Bolsa de Lisboa cai 5,6% na pior sessão em 5 anos com todas as cotadas a perderem mais de 1%

A política comercial agressiva de Trump voltou a provocar fortes quedas nas bolsas mundiais. O português PSI teve a pior sessão desde 12 de março de 2020 e está em mínimos de quase um ano.

Está a ser mais um dia de fortes quedas e com grande volatilidade nas bolsas mundiais à boleia da política comercial agressiva da Administração de Donald Trump, marcada por uma subida significativa das tarifas sobre importações.

Na Europa, os principais índices acionistas foram arrastados por uma onda vermelha, que foi espelhada por quedas entre 4,26% (Frankfurt) e 7,4% (Atenas), e com o pan-europeu Stoxx Euros 600 a cair 4,54%, perfazendo quatro sessões de quedas consecutivas.

O português PSI também não foi exceção, encerrando a sessão a cair 5,63% para os 6.262,28 pontos. No histórico do principal índice da Euronext Lisboa, tratou-se da pior sessão do PSI desde 12 de março de 2020, com o índice a negociar no valor mais baixo em quase um ano e com todas as cotadas a acumularem perdas acima de 1%.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

O setor da energia foi o mais penalizado na praça nacional, com destaque para os títulos da Galp Energia GALP 0,69% que tombaram 8,96% para 13,115 euros, na pior sessão dos títulos da petrolífera desde 12 de março de 2020, quando as ações corrigiram 10,1%. Com a queda desta segunda-feira, as ações da Galp Energia acumulam uma perda de 19,4% nas últimas quatro sessões de bolsa, estando atualmente a negociar em mínimos de setembro de 2023.

Destaque ainda para o mergulho de 8,08% da EDP EDP 3,24% , com as ações a negociarem nos 2,9 euros, renovando assim mínimos de fevereiro deste ano; e para o tombo de 6,52% das ações da EDP Renováveis EDPR 4,79% , com os títulos a negociarem nos 6,885 euros, o valor mais baixo dos últimos sete anos.

No grupo de títulos do PSI menos penalizados esta segunda-feira pela fuga dos investidores estão as ações da Semapa SEM 2,44% , Altri ALTR 2,30% e Ibersol, que acumularam desvalorizações de 1,01%, 1,02% e 1,16%, respetivamente.

Em destaque na sessão desta segunda-feira estiveram também as quedas dos preços das obrigações soberanas, com os investidores também a desfazerem-se destes títulos, vistos como refúgio nas últimas duas sessões.

Com o movimento desta segunda-feira, o PSI acumula em 2025 perdas de 1,8%, que são particularmente impulsionadas pela desvalorização de 40,36% das ações da EDP Renováveis e pela queda de 9,69% da Galp Energia. Também com perdas este ano entre os títulos do PSI estão as ações da Navigator e da Corticeira Amorim, com quedas de 10,5% e 5,7%, respetivamente.

A curva de rendimentos de Portugal, por exemplo, apresenta uma subida da yield de todas as obrigações do Tesouro. A taxa média ponderada dos títulos a 10 anos registaram esta segunda-feira uma subida de 2 pontos base, encontrando-se atualmente a negociar nos 3,261%. Já a yield das obrigações a dois anos seguem o mesmo caminho, contabilizando uma subida de 5,5 pontos base, estando a negociar nos 1,941%.

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Portugal espera acolher 1,2 milhões de visitas na Expo de Osaka

Cada bilhete custa 30 euros e só pode ser comprado online. É obrigatório preencher um formulário, fazer registo online e assinalar o dia da visita. A exposição decorre de 13 de abril a 13 de outubro.

Criado a partir do traço do arquiteto japonês Kengo Kuma, o pavilhão de Portugal convida os visitantes da Expo 2025 em Osaka a mergulhar e descobrir o oceano, seguindo os conceitos de sustentabilidade e economia circular. Com 9.972 cordas suspensas que pesam mais de 60 toneladas e redes recicladas, o impacto visual é inegável e é também graças a ele que a organização espera acolher 1,2 milhões de visitantes, ao longo dos 184 dias do evento.

A meta é ambiciosa, reconhece Joana Gomes Cardoso, a comissária-geral da exposição, sobretudo porque a venda de bilhetes não está a decorrer ao ritmo esperado. Cada bilhete custa 30 euros e apenas pode ser comprado online. É obrigatório preencher um formulário, algo complexo, fazer o registo online e assinalar o dia em que se pretende visitar a exposição, montada numa ilha artificial ao largo de Osaka criada especificamente para o efeito – a Ilha Yumeshima.

Os requisitos são impostos pelas autoridades nipónicas por questões de segurança, mas os países participantes têm tentado sensibilizá-las para simplificar o processo e assim atrair mais visitantes.

Por comparação, na Expo 2020 no Dubai foram recebidos 24 milhões de visitantes. Osaka espera 28 milhões. “Mas só no fim se verá”, diz a comissária. O pavilhão de Portugal em terras árabes recebeu 840 mil visitantes, mas este ano a fasquia está nos 1,2 milhões. O pavilhão está preparado para receber 17 a 19 mil visitantes diários, num sistema de entradas controladas, mas este número pode subir se a opção for entradas em free flow, ou seja a cada cinco minutos entrar um determinado número de pessoas.

Pela primeira vez nestas andanças das exposições mundiais Portugal integrou o restrito grupo de 20 países que tinha tudo pronto para receber visitantes numa pré-inauguração que decorreu este domingo, contou Bernardo Amaral, diretor do Pavilhão que tem 1.700 metros quadrados. Cerca de 45 mil de pessoas tiveram oportunidade de ver o que está a ser preparado.

O pavilhão português recebeu duas mil pessoas em quatro horas e apesar de terem esperado cerca de uma hora na fila, mesmo assim houve um feedback muito positivo. “O pavilhão gera imensa curiosidade e recetividade. O impacto estético e a arquitetura são muito comentados”, conta Joana Gomes Cardoso. Mas a localização perto do pavilhão do Japão também pode potenciar as visitas.

Mas o pavilhão também já deu que falar e não por boas razões. O facto de ser da autoria de um arquiteto japonês não foi bem aceite pela comunidade de arquitetos nacionais. A Aicep escuda-se nas regras. Portugal lançou um concurso público internacional e a escolha recaiu sobre Kengo Kuma que tem a arquiteta Rita Topa como associada.

O nipónico foi o arquiteto selecionado pela Gulbenkian para projetar a ampliação dos jardins, na ala sul da fundação, assim como a renovação e ampliação da nova entrada de acesso ao antigo Centro de Arte Moderna (CAM), mas é também do seu estirador que vai sair a reconversão do matadouro do Porto.

As exigências que as autoridades nipónicas impuseram quer ao nível das regras de segurança para a construção do pavilhão numa zona de grande atividade sísmica quer de projetos já feitos nos Japão excluía muitos dos profissionais nacionais.

“Todos nós gostaríamos que tivesse havido um regime de exceção para permitir que houvesse um arquiteto português, à semelhança do que aconteceu noutros pavilhões europeus”, admite Joana Gomes Cardoso, recordando que o concurso foi validado pelo Tribunal de Contas e que este nem sequer solicitou muitos esclarecimentos adicionais.

Agora, na extensa programação cultural estão previstas várias exposições de arquitetos portugueses, nomeadamente uma exposição dedicada a Siza Vieira que será inaugurada no Dia Nacional de Portugal na exposição a 5 de maio.

Neste dia estão previstos outros eventos como o concerto de Ana Moura, Camané e Ricardo Ribeiro em homenagem a Amália Rodrigues, uma das maiores embaixadoras da música portuguesa no Japão. Está prevista uma atuação de Dino Santiago para assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa e do grupo Crash Recycled que apresenta uma performance dedicada às crianças sobre a importância da reciclagem.

Outro dia em grande é mesmo o 10 de junho com o concerto de Carminho e no qual será dado grande destaque à literatura com uma iniciativa com autores portugueses traduzido em japonês, como José Luís Peixoto – ou clássicos como Fernando Pessoas – para analisar Haiku, um tipo de poemas curtos japoneses.

Mas a programação vai incluir um pouco de tudo para dar aos visitantes o máximo de oportunidades para ver o que de bom se faz em Portugal.

A narrativa no pavilhão foi construída em torno do oceano. “O oceano é o elo de ligação entre Portugal e o Japão que reflete a história, cultura e inovação”, explica o presidente da Aicep Ricardo Arroja. A exposição conduz os visitantes por cinco “ilhas”, com diferentes dimensões desta ligação e esta é uma dos elementos da exposição permanente.

Existe depois um segundo núcleo com “uma instalação digital imersiva para sublinhar a importância dos oceanos para a sustentabilidade do planeta e o papel da tecnologia portuguesa para esse fim”, acrescentou Ricardo Arroja lembrando que “só 25% dos oceanos estão mapeados” e que “há muito para descobrir ainda”.

Conteúdos Expositivos – Pavilhão Portugal – Expo 2025 Osaka

O pavilhão conta ainda com uma loja e um restaurante porque não há nada melhor do que ver e provar os produtos nacionais para promover um “turismo de autenticidade”. Na loja do pavilhão haverá 243 produtos nacionais de 25 empresas e um espaço de restauração dedicado à promoção da gastronomia nacional.

Haverá um chefe português em permanência, mas depois serão convidados chefs portugueses, para um programa partilhado com um chef japonês, que estarão em Osaka e em Tóquio. O primeiro será com Diogo Rocha, o chef da Mesa de Lemos, em Viseu, e que conta com uma estrela Michelin.

E como em todas as exposições mundiais Portugal tem uma mascote. A Umi é um cavalo-marinho, cujas nadadeiras, coroa e cauda são decoradas com azulejos portugueses azuis a brancos. Foi criada pelo Turismo de Portugal, tal como os logos da exposição, e “simboliza a forte e duradoura ligação entre Portugal e o Japão”. “Mais do que uma simples figura, a Umi, oceano em japonês, “representa uma fusão de culturas, histórias e visões de futuro, enraizadas na ligação comum com o oceano”.

Umi, a mascote Expo 2025 Osaka

A Expo de Osaka tem ainda uma outra vertente – uma exposição espelho que se desenrola em solo português. Já arrancou a 30 de novembro e irá decorrer ao longo de 2025 com eventos programados em várias regiões do país. “Em parceria com diversas instituições e entidades nacionais, serão promovidas exposições, conferências, ciclos de cinema, concertos e outros espetáculos, proporcionando ao público uma imersão na cultura japonesa e nas relações históricas e contemporâneas que unem Portugal ao Japão”, explica a nota de imprensa.

– 13 abril – 13 outubro 2025 (184 dias)
– 161 países | 7 organizações internacionais
– 28,2 milhões de visitantes estimados
– 12% visitantes de origem internacional | 88% visitantes japoneses

 

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SRS Legal reforça equipa de Laboral

Alexandra Marques Sequeira e Bernardo Mendes de Meneses são os novos reforços da equipa do Porto da SRS Legal. A consultora e o associado integram a equipa de Laboral e Segurança Social.

A SRS Legal reforçou a equipa de Laboral e Segurança Social do Porto com a integração de Alexandra Marques Sequeira, na qualidade de consultora, e de Bernardo Mendes de Meneses, como associado.

“O nosso crescimento sustentado já justificava uma presença em permanência na Zona Norte do país na área do Direito Laboral. A integração da Alexandra e do Bernardo permite-nos concretizar este objetivo, expandindo a operação do departamento e da SRS Legal, ao mesmo tempo que nos aproximamos ainda mais dos nossos Clientes baseados ou com operações no Norte”, asseguram Ana Luísa Beirão e Mariana Caldeira de Sarávia, responsáveis pelo departamento de Laboral e Segurança Social.

Transitando da Cuatrecasas, Alexandra Marques Sequeira centra a sua prática nas áreas de Direito Laboral e da Segurança Social, nomeadamente a assessoria em processos de reestruturação, na elaboração de regulamentos internos, na negociação e definição de modelos salariais, benefícios e planos de incentivos, bem como em processos disciplinares e contencioso laboral.

Já Bernardo Mendes de Meneses centra a sua prática em diversas matérias de assessoria e do Contencioso Laboral. O advogado transita também da Cuatrecasas.

Honra-nos a integração da Alexandra e do Bernardo, sendo um novo e significativo passo na nossa estratégia de expansão no Norte do país, alargando o espetro da oferta dos nossos serviços para as áreas incontornáveis do Laboral e Segurança Social”, referem em comunicado os managing partners César Sá Esteves e Octávio Castelo Paulo.

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Pedro Vaz de Almada integra equipa da LisbonLaw

O advogado Pedro Vaz de Almada vai coordenar a área de contencioso da LisbonLaw Advogados.

A LisbonLaw Advogados reforçou a equipa com a integração de Pedro Vaz de Almada. O advogado vai coordenar a área de contencioso.

“A dinamização da área de contencioso é essencial para o crescimento da LisbonLaw enquanto parceira legal dos seus clientes, nas diferentes vertentes jurídicas dos seus negócios. Acreditamos que o Pedro, com a sua experiência, vem contribuir de forma decisiva para esse crescimento“, refere em comunicado o sócio Vicente Falcão e Cunha.

Com uma vasta experiência na área do contencioso, Pedro Vaz de Almada iniciou a sua carreira na Vieira de Almeida, onde durante 6 anos trabalhou nas áreas de Contencioso & Arbitragem e Telecomunicações, Media & Tecnologias de Informação. Transita agora da Novartis Portugal, onde atuou como Legal & Business Affairs Manager, sendo responsável de Contencioso. Foi ainda membro do Conselho Fiscal da Novartis Portugal.

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Luís Amorim Teixeira integra CCAA Advogados

Advogado desde 1998, estava na Amorim Tax & Legal, tendo fundado a já extinta TLCB Advogados, e integrado o escritório português de uma das maiores sociedades de advogados espanholas.

A CCAA ADVOGADOS, sociedade fundada e liderada por Cristóvão Carvalho, contratou o advogado Luís Amorim Teixeira que abraça agora o desafio de liderar as áreas de prática de Fiscal e Reestruturações da sociedade.

Advogado desde 1998, estava na Amorim Tax & Legal, tendo fundado a já extinta TLCB Advogados, e integrado o escritório português de uma das maiores sociedades de advogados espanholas.

É licenciado em Direito pela Universidade Lusíada e pós-graduado em Ciências Jurídico- Empresariais e em Direito Fiscal, respetivamente, pela Universidade Católica Portuguesa e pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto.

Possui, ainda formação executiva na Nova School of Business and Economics em Blockchain & Smart Contracts e no MIT Massachusetts Institute of Technology em Blockchain: Disruptive Technology

Sempre exerceu maioritariamente a assessoria jurídica a empresas, especialmente em Direito Fiscal, tanto no Contencioso, como no Planeamento.

A CCAA tem como sócios Cristóvão Carvalho e Vanessa Laranjeira Cruz, e tem escritório no Parque das Nações, Lisboa tendo sido fundada há cerca de 15 anos e atuando em todas as áreas jurídicas relevantes para as empresas, assessorando também Organismos Estatais e Clientes Privados. As principais áreas de prática da firma são fiscal, Reestruturações, Comercial & Societário, Contratos, Laboral, Propriedade Intelectual, Penal, Contencioso & Arbitragem, Imobiliário e Administrativo.

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Paulo Rangel quer concertação com UE sobre tarifas dos EUA e recusa atraso no Governo

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

O Governo está “em consultas com a Comissão Europeia, que é quem tem competência exclusiva para negociar as tarifas”, indica o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português defendeu esta segunda-feira que Portugal deve reagir de forma concertada com a União Europeia (UE) à imposição de tarifas alfandegárias pelos Estados Unidos, recusando a ideia de que o Governo esteja atrasado.

Paulo Rangel falava aos jornalistas no Palácio da Justiça, em Porto, depois de ter entregado as listas da coligação AD às eleições legislativas antecipadas de maio, cujo prazo termina hoje.

O cabeça de lista pelo Porto da AD enfatizou que “a competência na área das tarifas é exclusiva da União Europeia”, quando questionado pela Lusa se Portugal poderia fazer como o Governo espanhol, que tornou público um pacote de 14,1 milhões de euros para apoiar as empresas em resultado das tarifas impostas pela administração norte-americana aos produtos importados da UE.

“Claro que os governos nacionais podem ter um papel, mas isso tem de ser visto também em concertação com a União Europeia, que é o que nós estamos a fazer”, disse Paulo Rangel, ressalvando compreender a “pressa” do governo espanhol “por causa da situação política interna”, mas assinalando “que grande parte dos apoios já existiam”.

O ministro revelou, a seguir, estarem os dois governos ibéricos “em conversações” sobre o assunto das tarifas e que os dois “ministros da Economia têm, aliás, uma conversa aprazada sobre esta matéria”.

“Nós temos tempo para tratar desse assunto e vamos tratá-lo com todo o cuidado. Isso pode ter a certeza absoluta”, frisou Paulo Rangel, defendendo não haver necessidade de o Governo se precipitar. Advogou “uma avaliação do impacto de uma forma que seja credível e não uma forma demagógica, de fazer um anúncio num dia em que nem sequer ainda se tem bem noção de como é que as coisas vão ocorrer a seguir”.

O ministro social-democrata declarou que o executivo demissionário está “em consultas com a Comissão Europeia, que é quem tem competência exclusiva para negociar as tarifas”, defendendo a importância contar com “os interesses portugueses” na resposta da União Europeia.

“Já estamos a trabalhar nisso há semanas. Isto é, a tentar proteger na resposta que a União Europeia venha a dar, os setores portugueses que poderiam ser mais impactados”, acrescentou, revelando que tudo “terá a sua resposta a seu tempo” e que “nada está atrasado” e a resposta será dada “também em breve”.

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Pausa nas tarifas? Rumor abanou os mercados, mas era “fake news”

O que parece ter sido uma má interpretação das palavras de um conselheiro do Presidente fez as bolsas americanas sofrer fortes oscilações. Pausa nas tarifas é "fake news", assegura a Casa Branca.

Os futuros já apontavam para uma abertura em forte queda das bolsas norte-americanas, devido ao impacto das novas tarifas dos EUA. Mas ninguém poderia prever o alto nível de volatilidade que fez um dos principais índices de Wall Street passar de uma queda de 4% a uma subida equivalente em apenas poucos minutos.

Não foi imediatamente clara a razão por detrás desta inversão, que até se alastrou ao mercado das matérias-primas, levando o barril de petróleo a escalar 2%. Entretanto, começaram a circular nos meios internacionais a notícia de que Donald Trump estaria a considerar uma pausa de 90 dias na imposição das tarifas, exceto as que incidem sobre as importações com origem na China. A origem da informação era atribuída a Kevin Hasset, conselheiro económico da Casa Branca.

Ora, a Casa Branca apressou-se a desmentir a informação, assegurando tratar-se de “fake news“. E os investidores, ainda a digerir a notícia original, levaram um novo safanão. Por esta altura, a volatilidade em Wall Street estava totalmente instalada, com os índices a oscilarem entre fortes ganhos e fortes perdas.

É uma loucura absoluta, os clientes não sabem o que fazer, está tudo meio perdido.

Laurent Lamagnere

Vice-presidente executivo da AlphaValue

Um erro caro

O que aconteceu afinal? Tudo pode não ter passado de uma má interpretação de declarações do conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hasset, em direto na Fox News.

Questionado no programa Fox & Friends sobre se consideraria uma pausa de 90 dias nas tarifas, Hasset respondeu “yeah”, mas rapidamente acrescentou: “Eu acho que o Presidente vai decidir o que o Presidente vai decidir. Há mais de 50 países a negociar com os EUA (…)”, respondeu.

Em causa, e a motivar a pergunta, estava o apelo recente do multimilionário investidor Bill Ackman, que pediu ao Presidente dos EUA para impor uma pausa de 90 dias, de modo a “resolver a posição comercial historicamente injusta dos EUA de forma cuidadosa e estratégica”.

Este fenómeno ilustra bem a atual sensibilidade dos investidores ao tema das tarifas. “Estamos a viver momentos bastante únicos em todo o mercado. Na minha opinião, a inversão que acabámos de ver é muito sintomática de várias coisas, incluindo o nervosismo extremo que é palpável no VIX”, reagiu Andrea Tueni, head of sales trading do Saxo Banque France, citado pela Bloomberg.

“Em segundo lugar, há muita gente por aí que não quer perder o fundo do mercado. A recuperação depois da Covid está na mente de todos e muitos investidores não querem ficar de fora, o que significa que estão dispostos a correr grandes riscos. Sinceramente, não vejo o atual nível de volatilidade a diminuir de forma significativa tão cedo”, acrescentou.

Já para o vice-presidente executivo da AlphaValue em Paris, Laurent Lamagnere, esta inversão “é bastante reveladora do estado do mercado”. “É uma loucura absoluta, os clientes não sabem o que fazer, está tudo meio perdido. Mostra mesmo como tudo depende da decisão de um único homem. E quando se pensa nisso, imaginemos que é verdade, que há realmente uma trégua de 90 dias para todos os países, exceto a China — e depois? O que se faz, sabendo que a situação pode voltar a mudar a qualquer momento?”, disse, citado pela mesma agência.

Na verdade, a situação mudou. Uma hora depois do desmentido da Casa Branca, Donald Trump anunciou nas redes sociais que irá aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não voltar atrás na retaliação anunciada na semana passada. Pelas 16h40 em Lisboa, o S&P 500 caía 2%. Mas, quando ler este texto, o cenário nas bolsas americanas JÁ poderá ser bem diferente.

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Trump ameaça com nova tarifa de 50% à China se Pequim mantiver retaliação

O presidente dos EUA recorreu à sua rede social para ameaçar Pequim com uma tarifa adicional de 50% face às tarifas já impostas se Pequim não retirar a tarifa de 34% sobre bens americanos.

Donald Trump voltou a intensificar a guerra comercial com a China, anunciando que implementará tarifas adicionais de 50% sobre produtos chineses a partir de 9 de abril de 2025, caso Pequim não retire os seus recentes aumentos tarifários de 34% até 8 de abril. A declaração foi feita através da rede social Truth Social, onde Trump criticou duramente as práticas comerciais chinesas e reafirmou a sua postura protecionista.

“Ontem, a China anunciou tarifas de retaliação de 34%, além das suas já recordes tarifas, subsídios ilegais e manipulação cambial de longo prazo,” escreveu Trump. “Se a China não retirar este aumento até amanhã, os Estados Unidos imporão tarifas adicionais de 50%, efetivas a partir de 9 de abril.”

Esta disputa iniciou-se pela parte dos EUA por via de uma política comercial agressiva protecionista marcada por tarifa base universal de 10% sobre todas as importações a partir de sábado, a que se segue taxas mais elevadas para um conjunto de países, em que se inclui a China (com uma taxa de reciprocidade de 34%), e que Trump apelidou de “grandes infratores”, a partir de quarta-feira.

Em resposta, Pequim anunciou tarifas recíprocas também de 34%, que entrarão em vigor a 10 de abril. Estas medidas elevaram as tarifas totais aplicadas por ambas as nações para níveis sem precedentes, com os produtos chineses enfrentando uma taxa cumulativa de até 54% ao entrarem no mercado norte-americano.

A retaliação chinesa também incluiu restrições à exportação de minerais raros essenciais para tecnologias avançadas e a inclusão de empresas norte-americanas numa lista negra comercial. Pequim classificou as ações dos EUA como “práticas unilaterais e intimidatórias”, que prejudicam a ordem económica global baseada em regras.

Bolsas em queda e investidores nervosos

As políticas tarifárias agressivas de Trump estão a gerar preocupações significativas nos mercados globais. Desde o anúncio das medidas mais recentes, os índices bolsistas da Ásia à Europa, passando pelos EUA têm sofrido perdas acentuadas, deixando os investidores uma “pilha de nervos”. O índice norte-americano S&P 500, por exemplo, está praticamente em terreno de “bear market“, contabilizando uma queda de quase 20% desde 19 de fevereiro, quando atingiu o seu último pico.

Donald Trump minimizou os impactos económicos negativos, descrevendo as tarifas como “remédios necessários” para corrigir décadas de “práticas comerciais desleais”, ao mesmo tempo que se regozijou com a queda dos mercados asiáticos esta manhã. “Já lucraram o suficiente à custa dos EUA durante décadas. Chegou o momento da mudança!”

Além do impacto económico direto, esta escalada tarifária poderá ter implicações diplomáticas significativas. Trump ameaçou encerrar todas as negociações comerciais com Pequim e iniciar conversações com outros países interessados em acordos bilaterais.

“Todas as negociações com a Cinha relativamente aos seus pedidos para se reunirem connosco serão encerradas! As negociações com outros países começarão imediatamente,” declarou o presidente dos EUA num post na sua conta da Truth Social.

Com o prazo imposto por Trump a aproximar-se rapidamente, todas as atenções estão voltadas para os próximos passos da China e dos EUA.

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Crédito Agrícola tem 30 mil euros para startups

A instituição financeira procura soluções sustentáveis e inovadores para o setor agrícola e florestal. Candidaturas arrancam esta segunda-feira, 7 de abril.

O Crédito Agrícola tem um total de 30 mil euros para startups na área do setor agrícola e florestal. As candidaturas para o Prémio Empreendedorismo e Inovação decorrem até 30 de junho

Novas Tecnologias na Produção Agrícola, Resiliência de Pequenos Agricultores e Comunidades Rurais, Conservação dos Ecossistemas Florestais e Inovação na Cadeia de Valor são as quatro novas categorias a concurso nesta 12.ª edição do prémio que mantém a temática da sustentabilidade como “prioritária na distinção dos projetos ou empresas inovadoras”, em linha com a estratégia do Crédito Agrícola.

Adicionalmente, o Prémio Empreendedorismo e Inovação atribui ainda três distinções de reconhecimento especial, selecionadas pelo júri de entre os finalistas: Projeto de Elevado Potencial promovido por Associado Crédito Agrícola; Menção Honrosa | Inovação em Parceria e BfK Awards by ANI.

Ao todo, será atribuído 30 mil euros em prémios, cinco mil ao vencedor de cada uma das quatro categorias e ao ao Projeto de Elevado Potencial promovido por Associado Crédito Agrícola. Os vencedores em Menção Honrosa | Inovação em Parceria e BfK Awards by ANI recebem 2.500 euros, cada.

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Governo britânico anuncia medidas para setor automóvel afetado por tarifas dos EUA

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

Marcas especializadas, como a McLaren e a Aston Martin, também vão ser autorizadas a produzir um número reduzido de automóveis com motores de combustão depois de 2030.

O Governo britânico anunciou esta segunda-feira uma série de medidas para ajudar a indústria automóvel que foi afetada pelo aumento de tarifas aduaneiras para os Estados Unidos, admitindo que estes são “tempos difíceis”.

Tarifas de 25% sobre as exportações de automóveis e de 10% sobre todos os outros bens são um enorme desafio para o nosso futuro e as consequências económicas mundiais podem ser profundas”, afirmou o primeiro-ministro Keir Starmer, durante um discurso esta tarde numa fábrica da Jaguar Land Rover (JLR) em Solihull, no centro de Inglaterra.

Além de permitir a venda de automóveis híbridos até 2035, mais cinco anos do que os automóveis com motores de combustão (gasolina e gasóleo), reduziu as multas para construtores que não cumpram as metas para comercialização de veículos elétricos.

Marcas especializadas, como a McLaren e a Aston Martin, também vão ser autorizadas a produzir um número reduzido de automóveis com motores de combustão depois de 2030. Os EUA representam cerca de 10% do total das exportações britânicas no setor automóvel, pelo que as tarifas representam um risco para a indústria que movimenta 19 mil milhões de libras (22,2 mil milhões de euros) e emprega 152 mil pessoas no país.

No sábado, a Jaguar Land Rover anunciou a suspensão das entregas nos EUA durante abril enquanto analisa o impacto das tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O plano revelado pelo Governo foi elogiado pelos construtores de automóveis, mas criticado por organizações ambientalistas, que receiam que atrase a transição energética necessária para combater as alterações climáticas.

O Governo britânico está há várias semanas a negociar intensamente com Washington na tentativa de chegar a um acordo que possa anular a totalidade ou parte destas taxas. “Só vamos fechar um acordo se for do nosso interesse nacional”, vincou Starmer, que disse estar a trabalhar com os outros países para “reduzir as barreiras ao comércio em todo o mundo e acelerar acordos”.

Entre o final da semana passada e durante o fim-de-semana, Keir Starmer falou com líderes da Austrália, Itália, França, Alemanha, Canadá e da União Europeia.

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Fed reúne-se de forma extraordinária após dias de perdas nas bolsas

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

A reunião, marcada para as 16:30 de Lisboa, vai decorrer à porta fechada, mas a direção da Fed irá publicar uma declaração sobre os assuntos discutidos no seu portal.

A Reserva Federal dos Estados Unidos da América, a Fed, anunciou esta segunda-feira que vai realizar uma reunião extraordinária do seu conselho de governadores, depois de mais um dia com pesadas perdas nas bolsas internacionais.

A reunião, marcada para as 16:30 de Lisboa, vai decorrer à porta fechada, mas a direção da Fed irá publicar uma declaração sobre os assuntos discutidos no seu portal.

A resposta da China às tarifas anunciadas na quarta-feira pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, arrasou os mercados bolsistas mundiais, com os investidores a recearem uma recessão global.

Enquanto a bolsa de Tóquio perdeu quase 8%, o principal índice de Hong Kong recuou 13,2%, tendo a sua maior queda desde a crise financeira de 2008. Já os mercados europeus, que abriram com perdas em torno dos 6%, moderaram, entretanto, as suas quedas para um intervalo entre 3,20% e os 4,60%.

Os mercados continuam a ser afetados pela entrada em vigor das tarifas impostas por Trump aos parceiros comerciais dos Estados Unidos e pelas medidas de retaliação anunciadas pela China, que podem ser seguidas pelas de outras grandes economias, como a da União Europeia (UE).

O Presidente dos EUA anunciou a imposição de tarifas recíprocas aos parceiros comerciais dos EUA em 02 de abril, mas manifestou a sua disponibilidade para negociar se as ofertas forem “fenomenais”.

Esta segunda, Trump voltou a pedir à Fed para baixar as taxas de juro e acusou a China de ser o “maior abusador”, depois de ter respondido a Washington com uma subida recíproca de 34%.

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📹 Guerra comercial sobe de tom

  • ECO
  • 7 Abril 2025

A Comissão Europeia já iniciou negociações com Washington sobre as novas tarifas. A China optou por anunciar tarifas de retaliação.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou quarta-feira novas tarifas norte-americanas de 20% a produtos importados da UE e que acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio. A Comissão Europeia já iniciou negociações com Washington sobre estas tarifas, mas a China optou por anunciar tarifas de retaliação, que serão implementadas a partir de 10 de abril e serão adicionadas a outras taxas que Pequim já implementou em resposta à guerra comercial lançada pelos Estados Unidos. A opção de Donald Trump foi criticada por todos os países e temem-se consequências económicas.

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