Mónica Lemos reforça equipa da Franco Zibaia

Transitando da AMMC Legal, a advogada Mónica Lemos integrou a equipa da Franco Zibaia na qualidade de consultora sénior.

A Franco Zibaia reforçou a equipa com a integração da consultora sénior Mónica Lemos. A advogada transita da AMMC Legal.

“Estamos muitos entusiasmados com a integração da Mónica na nossa equipa. Com cerca de 20 anos de experiência, a Mónica possui uma trajetória profissional notável. Esta integração é um marco muito importante na nossa estratégia de crescimento e um sinal evidente da nossa aposta na construção de uma equipa coesa e de excelência”, sublinha em comunicado a sócia fundadora Catarina Franco Madeira.

Segundo a sócia, com a contratação de Mónica Lemos reforçam a oferta atual como também alargam o portfólio de serviços em áreas. “A experiência e conhecimento adquiridos pela Mónica ao longo das últimas duas décadas, a par das suas qualidades humanas, são uma garantia de que esta integração muito contribuirá para a consolidação e expansão do nosso projeto“, acrescenta.

Assim, a Franco Zibaia reforça a sua prática atual e estende a sua atividade a novas áreas: Urbanismo e Ordenamento do Território, Ambiente – incluindo Transição Energética, Alterações Climáticas e ESG -, bem como Proteção de Dados, Prevenção da Corrupção e Whistleblowing.

O novo reforço da Franco Zibaia tem prestado assessoria e consultoria jurídica a entidades públicas, incluindo a autarquias locais, bem como a entidades privadas, nas áreas do Direito Administrativo, Ordenamento do Território, Urbanismo, Ambiente, Energia e Regulação das Alterações Climáticas, Direito da Função Pública, Contencioso Administrativo e Civil. Tem ainda experiência em Proteção de Dados e Compliance.

Mónica Lemos tem ainda acompanhado múltiplos procedimentos administrativos e de contratação, relativos a diferentes atividades económicas e a diversos regimes de licenciamento. Assessorou, ainda, a implementação de políticas de proteção de dados e de canais de denúncia, na vertente jurídica, possuindo uma vasta experiência no patrocínio de processos judiciais.

Foi ainda adjunta no Gabinete do Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território e técnica especialista no Gabinete do Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação. Foi também assessora jurídica do gabinete do vice-presidente e membros do Conselho Superior da Magistratura, tendo sido responsável pelo contencioso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

União Europeia aprova 16.º pacote de sanções à Rússia no terceiro aniversário da guerra na Ucrânia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Fevereiro 2025

A 'luz verde' foi dada na reunião desta manhã dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, numa reunião em Bruxelas na qual participa o chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel.

Com António Costa e Ursula von der Leyen de visita a Kiev para assinalar o terceiro aniversário do início da invasão russa da Ucrânia, Bruxelas anunciou o 16.º pacote de sanções contra Moscovo, tendo em vista “aumentar ainda mais a pressão” sobre a economia russa e o financiamento da guerra.

Em comunicado, a Comissão Europeia detalha que as novas sanções à Rússia visam setores como a energia, o comércio, os transportes, as infraestruturas e os serviços financeiros, incluindo ainda “medidas destinadas a combater a evasão”. Visam mais 48 pessoas e 35 entidades.

“Com este forte pacote de sanções, a Europa está a responder com unidade e determinação para demonstrar o nosso empenho inabalável em apoiar a Ucrânia e o seu povo”, afirma a comissária para os Serviços Financeiros, a portuguesa Maria Luís Albuquerque, citada no comunicado.

Conheça as principais medidas do pacote de sanções

  • Proibição das importações comunitárias de alumínio primário da Rússia;
  • Inclusão de 74 novos navios na lista de embarcações da frota sombra ou que contribuem para as receitas energéticas da Rússia;
  • Restrições específicas às exportações de 53 novas empresas que apoiam o complexo militar-industrial russo ou que participam na evasão às sanções, das quais 34 empresas de outros países que não a Rússia;
  • Restrições à exportação de produtos de dupla utilização como precursores químicos, software relacionado com máquinas-ferramentas de controlo numérico computorizado (CNC) e minérios e compostos de crómio;
  • Proibição total do armazenamento temporário ou da colocação de petróleo bruto ou de produtos petrolíferos russos em portos da UE ao abrigo de procedimentos da Zona Franca;
  • Alargamento da atual proibição de software para restringir a exportação, o fornecimento ou a prestação de software de exploração de petróleo e gás;
  • Impede o aumento da propriedade russa para mais de 25% nas empresas de transporte rodoviário da UE, colmatando assim potenciais lacunas para contornar as sanções existentes;
  • Mais 13 bancos adicionados à lista de entidades sujeitas à proibição de prestação de serviços especializados de mensagens financeiras;
  • Prorrogação da proibição de transações para permitir à UE elaborar uma lista das instituições financeiras e dos fornecedores de ativos criptográficos que participam na evasão ao limite máximo imposto ao preço do petróleo;
  • Proibição dos serviços de construção prestados por operadores da UE na Rússia;
  • Proibição total de transações em dois aeroportos de Moscovo (Vnukovo e Zhukovsky), quatro aeroportos regionais e os portos de Astrakhan, no Volga, e Makhachkala, no Mar Cáspio. Foram também incluídos os portos marítimos de Ust-Luga e Primorsk, no Mar Báltico, e de Novorossiysk, no Mar Negro;
  • Suspensão de mais oito órgãos de comunicação social.

(Notícia atualizada às 9h51)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Sem o turismo a marca e o projeto Black Pig não teriam o crescimento que têm hoje”

  • BRANDS' ECO
  • 24 Fevereiro 2025

O CEO e fundador Black Pig Gin explica a importância dos turistas para a promoção e crescimento do projeto, que no último ano contou com mais de 120 mil visitantes.

Miguel Ângelo Nunes, CEO e fundador Black Pig Gin, conta com o Turismo pela importância extrema que esta atividade tem para o crescimento do projeto, o primeiro parque temático de Gin em todo o mundo. No último ano foram mais de 120 mil os visitantes do parque Black Pig, 95% dos quais fora do seu município. Estes clientes, por sua vez, são vitais na promoção e no crescimento do projeto e isto só é possível graças a uma forte aposta no turismo.

O que é o projeto Eu conto com o Turismo?

Um empresário do têxtil, uma varina da Nazaré, um vendedor de bolas de Berlim, a proprietária de uma loja de produtos dos Açores, um piloto de voos de recreio, uma empresária do setor vinícola… e tantos, tantos outros. Todos nós, na verdade. Todos somos beneficiários do turismo e contamos com o turismo para melhorar as nossas vidas.

O turismo tem vindo a assumir um papel crescente na economia portuguesa e é o principal responsável pela maioria dos indicadores positivos dos últimos anos. Cria emprego, anima o tecido empresarial, revitaliza as cidades.

O projeto Eu conto com o Turismo tem como objetivo dar voz a pessoas, mais e menos conhecidas, das mais variadas atividades e regiões, que, de alguma forma, beneficiam do turismo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresas da saúde com recorde de 4 mil milhões em exportações

A fileira da saúde está mais sã no que toca ao comércio internacional. Pela primeira vez, alcançou os 4 mil milhões em vendas fora de Portugal. Já são 183 os países de destino.

Os negócios portugueses da saúde estão mais ‘saudáveis’ a nível internacional e a culpa é dos medicamentos e do mercado alemão. As empresas deste setor conseguiram terminar 2024 com um recorde de mais de 4 mil milhões de euros em exportações, pela primeira vez, o que corresponde a um aumento de 21,7% em relação ao ano anterior.

Ainda longe do aumento das tarifas anunciado por Donald Trump, que irá impactar as empresas, as exportações da fileira da saúde alcançaram um valor total de 4,036 mil milhões de euros, de acordo com os dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e do Instituto Nacional de Estatística (INE), compilados esta segunda-feira pela associação Health Cluster Portugal – Polo de Competitividade da Saúde, que reúne o ecossistema.

“O crescimento consistente e contínuo das exportações reflete a aposta na internacionalização e a capacidade de Portugal enquanto fornecedor de produtos inovadores e de qualidade. O setor da saúde tem-se demonstrado bastante dinâmico, mesmo num contexto global cada vez mais desafiador, e continua a afirmar-se como motor de desenvolvimento económico e social do país”, afirmou o diretor executivo do Health Cluster Portugal, Joaquim Cunha.

O Health Cluster Portugal defende que a tendência de crescimento continua, até porque as exportações desta indústria já representam 5,1% do total das exportações nacionais. É graças às chamadas preparações farmacêuticas (medicamentos), que registaram o valor mais elevado do total das exportações (82,8%), o equivalente a mais de 3 mil milhões de euros.

Seguem-se logo em segundo lugar os dispositivos médicos, que alcançaram um volume total na ordem dos 500 milhões de euros, seguidos dos produtos farmacêuticos de base, que representam 3,8% do total das exportações.
Atualmente, a fileira portuguesa da saúde exporta para 183 mercados.

Na tabela dos cinco maiores destinos mantêm-se os Estados Unidos, com um volume de exportações de produtos de saúde que ascendeu aos 29,6% em 2024, seguidos da Alemanha com 27,5% – país onde o aumento, em termos homólogos, foi mais significativo – e a Espanha, a França e a Bélgica, respetivamente.

Em Portugal, o setor da saúde tem cerca de 118 mil empresas, que empregam aproximadamente de 424 mil pessoas, e representa um volume de negócios anual superior a 40 mil milhões de euros e um valor acrescentado bruto de cerca de 14 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Industriais alemães pressionam “urgente” formação de “governo estável e funcional”

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

Líder da poderosa Federação das Indústrias Alemãs diz ser necessário “sair rapidamente do impasse em questões-chave”, como a redução da burocracia, o investimento público, a energia ou a segurança.

A Federação das Indústrias Alemãs (BDI) já reclamou um processo rápido na formação de um governo de coligação na sequência das eleições legislativas na Alemanha, sublinhando a urgência de reformas para reanimar a principal economia da Europa.

“A economia alemã precisa urgentemente de um governo estável e funcional, com uma maioria clara no centro democrático”, afirmou o presidente da BDI, Peter Leibinger, numa altura em que ainda não há resultados oficiais das eleições, ganhas pelos conservadores da CDU, que terão no entanto de encontrar um ou mais parceiros de coligação para formar governo.

Apontando que é necessário “sair rapidamente do impasse em questões-chave”, como a redução da burocracia, investimento público, energia e segurança, Leibinger advertiu que, “quanto mais tempo a incerteza persistir, maior será a relutância das empresas e dos consumidores em investir, enfraquecendo assim o país”.

A Federação das Indústrias Alemãs é a organização de cúpula da indústria alemã, representando 39 associações industriais e mais de 100 mil empresas, com cerca de 8 milhões de trabalhadores.

A Alemanha, dependente da energia russa barata, viu a situação económica agravar-se há três anos, com a invasão da Ucrânia pela Rússia e subsequente imposição de sanções contra o Kremlin, o que fez disparar os custos da energia.

Por outro lado, as exportações, principal motor da terceira maior economia do mundo e a maior da Europa, estão a ser afetadas pela concorrência chinesa e ameaçadas pelas tarifas anunciadas pela nova administração norte-americana, desde a posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos.

A OCDE prevê que a Alemanha terá o menor crescimento económico da União Europeia, após dois anos de recessão.

Nas suas primeiras declarações após a divulgação das projeções, o líder da União Democrata-Cristã (CDU) e futuro chanceler, Friedrich Merz, disse pretender formar rapidamente uma coligação governamental, afirmando que “o mundo lá fora não está à espera da Alemanha e não está à espera de longas conversações de coligação em negociações”.

“Precisamos de voltar a funcionar rapidamente, para podermos fazer o que temos a fazer a nível interno e recuperar a nossa presença na Europa, para que o mundo possa ver que a Alemanha está novamente a ser governada de forma fiável”, disse, admitindo, contudo, que “não será uma tarefa fácil”.

Merz reiterou ainda a rejeição categórica a qualquer cooperação com o partido de extrema-direita AfD, que pouco antes se oferecera para integrar um futuro governo.

De acordo com as mais recentes projeções das eleições legislativas antecipadas de hoje, a CDU obterá 28,4 a 28,6 % dos votos, enquanto a extrema-direita da AfD deverá superar os 20%, quedando-se os socialistas do SPD de Scholz pelos 16,3 a 16,4 %.

Se estes resultados se confirmarem, CDU e SPD ficariam aquém dos 316 lugares necessários para uma maioria no Bundestag (câmara baixa do parlamento) e o futuro Governo alemão voltaria a ter de ser integrado por uma terceira força política.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“O valor de uma empresa está na sua execução, porque a ideia em si vale zero”

  • ECO
  • 24 Fevereiro 2025

Paulo Andrez acredita que o sucesso de uma startup está na execução, não na ideia. O empreendedor e Business Angel defende a mitigação de riscos e a mudança de mentalidade sobre o fracasso.

Paulo Andrez, empreendedor e Business Angel, é um verdadeiro símbolo do empreendedorismo em Portugal. Começou cedo, aos 18 anos, a vender produtos portugueses em Inglaterra, batendo porta a porta e agendando reuniões com potenciais clientes. “Agendei durante um mês mais de 100 reuniões. Dessas, 90 não tiveram interesse, mas houve 10 que mostraram alguma curiosidade. No final, comecei a vender para três empresas e percebi uma nova oportunidade de negócio.” Foi assim que montou uma fábrica de barricas e vasos de madeira para exportar para o Reino Unido, enquanto ainda estudava na universidade.

"Sempre que viajo, vejo oportunidades de negócio, só não tenho tempo para desenvolver todas. A perspetiva de olhar para as coisas e perceber oportunidades de negócio, penso que é algo muito importante para qualquer empreendedor”

Paulo Andrez, empreendedor e Business Angel

Para o empreendedor, a oportunidade pode estar em cada esquina. “Sempre que viajo, vejo oportunidades de negócio, só não tenho tempo para desenvolver todas. A perspetiva de olhar para as coisas e perceber oportunidades de negócio, penso que é algo muito importante para qualquer empreendedor”, diz.

Paulo Andrez nunca trabalhou por conta de outrem e acredita que o sucesso de uma startup não está apenas na ideia, mas na sua execução. “O valor de uma empresa está na sua execução, porque a ideia em si vale zero”, explica. Defende que muitos empreendedores na Europa dependem demasiado do financiamento público em vez de se focarem na mitigação de riscos. Um problema que, para o empreendedor, começa na mentalidade. “Há muito dinheiro nos privados e há investidores, o problema é que do lado dos empreendedores há excesso de risco e o Estado pode ajudar a reduzir o risco”, refere.

Paulo Andrez, empreendedor e Business Angel, é o 18º convidado do podcast E Se Corre Bem?

A forma como se encara o fracasso precisa de mudar, principalmente na Europa. “Nos EUA, os empreendedores assumem os seus erros e não têm medo de dizer onde falharam e o que aprenderam. Na Europa, tentam sempre justificar os seus falhanços com terceiros”, explica.

Autor do livro Startup Risco Zero, Paulo Andrez investe em negócios que demonstram capacidade de execução e resiliência. Para quem quer empreender, deixa um conselho: “90% das pessoas que têm uma ideia não cria o seu negócio. Mas não há razão para isso. Há sempre uma forma de encontrar uma solução”.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 24 de fevereiro

  • ECO
  • 24 Fevereiro 2025

Ao longo desta segunda-feira, 24 de fevereiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Von der Leyen e Costa chegam a Kiev para assinalar 3º aniversário da invasão. “A Ucrânia é a Europa”

  • ECO e Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

"Nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em causa. É o destino da Europa", afirma a líder da Comissão Europeia, que vai acelerar entrega imediata de armas e munições.

Os líderes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu já chegaram a Kiev, onde irão manifestar apoio à Ucrânia e ao Presidente Volodymyr Zelensky, por ocasião do terceiro aniversário da invasão russa.

“Estamos hoje em Kiev porque a Ucrânia é a Europa. Nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em causa. É o destino da Europa”, afirmou a presidente da Comissão Europeia.

Ursula von der Leyen falava numa mensagem publicada nas redes sociais, acompanhada de um vídeo da chegada de comboio a Kiev ao lado do presidente do Conselho Europeu, o português António Costa.

A presidente da Comissão Europeia chegou acompanhada também por 24 dos seus 27 comissários e foi recebida na estação pelo chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andriy Sibiga.

No comboio, a caminho de Kiev, von der Leyen defendeu que a União Europeia deverá acelerar a entrega imediata de ajuda militar à Ucrânia nas próximas semanas.

A chefe da Comissão Europeia prometeu ainda apresentar “muito em breve” um plano abrangente sobre como aumentar a produção de armas e as capacidades de defesa da UE, do qual a Ucrânia também beneficiaria.

Entretanto, também o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recorreu à redes sociais para elogiar a resistência da Ucrânia, no terceiro aniversário da invasão russa, num dia em que vários líderes estrangeiros chegaram a Kiev para reafirmar o apoio ao país.

“Três anos de resistência. Três anos de gratidão. Três anos de absoluto heroísmo dos ucranianos”, escreveu Zelensky, agradecendo “a todos aqueles que defendem e apoiam” a Ucrânia.

A visita de von der Leyen e Costa surge numa altura em que Zelensky, que tem sido alvo de críticas por parte do homólogo dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.

Na semana passada, o Presidente dos EUA considerou que Volodymyr Zelensky era “um ditador” sem legitimidade democrática e acusou-o de começar a guerra e de fomentá-la, coincidindo com a narrativa utilizada pelo Kremlin (presidência russa) para justificar a invasão e destoando da postura da Casa Branca durante o Governo do democrata Joe Biden (2021-2025).

A administração dos EUA também considerou que “são irrealistas” os desígnios de Kiev de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e de recuperar o território ocupado pela Rússia desde 24 de fevereiro de 2022, nomeadamente a partes das províncias de Donetsk e de Lugansk e a península da Crimeia (ocupada desde 2014).

Em simultâneo, Washington e Moscovo avançaram com reuniões preliminares para esboçar um cessar-fogo e um acordo de paz, que foi amplamente criticado pela União Europeia (UE) e pela Ucrânia, por excluir o país invadido e os países daquele continente, que sentiram os efeitos imediatos do conflito, nomeadamente, o êxodo de cidadãos ucranianos e as consequências socioeconómicas.

Apesar de não estar disponível o roteiro que Ursula von der Leyen e António Costa farão em Kiev, é expectável que ocorra um encontro com o Presidente ucraniano e uma cerimónia para homenagear os militares e a população civil que morreram nos últimos três anos.

António Costa esteve na Ucrânia no dia 01 de dezembro de 2024, coincidindo com o início do seu mandato na liderança do Conselho Europeu.

Entrega imediata de mais armas e munições a Kiev

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou esta madrugada que a União Europeia deverá acelerar a entrega imediata de ajuda militar à Ucrânia nas próximas semanas. “Devemos acelerar a entrega imediata de armas e munições [à Ucrânia]. E esse será o foco do nosso trabalho nas próximas semanas”, disse von der Leyen a um grupo de jornalistas, a caminho de Kiev.

A chefe da Comissão Europeia prometeu ainda apresentar “muito em breve” um plano abrangente sobre como aumentar a produção de armas e as capacidades de defesa da UE, do qual a Ucrânia também beneficiaria.

A Ucrânia tem uma indústria de defesa “altamente inovadora e próspera”, o que deverá reforçar a resiliência da União Europeia, à medida que os 27 membros assumem “mais responsabilidade pela sua própria segurança”, acrescentou a antiga ministra da Defesa alemã.

Von der Leyen enfatizou ainda que a UE preparou um pacote energético ambicioso, que aumentará a segurança energética tanto para a Ucrânia como para a União Europeia. O objetivo, disse, é integrar totalmente os mercados de electricidade da Ucrânia e da Moldávia com o mercado de electricidade da UE até ao final de 2026.

A presidente da Comissão Europeia sustentou que “uma Ucrânia livre e soberana é do interesse de todo o mundo” e alertou que a UE aumentará “as sanções punitivas” contra a Rússia, a menos que Moscovo demonstre “uma vontade real de alcançar um acordo de paz duradouro”.

Nos últimos dias, líderes europeus esforçaram-se por estruturar uma resposta às mudanças políticas do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, face à guerra na Ucrânia e criar um mecanismo para continuar a apoiar Kiev se a ajuda de Washington falhar.

O envolvimento de Trump com autoridades russas e o seu acordo para retomar laços diplomáticos e a cooperação económica com Moscovo, demonstrados nas últimas semanas, marcaram uma reviravolta dramática na política dos EUA que abalou os líderes na Ucrânia e toda a Europa.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu no domingo que pode ser forçado a assinar um acordo económico com Washington, que garantiria a continuidade da ajuda à Ucrânia em troca de os Estados Unidos explorarem minerais raros no país. “Se as condições são: ‘não lhe daremos ajuda se não assinar um acordo’, então fica claro”, disse Zelensky durante uma cerimónia a assinalar três anos da invasão russa.

Rangel adverte EUA que UE tem “palavra a dizer” nas negociações

Entretanto, também o ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu que a União Europeia (UE) “tem uma palavra a dizer” em quaisquer negociações para um cessar-fogo e um acordo na Ucrânia, admitindo que só assim pode ser uma “paz justa”.

“A UE e outros países europeus têm uma palavra a dizer no plano negocial”, disse Paulo Rangel, à entrada para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco comunitário, em Bruxelas, capital da Bélgica e onde estão localizadas as principais instituições da União Europeia.

O governante português acrescentou que no plano que seja esboçado para um cessar-fogo e um eventual acordo de paz, estão incluídas as “garantias de segurança dos países europeus” e também um “esforço financeiro enorme” na reconstrução do país invadido pela Ucrânia há precisamente três anos. “Isso não é possível, nem faz sentido, sem envolver a UE”, sustentou Paulo Rangel.

Os ministros com a pasta da diplomacia da UE reúnem-se em Bruxelas para discutir, entre outros temas, o conflito na Ucrânia, três anos depois de a Rússia iniciar uma invasão que culminou na ocupação de porções significativas das regiões do Donetsk e de Lugansk (a península da Crimeia foi invadida em 2014). Em causa, na reunião de hoje, estão também as negociações preliminares com a Rússia feitas pelos Estados Unidos da América (EUA), que excluíram a Ucrânia e a União Europeia.

Numa mensagem publicada no portal da Presidência da República na Internet, quando se assinala o terceiro aniversário da invasão da Ucrânia, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que na madrugada de 24 de fevereiro de 2022 a Ucrânia “foi surpreendida pelo início da violenta invasão da Federação Russa”.

Marcelo: “Paz só poderá ser alcançada com a plena participação da Ucrânia”

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, salienta que Portugal vai continuar a apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário e que uma paz justa e duradoura só pode ser alcançada com a plena participação dos ucranianos.

“O Presidente da República, hoje, como há três anos, condena inequivocamente a guerra injusta e ilegal da Rússia, perpetrada em violação flagrante da integridade territorial e soberania da Ucrânia, do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas. Portugal reitera o seu apoio à Ucrânia, pelo tempo que for necessário, e continua ao seu lado no caminho para a adesão à União Europeia e nas aspirações de pertença à NATO”, lê-se nesta mensagem.

Em relação à situação atual nos campos militar e diplomático, o chefe de Estado “presta homenagem à resistência e resiliência do corajoso povo ucraniano, apoiando os seus legítimos anseios por uma paz justa e duradoura”. “Paz que só poderá ser alcançada com a plena participação da Ucrânia”, acentua o Presidente da República.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

60% dos jovens avaliam positivamente o EFP

  • Servimedia
  • 24 Fevereiro 2025

Durante anos, o ensino e a formação profissionais (EFP) foram vistos como uma opção educativa menos prestigiada do que a universidade. No entanto, esta visão mudou radicalmente nos últimos anos.

De acordo com o “Relatório sobre as percepções da formação profissional em Espanha”, 60% dos jovens espanhóis consideram que a formação profissional é uma alternativa de qualidade e fundamental para encontrar um emprego.

Esta mudança cultural responde à evolução do EFP, que deixou de ser uma alternativa secundária para se tornar uma via para empregos altamente especializados. O relatório revela que cada vez mais jovens escolhem o EFP devido à sua abordagem prática e à sua ligação direta ao mercado de trabalho, o que reforça o seu papel como pilar essencial do sistema educativo.

Neste contexto, The Core, a escola de formação audiovisual, que pertence à rede de ensino Planeta Formación y Universidades, indicou que está empenhada numa oferta de Formação Profissional inovadora, com ciclos de Estudos Superiores em áreas como o desenvolvimento digital, o marketing e a produção audiovisual. Estas licenciaturas permitem aos estudantes formarem-se num ambiente alinhado com a realidade do setor, com uma abordagem eminentemente prática e em contacto com a indústria.

“O EFP já não é apenas uma alternativa, mas uma escolha de qualidade para milhares de jovens que procuram uma formação especializada orientada para o mundo do trabalho. No The Core, estamos empenhados nesta mudança de paradigma, oferecendo programas adaptados às necessidades da indústria e formando profissionais altamente preparados para enfrentar os desafios do futuro”, afirmou Serafín Barros, diretor do Centro de Formação Profissional do The Core.

Ele salientou que o crescente reconhecimento do EFP como uma opção de qualidade reflecte a importância de continuar a promover programas alinhados com a indústria, como os oferecidos pelo The Core. Com uma oferta formativa alinhada com as novas tendências e um modelo de aprendizagem baseado na experiência, o EFP consolidou-se como uma opção estratégica para o desenvolvimento profissional dos jovens, reafirmando o seu papel no novo paradigma educativo”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa quer trabalhar com novo chanceler alemão Merz por “Europa mais autónoma”

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

Presidente do Conselho Europeu felicita Friedrich Merz pela vitória nas eleições legislativas alemãs, prometendo colaborar com novo chanceler para "tornar a Europa mais forte, próspera e autónoma".

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, felicitou esta segunda-feira o vencedor das eleições alemãs e disse querer trabalhar “em estreita colaboração” com Friedrich Merz para uma Europa “mais forte, mais próspera e mais autónoma”.

“Transmiti a Friedrich Merz os meus parabéns pela sua vitória nas eleições alemãs. Estou ansioso por trabalhar de perto com ele para tornar a Europa mais forte, mais próspera e mais autónoma“, disse Costa.

Numa mensagem nas redes sociais após chegar a Kiev para assinalar o terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, o antigo primeiro-ministro português admitiu que “estes podem ser tempos difíceis”.

Mas Costa disse estar convicto de que “tal como no passado, a União Europeia cumprirá a sua promessa e sairá mais forte dela”.

O bloco conservador liderado por Friedrich Merz venceu as eleições legislativas alemãs com 28,6% dos votos, de acordo com dados oficiais, e a Alternativa para a Alemanha (AfD) consagrou-se a segunda força com 20,8%.

O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, obteve cerca de 16,4% nas eleições de domingo, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram cerca de 11,6% dos votos. A Esquerda (Die Linke) alcançou cerca de 8,8%, acima dos 4,9% de 2012.

O líder conservador, Friedrich Merz, precisará de parceiros para formar governo. O candidato dos Verdes a chanceler, Robert Habeck, afirmou no domingo que está disposto a continuar a assumir responsabilidades no governo, caso Merz coloque essa hipótese.

O partido liberal FDP, que Merz esperava ter do seu lado, não conseguiu atingir o limite mínimo de 5% necessário para entrar no Bundestag, o parlamento da Alemanha.

Alice Weidel, líder da AfD, insistiu no domingo à noite que está disponível para negociações, mas Merz reiterou que rejeita coligações com a extrema-direita, mantendo o ‘cordão sanitário’ contra a extrema-direita.

“Temos opiniões diferentes sobre a política externa, a política de segurança e a NATO. Podem estender-nos a mão o quanto quiserem, mas não vamos cair numa política errada, querem o posto do que nós”, disse o futuro chanceler alemão, num curto debate televisivo com os candidatos dos outros partidos, reforçando que não vai “pôr em causa o legado de 75 anos da União Democrata-Cristã (CDU) só por causa de uma autointitulada Alternativa para a Alemanha”.

Entre as matérias que opõem CDU e AfD conta-se a questão da segurança e defesa, tendo Merz afirmado que, face à pressão da Rússia, mas também da nova administração norte-americana liderada por Donald Trump, que “é largamente indiferente ao destino da Europa”, a grande prioridade deve ser “tornar a Europa progressivamente independente relativamente aos Estados Unidos”.

“Vou formar um governo que represente toda a população e vou esforçar-me por formar um governo que resolva os problemas deste país”, acrescentou Merz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ex-Governador do Banco de Espanha Hernández de Cos, distinguido com um doutoramento honoris causa pela Universidade de Nebrija

  • Servimedia
  • 24 Fevereiro 2025

A Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais reconheceu a sua longa carreira profissional e a sua “valiosa” contribuição para o setor económico e financeiro.

Pablo Hernández de Cos, antigo governador do Banco de Espanha e próximo diretor do Banco de Pagamentos Internacionais, foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade de Nebrija, numa cerimónia realizada no campus Politécnico e de Ciências Sociais de Madrid-Princesa.

No seu discurso de agradecimento. Hernández de Cos analisou o panorama mundial, em que a Europa “está atrasada em termos de dinamismo económico em relação ao resto das grandes economias mundiais” e em que a Espanha “não consegue manter uma trajetória de convergência sustentada do rendimento per capita com o resto dos nossos parceiros europeus há mais de uma década”.

O ambiente de fragmentação e incerteza geopolítica, o envelhecimento da população, a aceleração do desenvolvimento tecnológico e a luta contra as alterações climáticas, entre outros fatores, introduzem, segundo o economista madrileno, novos desafios “aos quais a Europa e a Espanha devem responder com ambição”.

Neste sentido, para além de alcançar “grandes” acordos políticos, as estratégias “mais adequadas” para enfrentar estes desafios resumem-se a “um impulso adicional e definitivo ao projeto de integração europeia, combinado com reformas estruturais profundas à escala nacional e a manutenção de um ambiente de estabilidade macroeconómica – de estabilidade de preços e de estabilidade orçamental”.

Sem descurar questões como a independência, a transparência e a responsabilidade do Banco de Espanha e das instituições “para aumentar a confiança do público nas mesmas”, Hernández de Cos sublinhou a necessidade de trabalhar para uma Europa “mais próspera e unida”. Confessou que tem dedicado o seu trabalho a esta tarefa no Banco de Espanha, no Banco Central Europeu e como membro de vários grupos de trabalho e comités no seio da União Europeia.

Perante a comunidade académica de Nebrija, demonstrou com dados que a Europa tem vindo a perder peso na economia mundial, dado o seu menor crescimento relativo em relação a outras potências. Entre 2002 e 2023, a UE cresceu em média 1,5% ao ano, contra 2,2% dos Estados Unidos e 8,3% da China. E, em termos per capita, o rendimento disponível das famílias europeias cresceu quase metade do dos Estados Unidos desde 2000.

“Por detrás deste abrandamento do crescimento está, sobretudo, um fraco crescimento da produtividade, que conduziu a uma quebra da competitividade europeia. E a raiz da baixa produtividade da Europa está no défice de investimento, apesar de a taxa de poupança das famílias europeias ser elevada, em comparação com a dos EUA, e apesar de manter um excedente da balança corrente”, explicou.

DÉFICE TECNOLÓGICO

O setor tecnológico e o “baixo” dinamismo empresarial estão no centro destas diferenças. Pablo Hernández de Cos sublinhou que apenas quatro das cinquenta maiores empresas tecnológicas do mundo são europeias e que as despesas em I&D das empresas da UE são “significativamente inferiores” às dos seus principais concorrentes, tendo esta diferença aumentado após a crise financeira.

O envelhecimento da população “que irá pressionar em alta as despesas públicas com pensões, cuidados de saúde e cuidados aos idosos” é outro dos elementos preocupantes apontados pelo antigo governador do Banco de Espanha.

Hernández de Cos alertou que, num cenário “extremo” de fragmentação da economia mundial, “por exemplo, dois blocos, Leste-Oeste, em que as tarifas estivessem a níveis semelhantes aos que vigoraram durante a Guerra Fria, poderia haver uma redução dos fluxos comerciais entre os dois blocos entre 20% e 30%, o que teria consequências muito negativas em termos de crescimento económico, particularmente na Europa”.

A “elevada” concentração das importações europeias num pequeno número de fornecedores externos, nomeadamente a China, e a “elevada” dependência energética externa são outras “fontes de vulnerabilidade” para a Europa, que, na sua opinião, deve também responder à “necessidade” de avançar para uma autonomia estratégica no domínio da defesa – “o que exigiria um aumento significativo do atual nível de despesas neste domínio” – e de manter a luta contra as alterações climáticas.

A política de concorrência, na sua opinião, tem sido um fator “fundamental” para o dinamismo da atividade na economia europeia; no entanto, o desenvolvimento de gigantes tecnológicos nos Estados Unidos e a escala de produção na China “põem em causa” a eficácia destas políticas na Europa.

Por outro lado, Pablo Hernández de Cos destacou propostas “relevantes” de redefinição de mercados em alguns setores para favorecer a presença de empresas de maior dimensão e com maior capacidade de investimento e de concorrência internacional, como é o caso das telecomunicações. Esta circunstância e outras associadas à inovação e autonomia na defesa, “estão a gerar uma atitude muito mais aberta em relação à política industrial e aos auxílios estatais”.

IMPOSTOS

O sistema público de proteção social, que “gera efeitos muito positivos na igualdade de oportunidades e na equidade”, mas que também “obriga a níveis de tributação mais elevados que geram encargos mais elevados para as empresas europeias que prejudicam a sua competitividade face aos seus concorrentes internacionais”, foi outro dos temas do seu discurso. Assim, em 2022, a UE tinha um rácio de receitas fiscais em relação ao PIB de 40,2%, em comparação com 27,7% nos EUA e 20,1% na China.

Numa resposta que passa por “mais integração europeia e mais reformas estruturais nacionais, num contexto de estabilidade macroeconómica”, a União Europeia, na sua opinião, à perda de relevância económica europeia e a estes desafios estruturais “deve continuar a promover uma ordem internacional baseada em regras, e o desenvolvimento e projeção dos valores fundadores do projeto europeu de liberdade e solidariedade”.

Hernández de Cos considerou que a redução das barreiras internas “ajudaria as empresas europeias a atingir uma escala ótima para poderem competir melhor à escala global”. De acordo com um relatório recente do FMI, as barreiras internas na Europa são equivalentes a tarifas na ordem dos 44% na indústria transformadora e 110% nos serviços e a sua existência reduz o crescimento potencial em cerca de 10%.

De acordo com os relatórios Letta e Dragui, o aprofundamento do mercado único “implica dar um papel predominante às políticas europeias em detrimento das iniciativas nacionais”.

Na cerimónia realizada no Campus Politécnico e de Ciências Sociais da Universidade de Nebrija, em Madrid-Princesa, Pablo Hernández de Cos defendeu os investimentos em grandes projetos, a evolução para uma União Fiscal e a garantia de estabilidade orçamental. A estratégia de financiamento comum “permitiria ultrapassar uma das suas deficiências históricas: a falta de uma capacidade orçamental centralizada de dimensão suficiente”. A existência de mecanismos de política cíclica na zona euro para garantir que a orientação da política orçamental agregada seja “a correta no momento certo” foi outra das suas reflexões.

Nas fases iniciais das novas regras, “seria aconselhável reforçar o papel das autoridades independentes de responsabilidade orçamental a nível nacional e europeu para permitir um funcionamento mais automático das regras que as tornaria mais credíveis e previsíveis”.

Outras mensagens transmitidas pelo antigo Governador do Banco de Espanha incluem que o financiamento privado “deve desempenhar um papel fundamental”, a conclusão da União Bancária e a criação de uma União dos Mercados de Capitais. “A existência de um ativo seguro pan-europeu com uma profundidade de mercado suficiente pode contribuir para a integração dos mercados de capitais privados, na medida em que facilitaria que os preços dos ativos financeiros de rendimento fixo ou das ações refletissem melhor os seus riscos fundamentais”, acrescentou.

No domínio da União Bancária, Hernández de Cos reconheceu progressos “significativos” com a criação do Mecanismo Único de Supervisão, do Mecanismo Único de Resolução e de um quadro regulamentar único, mas “a tarefa também não está concluída”. A criação de um Fundo Europeu de Garantia de Depósitos “totalmente mutualizado” ainda está pendente.

Proporcionar um quadro regulamentar e um ambiente institucional estáveis e aumentar a eficácia e a eficiência das administrações públicas, alargando uma cultura de “avaliação permanente” das políticas públicas, constituíram outros pedidos de melhoria, entre os quais incluiu os relativos ao mercado de trabalho. Neste último aspeto, “embora nos últimos anos se tenha verificado um aumento significativo da taxa de emprego e uma redução do trabalho temporário, o grau de estabilidade do emprego continua a ser significativamente superior ao observado na União Económica e Monetária e a taxa de desemprego é ainda quase o dobro”.

O desemprego juvenil, a incidência do desemprego de longa duração e a situação laboral dos trabalhadores próximos da idade da reforma, bem como a escassez de mão de obra em determinados setores, exigem, na sua opinião, uma revisão das políticas atuais para reduzir a taxa de desemprego estrutural da economia espanhola.

Na cerimónia de investidura, José Luis García Delgado, professor de Economia Aplicada na Universidade de Nebrija e diretor do Observatório de Língua Espanhola de Nebrija, foi o padrinho académico. Delgado destacou a atitude “pró-ativa e esperançosa” de Hernández de Cos e a sua “formidável” carreira profissional e académica, “uma das carreiras mais brilhantes de que há registo na banca central”, segundo o seu mentor, o Professor González-Páramo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Espanha reforça a sua oferta hoteleira como destino de golfe

  • Servimedia
  • 24 Fevereiro 2025

O complexo Fairmont La Hacienda foi a primeira grande inauguração hoteleira do ano, acrescentando um novo resort de golfe ultra-luxo à lista de estabelecimentos de renome deste tipo em Espanha.

A chegada deste hotel ultra-luxuoso confirma o bom pulso da atividade hoteleira e turística especializada no golfe no país, tal como assinala o último estudo da Universidade IE, realizado em colaboração com a Associação Espanhola de Campos de Golfe e a Real Federação Espanhola de Golfe, que afirma que Espanha recebeu cerca de 1,4 milhões de turistas de golfe em 2023, que geraram uma despesa turística de 6.344 milhões de euros. Estes números colocam a Espanha como líder no turismo de golfe, atraindo 42% dos turistas de golfe estrangeiros dos mais importantes países europeus de origem, à frente de outros destinos populares como a Irlanda, França, Portugal e Reino Unido, que recebem cerca de 25% destes turistas.

O novo hotel Fairmont La Hacienda, o único hotel de luxo em Espanha (propriedade do grupo francês Accor), cujo proprietário é o socimi Millenium, pretende tornar-se uma das referências de ultra-luxo do país. Inspirado no património cultural da Andaluzia, dispõe de 213 quartos e residências de marca com vistas panorâmicas sobre o Mediterrâneo, bem como de dois campos de golfe de prestígio, entre os quais o La Hacienda Links Golf, que há três anos faz parte da rede de campos de golfe mais exclusiva do mundo, compilada pela European Tour Destinations.

Também na Andaluzia, La Finca Cortesin em Málaga, já em funcionamento há alguns anos, está a preparar uma expansão de todo o seu complexo com a intenção de construir um macro-projeto que aumentará a capacidade do resort com cerca de 800 casas. Prevê-se que tenha início em 2026, com um investimento de cerca de 600 milhões de euros. Entretanto, o hotel localizado no resort foi reconhecido como o segundo melhor hotel de Espanha na lista 10Best dos Beyond Luxury Awards 2024; e o seu campo de golfe recebeu o título de “melhor campo de golfe de Espanha” nos World Golf Awards 2024 no final do ano.

Além destes, existem outros resorts de golfe que se mantêm na elite em Espanha, como o Abama Resort em Tenerife, com as suas 151 residências de luxo premiadas nos World Travel Awards pelas suas vistas para o oceano e para a ilha de La Gomera; ou o Grand Hyatt La Manga Club Golf em Múrcia, o primeiro da marca em Espanha (existe um segundo em Barcelona, mas é um hotel urbano) com mais de 200 quartos e suites, com influências mouriscas na sua decoração e vistas para o Mar Mediterrâneo e para o parque natural de Calblanque. Também alberga três dos melhores campos de golfe de 18 buracos da Europa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.