevadas“, acrescenta, em concordância, Pedro Braz Teixeira.

O cenário futuro também não é particularmente soalheiro. De acordo com o relatório “Ageing Report 2024” da Comissão Europeia, a taxa de substituição das pensões (isto é, a fatia do último salário que é “vertida” na reforma) deverá cair para 38,5% em 2050.

“Isso significa que um trabalhador com o salário mediano (cerca de mil euros) terá, no futuro, uma pensão inferior a 400 euros mensais. Ou seja, ficará logo abaixo do limiar que dá acesso ao Complemento Solidário para Idosos“, avisa o professor Filipe Grilo. Conseguir que os salários de hoje acelerem será, portanto, positivo não só para as carteiras dos trabalhadores atuais, mas também os dos futuros pensionistas, emagrecendo a diferença entre Portugal e os campeões do Velho Continente.

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