Bolsa de Lisboa cai 5,6% na pior sessão em 5 anos com todas as cotadas a perderem mais de 1%
A política comercial agressiva de Trump voltou a provocar fortes quedas nas bolsas mundiais. O português PSI teve a pior sessão desde 12 de março de 2020 e está em mínimos de quase um ano.
Está a ser mais um dia de fortes quedas e com grande volatilidade nas bolsas mundiais à boleia da política comercial agressiva da Administração de Donald Trump, marcada por uma subida significativa das tarifas sobre importações.
Na Europa, os principais índices acionistas foram arrastados por uma onda vermelha, que foi espelhada por quedas entre 4,26% (Frankfurt) e 7,4% (Atenas), e com o pan-europeu Stoxx Euros 600 a cair 4,54%, perfazendo quatro sessões de quedas consecutivas.
O português PSI também não foi exceção, encerrando a sessão a cair 5,63% para os 6.262,28 pontos. No histórico do principal índice da Euronext Lisboa, tratou-se da pior sessão do PSI desde 12 de março de 2020, com o índice a negociar no valor mais baixo em quase um ano e com todas as cotadas a acumularem perdas acima de 1%.
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O setor da energia foi o mais penalizado na praça nacional, com destaque para os títulos da Galp Energia GALP 0,69% que tombaram 8,96% para 13,115 euros, na pior sessão dos títulos da petrolífera desde 12 de março de 2020, quando as ações corrigiram 10,1%. Com a queda desta segunda-feira, as ações da Galp Energia acumulam uma perda de 19,4% nas últimas quatro sessões de bolsa, estando atualmente a negociar em mínimos de setembro de 2023.
Destaque ainda para o mergulho de 8,08% da EDP EDP 3,24% , com as ações a negociarem nos 2,9 euros, renovando assim mínimos de fevereiro deste ano; e para o tombo de 6,52% das ações da EDP Renováveis EDPR 4,79% , com os títulos a negociarem nos 6,885 euros, o valor mais baixo dos últimos sete anos.
No grupo de títulos do PSI menos penalizados esta segunda-feira pela fuga dos investidores estão as ações da Semapa SEM 2,44% , Altri ALTR 2,30% e Ibersol, que acumularam desvalorizações de 1,01%, 1,02% e 1,16%, respetivamente.
Em destaque na sessão desta segunda-feira estiveram também as quedas dos preços das obrigações soberanas, com os investidores também a desfazerem-se destes títulos, vistos como refúgio nas últimas duas sessões.
Com o movimento desta segunda-feira, o PSI acumula em 2025 perdas de 1,8%, que são particularmente impulsionadas pela desvalorização de 40,36% das ações da EDP Renováveis e pela queda de 9,69% da Galp Energia. Também com perdas este ano entre os títulos do PSI estão as ações da Navigator e da Corticeira Amorim, com quedas de 10,5% e 5,7%, respetivamente.
A curva de rendimentos de Portugal, por exemplo, apresenta uma subida da yield de todas as obrigações do Tesouro. A taxa média ponderada dos títulos a 10 anos registaram esta segunda-feira uma subida de 2 pontos base, encontrando-se atualmente a negociar nos 3,261%. Já a yield das obrigações a dois anos seguem o mesmo caminho, contabilizando uma subida de 5,5 pontos base, estando a negociar nos 1,941%.
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