CUF compra 75% do grupo HPA Saúde

O acordo entre o grupo da José de Mello Capital e a maior rede de hospitais do Algarve, Alentejo e Madeira, assinado esta sexta-feira, prevê um reforço da participação nos próximos quatro anos.

A CUF assinou esta sexta-feira um acordo para comprar uma participação de 75% no grupo hospitalar português HPA Saúde. O contrato de aquisição entre os acionistas das duas empresas prevê o reforço dessa posição nos próximos quatro anos.

A informação foi transmitida pela CUF esta tarde, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), após o ECO ter questionado a empresa, há cerca de duas semanas, sobre este assunto. À data, houve um desmentido formal, mas a transação estava a decorrer. No entanto, o valor envolvido não foi anunciado.

“Esta operação representa não apenas a união de duas organizações com vasta experiência na área da saúde, mas também uma oportunidade para fortalecer e expandir a qualidade dos serviços prestados. Acreditamos que esta parceria trará benefícios significativos para quem nos confia a sua saúde, assim como para os profissionais, de ambas as instituições, que poderão crescer num ambiente de colaboração, desenvolvimento e partilha de conhecimento”, afirma o presidente executivo da CUF.

Rui Diniz considera que este é “um passo muito significativo” na estratégia de crescimento do grupo privado em Portugal, até porque dá “acesso a cuidados de saúde com diferenciação e qualidade em todas as geografias”.

Fundado em 1996, o grupo HPA Saúde é constituído por cinco hospitais e 17 clínicas no Alentejo, Algarve e Região Autónoma da Madeira.

“Este acordo de parceria, entre o maior grupo de saúde da região do Algarve, Alentejo e Madeira e o maior grupo de saúde privada nacional, representa uma oportunidade para se continuar a crescer com diferenciação e inovação, com benefícios para quem a nós recorre, bem como para todos os profissionais que, ao longo de tantos anos, contribuíram e contribuem para a notoriedade do grupo HPA”, comentou o presidente do grupo HPA Saúde, João Bacalhau.

A conclusão deste negócio está sujeita às habituais aprovações regulatórias, nomeadamente a verificação das condições previstas no acordo – inclusive precedentes – e a notificação formal à Autoridade da Concorrência (AdC), bem como a não oposição deste regulador.

O ECO sabe que o grupo HPA, com uma forte presença na zona de Alvor/Portimão, foi assessorado nas questões jurídicas do contrato pela sociedade de advogados CS Associados.

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RTP tem novo contrato de concessão. Conselho de Opinião será ouvido, sem parecer vinculativo, no lançamento e fecho de canais

O Conselho de Opinião vai ser ouvido, mas sem parecer vinculativo, no lançamento e fecho de canais. A publicidade mantém-se, com 12 minutos repartidos por duas horas. Novo contrato é assinado hoje.

Está fechado novo contrato de concessão do serviço público de media. O documento, que será assinado ao início da tarde desta sexta-feira, e ao qual o +M/ECO teve acesso, autoriza a administração da RTP a proceder ao lançamento e ao encerramento de serviços de programas televisivos e radiofónicos mas, acolhendo os pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e do Conselho Geral Independente, prevê o parecer prévio, mas não vinculativo do Conselho de Opinião.

O lançamento de novos serviços deve ser também “precedido da projeção dos objetivos a atingir e de uma análise financeira de despesas, custos e benefícios que permitam verificar se esses serviços satisfazem adequada e proporcionalmente às necessidades democráticas, sociais e culturais da sociedade, devendo, para o efeito, ter-se em conta, designadamente, o valor, em termos de interesse público, que o serviço em causa é suscetível de acrescentar à oferta existente”, lê-se na versão final do contrato.

Tal como na proposta que esteve em consulta pública, o contrato prevê um canal informativo e um serviço de programas elaborado com base nos arquivos, seis rádios e três serviços “audiovisual a pedido”.

Nas obrigações da RTP, que tal como no documento que esteve em consulta pública são estipuladas com base no género e não no canal, na ficção é introduzida a obrigatoriedade de um mínimo de 10 séries e minisséries em estreia.

Em termos de descentralização e coesão territorial, e para além da obrigatoriedade de um serviço de programas ficar sediado no Centro de Produção do Norte da RTP, é agora agora sinalizado que a RTP deve, em articulação com os serviços de distribuição, procurar garantir a continuidade de transmissão de uma emissão nacional em caso de emergência ou de catástrofe.

Em relação à publicidade, mantém-se a recomendação de que a RTP1 “deve ser tendencialmente” não financiada por publicidade televisiva comercial, “não podendo esta, em qualquer circunstância, exceder 12 minutos em cada período de 2 horas”. Ou seja, em vez dos atuais seis minutos por hora, a estação mantém os 12 minutos para o espaço de duas horas, mas com liberdade para os distribuir de outra forma.

O contrato assinado mantém-se em vigor até dia 5 de março de 2031, tendo a RTP 90 dias para adaptar a sua programação ao novo acordo.

A RTP, lê-se também nos anexos, antecipa para este ano receitas de contribuição audiovisual (CAV) na ordem dos 195,8 milhões de euros, de publicidade 23 milhões, de cabo 11,7 milhões e de outros 5 milhões de euros. O resultado operacional será negativo em 13,2 milhões e o resultado líquido negativo em 18,2 milhões. Para os três anos seguintes as previsões voltam a ser de resultados positivos.

O novo contrato estipula as obrigações do concessionário de serviço público com base na tipologia de programas e não nos canais.

O que estipula o novo contrato de concessão

Informação

  • A programação de informação destina-se à prestação especializada de informação nos seus diferentes géneros de conteúdo informativo, tais como reportagens, serviços noticiosos, entrevistas e debates acerca de temas, ideias e protagonistas da atualidade.
  • Os serviços noticiosos asseguram a cobertura jornalística, devidamente contextualizada, dos principais acontecimentos de âmbito nacional, regional e internacional.
  • A par da informação nacional e internacional, deverá a Concessionária procurar ter uma vocação de proximidade, concedendo especial atenção, através de uma cobertura territorial adequada, a temas, ideias e protagonistas com interesse para regiões e comunidades específicas, tendencialmente e sempre que possível através de janelas de programação com este propósito.
  • A Concessionária deve em permanência procurar identificar as necessidades informativas dos vários setores sociais, bem como os hábitos de consumo de conteúdos mediáticos dos diversos públicos, disponibilizando novas formas de oferta informativa para ir ao encontro de tais necessidades e especificidades.
  • A Concessionária assegura também a difusão regular, nos seus serviços de programas de âmbito nacional, de conteúdos informativos produzidos pelos serviços de programas de âmbito internacional e pelos serviços de programas de âmbito regional.
  • Os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional incluem programas diários em que são noticiados e devidamente contextualizados os principais acontecimentos nacionais, regionais e internacionais, à frequência de, pelo menos, três vezes por dia, entre as 7 e as 24 horas, no caso de cada um dos serviços de programas generalistas, e uma vez por dia, em horário de maior audiência, no caso do segundo serviço de programas televisivo generalista.
  • Os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional, em conjunto, incluem:

    a) Programas regulares ou espaços de debate aprofundado com intervenção de personalidades representativas da vida política, cultural, científica, económica, desportiva e social portuguesa ou internacional, num mínimo anual de 208 (duzentos e oito) programas em estreia;

  • b) Programas regulares ou espaços de entrevista a personalidades que se destaquem na sua atividade profissional ou cívica, num mínimo anual de 208 (duzentos e oito) programas em estreia;
  • c) Programas regulares ou espaços de debate e entrevista sobre a atividade política nacional, regional e local que garantam o pluralismo e deem expressão às posições das instituições e forças políticas, entre elas as representadas nos órgãos 10 parlamentares, num mínimo anual de 104 (cento e quatro) em estreia, com periodicidade tendencialmente semanal;
  • d) Programas regulares ou espaços de grande reportagem, num mínimo anual de 52 programas em estreia;
  • e) Espaços adequados, tendencialmente diários, de cobertura jornalística dos períodos eleitorais e referendários.

    Cultura

  • Em matéria de cultura, os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional incluem, no seu conjunto:
  • a) A difusão de informação cultural, tendencialmente diária, nos primeiros serviços de programas generalistas de televisão e rádio;
  • b) Programas regulares ou espaços de divulgação de obras, criadores e instituições culturais portuguesas, num mínimo anual de 208 (duzentos e oito) em estreia;
  • c) Programas regulares ou espaços destinados a promover a língua portuguesa, a história e a literatura, num mínimo anual de 50 (cinquenta) em estreia;
  • d) Difusão regular de grandes espetáculos de artes performativas, nomeadamente peças teatrais e bailados, num mínimo anual de 12 em estreia, dos quais metade de produção portuguesa;
  • e) Difusão regular de espetáculos musicais, incluindo de ópera e de música portuguesa, num mínimo anual de 50;
  • f) Difusão regular de documentários originais para televisão ou documentários cinematográficos, focando a realidade social, histórica, cultural, ambiental, científica ou artística com relevância para Portugal, num mínimo anual de 75 (setenta e cinco) em estreia, com um mínimo de 15 (quinze) de produção nacional.
  • Os serviços de programas radiofónicos generalistas promovem a divulgação de música portuguesa tal como definida no n.º 2 do artigo 41.º da Lei da Rádio, bem como dos seus intérpretes, comprometendo-se a inserir na programação uma percentagem mínima de 60% de música portuguesa no seu primeiro serviço de programas generalista e de 50% no serviço de programas previsto na alínea c) do n.º 2 da cláusula 4.ª.

    Ficção

  • 1. Em matéria de ficção, os serviços de programas televisivos de âmbito nacional incluem, no seu conjunto:
  • a) A difusão regular de obras cinematográficas de longa-metragem, no mínimo de 104 por ano, das quais, no mínimo:
  • i) 25 produzidas há menos de cinco anos; e
  • ii) 30 de produção nacional, das quais 15 em estreia nos serviços de programas generalistas de âmbito nacional de acesso não condicionado livre;
  • b) A difusão regular de obras cinematográficas portuguesas de curta-metragem;
  • c) A difusão regular de obras audiovisuais, nomeadamente séries e minisséries, num mínimo de 10 em estreia.
  • A Concessionária assegura ainda uma produção específica para os serviços referidos no número anterior da presente cláusula, em que valoriza o experimentalismo e o novo talento audiovisual, no mínimo anual de 4 projetos no ano de entrada em vigor da alteração ao presente contrato, obrigando-se a partir de então a aumentar a sua produção em pelo menos mais 1 projeto face ao ano anterior, no prazo de vigência do presente contrato.

Entretenimento

  • Em matéria de entretenimento, os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional incluem, nomeadamente, programas regulares com preocupação lúdica ou formativa que contribuem para a diversão dos públicos, promoção da cultura geral e do conhecimento, bem como da valorização da língua e cultura portuguesas e da coesão nacional, com um mínimo, no seu conjunto, de 600 (seiscentos) programas por ano, estimulando a presença de novos talentos.
  • Com vista a explorar novas formas de interação com os seus públicos, a Concessionária procura, nos formatos de entretenimento adequados, uma presença nos serviços audiovisuais a pedido e serviços digitais, que complemente os conteúdos previstos no número anterior.

Desporto

  • Nos serviços de programas televisivos e radiofónicos, a Concessionária deve promover a divulgação e a transmissão de provas e competições desenvolvidas nas diferentes modalidades desportivas, quer em Portugal quer no estrangeiro, abrangendo ainda o desporto escolar, o desporto universitário e o desporto para pessoas com deficiência, dando especial atenção aos eventos que envolvam a participação coletiva ou individual de seleções nacionais principais tuteladas por federações detentoras do estatuto de utilidade pública desportiva, com um mínimo de 250 por ano.
  • Nos serviços audiovisuais a pedido e nos serviços digitais, a Concessionária assegura, na medida do possível:
  • a) A transmissão e a cobertura jornalística das participações desportivas das seleções nacionais, femininas e masculinas, pelo menos daquelas com representatividade internacional;
  • b) A transmissão de competições desportivas de outras modalidades, femininas e masculinas, para além do futebol;
  • c) A difusão de conteúdos nas diversas modalidades desportivas, incluindo o desporto escolar e o desporto universitário, sob a forma de géneros informativos, como a reportagem, o debate e a entrevista;
  • d) A promoção de hábitos de vida saudáveis através da prática desportiva, bem como da ética e integridade no desporto, mediante o desenvolvimento de espaços próprios, fomentando a participação ativa das diferentes organizações da sociedade civil.
  • No caso dos serviços audiovisuais a pedido e dos serviços digitais, a Concessionária procura garantir os direitos de difusão dos conteúdos previstos no n.º 1.

Infantis e juvenis

  • A Concessionária apresenta uma programação diversificada e regular de índole lúdica, informativa e educativa dirigida aos públicos infantis e juvenis que reflita nos seus conteúdos os interesses dos diferentes segmentos etários, com o objetivo de satisfazer as suas necessidades formativas.
  • A referida programação será disponibilizada através de um misto de oferta linear televisiva e de rádio, e de oferta não linear nos serviços audiovisuais a pedido ou serviços digitais, incluindo, no mínimo, 1 programa diário de informação destinado aos públicos infantis e juvenis.

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Ministro diz que Governo pode retirar moção de confiança se PS recuar na comissão de inquérito

  • ECO
  • 7 Março 2025

O ministro Manuel Castro Almeida garante ainda que Montenegro vai responder a todas as perguntas antes de terça-feira.

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial diz que o Governo pode recuar na moção de confiança se o PS desistir da comissão parlamentar de inquérito à empresa familiar do primeiro-ministro. Manuel Castro Almeida afirmou também, em entrevista ao Observador, que Luís Montenegro vai responder às perguntas antes de terça-feira, data em que a moção será discutida e votada no Parlamento.

“Se o PS vier declarar que reconhece ao Governo condições para executar o seu programa, se declarar que se considera satisfeito com os esclarecimentos dados e que retira a comissão parlamentar de inquérito, acho que há condições para a moção de confiança poder ser retirada“, considerou Manuel Castro Almeida.

O ministro garante ainda que “o primeiro-ministro está determinado a responder a todas as questões”, embora considere que Montenegro “já respondeu a tudo o que havia para responder”.

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Crise criativa na moda? O entra e sai nos gigantes do luxo<span class='tag--premium'>premium</span>

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 7 Março 2025

A demissão de Sabato De Sarno da Gucci marcou mais um capítulo turbulento na indústria. A saída aconteceu logo após a despedida de Kim Jones da linha masculina da Dior. Que instabilidade é esta?

Este artigo integra a 13.ª edição do ECOmagazine. Em breve nas bancas. Os resultados financeiros da Gucci foram um dos principais fatores para a saída abrupta de Sabato De Sarno da direção criativa da casa de moda italiana. A marca viu as suas receitas caírem 26% no terceiro trimestre de 2024, para 1,6 milhões de euros, um declínio alarmante para uma das mais lucrativas casas do conglomerado Kering. O desempenho abaixo do esperado reflete uma tendência preocupante na moda: o público não se identifica com as novas propostas criativas, e a estratégia de retorno à essencialidade parece não ter conquistado os consumidores. A Kering enfrenta dificuldades para reverter a desaceleração do crescimento, especialmente em comparação com a rival LVMH, que tem conseguido manter um posicionamento mais

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Trabalhadores da Altice pedem conciliação à DGERT nas negociações com a empresa

  • Lusa
  • 7 Março 2025

Os sindicatos dos trabalhadores da Altice/Meo pediram a intervenção da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho após duas reuniões sobre salários em que não chegaram a acordo.

Os sindicatos dos trabalhadores da Altice/Meo pediram a intervenção da DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho) depois de duas reuniões de negociações salariais em que não chegaram a acordo com a empresa, adiantaram, num comunicado.

Na nota, enviada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav), Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), as entidades indicaram que as sete estruturas sindicais que representam os trabalhadores, com exceção do STPT (Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal) reuniram-se na quarta-feira.

Decidiram, nesse encontro, “recorrer à DGERT para solicitar a conciliação” e marcaram um plenário, no Porto, para o dia 13 de março.

Segundo os sindicatos, uma reunião no dia 26 de fevereiro teve a presença de Ana Figueiredo, presidente executiva (CEO) da Altice/Meo “como os sindicatos solicitaram”, tendo a empresa mantido a “proposta de aumentos salariais da última reunião“, disseram.

Os sindicatos criticam que a Altice tenha apresentado quatro propostas, afirmando que a estratégia é de quem “não quer negociar”.

As propostas em causa passam por um aumento salarial de 0,3% e subida do subsídio de refeição de 60 cêntimos, para 9,60 euros/dia de trabalho; aumentos na tabela só nos salários mínimos, que os sindicatos dizem abranger 180 trabalhadores e um subsídio de refeição com um aumento de um euro/dia (10 euros); um aumento salarial de 0,6% em todos os salários, sem atualização do subsídio de alimentação; 12 euros de aumento para todos os trabalhadores no salário base, também sem atualização no subsídio de refeição.

Segundo os sindicatos, a empresa mantém 550 movimentos de evolução profissional, com efeitos a 01 de julho, afirmando que são “1,5 milhões nos salários para todos os trabalhadores e mais de 10 milhões para prémios e promoções, só para alguns”.

Outra reunião, em 28 de fevereiro foi “a tentativa derradeira sem novos argumentos”, disseram, tendo a empresa tentado “que os sindicatos dessem o acordo de princípio a uma proposta minimalista que não vai ao encontro dos trabalhadores”.

“Por pressão dos sete sindicatos subscritores deste comunicado, a empresa disse que aumentava o subsídio de refeição para 10,00 euros, mas nenhum deu acordo de princípio”. Por isso, “considerando estas propostas uma vergonha e que não respeita os trabalhadores”, decidiram reunir-se e “ponderar ações futuras”.

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Portugal anuncia emissão de dívida a 10 e 13 anos para se financiar até 1.250 milhões de euros

Portugal irá ao mercado na próxima semana para angariar até 1.250 milhões de euros através de dois leilões de dívida a 10 e 13 anos, pelos quais deverá pagar de 3,3% e 3,7%, respetivamente.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) anunciou esta sexta-feira que irá realizar na próxima quarta-feira dois leilões de dívida de longo prazo, a 10 e 13 anos, com o intuito de angariar entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

Os leilões terão como objeto a obrigação do Tesouro com maturidade a 15 de junho de 2035 (OT 3,5% 15JUN35), que foi colocada no mercado este ano através de uma operação sindicada, e a linha obrigacionista com maturidade a 18 de junho de 2038 (OT 3,5% 18JUN38).

A última vez que o IGCP realizou um leilão a 10 anos foi a 13 de novembro, com o Estado a financiar-se em 577 milhões de euros por 2,851%, com a operação a registar uma procura 2 vezes acima da oferta.

Esta será também a primeira operação realizada pelo IGCP sob a liderança de Pedro Cabeços, que assumiu os comandos do instituto público no início deste ano.

No último ano o Tesouro não realizou qualquer empréstimo obrigacionista a 13 anos, ficando difícil uma base de comparação. Contudo, por aproximação, o IGCP realizou a 8 de maio um leilão a 14 anos através da mesma linha que irá recorrer na próxima quarta-feira (OT 3,5% 18JUN38), tendo na altura pago 3,297% pela colocação de 608 milhões de euros. Na altura, este leilão contou com uma procura 1,6 vezes acima da oferta.

Atualmente, a linha a 10 anos (OT 3,5% 15JUN35) negoceia com uma yield de 3,32% e a linha a 13 anos (OT 3,5% 18JUN38) apresenta uma taxa média ponderada de 3,57.

Esta será também a primeira operação realizada pelo IGCP sob a liderança de Pedro Cabeços, que assumiu a liderança do instituto pública no início deste ano.

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Insolvências de empresas descem pela primeira vez em dois anos

No acumulado dos dois primeiros meses do ano as insolvências de empresas caíram 1,9%, para 367 ações.

Entre janeiro e o final de fevereiro, 367 empresas iniciaram um processo de insolvência, o que representa uma descida de 1,9% face ao período homólogo, de acordo com o barómetro da Informa D&B.

A D&B Informa realça que a descida, “que contraria a tendência de subida verificada nos últimos dois anos”, é maioritariamente suportada pelo setor da indústria (-34%, -41 empresas) e a construção (-27%, -14 empresas).

Fonte: Barómetro da Informa D&B

O relatório divulgado esta sexta-feira mostra que os serviços empresariais (+106%, +19 empresas) e os transportes (+131%, +17 empresas) são os setores que registaram maior crescimento nos novos processos de insolvência.

No que diz respeito aos encerramentos, o mesmo relatório refere que, nos dois primeiros meses do ano, encerraram 1.484 empresas, um registo abaixo do período homólogo, “sendo que à data de hoje ainda existem publicações a ser efetuadas pelo Registo Comercial”.

Ainda assim, no acumulado dos últimos 12 meses, este indicador atinge os 13.419 encerramentos, menos 14% face aos 12 meses anteriores, “uma descida que é transversal a quase todos os setores de atividade”, mostra o relatório.

Neste período, os transportes é o único setor a registar mais encerramentos face aos 12 meses anteriores (+7,4%; +59 encerramentos de empresas).

Criadas menos empresas até fevereiro

Nos dois primeiros meses do ano, foram criadas 9.804 novas empresas em Portugal, o que corresponde a uma descida de 6,4% (-668 constituições de empresas) face aos dois primeiros meses de 2024.

Neste período de tempo, apenas três setores registaram crescimento na constituição de empresas: atividades imobiliárias (+16%; +155 constituições de empresas); agricultura e outros recursos naturais (+27%; +84 constituições de empresas), nomeadamente em atividades como a pecuária ou a olivicultura e construção (+0,1%; +1 constituição de empresa).

Fonte: Barómetro da Informa D&B

Nos restantes setores, as quedas mais acentuadas ocorreram nos setores dos transportes (-26%; -257 constituições de empresas), serviços gerais (-14%; -222 constituições de empresas) e tecnologias da informação e comunicação (-14%; – 100 constituições de empresas).

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Rússia exige inclusão de potências nucleares europeias em negociações com EUA

  • Lusa
  • 7 Março 2025

Posição de Moscovo surge em reação às declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a possibilidade de alargar o "guarda-chuva nuclear" aos aliados europeus.

A Rússia exigiu esta sexta-feira que as potências nucleares europeias, França e Reino Unido, sejam incluídas nas negociações de desarmamento estratégico com os Estados Unidos.

“É impossível excluir os arsenais europeus do diálogo” sobre o desarmamento entre a Rússia e os Estados Unidos, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência espanhola EFE.

Peskov disse que a questão é de particular importância na sequência das recentes declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a possibilidade de alargar o “guarda-chuva nuclear” aos aliados europeus.

Quanto ao diálogo estratégico de segurança entre Moscovo e Washington, afirmou que é necessário no interesse de ambos os países e da segurança global. “É uma questão que está na ordem do dia”, disse Peskov.

“Acreditamos que o diálogo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre o controlo de armas é necessário, especialmente em termos de estabilidade estratégica”, insistiu em resposta ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que voltou ao assunto na quinta-feira.

Trump afirmou que “seria ótimo se todos se livrassem das armas nucleares”, numa mensagem dirigida sobretudo à Rússia e à China.

Há algumas semanas, Trump propôs a Moscovo e a Pequim conversações sobre a desnuclearização, uma proposta que foi apoiada pelo líder russo, Vladimir Putin.

Em resposta, a China considerou que são os Estados Unidos e a Rússia que devem assumir a liderança no desarmamento nuclear por serem os países que possuem os maiores arsenais.

Cooperação entre UE e parceiros da NATO é “vital para segurança internacional”

Entretanto, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, considerou “vital para a segurança internacional” a cooperação com os parceiros na NATO, após uma reunião por videoconferência com cinco líderes de países aliados.

“A nossa cooperação com parceiros da NATO que partilham as mesmas ideias é vital para a segurança internacional. Para a Ucrânia. Para intensificar os nossos esforços conjuntos em matéria de defesa”, divulgou Costa nas redes sociais, no final da reunião virtual em que também participaram a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, da Islândia, Kristrún Frostadóttir, da Noruega, Jonas Gahr Store, e do Reino Unido, Keir Starmer.

“Juntamente com os nossos parceiros na Europa, no Atlântico e não só, temos de trabalhar para apoiar a Ucrânia e garantir uma paz justa e duradoura”, salientou ainda António Costa.

Fonte europeia adiantou que Costa descreveu as conclusões da cimeira extraordinária relativamente à Ucrânia, enquanto von der Leyen se centrou nos pontos relacionados com a defesa.

Os países terceiros participantes, segundo a mesma fonte, acolheram esta iniciativa, salientando a importância de uma estreita coordenação entre os parceiros, mostrando determinação em contribuir para os esforços conjuntos de apoio à Ucrânia, bem como em intensificar a cooperação no domínio da defesa, tendo ainda salientado “a importância da NATO e a necessidade de uma estreita complementaridade de todos os esforços”.

O objetivo da reunião foi de informar os cinco parceiros da NATO “dos resultados da reunião extraordinária do Conselho da UE”, de quinta-feira, e ainda do encontro com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, que almoçou com os homólogos da UE.

Os líderes UE concordaram, na cimeira extraordinária, com a rápida mobilização do financiamento necessário para reforçar a segurança do bloco comunitário e na manutenção da ajuda à Ucrânia, perante o afastamento dos Estados Unidos.

A reunião teve lugar após a apresentação, por von der Leyen, do plano de 800 mil milhões de euros para investimento na defesa europeia.

Desde o início da guerra da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, a UE e os seus Estados-membros disponibilizaram quase 135 mil milhões de euros em apoio à Ucrânia, incluindo 48,7 mil milhões de euros para apoiar as forças armadas ucranianas, tendo ainda avançado com 16 pacotes de sanções contra a Rússia.

Entre 2021 e 2024, a despesa total dos Estados-membros com a defesa aumentou mais de 30%, ascendendo a um montante estimado de 326 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 1,9% do PIB da UE.

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Governo português nega decisão dos EUA de encerrar consulado em Ponta Delgada

  • Lusa
  • 7 Março 2025

Administração Trump está a analisar "as embaixadas e consulados que têm espalhados pelo mundo e não foi tomada decisão sobre os postos em Portugal", garante o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Governo português negou esta sexta-feira que a administração norte-americana, presidida por Donald Trump, tenha decidido encerrar o consulado de Ponta Delgada, nos Açores, classificando como especulação notícias que davam conta dessa medida no verão.

“De acordo com a informação de que dispomos neste momento, não há planos para encerrar o consulado de Ponta Delgada, nos Açores”, afirmou, em resposta à Lusa, fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

A mesma fonte da diplomacia portuguesa referiu que “a atual administração americana, como outras que a antecederam, analisaram as embaixadas e consulados que têm espalhados pelo mundo e não foi tomada decisão sobre os postos em Portugal”.

“Assim, quaisquer notícias sobre o assunto são apenas especulação”, acrescentou ainda o MNE, liderada por Paulo Rangel.

O jornal The New York Times noticiou na quinta-feira que o Departamento de Estado norte-americano — equivalente ao MNE – incluiu o consulado de Ponta Delgada, nos Açores, numa lista de 12 representações diplomáticas a encerrar durante o verão.

De acordo com o jornal, que citava funcionários norte-americanos, entre os escritórios consulares afetados estão Ponta Delgada, Florença (Itália), Estrasburgo (França), Hamburgo (Alemanha) e alguns no Brasil.

O plano inclui também o despedimento de cidadãos locais que trabalham para as centenas de embaixadas e consulados dos EUA que apoiam o trabalho do pessoal diplomático, segundo o jornal norte-americano.

“O Departamento de Estado continua a avaliar a nossa postura geral para garantir que estamos mais bem posicionados para enfrentar os desafios modernos em nome do povo americano”, disse um porta-voz do departamento à EFE quando questionado sobre o assunto.

Segundo o site da embaixada norte-americana em Portugal, o consulado em Ponta Delgada como funções principais “manter os laços históricos de parceria e amizade com o povo e governo da Região Autónoma dos Açores de Portugal”, além de “fornecer serviço de alta qualidade aos cidadãos dos EUA nos Açores, salvaguardando a sua segurança e bem-estar” e “aumentar os intercâmbios educacionais, comerciais e culturais entre os EUA e os Açores, especialmente nas energias renováveis e desenvolvimento de tecnologia verde, negócios e turismo”.

Apesar de haver um vice-cônsul nos Açores desde 1790, o consulado dos Estados Unidos nos Açores só foi formalmente estabelecido a 07 de julho de 1795, quando John Street foi promovido a cônsul e, refere a mesma fonte, “desde essa altura que existe um representante dos EUA nos Açores, fazendo com que este seja o mais antigo do mundo em operação contínua”.

Ao longo dos anos, houve agências consulares nas Flores, São Jorge e Terceira. Em abril de 1899, o Consulado foi transferido para Ponta Delgada, permanecendo na Horta uma agência consular, refere ainda a embaixada norte-americana.

Segundo o Times, o encerramento de consulados alinha-se com os planos do bilionário Elon Musk, que o Presidente Donald Trump colocou na liderança do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla inglês), de cortar drasticamente os gastos do governo.

O plano envolve o encerramento de departamentos e programas, demitindo funcionários federais em massa.

Os escritórios consulares tratam de assuntos administrativos, como a emissão de vistos para estrangeiros, e apoiam os cidadãos norte-americanos no estrangeiro.

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Portugal no top 15 europeu dos governos e parlamentos mais paritários

Portugal está top 15 europeu dos governos e parlamentos mais paritários, indicam os dados do Eurostat. Ao nível do Executivo registou mesmo a segunda maior subida a nível europeu.

Há mais mulheres nos governos e nos parlamentos europeus. Olhando para o Executivos, em média, 35,1% das posições de governação na Europa eram ocupadas por mulheres no ano passado, uma subida de 7,4 pontos percentuais (p.p) face a 2023. Portugal está acima da média europeia, com 40% de mulheres no Governo, o que posiciona o país no top 15 europeu em termos de paridade. É a segunda maior subida a nível europeu.

Finlândia lidera em termos de governos paritários, com 60% de mulheres em funções de governação. Bélgica (55%), Estónia (50%) e França (50%) são outros dos três países europeus onde a paridade de género no Governo foi alcançada.

A Hungria não tem qualquer mulher no Governo nacional, a Chéquia tem apenas 5,9% e a Croácia 10,5%, segundo os dados do Eurostat divulgados esta sexta-feira.

Na maioria dos países europeus, o peso das mulheres nos governos nacionais aumentou desde 2014. A Bélgica regista maior subida (+32,8 p.p.), seguida de Portugal (+25,7 p.p.) e Lituânia (+24,9 p.p). Neste parâmetro, com 40% de mulheres no Executivo, Portugal ocupa a 15.ª posição entre os países com governos com maior paridade de género.

Parlamentos mais paritários

Desde 2014, os parlamentos nacionais estão igualmente mais paritários. No ano passado, em média, as mulheres detinham 33,4% dos assentos parlamentares, uma subida de 5,6 p.p. face há uma década.

Suécia (45,6%), Finlândia (45,5%) e Dinamarca (44,7%) lideram, enquanto Chipre (14,3%), Hungria (14,6%) e Roménia (19,5%) apresentam o menor número de mulheres no parlamento.

Malta (+14,9 p.p.), Letónia (+13 p.p.) e France (+10,3 p.p) são os três países europeus que, numa década, registaram uma subida de mais de 10 pontos percentuais.

Também neste parâmetro, Portugal regista um desempenho acima da média europeia, com 35,8% de deputadas na Assembleia da República, uma subida de 4,5 pontos percentuais face a 2014. Uma pontuação que coloca o país na 11.ª posição dos países europeus com parlamentos com maior paridade de género.

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JB Capital reavalia em alta Novobanco para valor entre 5,5 mil milhões e 7 mil milhões de euros

Os espanhóis do JB Capital subiram a avaliação do Novobanco após os resultados de 2024 terem ficado acima do esperado pelos seus analistas e pelas metas de médio prazo traçadas pela equipa do banco.

A JB Capital reviu em alta a sua avaliação para o valor do Novobanco, colocando-o agora entre 5,5 mil milhões e 7 mil milhões de euros, face ao intervalo anterior de 4,8 mil milhões a 6,2 mil milhões de euros (apontado em meados de fevereiro), segundo uma nota de research enviada esta sexta-feira aos seus clientes a que o ECO teve acesso.

Esta revisão surge num momento decisivo para o banco liderado por Mark Bourke, que prepara a sua entrada em bolsa já para o segundo ou terceiro trimestre deste ano, numa operação que promete ser uma das maiores ofertas públicas iniciais (IPO) na Europa em 2025. E numa altura em que Bourke está a promover várias reuniões com investidores em Londres e Nova Iorque com o intuito de promover o banco e o IPO.

Na nota de research assinada por Maksym Mishyn, a JB Capital justifica a revisão em alta da avaliação do Novobanco com os resultados de 2024 terem ficado acima das expectativas e com as novas metas de médio prazo apresentadas pelo banco. “O novo plano do Novobanco supera as nossas expectativas”, afirma Maksym Mishyn, analista da JB Capital responsável pelo relatório.

A instituição financeira espanhola destaca ainda que “a rentabilidade robusta do Novobanco (RoTE superior a 20% no médio prazo com uma taxa fiscal de 18%) deverá permitir-lhe alcançar o objetivo de 3,3 mil milhões de euros em capital disponível”.

Entre os fatores que levaram a JB Capital a rever em alta as suas projeções estão também o aumento médio de 8% nas previsões de lucro líquido para o período entre 2025 e 2027. “Aumentámos a nossa previsão para o nosso lucro líquido médio para 2025-27 em cerca de 8%”, lê-se na nota de research.

Este aumento reflete um desempenho melhor do que esperado nas receitas provenientes da margem financeira, bem como um crescimento mais acelerado do crédito concedido pelo banco. O crescimento projetado pelo Novobanco na sua carteira de crédito é também considerado como “razoável” pela JB Capital, dado que “o PIB nominal português deverá crescer mais rapidamente”.

Outro fator determinante para esta revisão em alta foi a política generosa de distribuição de capital anunciada pelo Novobanco. O banco prevê distribuir cerca de “3,3 mil milhões de euros entre 2025 e 2027”, dos quais cerca de “2,2 mil milhões serão uma combinação de pagamentos em dinheiro e dividendos especiais ou recompras”, refere o documento da JB Capital. Esta política traduz-se numa rentabilidade anual média entre 11% e 13%, valor acima dos cerca de 9% oferecidos pelos restantes bancos ibéricos analisados pela casa espanhola.

Os resultados financeiros do quarto trimestre também surpreenderam positivamente os analistas da JB Capital. A nota de research sublinha que “o resultado líquido ficou 5% acima das nossas estimativas”, impulsionado por um crescimento estável da margem financeira e por receitas superiores provenientes das operações financeiras e outras fontes.

Além disso, o banco registou um crescimento homólogo do crédito bruto na ordem dos 3%, alinhado com as suas orientações estratégicas, com Maksym Mishyn a sublinhar ainda melhorias significativas na qualidade dos ativos do Novobanco. “O rácio NPL [crédito malparado] caiu para 3,3%, significativamente melhor do que a nossa estimativa anterior de 4,1%”.

Este conjunto positivo de fatores sustenta assim uma avaliação mais otimista sobre o futuro próximo do Novobanco e reforça as expectativas positivas relativamente à iminente operação bolsista.

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Fusões e aquisições em Portugal caíram 40% até fevereiro

As 67 operações de M&A registadas no primeiro bimestre deste ano ainda não foram suficientes para que o mercado transacional português voltasse ao verde.

O primeiro bimestre deste ano ainda foi não suficiente para que o mercado transacional português voltasse ao verde. Entre janeiro e fevereiro, registaram-se apenas 67 operações de fusões e aquisições (M&A), investimentos de private equity/capital de risco e compra de ativos, o que representa uma queda de 40% em termos homólogos.

Os dados divulgados esta sexta-feira pela TTR Data mostram que esses negócios movimentaram 315 milhões de euros. O valor registou uma diminuição de 85% em comparação com os dois primeiros meses de 2024, mas importa referir que só um terço (32%) das transações teve os seus montantes publicados.

Mais uma vez, o setor de imobiliário foi o mais ativo, com 13 transações entre janeiro e fevereiro, seguido pela indústria das viagens, alojamento e entretenimento – onde se inserem os hotéis – com 10 operações, o que perfaz uma subida homóloga de mais de 200%. Segundo o relatório, a completar o pódio, o setor de Internet e serviços de tecnologia com oito operações.

No âmbito além-fronteiras (cross-border), Espanha e Brasil foram os países que fizeram o maior número de investimentos em Portugal neste período: 11 e 4, respetivamente. Por sua vez, as empresas nacionais, escolheram Espanha e Estados Unidos como principal destino de investimento (6 e 2, pela mesma ordem).

Analisando apenas o mês passado, foram registadas 24 fusões e aquisições, entre anunciadas e encerradas, no valor total de 70,77 milhões de euros. Para os analistas da TTR, o negócio que se destacou em fevereiro foi a injeção de 5,3 milhões de euros na startup Relive pelas sociedades portuguesas Bynd, Shilling Capital Partners e Indico Capital Partners.

“Até fevereiro de 2025, foram contabilizadas seis transações de private equity, representando uma queda de 25% no número de operações em comparação ao mesmo período de 2024. Em venture capital, foram realizadas 10 rondas de investimentos e um total de 73 milhões de euros, representando uma diminuição de 67% no número de transações”, informa ainda a TTR.

No segmento de compra de ativos (asset acquisitions) também caiu para 25% para 21 transações de 69 milhões de euros no total.

Já em janeiro a queda do mercado de M&A português havia sido de 40%.

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