PS e PSD contra alargamento para cinco anos de “período de nojo” entre Governo e empresas

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

PS vai votar contra e o PSD opta por se abster na iniciativa comunista de alargar o chamado “período de nojo”, entre Governo e empresas, dos atuais três anos para cinco anos.

PSD e PS consideraram esta quinta-feira problemático impedir que governantes assumam, durante um período de cinco anos, funções numa empresa que tutelaram previamente, apesar de os sociais-democratas admitirem que é necessário rever o prazo atual de três.

A Assembleia da República debateu, a pedido do PCP, vários projetos de lei relativos às portas giratórias, entre os quais um da bancada comunista para alargar o chamado “período de nojo” dos atuais três anos para cinco, prevendo novas sanções em caso de violação dessa norma.

Para justificar a necessidade desta proposta, o deputado do PCP António Filipe recordou o caso da ex-secretária de Estado do Turismo Rita Marques, do anterior Governo, que, após cessar funções, tinha sido anunciada como administradora de uma empresa no setor da hotelaria e turismo, tendo posteriormente renunciado ao cargo.

“Aquela situação acrescentou-se a muitas outras que, ao longo do tempo, têm levantado dúvidas sobre a eficácia dos mecanismos legais existentes”, indicou, considerando que o período de inibição atual se afigura “demasiado curto” e o “regime sancionatório inócuo”. No entanto, durante o debate, o PS anunciou que iria votar contra e o PSD que se iria abster, determinando assim o chumbo desta iniciativa.

O deputado do PSD Hugo Carneiro justificou a abstenção admitindo que é preciso “revisitar o prazo do período de nojo”, mas advertindo que “há problemas que eventualmente se podem colocar relativamente ao prazo fixo de cinco anos, como foi alertado pelo Conselho Superior do Ministério Público”.

Já o deputado do PS Pedro Delgado Alves salientou que o período de nojo foi revisto “há menos de um ano” e considerou que a solução encontrada, de três anos, “é razoavelmente equilibrada, porque consegue acautelar sanções onde elas não existiam”.

“Por essa razão, não acompanharemos estas propostas, mas propomos uma pequena alteração cirúrgica”, disse, defendendo um projeto de lei do PS que prevê que um governante passe também a ser impedido de exercer funções numa empresa em que se tenha verificado que teve “intervenção direta”.

O deputado do Chega Rui Paulo Sousa defendeu um diploma do partido para proibir “contratos com empresas em que o titular do órgão seja detentor de participação (independentemente de ser mais ou menos de 10%), assim como de empresas que tenham participação de familiares próximos do titular do órgão”.

Quem votar contra, vota a favor da corrupção, a favor do compadrio. Quem votar contra, está a dizer ao povo português que não quer mudar nada e que prefere continuar esta bandalheira”, dramatizou o deputado, com várias bancadas a considerarem que a proposta é inconstitucional.

Já o deputado da IL Carlos Guimarães Pinto advertiu que é preciso encontrar um equilíbrio para garantir que, ao tentar evitar portas giratórias, “não se destrói a vida profissional de pessoas que apenas fizeram um serviço temporário ao país”, anunciando o voto contra a proposta do PCP por considerar que “afasta pessoas decentes” da política.

Esta mesma posição foi assumida pelo deputado do CDS-PP João Almeida, que considerou que, ao alargar-se o período de nojo, está-se a “cortar as pernas àqueles que inconscientemente dediquem algum tempo da sua vida à causa pública”.

Em sentido contrário, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, defendeu a proposta do PCP, referindo que não se trata de impedir um alto cargo público de trabalhar no setor privado, mas garantir que, durante o período de uma legislatura, não pode exercer funções numa empresa que tinha tutelado.

Também o deputado do Livre Paulo Muacho concordou com o diploma do PCP, argumentando que “as portas giratórias entre o setor público e o setor privado devem estar fechadas por tempo suficiente para evitar influências”.

Já a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, apresentou duas iniciativas do partido, entre as quais uma para impedir que membros da Entidade para a Transparência assumam cargos políticos durante três anos.

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Governo nomeia Pedro de Andrade Saraiva para diretor do PlanApp

Pedro de Andrade Saraiva é o novo diretor do Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas (PLANAPP), que contará ainda Ana Martins, Gabriel Osório e Carolina Gameiro Nogueira.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a nova equipa do Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas (PLANAPP). Pedro de Andrade Saraiva foi nomeado diretor do organismo.

Foram ainda nomeados para subdiretores do organismo do Estado que apoia a definição e implementação de políticas públicas e a análise prospetiva, Ana Sofia Fernandes Figueiredo Martins, Gabriel Cupertino Osório de Barros e Carolina Gameiro Nogueira.

Estas nomeações já têm o parecer prévio positivo da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).

O novo diretor da PLANAPP é licenciado em Engenharia Química pela FCTUC em 1987 e foi presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Centro por duas vezes, entre 2004 – 2005 e 2012 – 2014.

Pedro Andrade Saraiva foi deputado à Assembleia da República (2009-2015) e consultor da Presidência da República (2006-2009). É desde 2018 Diretor da Nova Information Mangement School (IMS) da Universidade Nova de Lisboa.

O Governo aprovou ainda a nova administração da agência que gere dívida pública, com Pedro Cabeços a liderar o IGCP nos próximos três anos.

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Governo tinha 789 milhões de euros em cativações por libertar em novembro

Cerca de 32% das verbas relativas a 2024 estavam congeladas em novembro: 528 milhões dependem da autorização do Ministério das Finanças e 261 milhões das tutelas setoriais, conclui a UTAO.

O Governo tinha 789 milhões de euros em cativações por libertar em novembro de 2024, o que corresponde a cerca de 32% das verbas que foram postas de parte para todo o ano, segundo relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que analisa a evolução da execução orçamental de janeiro a dezembro.

Sob a alçada do Ministério das Finanças estão 528 milhões de euros por descongelar, isto é, cerca de 32% dos 1.657 milhões de euros que foram cativados. Nas mãos das tutelas setoriais ainda estão 261 milhões de euros cativos, o que representam 32% dos 824 milhões de euros inscritos neste instrumento de controlo de despesa.

Em 2024, as dotações centralizadas, a dotação provisional e a reserva orçamental aprovadas no Orçamento do Estado para 2024″, cuja libertação depende exclusivamente do aval das Finanças, “ascenderam a 1.657 milhões de euros”, constatam os peritos que prestam apoio aos deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e da Administração Pública do Parlamento. Desse total, foram utilizados 1.129 milhões de euros, “o que representa cerca de 68,2% das dotações” que precisam da autorização do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, para serem descativadas.

“A utilização da dotação provisional (468,5 milhões de euros), das dotações centralizadas (590,9 milhões de euros) e da reserva orçamental (70,4 milhões de euros) atingiu 1.129,8 milhões de euros, o que representa cerca de 68,2% das dotações totais sujeitas a autorização da tutela das finanças”, lê-se no mesmo documento. Ou seja, 32% das verbas ainda estavam congeladas em novembro.

Fonte: UTAO

Apesar do relatório analisar a evolução da execução orçamental de janeiro a dezembro, a UTAO salienta que “a informação referente à libertação da reserva orçamental em cada programa orçamental só abrange o período entre janeiro e novembro de 2024”. Para além disso, indica que “as dotações libertadas foram reforçar dotações disponíveis nalgumas entidades”. No entanto, “não há maneira de saber se acabaram efetivamente gastas até final do período de execução reportado”.

Relativamente às dotações orçamentais de controlo de despesa geridas pelos ministérios setoriais, e que não precisam do ‘OK’ das Finanças para serem libertadas, foram descongeladas 563,4 milhões de euros, o que corresponde a 68,4% de um total de 824 milhões de euros. Ficaram assim por utilizar 261 milhões de euros, ou seja, cerca de 32% das cativações afetas às tutelas.

A unidade técnica que apoia os deputados alerta que “não há informação sobre o montante de cativações determinado pelo decreto-lei de execução orçamental”, porque “a Direção-Geral do Orçamento (DGO) não publicou o montante das cativações adicionais que decorrem da aplicação do decreto-lei de execução orçamental”.

De lembrar que as cativações no Orçamento do Estado para 2025 vão bater um máximo histórico da última década, atingindo os 4.368 milhões de euros, com um peso de 3,3% na despesa efetiva da administração central, como já tinha escrito a UTAO.

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Governo propõe que mesmo empresas que agravem leque salarial tenham benefício em IRC

Empresas que agravem diferenças entre ordenados mais altos e mais baixos estão impedidas, neste momento, de ter benefício em IRC por valorização salarial. Governo quer retirar essa condição.

O Governo vai entregar no Parlamento uma proposta de lei que estipula que o benefício em IRC para as empresas que aumentem os salários também abrange aquelas que agravem a diferença entre os salários mais baixos e mais altos. No Orçamento do Estado para 2025, o Executivo tentou fazê-lo, mas uma maioria negativa travou-o. Vai agora insistir, tendo aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros a proposta que seguirá para a Assembleia da República.

“Em cumprimento do acordo tripartido 2025-2028 sobre valorização salarial e crescimento económico assinado pelos parceiros sociais, aprovou uma proposta de lei, a submeter à Assembleia da República, que revoga o número 2 do artigo 19.º-B do Estatuto dos Benefícios Fiscais, de modo a permitir que qualquer empregador possa aceder a um benefício fiscal em sede de IRC, no montante correspondente a 50% dos encargos resultantes dos aumentos salariais, independentemente desse empregador aumentar o leque salarial“, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

O Executivo defende, nessa nota enviada às redações, que desta forma não se limitaria o acesso a uma “parte significativa dos empregadores” e seria cumprir o entendimento firmado em outubro na Concertação Social com as quatro confederações empresariais e a UGT.

Desde 2022, com o acordo de rendimentos assinado ainda pelo Governo de António Costa com os parceiros sociais, que está previsto um benefício em sede de IRC para as empresas que aumentem os salários em linha com o referencial definido em Concertação Social.

Tem estado definido que esse benefício só pode ser aplicado às empresas que não registem aumentos do leque salarial dos trabalhadores face ao anterior, isto é, não agravem as diferenças entre os salários mais elevados e mais baixos.

Porém, o acordo assinado em 2024 na Concertação Social pelo Governo agora liderada por Luís Montenegro já não faz qualquer referência a essa condição. E a proposta de Orçamento do Estado para 2025 previa mesmo a sua revogação.

Porém, uma coligação negativa (PS, BE, PCP, Livre e Chega votaram contra, o PAN absteve-se) travou a eliminação dessa norma. pelo que o Governo considera que está por cumprir o acordo assinado em outubro.

No início do mês, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, já tinha anunciado que, neste cenário, o Governo iria insistir no Parlamento. E esta quinta-feira foi dado um passo nesse sentido: a proposta de lei que seguirá para a Assembleia da República recebeu “luz verde” do Conselho de Ministros.

Sem maioria absoluta no Parlamento, o Governo do PSD terá de encontrar na oposição apoio para que esta proposta seja aprovada desta. Sobre este ponto, a governante atirou: “dependerá da Assembleia, não do Governo“.

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Ventura admite retirar moção de censura se Montenegro prestar esclarecimentos

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

O líder do Chega espera "documentos clarificadores" até ao início do debate, marcado para esta sexta-feira.

O presidente do Chega admitiu esta quinta-feira retirar a moção de censura ao Governo se o primeiro-ministro der esclarecimentos sobre a sua empresa familiar e apelou ao envio de documentos até à hora de início do debate.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura voltou a admitir que a moção de censura pode ser retirada, caso o primeiro-ministro dê explicações.

“Gostava de apelar a que até às 15:00 de amanhã, data de início do debate desta moção de censura, o primeiro-ministro fizesse chegar a esta casa todos os documentos relativos a esta sociedade”, afirmou.

O líder do Chega disse que “sem documentos clarificadores, vai haver moção de censura”, defendendo que o esclarecimento tem de ser feito “com documentos, não é com conversa”.

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Governo avança com transposição de lei sobre malparado após queixa de Bruxelas

Com mais de um ano de atraso, Portugal vai finalmente transpor para a sua legislação uma diretiva europeia que visa proteger as famílias cujos créditos em incumprimento foram vendidos pelo banco.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei para transposição de uma diretiva europeia sobre o crédito malparado para a legislação nacional, uma medida que surge com um atraso de mais de um ano e que levou a Comissão Europeia a colocar Portugal em tribunal.

Em comunicado, o Executivo explica que a diretiva harmoniza “as regras aplicáveis aos gestores de créditos e aos adquirentes de créditos, e apoia o desenvolvimento de mercados secundários para os créditos não produtivos (os chamados NPL’s) na União Europeia, assegurando simultaneamente que a alienação de tais créditos não prejudica os direitos dos clientes (devedores)”.

A diretiva estabelece regras para a autorização e supervisão dos investidores que compram estas carteiras e para as entidades que fazem a gestão dos portefólios (servicers) e inclui salvaguardas para reforçar a proteção do consumidor.

Os Estados-membros estavam obrigados a transpor a diretiva para as respetivas leis nacionais até 29 de dezembro de 2023. Mas enquanto a maioria declarou a transposição completa, Portugal, Bulgária, Espanha, Hungria, Países Baixos, Áustria e Finlândia “ainda não notificaram a Comissão sobre a transposição integral da diretiva”, que decidiu na semana passada remeter estes países ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

A Comissão entendeu que as autoridades dos países visados nesta ação não fizeram esforços suficientes para incorporar a diretiva na legislação nacional e solicitará ao TJUE que aplique sanções.

“O montante de cada sanção foi calculado tendo em conta a gravidade, a duração da infração e o efeito dissuasor refletido na capacidade de pagamento desse estado-membro”, referiu.

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Governo aprova nova administração da agência que gere dívida pública

Pedro Cabeços vai liderar a nova equipa do IGCP, que contará ainda com Márcia Rodrigues, que vem do BCP, e com Rui Amaral, que transita da anterior gestão. Mandato vai até 2027.

Depois de alguns sobressaltos, o novo conselho de administração da agência que gere a dívida pública está formalmente e finalmente aprovado, com Pedro Cabeços a liderar o IGCP nos próximos três anos, tal como o ECO revelou em primeira mão.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a nova equipa de gestão da agência responsável pela tesouraria do Estado, incluindo a realização de operações de financiamento da República.

Pedro Cabeços substitui Miguel Martín, mas não é a única novidade. Do BCP virá a diretora do Departamento de Estudos Económicos, Márcia Rodrigues, que foi a escolha das Finanças depois de o uma ex-diretora do Novobanco, , quando teve conhecimento dos problemas que a ex-diretora do Novobanco teve com os trabalhadores do departamento que liderava.

O terceiro elemento da administração do IGCP é Rui Amaral, que já lá se encontra. Transitará da anterior equipa e fará a ponte para a nova administração cujos pelouros deverão agora ser definidos.

O novo presidente do IGCP conta com uma carreira na área da banca de investimento, trazendo consigo uma vasta experiência em mercados financeiros e gestão de dívida. Entre fevereiro de 2016 e dezembro de 2023, Pedro Cabeços ocupou o cargo de diretor na NatWest Markets, sendo responsável pelo departamento de Vendas de Renda Fixa para a Ibéria. Anteriormente, passou pelo Morgan Stanley e pela Société Générale, acumulando experiência em operações de taxa de juro.

Quanto a Miguel Martín, que enfrentou um período conturbado com a escalada das taxas de juro — refletindo a política monetária agressiva do Banco Central Europeu (BCE) para travar a inflação — deixa o IGCP com o rácio da dívida pública a cair para 95,3% do PIB no final do ano passado, abaixo da previsão do Governo.

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EUA cancelam conferência de imprensa em Kiev

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

A conferência de imprensa entre Volodymyr Zelensky e Keith Kellogg foi cancelada após a reunião ter ocorrido, a pedido da parte norte-americana.

Uma conferência de imprensa prevista para depois de uma reunião do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o enviado dos EUA à Ucrânia, Keith Kellogg, foi cancelada esta quinta-feira. De acordo com as autoridades ucranianas, a conferência de imprensa foi cancelada após a reunião ter ocorrido.

A viagem de Kellogg a Kiev coincidiu com a recente disputa entre Trump e Zelensky – depois de Trump ter chamado “ditador” a Zelensky –, que criou tensão entre os dois líderes e lançou ainda mais dúvidas sobre o futuro do apoio dos EUA ao esforço de guerra da Ucrânia.

O porta-voz da presidência ucraniana, Serhiy Nikiforov, não deu qualquer outra razão para além de que o cancelamento ocorreu a pedido dos EUA. A delegação dos EUA não fez qualquer comentário sobre este assunto, para já.

Quando a reunião começou, os repórteres de imagem foram autorizados a entrar numa sala onde os dois homens apertaram as mãos antes de se sentarem frente a frente numa mesa no gabinete presidencial em Kiev. A reunião pretendia discutir os esforços de Trump para colocar um fim à guerra de quase três anos.

Zelensky apelou, depois, para que sejam estabelecidas “relações sólidas” entre Kiev e Washington. “As relações sólidas entre a Ucrânia e os Estados Unidos beneficiam o mundo inteiro”, afirmou.

O encontro com Keith Kellogg foi muito produtivo, com uma boa discussão”, sublinhou Zelensky, adiantando que durante o encontro foram discutidas “a situação no campo de batalha, a forma de repatriar os prisioneiros de guerra ucranianos e as garantias de segurança efetivas”.

A viagem de Kellogg a Kiev coincidiu com a recente aproximação de Donald Trump ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e à disputa entre Trump e Zelensky – depois de o líder norte-americano ter chamado “ditador” ao Presidente ucraniano -, o que criou tensão entre os dois líderes e lançou ainda mais dúvidas sobre o futuro do apoio dos EUA ao esforço de guerra da Ucrânia.

Entretanto, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que conversará com o seu homólogo ucraniano ainda esta quinta.

Estou a dar o alarme esta noite porque estou convencido de que estamos a entrar numa nova era. Isso vai obrigar-nos a fazer escolhas. Vamos também ter de rever as nossas escolhas, as nossas escolhas orçamentais e as nossas prioridades nacionais neste novo mundo”, afirmou o Presidente francês nas redes sociais. “Nós, europeus, temos de aumentar o nosso esforço de guerra”, sublinhou Macron.

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Corticeira Amorim lucra menos 22% em 2024 e propõe dividendo de 32 cêntimos

A empresa liderada por António Rios de Amorim registou vendas consolidadas de 939,1 milhões de euros, menos 4,7% do que no ano anterior, devido ao contexto "adverso" do mercado.

A Corticeira Amorim teve lucros de 69,7 milhões de euros em 2024, o que representa uma queda de 21,6% em relação ao ano anterior. A empresa liderada por António Rios de Amorim diz que o resultado líquido foi penalizado pelo “aumento dos encargos financeiros, decorrentes do maior endividamento médio”.

Apesar da descida a dois dígitos nos lucros, o conselho de administração apresentou uma proposta de pagamento (único) de um dividendo bruto total de 32 cêntimos por ação, superior aos anteriores 20 cêntimos, a ser pago. A Assembleia Geral de acionistas realiza-se no próximo dia 28 de abril.

As vendas consolidadas fixaram-se nos 939,1 milhões de euros no ano passado, menos 4,7% do que em 2023, devido ao contexto “adverso” do mercado, que impactou negativamente os volumes e condicionou a evolução das vendas, segundo o documento enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Aliás, quase todas as unidades de negócio da empresa tiveram uma contração das vendas, exceto a Amorim Cork Composites, cujas vendas cresceram 2,7%, em termos homólogos. Apesar de ter perdido tração, a unidade de rolhas (Amorim Cork) continua a representar a grande fatia (76%) das vendas consolidadas da Corticeira Amorim, contribuindo com 732,3 milhões de euros.

“Encaramos com otimismo o ano de 2025, que se afigura igualmente desafiante. Acreditamos estar numa posição privilegiada para converter desafios em oportunidades, diferenciando-nos dos nossos concorrentes, respondendo com responsabilidade e qualidade à confiança dos nossos clientes”, prevê o presidente e CEO da Corticeira Amorim, na mensagem publicada com o relatório financeiro.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) consolidado foi de 157,6 milhões de euros, após uma diminuição de 11%, enquanto a margem EBITDA se cifrou em 16,8%. Boas notícias para a dívida líquida da corticeira portuguesa (detida em 51% pela Amorim Investimentos e Participações SGPS), tendo em conta que reduziu 19% para 196 milhões de euros.

António Rios Amorim destaca que o resultado da campanha da cortiça de 2024 “foi mais favorável”, depois de dois anos consecutivos de “forte inflação” da matéria-prima. “O negócio rolhas deverá continuar condicionado pela evolução do consumo global, mas as melhorias do mix de produto, as iniciativas de melhoria da estrutura de custos e ganhos de eficiência operacional deverão traduzir-se em aumentos de rentabilidade”, acrescentou o gestor.

Em 2023, a Corticeira Amorim registou um resultado líquido de 88,9 milhões de euros, o que significou uma queda de 9,7% em termos homólogos.

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Lucros da Novabase afundam 86% para 6 milhões de euros em 2024

Venda da Neotalent prejudicou contas da tecnológica, mas volume de negócios subiu 1% para 134,2 milhões de euros. Conselho de administração propõe distribuir 48,3 milhões de euros aos acionistas.

A Novabase viu os lucros afundarem 86,4% para 6,4 milhões de euros no ano passado, depois de em 2023 terem mais que quintuplicado em relação ao ano anterior.

“A evolução do resultado líquido foi impactada pelo ganho de 38,4 milhões de euros da venda do negócio Neotalent em 2023, apresentado em operações descontinuadas. Em 2024, foi registado um acerto à mais-valia após apuramento final das cláusulas de preço definidas no contrato”, esclareceu a Novabase.

O volume de negócios da tecnológica portuguesa aumentou 1%, em termos homólogos, para 134,2 milhões de euros, informou esta quinta-feira a empresa, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O conselho de administração vai propor à Assembleia Geral anual de 2025 o pagamento de um dividendo de 1,35 euros por ação, o que corresponde à distribuição de 48,3 milhões de euros aos acionistas da empresa. Em causa está um retorno do dividendo de 21,4% em relação ao preço de fecho de hoje.

A área de negócio mais relevante da empresa de Tecnologias da Informação é a “próxima geração” (Next-Gen), que abrange tecnologias de vanguarda. A faturação desse segmento também cresceu 1%, mas apresentou uma rentabilidade de dois dígitos, subindo 270 pontos base para 12,2%.

A impulsionar estas contas estiveram os mercados internacionais, entre os quais a Europa e o Médio Oriente, que totalizaram 96% das receitas globais da área.

“O EBITDA do Next-Gen cresceu quase 30% para 12,2%, superando a meta de rentabilidade de dois dígitos definida na Strategy 2019+. Nos últimos dois anos reduzimos a rotatividade do talento de 18% para 10%, fruto da nossa aposta na valorização profissional e competitividade salarial e evolução do mercado de trabalho”, comentou o CEO da Novabase na mensagem que consta no relatório financeiro.

Luís Paulo Salvado esclareceu ainda que “o net cash recuou 11 milhões de euros devido à remuneração acionista e a investimento em fundo de maneio, que se prevê normalizar nos próximos meses”.

Notícia atualizada às 17h19

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Fecho do comércio aos domingos e feriados resultaria na perda de 18 mil empregos

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

A diretora da Associação Portuguesa de Centros Comerciais referiu ainda que "38% das compras são feitas no horário pós-laboral" e que "16% das vendas dos lojistas são feitas aos domingos".

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) afirmou esta quinta-feira que o encerramento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados resultaria na perda de 18 mil postos de trabalho diretos.

A diretora-geral da APPC, Carla Pinto, falava na Assembleia da República, na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, no âmbito de uma audição sobre um projeto de lei relativo aos horários de funcionamento do comércio. A dirigente referiu ainda que “38% das compras são feitas no horário pós-laboral” e que “16% das vendas dos lojistas são feitas aos domingos”.

Carla Pinto mencionou também que “os cinemas ainda não recuperaram do período da pandemia” e acrescentou que “o período pós-laboral representa 36% do negócio da indústria do cinema”.

A questão do e-commerce também foi abordada, nomeadamente os casos das chinesas Shein e da Temu, cujas “vendas […] estão a destruir o comércio físico” e “a arruinar milhares de postos de trabalho na Europa”, afirmou a diretora da APCC.

Na mesma sessão, o deputado do Partido Socialista (PS) Hugo Costa disse que “o PS não apoiará” o projeto de lei que visa o encerramento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados, acrescentando que o partido é a “favor do funcionamento do mercado”.

Presente também na comissão, o deputado do Partido Social Democrata (PSD) João Vale e Azevedo afirmou que “o PSD é forte defensor da liberdade económica” acrescentando que “qualquer alteração corre o risco de ser um tiro no pé da economia portuguesa”.

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Lesados denunciam irregularidades no programa +CO3SO e falam em “cinco anos desastrosos”

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

O programa foi criado durante a pandemia de covid-19 para apoiar a criação de trabalho, nomeadamente em zonas de menor empregabilidade. "Estes 5 anos [do programa] foram desastrosos", dizem lesados.

Um grupo de lesados do +CO3SO denunciou esta quinta-feira irregularidades no programa, nomeadamente exigências que não estavam previstas na altura da respetiva candidatura, e pediu a intervenção do parlamento face a “cinco anos desastrosos”.

O +CO3SO – Sistema de apoio ao emprego e empreendedorismo, que se insere no Portugal 2020, foi criado durante a pandemia de covid-19 para apoiar a criação de trabalho, nomeadamente em zonas de menor empregabilidade. Os lesados já tinham sido ouvidos na Assembleia da República há cerca de dois anos para denunciar as falhas que já se verificavam, à data, no programa, mas entretanto a situação ainda se agravou.

Estivemos cá em 2023 para falar da execução do programa e das suas várias irregularidades. De lá para cá, só piorou. Estes cinco anos [do programa] foram desastrosos. Quem passou por isto não tem outra coisa a dizer”, lamentou uma das lesadas, Sofia Bernardo.

Este programa previa a comparticipação integral dos custos diretos com os postos de trabalho criados (remuneração base, acrescida das despesas contributivas da entidade empregadora), bem como uma taxa fixa de 40% sobre os referidos custos para financiar outras despesas associadas à criação de postos de trabalho.

Aos beneficiários, empreendedores, micro, pequenas e médias empresas, incluindo empresários em nome individual, foi exigido, por exemplo, que tivessem contabilidade organizada, que operassem em territórios do interior e que não operassem em áreas como jogos de apostas ou seguros.

Contudo, segundo os responsáveis hoje ouvidos no parlamento, os beneficiários viram-se confrontados com a suspensão do programa, pedidos de devolução de adiantamentos e com valores reduzidos face ao surgimento de “novas cláusulas”.

Sofia Bernardo disse que, depois de assinado o contrato, as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) exigiram que a contribuição dos empresários para a Segurança Social fosse de 25%, quando a maioria destes ao abrir atividade foi-lhe atribuída a categoria B – Trabalhadores Independentes, cuja taxa é fixada em 21,4%.

“Trata-se de um processo interno da Segurança Social. Não é controlável pelo cidadão. A CCDR assume que se [o candidato] não tem a taxa em causa não é elegível. É uma bola de neve. A CCDR pede uma coisa que o cidadão não tem autorização para fazer e o concurso só pedia a abertura da atividade”, referiu.

Por outro lado, indicou que, um ano depois de o programa estar em funcionamento, a CCDR informou os empresários de que a base para a incidência contributiva tem de ser de 4.000 euros no primeiro mês, o que disse “não ser real”. A isto soma-se o facto de não ter sido autorizada uma alteração à data para o fim do projeto, quando os mesmos não podiam ser cumpridos devido aos atrasos das CCDR.

“O programa nasce na pandemia de 2020 e depois as CCDR Centro, Porto e Lisboa demoravam cerca de seis meses a analisar e aprovar. Adiámos a data de início, as CCDR não conseguem dar resposta no prazo previsto e este tempo é retirado aos beneficiários. Suspenderam os reembolsos, os programas e, em alguns casos, rescindiram os contratos porque dizem que incumprimos”, alertou.

Perante esta situação, os afetados já contactaram com o parlamento, Presidente da República, Provedoria da Justiça, Bruxelas, Agência para o Desenvolvimento e Coesão (AD&C) e com a então ministra da Coesão Ana Abrunhosa. Os empresários denunciaram também respostas hostis e intimidatórias vindas do Ministério da tutela, das CCDR e da AD&C.

Descobrimos que as CCDR não funcionam da mesma maneira. Umas só atendem por telefone, outras só por carta. Fomos recebidos pelo presidente de uma CCDR, que até nos acolheu bem, juntamente com uma técnica economista hostil que nos comparou aos beneficiários do rendimento de inserção social”, exemplificou.

Sofia Bernardo referiu ainda que os lesados sentem-se pequenos nos processos que entretanto avançam contra o Estado. “Vimos à procura de uma solução que judicialmente é muito pesada e que ainda estamos abertos a encontrar. O Ministério [da Coesão] tem capacidade de resolver” este problema, rematou.

Os grupos parlamentares que intervieram nesta audiência (PSD, PS e Chega) mostraram-se preocupados e solidários para com este estes empresários e pediram uma explicação cabal. A presidente da respetiva comissão parlamentar, Dulcineia Moura (PSD), assegurou que esta vai questionar o Governo sobre o tema.

A Lusa contactou o Ministério da Coesão Territorial e a AD&C e aguarda uma resposta.

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